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Hoehnea 29{ I): 57-64, 18 rig., 2002. Uredinales sobre Asteraceae da Reserva Florestal "Armando de Salles Oliveira", Sao Paulo, Brasil Anibal Alves de Carvalho Jr. I .4, Mario Barreto Figueiredo', Edson Luiz Furtad0 2 , e Joe Fleetwood Hennen 3 ABSTRACT - (Uredinales on Asteraceae of the Forest Reserve "Armando de Salles Oliveira" Sao Paulo, Brazil). The aim of this paper is to report on the Uredinales collected monthly on members of Asteraceae, during one year, in the Forest Reserve "Armando de Salles Oliveira" at the campus of Sao Paulo University, Sao Paulo, SP, Brazil. The rust fungi collected, described and illustrated, as well as their respectives hosts were: Coleosporil/III tl/ssi/aginis (Persoon) Leveille on Senecio brasiliensis Lessing, ColeosporiulII vernoniae Berkeley & Curtis sobre Eleplzantopus mol/is H.B.K., Pllccinia improcera Jackson & Holway on Bacclzaris annolllaia DC., Pl/ccinia lorelltzii Hennings on Vernonia scorpioides (Lam.) Pers., Pllccinia lIIikaniae Jackson & Holway on Mikania glolllerara Spreng., Pl/ccinia neorotwldata Cummins on Vernonia polyalltlzes Lessing, Pl/ccinia seorsa Jackson & Holway on Piptocarplza axil/aris (Less.) Baker and Urolllyces bidelltis Lagerheim on Bidens pilosa L. Key words: rust fungi, Atlantic Forest RESUMO - (Uredinales sobre Asteraceae da Reserva Florestal "Armando de Salles Oliveira", Sao Paulo, Brasil). No presente trabalho sao apresentadas as especies de Uredinales sobre Asteraceae, coletadas com periodicidade mensal durante um ano, na Reserva Florestal da Cidade Universitaria "Armando de Salles Oliveira", Sao Paulo, SP, Brasil. As especies descritas e ilustradas e os seus respectivos hospedeiros sao: Coleosporillln tlIssi/aginis (Persoon) Leveille sobre Senecio brasiliensis Lessing, ColeosporiulII vernoniae Berkeley & Curtis sobre Elephantoplls lIIol/is H.B.K., Pllccinia illlprocera Jackson & Holway sobre Baccharis all/lOlllala DC., Puccinia lorentzii Hennings sobre Vernonia scorpioides (Lam.) Pers., Pllccinia lIIikaniae Jackson & Holway sobre Mikania glolllerara Spreng., Puccinia neorotllndara Cummins sobre Vernonia polyantlzes Lessing, Pllccinia seorsa Jackson & Holway sobre Piptocarpha axil/aris (Less.) Baker e Urolllyces bidelltis Lagerheim sobre Bidens pi/osa L. Palavras-chave: ferrugens, Mata Atlantica o Brasil e, reconhecidamente, 0 pafs com a maior di- versidade biologica, abrigando entre 15 e 20% do numero total de especies do planeta (Ioly, 1998). Os mesmos auto- res exp6em que, no estado de Sao Paulo, parte consideravel de suas areas florestais foram, e continuam sendo, perdidas de forma irreversfvel, chegando a estar reduzida a apenas 10% da original. Assim 0 estudo da biodiversidade e im- prescindfvei. Alem de ser a base das atividades agropecuarias, florestais e pesqueiras, e 0 sustentaculo do desenvolvimento biotecnologico, uma area estrategica. Os basidiomicetos possuem papel fundamental na ciclagem de nutrientes e dos ecossistemas, atuando na da materia organica como saprobios, parasitas e formando com plantas (Capelari et aI., 1998). Os fungos basidiomicetos pertencentes aor- dem Uredinales sao patogenos de plantas comumente de- nominados ferrugens (Alexopoulos et aI., 1996). Este nome provem do fato de que as pustulas e os esporos produzi- dos, sobre as plantas infectadas por estes fungos, sao de cor amarelo-fenugem (Cummins & Hiratsuka, 1983). De acordo com muitos autores, as Uredinales tiveram os tropicos como centro de dispersao (Hennen & Buritica, 1980) e segundo Hennen & Figueiredo (1988) estudos mais intensivos nestas areas, poderiam acrescentar importantes para 0 entendimento deste grupo de patogenos e possibilitar urn melhor conhecimento da filogenia, da taxonomia e da biologia, atraves de modelos biologicos encontrados em areas silvestres, de ferrugens de maior in- teresse fitopatologico. Hennen & Figueiredo (1988) sugerem que freqtientemente, durante 0 trabalho rotineiro de coleta de ferrugens, somente urn ou dois estadios dos ciclos de vida sao encontrados no campo em uma mesma epoca. Para que os outros estadios tambem sejam encontrados, sao necessarias varias visitas de coleta no mesmo local e em diferentes epocas do ano, uma vez que 0 aparecimento desses estadios esporfferos e estacional. Neste sentido Carvalho Jr. (2001) efetuou coletas mensais de ferrugens, por urn ano, na reserva f10restal "Armando de Salles Oliveira". Neste estudo foram coletadas especies de ferrugem sobre Amaranthaceae, Asclepiadaceae, Asteraceae, Bignoniaceae, Blechnaceae, Boraginaceae, I. Instituto Biol6gico, Centro de Sanidade Vegetal. Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 1252,04014-002 Sao Paulo. SP, Brasil. 2. UNESP, Botucatu - FCA. de Plantas, Caixa Postal 236, 18603-970 BOlucatu, SP, Brasil. 3. Botanical Research Institute of Texas (BRIT), 509 Pecan Street, Fort Worth, Texas, 76102-4060, USA. 4. Autor para correspondencia: [email protected]

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Hoehnea 29{ I): 57-64, 18 rig., 2002.

Uredinales sobre Asteraceae da Reserva Florestal"Armando de Salles Oliveira", Sao Paulo, Brasil

Anibal Alves de Carvalho Jr. I.4, Mario Barreto Figueiredo', Edson Luiz Furtad02, e Joe Fleetwood Hennen3

ABSTRACT - (Uredinales on Asteraceae of the Forest Reserve "Armando de Salles Oliveira" Sao Paulo, Brazil). The aim of this paper isto report on the Uredinales collected monthly on members of Asteraceae, during one year, in the Forest Reserve "Armando de SallesOliveira" at the campus of Sao Paulo University, Sao Paulo, SP, Brazil. The rust fungi collected, described and illustrated, as well as theirrespectives hosts were: Coleosporil/III tl/ssi/aginis (Persoon) Leveille on Senecio brasiliensis Lessing, ColeosporiulII vernoniae Berkeley& Curtis sobre Eleplzantopus mol/is H.B.K., Pllccinia improcera Jackson & Holway on Bacclzaris annolllaia DC., Pl/ccinia lorelltziiHennings on Vernonia scorpioides (Lam.) Pers., Pllccinia lIIikaniae Jackson & Holway on Mikania glolllerara Spreng., Pl/ccinia neorotwldataCummins on Vernonia polyalltlzes Lessing, Pl/ccinia seorsa Jackson & Holway on Piptocarplza axil/aris (Less.) Baker and Urolllycesbidelltis Lagerheim on Bidens pilosa L.Key words: rust fungi, Atlantic Forest

RESUMO - (Uredinales sobre Asteraceae da Reserva Florestal "Armando de Salles Oliveira", Sao Paulo, Brasil). No presente trabalho saoapresentadas as especies de Uredinales sobre Asteraceae, coletadas com periodicidade mensal durante um ano, na Reserva Florestal daCidade Universitaria "Armando de Salles Oliveira", Sao Paulo, SP, Brasil. As especies descritas e ilustradas e os seus respectivoshospedeiros sao: Coleosporillln tlIssi/aginis (Persoon) Leveille sobre Senecio brasiliensis Lessing, ColeosporiulII vernoniae Berkeley &Curtis sobre Elephantoplls lIIol/is H.B.K., Pllccinia illlprocera Jackson & Holway sobre Baccharis all/lOlllala DC., Puccinia lorentziiHennings sobre Vernonia scorpioides (Lam.) Pers., Pllccinia lIIikaniae Jackson & Holway sobre Mikania glolllerara Spreng., Puccinianeorotllndara Cummins sobre Vernonia polyantlzes Lessing, Pllccinia seorsa Jackson & Holway sobre Piptocarpha axil/aris (Less.) Bakere Urolllyces bidelltis Lagerheim sobre Bidens pi/osa L.Palavras-chave: ferrugens, Mata Atlantica

Introdu~o

o Brasil e, reconhecidamente, 0 pafs com a maior di­versidade biologica, abrigando entre 15 e 20% do numerototal de especies do planeta (Ioly, 1998). Os mesmos auto­res exp6em que, no estado de Sao Paulo, parte consideravelde suas areas florestais foram, e continuam sendo, perdidasde forma irreversfvel, chegando a estar reduzida a apenas10% da original. Assim 0 estudo da biodiversidade e im­prescindfvei. Alem de ser a base das atividadesagropecuarias, florestais e pesqueiras, e 0 sustentaculo dodesenvolvimento biotecnologico, uma area estrategica.

Os basidiomicetos possuem papel fundamental naciclagem de nutrientes e manuten~ao dos ecossistemas,atuando na degrada~ao da materia organica como saprobios,parasitas e formando associa~6es com plantas (Capelariet aI., 1998). Os fungos basidiomicetos pertencentes aor­dem Uredinales sao patogenos de plantas comumente de­nominados ferrugens (Alexopoulos et aI., 1996). Este nomeprovem do fato de que as pustulas e os esporos produzi­dos, sobre as plantas infectadas por estes fungos, sao decor amarelo-fenugem (Cummins & Hiratsuka, 1983).

De acordo com muitos autores, as Uredinales tiveramos tropicos como centro de dispersao (Hennen & Buritica,1980) e segundo Hennen & Figueiredo (1988) estudos maisintensivos nestas areas, poderiam acrescentar informa~6esimportantes para 0 entendimento deste grupo de patogenose possibilitar urn melhor conhecimento da filogenia, dataxonomia e da biologia, atraves de modelos biologicosencontrados em areas silvestres, de ferrugens de maior in­teresse fitopatologico.

Hennen & Figueiredo (1988) sugerem quefreqtientemente, durante 0 trabalho rotineiro de coleta deferrugens, somente urn ou dois estadios dos ciclos de vidasao encontrados no campo em uma mesma epoca. Para queos outros estadios tambem sejam encontrados, saonecessarias varias visitas de coleta no mesmo local e emdiferentes epocas do ano, uma vez que 0 aparecimentodesses estadios esporfferos e estacional. Neste sentidoCarvalho Jr. (2001) efetuou coletas mensais de ferrugens,por urn ano, na reserva f10restal "Armando de SallesOliveira". Neste estudo foram coletadas especies deferrugem sobre Amaranthaceae, Asclepiadaceae,Asteraceae, Bignoniaceae, Blechnaceae, Boraginaceae,

I. Instituto Biol6gico, Centro de Sanidade Vegetal. Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 1252,04014-002 Sao Paulo. SP, Brasil.2. UNESP, Botucatu - FCA. PrOle~ao de Plantas, Caixa Postal 236, 18603-970 BOlucatu, SP, Brasil.3. Botanical Research Institute of Texas (BRIT), 509 Pecan Street, Fort Worth, Texas, 76102-4060, USA.4. Autor para correspondencia: [email protected]

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58 Hoehnea 29( 1), 2002.

Convolvu!aceae, Cucurbitaceae, Euphorbiaceae,Leguminosae, Malvaceae, Marantaceae, Moraceae,Myrtaceae, Oxalidaceae, Poaceae, Rhamnaceae, Rubiaceae,Sapindaceae, Schizaeaceae, Smilacaceae, Thelypteridaceaee Vitaceae e neste trabalho sao apresentas as especies deferrugens encontradas sobre Asteraceae.

Material e metodos

Foram coletadas plantas com sintomas de ferrugem(causados por Uredinales) durante 0 perfodo de urn ano,de julho de 1997 ajunho de 1998, com periodicidade mensal,na Reserva Florestal da Cidade Universitaria "Armando deSalles Oliveira", Sao Paulo, SP, Brasil, cujas coordenadasaproximadas sao 23°33'S e 46°43'W. Esta reserva ocupauma area de 102.100 m2 (Rossi, 1994). As coletas foramrealizadas conforme sugerido por Arthur (1929) e Fidalgo& Bononi (1989).

A identificac;ao preliminar das Uredin,ales foi realizadaapenas para referencia, utilizando-se 0 "Indice das ferru­gens do Brasil" (Hennen et a!., 1982). Para a identificac;aodefinitiva foi consultada vasta literatura especializada con­tendo as descric;oes dos taxons. Alem do exame da biblio­grafia original, quando disponfvel, outros trabalhos comoos de Jackson (1932), Arthur (1962) Cummins (1978) eLindquist (1982) entre outros, tambem foram consultados.

A herborizac;ao do material e os metodos de analiseseguiram, em linhas gerais, as metodologias sugeridas porArthur (1929), Systematics Association Committee forDescriptive Biological Terminology (1962), Savile (1971),Cummins (1978), Cummins & Hiratsuka (1983) e Fidalgo &Bononi (1989).

Os estadios das Uredinales e os sfmbolos, representa­dos por letras do alfabeto arabico ou romano (0, I, II, III),seguiram os conceitos da escola ontogenica, conformeHiratsuka (1975).

As Uredinales coletadas sobre Asteraceae estaoorganizadas por ordem alfabetica. Dentro desta famnia deplantas hospedeiras sao apresentados os nomes validos esinonfmias, descric;oes dos taxons, os estadios esporfferosencontrados, as especies hospedeiras parasitadas e,finalmente, as ilustrac;oes.

Os especimes estao preservados no Herbario do La­boratorio de Micologia Fitopatologica do Centro de Sani­dade Vegetal do Instituto Biologico de Sao Paulo (lBI).

Na identificac;ao das especies hospedeiras foram utili­zadas chaves de identificac;ao preparadas por Rossi (1994)e Groppo Jr. (1999).

Resultados e Discussao

Coleosporium tussilaginis (Persoon) Leveille, Orbigny Dict.Univ. Hist. Nat. 12: 786. 1849.(Fig. 1-2)

Coleosporium senecionis Kickx, Flora Crypt. Flandres 2:53.1867.

Lectotipo: sobre Senecio vulgaris Linnaeus, Flanders, Bel­gica, data nao registrada, designado por Rylander et al.(1953).

Anamorfo:Uredo tussilaginis Persoon, Syn. Meth. Fung. p. 218.1801.Tipo: sobre Tussilago farfara Linnaeus, Europa, data ecoletor nao registrados.

III - nao foram encontrados teliossoros no materialanalisado.II - urediniossoros hipofilos ou raramente epffilos, em areasligeiramente cloroticas, amarelados a alaranjados, expostos,pulverulentos, disformes, as vezes arredondados, 1-2 mmdiam., rodeados pela epiderme levantada; parafisesausentes. Urediniosporos catenulados, dispostos em curtascadeias, elipsoides, obovoides ou ovoides, (19-)24(-31) jJ.mdiam., paredes hialinas a amareladas, com verrugas bernpronunciadas e finas, 2-3 jJ.m espess. lateral; porosgerminativos nao visfveis.0, I - espermog6nios e ecios sobre Pinus sp.

Material analisado: sobre Senecio brasiLiensis Lessing,19-IX-1997, A.A. de Carvalho Jr. 97-185 (IBI 17955 - II).

Comentarios: Rylander et a!. (1953) consideram que 0 autorda combinac;ao foi Leveille, no entanto Laundon (1967) con­siderou Berkeley como autor da nova combinac;ao, descre­venda a especie como Coleosporium tussilaginis (Persoon)Berkeley. Como 0 trabalho de Leveille e anterior ao deBerkeley entende-se que deva merecer 0 beneffcio do prin­cfpio da prioridade.

Outras sinonfmias do teleomorfo, baseadas em espe­cimes da Europa ou America do Norte, e tambem numero­sos registros do Brasil sao indicadas por Arthur (1907),Hylander et al. (1953), Kaneko (1981), Lindquist (1982) eoutros.

A especie Coleosporium lussilaginis e muito comumnas regioes de influencia da Mata Atlantica. Os estadiosanamorficos espermogonial e ecial ocorrem sobre Pinus spp.no norte da Eurasia, onde tem sido mencionados muitasvezes.

o nome do anamorfo ecial com prioridade talvez sejaPeridermiumpini (Willd.) Kleb. Espermog6nios e ecios saodesconhecidos na America do SuI. Nomes de anamorficosurediniais tern sido dados muitas vezes a especie. 0 nomedo anamorfo uredinial com prioridade e Uredo lussilaginisPersoon, devido a sua antiguidade. Tern prioridade para 0

nome do teleomorfo e anamorfo a publicac;ao de Persoon(1801) que atribuiu 0 nome Uredo tussilaginis. No entanto,apesar de Persoon (1801) ter atribufdo somente 0 nomeanamorfico, esse material tambem con tern, segundoRylander et al. (1953), 0 estadio telial.

Segundo Lindquist (1982) possui soros teliais hipofilos,subepidermicos, arredondados, cerosos, pequenos,descobertos, alaranjado-brilhantes; teliosporos clavados aoblongo-clavados, 16-23 x 60-90 jJ.m, paredes hialinas e

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A.A. Carvalho Jr., M.B. Figueiredo, E.L. Furtado, J.F. Hennen, Uredinales sobre Asteraceae 59

delgadas abaixo e engrossadas no apice, 15-20 J1.m espess.Devido a ausencia de hila, a orienta~ao para tomada

das medi~6es de esporos de especies que apresentamesporos catenulados e muito diflcil de ser estabelecidaquando os esporos estao dispersos nas prepara~6es

microsc6picas. Portanto, as medi~6es deveriam ser tomadasapenas a partir de cortes dos soros, sendo posslvel avisualiza~ao de sua orienta~ao. No entanto, a maioria dosesporos maduros se desprendem desde cedo das estruturasque os produzem e, mesmo assim, se persistirem, devido aocontato Intimo entre os esporos na cadeia, pode haverinterferencia nas medi~6es de esporos adjacentes. Portanto,neste trabalho, para este tipo de esporo, foram tomadasmedidas de celulas individuais dispersas pela lamina demicroscopia e foi considerado apenas 0 diametro dosesporos e nao 0 comprimento e a largura.

Distribui~ao geografica: Brasil, America do Norte e Europa.Argentina e Paraguai (Lindquist, 1982).

Coleosporiu/12 vemoniae Berkeley & Curtis in Berkeley,Grevillea3:57.1894.(Fig. 3-4)

Tipo: sobre Vernonia sp., Beaumont, Alabama, EstadosUnidos, data e coletor nao registrados, n. 4643.

ColeosporiulIl elephan/opodis (Schweinitz) Thuemen,Mycol. Univ. n. 953. 1878.Tipo: sobre Elephal//opus /omen/osus Linnaeus, NorthCarolina, Estados Unidos, data, coletor e cole~ao naoregistrados.

Anamorfos:Uredo elephan/opodis Schweinitz, Schrift. Nat. Ges. Leipzig1:70.1822.Tipo: 0 mesmo de Coleosporium elephan/opodis(Schweinitz) Thuemen.Uredo elephan/Opodis P. Hennings, Hedwigia 35: 253. 1896.Nao 0 de Petch.Tipo: sobre Elephan/opus scaber Linnaeus, Brasil, data naoregistrada, Ule n. 6.

III - estadio telial nao foi encontrado.II - urediniossoros anffgenos, mais comumente hip6filos,amarelos quando frescos e quase brancos quando velhos esecos, em pequenos grupos ou dispersos, 0,2-0,3 mm diam.;parafises ausentes. Uredini6sporos catenulados, elips6idesou largamente elips6ides, (15-)22(-32) J1.m diam., paredeshialinas ou amareladas, uniformemente verrugosas, comhastes ou sulcos comumente unidos em padr6es irregula­res ou pseudo-reticulados, 1,0-3,5 J1.m espess. lateral; porosgerminativos nao visfveis.0, 1- estadios espermogonial e ecial sobre Pinus.

Material analisado: sobre Elephan/opus mollis Humboldt,Bonpland & Kunth, 13-1-1998, A.A. de Carvalho Jr. 98-015(IBIl8032 -II); 23-1V-1998, 98-307 (IBI18324 - II).

Comentarios: 0 estactio telial esta presente no especime tipode Coleosporillll1 elephan/opodis (Schweinitz) Thuemen efoi descrito por Thuemen, assim 0 nome deveria estaratribuido a Thuemen somente e nao como uma transferen­cia de Uredo elephan/opodis Schweinitz (Cummins, 1962).

Ate 0 trabalho de Cummins (1978)ColeosporiulIl vernoniae e C. elephantopodis eramtradicionalmente separados como especies, apenaspelas hospedeiras. Atualmente sao consideradassinonimos. Ainda segundo este autor a especie possui- III - teliossoros hip6genos, expostos desde cedo,duros quando secos, alaranjados ou palidos, a maioriacom 2 ou 3 camadas de tel i6sporos, (44-)50-66(-70) x(16-)18-22(-24) J1.m, cilfndricos ou longamenteclavados, a maioria transversal mente septado masalgumas cole~6es tem, comumente, alguns basfdioslongitudinalmente septados; a camada gelatinosaapical tem (20- )25-35(-40) J1.m de espessura.

Comentarios sobre as medi~6es dos diametros e naodo comprimento e largura dos esporos catenulados, videem ColeosporiulII /ussilagil/is.

Distribui~ao geografica: Brasil, Estados Unidos. Americado Sui, Caribe, Guatemala (Cummins, 1978).

Pllccinia improcera Jackson & Holway in Jackson,Mycologia24: 145.1932.(Fig. 5-7)

Tipo: sobre Baccharis anomala De Candole, Campos doJordao, Sao Paulo, Brasil, 20 de abril de 1922, Holway n.1740.

III - teliossoros hipOfilos, em areas clor6ticas,castanho-escuros a castanho-palidos, quando germinadosacinzentados, expostos, pulvinados, epiderme rompida naovisfvel, isolados, esparsos, arredondados, 0,2-0,4 mm diam.;parafises ausentes. Teli6sporos elips6ides, oblongos aclavados, (36-)46(-51) J1.m compr. e (10-) 13(-15) J1.m larg. nosepto, paredes castanho-pal idas, Iisas, 0,9-1,6 J1.m espess.lateral e 3,5-7,0 J1.m espess. no umbo; pedicelos hialinos edecfduos.II - urediniossoros hip6filos, canela-palidos, expostos,pulverulentos, irrompentes, esparsos, arredondados ou li­geiramente alongados, 0,2-0,4 mm diam.; parafises ausen­tes. Uredini6sporos com pedicelos decfduos, elips6ides aobov6ides, (25-)27(-29) J1.m compr. e (20-)23(-25) J1.m larg.,paredes canela-palidas, com equinula~6es esparsas etenues, ausentes na regiao dos poros germinativos, 1-2 J1.mespess. lateral; 2 poros germinativos equatoriais.0, 1 - estadios espermogonial e ecial nao encontrados.

Material analisado: sobre Baccharis anomala DC,18-VII-I 997, A.A. de Carvalho Jr. 97-160 (IBI 17930 - 11, III);19-1X-1997, 97-180 (IBII7950- II, III); 24-X-1997, 97-207(lBII7977 - II, ITI);22-XII-I997, 97-246 (IBII8016-1I); 13-1-998,98-013 (IBI 18030 - II); 20-II-1998, 98-033 (IBI18049 - 11, ill);

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60 Hoehnea 29( 1). 2002.

31-IIl-1998, 98-266 (lBIl8283 -lI, Ill); 23-IV-1998,98-296(lBIl8313 - II, III); 26-V-l998, 98-316 (lBIl8333 - II, Ill);25-VII-1998, 98-337 (IBIl8354 - II, III).

Comentarios: muito comum na Mata Atlantica, esta especiepode ser distinguida pelos teli6sporos pequenos e estrei­tos e pelos pequenos eci6sporos possuindo paredes comequfnulas esparsas e tenues. Parece estar mais proxima­mente relacionada a P. exornata Arthur, da qual difere porter teli6sporos mais estreitos e uredini6sporos menores(Jackson, 1932).

Os teli6sporos de P. improcera apresentam pedicelosque apesar de considerados decfduos, uma pequena partedos mesmos e mantida aderida amaioria dos teli6sporos.

Segundo Jackson (1932), esta especie possuiespermogonios em pequenas quantidades, epffilos, emmanchas amareladas, descoloridas, aumentandoconcentricamente (agregados), puntiformes, glob6ides,elips6ides com 95-l1 0 /lm de comprimento por 90-1 00 /lm delargura, formando feixes densos e circulares de 30-45 /lm decomprimento. I - ecios hip6filos, isolados em grupos de 2-4,do lade oposto dos espermogonios, pequenos com0,5-0,8 mm de diametro, tendo origem profunda, caoem6ide,tardiamente expostos, soro esbranqui~ado, pulverulento,epiderme inflada e durante muito tempo escondida;eci6sporos elips6ides medindo 18-24 x 22-30 /lm, paredescom 2-2,5 /lm de espessura e ornamentada comproeminencias moderadamente rugosas.

Distribui~ao geografica: Brasil.

Puccinia lorentzii Hennings, Hedwigia 35: 239. 1896.(Fig. 8-9)

Lectotipo: sobre Vernonia lorentzii Hieron, Entre Rios,Argentina, fevereiro de 1878, Lorentz s.n.

III - estadio telial nao encontrado.II - urediniossoros hip6filos, em areas ligeiramente clor6ticas,ocraceo-ferrugfneos, pulverulentos, expostos, em gruposou esparsos, arredondados, rodeados pela epiderme des­garrada, pequenos, 0, 1-1,0 mm diam.; parafises ausentes.Uredini6sporos com pedicelos decfduos, obov6ides aelips6ides, (26-)30(-38) /lm compr. e (19-)23(-25) /lm larg.,paredes amarelo-pardas, equinuladas, 1,0-2,3 /lm espess.lateral; 2-3 poros equatoriais.0, I - estadios espermogonial e ecial nao conhecidos.

Material analisado: sobre Vernonia scorpioides (Lam.)Pers., 29-VII-1997, A.A. de Carvalho Jr. 97-145 (lBIl7915­II); 18-VlII-1997, 97-156 (lBI 17926 - II); 24-X-1997, 97-198(IBIl7968 - II); 22-XII-1997, 97-237 (IBI18007 - II);13-1-1997,98-008 (lBIl8025 - II); 20-II-1998, 98-052(IBIl8068 - II); 31-III-1998, 98-275 (IBIl8292 - II);23-IV-1998, 98-297 (IBIl8314 - II); 26-V-1998, 98-319(IBIl8336 - IT); 25-VlI-1998, 98-354 (mIl 837 I - IT).

Comentarios: muito comum na Mata Atlantica, esta especiee muito pr6xima de Puccinia vernoniae Cooke, mas tem

teli6sporos maiores (Lindquist, 1982). Ainda, segundoLindquist (1982), possui soros teliais hip6filos, esparsos,pequenos, expostos, pardo-escuros; teli6sporos oblongos,arredondados em ambos os extremos, contrafdos no septo,21-30 x 40-60 /lm, parede lisa, 4-7 /lm espessura no apice,pedicelo hialino, grande, com ate duas vezes e meia 0 com­primento do esporo.

Distribui~ao geografica: Argentina e Brasil.

Puccinia mikaniae Jackson & Holway in Jackson,Mycologia24: 124.1932.(Fig. 10-13)

Tipo: sobre Mikania argyreiae De Candole, Rio de Janeiro,Brasil, IOdeagostode 1921, Holway n.1015.

III - teliossoros hip6filos, em areas necr6ticas, dispostosentre ou lateral mente aos urediniossoros, negros, compac­tos, unidos em grupos de 2-5 mm diam., confluentes, expos­tos tardiamente, achatados, com um himenio negro, consti­tufdo por denso grupo de longas celulas; pararises ausen­tes. Teli6sporos oblongo-clavados ou de oblongos a cilfn­dricos, arredondados acima e constritos na base, pouco ounao constri tos no septo, (39-)51 (-82) /lm compr. e(13-)17(-21) /lm larg., paredes castanhas, lisas, 1,2-3,1 /lmespess. lateral e 3,0-10,0 /lm espess. no umbo; pedicelohialino ou amarelado abaixo e tornando-se da mesmacolora~aodos teli6sporos acima, com ate 45 Jlm compr. e4,5-7,3 /lm largo pr6ximo ao hilo.II - urediniossoros hip6filos, cupulados, amarelos, gregarios,pequenos, em regi6es, 2-3 mm diam.; perfdio esbranqui~ado

na margem em que se rompeu, celulas peridiais lateraisromb6ides de 15-37 /lm diam., nao muito imbricadas; celulasperidiais exteriores apresentando estrias transversais e ce­lulas peridiais interiores densamente ornamentadas compequenas verrugas; uredini6sporos catenulados,angulados, glob6ides a elips6ides, (13-) 17(-21) /lm diam.,parede muito fina, hialina e verrugosa; poros germinativosnao visfveis.0, I - estadios espermogonial e ecial nao conhecidos.

Material analisado: sobre Mikania glomerata Spreng.,20-11-1998, A.A. de Carvalho Jr. 98-043 (lB1I8059 - 11);23-IV-1998,98-286 (lBIl8303 - II); 25-VII-1998, 98-353(IBIl8370 - II, III).

Comentarios: devido amorfologia, Jackson (1932) utilizou aterminologia Aecia para designar os uredfnios desta especie.No entanto, devido a ausencia de espermogonios e osesporos estarem associ ados a teli6sporos tardios,provavelmente trata-se da fase anam6rfica uredinial. A faseuredinial encontrada neste taxon poderia ser inclufda nogenero anam6rfico Aecidium, de acordo com as regrasnomenclaturais vigentes.

Comentarios sobre as medi~6es dos diametros e naodo comprimento e largura de esporos catenulados, vide emColeosporiwn tussilaginis.

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/\./\. Carvalho .lr., M.B. Figucircdo, E.L. Furtado, .1.1". Ilenncn, Urcdinalcs sobrc /\Slcraccae 61

Fig. 1-2: Coleosporilll77 llissilaginis (I BI 17955). I: uredini6sporos em vista mediana. 2: uredini6sporos em vista superficial. Fig. 3-4:Coleosporilll77 vernoniae (lBI 18324).3: uredini6sporos em vista mediana. 4: uredini6sporos em vista uperficial. Fig. 5-7: PlIcciniaimprocera (IBI 18354).5: teli6sporos em vista mediana. 6: uredini6sporos em vista mediana. 7: uredini6sporos em vista superficial.Fig. 8-9: Pliccinia lorentzii (lBI 18371).8: uredini6sporos em vista mediana - esporos mais claros sao imatudos. 9: uredini6sporos em vistasuperficial, esporos imaturos com equinula<;:6es mais evidentes.

Distribuiyao geogratica: Brasil

Puccinia neoro/unda/a Cummins, Mycologia 48: 606. 1956.Nom. nov. para P rugosa Spegazzini.(Fig. 14)

Tipo: 0 mesmo para P rugosa SpegazziniPuccinia rugosa Spegazzini, An. Soc. Cient. Argent. 17: 92.1884, (nao 0 de Billings, 1891 - que esobre Allium).Tipo: sobre Vernonia, Paraguai, dezembro de 1881, Balansan.3433.

Puccinia ro/undala Dietel, Hedwigia 36: 32. 1897,Tipo: sabre Vernonia sp., Serra Geral, Brasil, /"evereiro de1891, Ule n. 1686 (nao 0 de Bonorden, 1860).

111- teliossoro anHgenos, agrupados em pequenos circuloshipertrofiados amarelados ou necrosados ou ao longo dasnervuras, canela-escuros, expostos, pulverulentos, em areasde 1-3 mm diam.; parafises ausentes. Teli6sporosamplamente elips6ides a oblongos, (28-)32(-40) ).lm compl'. e(17-)20(-24) ~lm larg., paredes marrom-douradas a eastanhas

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62 Iloehnea 29( I). 2002.

Fig. 10-13: ?lIccinia mikalliae. 10: leli6sporos ern vista mediana (IBI 18370). 11-12: uredini6sporos (I BI 18059). I I: em vista mediana. 12:em vista superficial. 13: peridio (IBI 18059), a esquerda (seta), em vista rnediana - a dircita, em vista superficial. Fig. I~-I 5: ?lIccinianeorol/lndala (I BI 18304). I~: acima (seta) - teli6sporo em vista mediana - abaixo - tel i6 poro em vista superficial. Fig. 15-17: ?lIcciniaseorsa (I BI 17939). 15: teli6sporos em vista mediana. 16: uredini6sporos ern vista mcdiana - acima e a esquerda (seta) - paralises longas,encurvadas e com engros amenlo dorsal. 17: uredini6sporos em vista superficial. Fig. 18: Uromyces bidel1lis (I BI 17970), teli6sporos emvi ta mediana.

ou palidas, algumas vezes bilaminadas com lamina exteriormais pal ida, muitas vezes amarelo-Iimao, verrugosa compequenas verrugas e rugas de varios tamanhos, estastendendo a se fundir em pad roes p eudoreticulados,I,8-2,8 ~lm espess. lateral, um pouco mais largas sobre osporos germinativos; poro genninati 0 da celula distal apicale da celula proximal, intermediario ou ligeiramentesubequatorial; pedicelos hialinos, frageis, sempre decfduosproximo ao hilo.

0, I, II - estadios espermogonial, ecial e uredinial nao saoproduzidos.

Material analisado: sobre Vernonia po/yon/hes Lessing,23-IV-1998, A.A. de Carvalho J1'. 98-:!87 (IBI18304 - III);26-V-1998, 98-"30 (18118347 -Ill).

Comentarios: esta especie emuito caracteristica devido apresencya dos teli6sporos verrugosos e de celulas teliaisque sc separam com facilidade no septo.

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A.A. Carvalho Jr., M.B. Figueiredo, E.L. Furtado, J.F. Hennen, Uredinales sobre Asteraceae 63

Distribui<;:ao geografica: Brasil e Paraguai. America do Nor­te, America do Sui e Costa Rica (Cummins, 1978).

Puccinia seorsa Jackson & Holway in Jackson, Mycologia24: 103. 1932.(Fig. 15-17)

Tipo: sobre Piptocarpha axil/aris (Lessing) Baker, Taipas,Sao Paulo, Brasil, 06 de fevereiro de 1922, Holway n. 1540.

III - teliossoros hip6filos, em areas ligeiramente clor6ticas,circulares, em grupos ou isolados, castanhos ou acinzen­tados devido a germina<;:ao, expostos, relativamentecompactos, 0,2-1,0 mm diam.; parafises perifericas,dourado-palidas, longas, encurvadas, de paredes dorsaisgrossas. Teli6sporos predominantemente oblongo-fusi­formes, (74-)91(-113) /lm compr. e (19-)26(-31) /lm larg.,paredes castanho-palidas ou castanho-douradas, lisas,1,0-2,0 /lm espess. lateral e 2,0-7,7 espess. no umbo, porogerminativo da celula distal, no apice e, da celula proximal,no septo; pedicelos hialinos, de paredes finas e decfduos,ate 76 /lm compr.II - urediniossoros hip6filos, em areas ligeiramenteclor6ticas, circulares, em grupos ou isolados, castanhos,0,2-1,0 mm diam.; parafises perifericas, dourado-palidas,longas, encurvadas, de paredes dorsais grossas.Uredini6sporos com pedicel os decfduos, predominan­temente glob6ides, (30-)37(-51) /lm compr. e (31-)37(-40) /lmlarg., paredes castanhas, equinuladas, 1,4-2,4 /lm espess.lateral; 3-5 poros germinativos equatoriais ou subequatorais,protegidos ou nao por capas delgadas.0, 1 - estadios espermogonial e ecial nao encontrados.

Material analisado: sobre Piptocwpha axil/aris (Less.)Baker, 18-VllI-1997, A.A. de Carvalho Jr. 97-169 (IB117939- II, III).

Comentarios: os teli6sporos desta especie tern dimens6esmaiores do que as normalmente vistas em Uredinales. Alemdisso, apesar de considerados decfduos, sao pedicelados,pois uma pequena parte do pedicelo e mantida aderida aohila da maioria dos teli6sporos.

Segundo Cummins (1978), esta especie possuiespermog6nios epffilos em pequenos grupos. I - ecioship6filos, poucos, em grupos, perfdio curto cilfndrico, ama­relados; esporos (28-)30-36(-41) x (24-)27-30(-33) /lm, ampla­mente elips6ides, glob6ides ou algumas vezes limoniformes;paredes com 2,0-2,5(-3,0) /lm de espessura, hialinas ou ama­relo-palidas, finamente verrugosas, com hastes parecidascom verrugas discretas fundindo-se em estrias.

Distribui<;:ao geografica: Brasil. Guatemala (Cummins, 1978).

Uromyces bidentis Lagerheim in Patouillard & Lagerheim,Bull. Soc. Mycol. Fr. 11: 213.1895.(Fig. 18)

Tipo: sobre Bidens andicola Humboldt, Bonpland & Kunth,Quito, Equador,junho (ano, coletor e cole<;:ao nao registrados).

Uromyces densus Arthur, Mycologia 7: 196. 1915.Tipo: sobre Bidens pi/osa Linnaeus, Ponce, Porto Rico, 08de novembro de 1913, Stevens 4266.

III - teliossoros hip6filos, em areas necr6ticas, canelas,acinzentados quando germinados, em grupos circulares,expostos, compactos, 0,2-5,0 mm diam.; parafises ausentes.Teli6sporos na maioria oblongo-elips6ides oualongadamente obov6ides, (29- )38(-43) /lm compr. e(11-) 16(-22) /lm larg., paredes com coloraC;;ao canela-pali­das, hial inas no umbo, Iisas, 1,0-1,3 /lm espess. lateral e4,0-10,5/lm espess. no umbo; pedicelos medindo ate cercade 65 /lm compr.0, I, II - espermog6nio, ecio e uredfnio nao existentes.

Material analisado: sobre Bidens pilosa L., 24-X-1997, A.A.de Carvalho Jr. 97-200 (IBIl7970 - III); 13-1-1998,98-021(IBIl8038 - III).

Comentarios: a hospedeira e muito comum em areas degra­dadas. 0 fungo e, provavelmente, segundo a Lei deTranzschel (Cummins & Hiratsuka, 1983), uma especie deri­vada de U. bidenticola, que possui II e III e difere destaapenas pOI' nao possuir uredini6sporos no cicio de vida.

Distribui<;:ao geografica: Brasil, Equador e Porto Rico. CostaRica, Estados Unidos, Mexico, Guatemala, e em outras areasda America do Sui (Cummins, 1978).

Agradecimentos

Os autores agradecem aFAPESP (Proc. 01/03403-1),ao CNPq (Proc. 522655/96 - 3RN) e ao MSc. Mflton GroppoJr. pelo auxflio na identificaC;;ao das especies hospedeiras.

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