UROPEDIATRIA PROF. FABRÍCIO TIBURCIO
-
Upload
graham-coleman -
Category
Documents
-
view
35 -
download
1
description
Transcript of UROPEDIATRIA PROF. FABRÍCIO TIBURCIO
UROPEDIATRIA
PROF. FABRÍCIO TIBURCIO
UROPEDIATRIA
INFECÇÃO URINÁRIA NA CRIANÇA VÁLVULA DE URETRA POSTERIOR ESTENOSE DE JUNÇÃO
URETEROPÉLVICA MEGAURETER NEFROBLASTOMA
INFECÇÃO URINÁRIA NA CRIANÇA
INTRODUÇÃO: Em incidência perde apenas para infecção das
vias respiratórias Em lactentes (até 2 anos) pode levar a
hipertensão arterial por lesão / perda da função renal
Deve ser sempre considerada como uma ITU complicada (investigar causa orgânica)
INFECÇÃO URINÁRIA NA CRIANÇA
INCIDÊNCIA E FISIOPATOLOGIA Até 1 ano de idade -> mais comum em meninos
(2,7%) Não circuncidados -> risco maior de 10X p/ ITU Idade escolar (7 anos) -> mais comum em
meninas (3%) Fatores de risco para ITU:
colonização prepucial / vaginal, fatores imunológicos intrínsecos, anomalias congênitas do TGU
RVU -> um dos fatores mais importantes / 30% das crianças em investigação durante primeiro episódio de ITU tem RVU
INFECÇÃO URINÁRIA NA CRIANÇA
Agentes: enterobactérias gram negativas E. coli -> 85% Virulência maior para bactérias E. coli Pilli tipo P
(manose resistente) -> menor ligação a glicoproteínas que contenham manose na superfície uroepitelial.
Fagocitose dificultada pelos leucócitos PMN -> infecção mais grave (pielonefrite)
INFECÇÃO URINÁRIA NA CRIANÇA
INFEÇÃO URINÁRIA NA CRIANÇA
INFECÇÃO URINÁRIA NA CRIANÇA
QUADRO CLÍNICO / DIAGNÓSTICO RN: com até 10 semanas e quadro febre ->
sempre incluir ITU como diagnóstico Lactentes (até 2 anos): irritabilidade, vômitos,
febre, toxemia, não aceitação de dieta oral, desidratação.
Crianças maiores: dor supra-púbica, em flanco, disúria, febre.
Adolescentes: disúria, etc. Diagnóstico: urocultura (saco coletor, jato
médio, punção supra-púbica, cateter).
INFECÇÃO URINÁRIA NA CRIANÇA
EXAMES DE IMAGEM: US de vias urinárias Uretrocistografia miccional (avaliar refluxo) DMSA (cicatrizes renais)
INFECÇÃO URINÁRIA NA CRIANÇA
TRATAMENTO: RN: ampicilina / aminoglicosídeo (cobrir tb
germes gram +) LACTENTES: nos casos graves internamento /
antibioticoterapia venosa (cef. de 3G) ESCOLARES: geralmente infecções não
complicadas – SXZ-TMP, amoxacilina / clav, cef de 3G, etc. 7 a 10 dias de tratamento.
Confirmar resposta ao tratamento com urocultura negativa.
INFEÇÃO URINÁRIA NA CRIANÇA
Casos graves hospitalização Em RN instituir tratamento o mais breve
possível (menor chance para lesão renal) Tempo médio de tratamento de 7 a 14 dias
(depender da gravidade) Em RN e lactentes manter profilaxia até
investigação da causa base da ITU
INFEÇÃO URINÁRIA NA CRIANÇA
VÁLVULA DE URETRA POSTERIOR
INTRODUÇÃO: Causa mais comum de obstrução uretral
congênita em crianças Sexo masculino 1:3000 a 1:8000 nascidos vivos Possibilidade de diagnóstico antenatal Associação com refluxo vesico-ureteral,
displasia renal, insuficiência renal, disfunções vesicais
US fetal e neonatal → incremento no número de diagnósticos
VÁLVULA DE URETRA POSTERIOR
FISIOPATOLOGIA Inserção anormal e a persistência mais distal
dos ductos de Wolff Formação de membranas delgadas de tec.
conjuntivo fibroso Obstrução do fluxo urinário anterógrado sem
dificuldades de instrumentação retrógrada VUP → esvaziamento da bexiga em alta pressão
→ hipertrofia detrusora / baixa complacência → refluxo vesico ureteral (50% dos casos)
Complicações renais → atrofia parenquimatosa, pielonefrites
VÁLVULA DE URETRA POSTERIOR
QUADRO CLÍNICO: 60 a 80% dos casos diagnóstico ante-natal US antenatal → Uretero-hidronefrose bilateral,
bexiga constantemente cheia e espessada. Oligo-hidrâmnio nos casos de IR severa → hipoplasia
pulmonar (síndrome do desconforto respiratório) Diagnóstico pós-natal → distensão abdominal
(retenção urinária), rins palpáveis (uretero-hidronefrose), uroascite
Febre, sinais de sepse, anemia, icterícia, perda de peso, desidratação, DHE, vômitos, diarréia, sinais de IRA.
VÁLVULA DE URETRA POSTERIOR
Crianças maiores → sinais de ITU, urgência miccional, gotejamento, perdas urinárias
DIAGNÓSTICO Ante-natal → ultrassonografia Pós-natal → uretrocistografia miccional
(diagnóstico da válvula, refluxo, divertículos)
VÁLVULA DE URETRA POSTERIOR
TRATAMENTO: Tratamento da hipoplasia pulmonar +
medidas de suporte ventilatório Drenagem vesical com cateter uretral Monitorização da função renal por 7 a 10
dias até a estabilização Tratamento da ITU (se houver) Vesicostomia → se sepse, DHE, IRA
VÁLVULA DE URETRA POSTERIOR
TRATAMENTO: Ablação / cauterização da válvula com uso
de alça de ressecção / laser Acesso pode ser anterógrado (vesicostomia)
ou retrógrado (uretral) Complicações → ablações incompletas /
estenose de colo vesical
ESTENOSE DE JUNÇÃO URETEROPÉLVICA INTRODUÇÃO:
Restrição do fluxo urinário da pelve em direção ao ureter
1:1500 nascimentos 2:1 → predomínio sexo masculino Bilateralidade em 40% dos casos Aumento na incidência no período neonatal
(maior disponibilidade de US)
ESTENOSE DE JUP
FISIOPATOLOGIA: FATORES INTRÍSECOS: segmento
aperistáltico de ureter, pólipos, pregas mucosas, estenose verdadeira
FATORES EXTRINSECOS: vaso renal polar inferior cruzando anteriormente a JUP
ESTENOSE DE JUP
QUADRO CLÍNICO: PERÍODO ANTENATAL / NEONATAL: palpação
de massa abdominal, oligodrâmnio, DHE, azotemia
CRIANÇAS MAIORES / ADOLESCENTES / ADULTOS: dor abdominal ou lombar intermitente (piora com ingestão hídrica), náuseas e vômitos, massa abdominal palpável, hematúria
ESTENOSE DE JUP
DIAGNÓSTICO: US Obstétrica Diâmetro ântero-posterior da pelve renal → >
5 mm (2 trimestre) ou > 7 mm (3 trimestre): patológico
Se > 20 mm → maior chance de necessidade de tratamento cirúrgico
US de vias urinárias (pós-natal) → exame padrão para avaliação da hidronefrose da infância (anatomia / parênquima renal / outras patologias)
ESTENOSE DE JUP
Renograma DTPA Realizável a partir de 4 semanas de vida Radiofármaco que avalia a taxa de filtração
glomerular e depuração através da via excretora
Cintilografia renal DMSA Avalia cicatrizes renais e estima função renal
Urografia por RNM Define anatomia, calcula função renal
diferencial, estima obstrução
ESTENOSE DE JUP
Urografia excretora Avaliação anatômica e excreção renal
(menos objetiva que o renograma) Pouco usado em neonatos (nefrotoxicidade /
reações alérgicas do contraste)
Uretrocistografia miccional Excluir refluxo vesicoureteral associado (14%
dos casos)
ESTENOSE DE JUP
TRATAMENTO Sempre realizar avaliação seriada da função
renal antes de indicar cirurgia Obstrução sintomática ITU febril recorrente Piora da função renal global (rim único /
doença bilateral) Piora da função unilateral: função renal
diminuída (<40%) ou perda de 10% de função do rim (DMSA)
ESTENOSE DE JUP
TRATAMENTO: Pieloplastia videolaparoscópica (padrão ouro
para adultos) Pieloplastia desmembrada aberta (Anderson-
Hynes) Endopielotomias (via endoscópica) → menor
taxa de sucesso em relação as demais
MEGAURETER
INTRODUÇÃO: Ureter anormalmente dilatado e tortuoso
associado a um fator obstrutivo ou mecânico ao fluxo de urina
Mais comum em meninos / bilateralidade 25% dos casos
CLASSIFICAÇÃO: OBSTRUTIVO PRIMÁRIO obstrução ureteral distal à dilatação /
diminuição do calibre relacionado a alterações congênitas do ureter
MEGAURETER
OBSTRUTIVO SECUNDÁRIO Patologias que elevam a pressão no interior da bexiga
(estenose de colo vesical / uretra, bexiga neurogênica, válvula de uretra posterior)
associado a anormalidade obstrutiva da bexiga ou uretra
REFLUXIVO Desarranjos na junção ureterovesical → refluxo de
urina
NÃO REFLUXIVO / NÃO OBSTRUTIVO Poliúria fisiológica do período neonatal / atraso na
maturação ureteral / atonia ureteral por toxina bacteriana (ITU)
MEGAURETER
DIAGNÓSTICO: US antenatal (23% dos casos de megaureter) Após o nascimento realizar uretrocistografia
e renograma DTPA
DIAGNÓSTICO PÓS-NATAL: ITU, dor abdominal, hematúria, litíase, massa
abdominal, uremia Ultra-som, uretrocistografia, renograma
DTPA, urografia excretora
MEGAURETER
TRATAMENTO: OBSTRUTIVO PRIMÁRIO Antibioticoprofilaxia, manejo conservador Postergar cirurgia para após 12 meses de
idade Se ITU recorrente/intratável, sepse →
ureterostomia cutânea distal (tratamento definitivo após)
REFLUXIVO Antibioticoprofilaxia, expectação, avaliação
seriada com US Melhora espontânea em 30 a 50% dos casos
MEGAURETER
NÃO OBSTRUTIVO / NÃO REFLUXIVO Profilaxia antibiótica, tb tendem a resolução
espontânea
OBSTRUTIVO-REFLUXIVO Tratamento cirúrgico (implantação anômala do ureter
→ lateral /ectópica) Cirurgia após 12 meses
OBSTRUTIVO SECUNDÁRIO Tratar causa de base (Ex: válvula de uretra posterior /
disfunção vesical)
MEGAURETER
TRATAMENTO:– Princípio cirúrgico → remoção do ureter distal
adinâmico, redução do calibre ureteral dilatado e reimplante (técnica anti-refluxo)
– Êxito do tratamento: 75 a 95% dos casos– Complicações → obstrução do ureter
reimplantado por edema, isquemia, estenose
NEFROBLASTOMA
INTRODUÇÃO– Ca renal → 5 a 10% dos tumores da infância– 95% são embrionários (nefrosblastoma – tumor
de Willms)– Maior incidência → Escandinávia, países
africanos, Brasil– 5 a 10% são bilaterais
NEFROBLASTOMA
DIAGNÓSTICO:– Geralmente assintomático– Criança tem EGBom– Massa palpável em flanco / loja renal
EXAMES COMPLEMENTARES– US de abdome– Dosagens de catecolaminas (excluir
neuroblastoma / tumor de adrenal– TAC abdome → extensão da doença, pesquisa
de trombos, comprometimento bilateral, função renal contralateral
NEFROBLASTOMA
– RX de tórax / TAC de tórax → metástase pulmonar
TRATAMENTO:– Nefrectomia com ressecção completa do tumor
por via abdominal– Se possível linfadenectomia (amostragem
ganglionar para estadiamento)– Doença bilateral → cirurgia com preservação
renal – nefrectomias parciais
NEUROBLASTOMA
TRATAMENTO:– Ressecção cirúrgica de metástases pulmonares– Pacientes em ESTADIO I de risco moderado e
alto ou ESTADIO II e III → protocolos para QT e RTx
PROGNÓSTICO:– Fatores prognósticos mais importantes: estadio
e histologia– Presença de anaplasia (histologia): fator de
mau prognóstico– Índice de cura global → 90% dos casos