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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
MÁRCIA BESSA LADEIRA
USO DA FUNÇÃO SIGMÓIDE PARA DESAGREGAÇÃO DO BLOCO DE TORMENTA OBTIDO DA CURVA IDF ESTUDO DE CASO: BACIA DE VAL-DE-CANS
BELÉM
2011
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
USO DA FUNÇÃO SIGMÓIDE PARA A DESAGREGAÇÃO DO BLOCO DE TORMENTA OBTIDO DA CURVA IDF ESTUDO DE CASO: BACIA DE VAL-DE-CANS AUTORA:
MÁRCIA BESSA LADEIRA
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA À BANCA EXAMINADORA APROVADA PELO COLEGIADO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL DO INS- TITUTO DE TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, COMO REQUISITO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL NA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS E SANE- AMENTO AMBIENTAL.
APROVADA EM: / /
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________________________________
Prof. Dr. ANDRÉ LUIZ DA SILVA SALGADO COELHO
Orientador
__________________________________________________________
Prof. Dr. MIGUEL AGOSTINHO DE LALOR IMBIRIBA
Membro Externo
__________________________________________________________
Prof. Dr. ALBERTO CARLOS DE MELO LIMA
Membro Externo
__________________________________________________________
Prof. Dr. NEYSON MARTINS MENDONÇA
Visto:
__________________________________________________________
Prof. CLAUDIO JOSÉ CAVALCANTE BLANCO, Ph.D.
Coordenador do PPGEC / ITEC / UFPA
MÁRCIA BESSA LADEIRA
USO DA FUNÇÃO SIGMÓIDE PARA DESAGREGAÇÃO DO BLOCO DE TORMENTA OBTIDO DA CURVA IDF ESTUDO DE CASO: BACIA DE VAL-DE-CANS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil, Instituto de Tecnologia, Universidade Federal do Pará. Área de concentração: Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental. Linha de pesquisa: Saneamento e Sistemas de Infra Estrutura Urbana. Orientador: Prof. Dr. André Luiz da Silva
Salgado Coelho.
BELÉM
2011
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, irmãs e sobrinha pelo amor, força e carinho enquanto eu mais precisei. Ao meu marido Frederico Maia pelo constante apoio e incentivo nos momentos ruins.
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
AGRADECIMENTOS
Este trabalho só foi possível devido primeiramente a Deus, por seu infinito amor e
misericórdia e sem ele nada seria possível.
Aos meus pais Tiago e Valda, minhas irmãs Cristiane, Katia e Wendy e ao meu
cunhado e sobrinho Kazuto e Izaque pelo apoio e dedicação incondicional nos
momentos bons e ruins da minha vida.
Ao meu esposo que tanto dedicou seu tempo para me dar palavras de força, incentivo e
coragem para continuar e finalizar este trabalho.
A minha querida amiga Helenice Menezes e ao Ricardo Pereira pela amizade e
incentivo ao longo desses anos.
Ao professor Dr. Miguel Agostinho de Lalor Imbiriba, que criou o método da função
sigmóide e confiou a mim sua pesquisa e desenvolvimento e ainda forneceu seu
material de aula.
Ao professor Alberto Carlos que desde a graduação foi um ícone de inspiração para
mim e sempre me auxiliou nos momentos que precisei.
À Elvira Catarina Valente Colino pela compreensão ao longo do desenvolvimento do
mestrado, sem sua colaboração nada teria sido possível.
Ao professor e orientador André Luiz da Silva Salgado Coelho.
À Universidade Federal do Pará.
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
SUMÁRIO
RESUMO _____________________________________________________________ IX
ABSTRACT ___________________________________________________________ X
LISTA DE FIGURAS ____________________________________________________ XI
LISTA DE TABELAS __________________________________________________ XIII
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ____________________________________________ 14
CAPÍTULO 2 - OBJETIVOS ______________________________________________ 16
2.1 OBJETIVO GERAL________________________________________________ 16
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ________________________________________ 16
CAPÍTULO 3 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________ 17
3.1 RECURSOS HÍDRICOS ___________________________________________ 17
3.2 CICLO HIDROLÓGICO ____________________________________________ 19
3.3 BACIA HIDROGRÁFICA ___________________________________________ 22
3.4 ESTUDO HIDROLÓGICO __________________________________________ 30
3.4.1 Tempo de concentração da bacia ___________________________________ 31
3.4.2 Determinação da chuva de projeto __________________________________ 33
3.4.3 Determinação da chuva excedente _________________________________ 43
3.5 MODELOS CHUVA X VAZÃO _______________________________________ 51
3.5.1 Método Racional _________________________________________________ 51
3.5.2 Método do Hidrograma unitário ____________________________________ 53
3.5.3 Método do SCS __________________________________________________ 56
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS __________________________________ 60
4.1 DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO _________________________________ 61
4.2 DESCRIÇÃO GERAL DO MÉTODO DA FUNÇÃO SIGMOIDAL ____________ 74
CAPÍTULO 5 - RESULTADOS E DISCUSSÕES ______________________________ 79
5.1 DESAGREGAÇÃO PELO MÉTODO DA FUNÇÃO SIGMOIDAL ____________ 79
5.2 DESAGREGAÇÃO PELO MÉTODO DOS BLOCOS ALTERNADOS_________ 89
5.3 APLICAÇÃO DOS MODELOS CHUVA X VAZÃO _______________________ 96
5.3.1 Método de SCS __________________________________________________ 96
5.2.2 Método Racional ________________________________________________ 123
5.3 COMPARAÇÃO DE RESULTADOS _________________________________ 126
5.3.1 Compração dos hietogramas das chuvas excedentes ________________ 127
5.3.2 Comparação dos hidrogramas de projeto __________________________ 132
5.3.3 Comparação das vazões de Pico __________________________________ 137
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES __________________________________________ 139
CAPÍTULO 7 – RECOMENDAÇÃO _______________________________________ 141
CAPÍTULO 8 – BIBLIOGRAFIA __________________________________________ 142
ix
RESUMO
A partir da observação de que as chuvas acumuladas têm formato de “S” e que os
modelos hidrológicos chuva x vazão requerem chuvas de entrada desagregadas,
buscou-se desenvolver neste trabalho uma metodologia cujo objetivo é desagregar os
blocos de chuvas obtidos a partir das curvas de Intensidade – Duração – Frequência
(IDF). Para isso, utilizou-se uma função matemática sigmoidal que possui o mesmo
formato gráfico das chuvas acumuladas e, desse modo, pode ser utilizada para
desagregá-las. Para validação do método proposto, as chuvas desagregadas pela
função sigmoidal foram comparadas com as chuvas desagregadas pelo método dos
blocos alternados. Essas chuvas foram aplicadas ao modelo hidrológico de Soil
Conservation Service – SCS, gerando hietogramas e hidrogramas de projeto e
paralelamente a esse modelo foi utilizado o método racional para gerar vazões de pico
para diversos períodos de retorno. Os hietogramas e hidrogramas obtidos pelos dois
métodos, função sigmoide e blocos alternados, foram comparados entre si através de
três metodologias: a análise gráfica visual, o Teste t e o fator de correlação. Na
primeira, observaram-se semelhanças entre eles: as alturas de chuvas acumuladas
para diferentes períodos de retorno; a geração do mesmo número de blocos de chuva;
o início da precipitação excedente que ocorreu no mesmo instante e os tempos de pico,
de base e de descida das vazões. Já com o Teste t, comprovou-se a relação entre os
métodos, pois para todos os tempos de retorno os valores de P(T<=t) bi-caudal ficaram
acima de α e os coeficientes de correlação dos hietogramas gerados pelos dois
métodos de desagregação de chuva ficaram bem próximos de 1. As vazões de pico
obtidas pelos dois métodos foram comparadas com o método racional, através da
visualização gráfica, obtendo valores aproximados para todos os tempos de retorno.
Essa análise comparativa entre os resultados permitiu efetuar uma avaliação do uso da
função sigmoidal para desagregar blocos de chuva. Portanto, diante desses resultados,
conclui-se que o método proposto para desagregar chuva de projeto foi bem sucedido.
PALAVRAS-CHAVE: Bacia hidrográfica, precipitação e vazão.
x
ABSTRACT
From the observation that accumulated rains has form of "S" and that the hydrological
models rain x flow require input rainfall disaggregated, we sought to develop this work a
methodology whose aim is to break down the blocks of rainfall obtained from the curves
Intensity - Duration - Frequency (IDF). For this, we used a mathematical function that
has the same sigmoidal shape graph of accumulated rainfall and thus can be used to
disaggregate them. To validate the proposed method, broken down by the rains sigmoid
function were compared with rainfall disaggregated by the method of alternating blocks.
These rains were applied to the hydrological model Soil Conservation Service - SCS,
generating hietogramas and hydrographs design and parallel to this model was used to
generate rational method peak flows for various return periods. The hietogramas and
hydrographs obtained by the two methods, sigmoid function blocks and alternate, were
compared by three methods: the visual analysis graphical, the test T and factor of
correlation. At first, there were similarities between them: the height of accumulated
rainfall for different periods of return, the generation of the same number of blocks of
rain, the start of the precipitation surplus that occurred simultaneously and the times of
peak; base and lowering of the flow. Already with the test T, proved the relationship
between methods, for all time to return the values of P (T<= t) two-tail were above α and
the coefficients of correlation of hietogramas obtained by the two methods
disaggregation of rainfall were very close to 1. The peak flow rates obtained by the two
methods were compared with the rational method, through visual graphic, obtaining
approximate values for all time of return. This comparative analysis of the results
allowed to make an assessment of the use of sigmoidal function to break up blocks of
rain. Therefore, with these results, we conclude that the proposed method to
disaggregate rainfall project was successful.
Keywords: River basin, runoff e water flow.
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Distribuição da água no mundo ..................................................................... 18
Figura 2 – Ciclo hidrológico. ........................................................................................... 19
Figura 3 – Divisão do IBGE ............................................................................................ 24
Figura 4 – Metodologia de Otto Pfastetter ...................................................................... 25
Figura 5 – Divisão de bacias nível 1 ............................................................................... 26
Figura 6 – Divisão de bacias do CNRH .......................................................................... 28
Figura 7– Divisão de bacias da ANA .............................................................................. 29
Figura 8 – Curvas IDF .................................................................................................... 34
Figura 9 – Bloco de chuva. ............................................................................................. 36
Figura 10 – Chuva de projeto desagregada. .................................................................. 37
Figura 11 – Método bloco de tormenta ........................................................................... 38
Figura 12 – Hietograma do método de Sifalda ............................................................... 39
Figura 13 – Hietograma método de Chicago ................................................................. 40
Figura 14 – Exemplo de hietograma do método Blocos Alternados ............................... 41
Figura 15 – Hietograma do método de Yen Chow ......................................................... 42
Figura 16 – Hidrograma do método racional .................................................................. 52
Figura 17 – 1º princípio do método HU .......................................................................... 54
Figura 18 – 2º princípio do método HU .......................................................................... 55
Figura 19 – 3º princípio do método HU .......................................................................... 56
Figura 20 – Hidrograma do método SCS ....................................................................... 57
Figura 21 – Fluxograma da metodologia de pesquisa. ................................................... 60
Figura 22 – Divisão das regiões hidrográficas do Pará .................................................. 61
Figura 23 – Bacia de estudo........................................................................................... 70
Figura 24 – Tipos de área de ocupação ......................................................................... 71
Figura 25 – Tipos de solo da área de estudo ................................................................. 72
Figura 26 – Bacia de Val-de-Cans com curvas de nível ................................................. 73
Figura 27 – Precipitação acumulada em forma de S. ..................................................... 75
Figura 28 – Curva sigmóide. .......................................................................................... 76
xii
Figura 29 – Comparação de intervalos da função. ......................................................... 78
Figura 30 – Chuvas acumuladas pelo método da função sigmóide. .............................. 83
Figura 31 – Hietogramas gerados pelo método da função sigmóide. ............................ 88
Figura 32 – Hietogramas gerados pelo método de blocos alternados. .......................... 95
Figura 33 – Chuva acumulada pelo método dos blocos alternados. .............................. 95
Figura 34 – Hidrogramas gerado pelo método da função sigmóide. ............................ 112
Figura 35 – Hidrogramas gerados pelo método dos blocos alternados. ...................... 123
Figura 36 – Hidrogramas gerados pelo Método racional. ............................................. 125
Figura 37 – Comparação dos hietogramas de chuva excedente (TR= 2 anos) ........... 127
Figura 38 – Comparação dos hietogramas de chuva excedente (TR= 5 anos). .......... 128
Figura 39 – Comparação dos hietogramas de chuva excedente (TR= 10 anos). ........ 128
Figura 40 – Comparação dos hietogramas de chuva excedente (TR= 20 anos). ........ 129
Figura 41 – Comparação dos hietogramas de chuva excedente (TR= 25 anos). ........ 129
Figura 42 – Comparação dos hietogramas de chuva excedente (TR= 50 anos). ........ 130
Figura 43 – Comparação das vazões geradas (TR = 2 anos) ...................................... 132
Figura 44 – Comparação das vazões geradas (TR = 5 anos) ...................................... 133
Figura 45 – Comparação das vazões geradas (TR = 10 anos) .................................... 133
Figura 46 – Comparação das vazões geradas (TR = 20 anos) .................................... 134
Figura 47 – Comparação das vazões geradas (TR = 25 anos). ................................... 134
Figura 48 – Comparação das vazões geradas (TR = 50 anos) .................................... 135
xiii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Divisão de bacias do CNRH ......................................................................... 27
Tabela 2 – Valores de r .................................................................................................. 40
Tabela 3 – Grupos de precipitação ................................................................................ 43
Tabela 4 – Valores de C da CETESB ............................................................................ 46
Tabela 5 – Valores de C de TUCCI ................................................................................ 47
Tabela 6 – Valores de CN para regiões urbanizadas ..................................................... 48
Tabela 7 – Condições diferentes para correção do CN .................................................. 50
Tabela 8 – Correção dos valores de CN da condição II ................................................. 50
Tabela 9 – Tipos de ocupação do solo da bacia de estudo ........................................... 63
Tabela 10 – Tipos de solo da bacia de estudo ............................................................... 64
Tabela 11 – Perfil d’água do Igarapé Val-de-Cans ......................................................... 66
Tabela 12 – Valores de intensidade para diferentes períodos de retorno ...................... 69
Tabela 13 – Comparação dos intervalos testados para usos da função sigmóide ......... 77
Tabela 14 – Transporte de coordenadas ....................................................................... 80
Tabela 15 – Curva da chuva, função sigmóide .............................................................. 81
Tabela 16 – Alturas de chuva incidente, função sigmóide ............................................. 82
Tabela 17 – Alturas de chuva acumulada, função sigmóide. ......................................... 83
Tabela 18 – Chuva excedente, função sigmóide (TR= 2 anos) ...................................... 84
Tabela 19 – Chuva excedente, função sigmóide (TR= 5 anos) ...................................... 84
Tabela 20 – Chuva excedente, função sigmóide (TR= 10 anos) .................................... 85
Tabela 21 – Chuva excedente, função sigmóide (TR= 20 anos) .................................... 86
Tabela 22 – Chuva excedente, função sigmóide (TR= 25 anos) .................................... 86
Tabela 23 – Chuva excedente, função sigmóide (TR= 50 anos) .................................... 87
Tabela 24 – Desagregação da chuva , blocos alternados (TR= 2 anos) ........................ 91
Tabela 25 – Desagregação da chuva, blocos alternados (TR= 5 anos) ......................... 91
Tabela 26 – Desagregação da chuva, blocos alternados (TR= 10 anos) ....................... 92
Tabela 27 – Desagregação da chuva, blocos alternados (TR= 20 anos) ....................... 93
Tabela 28 – Desagregação da chuva, blocos alternados (TR= 25 anos) ....................... 93
Tabela 29 – Desagregação da chuva,blocos alternados (TR= 50 anos) ........................ 94
xiv
Tabela 30 – Determinação do CN .................................................................................. 96
Tabela 31 – Elementos do hidrograma, função sigmóide (TR= 2 anos) ....................... 101
Tabela 32 – Elementos do hidrograma, função sigmóide (TR= 5 anos) ....................... 101
Tabela 33 – Elementos do hidrograma, função sigmóide (TR= 10 anos) ..................... 102
Tabela 34 – Elementos do hidrograma, função sigmóide (TR= 20 anos). .................... 102
Tabela 35 – Elementos do hidrograma, função sigmóide (TR= 25 anos) ..................... 103
Tabela 36 – Elementos do hidrograma, função sigmóide (TR= 50 anos) ..................... 104
Tabela 37 – Processo de convolução, função sigmóide (TR= 2 anos) ........................ 106
Tabela 38 – Processo de convolução, função sigmóide (TR= 5 anos) ........................ 107
Tabela 39 – Processo de convolução, função sigmóide (TR= 10 anos)....................... 108
Tabela 40 – Processo de convolução, função sigmóide (TR= 20 anos)....................... 109
Tabela 41 – Processo de convolução, função sigmóide (TR= 25 anos)....................... 110
Tabela 42 – Processo de convolução, função sigmóide (TR= 50 anos)....................... 111
Tabela 43 – Elementos do hidrograma, blocos alternados (TR= 2 anos) ..................... 113
Tabela 44 – Elementos do hidrograma, blocos alternados (TR= 5 anos) ..................... 113
Tabela 45 – Elementos do hidrograma, blocos alternados (TR= 10 anos) ................... 114
Tabela 46 – Elementos do hidrograma, blocos alternados (TR= 20 anos) ................... 114
Tabela 47 – Elementos do hidrograma, blocos alternados (TR= 25 anos) ................... 115
Tabela 48 – Elementos do hidrograma, blocos alternados (TR= 50 anos) ................... 115
Tabela 49 – Processo de convolução, blocos alternados (TR= 2 anos)....................... 117
Tabela 50 – Processo de convolução, blocos alternados (TR= 5 anos)....................... 118
Tabela 51 – Processo de convolução, blocos alternados (TR= 10 anos)..................... 119
Tabela 52 – Processo de convolução, blocos alternados (TR= 20 anos)..................... 120
Tabela 53 – Processo de convolução, blocos alternados (TR= 25 anos)..................... 121
Tabela 54 – Processo de convolução, blocos alternados (TR= 50 anos)..................... 122
Tabela 55 – Coeficiente run-off da bacia de Val-de-Cans ........................................... 124
Tabela 56 – Vazões de pico do método racional .......................................................... 125
Tabela 57 – Teste t : Altura de chuva excedente ......................................................... 131
Tabela 58 – Teste t: Vazões geradas ........................................................................... 136
Tabela 59 – Comparação das vazões de pico. ............................................................ 137
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
14
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
Os estudos hidrológicos têm grande importância na área da hidrologia, já que
ele busca o conhecimento da distribuição espacial e temporal da circulação da água no
planeta. Por essa razão, diversas metodologias vêm sendo desenvolvidas ao longo dos
anos nesta área. Pesquisadores buscam otimizar a complexidade dessa ciência, pois
embora o ciclo hidrológico seja constante em sua forma como a precipitação, a
evapotranspiração, a infiltração e o deflúvio direto, a sua variação na quantidade e
qualidade dessas parcelas de águas, torna o seu estudo indispensável.
Para tais estudos, a bacia hidrográfica é utilizada como objeto de pesquisa,
uma vez que por meio de suas variáveis características fisiográficas e disponibilidade
de dados hidrológicos da área, os modelos hidrológicos vão surgindo e se
aperfeiçoando de acordo com as necessidades. Alguns desses modelos são utilizados
na drenagem urbana, para estimar a vazão máxima a partir das precipitações intensas,
os chamados modelos chuva x vazão, que procuram quantificar a entrada de água no
sistema, a partir de dados de chuva e estimam a saída dessa água sob a forma de
vazão na seção exutória. Em alguns desses modelos como o de Soil Conservation
Service – SCS, a chuva de projeto que é obtida a partir das curvas de intensidade,
duração e freqüência não pode ser utilizada diretamente, pois as curvas geram bloco de
chuva retangular e esses tipos de modelos requerem chuvas discretizadas no tempo.
Diante disso, o presente trabalho propõe um método de desagregação de
chuvas de projetos e para o desenvolvimento da pesquisa, a dissertação foi dividida em
capítulos.
No Capítulo 2, é apresentado o objetivo geral do trabalho e os objetivos
específicos. Já no Capítulo 3, é apresentada uma revisão bibliográfica sobre assuntos
que procuram estabelecer o referencial de importância e os fundamentos da pesquisa
desenvolvida, destacando a mudança comportamental ao longo dos anos,
particularmente no Brasil, onde a partir da década de 70 iniciou o movimento ambiental.
Destaca-se, também, neste capítulo, a importância dos estudos hidrológicos nas bacias
brasileiras, e as metodologias existentes, como os modelos tipos chuva x vazão de
SCS.
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
15
O Capítulo 4 apresenta a metodologia empregada para a consecução do
objetivo proposto, com destaque para a caracterização da área de estudo e descrição
geral do método de desagregação de chuva pela função sigmóide. Também é
apresentado, em maiores detalhes, o modelo chuva x vazão de SCS utilizado no
trabalho.
O Capítulo 5 traz os resultados da aplicação da metodologia ao caso em
estudo, onde foram aplicados os métodos de desagregação de chuva da função
sigmóide e dos blocos alternados, com a utilização do modelo de SCS. Adicionalmente,
foram comparados os dados resultantes da desagregação e os hidrogramas de projeto
gerados pelos dois métodos.
Os Capítulos 6 e 7 encerram a dissertação apresentando as conclusões e
recomendações, com destaque especial para o potencial do emprego do método da
função sigmóide para desagregar outro tipo de chuva.
Já no Capitulo 8, apresenta-se as referências bibliográficas desta dissertação.
CAPÍTULO 2 – OBJETIVOS
16
CAPÍTULO 2 - OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Testar a validade da função sigmóide para desagregação de chuvas de projeto.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Calcular as intensidades de chuva em cada intervalo de tempo da duração
do evento;
• Determinar as alturas de chuva excedente;
• Calcular as vazões máximas do hidrograma;
• Calcular os tempos de pico, tempo de base e tempo de descida das vazões
máximas geradas;
• Realizar comparação entre os resultados encontrados pelos métodos de
desagregação de chuva da função sigmóide e blocos alternados.
• Realizar comparação entre os hidrogramas gerados pelos métodos de SCS
E método racional.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
17
CAPÍTULO 3 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 RECURSOS HÍDRICOS
Por séculos, a água foi considerada mundialmente como sendo um recurso
renovável, portanto, inesgotável. Entretanto, essa idéia vem cedendo lugar a uma difícil
e exata constatação: a de que a água apesar de ser um bem renovável, a partir do ciclo
hidrológico, pode chegar à exaustão em pouco tempo (LADEIRA e MENEZES, 2007).
Esse fato deve-se ao processo da inversa redução da disponibilidade qualitativa e
quantitativa da água, em razão das ações antrópicas, aliadas à ocupação desordenada
do solo e ao crescimento acelerado da população (BERLINCK, 2003). Essa inicial
mudança comportamental no mundo ocorreu na década de 70 após as conclusões e
deliberações de vários encontros mundiais, como a Conferência de Estocolmo (1972).
O Brasil incentivado por esse novo comportamento mundial iniciou seu
movimento ambiental também na década de 70. Entretanto, nesse período ainda
apresentava-se em estagio embrionário e só ganhou força na década de 80 a partir da
publicação da Lei nº 6.938, de agosto de 1981, conhecida como Política Nacional do
Meio Ambiente. Essa lei institui um novo conceito de proteção ao meio ambiente e tem
como um dos princípios a racionalização do uso da água. Completando esse novo
tratamento legal dado ao meio ambiente, a Constituição Federal de 1988 dedicou o
Capítulo VI à proteção ao meio ambiente. Nela foi estabelecida uma série de
obrigações às autoridades públicas, incluindo a preservação e recuperação dos
ecossistemas.
A partir daí, vários encontros e documentos foram desencadeados, a fim de
debater ações no sentido de um desenvolvimento socioeconômico de acordo com a
conservação dos ecossistemas terrestres, dentre eles, o Protocolo de Kyoto, a
Convenção sobre a Diversidade Biológica, a Agenda 21, etc.
O Capítulo 18 da Agenda 21, que trata especificamente dos recursos hídricos,
instrui que a água, um dos mais importantes recursos naturais, especificamente a água
doce, é indispensável ao desenvolvimento da agricultura, da produção de alimentos, da
geração de energia, do transporte, do desenvolvimento industrial e da saúde pública.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
18
Portanto, o uso racional desse recurso é fundamental para o surgimento e manutenção
da vida nas diversas formas conhecidas.
Contudo, a ocorrência dessa água doce é desproporcional. Bustos (2003)
revela que cerca de 97,3% dos recursos hídricos existentes no planeta estão presentes
nos oceanos, ou seja, constituem-se de águas salgadas, restando apenas 2,7% de
água doce no mundo. Essa notável estatística torna-se, ainda mais, intrigante com a
percentagem de água doce que se encontra em estado sólido, nas calotas polares e
geleiras, chegam a ser 77,2% de água em estado sólido. Portanto, quase que
inacessível ao seu aproveitamento, conforme demonstrado na Figura 1 (LADEIRA e
MENEZES, 2007).
77,2%
22,4%
3,5%0,04% 0,01%
Distribuição de água no mundo
Estado Sólido
Água Subterrânea
Lagos e Pântanos
Atmosfera
Rios
Figura 1 – Distribuição da água no mundo Fonte: Ladeira e Menezes (2007).
Embora essa distribuição hídrica seja irregular em termos de disponibilidade, o
Brasil pode ser considerado um país privilegiado, destacando-se no cenário mundial
pela grande descarga média de ordem de 177.900m3/s, considerando somente a
captação do território nacional, se for considerada toda a vazão da Amazônia
internacional, chega a uma descarga de 250.000 m3/s, o que corresponde
aproximadamente a 11% do total de água doce disponível no mundo (BUSTOS, 2003).
Contudo, esse quantitativo geral de água doce no Brasil adquiriu contornos
muito variáveis em tempo e espaço, uma vez que existem regiões riquíssimas em
disponibilidade, no caso da região Norte que detém 68,5% deles, enquanto que a região
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
19
Nordeste sofre pela escassez da água, já que possui apenas 3,3% desse recurso
(GARCIA, 1998 apud LADEIRA e MENEZES, 2007).
Diante desse contexto de que a água é um recurso natural limitado e dotado de
valor econômico, o Brasil que já vinha desde 1981 com um processo de normatização
sobre os temas ambientais, institui em 1997 a Política Nacional de Recursos Hídricos
(PNRH) através da Lei 9.433, que tem como um dos seus objetivos assegurar a
disponibilidade de água à atual e às futuras gerações.
3.2 CICLO HIDROLÓGICO
O ciclo hidrológico é a circulação da água entre a hidrosfera da Terra e a
atmosfera. Esse fenômeno, embora seja considerado um ciclo fechado pela maioria dos
autores, para Tucci (1993) se considerarmos uma área menor de drenagem, com
dinâmicas atmosféricas e superficiais terrestres diferentes, o ciclo passa a ser
considerado aberto a nível local. Essa idéia corrobora com a afirmação de Pinto (1973)
quando diz que o ciclo hidrológico é relativamente constante a nível mundial, mas
quando em uma área limitada, o ciclo sofre diversas variações.
O intercâmbio das águas é caracterizado basicamente por quatro etapas, como
demonstrada na Figura 2, são elas: precipitação, escoamento superficial,
evaporação/transpiração e Infiltração.
Figura 2 – Ciclo hidrológico. Fonte: Adaptado de TUCCI (1993).
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
20
• Precipitação: é toda água depositada na superfície terrestre, independente do
seu estado, podendo ser na forma sólida (granizo, neve) ou liquida (chuva, orvalho).
TUCCI (1995) classifica as precipitações como: convectivas – chuvas de grande
intensidade e curta duração; orográficas – as que ocorrem em regiões com
barreiras orográficas, são de pequena intensidade e longa duração; frontais ou
ciclônicas – chuvas de pequena intensidade e grande duração, podendo vir
acompanhadas de ventos fortes com circulação ciclônica. Nechet (1993) considera
a precipitação o elemento mais importante das condições atmosféricas, por isso é
um dos fenômenos mais estudado no campo da Hidrologia, da drenagem urbana e
de outras áreas. A chuva independente da intensidade ou da duração pode
provocar enchentes, principalmente nos centros urbanos, onde o crescimento
populacional aliado a falta de planejamento urbano contribui para esse problema
(MOTTA, 1997 apud JUSTINO, 2004). Esses fatores provocam o aumento das
áreas impermeáveis, dificultando à infiltração no solo da água precipitada, com isso
a parcela de escoamento superficial aumenta o que conseqüentemente eleva a
vazão das bacias urbanas. Essas inundações inclusive podem ocorrer somente em
certos locais, como nos pontos de estrangulamentos das seções de rios, ou até
mesmo por falha na drenagem urbana (TUCCI, 1995 apud JUSTINO, 2004);
• Infiltração: é um processo de penetração da água precipitada nas camadas do
solo, por meio dos seus vazios (poros ou fraturas), sob ação da gravidade, até
atingir uma camada suporte impermeável ou chamada de zona totalmente saturada,
formando então a água subterrânea (TUCCI, 1998). À medida que essa água é
infiltrada, o solo da superfície vai se umedecendo, sendo o deslocamento da água
no sentido vertical, da camada mais superior até a camada mais inferior (suporte),
levando este solo à tendência da saturação (DARONCO, 2008). A saturação do
solo ocorre primeiramente na camada superior, enquanto existir suporte de água e
posteriormente a umidade decresce com a profundidade. Quando o suporte cessa,
o processo de umidade se inverte, ou seja, as camadas inferiores vão ficando mais
úmidas e a umidade se redistribui (PAVÃO, 2004). Vieira de Sá (2001) destaca o
processo de infiltração da água no solo, em três etapas: fase de intercâmbio – a
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
21
água encontra-se próxima a camada superficial do terreno, a água pode retornar a
atmosfera por aspiração capilar, causada pela evaporação ou interceptação pelas
plantas, e em seguida sofre o processo de transpiração das mesmas; fase de
descida – ocorre o escoamento descendente (vertical) da água até a camada
suporte, sofrido pela ação da gravidade que supera a adesão e a capilaridade do
solo; fase de circulação – nesta fase há formação dos lençóis subterrâneos em
decorrência da saturação do solo, a água é circulada na camada impermeável
devido à declividade;
• A evapotranspiração: é um conjunto dos fenômenos físicos e fisiológicos que
promovem a retirada da água precipitada na superfície e transforma em vapor
atmosférico (BRAGA, 2000). Esse processo de evapotranspiração reúne duas
parcelas de perdas de água: evaporação e transpiração. A evaporação é a
passagem da água liquida para vapor, essa mudança de estado da água é
influenciada pelos fatores metereológicos, como a radiação solar e temperatura do
ar, associados aos fatores físicos (profundidade do lençol freático,
impermeabilidade da superfície e propriedades do solo). Já a transpiração, é
provocada pela ação fisiológica das plantas, onde através das raízes, retiram água
do solo para suas necessidades vitais e parte dessa água captada é devolvida à
atmosfera pela transpiração ocorrida na superfície das folhas, através dos seus
poros, essas plantas também sofrem influências de fatores externos como: umidade
relativa do ar, temperatura e radiação solar (PACHECHENIK e SOUZA, 2005). ,
Contudo, no estudo hidrológico de uma bacia hidrográfica o que se leva em
consideração é a evapotranspiração, pois nele é determinada apenas a fração da
água que é evaporada no ciclo hidrológico, independentemente da forma
(KOBIYAMA e VESTENA, 2006). Ainda segundo esses autores, a
evapotranspiração é dividida em dois tipos: evapotranspiração potencial – é a
quantidade de água transferida para atmosfera por evaporação e transpiração, na
unidade de tempo, de uma superfície extensa completamente coberta de vegetação
e suprida de água; evapotranspiração real – é a quantidade real de água transferida
para atmosfera em condições existentes da bacia.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
22
• Escoamento superficial: corresponde ao segmento do ciclo hidrológico que trata
da ocorrência e deslocamento da água na superfície da terra (TUCCI, 1998).
Segundo Silva (1998) quando a intensidade de precipitação excede a taxa de
infiltração, quando todas as depressões são preenchidas e a capacidade de
retenção da vegetação é alcançada, inicia-se o acumulo de água sobre o solo.
Quando esse acúmulo, na superfície do terreno, ultrapassa a sua capacidade,
começa a ocorrer o escoamento superficial. No início do escoamento forma-se uma
película laminar que recobre as depressões do terreno e à medida que a
precipitação prossegue, essa lâmina vai ficando mais espessa, até atingir um
estado de equilíbrio e assim passa a escoar um volume de água, esse chamado de
água livre tem um caminhamento preferencial pelas linhas de maior declive do
terreno e conflui para áreas mais baixas, ou ainda a água pode infiltrar novamente
se houver condições favoráveis. Esse processo de escoamento superficial tem
origem nas precipitações atmosférica e sofrem influência de fatores como tipo de
vegetação, condições topográficas e impermeabilização do solo (ROQUE e
SANSIGOLO, 2001). Esse escoamento conhecido tradicionalmente como deflúvio
direto, excesso de chuva ou chuva excedente, é um elemento importante nos
estudos hidrológicos, já que há uma relação direta entre a quantidade total escoada
pelas seções e a quantidade total de água precipitada na bacia contribuinte, medido
através do coeficiente de deflúvio ou run-off (JUSTINO, 2004).
3.3 BACIA HIDROGRÁFICA
A Política Nacional de Recursos Hídricos definiu a bacia hidrográfica como
unidade territorial para a operacionalização dessa política e para a efetiva atuação do
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
A bacia hidrográfica é uma unidade hidrológica importante, pois a partir de suas
características fisiográficas têm-se um melhor entendimento do comportamento
hidrológico de uma região, principalmente na ocorrência de eventos extremos
(RIGHETTO, 1998).
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
23
Na hidrologia, a bacia é considerada uma área delimitada topograficamente,
drenada por um curso d’água, ou sistemas interligados de cursos d’água, dispondo de
uma única saída, para a qual toda a vazão efluente é descarregada, chamada de
exutório (PACHECHENIK e SOUZA, 2005).
Existem bacias denominadas de grandes e pequenas, essas últimas quando
drenam para uma bacia maior ou quando são áreas de drenagens dos tributários do
curso d’água principal, são chamadas de sub-bacias (COSTA et al. 2007). O valor da
área que caracterizam essas bacias varia na ótica de diversos autores. Por exemplo,
Faustino (1996) considera as bacias pequenas como aquelas que possuem áreas entre
100 km2 a 700 km2, já para Rocha (1997) apud MARTINS et al.(2005) define este valor
sendo um pouco menor, entre 200 a 300 km2. Enquanto para Cecilio e Reis (2006)
apud Costa et al. (2007), bacias pequenas são aquelas que possuem área entre 0,1 a
200 km2, essa última definição também é defendida por Tucci (1993).
Do ponto de vista hidrológico, essa classificação de tamanho das bacias
hidrográficas não é vista somente com base em sua superfície total, mas nos efeitos de
fatores dominantes que elas sofrem, já que as pequenas bacias são mais sensíveis a
essas alterações, se comparadas às grandes bacias (IPEF, 2004).
Além dessa classificação, o Brasil, pela sua extensa malha hidrográfica,
comporta outros tipos de classificações ou divisões de bacias. Galvão e Menezes
(2005) citam pelo menos duas delas: a do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
– IBGE e a do Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH.
A divisão do IBGE baseia-se em critérios geográficos, como os interflúvios
principais a partir de curvas de nível. O método utiliza números romanos associados a
cores para identificarem os dez compartimentos maiores, já os números arábicos
associam-se às subdivisões internas. O IBGE classificou, portanto, as bacias
hidrográficas brasileiras, na escala 1:1.000.000, em dez bacias (rio Amazonas, rio
Tocantins, rio Paraíba, rio São Francisco, rio da Prata, costeira do Norte, nordeste
ocidental, nordeste oriental, costeira do sudeste e costeira do sul) e cinqüenta e sete
sub-bacias (IBGE, 2010), conforme mostrado na Figura 3.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
24
Figura 3 – Divisão do IBGE Fonte: IBGE (2010).
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
25
O CNRH adotou por meio da Resolução n° 30, de 11 de dezembro de 2002 a
metodologia de divisão proposta pelo Engenheiro Otto Pfafstetter em 1989. Esta
metodologia está diretamente relacionada com área de drenagem dos cursos d´água e
é um método natural, hierárquico, baseado na topografia e topologia da área drenada
(COELHO et al. 2010).
Neste método de divisão, o curso d’água principal, de uma bacia, é sempre o
que tem a maior área de contribuição à montante. A partir disso, codificam-se suas
bacias afluentes por área de contribuição, como exemplo mostrado na Figura 4.
Definidas as quatro bacias maiores que drenam diretamente para o mar, e recebem
códigos pares (de 2 a 8) que foram atribuídos de jusante à montante: a bacia mais à
jusante é a de código 2, a bacia mais à montante é a 8. Otto ainda atribui códigos para
as interbacias, essas recebem códigos ímpares, sendo a da foz (jusante) a nº. 1 a nº. 3
fica entre as bacias 2 e 4 e assim por diante, até a última interbacia à montante, que
recebe o número 9 (GALVÃO e MENEZES, 2005).
Figura 4 – Metodologia de Otto Pfastetter Fonte: Galvão e Menezes (2005).
Com base nessa metodologia, o continente sul-americano ficou dividido em 10
regiões hidrográficas, chamada de divisão de nível 1, conforme visto na Figura 5.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
26
Figura 5 – Divisão de bacias nível 1 Fonte: Resolução nº 30 – CNRH.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
27
Considerando somente o Brasil, têm-se três regiões hidrográficas na divisão do
nível 1 (3, 5 e 7) e três bacias hidrográficas (4, 6 e 8). Entretanto, uma nova subdivisão
foi realizada a fim de obter-se o nível 2 de bacias para o continente, no caso do Brasil
em cada bacia e região determinadas no nível 1 foram atribuídos os rios principais com
os códigos pares e as regiões restantes, definas também como regiões hidrográficas,
com os códigos ímpares. A codificação da subdivisão do nível 2 está apresentada na
Figura 6 e especificado na Tabela 1.
Tabela 1 – Divisão de bacias do CNRH
NÍVEL 1 NÍVEL 2
Código Denominação Código Denominação
3 Região Hidrográfica Costeira do Atlântico Norte 39 Região Hidrográfica 39
4 Bacia Hidrográfica do Amazonas
41 Região Hidrográfica 41 42 Rio Xingu 43 Região Hidrográfica 43 44 Rio Tapajós 45 Região Hidrográfica 45 46 Rio Madeira 47 Região Hidrográfica 47 48 Rio Negro 49 Região Hidrográfica 49
5 Região Hidrográfica do Marajó 5 Região Hidrográfica 5
6 Bacia Hidrográfica do Tocantins
61 Região Hidrográfica 61 62 Rio Itacaiúnas 63 Região Hidrográfica 63 64 Rio Tocantins 65 Região Hidrográfica 65 66 Rio Javavés 67 Região Hidrográfica 67 68 Rio das Mortes 69 Região Hidrográfica 69
7 Região hidrográfica Costeira do Atlântico Sul
71 Região Hidrográfica 71 72 Rio Parnaíba 73 Região Hidrográfica 73 74 Rio São Francisco 75 Região Hidrográfica 75 76 Rio Doce 78 Rio Uruguai
8 Bacia Hidrográfica do Paraná 84 Rio Paraná 87 Região Hidrográfica 87 89 Região Hidrográfica 89
Fonte: Adaptado de Resolução nº 32/CNRH (2003).
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
28
Figura 6 – Divisão de bacias do CNRH Fonte: Resolução nº 30/CNRH (2002).
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
29
Considerando esta metodologia de divisão o CNRH através da publicação da
Resolução nº 32, de 15 de outubro instituí a Divisão Hidrográfica Nacional, em 12
regiões hidrográficas, com a finalidade de orientar, fundamentar e implementar o Plano
Nacional de Recursos Hídricos. Esta Resolução considerou como região hidrográfica o
espaço territorial brasileiro compreendido por uma bacia, grupo de bacias ou sub-bacias
hidrográficas contíguas com características naturais, sociais e econômicas homogêneas
ou similares, com vistas a orientar o planejamento e gerenciamento dos recursos
hídricos. Essa divisão foi recepcionada pela Agência Nacional de Água – ANA,
conforme mostrado na Figura 7.
Figura 7– Divisão de bacias da ANA Fonte: FONASC (2007).
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
30
3.4 ESTUDO HIDROLÓGICO
O estudo hidrológico consiste na observação, na medição, no processamento e
previsão de dados hidrológicos de uma região e tem o objetivo de quantificar a variação
que ocorre no intercâmbio das águas nas fases do ciclo hidrológico. Essa variação é
influenciada diretamente por diversos fatores como a cobertura vegetal, altitude,
topografia, temperatura, tipo de solo e geologia da bacia (BISBO et al. 2010).
Esses estudos que procuram representar os fenômenos físicos de uma bacia
hidrográfica vêm evoluindo ao longo da historia da Hidrologia. Diversos pesquisadores
dedicaram-se ao desenvolvimento de pesquisas e modelos matemáticos para melhor
compreender a circulação da água no planeta (PACA, 2008).
O estudo hidrológico das bacias urbanas tem importância fundamental no
planejamento do desenvolvimento urbano, pois fornece informações estratégicas para
prever ou mitigar os problemas relacionados a eventos extremos como tormentas,
enchentes, erosão, etc (RENNÓ e SOARES, 2000).
Para o estudo dos sistemas de drenagem urbana existem diversos modelos
hidrológicos. Tucci (1998) classifica-os em conceituais e empíricos e Paca (2008) define
a diferença:
“a distinção entre modelos conceituais e empíricos, baseia-se no fato de se querer diferenciar modelos que utilizam equações que levam em consideração os processos físicos que ocorrem na natureza e modelos que fazem uso de equações empíricas que simulem esses mesmos processos”.
Esses dois tipos de modelos dividem-se ainda em modelos estocásticos ou
determinísticos. Os estocásticos são definidos por Silva (2002) como os que
consideram o conceito de probabilidade, produzidos a partir de variáveis aleatórias,
enquanto que o modelo determinístico não o considera (COLLODEl, 2009).
Outra classificação é apresentada por Paca (2008) como modelos do tipo
concentrado ou distribuído. Sendo os parâmetros de entrada a principal diferença entre
eles, pois no tipo concentrado os parâmetros variam em função do tempo enquanto que
no tipo distribuído além do tempo eles variam também em função do espaço.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
31
Entre esses tipos de modelos, os mais utilizados na drenagem urbana, são os
modelos matemáticos do tipo conceitual chuva x vazão, pois relacionam a precipitação
com as características hidráulicas e geomorfológicas da bacia hidrográfica
representativa da região - condições de impermeabilização, tempo de concentração e
intensidade de chuva (JUSTINO, 2004). Além desses parâmetros, outros são
necessários para aplicação desses modelos e serão descritos a seguir.
3.4.1 Tempo de concentração da bacia
O tempo de concentração (Tc) da bacia de estudo é o tempo necessário para
que toda a área da bacia contribua para o escoamento superficial na seção de
interesse, a partir do inicio da precipitação. Segundo Kobiyama e Vestena (2006) esse
conceito foi definido pela primeira vez por Mulvany em 1850. SegundoTucci (1998) o Tc
é o tempo necessário que leva uma gota de chuva incidente do ponto mais afastado na
bacia chegar a seção de saída. O Tc é influenciado pelas características fisiográficas da
bacia hidrográfica, como (DAMÈ et al. 2008):
• Forma;
• Tipo de cobertura vegetal;
• Comprimento e declividade do curso principal;
• Comprimento e declividade dos afluentes;
• Distância horizontal entre o ponto mais afastado da bacia e a sua saída;
• Coeficiente de rugosidade do canal de escoamento.
Para encontrar o valor de Tc, existem diversas equações empíricas, formuladas
para diferentes bacias (ANDRADE et al. 2009), a saber:
• Kirpich – a Equação 1 é indicada para pequenas bacias rurais com
declividade de 3 a 10 % e área até 0,5 km2.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
32
(Eq.1)
Em que,
Tc = tempo de concentração (h)
L = comprimento do talvegue (Km);
S = declividade do talvegue (m/m).
• GIandotti – a Equação 2 é indicada para grandes bacias de 300 a 500
km2
(Eq.2)
Em que,
Tc = tempo de concentração (h);
L = comprimento do talvegue (Km);
S = declividade do talvegue (m/m).
• Ven Te Chow – a Equação 3 é indicada para bacias com áreas até 24,28
km2.
(Eq.3)
Em que,
Tc = tempo de concentração (h);
L = comprimento do talvegue (Km);
S = declividade do talvegue (m/m).
• George Ribeiro – a Equação 4 foi desenvolvida no Brasil, portanto é
muito utilizada nos estudos das bacias brasileiras.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
33
(Eq.4)
Em que,
Tc = tempo de concentração (h);
L = comprimento do talvegue (km);
p = relação entre a área coberta de vegetação e a área total da bacia;
Im = declividade média do talvegue (m/m).
• Picking – a Equação 5 é indicada para pequenas bacias.
(Eq.5)
Em que,
Tc = tempo de concentração (h);
L = comprimento do talvegue (km);
S = declividade do talvegue (m/m).
A determinação correta do tempo de concentração de uma bacia hidrográfica
tem grande importância nos estudos hidrológicos de uma região, pois tanto para os
modelos chuva-vazão, quanto para os estudos de prevenção e/ou ocorrência de
enchentes, esse tempo é utilizado para caracterizar tanto o hidrograma, quanto o
comportamento da bacia (ESTEVES e MENDIONDO, 2003).
3.4.2 Determinação da chuva de projeto
A chuva de projeto ou intensidade de chuva pode ser obtida a partir dos
registros históricos (cronológicos) de alturas de precipitação versus duração. Os valores
obtidos das séries históricas de 10, 20, 30 anos ou mais são tabulados e processados
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
34
estatisticamente, resultando em curvas de Intensidade-duração-freqüência, conhecidas
como curvas-chaves ou simplesmente curvas IDF. Essa relação pode ser expressa de
forma gráfica como mostrado na Figura 8 ou por meio das equações de chuvas
intensas (BACK, 2006).
Figura 8 – Curvas IDF
Fonte: Canolhi (2009).
As equações de chuva intensas são utilizadas quando os dados observados
são restritos a períodos de observação inferior aos desejados em projeto, há, portanto,
a necessidade de realizar extrapolações. A dificuldade que se apresenta na obtenção
das equações de chuvas intensas está na baixa densidade de pluviógrafos bem como
no tamanho das séries desses dados (CANHOLI, 2009).
Existem equações que procuram relacionar o C com o período de retorno,
conforme a Equação 6 .
(Eq. 6)
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
35
Em que,
i = é a intensidade média (mm/min) da chuva
t –t0 = duração da chuva (min)
C e n = parâmetros da bacia (adimensional).
Os parâmetros “C” e “n” podem ser determinados a partir de dados de série
histórica, nesse caso os eventos extremos das diversas durações podem ser isolados
(CECÍLIO et al. 2009). Para isso, lançam-se em coordenadas longitudinais as séries de
intensidades médias máximas (i) em função do intervalo de duração (t), unindo-se por
uma família de curvas os valores com o mesmo período de retorno T (CANOLHI, 2009).
Nas curvas IDF verifica-se que para cada período de retorno “T” a intensidade
decresce quando o intervalo de duração “t” cresce. As curvas apresentam curvaturas
finitas com concavidade voltada para baixo. Marcando-se abscissas não as durações,
mas estas acrescidas de uma constante “t0” convenientemente escolhida conseguem-
se em geral transformar essas curvas em retas paralelas conforme a Equação 7
(CANHOLI, 2009).
(Eq. 7)
Por tentativas, verifica-se qual a constante “t0” que, adicionada à duração “t”,
permite a sua reformulação. Os parâmetros angular “n” e linear “C” podem ser
determinados pelo método dos mínimos quadrados. O coeficiente linear C da Equação
7 varia com o período de retorno. A partir dos valores desses parâmetros em
coordenadas logarítmicas, pode-se determinar os parâmetros “K” e “m” pelo método de
mínimos quadrados, conforme a Equação 8.
(Eq. 8)
Sendo determinados os parâmetros “t0”, “n”, “K” e “m”, pode-se escrever a
equação que representa a relação IDF, entretanto, essa equação resultante só e valida
para a região em que foram obtidos os dados.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
36
Algumas dessas equações IDF foram determinadas para algumas cidades
brasileiras, no caso de Belém do Pará, a Equação 9 está relacionada à fixação do
período de retorno (Tr) e à duração da chuva intensa.
(Eq. 9)
Em que,
i = intensidade da chuva (mm/h);
Tr = tempo de retorno (anos);
t = duração da chuva (minutos).
O conhecimento da equação de chuvas intensas possibilita a aplicação dos
modelos matemáticos de chuva x vazão, em locais que não dispõe de dados
hidrológicos ou são insuficiente para aplicação dos modelos. Contudo, para aplicação
destes modelos a chuva de projeto obtida a partir dessas equações precisam ser
desagregadas, pois as equações geram blocos retangulares de chuva conforme mostra
a Figura 9.
Figura 9 – Bloco de chuva.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
37
Em que,
h = altura de chuva (mm);
t = duração da chuva (min);
i = intensidade da chuva (mm/min).
A desagregação ou também chamada de distribuição temporal permite
conhecer em cada instante da chuva sua altura correspondente, gerando assim não
mais um bloco retangular de chuva, mas um hietograma conforme exemplo da Figura
10.
Figura 10 – Chuva de projeto desagregada.
De acordo com Canholi (2009) existem diversos métodos que são utilizados
para a desagregação de chuva, alguns deles são: blocos de tormenta, Sifalda, Chicago,
blocos alternados, Yen e Chow, Hulf, etc.
• Bloco de tormenta
O bloco de tormenta considera um bloco de chuva com intensidade constante
durante todo o evento, ele é obtido a partir da curva IDF, conforme a Figura 11. Para
Canholi (2009) esse método é o mais simples de desagregação de chuva de projeto,
contudo, considerar uma única intensidade de chuva durante todo um evento não
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
38
representa adequadamente a freqüência de ocorrência do volume dos deflúvios. Ele
originou do método racional, que considera a média de intensidade de uma chuva para
o cálculo da vazão máxima, conforme será descrito mais adiante.
Figura 11 – Método bloco de tormenta Fonte: Canholi 1995 apud Flores, 2004.
• Método de Sifalda
Esse método é uma modificação do método bloco de tormenta, apresentado em
1973 por Sifalda. A alteração consiste na inclusão de um padrão de hietograma
trapezoidal antes e depois do bloco relativo ao período de chuva mais intenso,
conforme Figura 12. Arnell (1983) apud Canholi (2009) comparou estatísticas de volume
x duração e concluiu que o método de Sifalda superestimava os volumes de
escoamento.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
39
Figura 12 – Hietograma do método de Sifalda Fonte: Adaptado de Canholi (2009).
• Método de Chicago
Esse método foi descrito em 1957 por Keifer e Chu e consiste em determinar os
padrões de chuva de projeto baseando-se na curvas IDF. Ele foi desenvolvido,
inicialmente, para a cidade de Chicaco e segundo Quadros (2008) ele é utilizado para
pequenas áreas de drenagem com duração de ate 3 horas. A distribuição temporal por
este método considera o volume de precipitação da chuva intensa, a precipitação
antecedente e a localização do pico de intensidade máxima precipitação. O hietograma
gerado representa uma precipitação completamente adiantada, para resolver esse
problema foi desenvolvido um coeficiente r, para a localização do pico de chuva. Esse
coeficiente pode ser estimado por duas formas: verificação da posição do pico em
eventos de chuva históricos críticos ou na determinação da precipitação antecedente ao
pico. Alguns valores de r foram definidos para diversos locais estão apresentados na
Tabela 2 (TUCCI, 1993).
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
40
Tabela 2 – Valores de r
LOCAL r
Chicago 0,37
Winnipeg 0,31
São Paulo 0,36
Porto Alegre 0,44
Fonte: Adaptado de Tucci (1993).
O hietograma gerado por esse método (Figura 13), para qualquer duração de
chuva, contém todas as chuvas criticas de menores durações, para a mesma
ocorrência, pois ele busca reproduzir padrões de chuva observados (CANHOLI, 2009).
Figura 13 – Hietograma método de Chicago
Fonte: Adaptado de Quadros (2008).
• Método dos blocos alternados
O método consiste na construção de uma chuva de projeto sintética. Essa
chuva recebe esse nome, pois é construída a partir do somatório hipotético e não real
dos volumes de precipitação, obtidos com base nas curvas IDF. Segundo Costa e Filho
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
41
0,0
0,5
1,0
1 2 3 4 5 6 7 8
Precipitação (mm)
Tempo (min.)
HIETOGRAMA -BLOCOS ALTERNADOS
(2007), esse método consiste basicamente em três fases: dividir o tempo de
concentração em intervalos de tempo iguais; determinar para cada intervalo os
incrementos de chuva (ou blocos de chuva) correspondente; rearranjar esses blocos.
Para o rearranjo dos blocos a parcela mais intensa da precipitação deve ser colocada
entre 1/3 e 1/2 da duração da chuva, este instante será o tempo de pico da chuva, os
outros incrementos devem ser colocados alternadamente á direita e à esquerda do
tempo de pico, até o último bloco, conforme exemplo mostrado na Figura 14 (CANHOLI,
2009).
Figura 14 – Exemplo de hietograma do método Blocos Alternados Fonte: Adaptado de Filho et al. (2010).
• Método de Yen e Chow
O método de Yen e Chow proposto em 1983, chamado de hietograma
triangular, é apontado por Bemfica et al. (2000), como um método simples e fácil de
utilização, pois consiste na construção de um hietograma triangular (Figura 15), onde a
intensidade de pico (altura do triângulo) é definida a partir da Equação 10 e o instante
de ocorrência do pico é definido como 0,375 do tempo de duração da chuva.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
42
P H
td
Figura 15 – Hietograma do método de Yen Chow
Fonte: Canholi (2009).
(Eq.10)
Em que,
H = altura do triangulo (mm/min);
P = precipitação total;
td = tempo de duração da precipitação (min).
• Método de Hulf
Hulf propôs esse método em 1967, com base em onze anos de registro
histórico de chuva, o que proporcionou a análise de 261 tempestades com duração de 3
a 48 horas ocorrida nos EUA. Esse método consiste na obtenção da distribuição
temporal das chuvas intensas a partir da relação dos percentis total da precipitação com
os percentis da duração total. Os registros históricos de chuvas foram agrupadas, de
acordo com as suas intensidades máximas, em quatro grupos (1º ao 4º), cada um
considerando a distribuição do total precipitado em cada 25% de sua duração total
(NAGHETTINI e PINHEIRO,1998).
Para cada um desses grupos foram desenvolvidos os padrões médios de
distribuição temporal, ou seja, pertencerá ao determinado grupo, toda chuva em que o
Pre
cipi
taçã
o
0,375 td
Tempo
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
43
maior valor precipitado ocorreu no seu intervalo de porcentagem definido de sua
duração total, conforme a Tabela 3 (DEVILLA et al. 1996).
Tabela 3 – Grupos de precipitação
GRUPO MAIOR PORCENTAGEM DA PRECIPITAÇÃO TOTAL (%)
1 0 a 25
2 25 a 50
3 50 a 75
4 75 a 100
Fonte: Devilla et al. (1996).
3.4.3 Determinação da chuva excedente
A chuva excedente ou chuva efetiva é definida por Canholli (2009) como sendo
a parcela de chuva que escoará superficialmente pela bacia, ou seja, é a parcela que
contribui diretamente para o escoamento superficial. Para a determinação dessa
parcela destacam-se quatro métodos: razão de infiltração variável e específica do local,
razão constante de infiltração, balanço de massa e número de curva.
• Razão de infiltração variável e específica do local
Este método, desenvolvido pelo cientista americano Robert Elmer Horton em
1940, foi proposto originalmente para descrever a infiltração no solo quando o
suprimento de água à superfície não é limitado (COSTA et al. 2007).
A infiltração é geralmente maior no início e diminui ao longo da precipitação, até
atingir um valor constante. Em razão disso foi estabelecida a Equação 11, que somente
pode ser aplicada quando o potencial da vazão de infiltração for maior ou igual à
precipitação.
(Eq. 11)
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
44
Em que,
f(t) = infiltração em função do tempo;
fc = infiltração final ou constante (cm/h);
f0 = infiltração inicial (cm/h);
k = constante de decaimento da infiltração (h -1);
t = tempo.
Esses parâmetros são dependentes de diversos fatores que controlam o
processo de infiltração e, combinados, podem afetar significamente o valor da razão de
infiltração. Portanto, Canholi (2009) aponta a preocupação com aplicação desse
método, quando recomenda que:
“locação de valores típicos para esses parâmetros deve ser realizada
com cautela, pois sua faixa de variação é bastante ampla (MCCEN,
1989 apud CANHOLI, 2009).
Outro ponto de entrave na aplicação da equação de Horton, é que esse modelo
por não se basear em nenhuma teoria física, mas somente em teoria experimental, é
relativamente inadequada para representar um decréscimo muito rápido da taxa de
infiltração, entretanto para um tempo longo, ela representa melhor a infiltração (PHILIP,
1957, apud ANDRADE et al. 2004).
• Razão constante de infiltração
O método da razão constante de infiltração, conhecido também por método do
índice, é descrito por Maia e Versiani (2005), onde eles consideram que para uma dada
chuva sobre uma bacia, a capacidade de infiltração permanece constante durante toda
a chuva. Portanto, o índice Φ é igual a uma infiltração constante durante a ocorrência
do evento de chuva, este valor é subtraído de cada precipitação total, de maneira a se
obter a precipitação efetiva. A soma das chuvas efetivas deve ser igual ao escoamento
superficial total e Φ é calculado pela Equação 12.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
45
(Eq.12)
Em que,
φ = índice (mm/h);
R = volume excedente (mm);
P = volume precipitado (mm);
D = duração da chuva (h).
• Balanço de massas
Esse método foi proposto por Emil Kuichling em 1889, onde mostrou que a
relação entre a vazão de precipitação e a vazão excedente (deflúvio) é igual à área
impermeabilizada da bacia quando toda a área está contribuindo, através da Equação
13 (BERVIS, 2004).
(Eq. 13)
Em que,
Q = vazão de pico (m3/s);
i = intensidade de precipitação (mm/h);
A = área total da bacia (Km2);
C = coeficiente de deflúvio (adimensional).
Segundo Canholi (2009) a relação Q/I foi chamada de valor racional, daí a
denominação da Equação Racional.
No método balanço de massa a vazão excedente resulta também das áreas
permeáveis, quando a intensidade da precipitação excede a capacidade de infiltração.
Enquanto que nas bacias que são totalmente impermeabilizadas, o volume precipitado
é igual ao volume do deflúvio (RODRIGUES, 2008).
O coeficiente de deflúvio “C” ou escoamento superficial depende de fatores
como tipo de solo e quantidade de áreas impermeáveis da bacia (SAMPAIO et al.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
46
2009). Para a determinação desse coeficiente pode ser utilizado a Equação 14, com
base na taxa de impermeabilização da bacia associada à duração da chuva
(Eq. 14)
Em que,
p = percentagem impermeabilizada da área;
t = duração da chuva (min).
Este método de cálculo, bem como outros, estão disponíveis em diversas
literaturas, no entanto, a forma mais usual e mais simplificada para determinação desse
coeficiente C é a consulta em tabelas com esses coeficientes já pré-estabelecidos,
conforme mostrados nas Tabelas 4 e 5.
Tabela 4 – Valores de C da CETESB
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
VALORES DE C
ÁREA COMERCIAL Central 0,70 a 0,90
Bairros 0,50 a 0,70
ÁREA RESIDENCIAL
Residências isoladas 0,35 a 0,50
Unidades múltiplas separadas 0,40 a 0,60
Unidades múltiplas conjugadas 0,60 a 0,75
Lotes > 2000 m2 0,30 a 0,45
ÁREA COM PRÉDIO DE APARTAMENTOS
0,50 a 0,70
ÁREA INDUSTRIAL Indústrias leves 0,50 a 0,80
Indústrias pesada 0,60 a 0,90
Parques e cemitérios 0,10 a 0,25
Playgrounds 0,20 a 0,35
Pátios ferroviários 0,20 a 0,40
Áreas sem melhoramentos 0,10 a 0,30
Fonte: CETESB (1986).
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
47
Tabela 5 – Valores de C de TUCCI
ZONAS C
Edificação muito densa: Partes centrais, densamente construídas de uma cidade com ruas e calçadas pavimentadas.
0,70 - 0,95
Edificação não muito densa: partes adjacentes ao centro, de menos densidade de habitações, mas com ruas e calçadas pavimentadas.
0,60 - 0,70
Edificações com poucas superfícies livres: partes residenciais com construções cerradas e ruas pavimentadas.
0,50 - 0,60
Edificações com muitas superfícies livres: partes residenciais com ruas macadamizadas ou pavimentadas.
0,25 - 0, 50
Subúrbios com alguma edificação: parte de arrebaldes e subúrbios com pequena densidade de construção.
0,10 - 0,25
Matas, parques e campos de esporte: partes rurais, áreas verdes, superfícies arborizada.
0,05 - 0,20
Fonte: Adaptado de Tucci (2001).
• Número de Curva (CN – SCS)
O método de Curva-Número (CN) ou número de curva foi proposto em 1985
pelo Serviço de Conservação dos Solos dos Estados Unidos (Soil Conservation Service
- SCS), desenvolvido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Ele
consiste na separação do volume de escoamento superficial, que é a parcela de chuva
efetiva a ser utilizada para a determinação do hidrograma de escoamento direto
(BRAGA, 2000). O algoritmo embutido para a propagação do escoamento superficial é
o hidrograma triangular (BUCHARLES e SILVA, 2007).
Esse método utiliza uma relação empírica (Equação 15) entre a capacidade de
armazenamento da bacia e um índice de número de curva (CN).
(Eq. 15)
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
48
Em que,
S = armazenamento máximo (mm);
CN = número de curva.
A estimativa desse CN é feita através da observação dos valores da Tabela 6.
O valor de CN está compreendido entre 0 e 100, sendo zero correspondente a uma
bacia de condutividade hidráulica infinita e cem a uma bacia totalmente impermeável.
Tabela 6 – Valores de CN para regiões urbanizadas
UTILIZAÇÃO OU COBERTURA DO SOLO A B C D
Pastagens ou terrenos em más condições 68 79 86 89
Baldios em boas condições 39 61 74 80
Prado em boas condições 30 61 74 80
Bosques ou zonas com cobertura ruim 45 66 77 83
Florestais: cobertura boa 25 55 70 77
Espaços abertos, relvados, parques, campos de golf, cemitérios, boas condições.
Com relva em mais de 75% da área 39 61 74 80
Com relva em 50% a 75% da área 49 69 79 84
Zonas comerciais e de escritório 59 92 94 95
Zonas industriais 81 88 91 93
Zonas residenciais Lotes de (m2) % média impermeável
< 500 65 1.000 38 1.300 30 2.000 25 4.000 20
77 61 57 54 51
85 75 72 70 68
90 83 81 80 79
92 87 86 85 84
Parques de estacionamentos, telhados variados, viadutos 98 98 98 98
Arruamento e estradas
Asfaltadas e com drenagem de águas pluviais
98 98 98 98
Paralelepípedos 76 85 89 91
Terras 72 82 87 89
Fonte: Tucci e Marques, 2001 apud Bucharles e Silva S.d 2010.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
49
Estes valores estão apresentados em função do uso, da ocupação e do tipo de
solo existente na área de estudo. Os grupos de solo são classificados de acordo com
suas propriedades hidrológicas independentemente da cobertura e da declividade da
bacia. O método classifica esses solos, em quatro grandes grupos, sendo a cada um
deles atribuído uma letra A, B, C ou D (TUCCI e MARQUES, 2001 apud BUCHARLES e
SILVA, S.d 2010):
• Grupo A - solos arenosos, com baixo teor de argila total (inferior a 8%), sem
rochas, sem camada argilosa e nem mesmo densificada até a profundidade de
1,5m. O teor de húmus é muito baixo, não atingindo 1%;
• Grupo B - solos arenosos menos profundos que os do Grupo A e com menor
teor de argila total, porém inferior a 15%. No caso de terras roxas este limite pode
subir a 20% graças a maior porosidade. Os dois teores de húmus podem subir,
respectivamente, a 1,2% e 1,5%. Não pode haver pedras e nem camadas
argilosas até 1,5m, mas é quase sempre presente uma camada mais densificada
que a camada superficial;
• Grupo C - solos barrentos, com teor de argila de 20 a 30%, mas sem camadas
argilosas impermeáveis ou contendo pedras até a profundidade de 1,2m. No caso
de terras roxas, estes dois limites máximos podem ser de 40% e 1,5m. Nota-se, a
cerca de 60cm de profundidade, camada mais densificada que no Grupo B, mas
ainda longe das condições de impermeabilidade;
• Grupo D - solos argilosos (30 a 40% de argila total) e com camada densificada
a uns 50 cm de profundidade ou solos arenosos como B, mas com camada
argilosa quase impermeável ou horizonte de seixos rolados.
Os valores de CN são determinados para situações constantes para a maioria
dos casos, entretanto, quando existem situações diferentes das pré-estabelecidas no
método, é necessária a correção do seu valor, para isso TUCCI (1993) apresenta na
Tabela 7 essas possíveis diferenças, baseadas na capacidade de escoamento
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
50
superficial e infiltração. Diante disso, na Tabela 8 estão apresentados os valores CN já
corrigidos.
Tabela 7 – Condições diferentes para correção do CN
CONDIÇÃO DESCRIÇÃO
I Solos secos: chuvas nos últimos 5 dias não ultrapassaram 15 mm.
II Situação média na época de cheias: chuvas nos últimos 5 dias totalizam entre 15 mm
e 40 mm.
III Solo úmido (próximo da saturação): chuvas dos últimos 5 dias superiores a 40 mm e
condições metereológicas desfavorável a altas taxas de evaporação.
Fonte: Tucci e Marques, 2001 apud Bucharles e Silva S.d 2010.
Tabela 8 – Correção dos valores de CN da condição II
VALORES MÉDIOS
VALORES CORRIGIDOS C I
VALORES CORRIGIDOS C III
100 100 100
95 87 98
90 78 96
85 70 94
80 63 91
75 57 88
70 51 85
65 45 82
60 40 78
55 35 74
50 31 70
45 26 65
40 22 60
35 18 55
30 15 50
25 12 43
20 9 37
15 6 30
10 4 22
5 2 13
Fonte: TUCCI (1993).
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
51
3.5 MODELOS CHUVA X VAZÃO
Os modelos conceituais do tipo chuva-vazão permitem que a ausência do
conhecimento acerca do comportamento físico de uma bacia hidrográfica não seja
impedimento para realização do seu estudo hidrológico.
Esses modelos atuam com base no conceito de balanço hídrico, onde uma
variável de entrada de água na bacia, a precipitação, é transformada numa variável de
saída, a vazão (Bravo et al. 2007). Essa forma simplificada das componentes do ciclo
hidrológico é descrita através de equações matemáticas, aplicadas a esses tipos de
modelos hidrológicos. Eles necessitam que alguns parâmetros sejam calibrados com
base nas informações hidrológicas existentes na bacia (TUCCI, 1998).
Diversos modelos de transformação chuva x vazão podem ser utilizados para
determinar o hidrograma afluente da bacia ou também chamados hidrogramas de
projeto. Entre eles os mais usuais são: método racional, hidrograma unitário e
hidrograma sintético de Soil Conservation Service (FRANCO, 2004).
3.5.1 Método Racional
O método racional possui este nome, pois é derivado da equação racional,
descrita no item 3.4.3. Entre diversos procedimentos para estimar a vazão máxima de
uma bacia, com base na precipitação, o método racional de acordo com Silva (1998) é
um dos mais simples, pois parâmetros como intensidade pluviométrica e tipologia de
solo e área da bacia estudada, utilizados para aplicação do método, são de fácil
conhecimento (BRAGA, 2000). Contudo, o tamanho da área da galeria ou da bacia
estudada é um fator limitante para o uso deste método. TUCCI (1993) recomenda
utilizá-lo somente para bacias de até 2km2, embora existam outros autores que utilizam
o método para bacias maiores, como Wilken (1972) que recomenda área de até 5 km2.
Já Silveira (2000) cita alguns casos, onde o método racional foi aplicado em bacias com
área de várias centenas de hectares. Portanto, devido à diversidade de opiniões, a
limitação deste método pode ser facilmente discutível.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
52
Qmáx.
Tempo
No método racional, o cálculo para determinar a vazão de pico ou vazão
máxima, é dado pela mesma Equação 13 do balanço de massa.
(Eq. 13)
Em que,
C = O coeficiente de escoamento superficial pode ser estimado através de uma
das Tabelas 4 e 5 do balanço de massa;
i = Intensidade pluviométrica, obtida das curvas IDF, apresentada no item 3.4.2 ou
pelas equações de chuvas existente na região de estudo.
O hidrograma gerado pelo método racional tem forma de um triângulo isóscele,
conforme a Figura 16.
tb = 2Tc
Figura 16 – Hidrograma do método racional Fonte: Canholi (2009).
Observa-se que o tempo de base (tb) é igual ao dobro do tempo de
concentração (Tc) e o tempo de duração da precipitação (td) neste método é
considerado o mesmo tempo de concentração, ou seja, Tc = td (CANHOLI, 2009).
Vaz
ão
Tc
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
53
3.5.2 Método do Hidrograma unitário
Um dos fatos marcantes na área da hidrologia foi proposto pelo hidrólogo Leroy
S. Sherman em 1932, com a elaboração do hidrograma unitário ou hidrograma de
escoamento superficial direto, onde a área do hidrograma gerado corresponde a um
volume unitário de escoamento superficial direto, resultante de uma chuva efetiva com
intensidade e duração unitárias (TORRES e MUÑOS, 2005).
Esse método tornou-se largamente aceito como uma notável ferramenta para a
hidrologia e é utilizado até os dias atuais. O sucesso do método encontra-se nas
suposições simples de que a bacia hidrográfica comporta-se como um sistema linear e
invariável no tempo, permitindo assim, a avaliação de uma resposta.
Esse modelo é considerado de entrada e saída, pois consiste apenas na
identificação da relação entre a precipitação e a vazão, sem descrever os seus
mecanismos (TUCCI, 1998 apud Silva, 2002) e Gontijo (2007) comenta que:
“Conhecido o hidrograma unitário de uma bacia, pode-se calcular as ordenadas do escoamento superficial correspondente a qualquer chuva, de intensidade uniforme e distribuída em intervalos de tempo iguais à duração da chuva unitária, que gerou o hidrograma unitário”.
A obtenção do hidrograma unitário – HU é baseada em três princípios (FILHO
et al. 1999), estes princípios podem ser aplicados tanto para áreas que possuem dados
históricos de precipitação, quanto para aquelas bacias que não dispõe desses dados.
• Principio da Constância do Tempo de Base – esse princípio considera que, para
as chuvas de intensidade constante e de mesma duração, os tempos de
escoamento superficial diretos são iguais, ou seja, possuem o mesmo tempo de
base, conforme observa-se na Figura 17.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
54
Figura 17 – 1º princípio do método HU Fonte: Adaptado de Filho et al. 1999.
Em que,
i = intensidade de chuva;
tb = tempo de base;
Q1 e Q2 = vazões de pico.
• Principio da Proporcionalidade das Descargas – esse princípio, também
conhecido como principio da afinidade, determina que as chuvas efetivas de
mesma duração, mas com volumes de escoamento diferentes, resultam em
hidrogramas cujos volumes escoados são proporcionais as ordenadas e às
chuvas excedentes, conforme Figura 18.
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
55
Figura 18 – 2º princípio do método HU
Fonte: Adaptado de Filho et al, 1999. Em que,
h1 e h2 = alturas de chuva, sendo que a altura de chuva de h2 é maior que h1;
Q1 e Q2 = vazões de pico;
V1 e V2 = volume de chuva;
Y1 e Y2 = vazões qualquer no triângulo.
Há uma relação de afinidade ou proporcionalidade dos triângulos, o valor de
vazão de pico Q2 está para Q1, assim como o volume de chuva V1 está para V2, bem
como um valor de vazão qualquer (Y1) está para (Y2).
• Principio da Aditividade - nesse principio as precipitações anteriores não
influenciam a duração do escoamento superficial de uma determinada precipitação
atual. O hidrograma total referente a duas ou mais chuvas efetivas é obtido
adicionando-se as ordenadas de cada um dos hidrogramas unitários em tempos
correspondentes, conforme Figura 19, ou seja, a soma do hidrograma unitário
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
56
gerado do bloco de chuva 1 é somado com o hidrograma unitário do bloco 2,
gerando assim um hidrograma total, onde a vazão total é vazão de 1 + vazão de 2.
Figura 19 – 3º princípio do método HU Fonte: Adaptado et.al, 1999. Em que,
I = intensidade de chuva;
Q1 e Q2 = vazões de pico;
∆t =instante que ocorre a chuva excedente;
3.5.3 Método do SCS
O modelo hidrológico de Soil conservation service (SCS) chuva x vazão foi
proposto pelo Engenheiro Victor Mokus do Serviço de Conservação do Solo do
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América em 1952. Este método
apresenta um hidrograma de projeto adimensional que possui forma curvilínea,
entretanto, em 1986 este hidrograma original pôde ser aproximado por simplicidade ao
hidrograma unitário triangular – HUT, conforme mostrado na Figura 20. O HUT foi
proposto pelo Engenheiro Oakes em 1961 (WILKEN, 1978).
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
57
Sua forma triangular apresenta o seu vértice no tempo de concentração e a área do
triângulo do hidrograma gerado é igual ao volume da precipitação (GONÇALVES,
2002).
Figura 20 – Hidrograma do método SCS Fonte: Canolhi (2009).
Para utilizar o hidrograma unitário triangular no método de SCS é necessário
calcular diversos parâmetros, como tempo de pico da vazão, volume de chuva
excedente, intensidade, duração e altura de chuva e vazão de pico (PAÇO, 2008). No
entanto, por se tratar de um hidrograma sintético, esses parâmetros são regionalizados,
ou seja, para cada bacia estudada o HUT deverá ser obtido a partir dos dados da
mesma e não podem ser generalizado (CANOLHI, 2009).
• Tempo de pico: é o intervalo de tempo entre a massa da precipitação e o tempo
da vazão máxima, é calculado pela Equação 16.
(Eq. 16)
Forma Triangular
Forma Curvilínea
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
58
Em que,
tp = tempo de pico (h);
∆t = intervalo da discretização (h);
tc = tempo de concentração da bacia (h).
• Chuva excedente: obtida pela Equação 17, para h > 0,2 x S.
(Eq. 17)
Em que,
Pexc = altura de chuva excedente (mm);
h = altura de chuva acumulada (mm);
S = capacidade máxima de armazenamento.
• Tempo de descida (td): é o tempo que a vazão começa a diminuir até o rio
voltar as suas condições naturais antes da precipitação, é obtido pela Equação 18.
(Eq.18)
• Tempo de base (tb): é a somatória do tempo de pico com o tempo de
escoamento (tb = tp + te) ou ainda calculado pela Equação 19.
(Eq.19)
• Vazão de pico: vazão máxima gerada no hidrograma, a partir do seu inicio, é
calculada pela Equação 20.
(Eq.20)
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
59
Em que,
Qp = vazão de pico (m3/s);
A = área da bacia (Km2).
Para obtenção do hidrograma de projeto de um dado evento de chuva é
utilizado o 3º princípio do método do hidrograma unitário (aditividade), onde ele é
construído pela soma dos hidrogramas parciais, obtidas para cada bloco de chuva
excedente correspondente a cada intervalo de tempo (t) (GENOVEZ et al. 2005).
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
60
METODOLOGIA DE PESQUISA
Descrição da área de estudo
Declividade do álveo principal
Tipos de ocupação
Método racional
Hietogramas
Modelos chuva x vazão
Blocos alternados
Hidrogramas de projeto
Estudo estatístico
Função sigmóide
SCS
Blocos alternados
Descrição do método da função sigmóide
Função sigmóide
Tempo de concentração
Intensidade de chuva
Tipos de solo
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
Nesta dissertação buscou-se produzir um método de desagregação de chuva
com aplicação de uma função matemática visando subsidiar estudos de modelagem
hidrológica e hidrodinâmica. Nesse sentido, optou-se por desenvolver um estudo de
caso na bacia de Val-de-Cans, neste capítulo apresenta as etapas de desenvolvimento
da pesquisa conforme mostradas na Figura 21.
Figura 21 – Fluxograma da metodologia de pesquisa.
Conforme visto na Figura 21, para o desenvolvimento da pesquisa incialmente
foi realizada a descrição da bacia de val-de-Cans, como tipologia de ocupaçao do solo,
pedologia e tempo de concentraçao da bacia e foi calculado a declividade media do
Igarape principal de Val-de-Cans e a intensidade da chuva na area, utilizando a
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
61
equaçao de chuva existente na cidade de Belem. Em seguida foi descrito o metodo de
desagregacao de chuva pela funçao matematica sigmoidal. Os hietogramas gerados do
método da função sigmóide foram comparados com os hietorgramas resultantes do
metodo dos blocos alternados. Após a desagregação de chuva foi utilizado os modelos
chuva x vazão de SCS e o metodo racional para gerar hidrogramas de projeto, onde
serão comparados estatisticamente.
A série de etapas do procedimento metodológico cumprido nesta pesquisa,
base para os resultados apresentados no capítulos seguinte, serão descritos a seguir.
4.1 DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
O estado do Pará, localizado no estuário da maior bacia hidrográfica do mundo,
a bacia Amazônica, possui um sistema hidrográfico distribuídos em 98.292 km2 de
águas interiores; 70.000 km2 de plataforma continental; 67.972 km2 de área oceânica e
562 km de costa. Portanto, em virtude desse grande potencial hídrico do Estado e pela
necessidade da aplicação da Política Nacional dos Recursos Hídricos, o Conselho
Estadual de Recursos Hídricos – CERH através da Resolução nº 004 de 2008, dividiu o
Estado em sete regiões hidrográficas conforme demonstrado na Figura 22.
Figura 22 – Divisão das regiões hidrográficas do Pará
Fonte: Pará, 30 Graus.
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
62
O Município de Belém, capital do estado do Pará está localizado na Região
Costa Atlântica/Nordeste e possui sua hidrografia constituída por dois grandes corpos
hídricos: a baía do Guajará e o rio Guamá (BRAZ e MELO, 2005). Além desses, Belém
possui 14 bacias hidrográficas: Anani, outeiro, Cajé, Mata-Fome, Comércio, Estrada
Nova, Reduto, São José, Tamandaré, Tucunduba, Murucutu, Aurá, Pratiquara, Una,
Paracuri, e Val-de-Cans, além de uma cadeia insular de 39 ilhas.
A bacia de Val-de-Cans, objeto desta pesquisa, tem como igarapé principal o
Val-de-Cans, que é tributário da Baía do Guajará, desaguando na porção norte de
Belém. Esse Igarapé, com extensão de 7.213,83 m possui sua nascente às margens da
Rodovia Augusto Montenegro e sua foz na Baía de Guajará, de acordo com as
coordenadas geográficas de 1° 22’ 09,5”S, 48° 26’ 49,7” e 01º 23' 83” S, 048º 29' 43” W
Greniwitch, respectivamente (CODEM, 1996 apud MARANHÃO. 2007).
A bacia de estudo possui área de 10,10 Km2 e está inserida em oito bairros de
Belém: Pratinha, São Clemente, Parque Verde, Bengui, Val-de-Cans, Mangueirão,
Miramar e Maracangalha. Contudo, para o desenvolvimento do trabalho apenas uma
parte da bacia de Val-de-Cans foi contemplada, constituindo uma área de 6,863 km2,
conforme delimitada na Figura 23.
Os bairros que contemplam a bacia de Va-de-Cans possuem características
como extensão de área, cobertura vegetal, pedologia e tipos de ocupação de solo
diferentes, conforme descritas abaixo.
4.1.1 Ocupação do solo
A bacia foi divida em áreas representativas, de acordo com o tipo de ocupação
do solo, conforme demonstrado na Figura 24 e na Tabela 9.
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
63
Tabela 9 – Tipos de ocupação do solo da bacia de estudo
ÁREA ÁREA (Km2) TIPOLOGIA DA COBERTURA
A1 1,434 Área densamente urbanizada.
A2 1,032 Área com media urbanização.
A3 0,172 Área com pouca urbanização.
A4 1,933 Área de mata secundaria
A5 1,716 Área de solo Impermeável – pista
A6 0,405 Área de capoeira
A7 0,171 Área de cemitério.
Total 6,863
Conforme observado na Tabela 9 a área densamente urbanizada (A1) é
caracterizado por ocupação residencial e de comércio, esse tipo de área ocupa
aproximadamente 1,4 km de toda a bacia. Já a área (A2) possui uma media
urbanização, pois embora tenha áreas de ocupação residencial ela preserva algumas
vegetações.
A área (A3) está localizada em parte de um condomínio residencial planejado,
portanto com poucas residências e no entorno desta área, localiza-se uma parte de
mata secundaria (A6), que também ocupa outras partes da bacia, totalizando cerca de
28% da bacia.
A área (A5) encontra-se no bairro de Val-de-Cans, onde está localizada a pista
do aeroporto da cidade e Belém que ocupa uma área de aproximadamente 400 metros
da bacia e possui o solo totalmente impermeável. No entorno dessa pista encontra-se a
vegetação tipo capoeira, que também se encontra ao longo da margem do Igarapé
principal, ocupando uma área total de 1,716 km. Ainda na bacia de Val-de-Cans está
localizado um cemitério (A7) que possui área com partes de solo permeável e parte
totalmente impermeável.
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
64
4.1.2 Tipos de solo
Para a classificação da tipologia do solo da bacia de Val-de-Cans, foram
utilizadas as informações da CODEM (1999), como base a teoria do número de curva,
descrito no item 3.4.3. A Tabela 10 apresenta a classificação do solo e sua área de
abrangência da bacia.
Tabela 10 – Tipos de solo da bacia de estudo
TIPOS DE SOLO ÁREAS (km2)
SOLO 1 5,174
SOLO 2 1,579 SOLO 3 0,11 TOTAL 6,863
Observa-se na Tabela 10 que há predominância de solo tipo arenoso (solo 1),
que é um tipo de solo permeáveis, menos profundos com menor teor de argila total,
inferior a 15% e ocupa mais de 75% da bacia. Já o solo tipo 2 que abrange uma área
cerca de 1.500 m2 (23%), tem característica de ser um solo com teor de argila mais
baixo que o solo tipo 3, pois esse último é constituído por 30 a 40% de argila total e com
camada argilosa quase impermeável, esse colo ocupa apenas uma pequena área da
bacia, cerca de 100 m2, conforme mostrado na Figura 25. Observa-se ainda que o
Igarapé de Val-de-Cans, esta totalmente inserido no tipo de Solo 1.
4.1.3 Cobertura vegetal
A cobertura vegetal da bacia de Val-de-Cans corresponde a 53,2% da área total
da bacia, conforme observado na Figura 24, incluindo nesta área tanto a mata
secundária quanto a capoeira.
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
65
4.1.4 Declividade Média do Álveo
Para o cálculo da declividade média do curso de água principal da bacia de
estudo, o igarapé Val-de-Cans foi utilizado o método da média harmônica, onde a
declividade equivalente é determinada pela Equação 21.
(Eq. 21)
Em que,
m = declividade média do álveo (m/m);
L = extensão horizontal do perfil (m/m);
Li = extensão horizontal em cada trecho (m);
i = declividade média em cada trecho (m/m).
Para isso, foi marcados pontos (P0, P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7 e P8) ao longo do
curso d’água, e cada curva de nível. A marcação foi iniciada da foz (à jusante) até a
nascente (à montante), conforme mostrado na Figura 26. Os cálculos do perfil d’água
do igarapé principal de Val-de-Cans estão especificados na Tabela 11.
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
66
Tabela 11 – Perfil d’água do Igarapé Val-de-Cans
•
•
• Coluna 1 – trechos: foram definidos os trechos de acordo com a posição
dos pontos, primeiramente o ponto P0 com o próximo ponto P1
(trecho P0 - P1) e assim sucessivamente ate o último ponto P8
(trecho P7 - P8).
• Coluna 2 – comprimento dos trechos (L): nesta coluna estão
demonstrados os comprimentos horizontais de cada trecho.
• Coluna 3 – cota: nesta coluna foi definida a cota do terreno em cada ponto
marcado no igarapé. Observa-se que o ponto P0 é o ponto mais baixo, logo
sua cota é 3,8 m, seguindo o Igarapé de montante a jusante, o último ponto
P8 é o mais alto do Igarapé e possui a cota de 16,5 m. Este valor foi
interpolado, já que as curvas de níveis estão plotadas a cada 2 metros.
• Coluna 4 – altitudes: nesta coluna foram definidas as alturas acima da foz,
de todos os pontos. Observa-se que no ponto P0, ou seja, o primeiro ponto
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6
Trechos Distância L (km)
Cota (m) Altitudes (m) Distância acumulada
(m)
Declividade por trecho (km/m)
P0 – P1 491 3,8 4 0 0,2 0,2 98,2
P1 – P2 1.615 4 6 0,2 2,2 2,4 3.876
P2 – P3 310 6 8 2,2 4,2 6,4 1.984
P3 – P4 1.124 8 10 4,2 6,2 10,4 11.689,6
P4 – P5 381 10 12 6,2 8,2 14,4 5.486,4
P5 – P6 383 12 14 8,2 10,2 18,4 7.047,2
P6 – P7 92 14 16 10,2 12,2 22,4 2.060,8
P7 – P8 76 16 16,5 11,2 12,7 24,9 1.892,4
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
67
da foz, onde não foi considerada a altura, seu valor é zero, mas nos pontos
seguintes até o P8, todos possuem altitudes.
• Coluna 5 – distância acumuladas das altitudes: a partir dos cálculos da
coluna 4, foram calculada a distância acumuladas das altitudes, para isso
somou-se as alturas dos trechos de cada ponto correspondente. Por
exemplo, no trecho (P0 – P1), a distância é 0,2 m, pois a altitude do trecho
P0 = 0 e de P1= 0,2 m, logo a distância é de 0,2 m. Esse cálculo segue até
o último trecho.
• Coluna 6 – declividade dos trechos: nesta coluna foi calculado a
declividade de cada trecho, para isso foi multiplicado os valores da coluna 2
pelos valores da coluna 5.
Para o cálculo da declividade utilizou-se a Equação 21.
(Eq.21)
Em que,
Im = declividade média (mm/m);
∑D x Li = Somatória da declividade dos trechos = 34.134,6 m/m;
∑L = comprimento total do igarapé de Val-de-Cans = 4.472 m.
Logo,
4.1.5 Tempo de concentração
Para o cálculo do tempo de concentração foi utilizado a Equação 4 de George
Ribeiro, uma das mais utilizadas nas bacias brasileiras por ter a vantagem de ter sido
Im = 0,0017 m/m
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
68
desenvolvida para as condições climáticas e fisiográficas do Brasil e ainda considerar
as áreas cobertas pela vegetação, tratando-se, portanto, de uma equação ambiental.
(Eq.4)
Em que,
Tc = tempo de concentração (min.);
L = comprimento do canal principal = 4.472 km;
p = relação entre a área coberta de vegetação e área total da bacia =
0,532;
Imed = é declividade média do canal = 0,0017 m/m
Logo,
O tempo de duração da chuva (Td) adotado será igual ao tempo de
concentração da bacia, portanto Tc = Td = 81,40 minutos.
4.1.6 Tempo de retorno
Foi adotado um tempo de retorno de 20 anos, pois para canais de
macrodrenagem, este valor é comumente adotado, já que este valor significa que a
vazão máxima calculada teria uma probabilidade de 1/20 (ou 5%) de se repetir a cada
ano, ou ainda que o intervalo médio de tempo para repetição de uma vazão de cheia
igual ou maior seria de 20 anos (PMC, 2008).
Tc = 81,40 minutos
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
69
4.1.7 Intensidade de precipitação
Para o cálculo da intensidade de precipitação foi utilizado a Equação 9, a
equação de chuva de Belém, para diferentes períodos de retorno.
(Eq.9)
Em que,
i = Intensidade de chuva (mm/h);
Tr = tempo de retorno (anos);
t = 81,40 minutos.
A Tabela 12 mostra os diferentes valores de intensidade em cada período de
retorno.
Tabela 12 – Valores de intensidade para diferentes períodos de retorno
TEMPO DE RETORNO (ANOS) INTENSIDADE (mm/h)
2 39,49
5 47,43
10 54,48
20 62,58
25 65,44
50 75,17
Ainda na Tabela 12, pode-se observar que conforme o tempo de retorno é
maior, a intensidade de chuva tende a aumentar.
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
70
Figura 23 – Bacia de estudo Fonte: Adaptado do Google Earth (2010).
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
71
Figura 24 – Tipos de área de ocupação Fonte: Adaptado do Google Earth (2010).
A7
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
72
Figura 25 – Tipos de solo da área de estudo Fonte: Adaptado do Google Earth (2010).
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
73
Figura 26 – Bacia de Val-de-Cans com curvas de nível Fonte: Adaptado do Google Earth (2010).
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
74
4.2 DESCRIÇÃO GERAL DO MÉTODO DA FUNÇÃO SIGMOIDAL
O método em proposição surgiu na observação de que as chuvas naturais
acumuladas geram graficamente a partir do processo de desagregação curvas em
formato de “S” e a função matemática sigmóide possui o mesmo formato. Para
exemplificar a curva em “S”, foram utilizadas as equações de chuva (Equações 22, 23,
24 e 25) de projeto de quatro cidades brasileiras, respectivamente: Curitiba, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte e São Carlos, conforme a Figura 27. Nestas equações, para
exemplificar foi utilizado um tempo de retorno de 20 anos e uma chuva de 1 hora de
duração.
� Curitiba:
(Eq. 22)
� Rio de Janeiro:
(Eq. 23)
� Belo Horizonte:
(Eq. 24)
� São Carlos:
(Eq. 25)
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
75
Em que,
i = intensidade de chuva (mm/h).
Tr = tempo de retorno (anos);
d = duração da chuva (minutos).
Figura 27 – Precipitação acumulada em forma de S.
Observa-se na Figura 27 que as chuvas acumuladas de diferentes regiões
seguem o mesmo padrão de gráfico, uma curva S, comprovando a teoria de acordo
com Wilkem( 1972), que as chuvas acumuladas apresentam esse formato.
Diante desta constatação e conforme visto no Capítulo 3 anterior, de que
existem modelos hidrológicos que só aceitam chuvas desagregadas no tempo e não
chuvas acumuladas ou blocos de chuvas retangulares, o método em proposição da
aplicação da função matemática sigmoidal que tem o mesmo formato gráfico irá gerar
diretamente o arranjo dos blocos de chuva, ou seja, a função pode ser utilizada para
desagregação das chuvas de projeto de modo direto.
O processo de desagregação a partir da utilização da função matemática
sigmoidal, que possui seu formato S alongado, contínuo, monotonamente crescente e
limitado por duas assíntotas horizontais, é representada pela função y (x) conforme a
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
76
Equação 26. Essa função pode assumir qualquer intervalo entre 0 e 1 conforme
observado na Figura 28 e tem a seguinte relação:
(Eq.26)
Em que,
a = parâmetro de inclinação da função.
x = valor da ativação da função.
Figura 28 – Curva sigmóide.
Entretanto, a função sigmóide tende aos seus limites (0 e 1) para valores de
ordenadas tendendo a infinito, a curva de grande intervalos, no caso de -10 a 10 têm o
formatos S muito alongado nas suas extremidades (superior e inferior), resultando
dessa forma um tipo diferente da forma real das precipitações. Portanto, para aplicação
da função foram testados diversos intervalos, de -10 a 10 (Tabela 13), entretanto,
verificou-se que o formato da função “S” ficou muito alongado nas extremidades
superior e inferior, pois o acúmulo da chuva ficou por muito tempo no valor de zero, o
que não condiz com a realidade hidrológica. Uma vez que desde o inicio da chuva,
quando o tempo é diferente de zero, há uma determinada altura de chuva.
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
77
Diante disso, outros intervalos foram testados e o que melhor se ajustou foi o
intervalo de -5 a 5, pois dessa forma a curva sigmoidal se aproximou mais da realidade
e o formato “S” da chuva ficou melhor representado, conforme apresentado na Tabela
13 e Figura 29.
Tabela 13 – Comparação dos intervalos testados para usos da função sigmóide
Função Sigmóide: y=1/(1+e^(-a . x)) , a = 1
X
Y
Calculados Faixa adotada
(-5 a 5)
-10 0 -
-9 0 -
-8 0 -
-7 0,001 -
-6 0,002 -
-5 0,007 0,007
-4 0,018 0,018
-3 0,047 0,047
-2 0,119 0,119
-1 0,269 0,269
0 0,500 0,500
1 0,731 0,731
2 0,881 0,881
3 0,953 0,953
4 0,982 0,982
5 0,993 0,993
6 0,998 -
7 0,999 -
8 1 -
9 1 -
10 1 -
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E MÉTODOS
78
Figura 29 – Comparação de intervalos da função.
Conforme visto na Figura 29 a curva em vermelho tem seu início em (-5) e fim
em (5) e melhor se ajusta com as chuvas acumuladas reais, já a curva em azul que vai
de (-10 a 10), observa-se que permanece por muito tempo no zero, portanto, não é
aceitável.
Além de optar pelo intervalo mais adequado, houve a necessidade de ajuste
com um fator de correção “b”, calculado a partir dos dados da bacia estudada, isso foi
necessário, pois a função sigmóide tende ao infinito, e, portanto precisou delimitar seu
limite.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
79
CAPÍTULO 5 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 DESAGREGAÇÃO PELO MÉTODO DA FUNÇÃO SIGMOIDAL
Para a aplicação da função sigmóide com o intervalo mais adequado de -5 a 5,
foi realizado o transporte de coordenadas da função, a saber:
• Transporte de coordenadas
a) Para o cálculo do número de intervalos de -5 a 5, usou a função de n(x) = n(t),
portanto, , logo:
Xi = - 5 e Xf = 5
dx = 1
n(t) = [5 - (-5)]/1
n(t) = 10
b) Para o cálculo do intervalo de tempo (duração de chuva = 81,40 min), utilizou-
se a função: dt = (tf - ti)/n(t), logo:
tf = 81,40
ti = 0
n(t) =10
dt = [(81,40 - 0)]/10
dt = 8,14 min
c) Para o cálculo do tempo em cada intervalo da função (-5 a 5), utilizou-se a
função: t(x) = dt . (x + xi), conforme mostrado na Tabela 14.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
80
Tabela 14 – Transporte de coordenadas
• Cálculo da função
Inicialmente, foram calculados os valores do eixo das ordenadas (y) a partir da
Equação 26, conforme representada pela Equação 26.
(Eq.26)
Em que,
a = fator de ativação da função = 1
*b = fator de correção.
Esse fator de correção foi utilizado para ajuste do intervalo das abscissas, uma
vez que a curva sigmóide tende ao infinito, o seu valor foi calculado a partir da Equação
26.
Em que,
X0 = 5
b0 = 0
Y0 = 1/(1+exp(-a . x) = 0,00669
b = y0/x0 = 0,00133
x t(x) = dt . (x-xi)
-5 0
-3 16,28
-2 24,42
-1 32,56
0 40,70
1 48,84
2 56,98
3 65,12
4 73,26
5 81,40
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
81
Em seguida, foram calculados os intervalos de tempos, neste caso, como o
intervalo escolhido da função foi de - 5 a 5, o número total de intervalos foi de 10,
conforme mostrado na Tabela 15.
Tabela 15 – Curva da chuva, função sigmóide
Na Tabela 15 observa-se que o y foi calculado pra cada intervalo de tempo indo
do valor de y = 0 para t = 0 até o valor de y = 1 para o tempo final da chuva t = 81,40
minutos.
Diante dos (y) e (t) calculados, foram calculadas a partir da Equação 27 as
alturas de chuva total para diferentes tempos de retorno (2, 5, 10, 20, 25 e 50) e seus
valores estão apresentados na Tabela 16.
FUNÇÃO SIGMÓIDE
CURVA DA CHUVA Tempo inicial da chuva (ti) = 0 Tempo final da chuva (tf) = 81,40 min
no. intervalos, nx=nt= 10
dt = (tf-ti)/nt = 8,14 min y =1/(1+e^(-a . x)) + b . x
a= 1 t(x) = dt . (x+xi)
*b = 0,00133 x y t
-5 0 0 -4 0,013 8,14 -3 0,043 16,28 -2 0,117 24,42 -1 0,268 32,56 0 0,500 40,70 1 0,732 48,84 2 0,883 56,98 3 0,957 65,12 4 0,987 73,26 5 1,000 81,40
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
82
(Eq. 27)
Em que,
h = altura de chuva (mm);
i = intensidade da chuva (mm/h), valores retirados da Tabela 12;
t = tempo de duração da chuva = 81,40 minutos.
Tabela 16 – Alturas de chuva incidente, função sigmóide
Observa-se na Tabela 16 que as alturas de chuva incidente, assim como a
intensidade de chuva são diretamente proporcionais ao tempo de retorno, ou seja a
altura de chuva incidente também aumenta em função desse tempo, ou seja, para o
tempo de retorno de 2 anos a altura foi de apenas 53,57 mm, enquanto que para
TR = 50 anos o valor da altura foi de 101,98 mm.
A partir das alturas incidentes (h) foram calculadas as alturas de precipitação
acumulada (P) para cada período de retorno, conforme mostrado na Tabela 17.
TEMPO DE RETORNO (anos)
INTENSIDADE DE CHUVA (mm/h)
ALTURA DE CHUVA INCIDENTE (mm)
2 39,49 53,57
5 47,43 64,34
10 54,48 73,91
20 62,58 84,90
25 65,44 88,78
50 75,17 101,98
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
83
Tabela 17 – Alturas de chuva acumulada, função sigmóide.
A Tabela 17 as alturas (h) de diferentes tempos de retorno foram multiplicadas
pelos valores de (y) da função sigmóide encontrados na Tabela 15. Os valores das
alturas de chuva acumulada (P) aumentaram em função do tempo de retorno, pois
quanto maior o TR, maior será o valor de (P). Observa-se ainda na Tabela 17 que
aplicação da função sigmóide para uma chuva de duração qualquer, independente do
período de retorno, gera curvas de precipitação acumulada em “S”, conforme mostrado
na Figura 30.
Figura 30 – Chuvas acumuladas pelo método da função sigmóide.
ALTURA DE CHUVA ACUMULADA (P)
Y
Períodos de retorno
Tr= 2anos (h=53,57)
Tr= 5 anos (h= 64,34)
Tr= 10 anos (h = 73,91)
Tr= 20 anos (h= 84,90)
Tr= 25 anos (h= 88,78)
Tr= 50 anos (h =101,98)
0 0 0 0 0 0 0
0,013 0,68 0,81 0,94 1,08 1,12 1,29
0,043 2,33 2,79 3,21 3,69 3,86 4,43
0,117 6,24 7,50 8,61 9,89 10,35 11,88
0,268 14,34 17,22 19,78 22,72 23,76 27,29 0,500 26,78 32,17 36,96 42,45 44,39 50,99 0,732 39,23 47,12 54,13 62,18 65,02 74,69
0,883 47,33 56,84 65,30 75,01 78,43 90,09
0,957 51,24 61,55 70,70 81,21 84,92 97,55
0,987 52,89 63,53 72,97 83,83 87,65 100,68
1,000 53,57 64,34 73,91 84,90 88,77 101,97
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
84
A partir das alturas de chuvas acumuladas (P) foram calculados os valores das
chuvas excedentes para os diferentes tempos de retorno, conforme mostrado nas
Tabelas 18, 19, 20, 21, 22 e 23 seguintes.
Tabela 18 – Chuva excedente, função sigmóide (TR= 2 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6
∆t (min) P (mm) ∆P (mm) Pef (mm) ∆Pef (mm) ∆Pef (cm)
0 0 0 - - - 8,14 0,68 0,68 - - -
16,28 2,33 1,65 - - -
24,42 6,24 3,92 - - -
32,56 14,34 8,09 - - -
40,70 26,78 12,45 0,61 0,61 0,06
48,84 39,23 12,45 3,61 3,00 0,30 56,98 47,33 8,09 6,59 2,98 0,30 65,12 51,24 3,92 8,26 1,68 0,17
73,26 52,89 1,65 9,01 0,75 0,07
81,40 53,57 0,68 9,32 0,31 0,03
Na Tabela 18, observa-se que a chuva excedente começou no intervalo de
40,70 minutos, nesse instante o acúmulo foi de 0,61 mm de chuva e no final do evento
o acúmulo total foi de 9,32 mm. Na coluna 5 onde os valores das alturas de chuvas
estão discretizados no tempo o pico foi no instante de 48,84 minutos com um valor
máximo de 3,00 mm de chuva excedente.
Tabela 19 – Chuva excedente, função sigmóide (TR= 5 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6
∆t (min) P (mm) ∆P (mm) Pef (mm) ∆Pef (mm) ∆Pef (cm)
0 0 0 - - -
8,14 0,81 0,81 - - - 16,28 2,79 1,98 - - -
24,42 7,50 4,70 - - - 32,56 17,22 9,72 - - - 40,70 32,17 14,95 1,64 1,64 0,16
48,84 47,12 14,95 6,50 4,86 0,49
56,98 56,84 9,72 10,89 4,38 0,44
65,12 61,55 4,70 13,28 2,39 0,24
73,26 63,53 1,98 14,34 1,05 0,11 81,40 64,34 0,81 14,78 0,44 0,04
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
85
A Tabela 19 demonstra que a chuva excedente começou acumular em 40,70
minutos do início da chuva, com um valor de 1,64 mm e no final do evento o acúmulo
total foi 14,78 mm. Para o período de retorno de 5 anos o valor de pico da chuva
excedente também foi em 48,84 minutos com 4,86 mm de chuva.
Tabela 20 – Chuva excedente, função sigmóide (TR= 10 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6
∆t (min) P (mm) ∆P (mm) Pef (mm) ∆Pef (mm) ∆Pef (cm)
0 0 0 - - -
8,14 0,94 0,93 - - -
16,28 3,21 2,27 - - - 24,42 8,61 5,40 - - - 32,56 19,78 11,17 0,01 0,01 0 40,70 36,96 17,18 2,90 2,90 0,29
48,84 54,13 17,18 9,58 6,68 0,67
56,98 65,30 11,17 15,30 5,72 0,57 65,12 70,70 5,40 18,36 3,06 0,31 73,26 72,97 2,27 19,71 1,34 0,13 81,40 73,91 0,93 20,26 0,56 0,06
Observa-se na Tabela 20 que a precipitação excedente começou a ocorrer em
32,56 minutos, contudo, o valor acumulado neste tempo foi tão pequeno que ao passar
de milímetros para centímetro de chuva o valor foi de 0,001 e como em todos os
cálculos apenas duas casa decimais estão sendo considerada, este valor foi
desconsiderado para os próximos cálculos. Portanto, pode-se considerar que o acúmulo
da chuva começou a ocorreu em 40,70 minutos e teve seu pico em 48,8 minutos,
apresentando neste instante o valor de 6,68 mm.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
86
Tabela 21 – Chuva excedente, função sigmóide (TR= 20 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6
∆t (min) P (mm) ∆P (mm) Pef (mm) ∆Pef (mm) ∆Pef (cm)
0 0 0 - - -
8,14 1,08 1,07 - - -
16,28 3,69 2,61 - - -
24,42 9,89 6,21 - - -
32,56 22,72 12,83 0,15 0,15 0,02
40,70 42,45 19,73 4,71 4,56 0,46
48,84 62,18 19,73 13,62 8,91 0,89
56,98 75,01 12,83 20,93 7,31 0,73
65,12 81,21 6,21 24,79 3,86 0,39
73,26 83,83 2,61 26,47 1,68 0,17
81,40 84,90 1,07 27,17 0,70 0,07
Observa-se na Tabela 21 que a chuva excedente calculada para o período de
retorno de 20 anos começou a ocorrer em 32,56 minutos assim como ocorreu para um
período de retorno de 10 anos, contudo, na Tabela 21 o valor foi considerado. Observa-
se ainda que o seu pico foi em 48,84 minutos conforme os outros tempos de retorno
apresentando um valor de 8,91 mm de chuva excedente neste intervalo de tempo.
Tabela 22 – Chuva excedente, função sigmóide (TR= 25 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6
∆t (min) P (mm) ∆P (mm) Pef (mm) ∆Pef (mm) ∆Pef (cm)
0 0 0 - - - 8,14 1,12 1,12 - - -
16,28 3,86 2,73 - - -
24,42 10,35 6,49 - - -
32,56 23,76 13,41 0,24 0,24 0,02
40,70 44,39 20,63 5,43 5,19 0,52
48,84 65,02 20,63 15,15 9,72 0,97 56,98 78,43 13,41 23,03 7,89 0,79 65,12 84,92 6,49 27,18 4,15 0,41
73,26 87,65 2,73 28,98 1,80 0,18
81,40 88,77 1,12 29,73 0,75 0,07
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
87
Na Tabela 22 o valor de 0,24 mm de chuva excedente foi acumulada no
instante de 32,56 minutos, e seu pico também ocorreu em 48,84 minutos com 9,72 mm
de altura de chuva excedente discretizada no tempo.
Tabela 23 – Chuva excedente, função sigmóide (TR= 50 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6
∆t (min) P (mm) ∆P (mm) Pef (mm) ∆Pef (mm) ∆Pef (cm)
0 0 0 - - -
8,14 1,29 1,29 - - -
16,28 4,43 3,14 - - -
24,42 11,88 7,46 - - -
32,56 27,29 15,41 0,69 0,69 0,07
40,70 50,99 23,70 8,15 7,46 0,75 48,84 74,69 23,70 20,73 12,58 1,26 56,98 90,09 15,41 30,62 9,89 0,99 65,12 97,55 7,46 35,76 5,14 0,51
73,26 100,68 3,14 37,98 2,22 0,22
81,40 101,97 1,29 38,90 0,92 0,09
Observa-se na Tabela 23 que o mesmo ocorreu para os períodos de retorno de
20 e 25 anos que tiveram o início do acúmulo de chuva em 32,56 minutos e seus picos
em 48,84 minutos.
Diante dessas Tabelas anteriores, têm-se os seguintes elementos:
• Colunas 1 – (∆t) intervalos de tempo (min): valores retirados da Tabela 15 ;
• Colunas 2 – (P) chuva incidente acumulada (mm): valores retirados da Tabela
15;
• Colunas 3 – (∆P) chuva incidente em cada intervalo de tempo (mm): estas
colunas indicam as alturas em cada intervalo de tempo, para uma altura total da
chuva de 81,40 minutos. Os valores das lâminas foram calculados pela
expressão P(n-1) – P(n). Observa-se que as chuvas já se apresentam
desagregadas pela função sigmóide;
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
88
• Colunas 4 – (Pef) chuva excedente acumulada (mm): para encontrar o valor da
chuva excedente foi utilizada a Equação 17: Pef = (P - 0,2 x S)2 / (P + 0,8 x S),
para P > 0,2 x S, ou seja, quando a precipitação da coluna 2 for maior que 18,88
mm. Caso contrário, não ocorre chuva excedente, logo seu valor será zero;
• Colunas 5 – (∆Pef) chuva excedente em cada intervalo de tempo (mm) :
calculada também pela expressão P(n-1) – P(n), para uma altura total acumulada
de chuva excedente de cada período de retorno;
• Colunas 6 – (∆Pef) chuva excedente (cm): os valores das colunas 5 foram
transformadas para centímetro, somente para facilitar os cálculos usados para
gerar hidrogramas pelo método de SCS.
A partir do cálculo das chuvas excedentes para os diferentes períodos de
retorno foram gerados os seus respectivos hietogramas, conforme mostra a Figura 31.
Figura 31 – Hietogramas gerados pelo método da função sigmóide.
Observa-se na Figura 31 que nos primeiros intervalos do evento, ou seja, logo
no início da chuva incidente não há valor de chuva excedente, demonstrando que o
escoamento superficial ocorre após certo tempo de início do evento, dependendo de
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
89
diversos fatores entre eles, o tempo de concentração e área da bacia, conforme
descrito no Capítulo 4.
Observa-se ainda na Figura 31 para os períodos de retorno de 20, 25 e 50 anos
a chuva excedente teve início no instante de 32,56 minutos, enquanto para os períodos
de 2, 5 e 10 anos a chuva teve inicio no instante seguinte em 40,7 minutos, pois como
se trata de uma mesma bacia, pode-se considerar que para períodos menores a
intensidade de chuva será menor e, portanto, necessitaram de mais tempo para
acumularem a chuva excedente. Uma vez acumulada o instante de pico dessa chuva
excedente será o mesmo, independente do seu período de retorno, podendo isso ser
justificado, por mais uma vez tratar-se de uma mesma bacia e logo seu tempo de
concentração não varia em função do tempo de retorno.
5.2 DESAGREGAÇÃO PELO MÉTODO DOS BLOCOS ALTERNADOS
Na desagregação de chuva pelo método dos blocos alternados, foram utilizados
os mesmo dados de chuva, discretização temporal e períodos de retornos utilizados no
método da função sigmóide, ou seja duração de chuva de 81,40 minutos, intervalo de
8,14 minutos e tempos de retorno de 2, 5, 10, 20, 25 e 50 anos.
O método dos blocos alternados está descrito no Capítulo 4 no item 3.4.2 e
seus cálculos de desagregação para os diversos períodos de retorno estão
apresentados nas Tabelas seguintes (24, 25, 26, 27, 28 e 29), com os seguintes
elementos:
• Colunas 1 – (∆t) intervalos de tempo (min): valores retirados da Tabela 15;
• Colunas 2 – (i) intensidade de chuva (mm): calculado a partir da equação de
chuva de Belém, utilizando a mesma para cada intervalo de tempo;
• Colunas 3 – (P) chuva incidente acumulada (mm): para calcular a altura de
chuva incidente basta multiplicar os valores da coluna 1 pelos da coluna 2;
• Colunas 4 – (∆P) chuva incidente em cada intervalo de tempo (mm): esta
coluna indica a altura em cada intervalo de tempo, calculada pela expressão P(n-
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
90
1) – P(n). Em cada tempo acumulou-se uma certa altura, observa-se que as
alturas das chuvas nos primeiros instantes de 8,14 minutos foram maiores,
significando que a chuva foi mais intensa no início da precipitação e vai
decrescendo até a altura nos últimos minutos de chuva, quando a intensidade foi
menor;
• Colunas 5 – (∆P’) chuva reordenada (mm): nesta coluna estão os valores
reordenados da coluna 4, segundo o método dos blocos alternados, ou seja, na
5ª posição coloca-se o valor da maior precipitação, em seguida na 6ª posição
coloca-se o segundo maior valor de precipitação, na 4ª posição o terceiro maior
valor, na 7ª posição o quarto maior valor, na 3º posição o quinto maior valor, na
8ª posição o sexto maior valor, na 2ª posição o sétimo maior valor, na 10ª
posição o oitavo maior valor, na 1ª posição o nono maior valor e na 11ª posição o
último maior valor, ou seja o menor valor de precipitação;
• Colunas 6 – (P) chuva acumulada da coluna 5 (mm): a chuva já reordenada
pelo arranjo do blocos alternados, assim como na coluna 4, precisa-se ter a
altura de chuva acumulada, portanto, foi seguido o mesmo raciocínio desta.
Observa-se que a altura de chuva acumulada no final da duração é o total da
precipitação incidente de cada período de retorno, conforme mostrado na Tabela
16;
• Colunas 7 – (Pef) chuva excedente acumulada (mm): para calcular a chuva
excedente foi utilizada a mesma Equação 17 aplicada na função sigmóide,
portanto, segue o mesmo raciocínio de que se o (P) da coluna 6 for maior que
18,88 mm ocorre chuva excedente, se não, o seu valor é zero. Observa-se ainda
que a partir desta coluna 7 os mesmos cálculos foram aplicados no método da
função sigmóide;
• Colunas 8 – (Pef) chuva excedente em cada intervalo de tempo (mm): nesta
coluna foi seguido o mesmo raciocínio da coluna, nesta coluna o valor da chuva
excedente está apresentado em mm;
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
91
• Colunas 9 – (∆Pef) chuva excedente (cm): os valores da coluna 8 foi
transformada para centímetro, somente para facilitar os cálculos usados para
gerar hidrogramas pelo método de SCS.
Tabela 24 – Desagregação da chuva , blocos alternados (TR= 2 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 ∆t
(min)
I
(mm/min) P (mm) ∆P (mm) ∆P’ (mm) P (mm) Pef (mm) ∆Pef (mm) ∆Pef (cm)
0 0 0 0 0 0 - - -
8,14 2,11 17,20 17,20 1,77 1,77 - - -
16,28 1,68 27,30 10,10 2,46 4,24 - - -
24,42 1,39 34,06 6,76 3,76 7,99 - - -
32,56 1,20 38,96 4,91 6,76 14,76 - - -
40,70 1,05 42,72 3,76 17,20 31,95 1,59 1,59 0,16
48,84 0,94 45,72 3,00 10,10 42,05 4,57 2,98 0,30
56,98 0,85 48,18 2,46 4,91 46,96 6,44 1,87 0,19
65,12 0,77 50,25 2,07 3,00 49,96 7,70 1,26 0,13
73,26 0,71 52,03 1,77 2,07 52,03 8,61 0,92 0,09
81,40 0,66 53,57 1,54 1,54 53,57 9,32 0,71 0,07
Observa-se na Tabela 24 que assim como no método da função sigmóide para
o período de retorno 2 anos a chuva excedente começou a ocorrer no instante de 40,70
minutos, com um acúmulo de 1,59 mm e seu pico aconteceu no instante de 48,84
minutos com um valor de 2,98 mm.
Tabela 25 – Desagregação da chuva, blocos alternados (TR= 5 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9
∆t
(min)
I
(mm/min) P (mm) ∆P (mm) ∆P’ (mm) P (mm) Pef (mm) ∆Pef (mm) ∆Pef (cm)
0 0 0 0 0 0 - - -
8,14 2,54 20,66 20,66 2,13 2,13 - - -
16,28 2,01 32,79 12,13 2,96 5,09 - - -
24,42 1,68 40,91 8,12 4,52 9,60 - - - 32,56 1,44 46,80 5,89 8,12 17,72 - - - 40,70 1,26 51,32 4,52 20,66 38,38 3,34 3,34 0,33
48,84 1,12 54,92 3,60 12,13 50,51 7,94 4,60 0,46
56,98 1,02 57,87 2,96 5,89 56,40 10,67 2,73 0,27
65,12 0,93 60,36 2,49 3,60 60,00 12,48 1,81 0,18
73,26 0,85 62,49 2,13 2,49 62,49 13,78 1,30 0,13 81,40 0,79 64,34 1,85 1,85 64,34 14,78 1,00 0,10
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
92
Observa-se na Tabela 25 a chuva excedente começou a ocorrer também no
instante de 40,70 minutos, com um acúmulo total de 64,34 mm de chuva excedente no
final do evento e seu pico aconteceu no instante de 48,84 minutos com um valor de
4,60 mm.
Tabela 26 – Desagregação da chuva, blocos alternados (TR= 10 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9
∆t
(min)
I
(mm/min) P (mm) ∆P (mm) ∆P’ (mm) P (mm) Pef (mm) ∆Pef (mm) ∆Pef (cm)
0 0 0 0 0 0 - -
8,14 2,92 23,73 23,73 2,45 2,45 - - - 16,28 2,31 37,66 13,93 3,40 5,84 - - -
24,42 1,92 46,99 9,33 5,19 11,03 - - -
32,56 1,65 53,76 6,77 9,33 20,36 0,02 0,02 0,00 40,70 1,45 58,95 5,19 23,73 44,09 5,31 5,29 0,53 48,84 1,29 63,08 4,14 13,93 58,02 11,47 6,16 0,62
56,98 1,17 66,48 3,40 6,77 64,79 15,02 3,55 0,35
65,12 1,06 69,34 2,86 4,14 68,93 17,34 2,32 0,23
73,26 0,98 71,78 2,45 2,86 71,78 19,00 1,66 0,17
81,40 0,91 73,91 2,13 2,13 73,91 20,27 1,27 0,13
Observa-se na Tabela 26 que houve outra semelhança com o método da
função sigmóide, pois a precipitação excedente também começou a ocorrer em 32,56
minutos, mas o valor acumulado neste tempo foi muito pequeno este valor foi
desconsiderado. Logo, foi considerado que o acúmulo da chuva começou a ocorreu em
40,70 minutos com seu pico no instante de 48,8 minutos
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
93
Tabela 27 – Desagregação da chuva, blocos alternados (TR= 20 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9
∆t
(min)
I
(mm/min) P (mm) ∆P (mm) ∆P’ (mm) P (mm) Pef (mm) ∆Pef (mm) ∆Pef (cm)
0 0 0 0 0 0 - - -
8,14 3,35 27,26 27,26 2,81 2,81 - - -
16,28 2,66 43,27 16,01 3,90 6,71 - - -
24,42 2,21 53,98 10,71 5,96 12,67 - - - 32,56 1,90 61,75 7,77 10,71 23,39 0,21 0,21 0,02 40,70 1,66 67,71 5,96 27,26 50,65 8,00 7,79 0,78 48,84 1,48 72,46 4,75 16,01 66,65 16,05 8,05 0,81
56,98 1,34 76,37 3,90 7,77 74,43 20,58 4,52 0,45
65,12 1,22 79,65 3,28 4,75 79,18 23,50 2,93 0,29
73,26 1,13 82,46 2,81 3,28 82,46 25,59 2,08 0,21 81,40 1,04 84,90 2,44 2,44 84,90 27,17 1,58 0,16
Na Tabela 27 o valor da chuva excedente começou a ser acumulado também
no instante de 32,56 minutos e seu pico de 8,05 ocorreu no mesmo instante do método
da função sigmóide em 48,84 minutos.
Tabela 28 – Desagregação da chuva, blocos alternados (TR= 25 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9
∆t
(min)
I
(mm/min) P (mm) ∆P (mm) ∆P’ (mm) P (mm) Pef (mm) ∆Pef (mm) ∆Pef (cm)
0 0 0 0 0 0 - - -
8,14 3,50 28,50 28,50 2,94 2,94 - - -
16,28 2,78 45,24 16,74 4,08 7,02 - - -
24,42 2,31 56,44 11,20 6,23 13,25 - - -
32,56 1,98 64,57 8,13 11,20 24,45 0,31 0,31 0,03
40,70 1,74 70,80 6,23 28,50 52,96 9,04 8,73 0,87
48,84 1,55 75,77 4,97 16,74 69,69 17,78 8,74 0,87
56,98 1,40 79,85 4,08 8,13 77,82 22,66 4,88 0,49
65,12 1,28 83,28 3,43 4,97 82,79 25,80 3,14 0,31
73,26 1,18 86,22 2,94 3,43 86,22 28,04 2,24 0,22
81,40 1,09 88,78 2,56 2,56 88,78 29,74 1,70 0,17
Observa-se na Tabela 28 que para o período de retorno de 25 anos a chuva
excedente começou seu acúmulo de 0,31 mm no instante de 32,56 minutos até o final
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
94
do evento (81,40 minutos) quando acumulou um total de chuva excedente de 29,74
mm.
Tabela 29 – Desagregação da chuva,blocos alternados (TR= 50 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9
∆t
(min)
I
(mm/min) P (mm) ∆P (mm) ∆P’ (mm) P (mm) Pef (mm) ∆Pef (mm) ∆Pef (cm)
0 0 0 0 0 0 - - -
8,14 4,02 32,74 32,74 3,38 3,38 - - -
16,28 3,19 51,97 19,22 4,69 8,06 - - -
24,42 2,66 64,84 12,87 7,16 15,22 - - -
32,56 2,28 74,18 9,34 12,87 28,09 0,82 0,82 0,08
40,70 2,00 81,33 7,16 32,74 60,83 12,91 12,09 1,21
48,84 1,78 87,04 5,71 19,22 80,06 24,06 11,15 1,11
56,98 1,61 91,73 4,69 9,34 89,39 30,15 6,10 0,61
65,12 1,47 95,67 3,94 5,71 95,10 34,05 3,90 0,39
73,26 1,35 99,04 3,38 3,94 99,04 36,81 2,76 0,28
81,40 1,25 101,98 2,94 2,94 101,98 38,90 2,09 0,21
Na Tabela 29 observa-se que a chuva excedente total acumulada foi de 38,90
mm para o período de retorno de 50 anos, assim como para os períodos de retorno de
20 e 25 anos eles ocorreram no instante de 32,56 minutos, diferentes para os períodos
de 2, 5 e 10 anos que ocorreu no instante de 40,70 minutos.
Os hietogramas de chuva excedentes gerados pelo método dos blocos
alternados, para diferentes tempos de retorno estão apresentados na Figura 32.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
95
Figura 32 – Hietogramas gerados pelo método de blocos alternados.
Observa-se na Figura 32 através dos hietogramas gerados pelo método dos
blocos alternados que o início da chuva excedente variou em função do tempo, pois
para os períodos de retorno menores como o de 2, 5 e 10 anos a chuva excedente teve
início em 40,70 minutos e para os períodos de 20, 25 e 50 anos em 32,56 minutos.
Portanto, assim como no método da curva sigmóide, o instante entre 40,70 e
48,84 minutos ocorreu a curvatura (valor de ativação) da curva sigmóide, seguindo até
o final do evento, ou seja, no tempo final da chuva incidente, com um valor total
acumulado para cada período de retorno conforme mostra a Figura 33.
Figura 33 – Chuva acumulada pelo método dos blocos alternados.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
96
5.3 APLICAÇÃO DOS MODELOS CHUVA X VAZÃO
5.3.1 Método de SCS
Para a obtenção do hidrograma de projeto da bacia de Val-de-Cans pelo
método de Soil Conservation Service foi necessário calcular o número de curva (CN), a
capacidade máxima de armazenamento (S), o tempo de concentração de bacia (tc), a
vazão de pico (Qp), o tempo de pico (tp), o tempo de base (tb) e de descida da vazão
(td), a saber:
a) Número de curva (CN): para a determinação do CN médio da bacia, foi utilizado
como base a Tabela 6 do item 3.4.3, para condição de umidade de solo 2, com os
seguintes resultados apresentados na Tabela 30:
Tabela 30 – Determinação do CN
Área Área
(km2)
Tipologia de
cobertura
Solo 1 Solo 2 Solo 3
∑CN2ij x Aij
Arenoso Barrento Barrento
<15%Argila <30%Argila >40%Argila
Grupo B Grupo C Grupo D
Aij, (Km2)
CN2ij Aij
(Km2) CN2ij
Aij, (Km2)
CN2ij
A1 1,434 Res, 500m2, 65% imp.
0,598 85 0,726 90 0,11 92 126,29
A2 1,032 Res, 1000m2, 38% imp.
0,808 75 0,224 83 0 87 79,192
A3 0,172 Res, 1500m2, 30% imp.
0,047 72 0,125 81 0 86 13,509
A4 0,171 Res, 500m2, 65% imp.
0,171 85 0 90 0 92 14,535
A5 1,933 Mata densa 1,429 55 0,504 70 0 77 113,875
A6 0,405 Via asfaltada 0,405 98 0 98 0 98 39,690
A7 1,716 Capoeira 1,716 66 0 77 0 83 113,256
∑AB 6,863 ∑(CN2ij x Aij) 500,347
CN2médio = ∑(CN2ij x Aij)/AB = 500,347 / 6,863 = 72,9
A bacia de Val-de-Cans tem características de uso de solo bem variadas,
conforme observado na Tabela 30, contudo, há predominância de áreas de matas,
incluindo mata densa e de capoeira, e de áreas impermeáveis incluindo neste caso a
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
97
pista do aeroporto Internacional de Belém e um cemitério, ocupando 3,649 km2 e 3,214
km2, respectivamente. Os tipos de solos encontrados foram do grupo B, C e D, com
predominância do tipo B, que ocupa um total de área de 5,174 km2, seguindo o do
grupo C com 1,579 km2 de área e por último o grupo D ocupando apenas 0,11 km2 da
bacia. Diante dessas observações, foi encontrado o valor de 72,9 para o número de
curva médio. Diante desse CN médio, a capacidade máxima de armazenamento foi
calculada:
b) Capacidade máxima de armazenamento (S): utilizando a Equação 15.
(Eq. 15)
Em que,
CN = 72,9
Logo,
c) Tempo de concentração (tc): foi calculado no item 4.1, onde Tc = 81,40 min ou 1,36
h;
d) Duração da chuva (td): foi adotado o mesmo tempo de concentração de 81,40 min
ou 1,36 h;
e) Intervalo de tempo do hidrograma (∆t): dividiu-se o tempo de duração (1,36 h) por
10 intervalos de tempo (adotado), resultando em ∆t = 1,36/10 ≅ 0,136 h.
f) Tempo de pico (tp) foi obtido pela Equação 16.
(Eq. 16)
S = 94,42 mm
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
98
Em que,
tp = tempo de pico (h);
∆t = 0,136 h;
ttc = 1,36 h;
Logo,
g) Tempo de base (tb): foi calculado pela Equação 19:
(Eq. 19)
Em que,
tb = tempo de base (h)
tp = 0,9 h
Logo,
h) Vazão de pico:foi obtida pela Equação 20:
(Eq. 20)
Em que,
Qp = vazão de pico (m3/s);
A = 6,863 Km2
tp = 0,9 h
Logo,
tp = 0,9 h
tb = 2,40 h
Qp = 15,86 m3/s
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
99
Esta vazão de 15,86 m3/s é a vazão de pico do hidrograma unitário por cada
centímetro de chuva excedente.
Para calcular a vazão máxima é necessário desagregar a chuva de projeto,
obter a chuva excedente e seus hidrogramas unitários e assim proceder o cálculo do
hidrogama final, resultado da soma da cada hidrograma unitário proporcional à chuva
excedente em cada intervalo, para isso deve ser calculado os elementos do hidrograma
gerado pela desagregação de chuva dos métodos função sigmóide e blocos alternados,
descritos a seguir.
5.3.1.1 Hidrograma de projeto – método da função sigmóide
De posse da precipitação excedente, passa-se então a determinação dos
elementos dos hidrogramas unitários correspondente a cada intervalo de tempo para os
diversos períodos de retorno. As Tabelas 31, 32, 33, 34, 35 e 36 apresentam os
elementos dos hidrogramas gerados pela função sigmóide, com os seguintes
elementos:
• Colunas 1 – blocos de chuvas: cada altura de chuva excedente gerou um bloco
de chuva, portanto, neste caso têm-se 7 blocos para os períodos de retorno de 2,
5 e 10 anos e 6 blocos para os períodos de 20, 25 e 50 anos;
• Colunas 2 – ∆t (h) intervalos de tempo (h): valores retirados da Tabela 15;
• Colunas 3 – ∆Pef precipitação excedente (cm): valores retirados das Tabelas
24, 25, 26, 27, 28 e 29;
• Colunas 4 – (qp’) vazão de pico de cada bloco de chuva (m3/s): para calcular
qp’, basta multiplicar o valor da chuva excedente (∆Pef) de cada bloco, pela
vazão de pico, QP = 15,86 m3/s. Esta última, calculada no item 5.1 pela Equação
20, ou seja, cada centímetro de chuva excedente gera uma vazão de 15,86 m3/s;
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
100
• Colunas 5 – (tp’) tempo de ocorrência de pico de vazão de cada bloco (h):
para calcular tp’ basta somar cada intervalo de tempo (∆t) com o valor do tempo
de pico, tp = 0,9 h, calculado no tem 5.1 pela Equação 16;
• Colunas 6 – (tb’) tempo de base (h) para calcular tb’ basta somar cada intervalo
de tempo (∆t) com o valor do tempo de base, tb = 2,4 h, calculado no tem 5.1
pela Equação 19. O cálculo do tempo de base de cada bloco de chuva segue o
mesmo raciocínio da coluna 5, entretanto, o valor que se acrescenta ao instante
de ocorrência da chuva excedente é o de tempo de base (tb);
• Colunas 7 – (td’) tempo de descida (h): para calcular td’ de cada bloco, basta
subtrair o tempo de pico (tp’) do tempo de base (tb’) gerados por cada bloco de
chuva. Observa-se que o tempo de descida de 1,5 h foi o mesmo encontrado
para todos, pois cada bloco atinge a sua máxima vazão em tempos distintos,
dependendo do valor da altura da chuva excedente no mesmo. Contudo, para
esta mesma vazão começar a diminuir em tempo iguais, isso dependerá das
características físicas da bacia, como tempo de concentração, coeficiente de
escoamento superficial, etc, ou seja, toda e qualquer altura de precipitação
excedente de uma chuva unitária incidente sobre uma bacia de estudo, terá o
mesmo tempo de descida, quando as condições da bacia neste instante de
ocorrência do evento forem às mesmas. É importante ressaltar que esta
afirmação é válida para uma única chuva, pois ao tratar de chuvas de diferentes
durações e intensidades, suas vazões de pico, seus tempos de pico, de base e
de descida podem ser diferentes, se estudadas isoladamente.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
101
Tabela 31 – Elementos do hidrograma, função sigmóide (TR= 2 anos)
Observa-se que na Tabela 31 que foram gerados 6 blocos de chuva e a vazão
de pico de 4,76 m3/s ocorre no bloco 2 no intervalo de 0,8 horas, onde, neste instante, a
chuva excedente foi maior.
Tabela 32 – Elementos do hidrograma, função sigmóide (TR= 5 anos)
Observa-se na Tabela 32 que para o período de retorno de 5 anos também
foram gerados 6 blocos de chuvas, a vazão de pico ocorreu no bloco 2 e o tempo de
pico, de base e de descida foram iguais ao do tempo de retorno de 2 anos.
Coluna 1
ALTURA DE CHUVA EXCEDENTE ACUMULADA TOTAL = 9,32 mm
Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7
∆t (h) ∆Pef (cm) qp’ (m3/s) tp’ (h) tb’ (h) td’ (h)
Bloco 1 0,7 0,06 0,97 1,6 3,1 1,5
Bloco 2 0,8 0,30 4,76 1,7 3,2 1,5
Bloco 3 0,9 0,30 4,72 1,8 3,3 1,5
Bloco 4 1,1 0,17 2,66 2,0 3,5 1,5
Bloco 5 1,2 0,07 1,18 2,1 3,6 1,5
Bloco 6 1,4 0,03 0,50 2,3 3,8 1,5
Coluna 1
ALTURA DE CHUVA EXCEDENTE ACUMULADA TOTAL = 14,78 mm
Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7
∆t (h) ∆Pef (cm) qp’ (m3/s) tp’ (h) tb’ (h) td’ (h)
Bloco 1 0,7 0,16 2,60 1,6 3,1 1,5
Bloco 2 0,8 0,49 7,71 1,7 3,2 1,5
Bloco 3 0,9 0,44 6,95 1,8 3,3 1,5
Bloco 4 1,1 0,24 3,80 2,0 3,5 1,5
Bloco 5 1,2 0,11 1,67 2,1 3,6 1,5
Bloco 6 1,4 0,04 0,70 2,3 3,8 1,5
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
102
Tabela 33 – Elementos do hidrograma, função sigmóide (TR= 10 anos)
Na Tabela 33 não houve diferenças significantes quanto aos períodos de
retorno anteriores (2 e 5 anos), pois os seis blocos foram gerados e a vazão de pico do
bloco 2 teve o maior valor.
Tabela 34 – Elementos do hidrograma, função sigmóide (TR= 20 anos).
Coluna 1
ALTURA DE CHUVA EXCEDENTE ACUMULADA TOTAL = 20,27 mm
Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7
∆t (h) ∆Pef (cm) qp’ (m3/s) tp’ (h) tb’ (h) td’ (h)
Bloco 1 0,7 0,29 4,59 1,6 3,1 1,5
Bloco 2 0,8 0,67 10,59 1,7 3,2 1,5
Bloco 3 0,9 0,57 9,06 1,8 3,3 1,5
Bloco 4 1,1 0,31 4,86 2,0 3,5 1,5
Bloco 5 1,2 0,13 2,13 2,1 3,6 1,5
Bloco 6 1,4 0,06 0,89 2,3 3,8 1,5
Coluna 1
ALTURA DE CHUVA EXCEDENTE ACUMULADA TOTAL = 27,17 mm
Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7
∆t (h) ∆Pef (cm) qp’ (m3/s) tp’ (h) tb’ (h) td’ (h)
Bloco 1 0,5 0,02 0,24 1,4 2,9 1,5
Bloco 2 0,7 0,46 7,23 1,6 3,1 1,5
Bloco 3 0,8 0,89 14,13 1,7 3,2 1,5
Bloco 4 0,9 0,73 11,60 1,8 3,3 1,5
Bloco 5 1,1 0,39 6,13 2,0 3,5 1,5
Bloco 6 1,2 0,17 2,66 2,1 3,6 1,5
Bloco 7 1,4 0,07 1,11 2,3 3,8 1,5
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
103
Observa-se na Tabela 34 que para o período de retorno de 20 anos foram
gerados sete blocos de chuva, pois a chuva excedente teve início no intervalo de 0,5
horas, logo, um intervalo a mais que os períodos de retorno de 2, 5 e 10 anos. Em
conseqüência disso, a vazão máxima não ocorreu no bloco de chuva 2, mas no bloco 3,
pois neste intervalo de 0,8 horas a chuva excedente foi maior, logo sua vazão máxima
será mais adiantada no instante de 0,8 horas. Observa-se ainda que houve mudança
nos tempos de pico e de base, pois o tempo de pico do bloco 1 foi de 1,4 horas e seu
tempo de base foi de 2,9 horas. Entretanto, o seu tempo de descida permaneceu o
mesmo, já que se trata da mesma bacia, independente do período de retorno sempre
será o mesmo.
Tabela 35 – Elementos do hidrograma, função sigmóide (TR= 25 anos)
Observa-se na Tabela 35 que a vazão máxima também ocorreu no bloco 3
onde a chuva excedente foi de 15,42 m3/s, no intervalo de 0,8 horas e seus tempos de
pico, de base e de descida permaneceram o mesmo do tempo de retorno de 20 anos.
Coluna 1
ALTURA DE CHUVA EXCEDENTE ACUMULADA TOTAL = 38,90 mm
Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7
∆t (h) ∆Pef (cm) qp’ (m3/s) tp’ (h) tb’ (h) td’ (h)
Bloco 1 0,5 0,02 0,38 1,4 2,9 1,5
Bloco 2 0,7 0,52 8,23 1,6 3,1 1,5
Bloco 3 0,8 0,97 15,42 1,7 3,2 1,5
Bloco 4 0,9 0,79 12,51 1,8 3,3 1,5
Bloco 5 1,1 0,41 6,58 2,0 3,5 1,5
Bloco 6 1,2 0,18 2,86 2,1 3,6 1,5
Bloco 7 1,4 0,07 1,19 2,3 3,8 1,5
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
104
Tabela 36 – Elementos do hidrograma, função sigmóide (TR= 50 anos)
Na Tabela 36 observa-se que para o período de retorno de 50 anos, conforme
observado na Tabela 36, foram gerados também 7 blocos de chuvas e a vazão máxima
ocorreu no bloco 3 onde a chuva excedente foi de 19,96 m3/s, no intervalo de 0,8 horas
para uma chuva excedente de 1,26 cm. Os tempo de pico, de base e tempo de descida
permaneceram o mesmo dos tempo de retorno de 20 e 25 anos.
• Processo de convolução
Para a construção do hidrograma de projeto do modelo de SCS, calculam-se as
vazões dos blocos de chuva correspondentes a cada intervalo de tempo utilizando o
processo chamado de convolução, que de acordo com Canholi (2009) é o produto da
hidrógrafa unitária (HU) pela precipitação excedente, ou seja, cada altura de
precipitação excedente (∆Pef) será multiplicada pelas HU, convoluindo o cálculo no
tempo a cada início de bloco, conforme cálculos mostrados nas Tabelas 37, 38, 39, 40,
41 e 42. Este processo permite conhecer os hidrogramas unitários de cada bloco de
chuva e com base no 3º princípio da aditividade do hidrograma unitário, descrito no item
3.5.2, gera o hidrograma total da bacia de estudo, com os seguintes elementos.
Coluna 1
ALTURA DE CHUVA EXCEDENTE ACUMULADA TOTAL = 38,90 MM
Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7
∆t (h) ∆Pef (cm) qp’ (m3/s) tp’ (h) tb’ (h) td’ (h)
Bloco 1 0,5 0,07 1,09 1,4 2,9 1,5
Bloco 2 0,7 0,75 11,83 1,6 3,1 1,5
Bloco 3 0,8 1,26 19,96 1,7 3,2 1,5
Bloco 4 0,9 0,99 15,68 1,8 3,3 1,5
Bloco 5 1,1 0,51 8,15 2,0 3,5 1,5
Bloco 6 1,2 0,22 3,52 2,1 3,6 1,5
Bloco 7 1,4 0,09 1,46 2,3 3,8 1,5
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
105
• Colunas 1– (∆t) intervalos de tempo (h): retirados da Tabela 15; transformados
em (h);
• Colunas 2 – (HU) hidrógrafa unitária: para calcular HU, deve ser verificado se o
valor do intervalo de tempo (∆t) é menor ou maior que o tempo de pico (tp = 0,9
h) do hidrograma, pois se for menor ou igual, a expressão utilizada será HU =
(Qn/tp) x ∆t. Contudo, se ∆t > 0,9 h, a expressão será HU = Qn x (tb - ∆t) / (tb -
tp);
• Colunas 3 – (∆Pef) precipitação excedente (cm): valores retirados das Tabelas
24, 25, 26, 27, 28 e 29;
• Colunas 4 a 9 ou de 4 a 10 – (Qn) vazões de cada bloco de chuva (m3/s): para
isso, bastou multiplicar a 1ª altura de chuva (∆Pef) pela 1ª HU, em seguida com a
mesma 1ª altura de chuva, multiplica-se com a 2ª HU, e assim por diante, até a
última HU. Esse procedimento deve ser seguido até a última altura de chuva. As
vazões dos blocos de chuva, das colunas 4 a 11, destacadas em vermelho,
representam as suas vazões de pico;
• Coluna 10 ou 11 – (Qfinal) vazões do hidrograma final (m3/s): para calcular as
vazões do hidrograma bastou somar todas as vazões de cada linha de vazão
calculada nas colunas de 4 a 19 ou 4 a 10.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
106
Tabela 37 – Processo de convolução, função sigmóide (TR= 2 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10 ∆t (h) HU SCS ∆Pef (cm) Q1=P1 x hu Q2=P2 x hu Q3=P3 x hu Q4=P4 x hu Q5=P5 x hu Q6=P6 x hu Q Final
0 0 - - - - - - - - 0,1 2,4 - - - - - - - - 0,3 4,8 - - - - - - - - 0,4 7,2 - - - - - - - - 0,5 9,6 0
- - - - - -
0,7 12,0 0,06 0 - - - - - - 0,8 14,3 0,30 0,15 0 - - - - 0,15 0,9 16,7 0,30 0,29 0,72 0 - - - 1,01 1,1 13,9 0,17 0,44 1,43 0,71 0 - - 2,58 1,2 12,5 0,07 0,58 2,15 1,42 0,40 0 - 4,56 1,4 11,0 0,03 0,73 2,87 2,14 0,80 0,18 0 6,71 1,5 9,6 0 0,88 3,59 2,85 1,20 0,36 0,07 8,94 1,6 8,2 - 0,94 4,30 3,56 1,60 0,53 0,15 11,08 1,8 6,7 - 0,85 4,60 4,27 2,00 0,71 0,22 12,66 1,9 5,3 - 0,76 4,17 4,56 2,40 0,89 0,30 13,09 2,0 3,9 - 0,67 3,74 4,14 2,57 1,07 0,37 12,56 2,2 2,4 - 0,59 3,31 3,71 2,33 1,14 0,45 11,53 2,3 1,0 - 0,50 2,88 3,28 2,09 1,04 0,48 10,27 2,4 0 - 0,41 2,45 2,86 1,85 0,93 0,43 8,93 2,6 - - 0,32 2,02 2,43 1,61 0,82 0,39 7,59 2,7 - - 0,24 1,59 2,00 1,37 0,72 0,34 6,25 2,8 - - 0,15 1,16 1,58 1,13 0,61 0,30 4,92 3,0 - - 0,06 0,73 1,15 0,89 0,50 0,26 3,58 3,1 - - 0 0,30 0,72 0,65 0,39 0,21 2,27 3,3 - - - 0 0,29 0,41 0,29 0,17 1,15 3,4 - - - - 0 0,17 0,18 0,12 0,47 3,5 - - - - - 0 0,07 0,08 0,15 3,7 - - - - - - 0 0,03 0,03 3,8 -
- - - - - 0 0
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
107
Tabela 38 – Processo de convolução, função sigmóide (TR= 5 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10 ∆t (h) HU SCS ∆Pef (cm) Q1=P1 x hu Q2=P2 x hu Q3=P3 x hu Q4=P4 x hu Q5=P5 x hu Q6=P6 x hu Q Final
0 0 - - - - - - - - 0,1 2,4 - - - - - - - - 0,3 4,8 - - - - - - - - 0,4 7,2 - - - - - - - - 0,5 9,6 0 - - - - - - - 0,7 12,0 0,16 0 - - - - - 0 0,8 14,3 0,49 0,39 0 - - - - 0,39 0,9 16,7 0,44 0,78 1,16 0 - - - 1,95 1,1 13,9 0,24 1,18 2,33 1,05 0 - - 4,55 1,2 12,5 0,11 1,57 3,49 2,10 0,57 0 - 7,73 1,4 11,0 0,04 1,96 4,65 3,14 1,14 0,25 0 11,15 1,5 9,6 0 2,35 5,81 4,19 1,72 0,50 0,11 14,69 1,6 8,2 - 2,52 6,98 5,24 2,29 0,76 0,21 17,99 1,8 6,7 - 2,28 7,46 6,29 2,86 1,01 0,32 20,21 1,9 5,3 - 2,04 6,76 6,72 3,43 1,26 0,42 20,64 2,0 3,9 - 1,81 6,06 6,09 3,67 1,51 0,53 19,68 2,2 2,4 - 1,57 5,37 5,47 3,33 1,62 0,63 17,98 2,3 1,0 - 1,34 4,67 4,84 2,98 1,47 0,67 15,97 2,4 0 - 1,10 3,97 4,21 2,64 1,31 0,61 13,85 2,6 - - 0,87 3,27 3,58 2,30 1,16 0,55 11,73 2,7 - - 0,63 2,57 2,95 1,95 1,01 0,49 9,61 2,8 - - 0,40 1,88 2,32 1,61 0,86 0,42 7,49 3,0 - - 0,16 1,18 1,69 1,27 0,71 0,36 5,37 3,1 - - 0 0,48 1,06 0,92 0,56 0,30 3,32 3,3 - - - 0 0,43 0,58 0,41 0,23 1,65 3,4 - - - - 0 0,24 0,26 0,17 0,66 3,5 - - - - - 0 0,10 0,11 0,21 3,7 - - - - - - 0 0,04 0,04 3,8 - - - - - - - 0 0
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
108
Tabela 39 – Processo de convolução, função sigmóide (TR= 10 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10 ∆t (h) HU SCS ∆Pef (cm) Q1=P1 x hu Q2=P2 x hu Q3=P3 x hu Q4=P4 x hu Q5=P5 x hu Q6=P6 x hu Q Final
0 0 - - - - - - - - 0,1 2,4 - - - - - - - - 0,3 4,8 - - - - - - - - 0,4 7,2 - - - - - - - - 0,5 9,6 0 - - - - - - - 0,7 12,0 0,29 0 - - - - - 0 0,8 14,3 0,67 0,69 0 - - - - 0,69 0,9 16,7 0,57 1,38 1,60 0 - - - 2,98 1,1 13,9 0,31 2,08 3,19 1,37 0 - - 6,64 1,2 12,5 0,13 2,77 4,79 2,73 0,73 0 - 11,03 1,4 11,0 0,06 3,46 6,39 4,10 1,47 0,32 0 15,74 1,5 9,6 0 4,15 7,98 5,47 2,20 0,64 0,13 20,58 1,6 8,2 - 4,44 9,58 6,83 2,93 0,96 0,27 25,02 1,8 6,7 - 4,03 10,24 8,20 3,66 1,28 0,40 27,81 1,9 5,3 - 3,61 9,29 8,76 4,40 1,60 0,53 28,19 2,0 3,9 - 3,20 8,33 7,94 4,70 1,92 0,67 26,76 2,2 2,4 - 2,78 7,37 7,13 4,26 2,06 0,80 24,39 2,3 1,0 - 2,36 6,41 6,31 3,82 1,86 0,86 21,62 2,4 0 - 1,95 5,45 5,49 3,38 1,67 0,78 18,71 2,6 - - 1,53 4,49 4,67 2,94 1,48 0,70 15,81 2,7 - - 1,12 3,54 3,85 2,50 1,29 0,62 12,90 2,8 - - 0,70 2,58 3,03 2,06 1,09 0,54 10,00 3,0 - - 0,29 1,62 2,21 1,62 0,90 0,46 7,09 3,1 - - 0 0,66 1,39 1,18 0,71 0,38 4,32 3,3 - - - 0 0,57 0,74 0,52 0,30 2,12 3,4 - - - - 0 0,30 0,33 0,22 0,84 3,5 - - - - - 0 0,13 0,14 0,27 3,7 - - - - - - 0 0,06 0,06 3,8 - - - - - - - 0 0
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
109
Tabela 40 – Processo de convolução, função sigmóide (TR= 20 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10 Coluna 11 ∆t (h) HU SCS ∆Pef (cm) Q1=P1 x hu Q2=P2 x hu Q3=P3 x hu Q4=P4 x hu Q5=P5 x hu Q6=P6 x hu Q7=P7 x hu Q Final
0 0 - - - - - - - - - 0,1 2,4 - - - - - - - - - 0,3 4,8 - - - - - - - - - 0,4 7,2 0 - - - - - - - - 0,5 9,6 0,02 0 - - - - - - 0 0,7 12,0 0,46 0,04 0 - - - - - 0,04 0,8 14,3 0,89 0,07 1,09 0 - - - - 1,16 0,9 16,7 0,73 0,11 2,18 2,13 0 - - - 4,42 1,1 13,9 0,39 0,14 3,27 4,26 1,75 0 - - 9,42 1,2 12,5 0,17 0,18 4,36 6,39 3,50 0,92 0 - 15,35 1,4 11,0 0,07 0,22 5,45 8,52 5,24 1,85 0,40 0 21,68 1,5 9,6 0 0,23 6,54 10,65 6,99 2,77 0,80 0,17 28,15 1,6 8,2 - 0,21 6,99 12,78 8,74 3,69 1,21 0,33 33,95 1,8 6,7 - 0,19 6,34 13,66 10,49 4,62 1,61 0,50 37,40 1,9 5,3 - 0,17 5,68 12,38 11,21 5,54 2,01 0,67 37,66 2,0 3,9 - 0,14 5,03 11,10 10,16 5,92 2,41 0,83 35,61 2,2 2,4 - 0,12 4,38 9,83 9,11 5,37 2,58 1,00 32,39 2,3 1,0 - 0,10 3,72 8,55 8,07 4,81 2,34 1,07 28,66 2,4 0 - 0,08 3,07 7,27 7,02 4,26 2,09 0,97 24,76 2,6 - - 0,06 2,41 5,99 5,97 3,71 1,85 0,87 20,86 2,7 - - 0,04 1,76 4,71 4,92 3,15 1,61 0,77 16,97 2,8 - - 0,01 1,11 3,44 3,87 2,60 1,37 0,67 13,07 3,0 - - 0 0,45 2,16 2,82 2,04 1,13 0,57 9,18 3,1 - - - 0 0,88 1,77 1,49 0,89 0,47 5,50 3,3 - - - - 0 0,72 0,94 0,65 0,37 2,68 3,4 - - - - - 0 0,38 0,41 0,27 1,06 3,5 - - - - - - 0 0,17 0,17 0,34 3,7 - - - - - - - 0 0,07 0,07 3,8 - - - - - - - - 0 0
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
110
Tabela 41 – Processo de convolução, função sigmóide (TR= 25 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10 Coluna 11 ∆t (h) HU SCS ∆Pef (cm) Q1=P1 x hu Q2=P2 x hu Q3=P3 x hu Q4=P4 x hu Q5=P5 x hu Q6=P6 x hu Q7=P7 x hu Q Final
0 0 - - - - - - - - - 0,1 2,4 - - - - - - - - - 0,3 4,8 - - - - - - - - - 0,4 7,2 0 - - - - - - - - 0,5 9,6 0,02 0 - - - - - - 0 0,7 12,0 0,52 0,06 0 - - - - - 0,06 0,8 14,3 0,97 0,11 1,24 0 - - - - 1,35 0,9 16,7 0,79 0,17 2,48 2,32 0 - - - 4,98 1,1 13,9 0,41 0,23 3,72 4,65 1,89 0 - - 10,48 1,2 12,5 0,18 0,29 4,96 6,97 3,77 0,99 0 - 16,98 1,4 11,0 0,07 0,34 6,20 9,30 5,66 1,98 0,43 0 23,91 1,5 9,6 0 0,37 7,44 11,62 7,54 2,98 0,86 0,18 30,99 1,6 8,2 - 0,33 7,95 13,94 9,43 3,97 1,29 0,36 37,28 1,8 6,7 - 0,30 7,21 14,91 11,31 4,96 1,72 0,54 40,95 1,9 5,3 - 0,26 6,47 13,51 12,10 5,95 2,15 0,72 41,16 2,0 3,9 - 0,23 5,72 12,12 10,96 6,36 2,58 0,89 38,87 2,2 2,4 - 0,20 4,98 10,72 9,83 5,77 2,76 1,07 35,33 2,3 1,0 - 0,16 4,23 9,33 8,70 5,17 2,50 1,15 31,25 2,4 0 - 0,13 3,49 7,93 7,57 4,58 2,25 1,04 26,98 2,6 - - 0,09 2,75 6,54 6,44 3,98 1,99 0,93 22,72 2,7 - - 0,06 2,00 5,15 5,31 3,39 1,73 0,83 18,45 2,8 - - 0,02 1,26 3,75 4,18 2,79 1,47 0,72 14,19 3,0 - - 0 0,51 2,36 3,04 2,20 1,21 0,61 9,93 3,1 - - - 0 0,96 1,91 1,60 0,95 0,50 5,93 3,3 - - - - 0 0,78 1,01 0,70 0,40 2,88 3,4 - - - - - 0 0,41 0,44 0,29 1,14 3,5 - - - - - - 0 0,18 0,18 0,36 3,7 - - - - - - - 0 0,07 0,07 3,8 - - - - - - - - 0 0
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
111
Tabela 42 – Processo de convolução, função sigmóide (TR= 50 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10 Coluna 11 ∆t (h) HU SCS ∆Pef (cm) Q1=P1 x hu Q2=P2 x hu Q3=P3 x hu Q4=P4 x hu Q5=P5 x hu Q6=P6 x hu Q7=P7 x hu Q Final
0 0 - - - - - - - - - 0,1 2,4 - - - - - - - - - 0,3 4,8 - - - - - - - - - 0,4 7,2 0 - - - - - - - - 0,5 9,6 0,07 0 - - - - - - 0 0,7 12,0 0,75 0,16 0 - - - - - 0,16 0,8 14,3 1,26 0,33 1,78 0 - - - - 2,11 0,9 16,7 0,99 0,49 3,57 3,01 0 - - - 7,07 1,1 13,9 0,51 0,66 5,35 6,02 2,36 0 - - 14,39 1,2 12,5 0,22 0,82 7,14 9,03 4,73 1,23 0 - 22,94 1,4 11,0 0,09 0,99 8,92 12,03 7,09 2,46 0,53 0 32,02 1,5 9,6 - 1,05 10,70 15,04 9,45 3,68 1,06 0,22 41,22 1,6 8,2 - 0,96 11,44 18,05 11,82 4,91 1,59 0,44 49,21 1,8 6,7 - 0,86 10,37 19,30 14,18 6,14 2,12 0,66 53,63 1,9 5,3 - 0,76 9,30 17,49 15,16 7,37 2,65 0,88 53,62 2,0 3,9 - 0,66 8,23 15,69 13,74 7,88 3,19 1,10 50,49 2,2 2,4 - 0,56 7,16 13,88 12,32 7,14 3,41 1,32 45,80 2,3 1,0 - 0,46 6,09 12,08 10,91 6,40 3,09 1,41 40,44 2,4 0 - 0,36 5,02 10,27 9,49 5,67 2,77 1,28 34,86 2,6 - - 0,27 3,95 8,47 8,07 4,93 2,45 1,15 29,28 2,7 - - 0,17 2,88 6,66 6,65 4,19 2,13 1,02 23,70 2,8 - - 0,07 1,81 4,86 5,23 3,46 1,81 0,88 18,12 3,0 - - 0 0,74 3,05 3,82 2,72 1,49 0,75 12,57 3,1 - - - 0 1,25 2,40 1,98 1,18 0,62 7,42 3,3 - - - - 0 0,98 1,25 0,86 0,49 3,57 3,4 - - - - - 0 0,51 0,54 0,36 1,40 3,5 - - - - - - 0 0,22 0,22 0,44 3,7 - - - - - - - 0 0,09 0,09 3,8 - - - - - - - - 0 0
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
112
Diante disso, foram gerados os hidrogramas para diferentes períodos de
retorno conforme mostra a Figura 34. Esta vazão foi obtida utilizando o 3º princípio do
método Hidrograma unitário (aditividade), descritos anteriormente no item 3.5.2, onde
adiciona-se as ordenadas de cada um dos hidrogramas unitários gerados pelos setes
blocos de chuva nos tempos correspondentes.
Figura 34 – Hidrogramas gerado pelo método da função sigmóide.
Observa-se na Figura 34 que na bacia de Val-de-Cans, a chuva estudada de
duração de 81,40 minutos para diferentes períodos de retorno gerou, utilizando o
método de desagregação de chuva da função sigmóide e o modelo chuva x vazão de
SCS, as vazões de pico crescente em função dos tempos de retorno.
5.3.1.2 Hidrograma de projeto – método dos blocos alternados
Após a desagregação de chuva pelo método dos blocos alternados, os cálculos
seguintes para obtenção do hidrograma final, são iguais aos realizados no método da
função sigmóide. Nas Tabelas 43, 44, 45, 46, 47 e 48 estão apresentas os tempos de
pico, de base, de descida e a vazão de pico de cada bloco de chuva gerado pelo
método dos blocos alternados.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
113
Tabela 43 – Elementos do hidrograma, blocos alternados (TR= 2 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7
∆t (h) ∆ Pexc (cm) Qp’ (m3/s) tp’ (h) tb’ (h) td’ (h)
Bloco 1 0,7 0,16 2,52 1,6 3,1 1,5
Bloco 2 0,8 0,30 4,72 1,7 3,2 1,5
Bloco 3 0,9 0,19 2,97 1,8 3,3 1,5
Bloco 4 1,1 0,13 2,00 2,0 3,5 1,5
Bloco 5 1,2 0,09 1,45 2,1 3,6 1,5
Bloco 6 1,4 0,07 1,12 2,3 3,8 1,5
Observa-se na Tabela 43 que foram gerados 6 blocos de chuvas e sua vazão
máxima ocorreu no bloco 2, onde a precipitação excedente foi maior, os tempos de
pico, de base e de descida são os mesmo encontrados no método da função sigmóide.
Tabela 44 – Elementos do hidrograma, blocos alternados (TR= 5 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7
∆t (h) ∆ Pexc (cm) Qp’ (m3/s) tp’ (h) tb’ (h) td’ (h)
Bloco 1 0,7 0,33 5,30 1,6 3,1 1,5
Bloco 2 0,8 0,46 7,30 1,7 3,2 1,5
Bloco 3 0,9 0,27 4,34 1,8 3,3 1,5
Bloco 4 1,1 0,18 2,86 2,0 3,5 1,5
Bloco 5 1,2 0,13 2,06 2,1 3,6 1,5
Bloco 6 1,4 0,10 1,58 2,3 3,8 1,5
Observa-se na Tabela 44 que a vazão de pico de 7,30 m3/s também ocorreu no
intervalo de 0,8 horas, ou seja, no bloco de chuva 2.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
114
Tabela 45 – Elementos do hidrograma, blocos alternados (TR= 10 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7
∆t (h) ∆ Pexc (cm) Qp’ (m3/s) tp’ (h) tb’ (h) td’ (h)
Bloco 1 0,7 0,53 8,39 1,6 3,1 1,5
Bloco 2 0,8 0,62 9,77 1,7 3,2 1,5
Bloco 3 0,9 0,35 5,63 1,8 3,3 1,5
Bloco 4 1,1 0,23 3,68 2,0 3,5 1,5
Bloco 5 1,2 0,17 2,63 2,1 3,6 1,5
Bloco 6 1,4 0,13 2,01 2,3 3,8 1,5
Na Tabela 45 observa-se que se repete o mesmo raciocínio do método da
função sigmóide, onde para os períodos de retorno 2, 5 e 10 anos adotados nesta
pesquisa a chuva excedente teve início em 0,7 horas e, portanto, foram gerados seis
blocos de chuva e seus tempos de pico, de base e descida foram iguais para esses três
períodos de retorno adotados.
Tabela 46 – Elementos do hidrograma, blocos alternados (TR= 20 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7
∆t (h) ∆ Pexc (cm) Qp’ (m3/s) tp’ (h) tb’ (h) td’ (h)
Bloco 1 0,5 0,02 0,02 1,4 2,9 1,5
Bloco 2 0,7 0,78 0,70 1,6 3,1 1,5
Bloco 3 0,8 0,81 0,72 1,7 3,2 1,5
Bloco 4 0,9 0,45 0,41 1,8 3,3 1,5
Bloco 5 1,1 0,29 0,26 2,0 3,5 1,5
Bloco 6 1,2 0,21 0,19 2,1 3,6 1,5
Bloco 7 1,4 0,16 0,14 2,3 3,8 1,5
Na Tabela 46 observa-se que ocorreu o mesmo que no método da função
sigmóide, onde a partir deste período de retorno, foram gerados sete blocos de chuva,
pois a chuva excedente começou em um instante de 0,5 horas e a vazão máxima
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
115
ocorreu no bloco 3. Os tempos de pico, de base também mudaram, pois no primeiro
bloco que antes o tempo de pico era 1,6 horas e tempo de base 3,1 horas passaram a
ser 1,4 e 2,9 horas, respectivamente. Sendo que o tempo de descida permanece o
mesmo.
Tabela 47 – Elementos do hidrograma, blocos alternados (TR= 25 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7
∆t (h) ∆ Pexc (cm) Qp’ (m3/s) tp’ (h) tb’ (h) td’ (h)
Bloco 1 0,5 0,03 0,49 1,4 2,9 1,5
Bloco 2 0,7 0,87 13,84 1,6 3,1 1,5
Bloco 3 0,8 0,87 13,86 1,7 3,2 1,5
Bloco 4 0,9 0,49 7,73 1,8 3,3 1,5
Bloco 5 1,1 0,31 4,99 2,0 3,5 1,5
Bloco 6 1,2 0,22 3,55 2,1 3,6 1,5
Bloco 7 1,4 0,17 2,69 2,3 3,8 1,5
Observa-se na Tabela 47 que a vazão máxima de 13,86 m3/s também ocorreu
no bloco 3, onde a precipitação neste intervalo de 0,8 horas foi de 0,87 cm.
Tabela 48 – Elementos do hidrograma, blocos alternados (TR= 50 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7
∆t (h) ∆ Pexc (cm) Qp’ (m3/s) tp’ (h) tb’ (h) td’ (h)
Bloco 1 0,5 0,08 1,30 1,4 2,9 1,5
Bloco 2 0,7 1,21 19,17 1,6 3,1 1,5
Bloco 3 0,8 1,11 17,68 1,7 3,2 1,5
Bloco 4 0,9 0,61 9,67 1,8 3,3 1,5
Bloco 5 1,1 0,39 6,18 2,0 3,5 1,5
Bloco 6 1,2 0,28 4,38 2,1 3,6 1,5
Bloco 7 1,4 0,21 3,32 2,3 3,8 1,5
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
116
Na Tabela 48 observa-se que para este período de retorno de 50 anos, assim
como os períodos de 20 e 25 anos, foram gerados os sete blocos de chuva, sendo que
no terceiro a vazão teve o maior valor em razão da precipitação excedente se rmaior
neste instante.
• Processo de convolução
A partir dos cálculos das ordenadas do hidrograma calculam-se as vazões dos
blocos de chuva correspondentes a cada intervalo de tempo, utilizando o mesmo
método de convolução utilizado no método da função sigmóide, conforme mostrado nas
Tabelas 49, 50, 51, 52, 53 e 54 seguintes.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
117
Tabela 49 – Processo de convolução, blocos alternados (TR= 2 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10 ∆t (h) HU SCS ∆Pef (cm) Q1=P1 x hu Q2=P2 x hu Q3=P3 x hu Q4=P4 x hu Q5=P5 x hu Q6=P6 x hu Q Final
0 0 - - - - - - - - 0,1 2,4 - - - - - - - - 0,3 4,8 - - - - - - - - 0,4 7,2 - - - - - - - - 0,5 9,6 0 - - - - - - - 0,7 12,0 0,16 0 - - - - - 0 0,8 14,3 0,30 0,38 0 - - - - 0,38 0,9 16,7 0,19 0,76 0,71 0 - - - 1,47 1,1 13,9 0,13 1,14 1,42 0,45 0 - - 3,01 1,2 12,5 0,09 1,52 2,14 0,89 0,30 0 - 4,85 1,4 11,0 0,07 1,90 2,85 1,34 0,60 0,22 0 6,91 1,5 9,6 - 2,28 3,56 1,79 0,90 0,44 0,17 9,14 1,6 8,2 - 2,44 4,27 2,24 1,20 0,66 0,34 11,15 1,8 6,7 - 2,21 4,57 2,68 1,51 0,88 0,51 12,35 1,9 5,3 - 1,98 4,14 2,87 1,81 1,10 0,68 12,57 2,0 3,9 - 1,75 3,71 2,60 1,93 1,32 0,85 12,16 2,2 2,4 - 1,53 3,28 2,33 1,75 1,41 1,01 11,31 2,3 1,0 - 1,30 2,86 2,06 1,57 1,28 1,08 10,15 2,4 0 - 1,07 2,43 1,79 1,39 1,14 0,98 8,81 2,6 - - 0,84 2,00 1,53 1,21 1,01 0,88 7,47 2,7 - - 0,61 1,58 1,26 1,03 0,88 0,78 6,14 2,8 - - 0,39 1,15 0,99 0,85 0,75 0,68 4,80 3,0 - - 0,16 0,72 0,72 0,67 0,62 0,58 3,46 3,1 - - 0 0,29 0,45 0,49 0,49 0,48 2,20 3,3 - - - 0 0,19 0,31 0,35 0,37 1,22 3,4 - - - - 0 0,12 0,22 0,27 0,62 3,5 - - - - - 0 0,09 0,17 0,26 3,7 - - - - - - 0 0,07 0,07 3,8 - - - - - - - 0 0
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
118
Tabela 50 – Processo de convolução, blocos alternados (TR= 5 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10 ∆t (h) HU SCS ∆Pef (cm) Q1=P1 x hu Q2=P2 x hu Q3=P3 x hu Q4=P4 x hu Q5=P5 x hu Q6=P6 x hu Q Final
0 0 - - - - - - - - 0,1 2,4 - - - - - - - - 0,3 4,8 - - - - - - - - 0,4 7,2 - - - - - - - - 0,5 9,6 0 - - - - - - - 0,7 12,0 0,33 0 - - - - - 0 0,8 14,3 0,46 0,80 0 - - - - 0,80 0,9 16,7 0,27 1,60 1,10 0 - - - 2,70 1,1 13,9 0,18 2,39 2,20 0,65 0 - - 5,25 1,2 12,5 0,13 3,19 3,30 1,31 0,43 0 - 8,23 1,4 11,0 0,10 3,99 4,40 1,96 0,86 0,31 0 11,53 1,5 9,6 0 4,79 5,50 2,61 1,30 0,62 0,24 15,06 1,6 8,2 - 5,12 6,60 3,27 1,73 0,93 0,48 18,12 1,8 6,7 - 4,64 7,05 3,92 2,16 1,24 0,72 19,74 1,9 5,3 - 4,16 6,39 4,19 2,59 1,56 0,95 19,85 2,0 3,9 - 3,68 5,73 3,80 2,77 1,87 1,19 19,05 2,2 2,4 - 3,20 5,07 3,41 2,51 2,00 1,43 17,62 2,3 1,0 - 2,73 4,41 3,02 2,25 1,81 1,53 15,75 2,4 0 - 2,25 3,75 2,62 1,99 1,62 1,39 13,63 2,6 - - 1,77 3,09 2,23 1,73 1,44 1,24 11,51 2,7 - - 1,29 2,44 1,84 1,47 1,25 1,10 9,39 2,8 - - 0,81 1,78 1,45 1,21 1,06 0,96 7,27 3,0 - - 0,33 1,12 1,06 0,96 0,88 0,81 5,15 3,1 - - 0 0,46 0,66 0,70 0,69 0,67 3,18 3,3 - - - 0 0,27 0,44 0,50 0,53 1,74 3,4 - - - - 0 0,18 0,32 0,38 0,88 3,5 - - - - - 0 0,13 0,24 0,37 3,7 - - - - - - 0 0,10 0,10 3,8 - - - - - - - 0 0
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
119
Tabela 51 – Processo de convolução, blocos alternados (TR= 10 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10 ∆t (h) HU SCS ∆Pef (cm) Q1=P1 x hu Q2=P2 x hu Q3=P3 x hu Q4=P4 x hu Q5=P5 x hu Q6=P6 x hu Q Final
0 0 - - - - - - - - 0,1 2,4 - - - - - - - - 0,3 4,8 - - - - - - - - 0,4 7,2 - - - - - - - - 0,5 9,6 0 - - - - - - - 0,7 12,0 0,53 0 - - - - - 0 0,8 14,3 0,62 1,26 0 - - - - 1,26 0,9 16,7 0,35 2,53 1,47 0 - - - 4,00 1,1 13,9 0,23 3,79 2,95 0,85 0 - - 7,59 1,2 12,5 0,17 5,06 4,42 1,70 0,55 0 - 11,73 1,4 11,0 0,13 6,32 5,89 2,55 1,11 0,40 0 16,27 1,5 9,6 0 7,59 7,36 3,39 1,66 0,79 0,30 21,11 1,6 8,2 - 8,11 8,84 4,24 2,22 1,19 0,61 25,20 1,8 6,7 - 7,35 9,45 5,09 2,77 1,59 0,91 27,16 1,9 5,3 - 6,59 8,56 5,44 3,32 1,98 1,21 27,12 2,0 3,9 - 5,84 7,68 4,93 3,55 2,38 1,51 25,90 2,2 2,4 - 5,08 6,80 4,42 3,22 2,55 1,82 23,88 2,3 1,0 - 4,32 5,91 3,92 2,89 2,31 1,94 21,28 2,4 0 - 3,56 5,03 3,41 2,56 2,07 1,76 18,38 2,6 - - 2,80 4,14 2,90 2,22 1,83 1,58 15,48 2,7 - - 2,04 3,26 2,39 1,89 1,59 1,40 12,57 2,8 - - 1,28 2,38 1,88 1,56 1,35 1,22 9,67 3,0 - - 0,52 1,49 1,37 1,23 1,12 1,03 6,76 3,1 - - 0 0,61 0,86 0,89 0,88 0,85 4,10 3,3 - - - 0 0,35 0,56 0,64 0,67 2,22 3,4 - - - - 0 0,23 0,40 0,49 1,12 3,5 - - - - - 0 0,16 0,31 0,47 3,7 - - - - - - 0 0,13 0,13 3,8 - - - - - - - 0 0
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
120
Tabela 52 – Processo de convolução, blocos alternados (TR= 20 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10 Coluna 11 ∆t (h) HU SCS ∆Pef (cm) Q1=P1 x hu Q2=P2 x hu Q3=P3 x hu Q4=P4 x hu Q5=P5 x hu Q6=P6 x hu Q7=P7 x hu Q Final
0 0 - - - - - - - - - 0,1 2,4 - - - - - - - - - 0,3 4,8 - - - - - - - - - 0,4 7,2 0 - - - - - - -
0,5 9,6 0,02 0 - - - - - - 0 0,7 12,0 0,78 0,05 0 - - - - - 0,05 0,8 14,3 0,81 0,10 1,86 0 - - - - 1,96 0,9 16,7 0,45 0,15 3,73 1,93 0 - - - 5,80 1,1 13,9 0,29 0,20 5,59 3,85 1,08 0 - - 10,72 1,2 12,5 0,21 0,25 7,45 5,78 2,16 0,70 0 - 16,34 1,4 11,0 0,16 0,29 9,31 7,70 3,25 1,40 0,50 0 22,45 1,5 9,6 0 0,31 11,18 9,63 4,33 2,10 1,00 0,38 28,92 1,6 8,2 - 0,29 11,95 11,55 5,41 2,80 1,49 0,76 34,25 1,8 6,7 - 0,26 10,83 12,35 6,49 3,50 1,99 1,14 36,56 1,9 5,3 - 0,23 9,71 11,20 6,94 4,20 2,49 1,52 36,28 2,0 3,9 - 0,20 8,60 10,04 6,29 4,49 2,99 1,89 34,49 2,2 2,4 - 0,17 7,48 8,88 5,64 4,07 3,20 2,27 31,71 2,3 1,0 - 0,14 6,36 7,73 4,99 3,65 2,90 2,43 28,19 2,4 0 - 0,11 5,24 6,57 4,34 3,23 2,60 2,20 24,30 2,6 - - 0,08 4,13 5,42 3,69 2,81 2,30 1,98 20,40 2,7 - - 0,05 3,01 4,26 3,04 2,39 2,00 1,75 16,50 2,8 - - 0,02 1,89 3,11 2,40 1,97 1,70 1,52 12,60 3,0 - - 0 0,77 1,95 1,75 1,55 1,40 1,29 8,72 3,1 - - - 0 0,80 1,10 1,13 1,10 1,07 5,19 3,3 - - - - 0 0,45 0,71 0,80 0,84 2,80 3,4 - - - - - 0 0,29 0,51 0,61 1,41 3,5 - - - - - - 0 0,21 0,38 0,59 3,7 - - - - - - - 0 0,16 0,16 3,8 - - - - - - - - 0 0
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
121
Tabela 53 – Processo de convolução, blocos alternados (TR= 25 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10 Coluna 11 ∆t (h) HU SCS ∆Pef (cm) Q1=P1 x hu Q2=P2 x hu Q3=P3 x hu Q4=P4 x hu Q5=P5 x hu Q6=P6 x hu Q7=P7 x hu Q Final
0 0 - - - - - - - - - 0,1 2,4 - - - - - - - - - 0,3 4,8 - - - - - - - - - 0,4 7,2 0 - - - - - - - - 0,5 9,6 0,03 0 - - - - - - 0 0,7 12,0 0,87 0,07 0 - - - - - 0,07 0,8 14,3 0,87 0,15 209 0 - - - - 2,24 0,9 16,7 0,49 0,22 4,17 2,09 0 - - - 6,49 1,1 13,9 0,31 0,30 6,26 4,18 1,17 0 - - 11,90 1,2 12,5 0,22 0,37 8,35 6,27 2,33 0,75 0 - 18,07 1,4 11,0 0,17 0,45 10,43 8,36 3,50 1,50 0,53 0 24,77 1,5 9,6 0 0,48 12,52 10,45 4,66 2,25 1,07 0,41 31,84 1,6 8,2 - 0,43 13,38 12,54 5,83 3,01 1,60 0,81 37,61 1,8 6,7 - 0,39 12,13 13,41 6,99 3,76 2,14 1,22 40,03 1,9 5,3 - 0,34 10,88 12,15 7,48 4,51 2,67 1,62 39,66 2,0 3,9 - 0,30 9,63 10,90 6,78 4,82 3,21 2,03 37,66 2,2 2,4 - 0,25 8,38 9,64 6,08 4,37 3,43 2,44 34,59 2,3 1,0 - 0,21 7,12 8,39 5,38 3,92 3,11 2,60 30,73 2,4 0 - 0,16 5,87 7,14 4,68 3,47 2,79 2,36 26,47 2,6 - - 0,12 4,62 5,88 3,98 3,02 2,47 2,12 22,20 2,7 - - 0,08 3,37 4,63 3,28 2,57 2,15 1,87 17,94 2,8 - - 0,03 2,12 3,37 2,58 2,12 1,83 1,63 13,67 3,0 - - 0 0,86 2,12 1,88 1,66 1,50 1,39 9,42 3,1 - - - 0 0,87 1,18 1,21 1,18 1,14 5,59 3,3 - - - - 0 0,48 0,76 0,86 0,90 3,01 3,4 - - - - - 0 0,31 0,54 0,66 1,51 3,5 - - - - - - 0 0,22 0,41 0,63 3,7 - - - - - - - 0 0,17 0,17 3,8 - - - - - - - - 0 0
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
122
Tabela 54 – Processo de convolução, blocos alternados (TR= 50 anos)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10 Coluna 11 ∆t (h) HU SCS ∆Pef (cm) Q1=P1 x hu Q2=P2 x hu Q3=P3 x hu Q4=P4 x hu Q5=P5 x hu Q6=P6 x hu Q7=P7 x hu Q Final
0 0 - - - - - - - - - 0,1 2,4 - - - - - - - - - 0,3 4,8 - - - - - - - - - 0,4 7,2 0 - - - - - - - - 0,5 9,6 0,08 0 - - - - - - 0 0,7 12,0 1,21 0,20 0 - - - - - 0,20 0,8 14,3 1,11 0,39 2,89 0 - - - - 3,28 0,9 16,7 0,61 0,59 5,78 2,67 0 - - - 9,03 1,1 13,9 0,39 0,78 8,67 5,33 1,46 0 - - 16,24 1,2 12,5 0,28 0,98 11,56 8,00 2,91 0,93 0 - 24,38 1,4 11,0 0,21 1,17 14,45 10,66 4,37 1,86 0,66 0 33,18 1,5 9,6 0 1,26 17,34 13,33 5,83 2,80 1,32 0,50 42,37 1,6 8,2 - 1,14 18,54 15,99 7,29 3,73 1,98 1,00 49,66 1,8 6,7 - 1,02 16,80 17,10 8,74 4,66 2,64 1,50 52,46 1,9 5,3 - 0,90 15,07 15,50 9,35 5,59 3,30 2,00 51,71 2,0 3,9 - 0,79 13,34 13,90 8,47 5,98 3,96 2,50 48,93 2,2 2,4 - 0,67 11,60 12,30 7,60 5,42 4,23 3,00 44,82 2,3 1,0 - 0,55 9,87 10,70 6,72 4,86 3,84 3,21 39,75 2,4 0 - 0,43 8,13 9,10 5,85 4,30 3,44 2,91 34,17 2,6 - - 0,32 6,40 7,50 4,98 3,74 3,05 2,61 28,59 2,7 - - 0,20 4,67 5,90 4,10 3,18 2,65 2,31 23,01 2,8 - - 0,08 2,93 4,30 3,23 2,62 2,25 2,01 17,43 3,0 - - 0 1,20 2,70 2,35 2,06 1,86 1,71 11,88 3,1 - - - 0 1,10 1,48 1,50 1,46 1,41 6,96 3,3 - - - - 0 0,60 0,95 1,07 1,11 3,72 3,4 - - - - - 0 0,39 0,67 0,81 1,86 3,5 - - - - - - 0 0,27 0,51 0,78 3,7 - - - - - - - 0 0,21 0,21 3,8 - - - - - - - - 0 0
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
123
A partir da convolucão os hidrogramas gerados com base no 3º princípio da
aditividade do hidrograma unitário estão apresentados na Figura 35, para os diversos
períodos de retorno.
Figura 35 – Hidrogramas gerados pelo método dos blocos alternados.
Observa-se na Figura 35 que os hidrogramas gerados variaram em função do
tempo de retorno, pois suas vazões de pico aumentaram em função do aumento do
tempo de retorno.
5.2.2 Método Racional
Para a aplicação do método racional foi necessário calcular, primeiramente, o
coeficiente de escoamento superficial run-off “C” da área de estudo, para isso, utilizou-
se a Tabela 5 do Tucci (1993) descrita no item 3.4.3 o que resultou no valores de “C”
apresentados na Tabela 55.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
124
Tabela 55 – Coeficiente run-off da bacia de Val-de-Cans
TIPOS DE ÁREA ÁREA (km2) run-off
C Ci X Ai
A1 1,434 0,70 1,0038
A2 1,032 0,40 0,4128
A3 0,172 0,30 0,0516
A4 0,171 0,70 0,1197
A5 1,933 0,05 0,0967
A6 0,405 0,90 0,3645
A7 1,716 0,10 0,1716
Área total da bacia Ab = 6,863 ∑ Ci X Ai = 2,22
Área de vegetação Av = A5 + A7 = 3,649 Coeficiente médio = ∑ Ci X Ai/Ab = 0,32
A área A1 possui uma cobertura de 65% de área impermeável e segundo a
Tabela 5, para essas áreas densamente construídas, deve-se adotar o valor de “C”
entre 0,70 e 0,95. Já a área A2 (bairro 2), que embora apresente superfície permeável,
observa-se muitas áreas edificas, portanto, foi adotado um coeficiente de 0,40. A área
A3 possui quase as mesmas características da área A2, contudo, a primeira apresenta
menor quantidades de áreas livres do que a segunda, logo foi atribuído um coeficiente
de valor menor (C=0,30). O valor de 0,70 foi atribuído para a área A4, que possui quase
a mesma característica da A1, já que se trata de um cemitério, onde parte é
impermeável e outra permeável.
A área A5 é a área de mata densa, atribuindo-se desse modo, o C = 0,05, e
para área de capoeira (A7) o valor de C = 0,10. E para a pista, ou seja totalmente
impermeável, o valor de C = 0,90 foi o maior atribuído. Diante dos coeficientes de cada
zona, foi encontrado o coeficiente médio da bacia total Cmed = 0,32.
Diante disso, calcula-se a vazão de pico segundo a Equação 13 do balanço de
massas.
(Eq. 13)
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
125
Em que,
Qp = Vazão de pico (m3/s);
Cmed = 0,32;
i = intensidade de chuva retirados da Tabela 12 (mm/h);
A = 6, 863 km2.
Na Tabela 56 estão apresentados os valores das intensidades e as vazões de
pico calculadas para cada período de retorno.
Tabela 56 – Vazões de pico do método racional
TEMPOS DE RETORNO
------------------ 2 anos 5 anos 10 anos 20 anos 25 anos 50 anos
Intensidade
(mm/h) 39,49 47,43 54,48 62,58 65,44 75,17
Vazão de pico
(m3/s)
24,09 28,93 33,23 38,18 39,92 45,86
As vazões de pico do método racional foram aumentando em função do aumento
do tempo de retorno, os hidrogramas gerados para esses diferentes períodos de
retorno, estão apresentados na Figura 36.
Figura 36 – Hidrogramas gerados pelo Método racional.
Tc = 81, 40 minutos
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
126
Observa-se na Figura 36 que os tempos de pico dos hidrogramas coincidem com
o tempo de concentração da bacia que é de 81,4 minutos, isso é característica do
método racional, pois seu hidrograma possui a forma geométrica de um triângulo
isóscele.
5.3 COMPARAÇÃO DE RESULTADOS
A comparação de resultados foi realizada entre os hietogramas de chuvas
excedente gerados pelos métodos da função sigmóide e blocos alternados e também
entre os hidrogramas gerados por eles. Outra comparação realizada foi entre os
hidrogramas gerados por esses dois métodos e o método racional. Essas
comparações foram feitas da seguinte maneira:
• Hietogramas de chuva excedente: comparação visual, Teste t e fator de
correlação;
• Hidrogramas da função sigmóide e blocos alternados: comparação
visual, Teste t e fator de correlação;
• Hidrogramas da função sigmóide, blocos alternados e método racional:
comparação visual.
A comparação visual foi realizada apenas através de gráficos visuais. Já o
Teste t utilizou dados de uma matriz1 e matriz2 para calcular a estatística-t não
negativa. O objetivo do teste foi saber se os valores do método da função sigmóide
são, em média, iguais aos valores do método dos blocos alternados. Para análise o
valor do p-value (P(T<=t) bi-caudal) resultado do teste deverá seguir as hipóteses
seguintes para um nível de significância adotado de .
• Se α<p-value, aceita-se a hipótese.
• Se α >p-value, rejeita-se a hipótese.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
127
O outro teste aplicado chamado de fator de correlação é uma medida
padronizada do grau de associação entre os dois métodos (função sigmóide e blocos
alternados) que quantifica, em uma escala adimensional, o grau de inter-
relacionamento entre ambos. Quanto maior o valor do coeficiente, mais intensa é a
associação linear entre os dois métodos, pois o coeficiente positivo e mais próximo
de 1 indica que as duas variáveis movem-se juntas, e a relação é forte, assim os dois
métodos estão perfeitamente correlacionadas positivamente movendo-se
essencialmente em perfeita proporção na mesma direção. (SILVEIRA, 1999).
5.3.1 Comparação dos hietogramas das chuvas excedentes
A comparação visual dos hietogramas resultantes dos dois métodos de
desagregação função sigmóide e blocos alternados, para diferentes períodos de
retorno, podem se observados nas Figuras seguintes (37, 38, 39, 40, 41 e 42).
Figura 37 – Comparação dos hietogramas de chuva excedente (TR= 2 anos)
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
128
Figura 38 – Comparação dos hietogramas de chuva excedente (TR= 5 anos).
Figura 39 – Comparação dos hietogramas de chuva excedente (TR= 10 anos).
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
129
Figura 40 – Comparação dos hietogramas de chuva excedente (TR= 20 anos).
Figura 41 – Comparação dos hietogramas de chuva excedente (TR= 25 anos).
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
130
Figura 42 – Comparação dos hietogramas de chuva excedente (TR= 50 anos).
Na comparação visual, observa-se nas Figuras anteriores que nos dois
métodos houve uma diferença de início da chuva excedente. Para os TR= 2, 5 e 10
anos a precipitação excedente começou a ocorrer no intervalo de 0,7 horas, enquanto
que para os TR= 20, 25 e 50 anos a chuva excedente teve início no instante de 0,5 h.
Por essa razão nos primeiros três períodos de retorno houve a geração de 6 blocos de
chuva e já nos três últimos períodos adotados foram gerados 7 blocos de chuva em
ambos os métodos.
As semelhanças entre os métodos foram corroboradas pelos outros dois
métodos utilizados para comparação dos resultados, o Teste t e o fator de correlação
conforme mostrado na Tabela 57.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
131
Tabela 57 – Teste t: Altura de chuva excedente
COMPARAÇÃO DOS MÉTODOS
Tempo (h)
Sigmóide Blocos
alternados Sigmóide
Blocos alternados
Sigmóide Blocos
alternados Sigmóide
Blocos alternados
Sigmóide Blocos
alternados Sigmóide
Blocos alternados
TR= 2 anos TR= 5 anos TR= 10 anos TR= 20 anos TR= 25 anos TR= 50 anos
Altura de precipitação excedente (cm)
0,5 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,02 0,02 0,03 0,07 0,08
0,7 0,06 0,16 0,16 0,33 0,29 0,53 0,46 0,78 0,52 0,87 0,75 1,21
0,8 0,30 0,30 0,49 0,46 0,67 0,62 0,89 0,81 0,97 0,87 1,26 1,11
0,9 0,30 0,19 0,44 0,27 0,57 0,35 0,73 0,45 0,79 0,49 0,99 0,61
1,1 0,17 0,13 0,24 0,18 0,31 0,23 0,39 0,29 0,41 0,31 0,51 0,39
1,2 0,07 0,09 0,11 0,13 0,13 0,17 0,17 0,21 0,18 0,22 0,22 0,28
1,4 0,03 0,07 0,04 0,10 0,06 0,13 0,07 0,16 0,07 0,17 0,09 0,21
Teste t P(T<=t)
bi-caudal 0,9995 0,9996 0,9975 0,9920 0,9904 0,9862
Fator de correlação
0,8590 0,8342 0,8293 0,8332 0,8359 0,8348
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
132
Observa-se ainda na Tabela 57 que para todos os períodos retorno o P(T<=t)
bi-caudal é maior que α (0,05), logo essa relação é aceitável.
Os coeficientes de relação calculados para todos os tempos de retorno deram
valores próximos de 1 e de acordo com essa fator de correlação quanto mais a
correlação se aproxima de 1, melhor a relação entre os métodos, logo trata-se de uma
relação forte.
5.3.2 Comparação dos hidrogramas de projeto
Na comparação visual das vazões geradas pelos dois métodos de
desagregação observa-se que os valores ficaram bem próximos nos diferentes períodos
de retorno (2, 5, 10, 20, 25 e 50 anos), logo seus hidrogramas gerados ficaram bem
ajustados, conforme mostrado nas Figuras seguintes (43, 44, 45, 46, 47 e 48) .
Figura 43 – Comparação das vazões geradas (TR = 2 anos)
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
133
Figura 44 – Comparação das vazões geradas (TR = 5 anos)
Figura 45 – Comparação das vazões geradas (TR = 10 anos)
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
134
Figura 46 – Comparação das vazões geradas (TR = 20 anos)
Figura 47 – Comparação das vazões geradas (TR = 25 anos).
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
135
Figura 48 – Comparação das vazões geradas (TR = 50 anos)
Os hidrogramas gerados pelos dois métodos são visualmente semelhantes, e o
Teste t e o coeficiente de relação comprovaram essa semelhança, conforme mostrado
na Tabela 58.
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
136
Tabela 58 – Teste t: Vazões geradas
COMPARAÇÃO DE RESULTADOS – TESTE T
Tempo Sigmóide
Blocos alternados
Sigmóide Blocos
alternados Sigmóide
Blocos alternados
Sigmóide Blocos
alternados Sigmóide
Blocos alternados
Sigmóide Blocos
alternados TR= 2 anos TR= 5 anos TR= 10 anos TR= 20 anos TR= 25 anos TR= 50 anos
Vazão (m3/s) 0,5 - - - - - - 0 0 0 0 0 0 0,7 0 0 0 0 0 0 0,04 0,05 0,06 0,07 0,16 0,20 0,8 0,15 0,38 0,39 0,80 0,69 1,26 1,16 1,96 1,35 2,24 2,11 3,28 0,9 1,01 1,47 1,95 2,70 2,98 4,00 4,42 5,80 4,98 6,49 7,07 9,03 1,1 2,58 3,01 4,55 5,25 6,64 7,59 9,42 10,72 10,48 11,90 14,39 16,24 1,2 4,56 4,85 7,73 8,23 11,03 11,73 15,35 16,34 16,98 18,07 22,94 24,38 1,4 6,71 6,91 11,15 11,53 15,74 16,27 21,68 22,45 23,91 24,77 32,02 33,18 1,5 8,94 9,14 14,69 15,06 20,58 21,11 28,15 28,92 30,99 31,84 41,22 42,37 1,6 11,08 11,15 17,99 18,12 25,02 25,20 33,95 34,25 37,28 37,61 49,21 49,66 1,8 12,66 12,35 20,21 19,74 27,81 27,16 37,40 36,56 40,95 40,03 53,63 52,46 1,9 13,09 12,57 20,64 19,85 28,19 27,12 37,66 36,28 41,16 39,66 53,62 51,71 2,0 12,56 12,16 19,68 19,05 26,76 25,90 35,61 34,49 38,87 37,66 50,49 48,93 2,2 11,53 11,31 17,98 17,62 24,39 23,88 32,39 31,71 35,33 34,59 45,80 44,82 2,3 10,27 10,15 15,97 15,75 21,62 21,28 28,66 28,19 31,25 30,73 40,44 39,75 2,4 8,93 8,81 13,85 13,63 18,71 18,38 24,76 24,30 26,98 26,47 34,86 34,17 2,6 7,59 7,47 11,73 11,51 15,81 15,48 20,86 20,40 22,72 22,20 29,28 28,59 2,7 6,25 6,14 9,61 9,39 12,90 12,57 16,97 16,50 18,45 17,94 23,70 23,01 2,8 4,92 4,80 7,49 7,27 10,00 9,67 13,07 12,60 14,19 13,67 18,12 17,43 3,0 3,58 3,46 5,37 5,15 7,09 6,76 9,18 8,72 9,93 9,42 12,57 11,88 3,1 2,27 2,20 3,32 3,18 4,32 4,10 5,50 5,19 5,93 5,59 7,42 6,96 3,3 1,15 1,22 1,65 1,74 2,12 2,22 2,68 2,80 2,88 3,01 3,57 3,72 3,4 0,47 0,62 0,66 0,88 0,84 1,12 1,06 1,41 1,14 1,51 1,40 1,86 3,5 0,15 0,26 0,21 0,37 0,27 0,47 0,34 0,59 0,36 0,63 0,44 0,78 3,7 0,03 0,07 0,04 0,10 0,06 0,13 0,07 0,16 0,07 0,17 0,09 0,21 3,8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P(T<=t) bi-caudal 0,9995 0,9996 0,9975 0,9920 0,9904 0,9862
Fator de correlçao 0,9992 0,9990 0,9990 0,9927 0,9989 0,9989
CAPÍTULO 5 – RESULTADO E DISCUSSÕES
137
Na Tabela 58 observa-se que o estudo de comparação entre os métodos
resultaram positivas semelhanças, pois tanto o teste t e o fator de correlação tiveram
valores bem aceitáveis.
5.3.3 Comparação das vazões de Pico
A comparação visual das vazões de pico geradas pelos métodos de
desagregação de chuva da função sigmóide e blocos alternados utilizando o modelo
chuva x vazão de Soil conservation service com a vazão gerada pelo método racional
está apresentada na Tabela 59.
Tabela 59 – Comparação das vazões de pico.
MÉTODO
TEMPO DE RETORNO (ANOS)
TR= 2 TR= 5 TR= 10 TR= 20 TR= 25 TR= 50
Vazão de pico (m3/s)
Função sigmóide 13,09 20,64 28,19 37,40 40,95 53,63
Blocos alternados 12,57 19,85 27,12 36,56 40,03 52,46
Método racional 24,09 28,93 33,23 38,18 39,92 45,86
Observa-se na Tabela 59 que os valores de vazões de pico gerados pela
função sigmóide e blocos alternados ficaram bem próximos, para todos os tempos de
retorno, entretanto, ao comparar com a vazão gerada pelo método racional, observa-se
as diferenças, no método racional a vazão foi super estimada para os períodos de
retorno de 2, 5 e 10 anos. Isso ocorreu, pois o método racional é um simples
multiplicador, que não leva em consideração as alturas de chuvas, ou seja, não há
relação de chuvas maiores ou menores com a vazão de pico gerada. Essa vazão super
estimada não ocorreu para os demais períodos de retorno, onde nos tempos de 20 e 25
anos os valores de vazões ficaram bem próximos. Essa aproximação corrobora com a
idéia de que para projetos de drenagem o período de 20 anos é o mais utilizado, pois o
intervalo médio de tempo mais provável para repetição de uma vazão de cheia é de 20
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
138
anos, logo é o tempo mais confiável. Já no tempo de retorno de 50 anos a vazão ficou
sub estimada, por motivo semelhante ao da vazão super estimada.
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES
139
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES
As semelhanças encontradas na desagregação de chuva pelos métodos dos
blocos alternados e da função sigmóide, para aplicação no modelo hidrológico de SCS
foram os seguintes:
• Alturas de chuvas acumuladas totais foram iguais nos dois métodos para
diferentes períodos de retorno;
• Os dois métodos geraram 6 incrementos de chuva excedente para TR= 2, 5
e 10 anos e 7 incrementos para TR = 20, 25 e 50 anos;
• O inicio da precipitação excedente ocorreu nos dois métodos no instante de
32,56 minutos para TR= 2, 5 e 10 anos e em 40, 70 minutos para os TR= 20,
25 e 50 anos a partir do início do evento;
• Os dois métodos geraram vazões de pico bem próximos em todos os
tempos de retorno;
• Os tempos de pico, de base e de descida das vazões, foram os mesmo nos
dois métodos, sendo que para os períodos de retorno 2, 5 e 10 anos o tempo
de pico e de base foram 1,6 e 3,1 horas, respectivamente e para os tempos de
retorno de 20, 25 e 50 anos os tempos de pico e de base foram de 1,4 e 2,9
horas;
• Os tempos de descidas nos dois métodos foram iguais, independente do
tempo de retorno;
• Na comparação visual dos hietogramas e hidrogramas gerados pelos dois
métodos observou-se a semelhança entre eles;
• Na comparação utilizando o Teste t comprovou-se a relação entre os
métodos, pois para todos os tempos de retorno, os valores de P(T<=t) bi-
caudal ficaram acima de α;
• Os coeficientes de correlação dos hietogramas e hidrogramas
gerados pelos dois métodos de desagregação de chuva ficaram bem próximos
de 1, portanto, considerados valores bem aceitáveis;
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES
140
Outras semelhanças encontradas foram as vazões máximas nos dois métodos
de desagregação comparadas com as vazões do método racional tiveram valores
relativamente próximos, embora algumas diferenças tiveram como a vazão super
estimada ou subestimada do método racional. Contudo, já era esperado pela
simplicidade do método. Portanto, pode-se considerar queos resultados de comparação
foi bem aceitável.
Diante disso, conclui-se que o método proposto para desagregar chuva de
projeto foi bem sucedido, pois ao ser comparado com o método já existente dos blocos
alternados obteve várias semelhanças, validando assim a desagregação de chuva a
partir da função matemática sigmoidal.
Este método tem como vantagem a facilidade de desagregação, uma vez que a
função gera de forma direta uma chuva discretizada em intervalos de tempo. E ainda
pode ser aplicado no dimensionamento de canais, sendo útil nos casos em que há a
necessidade usar chuvas desagregadas, em especial quando há é necessário a
simulação hidrodinâmica do canal, porque requer entradas de vazões de chuva o mais
próximo possível da realidade.
CAPÍTULO 7 – RECOMENDAÇÃO
141
CAPÍTULO 7 – RECOMENDAÇÃO
Pelo sucesso do método da curva sigmóide utilizado para desagregar chuvas
de projeto unitárias, estima-se que ele possa ser estendido para desagregar chuvas de
24 horas. Contudo, precisa ainda ser testado.
CAPÍTULO 8 – BIBLIOGRAFIA
142
CAPÍTULO 8 – BIBLIOGRAFIA
ANDRADE, A.C.S;SOBRINHO,T.A; STEFFEN,J.L. Hidrograma Unitário Instantâneo Geomorfológico Aplicado a Bacias Desprovidas de Dados Hidrológicos. São Paulo, UNESP, Geociências, v. 28, n. 3, p. 247-254, 2009. ANDRADE, A.R.S; AZEVEDO,C.A.V; COSTA,T.L; FEITOSA,R.M; PAIXÃO, F.J.R; SILVA, J.M. Estimativa da Infiltração da Água no Solo Através de Modelos Empírico e Funções não Lineares. Revista de Biologia e Ciências da Terra ISSN 1519-5228, Vol.nº 5, 2004. ARNELL, V. Rainfall data for the design of sewer detention basins. Urban Geohydrology Research Group, Chalmers University of Technology, Goteborg, 1983. BACK, A.J. Relações Intensidade-Duração-Freqüência de chuvas intensas de Chapecó, Estado de Santa Catarina. Maringá, v. 28, n. 4, p. 575-581,2006. BEMFICA, D.C; GOLDENFUN,J.A; SILVEIRA,A.L.L. Análise da Aplicabildade de Padrões de Chuva de Projeto a Poto Alegre. Revista Brasileira de Recursos Hidricos, Vol. 5, n. 4, 2000. BERLINCK. C.N. Comitê de Bacias Hidrográfica: Educação Ambiental e Investigação - Ação. Dissertação apresentado a Universidade de Brasília, 2003. BERVIS, E. Guía Hidráulica Para el Diseño de Obras de Drenaje en Caminos Rurales. Programa de Apoyo al Sector Transporte. República de Nicarágua, 2004. BRAGA, J.C. Modelo Hidrológico de Parâmetros Distribuídos Para Obtenção do Hidrograma de Escoamento Superficial em Qualquer Posição de Uma Bacia Hidrográfica. Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa. Minas Gerais, 2000. BRAVO, J.M; COLLISCHONN, W; MELLER.A; PICCILLI,D.G.A; TASSI,R; TUCCI, C.E.M; Avaliacao Visual e Numérica da Calibração do Modelo Hidrológico Iph Ii com Fins Educacionais. XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, 2007.
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