Uso de Fitoterápicos No Tratamento Da Obesidade (1)
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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
CENTRO DE ESTUDOS DE ENFERMAGEM E NUTRIÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM NUTRIÇÃO CLÍNICA
E ESPORTIVA
ÉDEN CHRISTINE MATOS CORRÊA JÉSSICA MOREIRA DOS SANTOS
POLIANA LAÍS BARBOSA RIBEIRO
USO DE FITOTERÁPICOS NO TRATAMENTO DA OBESIDADE UMA REVISÃO DE LITERATURA
ORIENTADORA:
PROF. DRA. ÉRIKA APARECIDA DA SILVEIRA
GOIÂNIA 2012
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ÉDEN CHRISTINE MATOS CORRÊA JÉSSICA MOREIRA DOS SANTOS
POLIANA LAÍS BARBOSA RIBEIRO
USO DE FITOTERÁPICOS NO TRATAMENTO DA OBESIDADE
UMA REVISÃO DE LITERATURA
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
curso de Pós Graduação de Nutrição Clínica e Esportiva
ao Centro de Estudo de Enfermagem e Nutrição da
Pontifícia Universidade Católica de Goiás, como parte
dos requisitos para obtenção do título de Especialista
em Nutrição Clínica e Esportiva.
Orientadora: Profª. Dra. Érika Aparecida da Silveira
GOIÂNIA 2012
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Éden Christine Matos Corrêa
Jéssica Moreira dos Santos Poliana Laís Barbosa Ribeiro
USO DE FITOTERÁPICOS NO TRATAMENTO DA OBESIDADE: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro de Pós Graduação de Nutrição Clínica e
Esportiva ao Centro de Estudo de Enfermagem e Nutrição da Pontifícia Universidade Católica de Goiás como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Nutrição e
Clínica Esportiva.
Banca Examinadora:
_________________________________________
_______________________________________ Profa. Dra. Érika Aparecida da Silveira
Professora (Orientadora)
Goiânia, 20 de agosto de 2012
4
AGRADECIMENTOS
Á Deus pela força espiritual para realização deste trabalho.
Aos nossos pais pelo incansável apoio. Aos professores que nos mostrou que a busca pelo saber deve ser constante e também a Profa
Dra Érika Aparecida da Silveira pela orientação deste trabalho. Aos colegas de turma que mesmo com pouca vivência, tornaram se peça chave nas trocas de
experiências profissionais.
5
SUMÁRIO
Resumo ............................................................................................................................................................... 6
Abstract .............................................................................................................................................................. 6
Introdução ........................................................................................................................................................ 8
2 Objetivos ..................................................................................................................................................... 12
2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................................................................. 12 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................................................................... 13
3 Metodologia ............................................................................................................................................... 13
4 Resultados ................................................................................................................................................. 14
5 Discussão ..................................................................................................................................................... 16
Conclusão ........................................................................................................................................................ 17
Referências Bibliográficas ....................................................................................................................... 17
Anexos .............................................................................................................................................................. 20
6
USO DE FITOTERÁPICOS NO TRATAMENTO DA OBESIDADE: UMA REVISÃO DE
LITERATURA1
USE OF HERBAL TREATMENT OF OBESITY: A REVIEW OF LITERATURE
USO DE TRATAMIENTO DE HIERBAS DE LA OBESIDAD: UNA REVISIÓN DE LA LITERATURA
Éden Christine2
Jéssica Moreira3
Poliana Laís Barbosa Ribeiro4
Érika Aparecida Da Silveira5
RESUMO
Introdução: A obesidade é um problema de saúde pública mundial apresentando elevação de sua prevalência. A utilização de fitoterápicos para combater a obesidade aumenta
consideravelmente sem nenhum acompanhamento médico ou nutricional o que se mostra
arriscado. Objetivos: Verificar as evidências científicas sobre o uso dos fitoterápicos ”Garcínia Cambogia”, “Camelia sinensis” e “Cynara scolymus para a perda de peso. Metodologia:
Revisão de literatura de artigos publicados nos últimos dez anos (2001 a 2011). Usando descritores foram encontrados 38 artigos, efetuou-se a leitura dos títulos e resumos aplicando
os critérios de inclusão como estudos realizados em ratos, perda de peso comprovada ou reprovada, uso dos fitoterápicos estudados especificamente. Da exclusão utilizou-se os
critérios: componentes dos fitoterápicos. Restringindo a apenas 6 artigos. Resultados: Segundo os estudos analisados a Camelia sinensis tem efeito na perda de peso, previne
câncer, obesidade e síndrome metabólica, mas, pode causar problemas hepáticos. A Garcínia
cambogia reduz peso, colesterol total, LDL e os triglicérides, não foi encontrado nenhum dado sobre efeitos colaterais. Já a Cynara scolymus a redução de peso é significativa quando
associada a atividade física, reduz a camada adiposa da célula, mas pode provocar flatulência e reações alérgicas. Conclusão: Dos resultados conseguiu-se entender que apesar dos
fitoterápicos apresentarem resultados positivos, ainda são incompletos e necessitam de pesquisas mais aprofundadas e de longo prazo pra que se tornem confiáveis.
Descritores: Fitoterapia; Perda De Peso, Obesidade, Garcínia Cambogia”,Camelia
Sinensis” E “Cynara Scolymus.
ABSTRACT
Introduction: Obesity is a public health problem worldwide showing increased prevalence. The use of herbal medicines to combat obesity greatly increases without any
medical or nutritional tracking what shows risky. Objectives: To assess the scientific evidence on the use of herbal "garcinia cambogia", "Camellia sinensis" and "Cynara scolymus for weight
loss. Methods: Literature review of articles published in the last ten years (2001 to 2011).
Using descriptors were found 38 articles, made up reading the titles and abstracts by applying the criteria for inclusion as studies in mice, weight loss proven or rejected, use of herbal
medicines specifically studied. Exclusion criteria were used: herbal components. Restricting only 6 articles. Results: According to the studies analyzed the Camelia sinensis is effective in
1 Trabalho de Conclusão de Curso Universidade Pontifícia Católica de Goiás (CEEN)- www.ceen.com.br – Curso de Pós-
Graduação Lato Sensu em Nutrição Clinica e Esportiva, 2012, Goiás. 2 Nutricionista graduada em Nutrição pela UNIUBE - [email protected] 3 Nutricionista graduada em Nutrição pela FASI - [email protected] 4 Nutricionista graduada em Nutrição pela UNI - ANHAGUERA - [email protected] 5 Professora orientadora, Doutora em Saúde Publica/Epidemiologia-UFMG, –[email protected]
7
weight loss, prevents cancer, obesity and metabolic syndrome, but it can cause liver problems.
The garcinia cambogia reduces weight, total cholesterol, LDL and triglycerides, we found no data on side effects. Already Cynara scolymus weight reduction is significant when associated
with physical activity, reduces the fat layer of the cell, but can cause flatulence, and allergic reactions. Conclusion: From the results could be understood that although the present herbal
positive results still incomplete and require further research and long term for them to become unreliable.
Keywords: Herbal, Weight Loss, Obesity, garcinia cambogia, "Camelia Sinensis" E
"Cynara scolymus.
8
Introdução
O uso de plantas medicinais na terapêutica é muito antigo, e está intimamente
relacionado com a própria evolução do homem. Dados revelam a sua utilização já pelo homem
de Neanderthal, que usava de suas propriedades mágico-simbólicas quando se deparava com
algum tipo de malefício. Para utilizarem as plantas como medicamentos, os homens antigos
valiam - se de suas próprias experiências empíricas de acerto e erro, e da observação do uso
de plantas pelos animais, além da intervenção divina para determinadas doenças (1).
A utilização da fitoterapia, que significa o tratamento pelas plantas, vem desde épocas
antigas. As primeiras descobertas foram feitas por estudos arqueológicos em ruínas do Irã.
Também na China, em 3000 a.C, já existiam farmacopéias que compilavam as ervas e suas
indicações terapêuticas. A Fitoterapia, presente em todas as sociedades humanas, vem sendo
utilizada e documentada por seu valioso conhecimento tradicional e popular decorrente de sua
rica diversidade étnica e cultural (2).
Em suma, percebe-se que mitos, lendas e tradições apontam para o emprego amplo de
plantas medicinais em todos os tempos, em todas as camadas sociais e quase em toda a
humanidade (2). As pesquisas científicas envolvendo estudo de plantas iniciaram na tentativa
de comprovar a identidade botânica, composição química e ação farmacológica das drogas
vegetais, agrupando aquelas de efeito semelhante. Essas pesquisas buscaram determinar as
estruturas químicas envolvidas, a reprodução das estruturas quimicamente ativas, e a
promoção de modificações estruturais (2). Fetrow & Ávila (2000) (1) cita que esses estudos
possibilitaram a proposição de maior atividade terapêutica, junto aos requisitos de qualidade e
ausência de toxicidade. Afirmam ainda que (1) fitoterapia é a prática do uso de plantas ou suas
partes com a finalidade terapêutica. Esta terapia é regulamentada pela RDC nº 17, de 24 de
fevereiro de 2000 é a resolução que dispõe sobre o registro dos medicamentos fitoterápicos e
visa normatizar esses medicamentos junto ao Sistema de Vigilância Sanitária (11).
Segundo Feltrow(1) a Organização Mundial de Saúde, 85% das pessoas do mundo
utilizam plantas medicinais para tratar da saúde, 80% das pessoas dos países em
desenvolvimento no mundo dependem da medicina tradicional e/ou complementar para suas
necessidades básicas de saúde, e que cerca de 85% da medicina tradicional envolve o uso de
extratos de plantas. Sacramento diz que (2001)(4) a Fitoterapia sobreviveu no Brasil devido às
raízes profundas na consciência popular que reconheceu sua eficácia e legitimidade.
Segundo Marques (2001) (5), embora haja centenas de instituições e prefeituras
trabalhando com fitoterapia no atendimento da população, ainda não há um apoio oficial do
Ministério da Saúde. Ainda segundo esse autor a Fitoterapia vem despontando com excelentes
avanços devido aos trabalhos desenvolvidos em comunidades (ONGs) e Instituições públicas
9
(municipais, estaduais e federais), dentro deste grande conflito econômico e social deste país
que tem o maior índice de exclusão social na América Latina. Tendo em vista que,
aproximadamente, 100 milhões de pessoas não têm acesso a medicamentos, há movimentos
muito fortes no país, tentando fortalecer as iniciativas que utilizam práticas “não
convencionais” no atendimento da população (5).
A fitoterapia e as plantas medicinais são fontes estratégicas de informações
preliminares de eficácia ou toxicidade das plantas medicinais, inspirando muitos estudos
científicos sobre essas propriedades terapêuticas. A tradicionalidade de uso contribui
enormemente com o surgimento de medicamentos inovadores, hoje comercializados em todo o
mundo, para o tratamento de inúmeras enfermidades. A fitoterapia tem apresentado efeitos
positivos no tratamento e prevenção de inúmeras patologias dentre elas a obesidade (1).
Grande parte dos estudos realizados com fitoterápicos no emagrecimento, citam a
Garcínia cambogia, Camelia sinensis e Cynara Scolymus como sendo eficazes no tratamento
da obesidade, mas existe controversas. A Garcínia cambogia, segundo Sullivan (1974) (14) é
nativa da Ásia e tem como princípio ativo o ácido-hidroxicítrico (AHC), que parece ter ação
hipolipemiante, pois inibe a atividade da ATP-citrato liase, uma enzima responsável pela
biossíntese de lipídeos. Alguns dados têm mostrado que a G. cambogia tem efeito
hipocolesterolêmico e promove perda de peso em humanos, embora isso seja discutido.
A Camelia sinensis é uma planta da família Theaceae, conhecida popularmente por chá
verde, chá da Índia ou “green tea”. Suas folhas possuem cerca de 30% compostos
polifenólicos, principalmente epicatequinas, cuja principal propriedade terapêutica é a de
antioxidante (15).
A Cynara scolymus é conhecida popularmente como alcachofra, pertencente à família
compositae, que compreende cerca de 920 gêneros com aproximadamente 19 mil espécies,
cujos hábitos são muito variados. A C. scolymus é oriunda do Mediterrâneo, sendo que seu
cultivo se dá por sementes e está difundido mundialmente, já que é utilizada para fins
medicinais e alimentícios (16).
A utilização de fitoterápicos para combater a obesidade tem aumentado
consideravelmente nos últimos anos, na maioria das vezes sem nenhum acompanhamento
médico ou nutricional devido ás crenças da população em que estes medicamentos não trarão
nenhum dano á saúde (1).Sabe-se que atualmente, a obesidade é um problema de saúde
pública mundial, tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento, apresentando
elevação de sua prevalência (1).
A obesidade pode ser definida, de forma simplificada, como uma doença caracterizada
pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, sendo conseqüência de balanço energético
positivo e que acarreta repercussões à saúde segundo a World Health Organization. Obesity
10
(2000)(6) com perda importante não só na qualidade como na quantidade de vida afirma
Fontaine (2003)(7).
Autores (2,3,4,7) têm apontado motivos diferentes para o surgimento e a manutenção da
obesidade em inúmeras populações. Os estudos que têm sido empreendidos correlacionando
aspectos genéticos à ocorrência de obesidade não têm sido capazes de evidenciar a
interferência destes em mais de um quarto dos obesos, fazendo com que ainda se acredite que
o processo de acúmulo excessivo de gordura corporal, na maioria dos casos, seja
desencadeado por aspectos sócio-ambientais.
A obesidade é considerada atualmente como um problema de saúde pública tanto na
população jovem como na adulta A obesidade pode iniciar em qualquer idade, desencadeada
por fatores como o desmame precoce, a introdução inadequada de alimentos, distúrbios do
comportamento alimentar e da relação familiar, especialmente nos períodos de aceleração do
crescimento(8).
Whitaker et al. (1997)(8) e Price (1987)(9) relatam a necessidade da identificação
precoce do excesso de peso em crianças para diminuir o risco de se tornarem adultos obesos.
Os autores enfatizam dois fatores que podem contribuir para dobrar o risco da obesidade em
adultos jovens: obesidade em um dos pais ou sua presença na infância. Ambos os fatores não
devem ser considerados isoladamente, mas em interação.
Segundo a ABESO (2011) (10) há um aumento significativo da prevalência da obesidade
em diversas populações do mundo, incluindo o Brasil. O problema do excesso de peso e da
obesidade tem alcançado proporções epidêmicas no mundo todo. A Pesquisa de Orçamentos
Familiares (POF) 2008-2009, realizada em parceria entre o IBGE e o Ministério da Saúde,
analisando dados de 188 mil pessoas brasileiras em todas as idades, mostrou que a obesidade
e o excesso de peso têm aumentado rapidamente nos últimos anos, em todas as faixas
etárias. Neste levantamento, 50% dos homens e 48% das mulheres se encontram com
excesso de peso, sendo que 12,5% dos homens e 16,9% das mulheres apresentam obesidade.
Ainda segundo informações do site a Organização Mundial da Saúde (OMS)(11) projetou
que em 2005 o mundo teria 1,6 bilhões de pessoas acima de 15 anos de idade com excesso de
peso (IMCI≥ 25 kg/m2) e 400 milhões de obesos (IMC ≥ 30 kg/m2). A projeção para 2015 é
ainda mais pessimista: 2,3 bilhões de pessoas com excesso de peso e 700 milhões de obesos.
Indicando um aumento de 75% nos casos de obesidade em 10 anos. A maior taxa de
obesidade ocorre em populações com maior grau de pobreza e menor nível educacional. Pode-
se explicar essa associação pela maior palatabilidade e pelo baixo custo de alimentos de
grande densidade energética, como açúcar e gorduras.
11
Muitas doenças surgem como conseqüência da obesidade, dentre elas inclui-se diabetes
mellitus tipo 2, a hipercolesterolemia, a hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, apnéia
do sono, problemas psico-sociais, doenças ortopédicas e diversos tipos de câncer. Com o
crescimento acelerado da obesidade em diferentes populações, incluindo países
industrializados e economias em transição, surge o questionamento sobre quais fatores
estariam determinando esta epidemia. Acredita-se que as mudanças de comportamento
alimentar, uso abusivo de comidas rápidas que na maioria das vezes são ricas em gorduras,
açúcares e principalmente calorias, e os hábitos de vida sedentários tal como a falta de
atividade física. O ambiente moderno é um potente estímulo para a obesidade atuando sobre
genes de susceptibilidade são o determinante principal do crescimento da obesidade no
mundo. É altamente provável a herança poligênica como determinante da obesidade. O risco
de obesidade quando nenhum dos pais é obeso é de 9%, quando um dos genitores é obeso,
eleva-se a 50%, atingindo 80% quando ambos são obesos. Os padrões alimentares de gêmeos
com mais de 50 anos de idade também se devem em parte à influência genética, que justifica
entre 15% e 40% da variação desses padrões.
Há várias opções de tratamento para a obesidade e o sobrepeso, esses tratamentos
fundamentam-se nas intervenções para modificação do estilo de vida, no aumento da
atividade física, tratamento nutricional, tratamento psicológico, cirurgias, tratamento
farmacológico e tratamento fitoterápico. O sucesso no tratamento da obesidade depende da
quantidade de perda de peso e da redução dos fatores de risco presentes no início do
tratamento. Uma intervenção terapêutica para perda de peso é eficaz quando há redução
maior ou igual a 1% do peso corporal por mês, atingindo pelo menos 5% em 3 a 6 meses(8).
A Organização Mundial de Saúde (11) tem expressado a sua posição a respeito da
necessidade de valorizar a utilização de plantas medicinais no âmbito sanitário desde 1978,
tendo em conta que 80% da população mundial utilizam essas plantas ou preparações destas
no que se refere à atenção primária de saúde. Ao lado disso, destaca-se a participação dos
países em desenvolvimento nesse processo, já que possuem 67% das espécies vegetais do
mundo. O interesse popular e institucional vem crescendo no sentido de fortalecer a fitoterapia
no SUS, diversos documentos foram elaborados, enfatizando a introdução de plantas
medicinais e fitoterápica na atenção básica no sistema público. Em levantamento realizado
pelo Ministério da Saúde(13) no ano de 2004, verificou-se, em todos os municípios brasileiros,
que a fitoterapia está presente em 116 municípios, contemplando 22 unidades federadas
Segundo a ANVISA(14) no Brasil, o principal órgão responsável pela regulamentação de
plantas medicinais e seus derivados é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que
tem como papel proteger a saúde da população garantindo a segurança sanitária de produtos
e serviços e participando da construção de seu acesso.
12
Uma das funções da ANVISA para garantir a segurança da saúde da população é o
registro de medicamentos, onde os mesmos são avaliados quanto a segurança, eficácia e
qualidade antes de serem expostos a venda (14).
A Resolução N° 402/2007 regulamenta a prescrição fitoterápica pelo nutricionista de
plantas in natura frescas, ou como droga vegetal nas suas diferentes formas farmacêuticas,
define fitoterápico como o produto obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas
ativas vegetais, caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim
como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Não se considera medicamento
fitoterápico aquele que inclui na sua composição substâncias ativas isoladas, sintéticas ou
naturais, nem as associações dessas com extratos vegetais (13).
Segundo o Conselho Federal de Nutriconistas(14) a fitoterapia tem grande interface com
a nutrição e que plantas medicinais têm finalidades terapêuticas, bioativas e em alguns casos
funções nutricionais evidenciadas cientificamente por estudos específicos. Com a aprovação da
resolução N° 402/2007 o nutricionista tem total autonomia para prescrever esses produtos
quando julgar necessário.
A Resolução – RDC nº 10 de 9 de março de 2010 dispõe sobre a notificação de drogas
vegetais junto à ANVISA(14) e propõe uma lista de fitoterápicos que são isentos de prescrição
médica, devendo ser observada pelo nutricionista a fim de direcionar a respeito de quais
fitoterápicos podem ser prescritos por ele.
A busca por tratamentos com fitoterápicos e plantas medicinais tem ganhado força nos
últimos anos, principalmente para o tratamento da obesidade, porém existem poucas
evidências científicas sobre os mesmos. Muitos autores (5,8,9) pontuam a necessidade de melhor
qualificação do profissional de saúde para o manejo dos fitoterápicos.
Fez-se assim relevante o conhecimento do uso das plantas medicinais citadas, pois
tratamentos convencionais, devidamente acompanhados por profissionais juntamente a uma
dieta equilibrada e atividades físicas, demonstram efeitos positivos na perda de peso.
2 Objetivos
2.1 Objetivo Geral
Verificar as evidências científicas sobre o uso dos fitoterápicos ”Garcínia cambogia”,
“Camelia sinensis” e “Cynara scolymus para a perda de peso.
13
2.2 Objetivos Específicos
• Analisar a eficácia dos fitoterápicos no processo de emagrecimento e quais
apresentam maior efeito na perda de peso;
• Descrever as características dos fitoterápicos ”Garcínia cambogia”, “Camelia
sinensis” e “Cynara scolymus com eficácia comprovada;
• Descrever os principais efeitos adversos.
3 Metodologia
O trabalho consiste de uma revisão de literatura de artigos publicados nos últimos
dez anos (2001 a 2011), ademais alguns dados relevantes anteriores a esse período também
foram incluídos.
Usando os descritores foram encontrados 38 artigos. A consulta desses em inglês e
português foram realizada nas bases de dados Scielo, Lilacs, Medline, Pubmed e Google
Acadêmico, para localizar as palavras chaves utilizou-se a biblioteca virtual Descritores em
Ciência da Saúde (DESC). Os descritores utilizados para obter informações sobre fitoterápicos
no processo de emagrecimento foram, “fitoterapia”, “perda de peso” e “obesidade”,
“Phytotherapy”, “Weight Loss” ”obesity”. Além dessas palavras chaves foi realizado uma busca
específica para os seguintes fitoterápicos ”Garcínia cambogia”, “Camelia sinensis” e “Cynara
scolymus.
Após realizada a busca efetuou-se a leitura dos títulos e resumos aplicando os
seguintes critérios de inclusão: estudos realizados em ratos, perda de peso comprovada ou
reprovada, uso dos fitoterápicos estudados especificamente. Da exclusão utilizou-se os
critérios: componentes dos fitoterápicos. Restringindo a apenas 6 artigos, esses foram lidos
na íntegra, analisados e deles coletados as seguintes informações: tipo de fitoterápico usado,
modo de ação, eficácia, conforme tabela abaixo no item Resultados e tabelas em anexo.
14
4 Resultados
Usando os descritores foram buscados artigos, porém apenas um dos artigos
utilizados teve experiências em seres humanos, conseguiu-se resultados sobre experiência dos
uso dos medicamentos em ratos.
Todos os artigos analisados mostraram efeitos positivos do uso dos fitoterápicos
Camelia sinensis, Garcínia cambogia, e Cynara scolymus no processo de emagrecimento.
Segundo os estudos analisados a Camelia sinensis efeito na perda de peso, previne
câncer, obesidade e síndrome metabólica, mas, pode causar problemas hepáticos. A Garcínia
cambogia reduz peso e também colesterol total e LDL e os triglicérides, não foi encontrado
nenhum dado sobre efeitos colaterais. Já a Cynara scolymus a redução de peso é significativa
quando associada a atividade física, reduz a camada adiposa da célula, mas pode provocar
flatulência e reações alérgicas.
15
Quadro 1 - Principais resultados sobre os fitoterápicos, Garcínia cambogia,Camelia sinensis e Cynara scolymus usados
no tratamento da obesidade
Autor Fitoterápico
Metodologia Eficácia Efeito adverso
Modo de ação
VERA CRUZ, Marta et al.
2010
Camelia sinensis
(Chá verde)
Ratos Wistar, tratados com
dieta hipercalórica submetidos
tratamento com chá verde
Perda de peso
Podem causar
problemas hepáticos
Aumento da fosforilação do receptor da insulina.
SENGER, Ana Elisa Vieira et al.2010
Camelia sinensis
(Chá verde)
Análise em estudos in vitro
e in vivo estimulação
endócrina e a função
metabólica nas células de gordura.
Redução e manutenção
do peso Não há dados
Importante na prevenção de doenças crônicas como o câncer, obesidade e síndrome metabólica.
DOMENICO T, et al. 2009
Garcínia Cambogia
23 voluntários com excesso de
peso corporal tratado (n=13) e placebo (n=10),
recebendo, dose diária de 2,4g do extrato de Garcínia ou
placebo (3x/dia) durante 8 semanas.
Redução de peso, índices
de colesterol e triglicerídeos
Não há dados
Diminuição de colesterol total e LDL-c foi mais aparente em heterozigotos E*3/E*4, quando comparada à variação em outros genótipos, enquanto a diminuição de triglicerídeos foi mais pronunciada em heterozigotos E*2/E*3.
SANTOS, Ana C S, et
al. 2007
Garcínia Cambogia
Pesquisa bibliográfica para obter
informações sobre o uso dos fitoterápicos no tratamento da
obesidade.
Redução de peso
Não há dados
Demonstrou sua eficiência no combate a obesidade, no entanto, faltam estudos mais aprofundados sobre seu mecanismo de ação para gerar mais segurança no seu uso terapêutico.
SANTOS,
T.M, et al. 2007
Cynara Scolymus
(alcachofra)
15 g de folhas foram adicionados a 200 mL de água fervente. Após 15 minutos, o infuso foi filtrado. Este extrato foi diluído 20 vezes para e usado em animais, durante 30 dias
Redução de peso quando associado a
atividade física
Não há dados
Redução da camada adiposa e nítida infiltração do tecido.
ALEXANDRE, Rodrigo
Fernandes, et al. 2004
Cynara Scolymus
(alcachofra)
Buscas manuais de ensaios clínicos e também publicados após a publicação da última revisão sistemática e/ou meta-análise
Efeitos hipocolesterol
êmicos
Efeitos leves, como
flatulência e reações alérgicas
Resultados foram promissores e confirmados por um ensaio clínico conduzido posteriormente.
16
5 Discussão
Dos estudos e análises sobre o primeiro medicamento fitoterápico (14) aplicado em ratos
observou-se diminuição do peso corporal e melhora no GTT (glucose tolerance test) o que
significa a afirmação da hipótese levantada que a (Camelia sinensis) ou chá verde pode ser
usado no tratamento para perda de peso e diminuição das taxas de glicose. Quanto ao
segundo artigo selecionado (15) para estudo sobre o mesmo medicamento pôde-se observar em
análise que as pesquisas com o chá verde revelam de forma crescente seu efeito restaurador
de estados patológicos e, por tratar-se de uma bebida amplamente disponível e de baixo
custo, torna-se viável o seu uso como um importante coadjuvante no manejo nutricional em
diversas patologias, os estudos estão indicando que os compostos bioativos do chá verde têm
um potencial papel na prevenção de doenças crônicas como o câncer e doenças que
apresentam um processo inflamatório crônico, como a obesidade e a síndrome metabólica.
Dados da Anvisa 2004 mostra que a Camelia sinensis é indicada para tratamento da
fragilidade capilar e alterações da permeabilidade vascular , foram notificados como reações
adversas hipertensão, arritmia cardíaca, cefaléia, tremor, euforia e insônia após o uso de
Camelia sinensis com a Malva silvestre, nesse registro não existe nenhum dado sobre o uso
desse medicamento no processo de emagrecimento.
Já na análise sobre o medicamento Garcínia Cambogia (16), o grupo tratado com
garcínia, a diminuição de colesterol total e LDL-c foi encontrada em heterozigos E*3/E*4,
quando comparada à variação em outros genótipos, enquanto a diminuição de triglicerídeos
foi mais pronunciada em heterozigotos E*2/E*3. O único grupo que teve um leve aumento de
HDL-c após o tratamento foi o de heterozigotos E*3/E*4. No entanto, nenhuma destas
diferenças atingiu significância estatística. No segundo artigo (17) viu-se que estudos com o
fitoterápico G. cambogia demonstraram sua eficiência no combate a obesidade, no entanto,
faltam estudos mais aprofundados sobre seu mecanismo de ação para gerar mais segurança
no seu uso terapêutico. Segundo a Anvisa a situação de registro desse fitoterápico no Brasil
está classificado na categoria de moduladores do apetite e produtos para dietas especiais.
Lobb 2009 também classifica esse medicamento com um auxiliar na regulação do apetite,
mostra também que efeitos colaterais como infecção de garganta, pneumonia, hemorragia
seguida de óbito quando administrado com uso de anticoncepcional e hepatoxicidade,
considerando esses registros pode se dizer que a Garcínia cambogia tem efeito positivo na
perda de peso mas apresenta efeitos adversos consideráveis.
Por fim, quando estudados os artigos sobre o medicamento fitoterápico Cynara
Scolymus (18) verificou-se um leve decréscimo da massa dos animais dos grupos experimentais
em relação ao grupo controle e redução acentuada para o grupo de animais tratados com
alcachofra e submetidos á atividade física. Entretanto a análise estatística indicou diferença
não significativa entre os grupos e, desta forma, que nenhum tratamento foi eficaz em
17
provocar alteração sobre o ganho padrão de massa corporal. Desde início do período de
treinamento físico até o término experimental, não se observou aumento significativo no
consumo alimentar dos animais submetidos à atividade física. Supõe-se então que o estresse
físico sofrido pelos animais durante o treinamento físico tenha elevado a taxa metabólica, não
alterando a massa corporal de forma significativa. Quanto ao sexto e ultimo artigo (19) os
resultados mostraram que o perfil de segurança da alcachofra ainda não está bem definido,
mas sabe-se que ela pode provocar efeitos adversos leves, tais como flatulência e reações
alérgicas. As indicações registradas na Anvisa 2004 são, uso oral colagogo e colerético isto é
agentes gastrintestinais que estimulam o fluxo da bile para dentro do duodeno ou estimulam a
produção de bile pelo fígado respectivamente, pode ter efeito laxativo, e causar dermatite de
contato alérgica, segundo essas considerações esse medicamento também não tem nenhuma
relação direta com a perda de peso .
Nota – se que na análise dos estudos todos os medicamentos mostram redução de
peso, mas os registros da Anvisa classifica apenas a Garcínia com efeito direto na perda de
peso por participar na regulação do apetite.
Conclusão
O trabalho se justifica pela necessidade de analisar alguns fitoterápicos quanto à
aplicação, modo de ação e sua eficácia no tratamento da obesidade, para que tenha-se uma
base científica no que prescrever.
Dos resultados conseguiu-se entender que apesar dos fitoterápicos apresentarem
resultados positivos, ainda são incompletos e necessitam de pesquisas mais aprofundadas e de
longo prazo pra que se tornem confiáveis.
Mostrou-se complicada a busca dos artigos específicos sobre as plantas supracitadas e
os resultados todos se mostravam inconclusivos. Esse estudo foi relevante e merece
desenvolvimento posterior sugerindo até pesquisa em campo, com seres humanos, para
comprovação da eficácia dos fitoterápicos para emagrecimento e estabelecimento de
posologia, dosagens, indicações e contra indicações.
Referências Bibliográficas
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2. Sacramento, H.T. Fitoterapia nos serviços públicos do Brasil . In : Jornada Paulista
de Plantas Medicinais, 5.; 2001, Botucatu. Anais... Botucatu: UNESP, 2000. p.28.
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3. Marques, F.C. Fito 2000 – Lima/ Peru. Boletim da Associação Catarinense de Plantas
Medicinais, n.2, 2001.
4. World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic.
Geneva: World Health Organization; 2000. (WHO Technical Report Series, 894).
5. Fontaine Kr, Redden DT, Wang C, Westfall AO, Asslison DB. Years of life lost due to
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11. Anvisa. Disponível em:<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/d37
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2010.pdf?MOD=AJPERES&useDefaultText=0&useDefaultDesc=0>, acessado em: 01/02/2012.
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Assistência Farmacêutica. Grupo de Estudos de Fitoterápicos. Relação das plantas medicinais
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13. Brasil. Conselho Federal de Nutricionistas: Resolução CFN N° 402/2007:
Regulamenta a prescrição fitoterápica pelo nutricionista de plantas in natura frescas, ou como
droga vegetal nas suas diferentes formas farmacêuticas, e dá outras
14. Scielo Brasil. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1676
24442010000500010&script=sci_arttext. Acesso em: 11/2011.
15. Scientia Medica (Porto Alegre) 2010; volume 20, número 4, p. 292-300. Disponível
em:
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/viewFile/7051/5939.
Acesso em: 11/2011.
16. Scielo Brasil. X Salão de Iniciação Científica PUC RS.
http://www.pucrs.br/orgaos/edipucrs/XSalaoIC/Ciencias_Biologicas/Genetica/70567-
TUANY_DI_DOMENICO.pdf. Acesso em: 11/2011.
17. NAtureza on line. Disponível em:
http://www.naturezaonline.com.br/natureza/conteudo/pdf/06_SantosACSetal_3743.pdf
Acesso em: 11/2011.
19
18. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu. Disponível em:
http://scholar.googleusercontent.com/scholar?q=cache:LFGHIdqZypcJ:scholar.google.com/+al
cachofra+dieta&hl=pt-BR&as_sdt=0 Acesso em: 11/2011.
19. Acta Farm. Bonaerense 24 (2): 310-4 (2005) Disponível em:
http://www.latamjpharm.org/trabajos/24/2/LAJOP_24_2_7_2_E2DEC835LY.pdf. Acesso em:
11/2011.
20
ANEXOS
FICHAMENTO DOS ARTIGOS ANALISADOS
Camelia sinensis - chá verde
TITULO Efeito do chá verde (Camelia sinensis) em ratos com obesidade
induzida por dieta hipercalórica
ANO DE PUBLICAÇÃO Outubro 2010
REVISTA PUBLICADA Scielo Brasil. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1676
24442010000500010&script=sci_arttext. Acesso em: 11/2011.
AUTORES Marta Vera-Cruz; Elaine Nune; Lívia Mendonça; Érika Chaves; Maria
Luiza de Lima Aguilar Fernandes
INTRODUÇÃO
A obesidade é fator de risco para várias doenças. Estudos têm
demonstrado que os polifenóis do chá verde auxiliam na perda de peso e
interferem nos mecanismos de diversas doenças. A insulina, agindo por
meio de seu receptor (IR), desencadeia uma série de respostas. A via
IR/Shc é ligada ao crescimento celular e à mitogênese.
OBJETIVOS Estudar o efeito do chá verde no peso corporal e no teste de tolerância à
glicose (GTT). No fígado, estudar a fosforilação do IR, a presença e a
expressão de IR e Shc e suas alterações morfológicas.
MATERIAIS E MÉTODOS
Ratos Wistar, jovens e tratados com dieta hipercalórica ou dieta própria
para ratos, foram submetidos a tratamento com chá verde. Para retirada
do fígado, após anestesia, foi infundida insulina ou solução salina. Para
avaliar o grau de fosforilação do IR, o fragmento foi homogeneizado e
submetido a técnicas de imunoprecipitação e imunoblotting. Para análise
morfológica, foi utilizada a técnica de coloração por hematoxilina e
eosina e para localizar a presença de IR e Shc, técnica de imuno-
histoquímica.
RESULTADO E CONCLUSÃO
Observamos diminuição do peso corporal e da esteatose no fígado e
melhora no GTT. Houve aumento da fosforilação do IR no fígado dos
animais obesos tratados com relação aos obesos não submetidos a
tratamento. Verificaram-se lesões que poderiam ser associadas ao
tratamento, como necrose focal. A análise imuno-histoquímica
demonstrou presença de IR e Shc em todos os grupos estudados e
sugeriu alterações na expressão de IR e Shc nos grupos obesos e obesos
tratados.
21
TITULO Chá verde (Camellia sinensis) e suas propriedades funcionais nas
doenças crônicas não transmissíveis
ANO DE PUBLICAÇÃO 2010
REVISTA PUBLICADA
Scientia Medica (Porto Alegre) 2010; volume 20, número 4, p. 292-300.
Disponível em:
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/
viewFile/7051/5939. Acesso em: 11/2011.
AUTORES Ana Elisa Vieira Senger, Carla H. A. Schwanke, Maria Gabriela Valle
Gottlieb
INTRODUÇÃO
O chá é a bebida mais consumida no mundo depois da água. Devido ao
seu processo de produção, o chá verde contém mais catequinas do que
o chá preto ou chá oolong. Existem evidências científicas de que as
catequinas são in vitro e in vivo potentes antioxidantes. Recentes
estudos em humanos sugerem que o chá verde pode contribuir para a
redução do risco de doenças cardiovasculares e algumas formas de
câncer, bem como promover outros benefícios à saúde, tais como efeito
hipoglicemiante, controle do peso corporal, proteção contra os raios
ultravioleta e manutenção da densidade mineral óssea. O crescente
interesse em seus benefícios levou à inclusão do chá verde no grupo de
bebidas com propriedades funcionais. Entretanto, é muito importante
ressaltar que o chá verde também pode apresentar efeitos adversos
OBJETIVOS Apresentar uma descrição dos estudos sobre o chá e seus efeitos sobre
a saúde, como um alimento funcional.
MATERIAIS E MÉTODOS
Estudos in vitro e in vivo sugerem que a EGCG modula a mitogênese, a
estimulação endócrina e a função metabólica nas células de gordura,
além de estar associada com a má absorção de carboidratos e gorduras
no trato intestinal, por inibição enzimática e do sódio transportador de
glicose. Os mecanismos pelos quais a EGCG atua na redução e
manutenção do peso corporal estão demonstrados no Quadro abaixo.
↓ Emulsificação lipídica
↓ digestão e absorção de lipídios
↓ transporte lipídico (↓LdL e vLdL, ↑HdL)
↓ absorção de carboidratos
↓ insulina, igf
↓ Hormônios esteróides
↑ Colecistoquinina
↑ termogênese
↑ Oxidação lipídica no fígado e músculo
↑ Captação de glicose no músculo (gLUt4)
↓ deposição de gordura no fígado
↑ Excreção fecal de lipídios
RESULTADO E CONCLUSÃO
Os estudos científicos atuais consideram a C. sinensis uma planta
estratégica para a saúde humana no século XXi. as pesquisas com o chá
verde revelam de forma crescente seu efeito restaurador de estados
patológicos e, por tratar-se de uma bebida amplamente disponível e de
baixo custo, torna-se viável o seu uso como um importante coadjuvante
no manejo nutricional em diversas patologias. os estudos estão
indicando que os compostos bioativos do chá verde têm um potencial
papel na prevenção de doenças crônicas como o câncer e doenças que
apresentam um processo inflamatório crônico, como a obesidade e a
síndrome metabólica.
22
Garcínia cambogia
TITULO Investigação farmacogenética do fitoterápico Garcinia: relação
ente a variação no gene APOE e o efeito do fármaco sobre o
perfil lipídico em indivíduos com excesso de peso
ANO DE PUBLICAÇÃO 2009
REVISTA PUBLICADA Scielo Brasil. X Salão de Iniciação Científica PUC RS.
http://www.pucrs.br/orgaos/edipucrs/XSalaoIC/Ciencias_Biologicas/Gen
etica/70567-TUANY_DI_DOMENICO.pdf. Acesso em: 11/2011.
AUTORES Domenico T; Klein LC, Rovaris DL; Pollo T; Schneider R; Rossetto S;
Ronconi Vasques CA; de Andrade FM
INTRODUÇÃO
Um dos grandes problemas da saúde pública é a alta prevalência da
obesidade e suas complicações, dentre elas as dislipidemias. O
fitoterápico Garcinia cambogia (Guttiferae), é amplamente utilizado
para o tratamento destas complicações, no entanto existe uma escassez
de estudos científicos que descrevam os seus reais efeitos, e as
possíveis variações de respostas interindividuais. Os estudos
farmacogenéticos têm se mostrado hábeis para associar determinados
polimorfismos em genes candidatos a diferentes respostas terapêuticas,
e como a apolipoproteína E é uma proteína relacionada com a
homeostase lipídica, polimorfismos nesse gene podem ter grande
influência na resposta de fármacos. No entanto, não existe nenhuma
investigação que relacione a variabilidade no gene APOE com a resposta
a Garcinia cambogia, embora um grande número de estudos demonstre
que a variabilidade neste loco influencia a resposta a estatinas.
OBJETIVOS Neste estudo de intervenção com mascaramento duplo cego, o objetivo
é avaliar se o polimorfismo no exon 4 do gene APOE influencia a
resposta do perfil lipídico, ao tratamento com este fitoterápico.
MATERIAIS E MÉTODOS
Até o momento, 23 voluntários com excesso de peso corporal (IMC > 25
kg/m²) foram estratificados aleatoriamente em grupo tratado (n=13) e
placebo (n=10), recebendo, respectivamente, dose diária de 2,4g do
extrato de Garcinia ou placebo (3x/dia) durante 8 semanas. Os
participantes mantiveram dietas usuais, monitoradas através de diário
alimentar; não usavam medicamentos anoréticos ou hipolipemiantes. O
perfil lipídico foi analisado através de colorimetria enzimática
(triglicerídeos - TG, colesterol total – CT, e HDL-c), exceto LDL-c que foi
estimado pela equação de Friedwald. O DNA destes voluntários foi
extraído a partir de 5 ml de sangue total, e o polimorfismo no gene
APOE foi avaliado por PCR-RFLP, com a enzima de restrição Hha I. A
variação do perfil lipídico após o período de tratamento foi comparada
entre genótipos pelo teste de Kruskal-Wallis, utilizando o programa
SPSS para Windows versão 16.0.
RESULTADO E CONCLUSÃO
No grupo tratado com garcínia, a diminuição de CT e LDL-c foi mais
aparente em heterozigos E*3/E*4, quando comparada à variação em
outros genótipos, enquanto a diminuição de triglicerídeos foi mais
pronunciada em heterozigotos E*2/E*3. O único grupo que teve um
leve aumento de HDL-c após o tratamento foi o de heterozigotos
E*3/E*4. No entanto, nenhuma destas diferenças atingiu significância
estatística. No grupo placebo, não houve nenhum padrão perceptível de
variação entre genótipos.. Visto que o trabalho continua em andamento,
provavelmente, o aumento do tamanho amostral possibilitará a
determinação da relação existente entre a variação no gene APOE e a
resposta do perfil lipídico ao tratamento com Garcinia cambogia
23
TITULO Garcinia cambogia – uma espécie vegetal como recurso
terapêutico contra a obesidade?
ANO DE PUBLICAÇÃO 2007
REVISTA PUBLICADA NAtureza on line. Disponível em:
http://www.naturezaonline.com.br/natureza/conteudo/pdf/06_SantosAC
Setal_3743.pdf Acesso em: 11/2011.
AUTORES Ana C S Santos, Michelle S Alvarez, Priscila B Brandão & Ary G Silva
INTRODUÇÃO
Atualmente, a obesidade é um problema de saúde pública mundial,
tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento,
apresentando elevação de sua prevalência. A transição nutricional é um
processo de modificações seqüenciais no padrão de nutrição e consumo
que acompanha mudanças econômicas, sociais e demográficas, e
mudanças do perfil de saúde das populações.
OBJETIVOS abordar a comprovação científica dos medicamentos fitoterápicos à
base de extrato de Garcinia cambogia Roxb comercializados livremente,
visando ao tratamento da obesidade.
MATERIAIS E MÉTODOS
Utilizou-se a pesquisa bibliográfica, nas bases de dados Medline e
Highwire Press, para obter informações sobre o uso dos fitoterápicos no
tratamento da obesidade. Panorama atual do tratamento fitoterápico da
obesidade Diversas são as alternativas disponíveis no mercado para o
tratamento da obesidade, porém poucas apresentam evidências
consistentes de segurança e eficácia. Os fitoterápicos que
habitualmente são indicados para a redução de peso estão, na maioria
das vezes, desprovidos de estudos científicos confiáveis que
demonstrem a eficácia e a segurança para essa indicação.
RESULTADO E CONCLUSÃO
Estudos com o fitoterápico G. cambogia demonstraram sua eficiência no
combate a obesidade, no entanto, faltam estudos mais aprofundados
sobre seu mecanismo de ação para gerar mais segurança no seu uso
terapêutico.
24
Cynara scolymus (alcachofra)
TITULO Investigação do efeito hipolipemiante do extrato aquoso de
folhas de alcachofra(Cynara scolymus L.) em associação à
atividade física intensa
ANO DE PUBLICAÇÃO 2007
REVISTA PUBLICADA
Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu. Disponível em:
http://scholar.googleusercontent.com/scholar?q=cache:LFGHIdqZypcJ:s
cholar.google.com/+alcachofra+dieta&hl=pt-BR&as_sdt=0 Acesso em:
11/2011.
AUTORES SANTOS, T.M.; PEREIRA, L.F.; ELIFIO-ESPOSITO, S.L.
INTRODUÇÃO
As propriedades terapêuticas das folhas de alcachofra são conhecidas
desde tempos antigos(Noldin et al., 2003). Dos seus princípios ativos
foram identificados diversos metabólitos secundários tais
comogrosheimina, ácido criptoclorogênico, flavonóides, ácido
cafeoilquínico, ácido clorogênico, cinarina, luteolina,glicosídeos, lactonas
sesquiterpênicas, entre outros(Zhu et al., 2000; Gebhardt, 2001;
Llorach et al., 2002;Fritsche et al., 2002; Speroni et al., 2003;
Shimodaet al., 2003; Li et al., 2004; Wittemer et al., 2005). O extrato
das folhas de alcachofra (ALE) tem sido citado pela medicina popular
para o tratamento de desordens digestivas e circulatórias pela sua
potencial ação como antioxidante e redutor de colesterol
plasmático(Gebhardt & Fausel, 1997; Pérez-Garcia et al., 2000;Saénz-
Rodriguez et al., 2002; Zapolska-Downar etal., 2002). Devido às suas
aplicações para a redução de lipídios plasmáticos o ALE tem sido
também indicado para redução de massa corporal, como coadjuvante
em regimes de emagrecimento
OBJETIVOS
O presente estudo teve como objetivos investigar os efeitos da ingestão
da infusão das folhas secas de alcachofra (ALE) sobre os níveis de
lipídeos plasmático e subcutâneo em ratos, quando administrada como
única forma de tratamento ou em associação com atividade física
intensa. Optou-se por investigar o efeito de folhas comercializadas em
Curitiba, Região Sul do Brasil, por estar presente emprepar ações
fitoterápicas da população local,buscando subsídios maiores para seu
uso na complementação de dietas hipolipemiantes
MATERIAIS E MÉTODOS
Obtenção do Extrato das Folhas Secasde Alcachofra (ALE). A alcachofra,
Cynara scolymus Linné, cultivada no Brasil, trata-se de uma planta
pertencente à família ASTERACEAE, que compreende cerca de 920
gêneros com aproximadamente 19 mi espécies, cujos hábitos são muito
variados (Noldinet al., 2003; Santos et al., 2003). Utilizou-se para este
estudo folhas de C. scolymus, oriundas do Mercado Municipal de
Curitiba.A preparação do extrato aquoso seguiu método descrito por
Santos et al. (2003): 15 gramasdas folhas foram adicionados a 200 mL
de água fervente. Após 15 minutos, o infuso foi filtrado. Este extrato foi
diluído 20 vezes para fornecimento aos animais, durante 30 dias. Esta
dose corresponde, no adulto, a 320 mg, 4 a 6 vezes ao dia, por no
mínimode 6 semanas.Grupos experimentais. Quarenta ratos machos,
Rattus norwergicus norwergius, com 3semanas de vida, pesando
inicialmente entre 61 ± 34g, foram distribuídos, aleatoriamente,
compondo quatro grupos experimentais (n=10). Nas primeiras três
semanas todos os grupos recebem uma mistura hipercalórica composta
por preparado especial de milho, semente de girassol e aveia na
proporção de3:1:1 (Santos et al. 2003) além, da ração padrão para
roedores (Nuvital, Curitiba) envolta em banha de porco derretida em
fervura. Da quarta à sétima semana os grupos passaram a receber
tratamento específico conforme mostrado na Tabela 1. Ao longo de todo
o procedimento experimental o incremento da massa corporal foi
monitorado.
RESULTADO E CONCLUSÃO
Verifica-se um leve decréscimo da massa dos animais dos grupos
experimentais em relação ao grupo controle e redução aparentemente
mais acentuada para o grupo de animais tratados com ALE e submetidos
á atividade física (EX.FÍS+ALE). Entretanto a análise estatística indicou
diferença não significativa entre os grupos para p<0,05 e, desta forma,
que nenhum tratamento foi eficaz em provocar qualquer alteração sobre
o ganho padrão de massa corporal.Desde início do período de
treinamento físico até o término experimental, não se observou aumento
significativo no consumo alimentar dos animais submetidos à natação.
25
TITULO Fitoterapia Baseada em Evidências. Parte 2. Medicamentos
Fitoterápicos elaborados com Alcachofra, Castanha-da-Índia,
Ginseng e Maracujá
ANO DE PUBLICAÇÃO 2004
REVISTA PUBLICADA Acta Farm. Bonaerense 24 (2): 310-4 (2005) Disponível em:
http://www.latamjpharm.org/trabajos/24/2/LAJOP_24_2_7_2_E2DEC8
35LY.pdf. Acesso em: 11/2011.
AUTORES Rodrigo Fernandes ALEXANDRE, Fernanda Nath GARCIA & Cláudia
Maria Oliveira SIMÕES
INTRODUÇÃO
Em continuação à primeira parte deste trabalho 1, serão explicitadas
aqui as informações encontradas na literatura sobre a eficácia clínica e
a segurança dos medicamentos fitoterápicos elaborados com
alcachofra (Cynara scolymus L.), castanha-da-índia (Aesculus
hippocastanum L.), ginseng (Panax ginseng M. A. Mey) e maracujá
(Passiflora spp.).
OBJETIVOS
O presente estudo teve como objetivos investigar os efeitos da
ingestão da infusão das folhas secas de alcachofra (ALE) sobre os
níveis de lipídeos plasmático e subcutâneo em ratos, quando
administrada como única forma de tratamento ou em associação com
atividade física intensa. Optou-se por investigar o efeito de folhas
comercializadas em Curitiba, Região Sul do Brasil, por estar presente
emprepar ações fitoterápicas da população local,buscando subsídios
maiores para seu uso na complementação de dietas hipolipemiantes
MATERIAIS E MÉTODOS
De acordo com um levantamento realizado junto às distribuidoras de
medicamentos fitoterápicos para o Estado de Santa Catarina/Brasil 2 e
confirmado por dados recentes do mercado mundial desses produtos 3,
os medicamentos fitoterápicos mais comercializados são elaborados
com ginkgo, hipérico, kava, valeriana, alcachofra, castanha-da-índia,
ginseng e maracujá. Nesta Parte 2 do trabalho serão abordados os
quatro últimos e, na Parte 1, foram abordados os quatro primeiros .
Realizou-se uma pesquisa bibliográfica para a busca das melhores
evidências externas de eficácia e segurança para os medicamentos
fitoterápicos preparados com alcachofra, castanha-daíndia, ginseng e
maracujá. Para isso, foram utilizadas as bases de dados MEDLINE
(através do PubMed) e COCHRANE COLLABORATION, sem restrição de
data e idioma de publicação, e revisões sistemáticas e meta-análises
dos ensaios clínicos, randomizados, duplos-cegos e controlados,
realizados com medicamentos fitoterápicos elaborados com as plantas
medicinais em questão. Além disso, foram realizadas buscas manuais
de ensaios clínicos nas listas de referências de livros especializados
e/ou dos artigos já localizados. Também foram consultados ensaios
clínicos publicados após a publicação da última revisão sistemática
e/ou meta-análise.
Realizou-se, também, um levantamento bibliográfico para compilar as
melhores informações sobre indicações terapêuticas, posologia,
potenciais interações medicamentosas, possíveis efeitos adversos e
contra-indicações. Estas informações foram obtidas de livros
especializados, artigos de revisão, artigos originais de estudos
farmacológicos e toxicológicos pré-clínicos, monografias da Comissão E
, da ESCOP e da Organização Mundial da Saúde
RESULTADO E CONCLUSÃO
Foram localizados poucos ensaios clínicos que investigaram os efeitos
hipocolesterolêmicos de medicamentos fitoterápicos elaborados com a
alcachofra. Para avaliar a eficácia clínica da alcachofra, foi realizada
uma revisão sistemática, mas, devido as limitações dos estudos, foi
considerado apenas um ensaio clínico com qualidade metodológica
aceitável, cujos resultados foram promissores e confirmados por um
ensaio clínico conduzido posteriormente. Porém, devido à limitação de
publicações de qualidade metodológica aceitável, as evidências
geradas são insuficientes, necessitando a realização de novos ensaios
para justificar o seu uso na prática clínica. Da mesma forma, o perfil
de segurança da alcachofra ainda não está bem definido, mas sabe-se
que ela pode provocar efeitos adversos leves, tais como flatulência e
reações alérgicas