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  • ENSAIOS EM UTAS

    10SBCC - Mar/Abr - 2014

    Longe do estado da arte

    Ao contrrio do que ocorre nos Estados Unidos e, principalmente, na Europa, onde os ensaios em UTAs so uma preocupao relevante e bem especificados por normas, o Brasil no tem normas especficas

    Renata Costa

    m projeto de uma instalao s pode entrar em utilizao aps

    a comprovao de que os parmetros foram atendidos e os requisitos solici-tados pelo usurio foram cumpridos. Isso automaticamente se aplica s instalaes que contm uma UTA

    (Unidade de Tratamento de Ar) e s possvel por meio de ensaios rigorosos que atestem que todas as exigncias foram realmente satisfeitas.

    Especificamente quanto s UTAs,

    o Brasil ainda est muito aqum do estado da arte em termos de qualida-

    U de dos ensaios. A norma EB 269, de 1969, que fixava os requisitos mnimos a serem preenchidos pelas unidades compactas e estabelecia padres de qualidade e capacidade dessas foi substituda em 2009 pela NBR 10142,

    de 1987. Essa norma, por sua vez,

    O documento nacional sobre ensaios em UTAs, NBR 10142, foi cancelado e ainda no substitudo, e a norma NBR 16401 cita a necessidade de ensaios mas tem abrangncia limitada pois fornece especificaes gerais e limites operacionais para componentes internos dos equipamentos

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  • 11Mar/Abr - 2014 - SBCC

    recomendava o mtodo de ensaio em fbrica de condicionadores tipo com-pacto para avaliar a compatibilidade do desempenho desses equipamentos com as especificaes do fabricante.

    No entanto, essa norma tambm foi

    cancelada em 2012, sob a justificativa

    de que no era mais usada na rea, e

    ainda no foi substituda. O documento no estava atualiza-

    do quanto metodologia de medio de vazo de ar e tampouco tinha a abrangncia das normas europeias,

    explica o engenheiro Miguel Ferreirs,

    da Garneira Engenharia, empresa que

    realiza atividades de projeto e consul-toria em sistemas AVAC&R.

    Outra norma brasileira, a NBR

    16401, de 2008, cita a necessidade de

    ensaios para garantir que os objetivos e requisitos de um projeto de instala-o de UTA sejam cumpridos, mas tem

    uma abrangncia limitada, segundo

    os especialistas. Ela apenas fornece especificaes gerais e limites opera-cionais para os componentes internos dos equipamentos, diz o engenheiro

    mecnico Fernando Britto, da Adrifer-co Engenharia e Consultoria e membro do GT de Projetos da SBCC.

    Hemisfrio Norte

    Nos Estados Unidos e, principal-mente, na Europa, os ensaios em

    UTAs so uma preocupao relevante e bem especificados por normas. A

    ANSI/AHRI 430-2009 a norma norte--americana que determina a conformi-dade do equipamento com relao a seus dados de capacidade nominal e,

    no caso das UTAs, o foco principal

    estabelecer uma faixa de tolerncia para a conformidade da vazo de ar e consumo eltrico expressos nos ca-

    tlogos das fabricantes. Ela tambm especifica tolerncias dimensionais

    dentro das quais se permite estabe-lecer a proporcionalidade entre as vazes ensaiadas em determinado equipamento para outros do mesmo tipo, porm com diferentes dimenses.

    Por exemplo, entre um equipamento

    com ventilador de 315 mm de dimetro

    e outro com 355 mm, explica Britto.

    Na Europa, a EN 1886 (ventilation for buildings air handling units me-chanical performances) uma das duas normas mais importantes em se tratan-do de UTAs. Ela define caractersticas

    mecnicas: resistncia mecnica do gabinete, estanqueidade do ar, fugas

    nos filtros, transmisso trmica para o

    exterior da unidade, ponte trmica nos

    perfis estruturais, isolamento acstico.

    J a EN 13053 (ventilation for buil-dings air handling units ratings and performances for units, components and sections) preconiza os ensaios em relao ao desempenho, inclusive

    eficincia energtica, analisando as

    seguintes caractersticas: vazo de ar/presso esttica disponvel/consumo eltrico, nvel de presso sonora trans-mitido para a rede de dutos por banda

    Nos Estados Unidos (norma ANSI/AHRI

    430-2009) e na Europa (EN 1886 e 13053) os ensaios em UTAs so

    uma preocupao relevante e bem especificados por

    normas

  • ENSAIOS EM UTAS

    SBCC - Mar/Abr - 2012

    checagem dos componentes internos com relao s especificaes do pro-jeto, afirma o engenheiro Britto. Ferrei-rs ainda destaca que so comuns os ensaios de balanceamento esttico e dinmico do motoventilador e o hidros-ttico de serpentinas, alm dos testes

    eltricos em geral e, eventualmente,

    pr-montagem de filtros HEPA.

    Segundo os especialistas, no en-tanto, nenhum ensaio relativo condu-tibilidade e pontes trmicas, resistn-cia mecnica, rudo e vazamento nas

    molduras dos filtros de ar e serpenti-nas costumam ser feitos no pas, ao

    contrrio do que acontece na Europa. Como normalmente os ensaios

    so feitos em fbrica em ambiente e situaes diferentes daquelas em que estaro as UTAs durante seu fun-cionamento nos clientes o ideal, na

    opinio do engenheiro Willian Ito, seria

    que todos os ensaios fossem repetidos aps a instalao. Isso porque h risco de problemas no transporte dos equi-pamentos, na montagem em campo

    e, ainda, h ensaios que so viveis

    apenas em condio de carga real do equipamento.

    Consumidor deve ser exigente

    Willian Ito, que trabalhou por mais

    de uma dcada no Instituto Butantan,

    em So Paulo, na rea de projetos, ma-nuteno e garantia de qualidade para o setor de produo vacinas, sempre

    esteve envolvido com instalaes de UTAs para salas limpas e cabines de segurana biolgica.

    Graas a esse conhecimento prtico como consumidor, ele afirma com segu-rana que grande parte da responsabi-lidade que, em outros pases, fica por

    conta do fabricante, aqui no Brasil, do

    cliente. Se o cliente quer que seu pro-jeto funcione perfeitamente, da maneira

    como projetado, preciso acompanhar

    os ensaios feitos em fbrica e repeti-los aps a instalao. O ideal contratar uma empresa ou laboratrio indepen-dente para fazer isso, afirma Ito.

    Na opinio de Miguel Ferreirs,

    at mesmo os ensaios precisam ser previstos no projeto. Os fabricantes normalmente disponibilizam seu es-pao para a execuo dos ensaios,

    mas necessrio que o cliente e o projetista definam previamente os

    ensaios que o fabricante dever for-necer, segundo quais normas ou pro-cedimentos especficos e os critrios

    de aceitao, esclarece.

    Alm do que, diz Ferreirs, des-cobrir que h problemas nos condicio-nadores de ar quando o cliente j est com seus processos de qualificao

    em curso, pode acarretar incremento de

    custos e prazos no previstos, compro-metendo as metas do empreendedor.

    Na prtica, prever tudo no projeto

    tambm no simples. Ito conta que,

    por sua grande exigncia nos projetos,

    muitas vezes no conseguia ser atendi-do por nenhuma empresa nacional e era

    Os fabricantes normalmente

    disponibilizam seu espao para a

    realizao de ensaios. Clientes e projetistas

    devem definir previamente quais ensaios e normas e

    critrios de aceitao

    oitava, nvel de presso sonora total,

    potncia calorfica e frigorfica, recupe-rao de calor e perda de carga nas ser-pentinas (ar e gua). Ambas as normas so de responsabilidade da Eurovent (European Committee of Air Handling & Refrigeration Equipment Manufacturers) e os ensaios devem ser realizados por laboratrios independentes.

    Questes no Brasil

    No Brasil, o que geralmente se faz

    so os ensaios FAT (teste de aceitao em fbrica, do ingls, factory acceptan-ce test) para verificar a conformidade das dimenses externas, posies e

    tamanhos das conexes e portas de acesso, acabamento e pintura, alm de

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  • obrigado a importar equipamentos, pois

    os fabricantes brasileiros no atendiam a todas as certificaes exigidas interna-cionalmente, por exemplo, para cabines

    de biossegurana. Quando solicitva-mos empresas certificadas na NSF 49

    (certificao para cabines de segurana

    outorgada pela entidade internacional The Public Health and Safety Organi-zation), algumas empresas nacionais alegavam ter conhecimento da norma,

    mas no a certificao oficial. Por isso,

    nesses casos, o contrato era feito com

    empresas estrangeiras, diz.

    Para Ito, a regra de ouro para ter

    sucesso na instalao e funcionamen-to das UTAs o consumidor ter conhe-cimento pleno de suas necessidades e saber o que exigir. Voc recebe o que pede e a qualidade que cobra do fornecedor, afirma.

    Miguel Ferreirs diz que percebe uma mudana gradual na mentalidade das empresas nacionais. Principal-mente entre os fabricantes de equipa-mentos para salas limpas. Eles j esto

    acostumados com a sabatina a que so submetidos no momento do comis-sionamento, por isso j se preocupam

    mais com os ensaios de fbrica para garantir qualidade e desempenho.

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  • Ensaios: o que dizem os fabricantes

    A revista da SBCC consultou empresas associadas para comentarem sobre a realizao de ensaios em UTAs. Como no h uma norma em relao aos ensaios no fabricante, as solues e procedimentos so distintos. Acompanhe.

    Traydus

    Embora a Traydus ainda no tenha tido solicitao de ensaios ou homologaes baseadas nas normas europeias,

    Ricardo Facuri, Diretor Tcnico Comercial da empresa, afir-ma que j est se preparando para atender essa demanda,

    pois acredita que no demorar at os clientes se tornarem mais exigentes nesse sentido. Temos buscado tambm al-guns fornecedores europeus para componentes de nossas UTAs, ento j havamos observado algumas indicaes

    de normas para testes de estanqueidade ou transmisses trmicas, conta Facuri.

    Por enquanto, em fbrica, segundo Facuri, a Traydus

    costuma realizar os ensaios de estanqueidade (confor-me norma DW143 classe B e C), vibrao do conjunto motoventilador (conforme norma AMCA 204 grau 6,4 mm/s), inspeo visual e dimensional. Apresentamos certificados de

    teste hidrosttico ou pneumtico quanto estanqueidade dos trocadores e, apesar de no serem realizados em fbricas, os

    filtros e a entanqueidade dos caixilhos so testados em campo, explica.

    ENSAIOS EM UTAS

    SBCC - Mar/Abr - 2014

    Reintech

    A Reintech realiza os ensaios em seus equipamentos apenas se o cliente solicitar. A gama de ensaios muito grande, o que os torna muito caros. Por isso so enten-didos como opcionais de fornecimento, explica Eduardo

    Rein, Diretor Operacional da empresa. Segundo o diretor,

    os equipamentos da linha LRT respeitam os critrios da norma europeia EN 1886 e do padro VDI 6022 dentro de caractersticas de fornecimento padro e complementadas por alguns opcionais da prpria empresa. Um exemplo a possibilidade de industrializar os equipamentos com dre-nos em todos os mdulos, para permissividade de assepsia

    mida no interior dos equipamentos, diz Rein.

    Para o futuro prximo, Rein imagina que a fabricao de

    motoventiladores com inversor incorporado, transformando

    o equipamento em plug in uma tendncia, o que tambm facilitaria os ensaios mais bsicos.

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  • Trox

    A Trox informa que as unidades TKZ so submetidas a testes de estanqueidade no gabinete de acordo com as norma DW-143 (Ductwork Leakage Testing), para todas as

    classes de requisitos, com presso de testes a partir de

    1.200 Pa, inclusive com a emisso de certificao.

    Carlos Raimo, do Departamento Tcnico, informa

    ainda que as serpentinas de resfriamento e aquecimento fabricadas pela Trox so projetadas de acordo com as normas ARI-410. Todas as serpentinas so submetidas a testes para verificao de vazamentos, um diferencial

    da empresa. Se pedido pelo cliente, haver a emisso de

    certificado de testes, que tambm podem ser testemu-nhados por fiscais determinados pelo cliente. O mesmo

    procedimento se d para testes de aderncia de pintura, de vibrao em ventiladores e de filtros de ar, estes fabricados de

    acordo com as normas internacionais, comenta.

    Segundo ele, existe um constante aumento de pedidos de testes e certificados, especialmente os de estanqueidade.

    Essa solicitao est relacionada diretamente ao perfil de nossos clientes e exigncias de eficincia energtica dos UTAs,

    explica Raimo.

    Participe! Acesse o site: www.sbcc.com.br.Para mais informaes: [email protected] ou (12) 3922-9976

    Ciclo de Seminrios SBCC 2014

    DATA TEMA - TTULO LOCAL

    23 a 24 Abril CONTROLE DE CONTAMINAO DESDE O PROJETO SO PAULO - SP

    29 Maio MANUTENO EM REAS LIMPAS SO PAULO - SP

    6 a 7 Agosto ENSAIOS EM REAS LIMPAS SO PAULO - SP

    27 a 28 Agosto MICROBIOLOGIA SO PAULO - SP

    25 Setembro EQUIPAMENTOS DE AR LIMPO SO PAULO - SP

    30 Outubro OPERAES SO PAULO - SP

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