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OS VEDAS “The Vedas”

®r… Swāmi ®ivānanda

© Tradução para o Português de Swami K��Šapriyānanda Saraswat…

SOCIEDADE INTERNACIONAL GITA DO BRASIL SANATANA DHARMA

GITA ASRHAMA Porto Alegre, RS - Brasil

2a edição em Português - 2002 código: rwhs.01

Sumário 1. Literatura sânscrita

2. Veda – o conhecimento desvelado

3. A glória única dos Vedas

4. Divisão dos Vedas

5. A Essência dos Vedas

1. Literatura Sânscrita A literatura sânscrita pode ser classificada e con-

duzida sob seis encabeçamentos, e quatro formas seculares. As seis formas ortodoxas de divisão são autorizadas pelas escrituras dos Hindus; as quatro seculares divisões incorporaram o desenvolvimento tardio na literatura clássica Sânscrita a saber:

As seis escrituras são: (i) Srutis, (ii) Smritis, (iii) Itihasas, (iv) Puranas, (v) Agamas e (vi) Darsanas.

Os quarto escritos seculares são: (i) Subhashitas, (ii) Kavyas, (iii) Natakas e (iv) Alankaras.

2. VEDA – O conhecimento desvelado Os Srutis são os chamados Vedas, ou os Amna-

ya. Os Hindus receberam suas religiões através da revelação dos Vedas. Estas eram revelações intuicio-nais diretas e eram seguras para serem consideradas Apaurusheya ou inteiramente supra-humano, sem nenhum autor em particular. Os Vedas são as orgu-lhosas glórias dos Hindus, e além disto, de todo o mundo sábio.

O termo Veda advém da raiz sânscrita “Vid”, co-nhecer. A palavra Veda significa “conhecimento”. E quando ela se aplica às escrituras ela significa “livro de conhecimento”. Os Vedas são o fundamento das escrituras dos Hindus. Os Vedas são a origem de outros cinco grupos de escrituras; razão, até mesmo, do secular e do materialismo. Os Vedas são o depósi-to do conhecimento indiano, e glória memorável do qual o homem jamais poderá esquecer até a eternida-de.

Os Vedas são as verdades eternas reveladas por Deus para os antigos grandes sábios, Rishis, da Índia. A palavra Rishi significa “vidente, ou profeta”, deri-vado da palavra sânscrita “dris”, “ver”. Ele é o Man-tra-Drashta, vidente do mantra ou do pensamento. O pensamento não de um sábio particular. Os Rishis viram a verdade ou ouviram-na. Portanto, os Vedas são o que foi ouvido (Sruti). O Rishi não os escreveu. Ele não Os criou fora de si. Ele foi um vidente a partir daquilo que viu como já existente. Ele somente fez uma descoberta espiritual por intermédio da me-ditação. Ele não é o inventor dos Vedas.

3. A glória dos Vedas Os Vedas representam as experiências espirituais

dos Rishis de outrora. Os Rishis eram como um mé-dium, ou um agente de transmissão, para as pessoas, da experiência intuicional que eles tinham recebido. As verdades dos Vedas são revelações. Todas as outras religiões do mundo afirmam a autoridade d’Eles como tendo sido entregues por mensageiros especiais de Deus, para certas pessoas; mas os Vedas não devem Sua autoridade a ninguém. Eles são em si mesmo a autoridade como eternos; eles são os co-nhecimentos do Senhor.

O Senhor Brahma, o criador, transmitiu o conhe-cimento divino para os Rishis videntes. Os Rishis disseminaram o conhecimento. Os Rishis Védicos eram grandes pessoas realizadas que possuíam a intuitiva percepção direta do Brahman, ou a verdade. Eles foram escritores inspirados. Eles edificaram um simples, grande e perfeito sistema de religião e filo-sofia, do qual os fundadores e professores de todas as outras religiões extraíram suas inspirações.

Os Vedas são os antigos livros da biblioteca do homem. As verdades contidas em todas as religiões são derivadas dos Vedas e são, no final das contas, o que pode ser seguido pelos Vedas. Os Vedas são a fonte original da religião. Os Vedas são a origem fundamental para a qual todas as religiões conheci-das podem ser executadas. Religião é de origem di-vina. Ela foi revelada por Deus para o homem nos tempos aurigênicos. Esta é a expressão dos Vedas.

Os Vedas são eternor. Eles não têm começo ou fim. Uma pessoa ignorante talvez diga como um livro pode começar e terminar, mas nos Vedas isso não ocorre. Os Vedas surgiram pela respiração do Senhor. Eles não foram compostos por nenhuma

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mente humana. Eles jamais foram escritos ou cria-dos. Eles são eternos e impessoais. A data dos Vedas jamais poderá ser fixada; ela jamais poderá ser de-terminada. Os Vedas são verdades eternas espiritu-ais. Os Vedas são a incorporação do Conhecimento Divino. Os livros podem ser destruídos, mas o co-nhecimento não pode ser destruído. O conhecimento é eterno. Neste sentido, os Vedas são eternos.

4. Divisão dos Vedas Os Vedas dividem-se em quatro grandes livros:

Rig-Veda, Yajur-Veda, Sama-Veda e Atharva-Veda. O Yajur-Veda é novamente dividido em duas partes, o Sukla (claro; branco), e o Krishna (escuro; negro). O Krishna ou o Taittiriya é o livro antigo, e o Sukla, ou o Vajasaneya é a última revelação do sábio Yaj-navalkya, a partir do resplandecente deus Sol.

O Rig-Veda é dividido em vinte e uma secções; o Yajur-Veda possui cento e nove secções; O Sama-Veda possui mil secções e o Atharva-Veda cinqüenta secções. No todo, os Vedas dividem-se em mil cento e oitenta secções.

Cada Veda consiste em quatro partes: o Mantra-Samhitas, ou hinos; os Brahmanas, ou explanações dos Mantras dos rituais; os Aranyakas e as Upani-shads. A divisão dos Vedas dentro de quatro partes é para satisfazer os quatro estágios da vida do homem.

Os Mantra-Samhitas são hinos em louvor do Deus védico (do conhecimento) por alcançar prospe-ridade material aqui neste mundo e felicidade futura. Eles são poemas métricos que compreende em ora-ções, hinos e encantamentos direcionados para várias deidades, tanto subjetiva como objetivamente. A parte de Mantra dos Vedas é usualmente feita para os Brahmacharins (estudantes celibatários).

O Rig-Veda Samhita é um grandioso livro dos Hindus, o melhor e mais antigo. Ele é a grande Bí-blia indiana, na qual um Hindu não poderá esquecer para adorar do fundo do seu coração. O seu estilo, a sua linguagem e forma é a mais linda e a mais miste-riosa. Este imortal conjunto de Mantras expressa a grande verdade da existência, e ele é, talvez, o maior tesouro de todas as escrituras sagradas do mundo. Seu predicador é chamado Hotri.

O Yajur-Veda Samhita está na maior parte em prosa e é para ser usado pelo Adhvaryu, o pregador de Yajur-Veda, para explanações supérfluas em ritos e sacrifícios. Como um suplemento do Rig-Veda Mantras.

O Sama-Veda Samhita é o que mais toma em-prestado do Rig-Veda Samhita, e é usado pelo canto do Udgatri, o pregador de Sama-Veda, em sacrifí-cios.

A parte dos Brahmanas guia as pessoas para e-xecução de ritos sacrificiais. Eles são explanações em prosa, e o método que é usado nos Mantras é de sacrifícios ou Yajñas. A parte Brahmana dos Vedas é executável por um chefe de família.

Existem dois Brahmanas para o Rig-Veda, o Ai-tareya e o Sankhyana. “O Rig-Veda”, diz Max Mul-ler, “é o mais antigo livro do mundo. Os sagrados hinos dos Brahmanas sustentam-se sem paralelo na literatura de todo o mundo; e a preservação deles deve bem ser chamada de miraculosa”.

O Satapatha Brahmana pertence ao Suka-Yajur-Veda. O Krishna-Yajur-Veda é o Taittiria, e o Mai-trayana Brahmanas. O Tandya ou Panchavimsa, o Shadvimsa, o Chhandogya, o Adbhuta, o Arsheya e a Upanishad Brahmanas pertencem ao Sama-Veda. O Brahmana do Atharva-Veda é chamado de Gopatha. Cada um destes Brahmanas recebeu um Aranyaka.

Os Aranyakas são os livros da floresta; o texto místico silvestre do qual entregou interpretações filosóficas aos rituais. Os Aranyakas destinam-se aos Vanaprasthas ou ermitões, que retiraram-se para tomarem Sannyasa (vida renunciada).

As Upanishads são as mais importantes partes dos Vedas. As Upanishads contém a essência ou o a porção do conhecimento dos Vedas. A filosofia das Upanishads é sublime, profunda, e comovente da alma. As Upanishads falam da identidade da alma individual e da Alma Suprema. Elas revelam a mais sutil e profunda verdade espiritual. As Upanishads são muito úteis para os Sannyasis.

Os assuntos dos Vedas são divididos em: Karma-Kanda, Upasana-Kanda, e Jñana-Kanda. O Karma-Kanda, trata de seção de vários sacrifícios e rituais. O Upasana-Kanda, ou seção de adoração trata de vários tipos de meditação e adoração. O Jñana-Kanda, ou seção de conhecimento trata com o co-nhecimento elevado de Nirguna Brahman. Os Man-tras e os Brahmanas constituem Karma-Kanda; Os Aranyakas Upasana-Kanda; e as Upanishads, Jñana-Kanda.

5. A essência dos Vedas Viva-se no espírito do que está contido nos Ve-

das! Estudemo-los para distinguir entre o permanen-te e o impermanente. Contemple-se o Ser e a todos os seres em todos os objetos. Nomes e formas são ilusórios; portanto, superemo-los. Sintamos que não há mais nada além do Ser. Repartamos o que temos - física, mental, moral ou espiritual - com todos. Sir-vamos o Ser em todos. Percebamos que quando ser-vimos os outros estamos servindo a nós mesmos. Amemos ao nosso próximo como a nós mesmos. Dissolvamos todas as nossas ilusórias diferenças. Removamos todas as barreiras que separam o ho-mem do homem. Mesclemo-nos com todos. Abra-cemos a todos. Destruamos o pensamento sexual e corporal pelo constante pensamento no Ser ou o as-sexuado Atman sem corpo. Fixemos a mente no Ser enquanto trabalhamos. Esta é essência dos ensina-mentos dos Vedas e dos sábios de outrora. Isto é o real, a vida eterna no Atman. Coloquemos estes as-suntos em prática na batalha do dia-a-dia da vida.

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Isso nos fará brilharmos com um Yogi dinâmico, ou um Jivanmukta. Não há dúvidas sobre isto.

Oˆ Tat Sat