Vestindo Outubros Pocket Zine

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v S E t n i D o ANO 1, nº 1 De grátis Pocket Zine

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Ano 1, nº1.

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v SE t ni D oANO 1, nº 1

De grátis

Pock

et Z

ine

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A web veio para ficar e disseminar literatura. Algumas boas, muito boas, outras ruins, muito

ruins. Sobre ela incidem questões como ineditismo e originalidade, aspectos também

disputados pelas editoras, prêmios e concursos. Um sistema que gera expectativas

e serve de degrau para novatos, trampolim para outros, seja através dos blogs, sites e

revistas especializadas, seja através de prêmios e concursos. Este embate dos direitos autorais influencia autores. A maioria mantém originais guardados à espera de editoras. Uns

encontram na web uma forma de galgar o espaço aberto, disponibilizando sua obra. Uma

crescente. Movimentos como o Open ArchivesInitiative estimulam a produção e a divulgação de conteúdo livre e reacendem o debate sobre

o ineditismo. Ao se rever o que, de fato, deve ser original no mundo dos livros, prêmios e

concursos, abre-se um espaço para aquilo que de novo a internet pode fazer pela literatura.

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Dicionário Colaborativo? Pesquisando o

quê?

Nem eu, mas seu blog

literário está lindo!

Tá! Não entendi ainda essa nova web!

Ora! Não estou procurando, mas enviando um conceito!

Coisas da web 2.0! Este feed que assinei é massa. Olha...

Que bom que gostou. Aproveite

e deixe um comentário. Você

tem Twitter?

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Cada vez mais os blogs deixam de ser diários virtuais. Dia-a-dia tornam-se um espaço de idéiase discussões sérias. Há quem viva deles e se não é possível viver de literatura no país, por certo que os blogs podem dar uma mãozinha. A conta é simples e traz questionamentos. O programa Professor Afiliado Submarino chegou a pagar 10% preço de capa ‘pay per click’, mesmo valor que recebe um autor pelo seu original. Já o marketing de guerrilha é capaz de fazer um blog ser acessado por muitos e por todos. Quanto mais tráfego gerado, maior a rentabilidade. A possibilidade de mais pessoas lerem originais ou terem acesso a eles é instigante, principalmente aos novos autores. Mecanismos como o pagerankdeterminam o grau de importância de cada página na web bem como a credibilidade do texto, que deve passar distante do copia e cola. Algumas editoras já começaram a desbravar este novo mercado, cientes de que um empurra o outro. No caminho inverso, ainda há mais agendas literárias do que blogs produzindo literatura.

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Fato consumado, a internet rompeu com o mundo fechado das comunicações e, além, firmou-se como uma ferramenta na diminuição das distâncias, entre elas, a literatura. Não importa o local em que se está, basta ter um computador plugado e é possível acessar as obras disponibilizadas on-line, Fernando Pessoa, Machado de Assis. Uma acessibilidade que torna a literatura mais democrática e menos elitista. Ela pode chegar, por exemplo, àqueles municípios onde muitas editoras não chegam. Através da web, a literatura atravessa fronteiras, viabilizando trocas entre países, línguas e culturas diferentes. Nas escolas, torna-se uma ferramenta valiosa e de baixo custo, complementando bibliotecas. E somando, a web interativa (2.0) permite aos usuários se colocarem de maneira mais ativa diante do mundo virtual. De meros receptores, passam também a construtores deste espaço, comentando, opinando, idealizando. Afinal, ninguém mais quer ficar de fora. E você?

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MATÉRIA-PRIMA

Vislumbro xícaras vaziase as letras despertam

O meu auto-retratosão letras dispersasCalos e cacosDe letras que apertam

Mas me faço de anzol e de vara(minhas letras espertas)

Linhas, linhas e linhasMinha matéria-primasão letras, espaços e vírgulas.

(Letícia Mendonça)

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Não são só palavras num preto e branco. Hádesenhos e há laços, todos repletos de sentimentos, esonhos, e ilusões. Há coloridos que se misturam com arealidade dos desejos, dos afetos. Não são só palavras.É o ar rarefeito num preto e branco, é o medo que dóino peito, a insegurança que aperta o sangue, o suspiroque ninguém vê, mas que está ali. Está tudo ali. O ar, opeito, o medo, o sangue, a insegurança e o suspiro. Afalta de razão. Está ali. A vontade do toque, o sentidodas mãos para longe dos teclados. O arrepio está ali, ea vontade de amar de novo. A provocação, umadiferença, um se entregar no escuro, sem forma, semrosto, sem padrão. Ali, onde não há só palavras numpreto e branco, é um futuro que não se sabe, seimagina, se faz existir em pensamentos, imagens,realidades. Não são só palavras, um nada a ver preto ebranco, um não ser. O afago está ali, a vontade, o desejodo acerto. Tudo ali, em palavras à flor da pele, à espera,e tudo aquilo que mais se escapa à tela: a respiraçãoofegante, o silêncio e o blábláblá pra se fazer rir, parase sentir no dentro. Não, não são só palavras num pretoe branco. É toda uma esperança do encontro.

V i r t u a l i d a d e s

Fernanda de Aragão

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VESTINDO OUTUBROS Pocket Zine é uma publicação conjunta dos blogs:

Fernanda de Aragã[email protected]

Letícia Mendonç[email protected]