VI FORMAÇÃO PARA OS ASSISTENTES DE EDUCAÇÃO...
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VI FORMAÇÃO PARA OS ASSISTENTES
DE EDUCAÇÃO BÁSICA
SETEMBRO DE 2020
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE VIANA
Tema: "Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável
(ODS) e a reformulação da
Proposta Curricular de Viana"
SETEMBRO DE 2020
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE VIANA
Módulo VI: “Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS)”
SETEMBRO DE 2020
Pauta
“EDUCAÇÃO FEITA COM RESPONSABILIDADE”
• Conteúdo: Estudo do Slide: “Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
(ODS)”.
• Assistir ao vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=_3ejiX6AvLY
Preenchimento do questionário do módulo VI no Portal da Educação (
http://educação.viana.es.gov.br/).
INTRODUÇÃO
“EDUCAÇÃO FEITA COM RESPONSABILIDADE”
No módulo VI damos continuidade à abordagem de temas fundamentais
para a construção do Novo Currículo de Viana. Abordando especificamente
questões relacionadas aos “Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
(ODS)”.
“Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)”
“EDUCAÇÃO FEITA COM RESPONSABILIDADE”
Os ODS se tornaram uma referência no município de Viana em 2018, quando
sensibilizamos professores, diretores, pedagogos e funcionários do Sistema Municipal
de Ensino para as questões ambientais promovendo a construção/reformulação do
Projeto Político Pedagógico na perspectiva da educação ambiental em todas as
escolas.
Agora no ano de 2020, ao reformular a Proposta Pedagógica Municipal, buscaremos
garantir neste documento que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades
necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, por meio da educação para
o desenvolvimento sustentável e estilos de vidas sustentáveis. Para tal, os ODS’s farão
parte dos conhecimentos a serem apropriados no decorrer de sua trajetória
educacional. Por esse motivo os ODS se tornaram um dos eixos estruturantes da
reformulação da Proposta Pedagógica Municipal.
“EDUCAÇÃO FEITA COM RESPONSABILIDADE”
Matriz de Saberes
Um dos propósitos da Base Nacional Comum Curricular – BNCC constitui-
se em uma educação voltada à formação de cidadãos protagonistas,
capazes de transformarem a si mesmos e a sociedade, tornando-se mais
democrática, ética, sustentável e inclusiva. Alicerçada nos 4 Pilares da
Educação, extraídos do Relatório para a Unesco da Comissão Internacional
sobre Educação para o século XXI, a Matriz de Saberes está pautada em
concepções sobre: ser, conhecer, fazer e conviver.
Os pilares da educação da UNESCO foram elaborados em 1999 por Jacques
Delors, professor político e economista francês. O relatório intitulado
“Educação: um tesouro a descobrir”, define o aprendizado considerado
essencial para que as crianças se desenvolvam cognitivamente e
socialmente, ou seja, não somente serão preparados para o mercado de
trabalho, mas também para viverem em sociedade e se tornarem cidadãos
mais justos, empáticos e preparados para lidar com adversidades.
Aprender a conhecer – esse pilar envolve o ato de compreender, descobrir,
construir e reconstruir conhecimento. É necessário tornar prazeroso esse ato,
e que se mantenha ao longo do tempo valorizando a curiosidade, a autonomia
e a atenção permanentemente. É preciso, também, pensar o novo, reconstruir
o velho e reinventar o pensar.
Aprender a fazer – Com o avanço tecnológico, a pessoa passa a ser mais
exigida intelectualmente e mentalmente. Além de obter o conhecimento é
necessário colocá-los em prática. Nesse pilar é necessário que as pessoas
estejam aptas a enfrentar novas situações de emprego, trabalhar em equipe,
pensar criticamente, fazer escolhas, solucionar problemas, saber comunicar-
se. Aprender a fazer envolve uma série de técnicas a serem trabalhadas.
Aprender a conviver – É um importante aprendizado para o momento atual.
Aprender a viver com os outros e valorizar o outro, compreender e se colocar
no lugar do outro, gira em torno do aprendizado da não violência em que a
hostilidade dá lugar ao espírito colaborativo. Desenvolver a percepção de
interdependência, a participar de projetos comuns e a ter o prazer do esforço
comum.
Aprender a ser – O último dos pilares da UNESCO está relacionado ao
desenvolvimento da sensibilidade, sentido ético e estético, responsabilidade
social, pensamento autônomo e crítico, imaginação e criatividade. Iniciativa e
crescimento integral da pessoa em relação a inteligência. “Esse pilar incentiva,
ainda, a diversidade de personalidades e talentos – evitando que haja algum
padrão de comportamento a ser seguido. Para isso, é essencial que os jovens
vivenciem ocasiões que permitam descobertas e experimentações culturais,
sociais, artísticas, desportivas, científicas e estéticas”.
Alinhado a essa perspectiva, trazemos como exemplo o “Currículo do Estado
do Espírito Santo” que, define uma matriz de saberes com a qual as áreas de
conhecimento devem se comprometer com uma educação voltada para a
integralidade do sujeito ao longo de toda a educação Básica. A matriz de
saberes traz contribuições na formação de cidadãos considerando as suas
dimensões cognitivas, sociais, emocionais, físicas, políticas e culturais
pautadas nos 4 pilares da educação estabelecidos pela UNESCO, sustentando
as relações entre os objetivos e direitos de aprendizagem, as competências e
habilidades para o desenvolvimento da autonomia.
A proposta se traduz numa construção de uma sociedade democrática,
inclusiva e sustentável:
Inspirados na construção de uma sociedade mais justa, democrática e
ambientalmente sustentável, é necessário pensar um currículo que desenvolva
nas gerações aptidões para participar ativamente das transformações
ocorridas no cotidiano, tanto da realidade local quanto a nível global.
Apoiamo-nos no documento publicado pela ONU/UNESCO, “Agenda 2030 /
ODS - Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável” como um desafio de
entender como essas temáticas atuais precisam ser debatidas e enfrentadas
para que a humanidade avance numa transformação positiva e integrada a
uma proposta inovadora e emancipatória de currículo, considerando os 17
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, conforme definido anteriormente
nesse texto, de modo mais específico no item “Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável/Agenda 2030”.
Outro exemplo importantíssimo, dessa perspectiva de abordagem de
reformulação curricular é o “Currículo da Cidade de São Paulo” que apresenta
um objetivo comum para o desenvolvimento da aprendizagem com temáticas
integradas aos ODS, e que podem ser trabalhadas nos diversos componentes
curriculares, com metodologias de ensino que priorizem uma educação
integral, em consonância com a proposta da Educação Para o
Desenvolvimento Sustentável (EDS).
O alinhamento dos 17 ODS com a proposta pedagógica e ao currículo que se
pretende para o município, em seu eixo, metas e projetos, constituem fatores
determinantes para a melhoria da qualidade de vida e sustentabilidade dos
habitantes da cidade.
Por esse motivo, esse trabalho ainda requer que além da implementação da
aprendizagem por meio da introdução de elementos para uma educação
sustentável, seja necessário também à integração dos ODS/EDS em políticas
estratégicas e programas educacionais, materiais de cunho pedagógico,
formação dos professores, salas de aula e outros ambientes de aprendizagem.
Educação ambiental, Equidade e Diversidade
Em seu texto introdutório a BNCC reconhece, por meio da definição das
competências, que “a educação deve afirmar valores e estimular ações que
contribuam para a transformação da sociedade, tornando-a mais humana,
socialmente justa e, também, voltada para a preservação da natureza”
(Educação em Direitos Humanos: Diretrizes Nacionais apud BNCC, p. 8),
“mostrando-se também alinhada à Agenda 2030 da Organização das Nações
Unidas (ONU)” (BNCC, p. 8).
A BNCC define as aprendizagens essenciais para cada etapa da Educação
Básica sobre as quais os sistemas e redes de ensino e instituições escolares
construirão o currículo, considerando o contexto e as características dos
alunos. Essa construção se dá por meio de um processo de tomada de
decisões (que envolva também a família e a comunidade) que adequem as
proposições da BNCC à realidade local e que se referem, entre outras ações,
a:
• contextualizar os conteúdos dos componentes curriculares,
identificando estratégias para apresentá-los, representá-los, exemplificá-
los, conectá-los e torná-los significativos, com base na realidade do lugar
e do tempo nos quais as aprendizagens estão situadas;
• decidir sobre formas de organização interdisciplinar dos componentes
curriculares e fortalecer a competência pedagógica das equipes
escolares para adotar estratégias mais dinâmicas, interativas e
colaborativas em relação à gestão do ensino e da aprendizagem;
• selecionar e aplicar metodologias e estratégias didático-pedagógicas
diversificadas, recorrendo a ritmos diferenciados e a conteúdos
complementares, se necessário, para trabalhar com as necessidades de
diferentes grupos de alunos, suas famílias e cultura de origem, suas
comunidades, seus grupos de socialização etc.;
• conceber e pôr em prática situações e procedimentos para motivar e
engajar os alunos nas aprendizagens;
• construir e aplicar procedimentos de avaliação formativa de processo
ou de resultado que levem em conta os contextos e as condições de
aprendizagem, tomando tais registros como referência para melhorar o
desempenho da escola, dos professores e dos alunos;
• selecionar, produzir, aplicar e avaliar recursos didáticos e tecnológicos
para apoiar o processo de ensinar e aprender;
• criar e disponibilizar materiais de orientação para os professores, bem
como manter processos permanentes de formação docente que
possibilitem contínuo aperfeiçoamento dos processos de ensino e
aprendizagem;
● manter processos contínuos de aprendizagem sobre gestão pedagógica
e curricular para os demais educadores, no âmbito das escolas e
sistemas de ensino. (BNCC, p.16)
As decisões precisam ser consideradas na organização dos currículos com
propostas adequadas às diversas modalidades de ensino, em conformidade
com as orientações expressas nas Diretrizes Curriculares Nacionais.
O texto base da BNCC orienta aos sistemas e redes de ensino e às escolas
“incorporar aos currículos e às propostas pedagógicas a abordagem de temas
contemporâneos que afetam a vida humana em escala local, regional e global,
preferencialmente de forma transversal e integradora” (p. 19) e relaciona os
principais temas:
direitos da criança e do adolescente (Lei nº 8.069/199016), educação
para o trânsito (Lei nº 9.503/199717), educação ambiental (Lei nº
9.795/1999, Parecer CNE/CP nº 14/2012 e Resolução CNE/CP nº
2/201218), educação alimentar e nutricional (Lei nº 11.947/200919),
processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso (Lei nº
10.741/200320), educação em direitos humanos (Decreto nº 7.037/2009,
Parecer CNE/CP nº 8/2012 e Resolução CNE/CP nº 1/201221),
educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-
brasileira, africana e indígena (Leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008,
Parecer CNE/CP nº 3/2004 e Resolução CNE/CP nº 1/200422), bem
como saúde, vida familiar e social, educação para o consumo, educação
financeira e fiscal, trabalho, ciência e tecnologia e diversidade cultural
(Parecer CNE/CEB nº 11/2010 e Resolução CNE/CEB nº 7/201023).
(BNCC, p.20, grifo nosso).
A abordagem de temas contemporâneos que afetam a vida em diferentes
escalas de forma transversal e integradora apresenta um campo aberto à
construção do currículo orientado pela Educação Ambiental, cujos princípios
estão descritos no art. 4º da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei
Federal nº 9.795/99). São eles:
I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;
II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a
interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o
enfoque da sustentabilidade;
III - o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter,
multi e transdisciplinaridade;
IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;
V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;
VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo;
VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais,
nacionais e globais;
VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e
cultural.
Ademais, é perceptível que outros temas contemporâneos dialogam com muita
proximidade com os princípios da Educação Ambiental, a exemplo da
educação em direitos humanos; educação para as relações étnico-raciais e
ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena; educação para
o consumo; educação financeira e fiscal; trabalho, ciência e tecnologia e
diversidade cultural.
Com a implementação da Política Municipal de Educação Ambiental no
município de Viana ocorrendo de forma processual e permanente desde a
aprovação da Lei Municipal nº 2802/16 que a instituiu, bem como o processo
de construção/reestruturação dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP)
fundamentados pela Educação Ambiental, é natural que o debate sobre a
reformulação do currículo e da proposta municipal de educação percorram o
caminho de fortalecimento e concretização da construção dessa importante
política pública.
Obrigada!