VIABILIDADE DE UM SISTEMA DE ESPECTROFOTOMETRIA … · O sangue humano é um tecido conjuntivo ......

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação LUCAS ALEXANDRE MALAKIN VIABILIDADE DE UM SISTEMA DE ESPECTROFOTOMETRIA PARA AUXÍLIO NO DIAGNÓSTICO DE ANEMIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo Curso de Engenharia Elétrica com ênfase em Eletrônica ORIENTADOR: Prof. Dr. Carlos Dias Maciel São Carlos 2017

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS

Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação

LUCAS ALEXANDRE MALAKIN

VIABILIDADE DE UM SISTEMA DE ESPECTROFOTOMETRIA PARA AUXÍLIO NO

DIAGNÓSTICO DE ANEMIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

à Escola de

Engenharia de São Carlos, da

Universidade de São Paulo

Curso de Engenharia Elétrica com ênfase em

Eletrônica

ORIENTADOR: Prof. Dr. Carlos Dias Maciel

São Carlos

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LUCAS ALEXANDRE MALAKIN

VIABILIDADE DE UM SISTEMA DE

ESPECTROFOTOMETRIA PARA AUXÍLIO NO

DIAGNÓSTICO DE ANEMIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

à Escola de

Engenharia de São Carlos, da

Universidade de São Paulo

Curso de Engenharia Elétrica com ênfase em

Eletrônica

ORIENTADOR: Prof. Dr. Carlos Dias Maciel

São Carlos

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, professor Carlos Dias Maciel por todo conhecimento

compartilhado, pela paciência, pelos conselhos e bom humor.

A todos os meus amigos dos mais diversos círculos sociais, por sempre estarem

presentes em todas as situações difíceis. Sobretudo a Andre, Andrei, Arthur, Dani, Guto,

Mario, Paulo e Pedro.

Aos meus companheiros de CAASO, por transmitirem o maior conhecimento que se

pode obter dentro de uma universidade.

Às famílias que me adotaram, Carneiro, Amaro, Piovezan e Segatto, em cada fase de

minha vida e tiveram a paciência de me educar.

Aos meus irmãos Du e Allan, por me aconselharem e acompanharem nessa jornada

chamada vida.

A minha namorada, melhor amiga e companheira, Priscila, por trazer a tranquilidade,

a sabedoria e maturidade cotidianamente me transformando em um ser humano melhor.

Aos meus pais que, por mais curta que tenha sido a jornada, foram fundamentais para

a minha construção.

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I

RESUMO

A anemia é associada com a capacidade do sangue em transportar oxigênio, podendo

causar fadiga, cansaço, falta de ar e perda de consciência. O método mais comum para o seu

diagnóstico se dá por um hemograma, que envolve a coleta de sangue e tempo para a análise

do mesmo. Dessa forma, o diagnóstico pode ser demorado. Com isso, surgiu a ideia do

aumento da velocidade do diagnóstico através de um sistema espectrofotométrico com a

análise em papel. Dessa forma, estudou-se a viabilidade desse sistema para o diagnóstico

dessa condição reduzindo o tempo de diagnóstico e a invasividade do procedimento médico.

Palavra-Chave: Sangue, prototipagem e sistema óptico-eletrônico.

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III

ABSTRACT

Anemia is associated with blood capability to transport oxygen, being able to

cause fatigue, weakness, shortness of breath and loss of consciousness. The most

commum method of diagnosis is by blood count, which involves collecting blood

samples and time for analysing it. Thus, the diagnosis can take too long. That is how

the ideia of increasing the speed of the diagnosis through a spectrophotometric system

with analysis in paper arose. Hence, was studied the viability of this system to

diagnosis this kind of syndrome, improving not only time of diagnosis but also

decreasing the invasiveness of this medical procedure.

Keywords: Blood, prototyping and optoelectronics systems.

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V

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Concentrações das soluções............................................................................ 18

Tabela 2: Tensões de saída do circuito para cada amostra............................................. 19

Tabela 3: Absorbância relativa das amostras................................................................... 19

Tabela 4: Absorbância para cada concentração de permanganato de potássio............. 20

Tabela 5: Tensões de saída relacionada com a concentração de cada

amostra.............................................................................................................................. 21

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VII

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Molécula de Hemoglobina.................................................................................. 2

Figura 2: Fluxograma do sistema desenvolvido............................................................... 5

Figura 3: Faixas de frequências e absorbância de metais............................................... 6

Figura 4: Espectro de absorbância da hemoglobina......................................................... 6

Figura 5: Espectro de absorbância do permanganato de potássio................................... 7

Figura 6: Espectro de emissão de um LED verde............................................................ 8

Figura 7: Espectro de emissão de um laser verde........................................................... 9

Figura 8: Curva que demonstra a diferença entre os modos fotocondutivo e fotovoltaico 10

Figura 9: Amplificador Inversor.......................................................................................... 11

Figura 10: Configuração do amplificador com o fotodiodo................................................ 12

Figura 11: Ganho do circuito amplificador......................................................................... 12

Figura 12: Protótipo idealizado.......................................................................................... 13

Figura 13: Corpo real do protótipo..................................................................................... 13

Figura 14: Solução de Permanganato de Potássio........................................................... 15

Figura 15: Balança de precisão utilizada........................................................................... 16

Figura 16: Amostras preparadas....................................................................................... 18

Figura 17: Gráfico das absorbâncias relativas em função das concentrações................. 20

Figura 18: Gráfico das tensões de saída para cada concentração das amostras............ 21

Figura 19: A vidraria utilizada............................................................................................ 27

Figura 20: Amplificador Operacional Básico..................................................................... 28

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IX

SUMÁRIO

Resumo.................................................................................................................... I

Abstract.................................................................................................................... III

Introdução................................................................................................................ 1

1. Objetivo.................................................................................................................... 3

2. Materiais e Métodos................................................................................................. 5

2.1 Espectrofotometria da Hemoglobina, Ferro e Permanganato de Potássio......... 5

2.2. Óptica.................................................................................................................... 7

2.3. Iluminação............................................................................................................. 8

2.4. Absorbância Relativa............................................................................................ 9

2.5. Fotodiodo.............................................................................................................. 10

2.6. Eletrônica.............................................................................................................. 11

2.7. Circuito amplificador............................................................................................. 11

2.8. Corpo do Protótipo................................................................................................ 13

3. Resultados............................................................................................................... 15

3.1. Preparo das Soluções........................................................................................... 15

3.2. Experimento Opto Eletrônico................................................................................ 18

3.3. Correlações........................................................................................................... 20

4. Conclusão................................................................................................................ 23

Referências Bibliográficas....................................................................................... 25

Apêndice I: Vidraria.................................................................................................. 27

Apêndice II: Roteiro químico.................................................................................... 28

Apêndice III: O amplificador operacional................................................................. 28

Anexos..................................................................................................................... 29

Anexo A: Folha de dados do fotodiodo BPW34....................................................... 29

Anexo B: Folha de dados do CA3140...................................................................... 34

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X

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1

Introdução

A anemia é uma síndrome na qual a eficiência do sangue em transportar oxigênio para

os tecidos está prejudicada/comprometida. Dá-se pela redução no número de hemácias, ou

na concentração de hemoglobina no interior dessas células [1]. Com essa redução, tem-se

diversas patologias que variam de uma simples sonolência até dispneia.

O método mais comum para o seu diagnóstico é através de um hemograma. Esse

teste avalia o número e a forma de células sanguíneas através de uma amostra, coletada do

sangue periférico do paciente através de uma seringa e posteriormente transferida para um

tubo de ensaio. Trata-se, portanto, de um método invasivo abrupto para a análise [2]. Com

isso, tem-se que o procedimento para o diagnóstico demanda uma quantidade de tempo

considerável para a análise do sangue.

O sangue humano é um tecido conjuntivo líquido que circula através do sistema

vascular. É formado por diversos tipos de células imersas em uma matriz extracelular líquida,

o plasma. As células possuem formatos e funções próprias, sendo classificadas em três

grandes grupos: os leucócitos ou glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do sistema

imunitário, as plaquetas, responsáveis pela coagulação sanguínea e os eritrócitos, glóbulos

vermelhos ou hemácias, responsáveis pelo transporte de oxigênio.

Como visto, uma redução do transporte de oxigênio pode ser caracterizada pela

redução no número de glóbulos vermelhos ou no teor de hemoglobina dessas células [3]. Da

deficiência em hemoglobina, tem-se a anemia ferropriva, que é a mais comum dos casos

diagnosticados e é associada a baixa concentração de ferro no organismo[4]. O ferro é o

principal responsável pelo transporte de oxigênio para os tecidos e fica alojado no núcleo da

molécula de hemoglobina, como pode ser visto na Figura 1. Com isso, tem-se que quanto

maior a concentração de hemoglobina no organismo, maior será a de ferro.

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Figura 1 – Molécula de Hemoglobina

Fonte: LOPES, Sônia 1

A capacidade da hemoglobina de se ligar ao oxigênio depende de uma unidade não

peptídica: um grupo heme. Este grupo também dá à hemoglobina a sua cor característica. O

grupo heme é constituído por uma parte orgânica e por um átomo de ferro. A parte orgânica,

protoporfirina, é constituída por 4 anéis pirrólicos. Os quatro pirróis estão ligados por pontes

de metano, para formar um anel tetrapirrólico, como se pode ver na Figura 1.

O átomo de ferro no grupo heme liga-se aos 4 nitrogênios no centro do anel

protoporfirínico. O ferro pode formar duas ligações adicionais, uma em cada lado do plano do

grupo heme. O átomo de ferro pode estar nos estados de oxidação ferroso (+2) ou férrico

(+3), e as formas correspondentes de hemoglobina são denominadas, respectivamente, ferro-

hemoglobina e ferri-hemoglobina (também chamada metahemoglobina). Somente a ferro-

hemoglobina, o estado de oxidação +2, pode ligar-se ao oxigênio [5]. Dessa forma, uma

molécula de hemoglobina é capaz de se combinar com quatro moléculas de gás oxigênio,

pois a hemoglobina é tetramérica, ou seja, formada por duas cadeias alfa e duas betas, dessa

forma, são quatro grupos heme, os quais cada grupo carrega um grupo oxigênio, assim então,

formando a oxiemoglobina.

Com isso, através da espectrofotometria, que é uma técnica que permite comparar a

radiação luminosa absorvida ou transmitida por soluções, sendo a concentração de uma

dessas conhecida[6][7], visa-se por comparação estimar a concentração da solução

desconhecida de ferro e consequentemente hemoglobina no sangue e a obtenção de um

diagnóstico de anemia.

1 LOPES, Sônia. Bio 1 ed. São Paulo: Saraiva, 2004

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1. Objetivo

Esse trabalho teve por objetivo avaliar a viabilidade de um sistema óptico-eletrônico

baseado em um espectrofotômetro para reduzir o tempo de diagnóstico de anemia e a

invasividade da coleta de amostra, comparada ao procedimento médico padrão.

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2. Materiais e Métodos

O sistema desenvolvido consiste nas divisões óptica e eletrônica e a etapa de testes

químicos. A parte óptica se subdivide em iluminação (feita com laser) e detecção do sinal,

realizado com sensor óptico, que fornecerá um sinal elétrico de acordo com a luz que o atingir.

A etapa eletrônica consiste na fonte de alimentação do circuito associada ao circuito

amplificador com o osciloscópio em sua saída. O processo como um todo pode ser visto na

Figura 2.

Figura 2: Fluxograma do sistema desenvolvido

Fonte: Próprio Autor

2.1. Espectrofotometria da Hemoglobina, Ferro e Permanganato de Potássio

Inicialmente, cogitou-se o uso de amostras de sangue para o estudo da viabilidade do

sistema para detecção de anemia, no entanto, segundo a Resolução CNS Nº 441, de 12 de

maio de 2011, todo uso ou armazenamento de material biológico humano deverá passar pelo

conselho de ética. Dessa forma, para contornar esse mecanismo burocrático, buscou-se um

composto que possuísse características semelhantes à hemoglobina quanto à banda de

absorbância, que não fosse difícil de se obter e possuísse potencial tóxico relativamente

baixo.

Tendo como base os picos de absorbância por espectrofotometria da hemoglobina,

como mostrado na Figura 4, verifica-se que uma boa região para se trabalhar é a de 535nm,

que também é onde o ferro (Fe2+) presente no núcleo da molécula de hemoglobina sofre

grande interferência da luz, como pode ser visto na Figura 3.

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Figura 3: Faixas de frequências e absorbâncias de metais

Fonte: 2012books2

Figura 4 – Espectro de absorbância da hemoglobina

Fonte: Deranged Physiology3

Foi feita uma busca na literatura sobre possíveis compostos para serem utilizados em

substituição à amostra biológica (sangue). Foi escolhido, então, o permanganato de potássio

(KMnO4). Na Figura 5, tem-se a curva espectrofotométrica desse composto.

2 Disponível em: < https://2012books.lardbucket.org/books/principles-of-general-chemistry-

v1.0/s10-03-atomic-spectra-and-models-of-t.html> Acesso em out. 2017

3 Disponível em: <http://www.derangedphysiology.com> Acesso em out. 2017

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Figura 5 – Espectro de absorbância do Permanganato de Potássio

Fonte: Shimadzu4

Denota-se que a substância escolhida, KMnO4, apresenta espectro de absobância

semelhante ao da hemoglobina na frequência de 535nm, sendo, portanto, uma substância

adequada para substituir as amostras de sangue nos testes de viabilidade do sistema

espectrofotométrico avaliado.

2.2. Óptica

A parte óptica consiste em um sistema de iluminação, feito com laser (marca do laser,

modelo, etc). A detecção foi feita de maneira comparativa, mediu-se a tensão no sensor sem

qualquer quantidade de permanganato na amostra, e esse valor foi comparado com a tensão

obtida nas soluções que continham o sal, de forma a obter-se a absorbância relativa [10]. Com

a utilização do laser ao invés de LEDs para o espectro almejado (verde = 535nm), ganha-se

muito em qualidade de resultados; isso será demonstrado nas próximas seções dessa

monografia.

4 Disponível em: <http://www.shimadzu.com/an/uv/support/uv/ap/cell.html> Acesso em out.

2017

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2.3. Iluminação

O tipo de iluminação utilizado é fundamental para a qualidade das medidas, visto que

há a necessidade de utilizar um espectro fechado na região de 525nm, pois é a frequência

pela qual nossa amostra, permanganato de potássio, sofre efeito de absorção semelhante à

hemoglobina. Dessa forma, buscou-se duas fontes populares e baratas de iluminação, que

são LEDs e Lasers.

O LED é um diodo semicondutor (junção P-N) que quando é energizado emite luz

visível – por isso LED (Diodo Emissor de Luz, na sigla em inglês). A luz não é monocromática,

mas consiste de uma banda espectral relativamente estreita (exibida na Figura 6 para o LED

verde) e é produzida pelas interações energéticas do elétron.

Figura 6 – Espectro de emissão de um LED verde.

Fonte: Reef2reef5

O laser é um dispositivo que produz radiação eletromagnética monocromática, ou seja,

possuí comprimento de luz extremamente bem definido, além de ser colimada, feixes de luz

praticamente paralelos [11]. Na Figura 7, tem-se o espectro de emissão de um laser verde.

5 Disponível em: <https://www.reef2reef.com/threads/mini-evil-cluster-idea-looking-for-

feedback.197030/> Acesso em out. 2017

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Figura 7 – Espectro de emissão de um laser verde

Fonte: Photonics6

Nota-se que devido a banda espectral ser muito mais fechada do que a do LED, tem-

se um ganho elevado na qualidade dos resultados, porque se deseja estudar a frequência nos

arredores de 535nm (frequência de máxima absorbância da hemoglobina e do permanganato

de potássio).

2.4. Absorbância Relativa

A absorbância é a capacidade intrínseca dos materiais em absorver radiações em uma

frequência específica. Usualmente é feita de maneira comparativa, onde se tem a absorbância

comparada entre o que é absorvido por um corpo branco e uma amostra específica. Com isso,

em espectroscopia a absorbância (A) é dada por:

A = - log10

I

IO (eq. 1)

Onde I é a intensidade da luz na amostra específica e IO a intensidade da luz na

solução cristalina.

6 Disponível em: < https://www.photonics.com/Article.aspx?AID=46771> Acesso em out.

2017

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2.5. Fotodiodo

O fotodiodo é um componente eletrônico feito a partir de uma junção semicondutora,

que converte a energia de um fóton em um sinal elétrico, liberando e acelerando portadores

de condução de carga dentro do semicondutor. Quando um fóton com energia suficiente

atinge a junção, ele gera pares elétron-lacuna, levando-os para um estado de condução.

Dessa forma, o elétron e a lacuna são varridos pelo campo elétrico na região de depleção da

junção e ao se movimentarem geram fotocorrente [12][13].

Sua característica semicondutora é muito semelhante a um diodo comum, ou seja,

possuí dois modos de utilização destaques, que são fotovoltáico e fotocondutivo. Em

ambos os modos, a fotocorrente varia linearmente com a intensidade da luz, no entanto, no

modo fotovoltáico as variações da fonte luminosa variam a tensão na junção de maneira

logarítmica.

No modo fotocondutivo, há a presença de uma corrente de polarização denotada como

“dark current”, oriunda da resistência interna da junção que está polarizada. Com isso, tem-

se um offset na fotocorrente que pode representar um erro nas medidas quando ocorre o

cessar da fonte luminosa. Tem-se na Figura 8 a diferença entre os modos fotovoltáico e

fotocondutivo.

Figura 8 – Curva que demonstra a diferença entre os modos fotocondutivo e

fotovoltaico.

Fonte: GRAEME, J.G.7

7 GRAEME, J.G. Applications of operational Amplifiers. McGraw-Hill Kogakusha Ltda., 1973. STOUT &

KAUFMAN Handbook of operational amplifiers. McGraw-Hill, 1976.

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2.6. Eletrônica

A parte eletrônica consiste de um sensor (fotodiodo já exibido no tópico anterior), um

circuito amplificador e um sistema para coletar as medidas que pode ser desde um

osciloscópio até um microcontrolador. Utilizou-se um osciloscópio para ter um ganho no tempo

das análises das amostras, pois se trata de um protótipo, já o fotodiodo escolhido foi o BPW34

(consta no apêndice dessa monografia a folha de dados do dispositivo).

2.7. Circuito amplificador

O amplificador utilizado para o experimento foi o inversor, pois permite um alto ganho,

uma impedância de entrada elevada e uma configuração relativamente simples e com poucos

dispositivos[12]. Na figura 9 está representado o circuito básico.

Figura 9 – Amplificador inversor

Fonte: GRAEME, J.G.7

Sua função de transferência é dada por:

H = Vout

Vin

= -R2

R1 (eq. 2)

Nota-se que um único resistor de realimentação, R2, atua como o ganho da

fotocorrente e gera com ela a transformação para a tensão de saída. Com isso, deve-se evitar

resistores de valores altos, pois pode ocasionar um grande impacto a presença de ruído

térmico ao nosso sinal, caso ocorra a utilização de resistores de ordem elevada, pode-se

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12

utilizar uma rede tee [12]. Na Figura 10, tem-se o circuito calculado para a coleta e análise do

sinal.

Figura 10 – Configuração do amplificador com o fotodiodo

Fonte: O próprio autor

O uso do amplificador operacional CA3140 se dá pela alta impedância de entrada

(1,5TΩ) e pela recomendação do dispositivo em aplicações opto eletrônicas [12]. Nota-se que

houve a adição de um capacitor de 22nF a entrada do circuito, isso se dá para filtrar os sinais

indesejados de alta frequência, e um ganho de 100 vezes seguindo a equação 2 (40dB). Na

Figura 11, tem-se o ganho do circuito para pequenos sinais.

Figura 11 – Ganho do circuito amplificador

Fonte: O próprio autor

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2.8. Corpo do Protótipo

Do fluxograma da Figura 3, elaborou-se com materiais de fácil acesso o protótipo da

Figura 12 e o real na Figura 13.

Figura 12 – Protótipo idealizado

Fonte: O próprio autor

Figura 13 – Corpo real do protótipo

Fonte: O próprio autor

Nas Figuras 13 e 14, tem-se em (a) o laser, em (b) a amostra e em (c) nosso fotodiodo.

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3. Resultados

Por se tratar de um experimento que avalia a viabilidade de um sistema que utiliza de

distintas áreas, tais como química e optoeletrônica, todas as etapas foram cautelosamente

preparadas para garantir a saúde dos testes bem como os resultados. Dessa forma, os

resultados serão segmentados em dois tópicos, esses citados acima.

3.1. Preparo das Soluções

O preparo das soluções de permanganato de potássio envolveu a necessidade de

cautela devido a riscos que o composto poderia causar. Segundo a ficha de informação de

produto químico[15], o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) se faz necessário

devido ao sal inorgânico ser levemente tóxico, podendo causar irritação na pele, olhos e se

caso ingerido, náusea, vômito ou perda da consciência. Além disso, em contato com

superfícies o KMnO4 mancha, o que ocorreu durante o experimento.

Para a remoção dessas manchas que ocorrem com uma solução semelhante da figura

14(a), deve-se aplicar vinagre que resultada na solução da figura 14(b). Posterior a isso, deve-

se aplicar água oxigenada, dessa forma, o produto resultado é incolor como a solução da

figura 14(c).

Figura 14: Soluções de Permanganato de Potássio

(a) (b) (c)

Fonte: O próprio autor

Quimicamente, tem-se a seguinte reação:

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16

Nessa reação, tem-se a redução do íon permanganato (MnO4 -). A solução desse íon

apresenta uma coloração violeta figura 14(a) e quando reage com vinagre e água oxigenada

forma o íon manganês, dessa forma, torna-se incolor figura 14(c) [16]. A balança de precisão

utilizada pode ser vista na Figura 15.

Figura 15: Balança de precisão utilizada

Fonte: O próprio autor

Esse instrumento de medição possuí precisão de 0,001g e máxima medida de 340g.

Optou-se por trabalhar com diluições, dessa forma, prepara-se uma única solução

direta com o manuseio de permanganato e adiciona-se água para se obter solução com

concentrações distintas desse sal. Com isso, afim de obter a absorbância relativa, tem-se uma

solução padrão (água) e outras quatro obtidas a partir da diluição de uma primeira.

Diluição é o ato físico-químico de tornar uma solução menos concentrada em

partículas de soluto através do aumento do solvente (água) [17][18]. A solução 1 foi obtida

pela dissolução do sal (KMnO4 = 1,200g) em água (153,548 ml) e sua concentração (CS2) é

calculada pela equação 3.

C= m

V (eq.3)

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17

Onde m é a massa do soluto e V o volume do solvente.

CS2=m2

V2=

1,2

153,548=8,211.10

-3g/ml

A solução 3 foi obtida a partir da diluição da solução 2, e sua concentração (CS3) é

calculada a partir da equação 4.

Ca.Va = Cb.Vb (eq. 4)

Onde Ca e Va são respectivamente concentração e volume de uma solução A e Cb e

Vb são respectivamente concentração e volume de uma solução B.

CS3.V3 = CS2.V2

CS3=CS2.V2

V3=

8,211.10-3

.69,796

160,442 = 3,572.10

-3g/ml

A solução 4 foi obtida a partir da diluição da solução 3, e sua concentração (CS4) é

calculada a partir da equação 4.

CS4.V4 = CS3.V3

CS4=CS3.V3

V4=

3,572.10-3

.65,976

179,496 = 1,313.10

-3g/ml

A solução 5 foi obtida a partir da diluição da solução 4, e sua concentração (CS5) é

calculada a partir da equação 4.

CS5.V5 = CS4.V4

CS5=CS4.V4

V5=

1,313.10-3

.57,711

192,033 = 0,395.10

-3g/ml

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18

Um resumo das soluções pode ser visto na Tabela 1 e as amostras na Figura

16.

Tabela 1 – Concentrações das soluções

Solução [KMnO4] g/ml

1 ----

2 8,211.10-3

3 3,572. 10-3

4 1,313. 10-3

5 0,395. 10-3

Figura 16: Amostras preparadas

Fonte: O próprio autor

3.2. Experimento Opto-eletrônico

Com as amostras prontas, deu-se início à coleta dos valores absorvidos pelas

mesmas. Considerando encontrar valores para threshold mínimo (sem qualquer fonte de luz)

e máximo (solução sem sal), mediu-se as tensões de saída (em out) do circuito da Figura 11.

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Tabela 2 – Tensão de saída do circuito para cada amostra

Saída (mV)

Laser Desligado 120

Solução sem permanganato

1020

Amostra 2 606

Amostra 3 716

Amostra 4 784

Amostra 5 846

Dessa forma, pode-se calcular a absorbância relativa (na equação 5) da amostra. A

comparação será feita com o branco (solução sem permanganato) e garante que só será

avaliada a absorbância relativa ao soluto de interesse (permanganato de potássio) e a

absorbância do solvente e as perdas por reflexões serão desconsideradas[19].

A=- log (Iamostra

Ibranco

) (eq.5)

Com isso, desconsiderando o laser desligado e assumindo o Ibranco para cada medida

da coleta da solução sem permanganato, tem-se a tabela 3 que demonstra a absorbância

relativa das amostras.

Tabela 3 – Absorbância relativa das amostras

Absorbância Relativa

Solução sem permanganato 0,0000*

Amostra 2 0,2261

Amostra 3 0,1537

Amostra 4 0,1143

Amostra 5 0,0812

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3.3. Correlações

Correlacionando as informações das tabelas 1 e 3, tem-se uma análise da absorbância

pela concentração utilizada em ordem crescente da concentração de KMnO4, mostradas na

tabela 4.

Tabela 4 – Absorbância para cada concentração de permanganato de potássio.

[KMnO4] (g/ml) Absorbância

Solução sem

pergmanganato 0,000.10-3

0.02648

Amostra 2 8,211.10-3 0,2261

Amostra 3 3,572.10-3 0,1537

Amostra 4 1,313.10-3 0,1143

Amostra 5 0,395.10-3 0,0812

Da tabela 4, pode-se gerar o gráfico da Figura 17.

Figura 17 – Gráfico das absorbâncias relativas em função das concentrações

Fonte: O próprio autor.

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006 0,007 0,008 0,009

Ab

so

rbâ

ncia

Re

lativa

Concentração de Permanganato de Potássio (g/ml)

Absorbância Relativa x Concentração de Permanganato de Potássio

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Nota-se que há também a possibilidade da construção de dados a partir da correlação

das tabelas 1 e 2, dessa forma, tem-se a tabela 5 que correlaciona as concentrações das

amostras com as tensões de saída.

Tabela 5 – Tensão de saída relacionada com a concentração de cada amostra

[KMnO4] (g/ml) V(out) (mV)

Solução sem pergmanganato

0,000 1020

Amostra 2 8,211.10-3 606

Amostra 3 3,572.10-3 716

Amostra 4 1,313.10-3 784

Amostra 5 0,395.10-3 846

Da tabela 5, pode-se gerar o gráfico da Figura 18.

Figura 18 – Gráfico das tensões de saída para cada concentração de amostra testada.

Fonte: O próprio autor.

0

200

400

600

800

1000

1200

0,000 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006 0,007 0,008 0,009

Te

nsã

o d

e S

aíd

a(m

V)

Concentração de Permanganato de Potássio (g/ml)

Tensão de Saída x Concentração de Permanganato

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Na Figura 17, tem-se que quanto maior a concentração de permanganato de potássio

maior será a absorbância da amostra, com isso, se a amostra absorve mais luz, quanto maior

a concentração de soluto (KMnO4) menor será a tensão de saída, o que pode ser visto na

Figura 18.

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4. Conclusão

O estudo da viabilidade de um sistema espectrofotométrico para diagnóstico de

anemia se demonstrou promissor. Com um diagnóstico em tempo real, mesmo que em

permanganato de potássio e não em amostras sanguíneas, obteve-se curvas muito boas com

características logarítmicas, como é de se esperar ao se tratar de absorbância e transmitância.

Do experimento em si há de se destacar o preparo das soluções, pois houve a

necessidade de reaprender a manusear algumas vidrarias, balança de precisão e

procedimentos de segurança. Mesmo que com um acidente envolvendo o derramamento da

solução na bancada, aprendeu-se maneira de remover um sal com alto potencial oxidante de

maneira eficaz e segura.

Com os resultados obtidos do protótipo, há de concluir que o sistema é eficaz, pois

ocorre a variação da tensão de saída de maneira que se varia as concentrações das amostras

para uma mesma fonte luminosa, laser com frequência de 535nm, entretanto, como melhoria

contínua há a necessidade de um estudo envolvendo material biológico, humano ou não, para

se obterem resultados com condições reais de diagnóstico.

Como melhoria futura, ainda se deve considerar a utilização de uma banda de

frequência luminosa maior, pois com isso há a possibilidade de obter a concentração de outras

substâncias, com isso, em um estudo mais prolongado e com a estruturação de um banco de

dados, pode-se utilizar de redes bayesianas para fazer diagnóstico de outras síndromes,

doenças e etc.

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Referências Bibliográficas

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[2] MARTINS, Cristina. Ferro & Força! Como prevenir da anemia. Nutroclínica, 2001

[3] VALLADA, E.P. Manual de técnicas hematológicas. São Paulo: Atheneu, 1999

[4] LORENZI, Therezinha Ferreira. Manual de Hematologia: propedêutica e clínica. 4. ed. Rio

de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

[5] Interacções Hemoglobina / Ligante. Disponível em:

http://medicina.med.up.pt/bcm/trabalhos/2006/aminhaproteinafavorita/funcoes.htm. Acesso

em 23 de out.de 2017

[6] WEBSTER, John G. "The Measurement, Instrumentation and Sensors handbook". CRC

Press LLC, 1999

[7] Componentes do espectrofotômetro. Disponível em:

http://www.ufrgs.br/leo/site_espec/componentes.html. Acesso em 23.out de 2017

[8] Hollas, J.Michael. Modern Spectroscopy. 4th Edition. Chichester, United Kingdom: John

Wiley & Sons Ltd, 2004. 482 p.

[9] DRABKIN, David L. and AUSTIN, J.Harold. “SPECTROPHOMOMETRIC STUDIES:I.

SPECTROPHOMOMETRIC CONSTANTS FOR COMMON HEMOGLOBIN”. J. Biol. Chem.

1932

[10] HARRIS, Daniel C. Análise química quantitativa. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. 862 p.

[11] SHACKELFORD, James F. (2008). Introdução à ciência dos materiais para engenheiros.

São Paulo: Pearson Prentice Hall. 380 páginas

[12] GRAEME, J.G. Applications of operational Amplifiers. McGraw-Hill Kogakusha Ltda.,

1973. STOUT & KAUFMAN Handbook of operational amplifiers. McGraw-Hill, 1976.

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[13] PALLÁS-ARENY, R. WEBSTER, J.G. Sensors and signal conditioning. John Wiley &

Sons, Inc. USA, 1991.

[14] Folha de Dados. Disponível em: <https://www.vishay.com/docs/81521/bpw34.pdf>.

Acesso em: 23 out.de 2017.

[15]Ficha de Informação de Produto Químico. Disponível em:

<http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/produtos/ficha_completa1.asp?consulta=PERMANGA

NATO%20DE%20POT%C1SSIO>. Acesso em: 23 out.de 2017

[16] O violeta que desaparece. Disponível em:

<http://www.manualdomundo.com.br/2011/11/o-violeta-que-desaparece-experiencia-de-

quimica/>. Acesso em: 23 out.de 2017.

[17] Atkins, P. e Jones, L. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio

ambiente. Bookman, Porto Alegre, 2002.

[18] Spiro, T. G. e Stigliani, W. M. Química Ambiental. 2ª edição. Pearson Hall, 2008.

[19] Donald Voet, Judith G. Voet, Charlotte W. Pratt, Fundamentos de Bioquímica - 4.ed.: A

Vida em Nível Molecular; Artmed Editora, 2014

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Apêndice I: Vidraria

Na Figura 19, tem-se em (a) um béquer, utilizado para preparar as soluções, em (b)

um tubo de ensaio com tampa de rosca, utilizado para armazenar a solução e em (c) um

bastão de vidro utilizado para misturar o soluto com solvente no béquer.

Figura 19: Vidraria utilizada

Fonte: O próprio autor

O béquer deve ser manuseado com total segurança para não ocorrer derramamento

da solução dentro da balança. Nota-se que é aconselhável o uso de um papel que possa

absorver eventuais gotas da solução entre a base desse dispositivo e a balança.

Faz-se aconselhável o uso de um funil para encher o tubo de ensaio a partir do béquer.

No processo de mistura realizado com o bastão de vidro, deve-se tomar cuidado para

não ocorrer acidente com qualquer porção da solução.

No processo todo, aconselha-se o uso de luvas de borracha e proteção da bancada

para que não ocorra manchas acidentais pelo derramamento da solução.

Caso ocorra alguma mancha, utiliza-se de vinagre e posteriormente de água

oxigenada para a remoção.

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Apêndice II: Roteiro químico

1. Mede-se a massa do papel não absorvente a qual será disposto o permanganato de

potássio.

2. Deposita-se a quantidade do sal sobre o papel até se obter a massa almejada.

3. A diferença entre os passos 1 e 2 é a massa do sal.

4. Mede-se a massa do béquer vazio.

5. Preenche-se o béquer de água até atingir o volume almejado.

6. A diferença entre os passos 5 e 4 é a massa de água utilizada. Nota-se que a

densidade da água é aproximadamente 1g/ml.

7. Adicionando o permanganato a água, tem-se uma solução que tem a concentração

obtida pela eq.3.

8. Descarta-se a quantidade desejada da solução do passo 7, mede-se a massa.

9. Adiciona-se água até obter por dissolução a concentração desejada, nota-se que pode

ser obtida essa nova concentração de acordo com a eq.4.

10. Repete-se os passos 8 e 9 a quantidade de vezes suficientes que se deseja obter a

solução diluída.

Apêndice III: O amplificador operacional

O amplificador operacional (amp op) é um amplificador que pode ter ganho muito

elevado, possuí dois terminais de entrada (um terminal não inversor e um inversor) e a sua

tensão de saída é a diferença entre os terminais citados acima, multiplicado pelo ganho em

malha aberta[12].

O amp op ideal tem ganho, largura de banda e impedância infinitos e ruído, offset de

entrada e impedância de saída nulos. Pode ser empregado nas mais diversas aplicações

dentro dos ramos da eletrônica e possuí uma infinidade de configurações[12].

Figura 20: Amplificador Operacional Básico

Fonte: O próprio autor

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Anexos

Anexo A: Folha de dados do fotodiodo BPW34

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Anexo B: Folha de dados CA3140

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