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VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO A imagem do árbitro de futebol e as mídias televisivas: elementos para um estudo comparativo FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DO MUNICÍPIO DE ASSIS ASSIS 2009

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VICTOR AcircNGELO FRUTUOSO

A imagem do aacuterbitro de futebol e as miacutedias televisivas elementos para um estudo comparativo

FUNDACcedilAtildeO EDUCACIONAL DO MUNICIacutePIO DE ASSIS ASSIS 2009

VICTOR AcircNGELO FRUTUOSO

A imagem do aacuterbitro de futebol e as miacutedias televisivas elementos para um estudo comparativo

Monografia apresentada ao Curso de Comunicaccedilatildeo Social Habilitaccedilatildeo em Jornalismo do IMESA (Instituto Municipal de Ensino Superior) como requisito para a Conclusatildeo de Curso sob a Orientaccedilatildeo do Prof MSc David Luacutecio de Arruda Valverde

FUNDACcedilAtildeO EDUCACIONAL DO MUNICIacutePIO DE ASSIS ASSIS 2009

Folha de Aprovaccedilatildeo

Assis _____de _______________ de _____

Assinatura

Orientador _____________________________________ Prof MSc David Lucio de Arruda Valverde Examinadora _____________________________________ Prof MSc Alcioni Galdino Vieira

Examinador _____________________________________ Prof MSc Edson Fernando Picolo de Oliveira

Dedicatoacuteria

Dedico esse trabalho aos meus pais Vitor

Hugo e Ana Lucia Luacutecia que sempre esteve

presente em tudo na minha vida Aos meus

irmatildeos Paulo Roberto Bruna e Bruno

E em especial a minha namorada Thalita que

sempre me deu forccedila em tudo principalmente

nos momentos difiacuteceis E tambeacutem aos seus

pais Valdirene e Henrique por sempre

confiarem em mim

Agradecimentos Agradeccedilo principalmente a Deus pois sem ele

nada disto estaria acontecendo

Ao meu orientador David Valverde que sempre

me incentivou neste trabalho mesmo natildeo

sendo meu professor no curso se dedicou em

tudo que precisei

Aos meus amigos principalmente Suely

Jaqueline Marcio Marlon Guilherme Aacutelvaro e

Leonardo pela sincera amizade que tivemos

nos anos que cursamos E natildeo posso

esquecer as pessoas que sempre me

ajudaram me levando a faculdade quando

precisava ir que satildeo eles Mingo Bizunga e

principalmente ao Celso que sempre se

disponibilizou quando eu precisasse

Epiacutegrafe

ldquoSucesso natildeo eacute o final falhar natildeo

eacute fatal eacute a coragem para continuar

que contardquo

WinstonChurchil

Resumo

Eacute fato notoacuterio que o futebol durante o seacuteculo XX tornou-se importante elemento constituinte da cultura brasileira Este estudo teve por objetivo analisar a respeitabilidade do aacuterbitro de futebol a partir do tratamento destinado agrave sua imagem diante dos meios de comunicaccedilatildeo especialmente no tocante a miacutedia televisiva Pretendeu-se propor uma discussatildeo sobre a relaccedilatildeo dos aacuterbitros com a impressa esportiva enfocando sua fragilidade humana diante de tantos recursos tecnoloacutegicos utilizados como ponto de referecircncia decisiva para se caracterizar uma boa ou maacute atuaccedilatildeo Para tanto procurou-se contextualizar o tema a partir de seus aspectos histoacutericos e como elemento decisivo na construccedilatildeo de uma identidade esportiva brasileira Diante disso foi preciso apontar para os fatos que marcaram sua definiccedilatildeo desde o seu surgimento passando pela evoluccedilatildeo de suas regras tendo como pano de fundo a arbitragem brasileira e mundial Desta forma pretendeu-se desvelar como se forja e se veicula a imagem do aacuterbitro atualmente no Brasil tanto dentro como fora de campo Para o desenvolvimento desta pesquisa foram consultadas bibliografias particulares da Biblioteca da FEMA-Fundaccedilatildeo Ecucacional do Municiacutepio de Assis bem como revistas cientiacuteficas dicionaacuterios e fontes eletrocircnicas basicamente a partir de dados eletrocircnicos oriundos da Internet Palavras-chave aacuterbitro comunicaccedilatildeo social imprensa esportiva futebol

Abstract

Of course soccer during the twenty century became an important element that is part of the Brazilian Culture This study has as an objective to analyze the condition of respect of the soccer referee from than the treatment according to his image in front of de means of Communication especially relating to the TV media It was intended to propose a discussion about the relationship between referees and the sporting press emphasizing their human fragility in front a lot of technology resources used as a decisive point of reference to be known for a good or a bad performance Thatrsquos why it tried to situate the subject from on its historic aspects and growth as decisive element in the construction of the Brazilian sports identity According to this it was need to point out to the facts that marked since its appearance to the definition and evolution of the mentioned rules being as a backdrop the Brazilian and world refereeing So it intended to find out how it can be invent and how can it be publicize the image of the referee nowadays in Brazil as much inside as outside the soccer field To developing of this search it was consulted private bibliographies from FEMA ndash Fundaccedilatildeo Educacional do Municiacutepio de Assis as well scientific magazines dictionaries and electronics source basically from electronics information came from the internet Keywords referees social communication soccer sporting press

Sumaacuterio

Introduccedilatildeo 09 1 Futebol e Arbitragem 12 2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social 21 3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva 30

4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol 34 Consideraccedilotildees Finais 41 Fontes 44 Referecircncias bibliograacuteficas 45

Anexo A-17 Regras do Futebol Anexo B- Erros de Arbitragem

49 55

Introduccedilatildeo

Eacute de se verificar que o futebol durante o seacuteculo XX tornou-se

importante elemento constituinte da cultura brasileira

Sua identificaccedilatildeo com a realidade cotidiana nacional por muitas vezes

perpassa os limites do bom senso e do equiliacutebrio emocional tamanho o

fanatismo que desencadeia tal predileccedilatildeo

Cumpre assinalar que a intenccedilatildeo de realizar este estudo surgiu por

consequumlecircncia da grande polecircmica principalmente entre a miacutedia e os aacuterbitros

de futebol que satildeo em muitas das vezes chegam a ser severamente punidos

pelos seus atos dentro do campo

Vale lembrar que nos dias atuais o futebol ainda eacute o esporte mais

praticado do Brasil Nas escolas clubes profissionais e sociais as chamadas

escolinhas constituem por sua vez os principais lugares nos quais estas

atividades se desenvolvem Assinale ainda que desta forma passa a atuar

como importante agente de socializaccedilatildeo

Registre-se ainda que o esporte associa milhotildees de pessoas de forma

direta e indireta atingindo grandes e pequenos centros urbanos e ateacute aacutereas

longiacutenquas das zonas rurais e tribos nos recocircnditos mais distantes do paiacutes

Ocorre que sendo esporte um fato social o mesmo deve ser tratado

como uma atividade inserida e meio agraves demais instituiccedilotildees sociais

Eacute preciso insistir no fato da amplitude da penetraccedilatildeo da praacutetica do

esporte seja como elemento de recreaccedilatildeo ou mesmo recurso profissional por

ser encontrado tanto fora quanto dentro dos sistemas educacionais

De acordo com essas observaccedilotildees entende-se que a populaccedilatildeo

brasileira ainda concede ao futebol status de superioridade em relaccedilatildeo aos

outros esportes existentes sejam eles individuais ou mesmo coletivos

Cumpre assinalar que a miacutedia trabalha com o futebol das mais diversas

formas

Por um lado o compreende como rentaacutevel fonte de recursos financeiros

por meio do uso dos milionaacuterios espaccedilos publicitaacuterios proporcionados pelas

partidas dos mais variados campeonatos transmitidos por meio de geraccedilatildeo de

imagens ao vivo por canais de televisatildeo que por sua vez estabelecem

contratos cujos valores raramente satildeo revelados

Os aacuterbitros por sua vez por serem essenciais para uma partida de

futebol tem sido alvo de parte significativa se natildeo preponderante da miacutedia

televisiva

As consequumlecircncias de seus atos podem significar para um clube derrota

ou vitoacuteria

Tais accedilotildees atualmente satildeo mostradas em detalhes pela televisatildeo

deixando o aacuterbitro exposto a todo tipo de criacutetica fundamentada com o devido

embasamento e compreensatildeo da interpretaccedilatildeo do conjunto de regras ou natildeo

Com efeito a proposta deste estudo corresponde a demonstrar como a

miacutedia televisiva pode atuar como agente influenciador na construccedilatildeo da

imagem de um aacuterbitro

Neste sentido procurar-se-aacute compreender como se constroacutei e se veicula

a imagem do aacuterbitro atualmente no Brasil tanto pelas suas accedilotildees dentro de

campo como fora do exerciacutecio desta atividade

A questatildeo problema que se coloca eacute exatamente a busca pela

descoberta de como se pode estabelecer limites para a criacutetica elaborada com

embasamento e argumentaccedilatildeo plausiacuteveis De outro lado seria possiacutevel

diagnosticar como quando e por quecirc esses limites satildeo ultrapassados

Quais seriam entatildeo as possiacuteveis consequumlecircncias para a vida pessoal

destes indiviacuteduos Como se poderia reparar os danos causados por injusticcedilas

propagadas atraveacutes da miacutedia

Em linhas gerais emissoras de televisatildeo atribuem ao arbitro parcela

significativa de responsabilidade por resultados de uma partida

Por assim dizer entende-se que eacute importante que se analise a

respeitabilidade do aacuterbitro de futebol a partir do tratamento destinado agrave sua

imagem diante dos meios de comunicaccedilatildeo especialmente no tocante a miacutedia

televisiva

Neste ponto eacute preciso que se contextualize o assunto a partir de seus

aspectos histoacutericos e de seu proacuteprio crescimento como elemento decisivo na

construccedilatildeo de uma identidade esportiva brasileira

Diante disso eacute necessaacuterio que se aponte para os fatos que marcaram

desde surgimento do futebol e por extensatildeo as regras e a arbitragem ateacute

sua definiccedilatildeo e evoluccedilatildeo de seu conjunto de regras

Conveacutem ressaltar que tem-se como pano de fundo a arbitragem

brasileira e mundial

Posta assim a questatildeo cumpre ratificar que para o desenvolvimento

deste trabalho foram consultadas bibliografias particulares revistas cientiacuteficas

dicionaacuterios e fontes eletrocircnicas basicamente a partir da Internet

CAPITULO 1

1 Futebol e Arbitragem

O futebol enquanto praacutetica esportiva sempre correspondeu a um

ambiente excepcional na procura de se determinar o brasileiro principalmente

o negro e o mesticcedilo natildeo mais por constitutivas raciais evolutivas como

diversos projetos poliacuteticos no final do seacuteculo XIX tentavam atingir

No entanto isso ocorrera mais por competecircncias psicoloacutegicas e culturais

do que a partir de um debate acerca das raccedilas O referencial adverso ao

jogador brasileiro mulato suportaria a ser o noacuterdico que se adaptaria mais a

esportes em que a forccedila fiacutesica fosse primordial como a nataccedilatildeo e o remo

enquanto o brasileiro com seu fiacutesico esquaacutelido permaneceria mais adjacente

do futebol e sua facilidade para que qualquer homem comum pudesse jogaacute-

lo

Sobre as origens remotas do futebol pode-se afirmar que o esporte foi

criado na Inglaterra no seacuteculo XIX Pois alguns pesquisadores acreditam que o

jogo de bola praticando com os peacutes e as matildeos tem sua origem na China Uma

atividade muito parecida era praticada por soldados do imperador Xeng Ti 25

seacuteculos AC A bola era feita de pele de animal recheada com ferragens

Essas atividades eram consideradas como um ritual religioso ou como

preparaccedilatildeo militar

Ao falar de futebol nos anos 1950 elucida- se o sucesso do jogador

brasileiro pelas suas origens africanas O psicoacutelogo Emilio Mira y Lopez

convocado para examinar a seleccedilatildeo que iria agrave Copa de 1966 explicou a

superioridade dos atacantes brasileiros sobre os demais especialmente os

europeus afirmando que seus genes africanos estatildeo mais vivos

Integrou- se o futebol agrave cultura brasileira coligando-o ao negro e ao

mulato notadamente por suas virtudes artiacutesticas e criativas em contraste com

uma desconfiar rigidez dos brancos europeus

Por interferecircncia dos atletas brasileiros seria presumiacutevel que fizesse

simular no cenaacuterio mundial apreciando-se a essecircncia danccedilarina

Deste modo a partir do futebol ordenou-se uma visatildeo basicamente

mesticcedila dos jogadores e da cultura A edificaccedilatildeo do futebol-arte foi uma

audaciosa afirmativa do mesticcedilo e do negro brasileiros

Neste caso teria sido asilada a tese de Gilberto Freyre sobre a

hibridez A reflexatildeo futeboliacutestica alistou-se com o individualismo romacircntico

meliacutefluo e singular com outra translaccedilatildeo da luta brasileira por uma identidade

nacional a questatildeo da miscigenaccedilatildeo

Quando se valorizam as capacidades individuais aperfeiccediloar uma

equipe constituiria somente escolher os melhores e deixaacute-los jogar Assim os

mais preparados admitiriam a melhor forma de decorrer

Um reconhecido jornalista esportivo e teacutecnico da seleccedilatildeo nacional Joatildeo

Saldanha protegeu essa compreensatildeo na fase eliminatoacuteria da Copa de 1970

Esse tipo de taacutetica soacute faz sentido quando haacute monopoacutelio na formaccedilatildeo do time o

uacutenico caso eacute a concepccedilatildeo da seleccedilatildeo nacional

No habitual nenhum clube pode contar com os melhores Assim sendo

como todo time acaba desenvolvido por indiviacuteduos de capacidades variadas

tem que de alguma forma organizaacute-los ordenaacute-los disciplinaacute-los e fazer com

que arrisquem segundo esquemas teacutecnicos e taacuteticos

Tem-se entatildeo uma tensatildeo entre a ordem instintiva dos melhores e a

imposta sobre as individualidades Em uma equipe haacute sempre jogadores que

se destacam mais que outros seja pela teacutecnica ou pelo preparo fiacutesico Para

que a individualidade desses jogadores natildeo atrapalhe a harmonia da equipe

satildeo impostas ordens teacutecnicas e taacuteticas de ordem coletiva pelo treinador de

cada time

Assim ao final de cada partida se obtecircm um resultado favoraacutevel com

ecircnfase no coletivismo e natildeo na individualidade

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte dos ideais civilizatoacuterios O futebol necessitava

acarretar a tonificaccedilatildeo de muacutesculos junto ao ldquoesprit de corpsrdquo a pedagogia da

racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo a organizaccedilatildeo estrateacutegica a consciecircncia da

equipe e a disciplina passavam a ser um ideal normativo recomendado pelo

modelo inglecircs

Contudo para os analistas da eacutepoca da introduccedilatildeo do futebol no seacuteculo

XIX tais ideais natildeo eram seguidos e nem se revolveriam hegemocircnicos no

Brasil Uma tensatildeo entre os primeiros analistas distingue para duas correntes

de opiniatildeo De um lado a dos favoraacuteveis do ideal teacutecnico dos inventores do

futebol e de outro a dos valorizadores de sua assimilaccedilatildeo singular

Tais opiniotildees se diferenciam pelo fato de uns defenderem o jogo coletivo

tornando o esporte mais democraacutetico e outros defenderem a opiniatildeo do

individualismo tornando o esporte atividade mais espetaculosa do que objetiva

com shows de dribles e gingas de atletas que tenham as referidas habilidades

e competecircncias

Por sua vez Antonio Figueiredo afianccedilava que o jogador brasileiro e os

espectadores eram inaacutebeis em relaccedilatildeo aos utilitaacuterios e ao estilo do jogo inglecircs

O modo brasileiro de jogar futebol seu abuso de dribles piruetas ou qualquer

movimentaccedilatildeo exoacutetica constituiacutea ignoracircncia e infantilidade por parte dos

espectadores que aquilatavam o cocircmico e o esteacutetico

Estaria portanto mais perto da contemplaccedilatildeo de circo do que do

esporte O modo de jogar aconselhava que os jogadores natildeo tinham a noccedilatildeo

da importacircncia dos passes da conservaccedilatildeo na funccedilatildeo preacute-situada e da

distribuiccedilatildeo das funccedilotildees individuais para conseguir uma disciplina coletiva e

ativo

O criacutetico ao falar da primeira fase do futebol no Brasil de 1902 a 1904

de acordo com sua proacutepria periodizaccedilatildeo comunica o seguinte

Bem diferente do de hoje Um back que tivesse shot forte e que atravessasse o campo era um estupendo jogador um ldquoforwardrdquo que varava sozinho por meio de dribbling a defesa contraacuteria era endeusado um half que dava cabeccediladas com esta exclusiva preocupaccedilatildeo era amado por todos [] Natildeo se conhecia estilo de jogo a utilidade dos passes a permanecircncia nas verdadeiras posiccedilotildees e natildeo dava valor agrave calma ao meacutetodo agrave disciplina Para essa gente pouco se lhe dava que o foot-ball tivesse regras tivesse princiacutepios O que ela apreciava eram as corridas vertiginosas e eficazes as piruetas dos goal-keepers (FIGUEIREDO 1918 p77)

Assim as singularidades nas formas brasileiras de jogar foram formadas

em densas narrativas ateacute se regressarem marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema de elaboraccedilatildeo de literatos

intelectuais e jornalistas de prestiacutegio na sociedade brasileira Os bons

resultados e a massificaccedilatildeo do futebol brasileiro principiados nos anos de

1920 foram ligeiramente incorporados agraves narrativas de construccedilatildeo do estilo

nacional Eacute fato que ainda havia certa tensatildeo entre ufanistas e criacuteticos do

esporte ateacute 1923

Contudo a partir de 1930 o futebol regulariza-se como pura declaraccedilatildeo

da nacionalidade nas narrativas de Maacuterio Filho Joseacute Lins do Rego Gilberto

Freyre e outros jornalistas e literatos O estilo caracterizado pela virtuose

individual principiou a ser louvado como verdadeiro e singular um artifiacutecio de

recriaccedilatildeo do modelo anglo-saxatildeo

A corrente de valorizaccedilatildeo da singularidade do futebol brasileiro parece

tornar-se hegemocircnica talvez pela qualidade empiacuterica do futebol ou ainda pela

maximizaccedilatildeo do aeacutereo culturalista e nacionalista na deacutecada de 1930

Para Roberto Damatta uma questatildeo importante eacute a que se refere agrave

construccedilatildeo da identidade nacional a partir de instituiccedilotildees auxiliares como

carnaval samba religiosidade e futebol Em contraposiccedilatildeo os paiacuteses

europeus e os Estados Unidos teriam como elementos geradores de identidade

social a Constituiccedilatildeo Federal o Congresso Nacional o Sistema Universitaacuterio a

ordem financeira a histoacuteria poliacutetica instituiccedilotildees extraordinaacuterios que seriam

centrais na criaccedilatildeo de solidariedade e identidade

Assim os domiacutenios do lazer e do esporte por sua vez seriam nesses

paiacuteses fontes secundaacuterias O autor afianccedila que a identidade se desenvolveu a

partir de fontes secundaacuterias em funccedilatildeo da estrutura poliacutetica e social natildeo

permitir a foacutermula e a mobilidade do indiviacuteduo

No dizer de Orlando Duarte ldquoO que vale mesmo eacute que em 1894 o

paulista Charles Miller nascido no Brasil em 1874 filho de ingleses e que

estudava na Inglaterra trouxe de laacute duas bolas e isso permitiu a praacutetica regular

do futebolrdquo (2004 p 28)

O futebol no Brasil comeccedilou como algo praticado apenas pela elite e

principalmente por brancos ateacute que foi se popularizando tornando-se o

esporte mais praticado no paiacutes

No tocante agrave legislaccedilatildeo que regula o esporte para alguns doutrinadores

a Lei Peleacute somente mencionou a Lei Zico natildeo abordando seu utilitaacuterio

fundamental que era completar as lacunas que a Lei Zico tinha deixado Neste

norte discorre Alvaro Melo Filho

Em 24 de Marccedilo de 1998 surge a ldquoLei Peleacuterdquo (Lei ndeg 961598) dotada de natureza reativa pontual e erraacutetica fez a ldquoclonagem juriacutedicardquo de 58 da ldquoLei Zicordquo trazendo como inovaccedilatildeo algumas ldquocontribuiccedilotildees que piorardquo o fim do ldquopasserdquo dos atletas profissionais e o consequumlente reforccedilo agrave predatoacuteria relaccedilatildeo empresaacuterio ()Aleacutem de ter situado o passe do jogador profissional de futebol esta lei regulou ainda outras diferentes situaccedilotildees e direitos nunca antes tutelados como denota Adair Esta lei veio dar agrave atividade do atleta profissional de futebol condiccedilotildees de trabalho mais razoaacuteveis e adequadas na medida em que estabeleceu os criteacuterios miacutenimos que deviam nortear essa relaccedilatildeo sobretudo quanto ao prazo premiaccedilatildeo a forma de prestaccedilatildeo de serviccedilo e a transferecircncia tanto para times brasileiros como para os do exterior Foi estabelecida a premiaccedilatildeo do atleta de 15 (quinze por cento) do valor da transaccedilatildeo no momento da transferecircncia para outra equipe (MELO FILHO 2006 p 66)

Colocando-se sobre as leis trabalhistas no futebol aparecem as

primeiras leis

Com a diminuiccedilatildeo das corporaccedilotildees surge como primeira forma juriacutedica

de relaccedilatildeo trabalhista a locaccedilatildeo de serviccedilos

No respeito total agrave liberdade volitiva do trabalhador e do empregador que se obrigavam um a prestar serviccedilos e o outro a pagar salaacuterios poreacutem sem outras implicaccedilotildees maiores quanto agraves circunstacircncias em que isso se dava O Estado natildeo interferia Havia portanto plena autonomia da locaccedilatildeo de serviccedilos na ordem econocircmica juriacutedica e social como um corpo solto no espaccedilo sujeito agraves suas proacuteprias determinaccedilotildees Como o absolutismo das corporaccedilotildees foi substituiacutedo pelo

arbiacutetrio patronal surgiu o proletariado e a questatildeo social (NASCIMENTO 2004 p 493)

Na inscriccedilatildeo Futebol e Poliacutetica Andrade de Melo enumera outras

admissiacuteveis estirpes do futebol Essas origens permaneceriam estabelecidas

entre os maias que estudavam o jogo com a cabeccedila dos adversaacuterios

derrotados ou entre os egiacutepcios que se divertiam com a brincadeira na qual

apresentavam que chutar uma bola e talvez ateacute mesmo na China onde havia

vestiacutegios de um jogo muito parecido com o futebol moderno Aleacutem disso

levanta a probabilidade de ele ter sido cometido em Roma quando admitiu

uma forma muito violenta da qual repetidamente os praticantes saiacuteam feridos

O procedimento de popularizaccedilatildeo do futebol no Brasil se deu no iniacutecio

do seacuteculo XX Jaacute no final da deacutecada de 1910 o futebol protagonizou os

processos de descoberta da identificaccedilatildeo nacional arquitetados pelos vaacuterios

agentes sociais em integraccedilatildeo Aqui eacute bem acentuado por Luiz Henrique

Toledo

Mais do que mero espetaacuteculo consumiacutevel o futebol consiste num fato da sociedade linguagem franca de domiacutenio puacuteblico dos fundamentos agraves representaccedilotildees coletivas que reencanta a dimensatildeo da vida cotidiana atraveacutes da sua esteacutetica singular (2000 p 69)

O jornalismo esportivo individualizado confere aos outros segmentos da

miacutedia como de comunicar informaccedilatildeo ministrar entretenimento aleacutem de ser

ainda responsaacutevel pela concepccedilatildeo de iacutedolos em um modelo romacircntico de

aspiraccedilatildeo social Por isso atualmente foi trocada a ideacuteia de que as informaccedilotildees

do futebol igualmente como as dos outros esportes se limitam meramente a

um jogo

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 2: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

VICTOR AcircNGELO FRUTUOSO

A imagem do aacuterbitro de futebol e as miacutedias televisivas elementos para um estudo comparativo

Monografia apresentada ao Curso de Comunicaccedilatildeo Social Habilitaccedilatildeo em Jornalismo do IMESA (Instituto Municipal de Ensino Superior) como requisito para a Conclusatildeo de Curso sob a Orientaccedilatildeo do Prof MSc David Luacutecio de Arruda Valverde

FUNDACcedilAtildeO EDUCACIONAL DO MUNICIacutePIO DE ASSIS ASSIS 2009

Folha de Aprovaccedilatildeo

Assis _____de _______________ de _____

Assinatura

Orientador _____________________________________ Prof MSc David Lucio de Arruda Valverde Examinadora _____________________________________ Prof MSc Alcioni Galdino Vieira

Examinador _____________________________________ Prof MSc Edson Fernando Picolo de Oliveira

Dedicatoacuteria

Dedico esse trabalho aos meus pais Vitor

Hugo e Ana Lucia Luacutecia que sempre esteve

presente em tudo na minha vida Aos meus

irmatildeos Paulo Roberto Bruna e Bruno

E em especial a minha namorada Thalita que

sempre me deu forccedila em tudo principalmente

nos momentos difiacuteceis E tambeacutem aos seus

pais Valdirene e Henrique por sempre

confiarem em mim

Agradecimentos Agradeccedilo principalmente a Deus pois sem ele

nada disto estaria acontecendo

Ao meu orientador David Valverde que sempre

me incentivou neste trabalho mesmo natildeo

sendo meu professor no curso se dedicou em

tudo que precisei

Aos meus amigos principalmente Suely

Jaqueline Marcio Marlon Guilherme Aacutelvaro e

Leonardo pela sincera amizade que tivemos

nos anos que cursamos E natildeo posso

esquecer as pessoas que sempre me

ajudaram me levando a faculdade quando

precisava ir que satildeo eles Mingo Bizunga e

principalmente ao Celso que sempre se

disponibilizou quando eu precisasse

Epiacutegrafe

ldquoSucesso natildeo eacute o final falhar natildeo

eacute fatal eacute a coragem para continuar

que contardquo

WinstonChurchil

Resumo

Eacute fato notoacuterio que o futebol durante o seacuteculo XX tornou-se importante elemento constituinte da cultura brasileira Este estudo teve por objetivo analisar a respeitabilidade do aacuterbitro de futebol a partir do tratamento destinado agrave sua imagem diante dos meios de comunicaccedilatildeo especialmente no tocante a miacutedia televisiva Pretendeu-se propor uma discussatildeo sobre a relaccedilatildeo dos aacuterbitros com a impressa esportiva enfocando sua fragilidade humana diante de tantos recursos tecnoloacutegicos utilizados como ponto de referecircncia decisiva para se caracterizar uma boa ou maacute atuaccedilatildeo Para tanto procurou-se contextualizar o tema a partir de seus aspectos histoacutericos e como elemento decisivo na construccedilatildeo de uma identidade esportiva brasileira Diante disso foi preciso apontar para os fatos que marcaram sua definiccedilatildeo desde o seu surgimento passando pela evoluccedilatildeo de suas regras tendo como pano de fundo a arbitragem brasileira e mundial Desta forma pretendeu-se desvelar como se forja e se veicula a imagem do aacuterbitro atualmente no Brasil tanto dentro como fora de campo Para o desenvolvimento desta pesquisa foram consultadas bibliografias particulares da Biblioteca da FEMA-Fundaccedilatildeo Ecucacional do Municiacutepio de Assis bem como revistas cientiacuteficas dicionaacuterios e fontes eletrocircnicas basicamente a partir de dados eletrocircnicos oriundos da Internet Palavras-chave aacuterbitro comunicaccedilatildeo social imprensa esportiva futebol

Abstract

Of course soccer during the twenty century became an important element that is part of the Brazilian Culture This study has as an objective to analyze the condition of respect of the soccer referee from than the treatment according to his image in front of de means of Communication especially relating to the TV media It was intended to propose a discussion about the relationship between referees and the sporting press emphasizing their human fragility in front a lot of technology resources used as a decisive point of reference to be known for a good or a bad performance Thatrsquos why it tried to situate the subject from on its historic aspects and growth as decisive element in the construction of the Brazilian sports identity According to this it was need to point out to the facts that marked since its appearance to the definition and evolution of the mentioned rules being as a backdrop the Brazilian and world refereeing So it intended to find out how it can be invent and how can it be publicize the image of the referee nowadays in Brazil as much inside as outside the soccer field To developing of this search it was consulted private bibliographies from FEMA ndash Fundaccedilatildeo Educacional do Municiacutepio de Assis as well scientific magazines dictionaries and electronics source basically from electronics information came from the internet Keywords referees social communication soccer sporting press

Sumaacuterio

Introduccedilatildeo 09 1 Futebol e Arbitragem 12 2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social 21 3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva 30

4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol 34 Consideraccedilotildees Finais 41 Fontes 44 Referecircncias bibliograacuteficas 45

Anexo A-17 Regras do Futebol Anexo B- Erros de Arbitragem

49 55

Introduccedilatildeo

Eacute de se verificar que o futebol durante o seacuteculo XX tornou-se

importante elemento constituinte da cultura brasileira

Sua identificaccedilatildeo com a realidade cotidiana nacional por muitas vezes

perpassa os limites do bom senso e do equiliacutebrio emocional tamanho o

fanatismo que desencadeia tal predileccedilatildeo

Cumpre assinalar que a intenccedilatildeo de realizar este estudo surgiu por

consequumlecircncia da grande polecircmica principalmente entre a miacutedia e os aacuterbitros

de futebol que satildeo em muitas das vezes chegam a ser severamente punidos

pelos seus atos dentro do campo

Vale lembrar que nos dias atuais o futebol ainda eacute o esporte mais

praticado do Brasil Nas escolas clubes profissionais e sociais as chamadas

escolinhas constituem por sua vez os principais lugares nos quais estas

atividades se desenvolvem Assinale ainda que desta forma passa a atuar

como importante agente de socializaccedilatildeo

Registre-se ainda que o esporte associa milhotildees de pessoas de forma

direta e indireta atingindo grandes e pequenos centros urbanos e ateacute aacutereas

longiacutenquas das zonas rurais e tribos nos recocircnditos mais distantes do paiacutes

Ocorre que sendo esporte um fato social o mesmo deve ser tratado

como uma atividade inserida e meio agraves demais instituiccedilotildees sociais

Eacute preciso insistir no fato da amplitude da penetraccedilatildeo da praacutetica do

esporte seja como elemento de recreaccedilatildeo ou mesmo recurso profissional por

ser encontrado tanto fora quanto dentro dos sistemas educacionais

De acordo com essas observaccedilotildees entende-se que a populaccedilatildeo

brasileira ainda concede ao futebol status de superioridade em relaccedilatildeo aos

outros esportes existentes sejam eles individuais ou mesmo coletivos

Cumpre assinalar que a miacutedia trabalha com o futebol das mais diversas

formas

Por um lado o compreende como rentaacutevel fonte de recursos financeiros

por meio do uso dos milionaacuterios espaccedilos publicitaacuterios proporcionados pelas

partidas dos mais variados campeonatos transmitidos por meio de geraccedilatildeo de

imagens ao vivo por canais de televisatildeo que por sua vez estabelecem

contratos cujos valores raramente satildeo revelados

Os aacuterbitros por sua vez por serem essenciais para uma partida de

futebol tem sido alvo de parte significativa se natildeo preponderante da miacutedia

televisiva

As consequumlecircncias de seus atos podem significar para um clube derrota

ou vitoacuteria

Tais accedilotildees atualmente satildeo mostradas em detalhes pela televisatildeo

deixando o aacuterbitro exposto a todo tipo de criacutetica fundamentada com o devido

embasamento e compreensatildeo da interpretaccedilatildeo do conjunto de regras ou natildeo

Com efeito a proposta deste estudo corresponde a demonstrar como a

miacutedia televisiva pode atuar como agente influenciador na construccedilatildeo da

imagem de um aacuterbitro

Neste sentido procurar-se-aacute compreender como se constroacutei e se veicula

a imagem do aacuterbitro atualmente no Brasil tanto pelas suas accedilotildees dentro de

campo como fora do exerciacutecio desta atividade

A questatildeo problema que se coloca eacute exatamente a busca pela

descoberta de como se pode estabelecer limites para a criacutetica elaborada com

embasamento e argumentaccedilatildeo plausiacuteveis De outro lado seria possiacutevel

diagnosticar como quando e por quecirc esses limites satildeo ultrapassados

Quais seriam entatildeo as possiacuteveis consequumlecircncias para a vida pessoal

destes indiviacuteduos Como se poderia reparar os danos causados por injusticcedilas

propagadas atraveacutes da miacutedia

Em linhas gerais emissoras de televisatildeo atribuem ao arbitro parcela

significativa de responsabilidade por resultados de uma partida

Por assim dizer entende-se que eacute importante que se analise a

respeitabilidade do aacuterbitro de futebol a partir do tratamento destinado agrave sua

imagem diante dos meios de comunicaccedilatildeo especialmente no tocante a miacutedia

televisiva

Neste ponto eacute preciso que se contextualize o assunto a partir de seus

aspectos histoacutericos e de seu proacuteprio crescimento como elemento decisivo na

construccedilatildeo de uma identidade esportiva brasileira

Diante disso eacute necessaacuterio que se aponte para os fatos que marcaram

desde surgimento do futebol e por extensatildeo as regras e a arbitragem ateacute

sua definiccedilatildeo e evoluccedilatildeo de seu conjunto de regras

Conveacutem ressaltar que tem-se como pano de fundo a arbitragem

brasileira e mundial

Posta assim a questatildeo cumpre ratificar que para o desenvolvimento

deste trabalho foram consultadas bibliografias particulares revistas cientiacuteficas

dicionaacuterios e fontes eletrocircnicas basicamente a partir da Internet

CAPITULO 1

1 Futebol e Arbitragem

O futebol enquanto praacutetica esportiva sempre correspondeu a um

ambiente excepcional na procura de se determinar o brasileiro principalmente

o negro e o mesticcedilo natildeo mais por constitutivas raciais evolutivas como

diversos projetos poliacuteticos no final do seacuteculo XIX tentavam atingir

No entanto isso ocorrera mais por competecircncias psicoloacutegicas e culturais

do que a partir de um debate acerca das raccedilas O referencial adverso ao

jogador brasileiro mulato suportaria a ser o noacuterdico que se adaptaria mais a

esportes em que a forccedila fiacutesica fosse primordial como a nataccedilatildeo e o remo

enquanto o brasileiro com seu fiacutesico esquaacutelido permaneceria mais adjacente

do futebol e sua facilidade para que qualquer homem comum pudesse jogaacute-

lo

Sobre as origens remotas do futebol pode-se afirmar que o esporte foi

criado na Inglaterra no seacuteculo XIX Pois alguns pesquisadores acreditam que o

jogo de bola praticando com os peacutes e as matildeos tem sua origem na China Uma

atividade muito parecida era praticada por soldados do imperador Xeng Ti 25

seacuteculos AC A bola era feita de pele de animal recheada com ferragens

Essas atividades eram consideradas como um ritual religioso ou como

preparaccedilatildeo militar

Ao falar de futebol nos anos 1950 elucida- se o sucesso do jogador

brasileiro pelas suas origens africanas O psicoacutelogo Emilio Mira y Lopez

convocado para examinar a seleccedilatildeo que iria agrave Copa de 1966 explicou a

superioridade dos atacantes brasileiros sobre os demais especialmente os

europeus afirmando que seus genes africanos estatildeo mais vivos

Integrou- se o futebol agrave cultura brasileira coligando-o ao negro e ao

mulato notadamente por suas virtudes artiacutesticas e criativas em contraste com

uma desconfiar rigidez dos brancos europeus

Por interferecircncia dos atletas brasileiros seria presumiacutevel que fizesse

simular no cenaacuterio mundial apreciando-se a essecircncia danccedilarina

Deste modo a partir do futebol ordenou-se uma visatildeo basicamente

mesticcedila dos jogadores e da cultura A edificaccedilatildeo do futebol-arte foi uma

audaciosa afirmativa do mesticcedilo e do negro brasileiros

Neste caso teria sido asilada a tese de Gilberto Freyre sobre a

hibridez A reflexatildeo futeboliacutestica alistou-se com o individualismo romacircntico

meliacutefluo e singular com outra translaccedilatildeo da luta brasileira por uma identidade

nacional a questatildeo da miscigenaccedilatildeo

Quando se valorizam as capacidades individuais aperfeiccediloar uma

equipe constituiria somente escolher os melhores e deixaacute-los jogar Assim os

mais preparados admitiriam a melhor forma de decorrer

Um reconhecido jornalista esportivo e teacutecnico da seleccedilatildeo nacional Joatildeo

Saldanha protegeu essa compreensatildeo na fase eliminatoacuteria da Copa de 1970

Esse tipo de taacutetica soacute faz sentido quando haacute monopoacutelio na formaccedilatildeo do time o

uacutenico caso eacute a concepccedilatildeo da seleccedilatildeo nacional

No habitual nenhum clube pode contar com os melhores Assim sendo

como todo time acaba desenvolvido por indiviacuteduos de capacidades variadas

tem que de alguma forma organizaacute-los ordenaacute-los disciplinaacute-los e fazer com

que arrisquem segundo esquemas teacutecnicos e taacuteticos

Tem-se entatildeo uma tensatildeo entre a ordem instintiva dos melhores e a

imposta sobre as individualidades Em uma equipe haacute sempre jogadores que

se destacam mais que outros seja pela teacutecnica ou pelo preparo fiacutesico Para

que a individualidade desses jogadores natildeo atrapalhe a harmonia da equipe

satildeo impostas ordens teacutecnicas e taacuteticas de ordem coletiva pelo treinador de

cada time

Assim ao final de cada partida se obtecircm um resultado favoraacutevel com

ecircnfase no coletivismo e natildeo na individualidade

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte dos ideais civilizatoacuterios O futebol necessitava

acarretar a tonificaccedilatildeo de muacutesculos junto ao ldquoesprit de corpsrdquo a pedagogia da

racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo a organizaccedilatildeo estrateacutegica a consciecircncia da

equipe e a disciplina passavam a ser um ideal normativo recomendado pelo

modelo inglecircs

Contudo para os analistas da eacutepoca da introduccedilatildeo do futebol no seacuteculo

XIX tais ideais natildeo eram seguidos e nem se revolveriam hegemocircnicos no

Brasil Uma tensatildeo entre os primeiros analistas distingue para duas correntes

de opiniatildeo De um lado a dos favoraacuteveis do ideal teacutecnico dos inventores do

futebol e de outro a dos valorizadores de sua assimilaccedilatildeo singular

Tais opiniotildees se diferenciam pelo fato de uns defenderem o jogo coletivo

tornando o esporte mais democraacutetico e outros defenderem a opiniatildeo do

individualismo tornando o esporte atividade mais espetaculosa do que objetiva

com shows de dribles e gingas de atletas que tenham as referidas habilidades

e competecircncias

Por sua vez Antonio Figueiredo afianccedilava que o jogador brasileiro e os

espectadores eram inaacutebeis em relaccedilatildeo aos utilitaacuterios e ao estilo do jogo inglecircs

O modo brasileiro de jogar futebol seu abuso de dribles piruetas ou qualquer

movimentaccedilatildeo exoacutetica constituiacutea ignoracircncia e infantilidade por parte dos

espectadores que aquilatavam o cocircmico e o esteacutetico

Estaria portanto mais perto da contemplaccedilatildeo de circo do que do

esporte O modo de jogar aconselhava que os jogadores natildeo tinham a noccedilatildeo

da importacircncia dos passes da conservaccedilatildeo na funccedilatildeo preacute-situada e da

distribuiccedilatildeo das funccedilotildees individuais para conseguir uma disciplina coletiva e

ativo

O criacutetico ao falar da primeira fase do futebol no Brasil de 1902 a 1904

de acordo com sua proacutepria periodizaccedilatildeo comunica o seguinte

Bem diferente do de hoje Um back que tivesse shot forte e que atravessasse o campo era um estupendo jogador um ldquoforwardrdquo que varava sozinho por meio de dribbling a defesa contraacuteria era endeusado um half que dava cabeccediladas com esta exclusiva preocupaccedilatildeo era amado por todos [] Natildeo se conhecia estilo de jogo a utilidade dos passes a permanecircncia nas verdadeiras posiccedilotildees e natildeo dava valor agrave calma ao meacutetodo agrave disciplina Para essa gente pouco se lhe dava que o foot-ball tivesse regras tivesse princiacutepios O que ela apreciava eram as corridas vertiginosas e eficazes as piruetas dos goal-keepers (FIGUEIREDO 1918 p77)

Assim as singularidades nas formas brasileiras de jogar foram formadas

em densas narrativas ateacute se regressarem marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema de elaboraccedilatildeo de literatos

intelectuais e jornalistas de prestiacutegio na sociedade brasileira Os bons

resultados e a massificaccedilatildeo do futebol brasileiro principiados nos anos de

1920 foram ligeiramente incorporados agraves narrativas de construccedilatildeo do estilo

nacional Eacute fato que ainda havia certa tensatildeo entre ufanistas e criacuteticos do

esporte ateacute 1923

Contudo a partir de 1930 o futebol regulariza-se como pura declaraccedilatildeo

da nacionalidade nas narrativas de Maacuterio Filho Joseacute Lins do Rego Gilberto

Freyre e outros jornalistas e literatos O estilo caracterizado pela virtuose

individual principiou a ser louvado como verdadeiro e singular um artifiacutecio de

recriaccedilatildeo do modelo anglo-saxatildeo

A corrente de valorizaccedilatildeo da singularidade do futebol brasileiro parece

tornar-se hegemocircnica talvez pela qualidade empiacuterica do futebol ou ainda pela

maximizaccedilatildeo do aeacutereo culturalista e nacionalista na deacutecada de 1930

Para Roberto Damatta uma questatildeo importante eacute a que se refere agrave

construccedilatildeo da identidade nacional a partir de instituiccedilotildees auxiliares como

carnaval samba religiosidade e futebol Em contraposiccedilatildeo os paiacuteses

europeus e os Estados Unidos teriam como elementos geradores de identidade

social a Constituiccedilatildeo Federal o Congresso Nacional o Sistema Universitaacuterio a

ordem financeira a histoacuteria poliacutetica instituiccedilotildees extraordinaacuterios que seriam

centrais na criaccedilatildeo de solidariedade e identidade

Assim os domiacutenios do lazer e do esporte por sua vez seriam nesses

paiacuteses fontes secundaacuterias O autor afianccedila que a identidade se desenvolveu a

partir de fontes secundaacuterias em funccedilatildeo da estrutura poliacutetica e social natildeo

permitir a foacutermula e a mobilidade do indiviacuteduo

No dizer de Orlando Duarte ldquoO que vale mesmo eacute que em 1894 o

paulista Charles Miller nascido no Brasil em 1874 filho de ingleses e que

estudava na Inglaterra trouxe de laacute duas bolas e isso permitiu a praacutetica regular

do futebolrdquo (2004 p 28)

O futebol no Brasil comeccedilou como algo praticado apenas pela elite e

principalmente por brancos ateacute que foi se popularizando tornando-se o

esporte mais praticado no paiacutes

No tocante agrave legislaccedilatildeo que regula o esporte para alguns doutrinadores

a Lei Peleacute somente mencionou a Lei Zico natildeo abordando seu utilitaacuterio

fundamental que era completar as lacunas que a Lei Zico tinha deixado Neste

norte discorre Alvaro Melo Filho

Em 24 de Marccedilo de 1998 surge a ldquoLei Peleacuterdquo (Lei ndeg 961598) dotada de natureza reativa pontual e erraacutetica fez a ldquoclonagem juriacutedicardquo de 58 da ldquoLei Zicordquo trazendo como inovaccedilatildeo algumas ldquocontribuiccedilotildees que piorardquo o fim do ldquopasserdquo dos atletas profissionais e o consequumlente reforccedilo agrave predatoacuteria relaccedilatildeo empresaacuterio ()Aleacutem de ter situado o passe do jogador profissional de futebol esta lei regulou ainda outras diferentes situaccedilotildees e direitos nunca antes tutelados como denota Adair Esta lei veio dar agrave atividade do atleta profissional de futebol condiccedilotildees de trabalho mais razoaacuteveis e adequadas na medida em que estabeleceu os criteacuterios miacutenimos que deviam nortear essa relaccedilatildeo sobretudo quanto ao prazo premiaccedilatildeo a forma de prestaccedilatildeo de serviccedilo e a transferecircncia tanto para times brasileiros como para os do exterior Foi estabelecida a premiaccedilatildeo do atleta de 15 (quinze por cento) do valor da transaccedilatildeo no momento da transferecircncia para outra equipe (MELO FILHO 2006 p 66)

Colocando-se sobre as leis trabalhistas no futebol aparecem as

primeiras leis

Com a diminuiccedilatildeo das corporaccedilotildees surge como primeira forma juriacutedica

de relaccedilatildeo trabalhista a locaccedilatildeo de serviccedilos

No respeito total agrave liberdade volitiva do trabalhador e do empregador que se obrigavam um a prestar serviccedilos e o outro a pagar salaacuterios poreacutem sem outras implicaccedilotildees maiores quanto agraves circunstacircncias em que isso se dava O Estado natildeo interferia Havia portanto plena autonomia da locaccedilatildeo de serviccedilos na ordem econocircmica juriacutedica e social como um corpo solto no espaccedilo sujeito agraves suas proacuteprias determinaccedilotildees Como o absolutismo das corporaccedilotildees foi substituiacutedo pelo

arbiacutetrio patronal surgiu o proletariado e a questatildeo social (NASCIMENTO 2004 p 493)

Na inscriccedilatildeo Futebol e Poliacutetica Andrade de Melo enumera outras

admissiacuteveis estirpes do futebol Essas origens permaneceriam estabelecidas

entre os maias que estudavam o jogo com a cabeccedila dos adversaacuterios

derrotados ou entre os egiacutepcios que se divertiam com a brincadeira na qual

apresentavam que chutar uma bola e talvez ateacute mesmo na China onde havia

vestiacutegios de um jogo muito parecido com o futebol moderno Aleacutem disso

levanta a probabilidade de ele ter sido cometido em Roma quando admitiu

uma forma muito violenta da qual repetidamente os praticantes saiacuteam feridos

O procedimento de popularizaccedilatildeo do futebol no Brasil se deu no iniacutecio

do seacuteculo XX Jaacute no final da deacutecada de 1910 o futebol protagonizou os

processos de descoberta da identificaccedilatildeo nacional arquitetados pelos vaacuterios

agentes sociais em integraccedilatildeo Aqui eacute bem acentuado por Luiz Henrique

Toledo

Mais do que mero espetaacuteculo consumiacutevel o futebol consiste num fato da sociedade linguagem franca de domiacutenio puacuteblico dos fundamentos agraves representaccedilotildees coletivas que reencanta a dimensatildeo da vida cotidiana atraveacutes da sua esteacutetica singular (2000 p 69)

O jornalismo esportivo individualizado confere aos outros segmentos da

miacutedia como de comunicar informaccedilatildeo ministrar entretenimento aleacutem de ser

ainda responsaacutevel pela concepccedilatildeo de iacutedolos em um modelo romacircntico de

aspiraccedilatildeo social Por isso atualmente foi trocada a ideacuteia de que as informaccedilotildees

do futebol igualmente como as dos outros esportes se limitam meramente a

um jogo

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 3: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Folha de Aprovaccedilatildeo

Assis _____de _______________ de _____

Assinatura

Orientador _____________________________________ Prof MSc David Lucio de Arruda Valverde Examinadora _____________________________________ Prof MSc Alcioni Galdino Vieira

Examinador _____________________________________ Prof MSc Edson Fernando Picolo de Oliveira

Dedicatoacuteria

Dedico esse trabalho aos meus pais Vitor

Hugo e Ana Lucia Luacutecia que sempre esteve

presente em tudo na minha vida Aos meus

irmatildeos Paulo Roberto Bruna e Bruno

E em especial a minha namorada Thalita que

sempre me deu forccedila em tudo principalmente

nos momentos difiacuteceis E tambeacutem aos seus

pais Valdirene e Henrique por sempre

confiarem em mim

Agradecimentos Agradeccedilo principalmente a Deus pois sem ele

nada disto estaria acontecendo

Ao meu orientador David Valverde que sempre

me incentivou neste trabalho mesmo natildeo

sendo meu professor no curso se dedicou em

tudo que precisei

Aos meus amigos principalmente Suely

Jaqueline Marcio Marlon Guilherme Aacutelvaro e

Leonardo pela sincera amizade que tivemos

nos anos que cursamos E natildeo posso

esquecer as pessoas que sempre me

ajudaram me levando a faculdade quando

precisava ir que satildeo eles Mingo Bizunga e

principalmente ao Celso que sempre se

disponibilizou quando eu precisasse

Epiacutegrafe

ldquoSucesso natildeo eacute o final falhar natildeo

eacute fatal eacute a coragem para continuar

que contardquo

WinstonChurchil

Resumo

Eacute fato notoacuterio que o futebol durante o seacuteculo XX tornou-se importante elemento constituinte da cultura brasileira Este estudo teve por objetivo analisar a respeitabilidade do aacuterbitro de futebol a partir do tratamento destinado agrave sua imagem diante dos meios de comunicaccedilatildeo especialmente no tocante a miacutedia televisiva Pretendeu-se propor uma discussatildeo sobre a relaccedilatildeo dos aacuterbitros com a impressa esportiva enfocando sua fragilidade humana diante de tantos recursos tecnoloacutegicos utilizados como ponto de referecircncia decisiva para se caracterizar uma boa ou maacute atuaccedilatildeo Para tanto procurou-se contextualizar o tema a partir de seus aspectos histoacutericos e como elemento decisivo na construccedilatildeo de uma identidade esportiva brasileira Diante disso foi preciso apontar para os fatos que marcaram sua definiccedilatildeo desde o seu surgimento passando pela evoluccedilatildeo de suas regras tendo como pano de fundo a arbitragem brasileira e mundial Desta forma pretendeu-se desvelar como se forja e se veicula a imagem do aacuterbitro atualmente no Brasil tanto dentro como fora de campo Para o desenvolvimento desta pesquisa foram consultadas bibliografias particulares da Biblioteca da FEMA-Fundaccedilatildeo Ecucacional do Municiacutepio de Assis bem como revistas cientiacuteficas dicionaacuterios e fontes eletrocircnicas basicamente a partir de dados eletrocircnicos oriundos da Internet Palavras-chave aacuterbitro comunicaccedilatildeo social imprensa esportiva futebol

Abstract

Of course soccer during the twenty century became an important element that is part of the Brazilian Culture This study has as an objective to analyze the condition of respect of the soccer referee from than the treatment according to his image in front of de means of Communication especially relating to the TV media It was intended to propose a discussion about the relationship between referees and the sporting press emphasizing their human fragility in front a lot of technology resources used as a decisive point of reference to be known for a good or a bad performance Thatrsquos why it tried to situate the subject from on its historic aspects and growth as decisive element in the construction of the Brazilian sports identity According to this it was need to point out to the facts that marked since its appearance to the definition and evolution of the mentioned rules being as a backdrop the Brazilian and world refereeing So it intended to find out how it can be invent and how can it be publicize the image of the referee nowadays in Brazil as much inside as outside the soccer field To developing of this search it was consulted private bibliographies from FEMA ndash Fundaccedilatildeo Educacional do Municiacutepio de Assis as well scientific magazines dictionaries and electronics source basically from electronics information came from the internet Keywords referees social communication soccer sporting press

Sumaacuterio

Introduccedilatildeo 09 1 Futebol e Arbitragem 12 2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social 21 3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva 30

4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol 34 Consideraccedilotildees Finais 41 Fontes 44 Referecircncias bibliograacuteficas 45

Anexo A-17 Regras do Futebol Anexo B- Erros de Arbitragem

49 55

Introduccedilatildeo

Eacute de se verificar que o futebol durante o seacuteculo XX tornou-se

importante elemento constituinte da cultura brasileira

Sua identificaccedilatildeo com a realidade cotidiana nacional por muitas vezes

perpassa os limites do bom senso e do equiliacutebrio emocional tamanho o

fanatismo que desencadeia tal predileccedilatildeo

Cumpre assinalar que a intenccedilatildeo de realizar este estudo surgiu por

consequumlecircncia da grande polecircmica principalmente entre a miacutedia e os aacuterbitros

de futebol que satildeo em muitas das vezes chegam a ser severamente punidos

pelos seus atos dentro do campo

Vale lembrar que nos dias atuais o futebol ainda eacute o esporte mais

praticado do Brasil Nas escolas clubes profissionais e sociais as chamadas

escolinhas constituem por sua vez os principais lugares nos quais estas

atividades se desenvolvem Assinale ainda que desta forma passa a atuar

como importante agente de socializaccedilatildeo

Registre-se ainda que o esporte associa milhotildees de pessoas de forma

direta e indireta atingindo grandes e pequenos centros urbanos e ateacute aacutereas

longiacutenquas das zonas rurais e tribos nos recocircnditos mais distantes do paiacutes

Ocorre que sendo esporte um fato social o mesmo deve ser tratado

como uma atividade inserida e meio agraves demais instituiccedilotildees sociais

Eacute preciso insistir no fato da amplitude da penetraccedilatildeo da praacutetica do

esporte seja como elemento de recreaccedilatildeo ou mesmo recurso profissional por

ser encontrado tanto fora quanto dentro dos sistemas educacionais

De acordo com essas observaccedilotildees entende-se que a populaccedilatildeo

brasileira ainda concede ao futebol status de superioridade em relaccedilatildeo aos

outros esportes existentes sejam eles individuais ou mesmo coletivos

Cumpre assinalar que a miacutedia trabalha com o futebol das mais diversas

formas

Por um lado o compreende como rentaacutevel fonte de recursos financeiros

por meio do uso dos milionaacuterios espaccedilos publicitaacuterios proporcionados pelas

partidas dos mais variados campeonatos transmitidos por meio de geraccedilatildeo de

imagens ao vivo por canais de televisatildeo que por sua vez estabelecem

contratos cujos valores raramente satildeo revelados

Os aacuterbitros por sua vez por serem essenciais para uma partida de

futebol tem sido alvo de parte significativa se natildeo preponderante da miacutedia

televisiva

As consequumlecircncias de seus atos podem significar para um clube derrota

ou vitoacuteria

Tais accedilotildees atualmente satildeo mostradas em detalhes pela televisatildeo

deixando o aacuterbitro exposto a todo tipo de criacutetica fundamentada com o devido

embasamento e compreensatildeo da interpretaccedilatildeo do conjunto de regras ou natildeo

Com efeito a proposta deste estudo corresponde a demonstrar como a

miacutedia televisiva pode atuar como agente influenciador na construccedilatildeo da

imagem de um aacuterbitro

Neste sentido procurar-se-aacute compreender como se constroacutei e se veicula

a imagem do aacuterbitro atualmente no Brasil tanto pelas suas accedilotildees dentro de

campo como fora do exerciacutecio desta atividade

A questatildeo problema que se coloca eacute exatamente a busca pela

descoberta de como se pode estabelecer limites para a criacutetica elaborada com

embasamento e argumentaccedilatildeo plausiacuteveis De outro lado seria possiacutevel

diagnosticar como quando e por quecirc esses limites satildeo ultrapassados

Quais seriam entatildeo as possiacuteveis consequumlecircncias para a vida pessoal

destes indiviacuteduos Como se poderia reparar os danos causados por injusticcedilas

propagadas atraveacutes da miacutedia

Em linhas gerais emissoras de televisatildeo atribuem ao arbitro parcela

significativa de responsabilidade por resultados de uma partida

Por assim dizer entende-se que eacute importante que se analise a

respeitabilidade do aacuterbitro de futebol a partir do tratamento destinado agrave sua

imagem diante dos meios de comunicaccedilatildeo especialmente no tocante a miacutedia

televisiva

Neste ponto eacute preciso que se contextualize o assunto a partir de seus

aspectos histoacutericos e de seu proacuteprio crescimento como elemento decisivo na

construccedilatildeo de uma identidade esportiva brasileira

Diante disso eacute necessaacuterio que se aponte para os fatos que marcaram

desde surgimento do futebol e por extensatildeo as regras e a arbitragem ateacute

sua definiccedilatildeo e evoluccedilatildeo de seu conjunto de regras

Conveacutem ressaltar que tem-se como pano de fundo a arbitragem

brasileira e mundial

Posta assim a questatildeo cumpre ratificar que para o desenvolvimento

deste trabalho foram consultadas bibliografias particulares revistas cientiacuteficas

dicionaacuterios e fontes eletrocircnicas basicamente a partir da Internet

CAPITULO 1

1 Futebol e Arbitragem

O futebol enquanto praacutetica esportiva sempre correspondeu a um

ambiente excepcional na procura de se determinar o brasileiro principalmente

o negro e o mesticcedilo natildeo mais por constitutivas raciais evolutivas como

diversos projetos poliacuteticos no final do seacuteculo XIX tentavam atingir

No entanto isso ocorrera mais por competecircncias psicoloacutegicas e culturais

do que a partir de um debate acerca das raccedilas O referencial adverso ao

jogador brasileiro mulato suportaria a ser o noacuterdico que se adaptaria mais a

esportes em que a forccedila fiacutesica fosse primordial como a nataccedilatildeo e o remo

enquanto o brasileiro com seu fiacutesico esquaacutelido permaneceria mais adjacente

do futebol e sua facilidade para que qualquer homem comum pudesse jogaacute-

lo

Sobre as origens remotas do futebol pode-se afirmar que o esporte foi

criado na Inglaterra no seacuteculo XIX Pois alguns pesquisadores acreditam que o

jogo de bola praticando com os peacutes e as matildeos tem sua origem na China Uma

atividade muito parecida era praticada por soldados do imperador Xeng Ti 25

seacuteculos AC A bola era feita de pele de animal recheada com ferragens

Essas atividades eram consideradas como um ritual religioso ou como

preparaccedilatildeo militar

Ao falar de futebol nos anos 1950 elucida- se o sucesso do jogador

brasileiro pelas suas origens africanas O psicoacutelogo Emilio Mira y Lopez

convocado para examinar a seleccedilatildeo que iria agrave Copa de 1966 explicou a

superioridade dos atacantes brasileiros sobre os demais especialmente os

europeus afirmando que seus genes africanos estatildeo mais vivos

Integrou- se o futebol agrave cultura brasileira coligando-o ao negro e ao

mulato notadamente por suas virtudes artiacutesticas e criativas em contraste com

uma desconfiar rigidez dos brancos europeus

Por interferecircncia dos atletas brasileiros seria presumiacutevel que fizesse

simular no cenaacuterio mundial apreciando-se a essecircncia danccedilarina

Deste modo a partir do futebol ordenou-se uma visatildeo basicamente

mesticcedila dos jogadores e da cultura A edificaccedilatildeo do futebol-arte foi uma

audaciosa afirmativa do mesticcedilo e do negro brasileiros

Neste caso teria sido asilada a tese de Gilberto Freyre sobre a

hibridez A reflexatildeo futeboliacutestica alistou-se com o individualismo romacircntico

meliacutefluo e singular com outra translaccedilatildeo da luta brasileira por uma identidade

nacional a questatildeo da miscigenaccedilatildeo

Quando se valorizam as capacidades individuais aperfeiccediloar uma

equipe constituiria somente escolher os melhores e deixaacute-los jogar Assim os

mais preparados admitiriam a melhor forma de decorrer

Um reconhecido jornalista esportivo e teacutecnico da seleccedilatildeo nacional Joatildeo

Saldanha protegeu essa compreensatildeo na fase eliminatoacuteria da Copa de 1970

Esse tipo de taacutetica soacute faz sentido quando haacute monopoacutelio na formaccedilatildeo do time o

uacutenico caso eacute a concepccedilatildeo da seleccedilatildeo nacional

No habitual nenhum clube pode contar com os melhores Assim sendo

como todo time acaba desenvolvido por indiviacuteduos de capacidades variadas

tem que de alguma forma organizaacute-los ordenaacute-los disciplinaacute-los e fazer com

que arrisquem segundo esquemas teacutecnicos e taacuteticos

Tem-se entatildeo uma tensatildeo entre a ordem instintiva dos melhores e a

imposta sobre as individualidades Em uma equipe haacute sempre jogadores que

se destacam mais que outros seja pela teacutecnica ou pelo preparo fiacutesico Para

que a individualidade desses jogadores natildeo atrapalhe a harmonia da equipe

satildeo impostas ordens teacutecnicas e taacuteticas de ordem coletiva pelo treinador de

cada time

Assim ao final de cada partida se obtecircm um resultado favoraacutevel com

ecircnfase no coletivismo e natildeo na individualidade

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte dos ideais civilizatoacuterios O futebol necessitava

acarretar a tonificaccedilatildeo de muacutesculos junto ao ldquoesprit de corpsrdquo a pedagogia da

racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo a organizaccedilatildeo estrateacutegica a consciecircncia da

equipe e a disciplina passavam a ser um ideal normativo recomendado pelo

modelo inglecircs

Contudo para os analistas da eacutepoca da introduccedilatildeo do futebol no seacuteculo

XIX tais ideais natildeo eram seguidos e nem se revolveriam hegemocircnicos no

Brasil Uma tensatildeo entre os primeiros analistas distingue para duas correntes

de opiniatildeo De um lado a dos favoraacuteveis do ideal teacutecnico dos inventores do

futebol e de outro a dos valorizadores de sua assimilaccedilatildeo singular

Tais opiniotildees se diferenciam pelo fato de uns defenderem o jogo coletivo

tornando o esporte mais democraacutetico e outros defenderem a opiniatildeo do

individualismo tornando o esporte atividade mais espetaculosa do que objetiva

com shows de dribles e gingas de atletas que tenham as referidas habilidades

e competecircncias

Por sua vez Antonio Figueiredo afianccedilava que o jogador brasileiro e os

espectadores eram inaacutebeis em relaccedilatildeo aos utilitaacuterios e ao estilo do jogo inglecircs

O modo brasileiro de jogar futebol seu abuso de dribles piruetas ou qualquer

movimentaccedilatildeo exoacutetica constituiacutea ignoracircncia e infantilidade por parte dos

espectadores que aquilatavam o cocircmico e o esteacutetico

Estaria portanto mais perto da contemplaccedilatildeo de circo do que do

esporte O modo de jogar aconselhava que os jogadores natildeo tinham a noccedilatildeo

da importacircncia dos passes da conservaccedilatildeo na funccedilatildeo preacute-situada e da

distribuiccedilatildeo das funccedilotildees individuais para conseguir uma disciplina coletiva e

ativo

O criacutetico ao falar da primeira fase do futebol no Brasil de 1902 a 1904

de acordo com sua proacutepria periodizaccedilatildeo comunica o seguinte

Bem diferente do de hoje Um back que tivesse shot forte e que atravessasse o campo era um estupendo jogador um ldquoforwardrdquo que varava sozinho por meio de dribbling a defesa contraacuteria era endeusado um half que dava cabeccediladas com esta exclusiva preocupaccedilatildeo era amado por todos [] Natildeo se conhecia estilo de jogo a utilidade dos passes a permanecircncia nas verdadeiras posiccedilotildees e natildeo dava valor agrave calma ao meacutetodo agrave disciplina Para essa gente pouco se lhe dava que o foot-ball tivesse regras tivesse princiacutepios O que ela apreciava eram as corridas vertiginosas e eficazes as piruetas dos goal-keepers (FIGUEIREDO 1918 p77)

Assim as singularidades nas formas brasileiras de jogar foram formadas

em densas narrativas ateacute se regressarem marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema de elaboraccedilatildeo de literatos

intelectuais e jornalistas de prestiacutegio na sociedade brasileira Os bons

resultados e a massificaccedilatildeo do futebol brasileiro principiados nos anos de

1920 foram ligeiramente incorporados agraves narrativas de construccedilatildeo do estilo

nacional Eacute fato que ainda havia certa tensatildeo entre ufanistas e criacuteticos do

esporte ateacute 1923

Contudo a partir de 1930 o futebol regulariza-se como pura declaraccedilatildeo

da nacionalidade nas narrativas de Maacuterio Filho Joseacute Lins do Rego Gilberto

Freyre e outros jornalistas e literatos O estilo caracterizado pela virtuose

individual principiou a ser louvado como verdadeiro e singular um artifiacutecio de

recriaccedilatildeo do modelo anglo-saxatildeo

A corrente de valorizaccedilatildeo da singularidade do futebol brasileiro parece

tornar-se hegemocircnica talvez pela qualidade empiacuterica do futebol ou ainda pela

maximizaccedilatildeo do aeacutereo culturalista e nacionalista na deacutecada de 1930

Para Roberto Damatta uma questatildeo importante eacute a que se refere agrave

construccedilatildeo da identidade nacional a partir de instituiccedilotildees auxiliares como

carnaval samba religiosidade e futebol Em contraposiccedilatildeo os paiacuteses

europeus e os Estados Unidos teriam como elementos geradores de identidade

social a Constituiccedilatildeo Federal o Congresso Nacional o Sistema Universitaacuterio a

ordem financeira a histoacuteria poliacutetica instituiccedilotildees extraordinaacuterios que seriam

centrais na criaccedilatildeo de solidariedade e identidade

Assim os domiacutenios do lazer e do esporte por sua vez seriam nesses

paiacuteses fontes secundaacuterias O autor afianccedila que a identidade se desenvolveu a

partir de fontes secundaacuterias em funccedilatildeo da estrutura poliacutetica e social natildeo

permitir a foacutermula e a mobilidade do indiviacuteduo

No dizer de Orlando Duarte ldquoO que vale mesmo eacute que em 1894 o

paulista Charles Miller nascido no Brasil em 1874 filho de ingleses e que

estudava na Inglaterra trouxe de laacute duas bolas e isso permitiu a praacutetica regular

do futebolrdquo (2004 p 28)

O futebol no Brasil comeccedilou como algo praticado apenas pela elite e

principalmente por brancos ateacute que foi se popularizando tornando-se o

esporte mais praticado no paiacutes

No tocante agrave legislaccedilatildeo que regula o esporte para alguns doutrinadores

a Lei Peleacute somente mencionou a Lei Zico natildeo abordando seu utilitaacuterio

fundamental que era completar as lacunas que a Lei Zico tinha deixado Neste

norte discorre Alvaro Melo Filho

Em 24 de Marccedilo de 1998 surge a ldquoLei Peleacuterdquo (Lei ndeg 961598) dotada de natureza reativa pontual e erraacutetica fez a ldquoclonagem juriacutedicardquo de 58 da ldquoLei Zicordquo trazendo como inovaccedilatildeo algumas ldquocontribuiccedilotildees que piorardquo o fim do ldquopasserdquo dos atletas profissionais e o consequumlente reforccedilo agrave predatoacuteria relaccedilatildeo empresaacuterio ()Aleacutem de ter situado o passe do jogador profissional de futebol esta lei regulou ainda outras diferentes situaccedilotildees e direitos nunca antes tutelados como denota Adair Esta lei veio dar agrave atividade do atleta profissional de futebol condiccedilotildees de trabalho mais razoaacuteveis e adequadas na medida em que estabeleceu os criteacuterios miacutenimos que deviam nortear essa relaccedilatildeo sobretudo quanto ao prazo premiaccedilatildeo a forma de prestaccedilatildeo de serviccedilo e a transferecircncia tanto para times brasileiros como para os do exterior Foi estabelecida a premiaccedilatildeo do atleta de 15 (quinze por cento) do valor da transaccedilatildeo no momento da transferecircncia para outra equipe (MELO FILHO 2006 p 66)

Colocando-se sobre as leis trabalhistas no futebol aparecem as

primeiras leis

Com a diminuiccedilatildeo das corporaccedilotildees surge como primeira forma juriacutedica

de relaccedilatildeo trabalhista a locaccedilatildeo de serviccedilos

No respeito total agrave liberdade volitiva do trabalhador e do empregador que se obrigavam um a prestar serviccedilos e o outro a pagar salaacuterios poreacutem sem outras implicaccedilotildees maiores quanto agraves circunstacircncias em que isso se dava O Estado natildeo interferia Havia portanto plena autonomia da locaccedilatildeo de serviccedilos na ordem econocircmica juriacutedica e social como um corpo solto no espaccedilo sujeito agraves suas proacuteprias determinaccedilotildees Como o absolutismo das corporaccedilotildees foi substituiacutedo pelo

arbiacutetrio patronal surgiu o proletariado e a questatildeo social (NASCIMENTO 2004 p 493)

Na inscriccedilatildeo Futebol e Poliacutetica Andrade de Melo enumera outras

admissiacuteveis estirpes do futebol Essas origens permaneceriam estabelecidas

entre os maias que estudavam o jogo com a cabeccedila dos adversaacuterios

derrotados ou entre os egiacutepcios que se divertiam com a brincadeira na qual

apresentavam que chutar uma bola e talvez ateacute mesmo na China onde havia

vestiacutegios de um jogo muito parecido com o futebol moderno Aleacutem disso

levanta a probabilidade de ele ter sido cometido em Roma quando admitiu

uma forma muito violenta da qual repetidamente os praticantes saiacuteam feridos

O procedimento de popularizaccedilatildeo do futebol no Brasil se deu no iniacutecio

do seacuteculo XX Jaacute no final da deacutecada de 1910 o futebol protagonizou os

processos de descoberta da identificaccedilatildeo nacional arquitetados pelos vaacuterios

agentes sociais em integraccedilatildeo Aqui eacute bem acentuado por Luiz Henrique

Toledo

Mais do que mero espetaacuteculo consumiacutevel o futebol consiste num fato da sociedade linguagem franca de domiacutenio puacuteblico dos fundamentos agraves representaccedilotildees coletivas que reencanta a dimensatildeo da vida cotidiana atraveacutes da sua esteacutetica singular (2000 p 69)

O jornalismo esportivo individualizado confere aos outros segmentos da

miacutedia como de comunicar informaccedilatildeo ministrar entretenimento aleacutem de ser

ainda responsaacutevel pela concepccedilatildeo de iacutedolos em um modelo romacircntico de

aspiraccedilatildeo social Por isso atualmente foi trocada a ideacuteia de que as informaccedilotildees

do futebol igualmente como as dos outros esportes se limitam meramente a

um jogo

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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NETO Jose A Preparaccedilatildeo Fiacutesica e Psicoloacutegica do Aacuterbitro de Futebol Porto Ediccedilotildees ASA 1999 POSTMAN Neil O desaparecimento da infacircncia Rio de Janeiro Graphia 1999 REILLY Thomas Special populations Science and Soccer London E amp FN Spon 1996 SAMPAIO Rafael Propaganda de A a Z Como usar a propaganda para onstruir marcas e empresas de sucesso Rio de Janeiro Editora Campus 1996 SALDANHA Joatildeo A Copa de 82 por Joatildeo Saldanha Satildeo Paulo Cosac amp Naify 2002 SARTORI Giovani A teoria da democracia revisitada Satildeo Paulo Aacutetica 1994

SILVA Alberto I da Ciro R Rodriguez-Antildeez Accedilotildees motoras do aacuterbitro de futebol durante a partida Revista Treinamento Desportivo Londrina Vol 4 p 5-11 1999

SIMON Carlos E Na diagonal do campo Satildeo Leopoldo Unisinos 2004 TOLEDO Luiz H No paiacutes do futebol Rio de Janeiro Zahar 2000 VALVERDE David Lucio de Arruda A Odisseacuteia Esportiva Paulista do Association ao Profissionalismo Assis 1999 Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Histoacuteria FCL-Faculdade de Ciecircncias e Letras de Assis UNESP WOLF Mauro Teorias da Comunicaccedilatildeo Lisboa Editorial Presenccedila 1995

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 4: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Dedicatoacuteria

Dedico esse trabalho aos meus pais Vitor

Hugo e Ana Lucia Luacutecia que sempre esteve

presente em tudo na minha vida Aos meus

irmatildeos Paulo Roberto Bruna e Bruno

E em especial a minha namorada Thalita que

sempre me deu forccedila em tudo principalmente

nos momentos difiacuteceis E tambeacutem aos seus

pais Valdirene e Henrique por sempre

confiarem em mim

Agradecimentos Agradeccedilo principalmente a Deus pois sem ele

nada disto estaria acontecendo

Ao meu orientador David Valverde que sempre

me incentivou neste trabalho mesmo natildeo

sendo meu professor no curso se dedicou em

tudo que precisei

Aos meus amigos principalmente Suely

Jaqueline Marcio Marlon Guilherme Aacutelvaro e

Leonardo pela sincera amizade que tivemos

nos anos que cursamos E natildeo posso

esquecer as pessoas que sempre me

ajudaram me levando a faculdade quando

precisava ir que satildeo eles Mingo Bizunga e

principalmente ao Celso que sempre se

disponibilizou quando eu precisasse

Epiacutegrafe

ldquoSucesso natildeo eacute o final falhar natildeo

eacute fatal eacute a coragem para continuar

que contardquo

WinstonChurchil

Resumo

Eacute fato notoacuterio que o futebol durante o seacuteculo XX tornou-se importante elemento constituinte da cultura brasileira Este estudo teve por objetivo analisar a respeitabilidade do aacuterbitro de futebol a partir do tratamento destinado agrave sua imagem diante dos meios de comunicaccedilatildeo especialmente no tocante a miacutedia televisiva Pretendeu-se propor uma discussatildeo sobre a relaccedilatildeo dos aacuterbitros com a impressa esportiva enfocando sua fragilidade humana diante de tantos recursos tecnoloacutegicos utilizados como ponto de referecircncia decisiva para se caracterizar uma boa ou maacute atuaccedilatildeo Para tanto procurou-se contextualizar o tema a partir de seus aspectos histoacutericos e como elemento decisivo na construccedilatildeo de uma identidade esportiva brasileira Diante disso foi preciso apontar para os fatos que marcaram sua definiccedilatildeo desde o seu surgimento passando pela evoluccedilatildeo de suas regras tendo como pano de fundo a arbitragem brasileira e mundial Desta forma pretendeu-se desvelar como se forja e se veicula a imagem do aacuterbitro atualmente no Brasil tanto dentro como fora de campo Para o desenvolvimento desta pesquisa foram consultadas bibliografias particulares da Biblioteca da FEMA-Fundaccedilatildeo Ecucacional do Municiacutepio de Assis bem como revistas cientiacuteficas dicionaacuterios e fontes eletrocircnicas basicamente a partir de dados eletrocircnicos oriundos da Internet Palavras-chave aacuterbitro comunicaccedilatildeo social imprensa esportiva futebol

Abstract

Of course soccer during the twenty century became an important element that is part of the Brazilian Culture This study has as an objective to analyze the condition of respect of the soccer referee from than the treatment according to his image in front of de means of Communication especially relating to the TV media It was intended to propose a discussion about the relationship between referees and the sporting press emphasizing their human fragility in front a lot of technology resources used as a decisive point of reference to be known for a good or a bad performance Thatrsquos why it tried to situate the subject from on its historic aspects and growth as decisive element in the construction of the Brazilian sports identity According to this it was need to point out to the facts that marked since its appearance to the definition and evolution of the mentioned rules being as a backdrop the Brazilian and world refereeing So it intended to find out how it can be invent and how can it be publicize the image of the referee nowadays in Brazil as much inside as outside the soccer field To developing of this search it was consulted private bibliographies from FEMA ndash Fundaccedilatildeo Educacional do Municiacutepio de Assis as well scientific magazines dictionaries and electronics source basically from electronics information came from the internet Keywords referees social communication soccer sporting press

Sumaacuterio

Introduccedilatildeo 09 1 Futebol e Arbitragem 12 2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social 21 3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva 30

4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol 34 Consideraccedilotildees Finais 41 Fontes 44 Referecircncias bibliograacuteficas 45

Anexo A-17 Regras do Futebol Anexo B- Erros de Arbitragem

49 55

Introduccedilatildeo

Eacute de se verificar que o futebol durante o seacuteculo XX tornou-se

importante elemento constituinte da cultura brasileira

Sua identificaccedilatildeo com a realidade cotidiana nacional por muitas vezes

perpassa os limites do bom senso e do equiliacutebrio emocional tamanho o

fanatismo que desencadeia tal predileccedilatildeo

Cumpre assinalar que a intenccedilatildeo de realizar este estudo surgiu por

consequumlecircncia da grande polecircmica principalmente entre a miacutedia e os aacuterbitros

de futebol que satildeo em muitas das vezes chegam a ser severamente punidos

pelos seus atos dentro do campo

Vale lembrar que nos dias atuais o futebol ainda eacute o esporte mais

praticado do Brasil Nas escolas clubes profissionais e sociais as chamadas

escolinhas constituem por sua vez os principais lugares nos quais estas

atividades se desenvolvem Assinale ainda que desta forma passa a atuar

como importante agente de socializaccedilatildeo

Registre-se ainda que o esporte associa milhotildees de pessoas de forma

direta e indireta atingindo grandes e pequenos centros urbanos e ateacute aacutereas

longiacutenquas das zonas rurais e tribos nos recocircnditos mais distantes do paiacutes

Ocorre que sendo esporte um fato social o mesmo deve ser tratado

como uma atividade inserida e meio agraves demais instituiccedilotildees sociais

Eacute preciso insistir no fato da amplitude da penetraccedilatildeo da praacutetica do

esporte seja como elemento de recreaccedilatildeo ou mesmo recurso profissional por

ser encontrado tanto fora quanto dentro dos sistemas educacionais

De acordo com essas observaccedilotildees entende-se que a populaccedilatildeo

brasileira ainda concede ao futebol status de superioridade em relaccedilatildeo aos

outros esportes existentes sejam eles individuais ou mesmo coletivos

Cumpre assinalar que a miacutedia trabalha com o futebol das mais diversas

formas

Por um lado o compreende como rentaacutevel fonte de recursos financeiros

por meio do uso dos milionaacuterios espaccedilos publicitaacuterios proporcionados pelas

partidas dos mais variados campeonatos transmitidos por meio de geraccedilatildeo de

imagens ao vivo por canais de televisatildeo que por sua vez estabelecem

contratos cujos valores raramente satildeo revelados

Os aacuterbitros por sua vez por serem essenciais para uma partida de

futebol tem sido alvo de parte significativa se natildeo preponderante da miacutedia

televisiva

As consequumlecircncias de seus atos podem significar para um clube derrota

ou vitoacuteria

Tais accedilotildees atualmente satildeo mostradas em detalhes pela televisatildeo

deixando o aacuterbitro exposto a todo tipo de criacutetica fundamentada com o devido

embasamento e compreensatildeo da interpretaccedilatildeo do conjunto de regras ou natildeo

Com efeito a proposta deste estudo corresponde a demonstrar como a

miacutedia televisiva pode atuar como agente influenciador na construccedilatildeo da

imagem de um aacuterbitro

Neste sentido procurar-se-aacute compreender como se constroacutei e se veicula

a imagem do aacuterbitro atualmente no Brasil tanto pelas suas accedilotildees dentro de

campo como fora do exerciacutecio desta atividade

A questatildeo problema que se coloca eacute exatamente a busca pela

descoberta de como se pode estabelecer limites para a criacutetica elaborada com

embasamento e argumentaccedilatildeo plausiacuteveis De outro lado seria possiacutevel

diagnosticar como quando e por quecirc esses limites satildeo ultrapassados

Quais seriam entatildeo as possiacuteveis consequumlecircncias para a vida pessoal

destes indiviacuteduos Como se poderia reparar os danos causados por injusticcedilas

propagadas atraveacutes da miacutedia

Em linhas gerais emissoras de televisatildeo atribuem ao arbitro parcela

significativa de responsabilidade por resultados de uma partida

Por assim dizer entende-se que eacute importante que se analise a

respeitabilidade do aacuterbitro de futebol a partir do tratamento destinado agrave sua

imagem diante dos meios de comunicaccedilatildeo especialmente no tocante a miacutedia

televisiva

Neste ponto eacute preciso que se contextualize o assunto a partir de seus

aspectos histoacutericos e de seu proacuteprio crescimento como elemento decisivo na

construccedilatildeo de uma identidade esportiva brasileira

Diante disso eacute necessaacuterio que se aponte para os fatos que marcaram

desde surgimento do futebol e por extensatildeo as regras e a arbitragem ateacute

sua definiccedilatildeo e evoluccedilatildeo de seu conjunto de regras

Conveacutem ressaltar que tem-se como pano de fundo a arbitragem

brasileira e mundial

Posta assim a questatildeo cumpre ratificar que para o desenvolvimento

deste trabalho foram consultadas bibliografias particulares revistas cientiacuteficas

dicionaacuterios e fontes eletrocircnicas basicamente a partir da Internet

CAPITULO 1

1 Futebol e Arbitragem

O futebol enquanto praacutetica esportiva sempre correspondeu a um

ambiente excepcional na procura de se determinar o brasileiro principalmente

o negro e o mesticcedilo natildeo mais por constitutivas raciais evolutivas como

diversos projetos poliacuteticos no final do seacuteculo XIX tentavam atingir

No entanto isso ocorrera mais por competecircncias psicoloacutegicas e culturais

do que a partir de um debate acerca das raccedilas O referencial adverso ao

jogador brasileiro mulato suportaria a ser o noacuterdico que se adaptaria mais a

esportes em que a forccedila fiacutesica fosse primordial como a nataccedilatildeo e o remo

enquanto o brasileiro com seu fiacutesico esquaacutelido permaneceria mais adjacente

do futebol e sua facilidade para que qualquer homem comum pudesse jogaacute-

lo

Sobre as origens remotas do futebol pode-se afirmar que o esporte foi

criado na Inglaterra no seacuteculo XIX Pois alguns pesquisadores acreditam que o

jogo de bola praticando com os peacutes e as matildeos tem sua origem na China Uma

atividade muito parecida era praticada por soldados do imperador Xeng Ti 25

seacuteculos AC A bola era feita de pele de animal recheada com ferragens

Essas atividades eram consideradas como um ritual religioso ou como

preparaccedilatildeo militar

Ao falar de futebol nos anos 1950 elucida- se o sucesso do jogador

brasileiro pelas suas origens africanas O psicoacutelogo Emilio Mira y Lopez

convocado para examinar a seleccedilatildeo que iria agrave Copa de 1966 explicou a

superioridade dos atacantes brasileiros sobre os demais especialmente os

europeus afirmando que seus genes africanos estatildeo mais vivos

Integrou- se o futebol agrave cultura brasileira coligando-o ao negro e ao

mulato notadamente por suas virtudes artiacutesticas e criativas em contraste com

uma desconfiar rigidez dos brancos europeus

Por interferecircncia dos atletas brasileiros seria presumiacutevel que fizesse

simular no cenaacuterio mundial apreciando-se a essecircncia danccedilarina

Deste modo a partir do futebol ordenou-se uma visatildeo basicamente

mesticcedila dos jogadores e da cultura A edificaccedilatildeo do futebol-arte foi uma

audaciosa afirmativa do mesticcedilo e do negro brasileiros

Neste caso teria sido asilada a tese de Gilberto Freyre sobre a

hibridez A reflexatildeo futeboliacutestica alistou-se com o individualismo romacircntico

meliacutefluo e singular com outra translaccedilatildeo da luta brasileira por uma identidade

nacional a questatildeo da miscigenaccedilatildeo

Quando se valorizam as capacidades individuais aperfeiccediloar uma

equipe constituiria somente escolher os melhores e deixaacute-los jogar Assim os

mais preparados admitiriam a melhor forma de decorrer

Um reconhecido jornalista esportivo e teacutecnico da seleccedilatildeo nacional Joatildeo

Saldanha protegeu essa compreensatildeo na fase eliminatoacuteria da Copa de 1970

Esse tipo de taacutetica soacute faz sentido quando haacute monopoacutelio na formaccedilatildeo do time o

uacutenico caso eacute a concepccedilatildeo da seleccedilatildeo nacional

No habitual nenhum clube pode contar com os melhores Assim sendo

como todo time acaba desenvolvido por indiviacuteduos de capacidades variadas

tem que de alguma forma organizaacute-los ordenaacute-los disciplinaacute-los e fazer com

que arrisquem segundo esquemas teacutecnicos e taacuteticos

Tem-se entatildeo uma tensatildeo entre a ordem instintiva dos melhores e a

imposta sobre as individualidades Em uma equipe haacute sempre jogadores que

se destacam mais que outros seja pela teacutecnica ou pelo preparo fiacutesico Para

que a individualidade desses jogadores natildeo atrapalhe a harmonia da equipe

satildeo impostas ordens teacutecnicas e taacuteticas de ordem coletiva pelo treinador de

cada time

Assim ao final de cada partida se obtecircm um resultado favoraacutevel com

ecircnfase no coletivismo e natildeo na individualidade

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte dos ideais civilizatoacuterios O futebol necessitava

acarretar a tonificaccedilatildeo de muacutesculos junto ao ldquoesprit de corpsrdquo a pedagogia da

racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo a organizaccedilatildeo estrateacutegica a consciecircncia da

equipe e a disciplina passavam a ser um ideal normativo recomendado pelo

modelo inglecircs

Contudo para os analistas da eacutepoca da introduccedilatildeo do futebol no seacuteculo

XIX tais ideais natildeo eram seguidos e nem se revolveriam hegemocircnicos no

Brasil Uma tensatildeo entre os primeiros analistas distingue para duas correntes

de opiniatildeo De um lado a dos favoraacuteveis do ideal teacutecnico dos inventores do

futebol e de outro a dos valorizadores de sua assimilaccedilatildeo singular

Tais opiniotildees se diferenciam pelo fato de uns defenderem o jogo coletivo

tornando o esporte mais democraacutetico e outros defenderem a opiniatildeo do

individualismo tornando o esporte atividade mais espetaculosa do que objetiva

com shows de dribles e gingas de atletas que tenham as referidas habilidades

e competecircncias

Por sua vez Antonio Figueiredo afianccedilava que o jogador brasileiro e os

espectadores eram inaacutebeis em relaccedilatildeo aos utilitaacuterios e ao estilo do jogo inglecircs

O modo brasileiro de jogar futebol seu abuso de dribles piruetas ou qualquer

movimentaccedilatildeo exoacutetica constituiacutea ignoracircncia e infantilidade por parte dos

espectadores que aquilatavam o cocircmico e o esteacutetico

Estaria portanto mais perto da contemplaccedilatildeo de circo do que do

esporte O modo de jogar aconselhava que os jogadores natildeo tinham a noccedilatildeo

da importacircncia dos passes da conservaccedilatildeo na funccedilatildeo preacute-situada e da

distribuiccedilatildeo das funccedilotildees individuais para conseguir uma disciplina coletiva e

ativo

O criacutetico ao falar da primeira fase do futebol no Brasil de 1902 a 1904

de acordo com sua proacutepria periodizaccedilatildeo comunica o seguinte

Bem diferente do de hoje Um back que tivesse shot forte e que atravessasse o campo era um estupendo jogador um ldquoforwardrdquo que varava sozinho por meio de dribbling a defesa contraacuteria era endeusado um half que dava cabeccediladas com esta exclusiva preocupaccedilatildeo era amado por todos [] Natildeo se conhecia estilo de jogo a utilidade dos passes a permanecircncia nas verdadeiras posiccedilotildees e natildeo dava valor agrave calma ao meacutetodo agrave disciplina Para essa gente pouco se lhe dava que o foot-ball tivesse regras tivesse princiacutepios O que ela apreciava eram as corridas vertiginosas e eficazes as piruetas dos goal-keepers (FIGUEIREDO 1918 p77)

Assim as singularidades nas formas brasileiras de jogar foram formadas

em densas narrativas ateacute se regressarem marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema de elaboraccedilatildeo de literatos

intelectuais e jornalistas de prestiacutegio na sociedade brasileira Os bons

resultados e a massificaccedilatildeo do futebol brasileiro principiados nos anos de

1920 foram ligeiramente incorporados agraves narrativas de construccedilatildeo do estilo

nacional Eacute fato que ainda havia certa tensatildeo entre ufanistas e criacuteticos do

esporte ateacute 1923

Contudo a partir de 1930 o futebol regulariza-se como pura declaraccedilatildeo

da nacionalidade nas narrativas de Maacuterio Filho Joseacute Lins do Rego Gilberto

Freyre e outros jornalistas e literatos O estilo caracterizado pela virtuose

individual principiou a ser louvado como verdadeiro e singular um artifiacutecio de

recriaccedilatildeo do modelo anglo-saxatildeo

A corrente de valorizaccedilatildeo da singularidade do futebol brasileiro parece

tornar-se hegemocircnica talvez pela qualidade empiacuterica do futebol ou ainda pela

maximizaccedilatildeo do aeacutereo culturalista e nacionalista na deacutecada de 1930

Para Roberto Damatta uma questatildeo importante eacute a que se refere agrave

construccedilatildeo da identidade nacional a partir de instituiccedilotildees auxiliares como

carnaval samba religiosidade e futebol Em contraposiccedilatildeo os paiacuteses

europeus e os Estados Unidos teriam como elementos geradores de identidade

social a Constituiccedilatildeo Federal o Congresso Nacional o Sistema Universitaacuterio a

ordem financeira a histoacuteria poliacutetica instituiccedilotildees extraordinaacuterios que seriam

centrais na criaccedilatildeo de solidariedade e identidade

Assim os domiacutenios do lazer e do esporte por sua vez seriam nesses

paiacuteses fontes secundaacuterias O autor afianccedila que a identidade se desenvolveu a

partir de fontes secundaacuterias em funccedilatildeo da estrutura poliacutetica e social natildeo

permitir a foacutermula e a mobilidade do indiviacuteduo

No dizer de Orlando Duarte ldquoO que vale mesmo eacute que em 1894 o

paulista Charles Miller nascido no Brasil em 1874 filho de ingleses e que

estudava na Inglaterra trouxe de laacute duas bolas e isso permitiu a praacutetica regular

do futebolrdquo (2004 p 28)

O futebol no Brasil comeccedilou como algo praticado apenas pela elite e

principalmente por brancos ateacute que foi se popularizando tornando-se o

esporte mais praticado no paiacutes

No tocante agrave legislaccedilatildeo que regula o esporte para alguns doutrinadores

a Lei Peleacute somente mencionou a Lei Zico natildeo abordando seu utilitaacuterio

fundamental que era completar as lacunas que a Lei Zico tinha deixado Neste

norte discorre Alvaro Melo Filho

Em 24 de Marccedilo de 1998 surge a ldquoLei Peleacuterdquo (Lei ndeg 961598) dotada de natureza reativa pontual e erraacutetica fez a ldquoclonagem juriacutedicardquo de 58 da ldquoLei Zicordquo trazendo como inovaccedilatildeo algumas ldquocontribuiccedilotildees que piorardquo o fim do ldquopasserdquo dos atletas profissionais e o consequumlente reforccedilo agrave predatoacuteria relaccedilatildeo empresaacuterio ()Aleacutem de ter situado o passe do jogador profissional de futebol esta lei regulou ainda outras diferentes situaccedilotildees e direitos nunca antes tutelados como denota Adair Esta lei veio dar agrave atividade do atleta profissional de futebol condiccedilotildees de trabalho mais razoaacuteveis e adequadas na medida em que estabeleceu os criteacuterios miacutenimos que deviam nortear essa relaccedilatildeo sobretudo quanto ao prazo premiaccedilatildeo a forma de prestaccedilatildeo de serviccedilo e a transferecircncia tanto para times brasileiros como para os do exterior Foi estabelecida a premiaccedilatildeo do atleta de 15 (quinze por cento) do valor da transaccedilatildeo no momento da transferecircncia para outra equipe (MELO FILHO 2006 p 66)

Colocando-se sobre as leis trabalhistas no futebol aparecem as

primeiras leis

Com a diminuiccedilatildeo das corporaccedilotildees surge como primeira forma juriacutedica

de relaccedilatildeo trabalhista a locaccedilatildeo de serviccedilos

No respeito total agrave liberdade volitiva do trabalhador e do empregador que se obrigavam um a prestar serviccedilos e o outro a pagar salaacuterios poreacutem sem outras implicaccedilotildees maiores quanto agraves circunstacircncias em que isso se dava O Estado natildeo interferia Havia portanto plena autonomia da locaccedilatildeo de serviccedilos na ordem econocircmica juriacutedica e social como um corpo solto no espaccedilo sujeito agraves suas proacuteprias determinaccedilotildees Como o absolutismo das corporaccedilotildees foi substituiacutedo pelo

arbiacutetrio patronal surgiu o proletariado e a questatildeo social (NASCIMENTO 2004 p 493)

Na inscriccedilatildeo Futebol e Poliacutetica Andrade de Melo enumera outras

admissiacuteveis estirpes do futebol Essas origens permaneceriam estabelecidas

entre os maias que estudavam o jogo com a cabeccedila dos adversaacuterios

derrotados ou entre os egiacutepcios que se divertiam com a brincadeira na qual

apresentavam que chutar uma bola e talvez ateacute mesmo na China onde havia

vestiacutegios de um jogo muito parecido com o futebol moderno Aleacutem disso

levanta a probabilidade de ele ter sido cometido em Roma quando admitiu

uma forma muito violenta da qual repetidamente os praticantes saiacuteam feridos

O procedimento de popularizaccedilatildeo do futebol no Brasil se deu no iniacutecio

do seacuteculo XX Jaacute no final da deacutecada de 1910 o futebol protagonizou os

processos de descoberta da identificaccedilatildeo nacional arquitetados pelos vaacuterios

agentes sociais em integraccedilatildeo Aqui eacute bem acentuado por Luiz Henrique

Toledo

Mais do que mero espetaacuteculo consumiacutevel o futebol consiste num fato da sociedade linguagem franca de domiacutenio puacuteblico dos fundamentos agraves representaccedilotildees coletivas que reencanta a dimensatildeo da vida cotidiana atraveacutes da sua esteacutetica singular (2000 p 69)

O jornalismo esportivo individualizado confere aos outros segmentos da

miacutedia como de comunicar informaccedilatildeo ministrar entretenimento aleacutem de ser

ainda responsaacutevel pela concepccedilatildeo de iacutedolos em um modelo romacircntico de

aspiraccedilatildeo social Por isso atualmente foi trocada a ideacuteia de que as informaccedilotildees

do futebol igualmente como as dos outros esportes se limitam meramente a

um jogo

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 5: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Agradecimentos Agradeccedilo principalmente a Deus pois sem ele

nada disto estaria acontecendo

Ao meu orientador David Valverde que sempre

me incentivou neste trabalho mesmo natildeo

sendo meu professor no curso se dedicou em

tudo que precisei

Aos meus amigos principalmente Suely

Jaqueline Marcio Marlon Guilherme Aacutelvaro e

Leonardo pela sincera amizade que tivemos

nos anos que cursamos E natildeo posso

esquecer as pessoas que sempre me

ajudaram me levando a faculdade quando

precisava ir que satildeo eles Mingo Bizunga e

principalmente ao Celso que sempre se

disponibilizou quando eu precisasse

Epiacutegrafe

ldquoSucesso natildeo eacute o final falhar natildeo

eacute fatal eacute a coragem para continuar

que contardquo

WinstonChurchil

Resumo

Eacute fato notoacuterio que o futebol durante o seacuteculo XX tornou-se importante elemento constituinte da cultura brasileira Este estudo teve por objetivo analisar a respeitabilidade do aacuterbitro de futebol a partir do tratamento destinado agrave sua imagem diante dos meios de comunicaccedilatildeo especialmente no tocante a miacutedia televisiva Pretendeu-se propor uma discussatildeo sobre a relaccedilatildeo dos aacuterbitros com a impressa esportiva enfocando sua fragilidade humana diante de tantos recursos tecnoloacutegicos utilizados como ponto de referecircncia decisiva para se caracterizar uma boa ou maacute atuaccedilatildeo Para tanto procurou-se contextualizar o tema a partir de seus aspectos histoacutericos e como elemento decisivo na construccedilatildeo de uma identidade esportiva brasileira Diante disso foi preciso apontar para os fatos que marcaram sua definiccedilatildeo desde o seu surgimento passando pela evoluccedilatildeo de suas regras tendo como pano de fundo a arbitragem brasileira e mundial Desta forma pretendeu-se desvelar como se forja e se veicula a imagem do aacuterbitro atualmente no Brasil tanto dentro como fora de campo Para o desenvolvimento desta pesquisa foram consultadas bibliografias particulares da Biblioteca da FEMA-Fundaccedilatildeo Ecucacional do Municiacutepio de Assis bem como revistas cientiacuteficas dicionaacuterios e fontes eletrocircnicas basicamente a partir de dados eletrocircnicos oriundos da Internet Palavras-chave aacuterbitro comunicaccedilatildeo social imprensa esportiva futebol

Abstract

Of course soccer during the twenty century became an important element that is part of the Brazilian Culture This study has as an objective to analyze the condition of respect of the soccer referee from than the treatment according to his image in front of de means of Communication especially relating to the TV media It was intended to propose a discussion about the relationship between referees and the sporting press emphasizing their human fragility in front a lot of technology resources used as a decisive point of reference to be known for a good or a bad performance Thatrsquos why it tried to situate the subject from on its historic aspects and growth as decisive element in the construction of the Brazilian sports identity According to this it was need to point out to the facts that marked since its appearance to the definition and evolution of the mentioned rules being as a backdrop the Brazilian and world refereeing So it intended to find out how it can be invent and how can it be publicize the image of the referee nowadays in Brazil as much inside as outside the soccer field To developing of this search it was consulted private bibliographies from FEMA ndash Fundaccedilatildeo Educacional do Municiacutepio de Assis as well scientific magazines dictionaries and electronics source basically from electronics information came from the internet Keywords referees social communication soccer sporting press

Sumaacuterio

Introduccedilatildeo 09 1 Futebol e Arbitragem 12 2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social 21 3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva 30

4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol 34 Consideraccedilotildees Finais 41 Fontes 44 Referecircncias bibliograacuteficas 45

Anexo A-17 Regras do Futebol Anexo B- Erros de Arbitragem

49 55

Introduccedilatildeo

Eacute de se verificar que o futebol durante o seacuteculo XX tornou-se

importante elemento constituinte da cultura brasileira

Sua identificaccedilatildeo com a realidade cotidiana nacional por muitas vezes

perpassa os limites do bom senso e do equiliacutebrio emocional tamanho o

fanatismo que desencadeia tal predileccedilatildeo

Cumpre assinalar que a intenccedilatildeo de realizar este estudo surgiu por

consequumlecircncia da grande polecircmica principalmente entre a miacutedia e os aacuterbitros

de futebol que satildeo em muitas das vezes chegam a ser severamente punidos

pelos seus atos dentro do campo

Vale lembrar que nos dias atuais o futebol ainda eacute o esporte mais

praticado do Brasil Nas escolas clubes profissionais e sociais as chamadas

escolinhas constituem por sua vez os principais lugares nos quais estas

atividades se desenvolvem Assinale ainda que desta forma passa a atuar

como importante agente de socializaccedilatildeo

Registre-se ainda que o esporte associa milhotildees de pessoas de forma

direta e indireta atingindo grandes e pequenos centros urbanos e ateacute aacutereas

longiacutenquas das zonas rurais e tribos nos recocircnditos mais distantes do paiacutes

Ocorre que sendo esporte um fato social o mesmo deve ser tratado

como uma atividade inserida e meio agraves demais instituiccedilotildees sociais

Eacute preciso insistir no fato da amplitude da penetraccedilatildeo da praacutetica do

esporte seja como elemento de recreaccedilatildeo ou mesmo recurso profissional por

ser encontrado tanto fora quanto dentro dos sistemas educacionais

De acordo com essas observaccedilotildees entende-se que a populaccedilatildeo

brasileira ainda concede ao futebol status de superioridade em relaccedilatildeo aos

outros esportes existentes sejam eles individuais ou mesmo coletivos

Cumpre assinalar que a miacutedia trabalha com o futebol das mais diversas

formas

Por um lado o compreende como rentaacutevel fonte de recursos financeiros

por meio do uso dos milionaacuterios espaccedilos publicitaacuterios proporcionados pelas

partidas dos mais variados campeonatos transmitidos por meio de geraccedilatildeo de

imagens ao vivo por canais de televisatildeo que por sua vez estabelecem

contratos cujos valores raramente satildeo revelados

Os aacuterbitros por sua vez por serem essenciais para uma partida de

futebol tem sido alvo de parte significativa se natildeo preponderante da miacutedia

televisiva

As consequumlecircncias de seus atos podem significar para um clube derrota

ou vitoacuteria

Tais accedilotildees atualmente satildeo mostradas em detalhes pela televisatildeo

deixando o aacuterbitro exposto a todo tipo de criacutetica fundamentada com o devido

embasamento e compreensatildeo da interpretaccedilatildeo do conjunto de regras ou natildeo

Com efeito a proposta deste estudo corresponde a demonstrar como a

miacutedia televisiva pode atuar como agente influenciador na construccedilatildeo da

imagem de um aacuterbitro

Neste sentido procurar-se-aacute compreender como se constroacutei e se veicula

a imagem do aacuterbitro atualmente no Brasil tanto pelas suas accedilotildees dentro de

campo como fora do exerciacutecio desta atividade

A questatildeo problema que se coloca eacute exatamente a busca pela

descoberta de como se pode estabelecer limites para a criacutetica elaborada com

embasamento e argumentaccedilatildeo plausiacuteveis De outro lado seria possiacutevel

diagnosticar como quando e por quecirc esses limites satildeo ultrapassados

Quais seriam entatildeo as possiacuteveis consequumlecircncias para a vida pessoal

destes indiviacuteduos Como se poderia reparar os danos causados por injusticcedilas

propagadas atraveacutes da miacutedia

Em linhas gerais emissoras de televisatildeo atribuem ao arbitro parcela

significativa de responsabilidade por resultados de uma partida

Por assim dizer entende-se que eacute importante que se analise a

respeitabilidade do aacuterbitro de futebol a partir do tratamento destinado agrave sua

imagem diante dos meios de comunicaccedilatildeo especialmente no tocante a miacutedia

televisiva

Neste ponto eacute preciso que se contextualize o assunto a partir de seus

aspectos histoacutericos e de seu proacuteprio crescimento como elemento decisivo na

construccedilatildeo de uma identidade esportiva brasileira

Diante disso eacute necessaacuterio que se aponte para os fatos que marcaram

desde surgimento do futebol e por extensatildeo as regras e a arbitragem ateacute

sua definiccedilatildeo e evoluccedilatildeo de seu conjunto de regras

Conveacutem ressaltar que tem-se como pano de fundo a arbitragem

brasileira e mundial

Posta assim a questatildeo cumpre ratificar que para o desenvolvimento

deste trabalho foram consultadas bibliografias particulares revistas cientiacuteficas

dicionaacuterios e fontes eletrocircnicas basicamente a partir da Internet

CAPITULO 1

1 Futebol e Arbitragem

O futebol enquanto praacutetica esportiva sempre correspondeu a um

ambiente excepcional na procura de se determinar o brasileiro principalmente

o negro e o mesticcedilo natildeo mais por constitutivas raciais evolutivas como

diversos projetos poliacuteticos no final do seacuteculo XIX tentavam atingir

No entanto isso ocorrera mais por competecircncias psicoloacutegicas e culturais

do que a partir de um debate acerca das raccedilas O referencial adverso ao

jogador brasileiro mulato suportaria a ser o noacuterdico que se adaptaria mais a

esportes em que a forccedila fiacutesica fosse primordial como a nataccedilatildeo e o remo

enquanto o brasileiro com seu fiacutesico esquaacutelido permaneceria mais adjacente

do futebol e sua facilidade para que qualquer homem comum pudesse jogaacute-

lo

Sobre as origens remotas do futebol pode-se afirmar que o esporte foi

criado na Inglaterra no seacuteculo XIX Pois alguns pesquisadores acreditam que o

jogo de bola praticando com os peacutes e as matildeos tem sua origem na China Uma

atividade muito parecida era praticada por soldados do imperador Xeng Ti 25

seacuteculos AC A bola era feita de pele de animal recheada com ferragens

Essas atividades eram consideradas como um ritual religioso ou como

preparaccedilatildeo militar

Ao falar de futebol nos anos 1950 elucida- se o sucesso do jogador

brasileiro pelas suas origens africanas O psicoacutelogo Emilio Mira y Lopez

convocado para examinar a seleccedilatildeo que iria agrave Copa de 1966 explicou a

superioridade dos atacantes brasileiros sobre os demais especialmente os

europeus afirmando que seus genes africanos estatildeo mais vivos

Integrou- se o futebol agrave cultura brasileira coligando-o ao negro e ao

mulato notadamente por suas virtudes artiacutesticas e criativas em contraste com

uma desconfiar rigidez dos brancos europeus

Por interferecircncia dos atletas brasileiros seria presumiacutevel que fizesse

simular no cenaacuterio mundial apreciando-se a essecircncia danccedilarina

Deste modo a partir do futebol ordenou-se uma visatildeo basicamente

mesticcedila dos jogadores e da cultura A edificaccedilatildeo do futebol-arte foi uma

audaciosa afirmativa do mesticcedilo e do negro brasileiros

Neste caso teria sido asilada a tese de Gilberto Freyre sobre a

hibridez A reflexatildeo futeboliacutestica alistou-se com o individualismo romacircntico

meliacutefluo e singular com outra translaccedilatildeo da luta brasileira por uma identidade

nacional a questatildeo da miscigenaccedilatildeo

Quando se valorizam as capacidades individuais aperfeiccediloar uma

equipe constituiria somente escolher os melhores e deixaacute-los jogar Assim os

mais preparados admitiriam a melhor forma de decorrer

Um reconhecido jornalista esportivo e teacutecnico da seleccedilatildeo nacional Joatildeo

Saldanha protegeu essa compreensatildeo na fase eliminatoacuteria da Copa de 1970

Esse tipo de taacutetica soacute faz sentido quando haacute monopoacutelio na formaccedilatildeo do time o

uacutenico caso eacute a concepccedilatildeo da seleccedilatildeo nacional

No habitual nenhum clube pode contar com os melhores Assim sendo

como todo time acaba desenvolvido por indiviacuteduos de capacidades variadas

tem que de alguma forma organizaacute-los ordenaacute-los disciplinaacute-los e fazer com

que arrisquem segundo esquemas teacutecnicos e taacuteticos

Tem-se entatildeo uma tensatildeo entre a ordem instintiva dos melhores e a

imposta sobre as individualidades Em uma equipe haacute sempre jogadores que

se destacam mais que outros seja pela teacutecnica ou pelo preparo fiacutesico Para

que a individualidade desses jogadores natildeo atrapalhe a harmonia da equipe

satildeo impostas ordens teacutecnicas e taacuteticas de ordem coletiva pelo treinador de

cada time

Assim ao final de cada partida se obtecircm um resultado favoraacutevel com

ecircnfase no coletivismo e natildeo na individualidade

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte dos ideais civilizatoacuterios O futebol necessitava

acarretar a tonificaccedilatildeo de muacutesculos junto ao ldquoesprit de corpsrdquo a pedagogia da

racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo a organizaccedilatildeo estrateacutegica a consciecircncia da

equipe e a disciplina passavam a ser um ideal normativo recomendado pelo

modelo inglecircs

Contudo para os analistas da eacutepoca da introduccedilatildeo do futebol no seacuteculo

XIX tais ideais natildeo eram seguidos e nem se revolveriam hegemocircnicos no

Brasil Uma tensatildeo entre os primeiros analistas distingue para duas correntes

de opiniatildeo De um lado a dos favoraacuteveis do ideal teacutecnico dos inventores do

futebol e de outro a dos valorizadores de sua assimilaccedilatildeo singular

Tais opiniotildees se diferenciam pelo fato de uns defenderem o jogo coletivo

tornando o esporte mais democraacutetico e outros defenderem a opiniatildeo do

individualismo tornando o esporte atividade mais espetaculosa do que objetiva

com shows de dribles e gingas de atletas que tenham as referidas habilidades

e competecircncias

Por sua vez Antonio Figueiredo afianccedilava que o jogador brasileiro e os

espectadores eram inaacutebeis em relaccedilatildeo aos utilitaacuterios e ao estilo do jogo inglecircs

O modo brasileiro de jogar futebol seu abuso de dribles piruetas ou qualquer

movimentaccedilatildeo exoacutetica constituiacutea ignoracircncia e infantilidade por parte dos

espectadores que aquilatavam o cocircmico e o esteacutetico

Estaria portanto mais perto da contemplaccedilatildeo de circo do que do

esporte O modo de jogar aconselhava que os jogadores natildeo tinham a noccedilatildeo

da importacircncia dos passes da conservaccedilatildeo na funccedilatildeo preacute-situada e da

distribuiccedilatildeo das funccedilotildees individuais para conseguir uma disciplina coletiva e

ativo

O criacutetico ao falar da primeira fase do futebol no Brasil de 1902 a 1904

de acordo com sua proacutepria periodizaccedilatildeo comunica o seguinte

Bem diferente do de hoje Um back que tivesse shot forte e que atravessasse o campo era um estupendo jogador um ldquoforwardrdquo que varava sozinho por meio de dribbling a defesa contraacuteria era endeusado um half que dava cabeccediladas com esta exclusiva preocupaccedilatildeo era amado por todos [] Natildeo se conhecia estilo de jogo a utilidade dos passes a permanecircncia nas verdadeiras posiccedilotildees e natildeo dava valor agrave calma ao meacutetodo agrave disciplina Para essa gente pouco se lhe dava que o foot-ball tivesse regras tivesse princiacutepios O que ela apreciava eram as corridas vertiginosas e eficazes as piruetas dos goal-keepers (FIGUEIREDO 1918 p77)

Assim as singularidades nas formas brasileiras de jogar foram formadas

em densas narrativas ateacute se regressarem marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema de elaboraccedilatildeo de literatos

intelectuais e jornalistas de prestiacutegio na sociedade brasileira Os bons

resultados e a massificaccedilatildeo do futebol brasileiro principiados nos anos de

1920 foram ligeiramente incorporados agraves narrativas de construccedilatildeo do estilo

nacional Eacute fato que ainda havia certa tensatildeo entre ufanistas e criacuteticos do

esporte ateacute 1923

Contudo a partir de 1930 o futebol regulariza-se como pura declaraccedilatildeo

da nacionalidade nas narrativas de Maacuterio Filho Joseacute Lins do Rego Gilberto

Freyre e outros jornalistas e literatos O estilo caracterizado pela virtuose

individual principiou a ser louvado como verdadeiro e singular um artifiacutecio de

recriaccedilatildeo do modelo anglo-saxatildeo

A corrente de valorizaccedilatildeo da singularidade do futebol brasileiro parece

tornar-se hegemocircnica talvez pela qualidade empiacuterica do futebol ou ainda pela

maximizaccedilatildeo do aeacutereo culturalista e nacionalista na deacutecada de 1930

Para Roberto Damatta uma questatildeo importante eacute a que se refere agrave

construccedilatildeo da identidade nacional a partir de instituiccedilotildees auxiliares como

carnaval samba religiosidade e futebol Em contraposiccedilatildeo os paiacuteses

europeus e os Estados Unidos teriam como elementos geradores de identidade

social a Constituiccedilatildeo Federal o Congresso Nacional o Sistema Universitaacuterio a

ordem financeira a histoacuteria poliacutetica instituiccedilotildees extraordinaacuterios que seriam

centrais na criaccedilatildeo de solidariedade e identidade

Assim os domiacutenios do lazer e do esporte por sua vez seriam nesses

paiacuteses fontes secundaacuterias O autor afianccedila que a identidade se desenvolveu a

partir de fontes secundaacuterias em funccedilatildeo da estrutura poliacutetica e social natildeo

permitir a foacutermula e a mobilidade do indiviacuteduo

No dizer de Orlando Duarte ldquoO que vale mesmo eacute que em 1894 o

paulista Charles Miller nascido no Brasil em 1874 filho de ingleses e que

estudava na Inglaterra trouxe de laacute duas bolas e isso permitiu a praacutetica regular

do futebolrdquo (2004 p 28)

O futebol no Brasil comeccedilou como algo praticado apenas pela elite e

principalmente por brancos ateacute que foi se popularizando tornando-se o

esporte mais praticado no paiacutes

No tocante agrave legislaccedilatildeo que regula o esporte para alguns doutrinadores

a Lei Peleacute somente mencionou a Lei Zico natildeo abordando seu utilitaacuterio

fundamental que era completar as lacunas que a Lei Zico tinha deixado Neste

norte discorre Alvaro Melo Filho

Em 24 de Marccedilo de 1998 surge a ldquoLei Peleacuterdquo (Lei ndeg 961598) dotada de natureza reativa pontual e erraacutetica fez a ldquoclonagem juriacutedicardquo de 58 da ldquoLei Zicordquo trazendo como inovaccedilatildeo algumas ldquocontribuiccedilotildees que piorardquo o fim do ldquopasserdquo dos atletas profissionais e o consequumlente reforccedilo agrave predatoacuteria relaccedilatildeo empresaacuterio ()Aleacutem de ter situado o passe do jogador profissional de futebol esta lei regulou ainda outras diferentes situaccedilotildees e direitos nunca antes tutelados como denota Adair Esta lei veio dar agrave atividade do atleta profissional de futebol condiccedilotildees de trabalho mais razoaacuteveis e adequadas na medida em que estabeleceu os criteacuterios miacutenimos que deviam nortear essa relaccedilatildeo sobretudo quanto ao prazo premiaccedilatildeo a forma de prestaccedilatildeo de serviccedilo e a transferecircncia tanto para times brasileiros como para os do exterior Foi estabelecida a premiaccedilatildeo do atleta de 15 (quinze por cento) do valor da transaccedilatildeo no momento da transferecircncia para outra equipe (MELO FILHO 2006 p 66)

Colocando-se sobre as leis trabalhistas no futebol aparecem as

primeiras leis

Com a diminuiccedilatildeo das corporaccedilotildees surge como primeira forma juriacutedica

de relaccedilatildeo trabalhista a locaccedilatildeo de serviccedilos

No respeito total agrave liberdade volitiva do trabalhador e do empregador que se obrigavam um a prestar serviccedilos e o outro a pagar salaacuterios poreacutem sem outras implicaccedilotildees maiores quanto agraves circunstacircncias em que isso se dava O Estado natildeo interferia Havia portanto plena autonomia da locaccedilatildeo de serviccedilos na ordem econocircmica juriacutedica e social como um corpo solto no espaccedilo sujeito agraves suas proacuteprias determinaccedilotildees Como o absolutismo das corporaccedilotildees foi substituiacutedo pelo

arbiacutetrio patronal surgiu o proletariado e a questatildeo social (NASCIMENTO 2004 p 493)

Na inscriccedilatildeo Futebol e Poliacutetica Andrade de Melo enumera outras

admissiacuteveis estirpes do futebol Essas origens permaneceriam estabelecidas

entre os maias que estudavam o jogo com a cabeccedila dos adversaacuterios

derrotados ou entre os egiacutepcios que se divertiam com a brincadeira na qual

apresentavam que chutar uma bola e talvez ateacute mesmo na China onde havia

vestiacutegios de um jogo muito parecido com o futebol moderno Aleacutem disso

levanta a probabilidade de ele ter sido cometido em Roma quando admitiu

uma forma muito violenta da qual repetidamente os praticantes saiacuteam feridos

O procedimento de popularizaccedilatildeo do futebol no Brasil se deu no iniacutecio

do seacuteculo XX Jaacute no final da deacutecada de 1910 o futebol protagonizou os

processos de descoberta da identificaccedilatildeo nacional arquitetados pelos vaacuterios

agentes sociais em integraccedilatildeo Aqui eacute bem acentuado por Luiz Henrique

Toledo

Mais do que mero espetaacuteculo consumiacutevel o futebol consiste num fato da sociedade linguagem franca de domiacutenio puacuteblico dos fundamentos agraves representaccedilotildees coletivas que reencanta a dimensatildeo da vida cotidiana atraveacutes da sua esteacutetica singular (2000 p 69)

O jornalismo esportivo individualizado confere aos outros segmentos da

miacutedia como de comunicar informaccedilatildeo ministrar entretenimento aleacutem de ser

ainda responsaacutevel pela concepccedilatildeo de iacutedolos em um modelo romacircntico de

aspiraccedilatildeo social Por isso atualmente foi trocada a ideacuteia de que as informaccedilotildees

do futebol igualmente como as dos outros esportes se limitam meramente a

um jogo

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 6: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Epiacutegrafe

ldquoSucesso natildeo eacute o final falhar natildeo

eacute fatal eacute a coragem para continuar

que contardquo

WinstonChurchil

Resumo

Eacute fato notoacuterio que o futebol durante o seacuteculo XX tornou-se importante elemento constituinte da cultura brasileira Este estudo teve por objetivo analisar a respeitabilidade do aacuterbitro de futebol a partir do tratamento destinado agrave sua imagem diante dos meios de comunicaccedilatildeo especialmente no tocante a miacutedia televisiva Pretendeu-se propor uma discussatildeo sobre a relaccedilatildeo dos aacuterbitros com a impressa esportiva enfocando sua fragilidade humana diante de tantos recursos tecnoloacutegicos utilizados como ponto de referecircncia decisiva para se caracterizar uma boa ou maacute atuaccedilatildeo Para tanto procurou-se contextualizar o tema a partir de seus aspectos histoacutericos e como elemento decisivo na construccedilatildeo de uma identidade esportiva brasileira Diante disso foi preciso apontar para os fatos que marcaram sua definiccedilatildeo desde o seu surgimento passando pela evoluccedilatildeo de suas regras tendo como pano de fundo a arbitragem brasileira e mundial Desta forma pretendeu-se desvelar como se forja e se veicula a imagem do aacuterbitro atualmente no Brasil tanto dentro como fora de campo Para o desenvolvimento desta pesquisa foram consultadas bibliografias particulares da Biblioteca da FEMA-Fundaccedilatildeo Ecucacional do Municiacutepio de Assis bem como revistas cientiacuteficas dicionaacuterios e fontes eletrocircnicas basicamente a partir de dados eletrocircnicos oriundos da Internet Palavras-chave aacuterbitro comunicaccedilatildeo social imprensa esportiva futebol

Abstract

Of course soccer during the twenty century became an important element that is part of the Brazilian Culture This study has as an objective to analyze the condition of respect of the soccer referee from than the treatment according to his image in front of de means of Communication especially relating to the TV media It was intended to propose a discussion about the relationship between referees and the sporting press emphasizing their human fragility in front a lot of technology resources used as a decisive point of reference to be known for a good or a bad performance Thatrsquos why it tried to situate the subject from on its historic aspects and growth as decisive element in the construction of the Brazilian sports identity According to this it was need to point out to the facts that marked since its appearance to the definition and evolution of the mentioned rules being as a backdrop the Brazilian and world refereeing So it intended to find out how it can be invent and how can it be publicize the image of the referee nowadays in Brazil as much inside as outside the soccer field To developing of this search it was consulted private bibliographies from FEMA ndash Fundaccedilatildeo Educacional do Municiacutepio de Assis as well scientific magazines dictionaries and electronics source basically from electronics information came from the internet Keywords referees social communication soccer sporting press

Sumaacuterio

Introduccedilatildeo 09 1 Futebol e Arbitragem 12 2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social 21 3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva 30

4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol 34 Consideraccedilotildees Finais 41 Fontes 44 Referecircncias bibliograacuteficas 45

Anexo A-17 Regras do Futebol Anexo B- Erros de Arbitragem

49 55

Introduccedilatildeo

Eacute de se verificar que o futebol durante o seacuteculo XX tornou-se

importante elemento constituinte da cultura brasileira

Sua identificaccedilatildeo com a realidade cotidiana nacional por muitas vezes

perpassa os limites do bom senso e do equiliacutebrio emocional tamanho o

fanatismo que desencadeia tal predileccedilatildeo

Cumpre assinalar que a intenccedilatildeo de realizar este estudo surgiu por

consequumlecircncia da grande polecircmica principalmente entre a miacutedia e os aacuterbitros

de futebol que satildeo em muitas das vezes chegam a ser severamente punidos

pelos seus atos dentro do campo

Vale lembrar que nos dias atuais o futebol ainda eacute o esporte mais

praticado do Brasil Nas escolas clubes profissionais e sociais as chamadas

escolinhas constituem por sua vez os principais lugares nos quais estas

atividades se desenvolvem Assinale ainda que desta forma passa a atuar

como importante agente de socializaccedilatildeo

Registre-se ainda que o esporte associa milhotildees de pessoas de forma

direta e indireta atingindo grandes e pequenos centros urbanos e ateacute aacutereas

longiacutenquas das zonas rurais e tribos nos recocircnditos mais distantes do paiacutes

Ocorre que sendo esporte um fato social o mesmo deve ser tratado

como uma atividade inserida e meio agraves demais instituiccedilotildees sociais

Eacute preciso insistir no fato da amplitude da penetraccedilatildeo da praacutetica do

esporte seja como elemento de recreaccedilatildeo ou mesmo recurso profissional por

ser encontrado tanto fora quanto dentro dos sistemas educacionais

De acordo com essas observaccedilotildees entende-se que a populaccedilatildeo

brasileira ainda concede ao futebol status de superioridade em relaccedilatildeo aos

outros esportes existentes sejam eles individuais ou mesmo coletivos

Cumpre assinalar que a miacutedia trabalha com o futebol das mais diversas

formas

Por um lado o compreende como rentaacutevel fonte de recursos financeiros

por meio do uso dos milionaacuterios espaccedilos publicitaacuterios proporcionados pelas

partidas dos mais variados campeonatos transmitidos por meio de geraccedilatildeo de

imagens ao vivo por canais de televisatildeo que por sua vez estabelecem

contratos cujos valores raramente satildeo revelados

Os aacuterbitros por sua vez por serem essenciais para uma partida de

futebol tem sido alvo de parte significativa se natildeo preponderante da miacutedia

televisiva

As consequumlecircncias de seus atos podem significar para um clube derrota

ou vitoacuteria

Tais accedilotildees atualmente satildeo mostradas em detalhes pela televisatildeo

deixando o aacuterbitro exposto a todo tipo de criacutetica fundamentada com o devido

embasamento e compreensatildeo da interpretaccedilatildeo do conjunto de regras ou natildeo

Com efeito a proposta deste estudo corresponde a demonstrar como a

miacutedia televisiva pode atuar como agente influenciador na construccedilatildeo da

imagem de um aacuterbitro

Neste sentido procurar-se-aacute compreender como se constroacutei e se veicula

a imagem do aacuterbitro atualmente no Brasil tanto pelas suas accedilotildees dentro de

campo como fora do exerciacutecio desta atividade

A questatildeo problema que se coloca eacute exatamente a busca pela

descoberta de como se pode estabelecer limites para a criacutetica elaborada com

embasamento e argumentaccedilatildeo plausiacuteveis De outro lado seria possiacutevel

diagnosticar como quando e por quecirc esses limites satildeo ultrapassados

Quais seriam entatildeo as possiacuteveis consequumlecircncias para a vida pessoal

destes indiviacuteduos Como se poderia reparar os danos causados por injusticcedilas

propagadas atraveacutes da miacutedia

Em linhas gerais emissoras de televisatildeo atribuem ao arbitro parcela

significativa de responsabilidade por resultados de uma partida

Por assim dizer entende-se que eacute importante que se analise a

respeitabilidade do aacuterbitro de futebol a partir do tratamento destinado agrave sua

imagem diante dos meios de comunicaccedilatildeo especialmente no tocante a miacutedia

televisiva

Neste ponto eacute preciso que se contextualize o assunto a partir de seus

aspectos histoacutericos e de seu proacuteprio crescimento como elemento decisivo na

construccedilatildeo de uma identidade esportiva brasileira

Diante disso eacute necessaacuterio que se aponte para os fatos que marcaram

desde surgimento do futebol e por extensatildeo as regras e a arbitragem ateacute

sua definiccedilatildeo e evoluccedilatildeo de seu conjunto de regras

Conveacutem ressaltar que tem-se como pano de fundo a arbitragem

brasileira e mundial

Posta assim a questatildeo cumpre ratificar que para o desenvolvimento

deste trabalho foram consultadas bibliografias particulares revistas cientiacuteficas

dicionaacuterios e fontes eletrocircnicas basicamente a partir da Internet

CAPITULO 1

1 Futebol e Arbitragem

O futebol enquanto praacutetica esportiva sempre correspondeu a um

ambiente excepcional na procura de se determinar o brasileiro principalmente

o negro e o mesticcedilo natildeo mais por constitutivas raciais evolutivas como

diversos projetos poliacuteticos no final do seacuteculo XIX tentavam atingir

No entanto isso ocorrera mais por competecircncias psicoloacutegicas e culturais

do que a partir de um debate acerca das raccedilas O referencial adverso ao

jogador brasileiro mulato suportaria a ser o noacuterdico que se adaptaria mais a

esportes em que a forccedila fiacutesica fosse primordial como a nataccedilatildeo e o remo

enquanto o brasileiro com seu fiacutesico esquaacutelido permaneceria mais adjacente

do futebol e sua facilidade para que qualquer homem comum pudesse jogaacute-

lo

Sobre as origens remotas do futebol pode-se afirmar que o esporte foi

criado na Inglaterra no seacuteculo XIX Pois alguns pesquisadores acreditam que o

jogo de bola praticando com os peacutes e as matildeos tem sua origem na China Uma

atividade muito parecida era praticada por soldados do imperador Xeng Ti 25

seacuteculos AC A bola era feita de pele de animal recheada com ferragens

Essas atividades eram consideradas como um ritual religioso ou como

preparaccedilatildeo militar

Ao falar de futebol nos anos 1950 elucida- se o sucesso do jogador

brasileiro pelas suas origens africanas O psicoacutelogo Emilio Mira y Lopez

convocado para examinar a seleccedilatildeo que iria agrave Copa de 1966 explicou a

superioridade dos atacantes brasileiros sobre os demais especialmente os

europeus afirmando que seus genes africanos estatildeo mais vivos

Integrou- se o futebol agrave cultura brasileira coligando-o ao negro e ao

mulato notadamente por suas virtudes artiacutesticas e criativas em contraste com

uma desconfiar rigidez dos brancos europeus

Por interferecircncia dos atletas brasileiros seria presumiacutevel que fizesse

simular no cenaacuterio mundial apreciando-se a essecircncia danccedilarina

Deste modo a partir do futebol ordenou-se uma visatildeo basicamente

mesticcedila dos jogadores e da cultura A edificaccedilatildeo do futebol-arte foi uma

audaciosa afirmativa do mesticcedilo e do negro brasileiros

Neste caso teria sido asilada a tese de Gilberto Freyre sobre a

hibridez A reflexatildeo futeboliacutestica alistou-se com o individualismo romacircntico

meliacutefluo e singular com outra translaccedilatildeo da luta brasileira por uma identidade

nacional a questatildeo da miscigenaccedilatildeo

Quando se valorizam as capacidades individuais aperfeiccediloar uma

equipe constituiria somente escolher os melhores e deixaacute-los jogar Assim os

mais preparados admitiriam a melhor forma de decorrer

Um reconhecido jornalista esportivo e teacutecnico da seleccedilatildeo nacional Joatildeo

Saldanha protegeu essa compreensatildeo na fase eliminatoacuteria da Copa de 1970

Esse tipo de taacutetica soacute faz sentido quando haacute monopoacutelio na formaccedilatildeo do time o

uacutenico caso eacute a concepccedilatildeo da seleccedilatildeo nacional

No habitual nenhum clube pode contar com os melhores Assim sendo

como todo time acaba desenvolvido por indiviacuteduos de capacidades variadas

tem que de alguma forma organizaacute-los ordenaacute-los disciplinaacute-los e fazer com

que arrisquem segundo esquemas teacutecnicos e taacuteticos

Tem-se entatildeo uma tensatildeo entre a ordem instintiva dos melhores e a

imposta sobre as individualidades Em uma equipe haacute sempre jogadores que

se destacam mais que outros seja pela teacutecnica ou pelo preparo fiacutesico Para

que a individualidade desses jogadores natildeo atrapalhe a harmonia da equipe

satildeo impostas ordens teacutecnicas e taacuteticas de ordem coletiva pelo treinador de

cada time

Assim ao final de cada partida se obtecircm um resultado favoraacutevel com

ecircnfase no coletivismo e natildeo na individualidade

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte dos ideais civilizatoacuterios O futebol necessitava

acarretar a tonificaccedilatildeo de muacutesculos junto ao ldquoesprit de corpsrdquo a pedagogia da

racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo a organizaccedilatildeo estrateacutegica a consciecircncia da

equipe e a disciplina passavam a ser um ideal normativo recomendado pelo

modelo inglecircs

Contudo para os analistas da eacutepoca da introduccedilatildeo do futebol no seacuteculo

XIX tais ideais natildeo eram seguidos e nem se revolveriam hegemocircnicos no

Brasil Uma tensatildeo entre os primeiros analistas distingue para duas correntes

de opiniatildeo De um lado a dos favoraacuteveis do ideal teacutecnico dos inventores do

futebol e de outro a dos valorizadores de sua assimilaccedilatildeo singular

Tais opiniotildees se diferenciam pelo fato de uns defenderem o jogo coletivo

tornando o esporte mais democraacutetico e outros defenderem a opiniatildeo do

individualismo tornando o esporte atividade mais espetaculosa do que objetiva

com shows de dribles e gingas de atletas que tenham as referidas habilidades

e competecircncias

Por sua vez Antonio Figueiredo afianccedilava que o jogador brasileiro e os

espectadores eram inaacutebeis em relaccedilatildeo aos utilitaacuterios e ao estilo do jogo inglecircs

O modo brasileiro de jogar futebol seu abuso de dribles piruetas ou qualquer

movimentaccedilatildeo exoacutetica constituiacutea ignoracircncia e infantilidade por parte dos

espectadores que aquilatavam o cocircmico e o esteacutetico

Estaria portanto mais perto da contemplaccedilatildeo de circo do que do

esporte O modo de jogar aconselhava que os jogadores natildeo tinham a noccedilatildeo

da importacircncia dos passes da conservaccedilatildeo na funccedilatildeo preacute-situada e da

distribuiccedilatildeo das funccedilotildees individuais para conseguir uma disciplina coletiva e

ativo

O criacutetico ao falar da primeira fase do futebol no Brasil de 1902 a 1904

de acordo com sua proacutepria periodizaccedilatildeo comunica o seguinte

Bem diferente do de hoje Um back que tivesse shot forte e que atravessasse o campo era um estupendo jogador um ldquoforwardrdquo que varava sozinho por meio de dribbling a defesa contraacuteria era endeusado um half que dava cabeccediladas com esta exclusiva preocupaccedilatildeo era amado por todos [] Natildeo se conhecia estilo de jogo a utilidade dos passes a permanecircncia nas verdadeiras posiccedilotildees e natildeo dava valor agrave calma ao meacutetodo agrave disciplina Para essa gente pouco se lhe dava que o foot-ball tivesse regras tivesse princiacutepios O que ela apreciava eram as corridas vertiginosas e eficazes as piruetas dos goal-keepers (FIGUEIREDO 1918 p77)

Assim as singularidades nas formas brasileiras de jogar foram formadas

em densas narrativas ateacute se regressarem marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema de elaboraccedilatildeo de literatos

intelectuais e jornalistas de prestiacutegio na sociedade brasileira Os bons

resultados e a massificaccedilatildeo do futebol brasileiro principiados nos anos de

1920 foram ligeiramente incorporados agraves narrativas de construccedilatildeo do estilo

nacional Eacute fato que ainda havia certa tensatildeo entre ufanistas e criacuteticos do

esporte ateacute 1923

Contudo a partir de 1930 o futebol regulariza-se como pura declaraccedilatildeo

da nacionalidade nas narrativas de Maacuterio Filho Joseacute Lins do Rego Gilberto

Freyre e outros jornalistas e literatos O estilo caracterizado pela virtuose

individual principiou a ser louvado como verdadeiro e singular um artifiacutecio de

recriaccedilatildeo do modelo anglo-saxatildeo

A corrente de valorizaccedilatildeo da singularidade do futebol brasileiro parece

tornar-se hegemocircnica talvez pela qualidade empiacuterica do futebol ou ainda pela

maximizaccedilatildeo do aeacutereo culturalista e nacionalista na deacutecada de 1930

Para Roberto Damatta uma questatildeo importante eacute a que se refere agrave

construccedilatildeo da identidade nacional a partir de instituiccedilotildees auxiliares como

carnaval samba religiosidade e futebol Em contraposiccedilatildeo os paiacuteses

europeus e os Estados Unidos teriam como elementos geradores de identidade

social a Constituiccedilatildeo Federal o Congresso Nacional o Sistema Universitaacuterio a

ordem financeira a histoacuteria poliacutetica instituiccedilotildees extraordinaacuterios que seriam

centrais na criaccedilatildeo de solidariedade e identidade

Assim os domiacutenios do lazer e do esporte por sua vez seriam nesses

paiacuteses fontes secundaacuterias O autor afianccedila que a identidade se desenvolveu a

partir de fontes secundaacuterias em funccedilatildeo da estrutura poliacutetica e social natildeo

permitir a foacutermula e a mobilidade do indiviacuteduo

No dizer de Orlando Duarte ldquoO que vale mesmo eacute que em 1894 o

paulista Charles Miller nascido no Brasil em 1874 filho de ingleses e que

estudava na Inglaterra trouxe de laacute duas bolas e isso permitiu a praacutetica regular

do futebolrdquo (2004 p 28)

O futebol no Brasil comeccedilou como algo praticado apenas pela elite e

principalmente por brancos ateacute que foi se popularizando tornando-se o

esporte mais praticado no paiacutes

No tocante agrave legislaccedilatildeo que regula o esporte para alguns doutrinadores

a Lei Peleacute somente mencionou a Lei Zico natildeo abordando seu utilitaacuterio

fundamental que era completar as lacunas que a Lei Zico tinha deixado Neste

norte discorre Alvaro Melo Filho

Em 24 de Marccedilo de 1998 surge a ldquoLei Peleacuterdquo (Lei ndeg 961598) dotada de natureza reativa pontual e erraacutetica fez a ldquoclonagem juriacutedicardquo de 58 da ldquoLei Zicordquo trazendo como inovaccedilatildeo algumas ldquocontribuiccedilotildees que piorardquo o fim do ldquopasserdquo dos atletas profissionais e o consequumlente reforccedilo agrave predatoacuteria relaccedilatildeo empresaacuterio ()Aleacutem de ter situado o passe do jogador profissional de futebol esta lei regulou ainda outras diferentes situaccedilotildees e direitos nunca antes tutelados como denota Adair Esta lei veio dar agrave atividade do atleta profissional de futebol condiccedilotildees de trabalho mais razoaacuteveis e adequadas na medida em que estabeleceu os criteacuterios miacutenimos que deviam nortear essa relaccedilatildeo sobretudo quanto ao prazo premiaccedilatildeo a forma de prestaccedilatildeo de serviccedilo e a transferecircncia tanto para times brasileiros como para os do exterior Foi estabelecida a premiaccedilatildeo do atleta de 15 (quinze por cento) do valor da transaccedilatildeo no momento da transferecircncia para outra equipe (MELO FILHO 2006 p 66)

Colocando-se sobre as leis trabalhistas no futebol aparecem as

primeiras leis

Com a diminuiccedilatildeo das corporaccedilotildees surge como primeira forma juriacutedica

de relaccedilatildeo trabalhista a locaccedilatildeo de serviccedilos

No respeito total agrave liberdade volitiva do trabalhador e do empregador que se obrigavam um a prestar serviccedilos e o outro a pagar salaacuterios poreacutem sem outras implicaccedilotildees maiores quanto agraves circunstacircncias em que isso se dava O Estado natildeo interferia Havia portanto plena autonomia da locaccedilatildeo de serviccedilos na ordem econocircmica juriacutedica e social como um corpo solto no espaccedilo sujeito agraves suas proacuteprias determinaccedilotildees Como o absolutismo das corporaccedilotildees foi substituiacutedo pelo

arbiacutetrio patronal surgiu o proletariado e a questatildeo social (NASCIMENTO 2004 p 493)

Na inscriccedilatildeo Futebol e Poliacutetica Andrade de Melo enumera outras

admissiacuteveis estirpes do futebol Essas origens permaneceriam estabelecidas

entre os maias que estudavam o jogo com a cabeccedila dos adversaacuterios

derrotados ou entre os egiacutepcios que se divertiam com a brincadeira na qual

apresentavam que chutar uma bola e talvez ateacute mesmo na China onde havia

vestiacutegios de um jogo muito parecido com o futebol moderno Aleacutem disso

levanta a probabilidade de ele ter sido cometido em Roma quando admitiu

uma forma muito violenta da qual repetidamente os praticantes saiacuteam feridos

O procedimento de popularizaccedilatildeo do futebol no Brasil se deu no iniacutecio

do seacuteculo XX Jaacute no final da deacutecada de 1910 o futebol protagonizou os

processos de descoberta da identificaccedilatildeo nacional arquitetados pelos vaacuterios

agentes sociais em integraccedilatildeo Aqui eacute bem acentuado por Luiz Henrique

Toledo

Mais do que mero espetaacuteculo consumiacutevel o futebol consiste num fato da sociedade linguagem franca de domiacutenio puacuteblico dos fundamentos agraves representaccedilotildees coletivas que reencanta a dimensatildeo da vida cotidiana atraveacutes da sua esteacutetica singular (2000 p 69)

O jornalismo esportivo individualizado confere aos outros segmentos da

miacutedia como de comunicar informaccedilatildeo ministrar entretenimento aleacutem de ser

ainda responsaacutevel pela concepccedilatildeo de iacutedolos em um modelo romacircntico de

aspiraccedilatildeo social Por isso atualmente foi trocada a ideacuteia de que as informaccedilotildees

do futebol igualmente como as dos outros esportes se limitam meramente a

um jogo

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 7: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Resumo

Eacute fato notoacuterio que o futebol durante o seacuteculo XX tornou-se importante elemento constituinte da cultura brasileira Este estudo teve por objetivo analisar a respeitabilidade do aacuterbitro de futebol a partir do tratamento destinado agrave sua imagem diante dos meios de comunicaccedilatildeo especialmente no tocante a miacutedia televisiva Pretendeu-se propor uma discussatildeo sobre a relaccedilatildeo dos aacuterbitros com a impressa esportiva enfocando sua fragilidade humana diante de tantos recursos tecnoloacutegicos utilizados como ponto de referecircncia decisiva para se caracterizar uma boa ou maacute atuaccedilatildeo Para tanto procurou-se contextualizar o tema a partir de seus aspectos histoacutericos e como elemento decisivo na construccedilatildeo de uma identidade esportiva brasileira Diante disso foi preciso apontar para os fatos que marcaram sua definiccedilatildeo desde o seu surgimento passando pela evoluccedilatildeo de suas regras tendo como pano de fundo a arbitragem brasileira e mundial Desta forma pretendeu-se desvelar como se forja e se veicula a imagem do aacuterbitro atualmente no Brasil tanto dentro como fora de campo Para o desenvolvimento desta pesquisa foram consultadas bibliografias particulares da Biblioteca da FEMA-Fundaccedilatildeo Ecucacional do Municiacutepio de Assis bem como revistas cientiacuteficas dicionaacuterios e fontes eletrocircnicas basicamente a partir de dados eletrocircnicos oriundos da Internet Palavras-chave aacuterbitro comunicaccedilatildeo social imprensa esportiva futebol

Abstract

Of course soccer during the twenty century became an important element that is part of the Brazilian Culture This study has as an objective to analyze the condition of respect of the soccer referee from than the treatment according to his image in front of de means of Communication especially relating to the TV media It was intended to propose a discussion about the relationship between referees and the sporting press emphasizing their human fragility in front a lot of technology resources used as a decisive point of reference to be known for a good or a bad performance Thatrsquos why it tried to situate the subject from on its historic aspects and growth as decisive element in the construction of the Brazilian sports identity According to this it was need to point out to the facts that marked since its appearance to the definition and evolution of the mentioned rules being as a backdrop the Brazilian and world refereeing So it intended to find out how it can be invent and how can it be publicize the image of the referee nowadays in Brazil as much inside as outside the soccer field To developing of this search it was consulted private bibliographies from FEMA ndash Fundaccedilatildeo Educacional do Municiacutepio de Assis as well scientific magazines dictionaries and electronics source basically from electronics information came from the internet Keywords referees social communication soccer sporting press

Sumaacuterio

Introduccedilatildeo 09 1 Futebol e Arbitragem 12 2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social 21 3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva 30

4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol 34 Consideraccedilotildees Finais 41 Fontes 44 Referecircncias bibliograacuteficas 45

Anexo A-17 Regras do Futebol Anexo B- Erros de Arbitragem

49 55

Introduccedilatildeo

Eacute de se verificar que o futebol durante o seacuteculo XX tornou-se

importante elemento constituinte da cultura brasileira

Sua identificaccedilatildeo com a realidade cotidiana nacional por muitas vezes

perpassa os limites do bom senso e do equiliacutebrio emocional tamanho o

fanatismo que desencadeia tal predileccedilatildeo

Cumpre assinalar que a intenccedilatildeo de realizar este estudo surgiu por

consequumlecircncia da grande polecircmica principalmente entre a miacutedia e os aacuterbitros

de futebol que satildeo em muitas das vezes chegam a ser severamente punidos

pelos seus atos dentro do campo

Vale lembrar que nos dias atuais o futebol ainda eacute o esporte mais

praticado do Brasil Nas escolas clubes profissionais e sociais as chamadas

escolinhas constituem por sua vez os principais lugares nos quais estas

atividades se desenvolvem Assinale ainda que desta forma passa a atuar

como importante agente de socializaccedilatildeo

Registre-se ainda que o esporte associa milhotildees de pessoas de forma

direta e indireta atingindo grandes e pequenos centros urbanos e ateacute aacutereas

longiacutenquas das zonas rurais e tribos nos recocircnditos mais distantes do paiacutes

Ocorre que sendo esporte um fato social o mesmo deve ser tratado

como uma atividade inserida e meio agraves demais instituiccedilotildees sociais

Eacute preciso insistir no fato da amplitude da penetraccedilatildeo da praacutetica do

esporte seja como elemento de recreaccedilatildeo ou mesmo recurso profissional por

ser encontrado tanto fora quanto dentro dos sistemas educacionais

De acordo com essas observaccedilotildees entende-se que a populaccedilatildeo

brasileira ainda concede ao futebol status de superioridade em relaccedilatildeo aos

outros esportes existentes sejam eles individuais ou mesmo coletivos

Cumpre assinalar que a miacutedia trabalha com o futebol das mais diversas

formas

Por um lado o compreende como rentaacutevel fonte de recursos financeiros

por meio do uso dos milionaacuterios espaccedilos publicitaacuterios proporcionados pelas

partidas dos mais variados campeonatos transmitidos por meio de geraccedilatildeo de

imagens ao vivo por canais de televisatildeo que por sua vez estabelecem

contratos cujos valores raramente satildeo revelados

Os aacuterbitros por sua vez por serem essenciais para uma partida de

futebol tem sido alvo de parte significativa se natildeo preponderante da miacutedia

televisiva

As consequumlecircncias de seus atos podem significar para um clube derrota

ou vitoacuteria

Tais accedilotildees atualmente satildeo mostradas em detalhes pela televisatildeo

deixando o aacuterbitro exposto a todo tipo de criacutetica fundamentada com o devido

embasamento e compreensatildeo da interpretaccedilatildeo do conjunto de regras ou natildeo

Com efeito a proposta deste estudo corresponde a demonstrar como a

miacutedia televisiva pode atuar como agente influenciador na construccedilatildeo da

imagem de um aacuterbitro

Neste sentido procurar-se-aacute compreender como se constroacutei e se veicula

a imagem do aacuterbitro atualmente no Brasil tanto pelas suas accedilotildees dentro de

campo como fora do exerciacutecio desta atividade

A questatildeo problema que se coloca eacute exatamente a busca pela

descoberta de como se pode estabelecer limites para a criacutetica elaborada com

embasamento e argumentaccedilatildeo plausiacuteveis De outro lado seria possiacutevel

diagnosticar como quando e por quecirc esses limites satildeo ultrapassados

Quais seriam entatildeo as possiacuteveis consequumlecircncias para a vida pessoal

destes indiviacuteduos Como se poderia reparar os danos causados por injusticcedilas

propagadas atraveacutes da miacutedia

Em linhas gerais emissoras de televisatildeo atribuem ao arbitro parcela

significativa de responsabilidade por resultados de uma partida

Por assim dizer entende-se que eacute importante que se analise a

respeitabilidade do aacuterbitro de futebol a partir do tratamento destinado agrave sua

imagem diante dos meios de comunicaccedilatildeo especialmente no tocante a miacutedia

televisiva

Neste ponto eacute preciso que se contextualize o assunto a partir de seus

aspectos histoacutericos e de seu proacuteprio crescimento como elemento decisivo na

construccedilatildeo de uma identidade esportiva brasileira

Diante disso eacute necessaacuterio que se aponte para os fatos que marcaram

desde surgimento do futebol e por extensatildeo as regras e a arbitragem ateacute

sua definiccedilatildeo e evoluccedilatildeo de seu conjunto de regras

Conveacutem ressaltar que tem-se como pano de fundo a arbitragem

brasileira e mundial

Posta assim a questatildeo cumpre ratificar que para o desenvolvimento

deste trabalho foram consultadas bibliografias particulares revistas cientiacuteficas

dicionaacuterios e fontes eletrocircnicas basicamente a partir da Internet

CAPITULO 1

1 Futebol e Arbitragem

O futebol enquanto praacutetica esportiva sempre correspondeu a um

ambiente excepcional na procura de se determinar o brasileiro principalmente

o negro e o mesticcedilo natildeo mais por constitutivas raciais evolutivas como

diversos projetos poliacuteticos no final do seacuteculo XIX tentavam atingir

No entanto isso ocorrera mais por competecircncias psicoloacutegicas e culturais

do que a partir de um debate acerca das raccedilas O referencial adverso ao

jogador brasileiro mulato suportaria a ser o noacuterdico que se adaptaria mais a

esportes em que a forccedila fiacutesica fosse primordial como a nataccedilatildeo e o remo

enquanto o brasileiro com seu fiacutesico esquaacutelido permaneceria mais adjacente

do futebol e sua facilidade para que qualquer homem comum pudesse jogaacute-

lo

Sobre as origens remotas do futebol pode-se afirmar que o esporte foi

criado na Inglaterra no seacuteculo XIX Pois alguns pesquisadores acreditam que o

jogo de bola praticando com os peacutes e as matildeos tem sua origem na China Uma

atividade muito parecida era praticada por soldados do imperador Xeng Ti 25

seacuteculos AC A bola era feita de pele de animal recheada com ferragens

Essas atividades eram consideradas como um ritual religioso ou como

preparaccedilatildeo militar

Ao falar de futebol nos anos 1950 elucida- se o sucesso do jogador

brasileiro pelas suas origens africanas O psicoacutelogo Emilio Mira y Lopez

convocado para examinar a seleccedilatildeo que iria agrave Copa de 1966 explicou a

superioridade dos atacantes brasileiros sobre os demais especialmente os

europeus afirmando que seus genes africanos estatildeo mais vivos

Integrou- se o futebol agrave cultura brasileira coligando-o ao negro e ao

mulato notadamente por suas virtudes artiacutesticas e criativas em contraste com

uma desconfiar rigidez dos brancos europeus

Por interferecircncia dos atletas brasileiros seria presumiacutevel que fizesse

simular no cenaacuterio mundial apreciando-se a essecircncia danccedilarina

Deste modo a partir do futebol ordenou-se uma visatildeo basicamente

mesticcedila dos jogadores e da cultura A edificaccedilatildeo do futebol-arte foi uma

audaciosa afirmativa do mesticcedilo e do negro brasileiros

Neste caso teria sido asilada a tese de Gilberto Freyre sobre a

hibridez A reflexatildeo futeboliacutestica alistou-se com o individualismo romacircntico

meliacutefluo e singular com outra translaccedilatildeo da luta brasileira por uma identidade

nacional a questatildeo da miscigenaccedilatildeo

Quando se valorizam as capacidades individuais aperfeiccediloar uma

equipe constituiria somente escolher os melhores e deixaacute-los jogar Assim os

mais preparados admitiriam a melhor forma de decorrer

Um reconhecido jornalista esportivo e teacutecnico da seleccedilatildeo nacional Joatildeo

Saldanha protegeu essa compreensatildeo na fase eliminatoacuteria da Copa de 1970

Esse tipo de taacutetica soacute faz sentido quando haacute monopoacutelio na formaccedilatildeo do time o

uacutenico caso eacute a concepccedilatildeo da seleccedilatildeo nacional

No habitual nenhum clube pode contar com os melhores Assim sendo

como todo time acaba desenvolvido por indiviacuteduos de capacidades variadas

tem que de alguma forma organizaacute-los ordenaacute-los disciplinaacute-los e fazer com

que arrisquem segundo esquemas teacutecnicos e taacuteticos

Tem-se entatildeo uma tensatildeo entre a ordem instintiva dos melhores e a

imposta sobre as individualidades Em uma equipe haacute sempre jogadores que

se destacam mais que outros seja pela teacutecnica ou pelo preparo fiacutesico Para

que a individualidade desses jogadores natildeo atrapalhe a harmonia da equipe

satildeo impostas ordens teacutecnicas e taacuteticas de ordem coletiva pelo treinador de

cada time

Assim ao final de cada partida se obtecircm um resultado favoraacutevel com

ecircnfase no coletivismo e natildeo na individualidade

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte dos ideais civilizatoacuterios O futebol necessitava

acarretar a tonificaccedilatildeo de muacutesculos junto ao ldquoesprit de corpsrdquo a pedagogia da

racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo a organizaccedilatildeo estrateacutegica a consciecircncia da

equipe e a disciplina passavam a ser um ideal normativo recomendado pelo

modelo inglecircs

Contudo para os analistas da eacutepoca da introduccedilatildeo do futebol no seacuteculo

XIX tais ideais natildeo eram seguidos e nem se revolveriam hegemocircnicos no

Brasil Uma tensatildeo entre os primeiros analistas distingue para duas correntes

de opiniatildeo De um lado a dos favoraacuteveis do ideal teacutecnico dos inventores do

futebol e de outro a dos valorizadores de sua assimilaccedilatildeo singular

Tais opiniotildees se diferenciam pelo fato de uns defenderem o jogo coletivo

tornando o esporte mais democraacutetico e outros defenderem a opiniatildeo do

individualismo tornando o esporte atividade mais espetaculosa do que objetiva

com shows de dribles e gingas de atletas que tenham as referidas habilidades

e competecircncias

Por sua vez Antonio Figueiredo afianccedilava que o jogador brasileiro e os

espectadores eram inaacutebeis em relaccedilatildeo aos utilitaacuterios e ao estilo do jogo inglecircs

O modo brasileiro de jogar futebol seu abuso de dribles piruetas ou qualquer

movimentaccedilatildeo exoacutetica constituiacutea ignoracircncia e infantilidade por parte dos

espectadores que aquilatavam o cocircmico e o esteacutetico

Estaria portanto mais perto da contemplaccedilatildeo de circo do que do

esporte O modo de jogar aconselhava que os jogadores natildeo tinham a noccedilatildeo

da importacircncia dos passes da conservaccedilatildeo na funccedilatildeo preacute-situada e da

distribuiccedilatildeo das funccedilotildees individuais para conseguir uma disciplina coletiva e

ativo

O criacutetico ao falar da primeira fase do futebol no Brasil de 1902 a 1904

de acordo com sua proacutepria periodizaccedilatildeo comunica o seguinte

Bem diferente do de hoje Um back que tivesse shot forte e que atravessasse o campo era um estupendo jogador um ldquoforwardrdquo que varava sozinho por meio de dribbling a defesa contraacuteria era endeusado um half que dava cabeccediladas com esta exclusiva preocupaccedilatildeo era amado por todos [] Natildeo se conhecia estilo de jogo a utilidade dos passes a permanecircncia nas verdadeiras posiccedilotildees e natildeo dava valor agrave calma ao meacutetodo agrave disciplina Para essa gente pouco se lhe dava que o foot-ball tivesse regras tivesse princiacutepios O que ela apreciava eram as corridas vertiginosas e eficazes as piruetas dos goal-keepers (FIGUEIREDO 1918 p77)

Assim as singularidades nas formas brasileiras de jogar foram formadas

em densas narrativas ateacute se regressarem marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema de elaboraccedilatildeo de literatos

intelectuais e jornalistas de prestiacutegio na sociedade brasileira Os bons

resultados e a massificaccedilatildeo do futebol brasileiro principiados nos anos de

1920 foram ligeiramente incorporados agraves narrativas de construccedilatildeo do estilo

nacional Eacute fato que ainda havia certa tensatildeo entre ufanistas e criacuteticos do

esporte ateacute 1923

Contudo a partir de 1930 o futebol regulariza-se como pura declaraccedilatildeo

da nacionalidade nas narrativas de Maacuterio Filho Joseacute Lins do Rego Gilberto

Freyre e outros jornalistas e literatos O estilo caracterizado pela virtuose

individual principiou a ser louvado como verdadeiro e singular um artifiacutecio de

recriaccedilatildeo do modelo anglo-saxatildeo

A corrente de valorizaccedilatildeo da singularidade do futebol brasileiro parece

tornar-se hegemocircnica talvez pela qualidade empiacuterica do futebol ou ainda pela

maximizaccedilatildeo do aeacutereo culturalista e nacionalista na deacutecada de 1930

Para Roberto Damatta uma questatildeo importante eacute a que se refere agrave

construccedilatildeo da identidade nacional a partir de instituiccedilotildees auxiliares como

carnaval samba religiosidade e futebol Em contraposiccedilatildeo os paiacuteses

europeus e os Estados Unidos teriam como elementos geradores de identidade

social a Constituiccedilatildeo Federal o Congresso Nacional o Sistema Universitaacuterio a

ordem financeira a histoacuteria poliacutetica instituiccedilotildees extraordinaacuterios que seriam

centrais na criaccedilatildeo de solidariedade e identidade

Assim os domiacutenios do lazer e do esporte por sua vez seriam nesses

paiacuteses fontes secundaacuterias O autor afianccedila que a identidade se desenvolveu a

partir de fontes secundaacuterias em funccedilatildeo da estrutura poliacutetica e social natildeo

permitir a foacutermula e a mobilidade do indiviacuteduo

No dizer de Orlando Duarte ldquoO que vale mesmo eacute que em 1894 o

paulista Charles Miller nascido no Brasil em 1874 filho de ingleses e que

estudava na Inglaterra trouxe de laacute duas bolas e isso permitiu a praacutetica regular

do futebolrdquo (2004 p 28)

O futebol no Brasil comeccedilou como algo praticado apenas pela elite e

principalmente por brancos ateacute que foi se popularizando tornando-se o

esporte mais praticado no paiacutes

No tocante agrave legislaccedilatildeo que regula o esporte para alguns doutrinadores

a Lei Peleacute somente mencionou a Lei Zico natildeo abordando seu utilitaacuterio

fundamental que era completar as lacunas que a Lei Zico tinha deixado Neste

norte discorre Alvaro Melo Filho

Em 24 de Marccedilo de 1998 surge a ldquoLei Peleacuterdquo (Lei ndeg 961598) dotada de natureza reativa pontual e erraacutetica fez a ldquoclonagem juriacutedicardquo de 58 da ldquoLei Zicordquo trazendo como inovaccedilatildeo algumas ldquocontribuiccedilotildees que piorardquo o fim do ldquopasserdquo dos atletas profissionais e o consequumlente reforccedilo agrave predatoacuteria relaccedilatildeo empresaacuterio ()Aleacutem de ter situado o passe do jogador profissional de futebol esta lei regulou ainda outras diferentes situaccedilotildees e direitos nunca antes tutelados como denota Adair Esta lei veio dar agrave atividade do atleta profissional de futebol condiccedilotildees de trabalho mais razoaacuteveis e adequadas na medida em que estabeleceu os criteacuterios miacutenimos que deviam nortear essa relaccedilatildeo sobretudo quanto ao prazo premiaccedilatildeo a forma de prestaccedilatildeo de serviccedilo e a transferecircncia tanto para times brasileiros como para os do exterior Foi estabelecida a premiaccedilatildeo do atleta de 15 (quinze por cento) do valor da transaccedilatildeo no momento da transferecircncia para outra equipe (MELO FILHO 2006 p 66)

Colocando-se sobre as leis trabalhistas no futebol aparecem as

primeiras leis

Com a diminuiccedilatildeo das corporaccedilotildees surge como primeira forma juriacutedica

de relaccedilatildeo trabalhista a locaccedilatildeo de serviccedilos

No respeito total agrave liberdade volitiva do trabalhador e do empregador que se obrigavam um a prestar serviccedilos e o outro a pagar salaacuterios poreacutem sem outras implicaccedilotildees maiores quanto agraves circunstacircncias em que isso se dava O Estado natildeo interferia Havia portanto plena autonomia da locaccedilatildeo de serviccedilos na ordem econocircmica juriacutedica e social como um corpo solto no espaccedilo sujeito agraves suas proacuteprias determinaccedilotildees Como o absolutismo das corporaccedilotildees foi substituiacutedo pelo

arbiacutetrio patronal surgiu o proletariado e a questatildeo social (NASCIMENTO 2004 p 493)

Na inscriccedilatildeo Futebol e Poliacutetica Andrade de Melo enumera outras

admissiacuteveis estirpes do futebol Essas origens permaneceriam estabelecidas

entre os maias que estudavam o jogo com a cabeccedila dos adversaacuterios

derrotados ou entre os egiacutepcios que se divertiam com a brincadeira na qual

apresentavam que chutar uma bola e talvez ateacute mesmo na China onde havia

vestiacutegios de um jogo muito parecido com o futebol moderno Aleacutem disso

levanta a probabilidade de ele ter sido cometido em Roma quando admitiu

uma forma muito violenta da qual repetidamente os praticantes saiacuteam feridos

O procedimento de popularizaccedilatildeo do futebol no Brasil se deu no iniacutecio

do seacuteculo XX Jaacute no final da deacutecada de 1910 o futebol protagonizou os

processos de descoberta da identificaccedilatildeo nacional arquitetados pelos vaacuterios

agentes sociais em integraccedilatildeo Aqui eacute bem acentuado por Luiz Henrique

Toledo

Mais do que mero espetaacuteculo consumiacutevel o futebol consiste num fato da sociedade linguagem franca de domiacutenio puacuteblico dos fundamentos agraves representaccedilotildees coletivas que reencanta a dimensatildeo da vida cotidiana atraveacutes da sua esteacutetica singular (2000 p 69)

O jornalismo esportivo individualizado confere aos outros segmentos da

miacutedia como de comunicar informaccedilatildeo ministrar entretenimento aleacutem de ser

ainda responsaacutevel pela concepccedilatildeo de iacutedolos em um modelo romacircntico de

aspiraccedilatildeo social Por isso atualmente foi trocada a ideacuteia de que as informaccedilotildees

do futebol igualmente como as dos outros esportes se limitam meramente a

um jogo

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 8: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Abstract

Of course soccer during the twenty century became an important element that is part of the Brazilian Culture This study has as an objective to analyze the condition of respect of the soccer referee from than the treatment according to his image in front of de means of Communication especially relating to the TV media It was intended to propose a discussion about the relationship between referees and the sporting press emphasizing their human fragility in front a lot of technology resources used as a decisive point of reference to be known for a good or a bad performance Thatrsquos why it tried to situate the subject from on its historic aspects and growth as decisive element in the construction of the Brazilian sports identity According to this it was need to point out to the facts that marked since its appearance to the definition and evolution of the mentioned rules being as a backdrop the Brazilian and world refereeing So it intended to find out how it can be invent and how can it be publicize the image of the referee nowadays in Brazil as much inside as outside the soccer field To developing of this search it was consulted private bibliographies from FEMA ndash Fundaccedilatildeo Educacional do Municiacutepio de Assis as well scientific magazines dictionaries and electronics source basically from electronics information came from the internet Keywords referees social communication soccer sporting press

Sumaacuterio

Introduccedilatildeo 09 1 Futebol e Arbitragem 12 2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social 21 3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva 30

4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol 34 Consideraccedilotildees Finais 41 Fontes 44 Referecircncias bibliograacuteficas 45

Anexo A-17 Regras do Futebol Anexo B- Erros de Arbitragem

49 55

Introduccedilatildeo

Eacute de se verificar que o futebol durante o seacuteculo XX tornou-se

importante elemento constituinte da cultura brasileira

Sua identificaccedilatildeo com a realidade cotidiana nacional por muitas vezes

perpassa os limites do bom senso e do equiliacutebrio emocional tamanho o

fanatismo que desencadeia tal predileccedilatildeo

Cumpre assinalar que a intenccedilatildeo de realizar este estudo surgiu por

consequumlecircncia da grande polecircmica principalmente entre a miacutedia e os aacuterbitros

de futebol que satildeo em muitas das vezes chegam a ser severamente punidos

pelos seus atos dentro do campo

Vale lembrar que nos dias atuais o futebol ainda eacute o esporte mais

praticado do Brasil Nas escolas clubes profissionais e sociais as chamadas

escolinhas constituem por sua vez os principais lugares nos quais estas

atividades se desenvolvem Assinale ainda que desta forma passa a atuar

como importante agente de socializaccedilatildeo

Registre-se ainda que o esporte associa milhotildees de pessoas de forma

direta e indireta atingindo grandes e pequenos centros urbanos e ateacute aacutereas

longiacutenquas das zonas rurais e tribos nos recocircnditos mais distantes do paiacutes

Ocorre que sendo esporte um fato social o mesmo deve ser tratado

como uma atividade inserida e meio agraves demais instituiccedilotildees sociais

Eacute preciso insistir no fato da amplitude da penetraccedilatildeo da praacutetica do

esporte seja como elemento de recreaccedilatildeo ou mesmo recurso profissional por

ser encontrado tanto fora quanto dentro dos sistemas educacionais

De acordo com essas observaccedilotildees entende-se que a populaccedilatildeo

brasileira ainda concede ao futebol status de superioridade em relaccedilatildeo aos

outros esportes existentes sejam eles individuais ou mesmo coletivos

Cumpre assinalar que a miacutedia trabalha com o futebol das mais diversas

formas

Por um lado o compreende como rentaacutevel fonte de recursos financeiros

por meio do uso dos milionaacuterios espaccedilos publicitaacuterios proporcionados pelas

partidas dos mais variados campeonatos transmitidos por meio de geraccedilatildeo de

imagens ao vivo por canais de televisatildeo que por sua vez estabelecem

contratos cujos valores raramente satildeo revelados

Os aacuterbitros por sua vez por serem essenciais para uma partida de

futebol tem sido alvo de parte significativa se natildeo preponderante da miacutedia

televisiva

As consequumlecircncias de seus atos podem significar para um clube derrota

ou vitoacuteria

Tais accedilotildees atualmente satildeo mostradas em detalhes pela televisatildeo

deixando o aacuterbitro exposto a todo tipo de criacutetica fundamentada com o devido

embasamento e compreensatildeo da interpretaccedilatildeo do conjunto de regras ou natildeo

Com efeito a proposta deste estudo corresponde a demonstrar como a

miacutedia televisiva pode atuar como agente influenciador na construccedilatildeo da

imagem de um aacuterbitro

Neste sentido procurar-se-aacute compreender como se constroacutei e se veicula

a imagem do aacuterbitro atualmente no Brasil tanto pelas suas accedilotildees dentro de

campo como fora do exerciacutecio desta atividade

A questatildeo problema que se coloca eacute exatamente a busca pela

descoberta de como se pode estabelecer limites para a criacutetica elaborada com

embasamento e argumentaccedilatildeo plausiacuteveis De outro lado seria possiacutevel

diagnosticar como quando e por quecirc esses limites satildeo ultrapassados

Quais seriam entatildeo as possiacuteveis consequumlecircncias para a vida pessoal

destes indiviacuteduos Como se poderia reparar os danos causados por injusticcedilas

propagadas atraveacutes da miacutedia

Em linhas gerais emissoras de televisatildeo atribuem ao arbitro parcela

significativa de responsabilidade por resultados de uma partida

Por assim dizer entende-se que eacute importante que se analise a

respeitabilidade do aacuterbitro de futebol a partir do tratamento destinado agrave sua

imagem diante dos meios de comunicaccedilatildeo especialmente no tocante a miacutedia

televisiva

Neste ponto eacute preciso que se contextualize o assunto a partir de seus

aspectos histoacutericos e de seu proacuteprio crescimento como elemento decisivo na

construccedilatildeo de uma identidade esportiva brasileira

Diante disso eacute necessaacuterio que se aponte para os fatos que marcaram

desde surgimento do futebol e por extensatildeo as regras e a arbitragem ateacute

sua definiccedilatildeo e evoluccedilatildeo de seu conjunto de regras

Conveacutem ressaltar que tem-se como pano de fundo a arbitragem

brasileira e mundial

Posta assim a questatildeo cumpre ratificar que para o desenvolvimento

deste trabalho foram consultadas bibliografias particulares revistas cientiacuteficas

dicionaacuterios e fontes eletrocircnicas basicamente a partir da Internet

CAPITULO 1

1 Futebol e Arbitragem

O futebol enquanto praacutetica esportiva sempre correspondeu a um

ambiente excepcional na procura de se determinar o brasileiro principalmente

o negro e o mesticcedilo natildeo mais por constitutivas raciais evolutivas como

diversos projetos poliacuteticos no final do seacuteculo XIX tentavam atingir

No entanto isso ocorrera mais por competecircncias psicoloacutegicas e culturais

do que a partir de um debate acerca das raccedilas O referencial adverso ao

jogador brasileiro mulato suportaria a ser o noacuterdico que se adaptaria mais a

esportes em que a forccedila fiacutesica fosse primordial como a nataccedilatildeo e o remo

enquanto o brasileiro com seu fiacutesico esquaacutelido permaneceria mais adjacente

do futebol e sua facilidade para que qualquer homem comum pudesse jogaacute-

lo

Sobre as origens remotas do futebol pode-se afirmar que o esporte foi

criado na Inglaterra no seacuteculo XIX Pois alguns pesquisadores acreditam que o

jogo de bola praticando com os peacutes e as matildeos tem sua origem na China Uma

atividade muito parecida era praticada por soldados do imperador Xeng Ti 25

seacuteculos AC A bola era feita de pele de animal recheada com ferragens

Essas atividades eram consideradas como um ritual religioso ou como

preparaccedilatildeo militar

Ao falar de futebol nos anos 1950 elucida- se o sucesso do jogador

brasileiro pelas suas origens africanas O psicoacutelogo Emilio Mira y Lopez

convocado para examinar a seleccedilatildeo que iria agrave Copa de 1966 explicou a

superioridade dos atacantes brasileiros sobre os demais especialmente os

europeus afirmando que seus genes africanos estatildeo mais vivos

Integrou- se o futebol agrave cultura brasileira coligando-o ao negro e ao

mulato notadamente por suas virtudes artiacutesticas e criativas em contraste com

uma desconfiar rigidez dos brancos europeus

Por interferecircncia dos atletas brasileiros seria presumiacutevel que fizesse

simular no cenaacuterio mundial apreciando-se a essecircncia danccedilarina

Deste modo a partir do futebol ordenou-se uma visatildeo basicamente

mesticcedila dos jogadores e da cultura A edificaccedilatildeo do futebol-arte foi uma

audaciosa afirmativa do mesticcedilo e do negro brasileiros

Neste caso teria sido asilada a tese de Gilberto Freyre sobre a

hibridez A reflexatildeo futeboliacutestica alistou-se com o individualismo romacircntico

meliacutefluo e singular com outra translaccedilatildeo da luta brasileira por uma identidade

nacional a questatildeo da miscigenaccedilatildeo

Quando se valorizam as capacidades individuais aperfeiccediloar uma

equipe constituiria somente escolher os melhores e deixaacute-los jogar Assim os

mais preparados admitiriam a melhor forma de decorrer

Um reconhecido jornalista esportivo e teacutecnico da seleccedilatildeo nacional Joatildeo

Saldanha protegeu essa compreensatildeo na fase eliminatoacuteria da Copa de 1970

Esse tipo de taacutetica soacute faz sentido quando haacute monopoacutelio na formaccedilatildeo do time o

uacutenico caso eacute a concepccedilatildeo da seleccedilatildeo nacional

No habitual nenhum clube pode contar com os melhores Assim sendo

como todo time acaba desenvolvido por indiviacuteduos de capacidades variadas

tem que de alguma forma organizaacute-los ordenaacute-los disciplinaacute-los e fazer com

que arrisquem segundo esquemas teacutecnicos e taacuteticos

Tem-se entatildeo uma tensatildeo entre a ordem instintiva dos melhores e a

imposta sobre as individualidades Em uma equipe haacute sempre jogadores que

se destacam mais que outros seja pela teacutecnica ou pelo preparo fiacutesico Para

que a individualidade desses jogadores natildeo atrapalhe a harmonia da equipe

satildeo impostas ordens teacutecnicas e taacuteticas de ordem coletiva pelo treinador de

cada time

Assim ao final de cada partida se obtecircm um resultado favoraacutevel com

ecircnfase no coletivismo e natildeo na individualidade

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte dos ideais civilizatoacuterios O futebol necessitava

acarretar a tonificaccedilatildeo de muacutesculos junto ao ldquoesprit de corpsrdquo a pedagogia da

racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo a organizaccedilatildeo estrateacutegica a consciecircncia da

equipe e a disciplina passavam a ser um ideal normativo recomendado pelo

modelo inglecircs

Contudo para os analistas da eacutepoca da introduccedilatildeo do futebol no seacuteculo

XIX tais ideais natildeo eram seguidos e nem se revolveriam hegemocircnicos no

Brasil Uma tensatildeo entre os primeiros analistas distingue para duas correntes

de opiniatildeo De um lado a dos favoraacuteveis do ideal teacutecnico dos inventores do

futebol e de outro a dos valorizadores de sua assimilaccedilatildeo singular

Tais opiniotildees se diferenciam pelo fato de uns defenderem o jogo coletivo

tornando o esporte mais democraacutetico e outros defenderem a opiniatildeo do

individualismo tornando o esporte atividade mais espetaculosa do que objetiva

com shows de dribles e gingas de atletas que tenham as referidas habilidades

e competecircncias

Por sua vez Antonio Figueiredo afianccedilava que o jogador brasileiro e os

espectadores eram inaacutebeis em relaccedilatildeo aos utilitaacuterios e ao estilo do jogo inglecircs

O modo brasileiro de jogar futebol seu abuso de dribles piruetas ou qualquer

movimentaccedilatildeo exoacutetica constituiacutea ignoracircncia e infantilidade por parte dos

espectadores que aquilatavam o cocircmico e o esteacutetico

Estaria portanto mais perto da contemplaccedilatildeo de circo do que do

esporte O modo de jogar aconselhava que os jogadores natildeo tinham a noccedilatildeo

da importacircncia dos passes da conservaccedilatildeo na funccedilatildeo preacute-situada e da

distribuiccedilatildeo das funccedilotildees individuais para conseguir uma disciplina coletiva e

ativo

O criacutetico ao falar da primeira fase do futebol no Brasil de 1902 a 1904

de acordo com sua proacutepria periodizaccedilatildeo comunica o seguinte

Bem diferente do de hoje Um back que tivesse shot forte e que atravessasse o campo era um estupendo jogador um ldquoforwardrdquo que varava sozinho por meio de dribbling a defesa contraacuteria era endeusado um half que dava cabeccediladas com esta exclusiva preocupaccedilatildeo era amado por todos [] Natildeo se conhecia estilo de jogo a utilidade dos passes a permanecircncia nas verdadeiras posiccedilotildees e natildeo dava valor agrave calma ao meacutetodo agrave disciplina Para essa gente pouco se lhe dava que o foot-ball tivesse regras tivesse princiacutepios O que ela apreciava eram as corridas vertiginosas e eficazes as piruetas dos goal-keepers (FIGUEIREDO 1918 p77)

Assim as singularidades nas formas brasileiras de jogar foram formadas

em densas narrativas ateacute se regressarem marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema de elaboraccedilatildeo de literatos

intelectuais e jornalistas de prestiacutegio na sociedade brasileira Os bons

resultados e a massificaccedilatildeo do futebol brasileiro principiados nos anos de

1920 foram ligeiramente incorporados agraves narrativas de construccedilatildeo do estilo

nacional Eacute fato que ainda havia certa tensatildeo entre ufanistas e criacuteticos do

esporte ateacute 1923

Contudo a partir de 1930 o futebol regulariza-se como pura declaraccedilatildeo

da nacionalidade nas narrativas de Maacuterio Filho Joseacute Lins do Rego Gilberto

Freyre e outros jornalistas e literatos O estilo caracterizado pela virtuose

individual principiou a ser louvado como verdadeiro e singular um artifiacutecio de

recriaccedilatildeo do modelo anglo-saxatildeo

A corrente de valorizaccedilatildeo da singularidade do futebol brasileiro parece

tornar-se hegemocircnica talvez pela qualidade empiacuterica do futebol ou ainda pela

maximizaccedilatildeo do aeacutereo culturalista e nacionalista na deacutecada de 1930

Para Roberto Damatta uma questatildeo importante eacute a que se refere agrave

construccedilatildeo da identidade nacional a partir de instituiccedilotildees auxiliares como

carnaval samba religiosidade e futebol Em contraposiccedilatildeo os paiacuteses

europeus e os Estados Unidos teriam como elementos geradores de identidade

social a Constituiccedilatildeo Federal o Congresso Nacional o Sistema Universitaacuterio a

ordem financeira a histoacuteria poliacutetica instituiccedilotildees extraordinaacuterios que seriam

centrais na criaccedilatildeo de solidariedade e identidade

Assim os domiacutenios do lazer e do esporte por sua vez seriam nesses

paiacuteses fontes secundaacuterias O autor afianccedila que a identidade se desenvolveu a

partir de fontes secundaacuterias em funccedilatildeo da estrutura poliacutetica e social natildeo

permitir a foacutermula e a mobilidade do indiviacuteduo

No dizer de Orlando Duarte ldquoO que vale mesmo eacute que em 1894 o

paulista Charles Miller nascido no Brasil em 1874 filho de ingleses e que

estudava na Inglaterra trouxe de laacute duas bolas e isso permitiu a praacutetica regular

do futebolrdquo (2004 p 28)

O futebol no Brasil comeccedilou como algo praticado apenas pela elite e

principalmente por brancos ateacute que foi se popularizando tornando-se o

esporte mais praticado no paiacutes

No tocante agrave legislaccedilatildeo que regula o esporte para alguns doutrinadores

a Lei Peleacute somente mencionou a Lei Zico natildeo abordando seu utilitaacuterio

fundamental que era completar as lacunas que a Lei Zico tinha deixado Neste

norte discorre Alvaro Melo Filho

Em 24 de Marccedilo de 1998 surge a ldquoLei Peleacuterdquo (Lei ndeg 961598) dotada de natureza reativa pontual e erraacutetica fez a ldquoclonagem juriacutedicardquo de 58 da ldquoLei Zicordquo trazendo como inovaccedilatildeo algumas ldquocontribuiccedilotildees que piorardquo o fim do ldquopasserdquo dos atletas profissionais e o consequumlente reforccedilo agrave predatoacuteria relaccedilatildeo empresaacuterio ()Aleacutem de ter situado o passe do jogador profissional de futebol esta lei regulou ainda outras diferentes situaccedilotildees e direitos nunca antes tutelados como denota Adair Esta lei veio dar agrave atividade do atleta profissional de futebol condiccedilotildees de trabalho mais razoaacuteveis e adequadas na medida em que estabeleceu os criteacuterios miacutenimos que deviam nortear essa relaccedilatildeo sobretudo quanto ao prazo premiaccedilatildeo a forma de prestaccedilatildeo de serviccedilo e a transferecircncia tanto para times brasileiros como para os do exterior Foi estabelecida a premiaccedilatildeo do atleta de 15 (quinze por cento) do valor da transaccedilatildeo no momento da transferecircncia para outra equipe (MELO FILHO 2006 p 66)

Colocando-se sobre as leis trabalhistas no futebol aparecem as

primeiras leis

Com a diminuiccedilatildeo das corporaccedilotildees surge como primeira forma juriacutedica

de relaccedilatildeo trabalhista a locaccedilatildeo de serviccedilos

No respeito total agrave liberdade volitiva do trabalhador e do empregador que se obrigavam um a prestar serviccedilos e o outro a pagar salaacuterios poreacutem sem outras implicaccedilotildees maiores quanto agraves circunstacircncias em que isso se dava O Estado natildeo interferia Havia portanto plena autonomia da locaccedilatildeo de serviccedilos na ordem econocircmica juriacutedica e social como um corpo solto no espaccedilo sujeito agraves suas proacuteprias determinaccedilotildees Como o absolutismo das corporaccedilotildees foi substituiacutedo pelo

arbiacutetrio patronal surgiu o proletariado e a questatildeo social (NASCIMENTO 2004 p 493)

Na inscriccedilatildeo Futebol e Poliacutetica Andrade de Melo enumera outras

admissiacuteveis estirpes do futebol Essas origens permaneceriam estabelecidas

entre os maias que estudavam o jogo com a cabeccedila dos adversaacuterios

derrotados ou entre os egiacutepcios que se divertiam com a brincadeira na qual

apresentavam que chutar uma bola e talvez ateacute mesmo na China onde havia

vestiacutegios de um jogo muito parecido com o futebol moderno Aleacutem disso

levanta a probabilidade de ele ter sido cometido em Roma quando admitiu

uma forma muito violenta da qual repetidamente os praticantes saiacuteam feridos

O procedimento de popularizaccedilatildeo do futebol no Brasil se deu no iniacutecio

do seacuteculo XX Jaacute no final da deacutecada de 1910 o futebol protagonizou os

processos de descoberta da identificaccedilatildeo nacional arquitetados pelos vaacuterios

agentes sociais em integraccedilatildeo Aqui eacute bem acentuado por Luiz Henrique

Toledo

Mais do que mero espetaacuteculo consumiacutevel o futebol consiste num fato da sociedade linguagem franca de domiacutenio puacuteblico dos fundamentos agraves representaccedilotildees coletivas que reencanta a dimensatildeo da vida cotidiana atraveacutes da sua esteacutetica singular (2000 p 69)

O jornalismo esportivo individualizado confere aos outros segmentos da

miacutedia como de comunicar informaccedilatildeo ministrar entretenimento aleacutem de ser

ainda responsaacutevel pela concepccedilatildeo de iacutedolos em um modelo romacircntico de

aspiraccedilatildeo social Por isso atualmente foi trocada a ideacuteia de que as informaccedilotildees

do futebol igualmente como as dos outros esportes se limitam meramente a

um jogo

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 9: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Sumaacuterio

Introduccedilatildeo 09 1 Futebol e Arbitragem 12 2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social 21 3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva 30

4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol 34 Consideraccedilotildees Finais 41 Fontes 44 Referecircncias bibliograacuteficas 45

Anexo A-17 Regras do Futebol Anexo B- Erros de Arbitragem

49 55

Introduccedilatildeo

Eacute de se verificar que o futebol durante o seacuteculo XX tornou-se

importante elemento constituinte da cultura brasileira

Sua identificaccedilatildeo com a realidade cotidiana nacional por muitas vezes

perpassa os limites do bom senso e do equiliacutebrio emocional tamanho o

fanatismo que desencadeia tal predileccedilatildeo

Cumpre assinalar que a intenccedilatildeo de realizar este estudo surgiu por

consequumlecircncia da grande polecircmica principalmente entre a miacutedia e os aacuterbitros

de futebol que satildeo em muitas das vezes chegam a ser severamente punidos

pelos seus atos dentro do campo

Vale lembrar que nos dias atuais o futebol ainda eacute o esporte mais

praticado do Brasil Nas escolas clubes profissionais e sociais as chamadas

escolinhas constituem por sua vez os principais lugares nos quais estas

atividades se desenvolvem Assinale ainda que desta forma passa a atuar

como importante agente de socializaccedilatildeo

Registre-se ainda que o esporte associa milhotildees de pessoas de forma

direta e indireta atingindo grandes e pequenos centros urbanos e ateacute aacutereas

longiacutenquas das zonas rurais e tribos nos recocircnditos mais distantes do paiacutes

Ocorre que sendo esporte um fato social o mesmo deve ser tratado

como uma atividade inserida e meio agraves demais instituiccedilotildees sociais

Eacute preciso insistir no fato da amplitude da penetraccedilatildeo da praacutetica do

esporte seja como elemento de recreaccedilatildeo ou mesmo recurso profissional por

ser encontrado tanto fora quanto dentro dos sistemas educacionais

De acordo com essas observaccedilotildees entende-se que a populaccedilatildeo

brasileira ainda concede ao futebol status de superioridade em relaccedilatildeo aos

outros esportes existentes sejam eles individuais ou mesmo coletivos

Cumpre assinalar que a miacutedia trabalha com o futebol das mais diversas

formas

Por um lado o compreende como rentaacutevel fonte de recursos financeiros

por meio do uso dos milionaacuterios espaccedilos publicitaacuterios proporcionados pelas

partidas dos mais variados campeonatos transmitidos por meio de geraccedilatildeo de

imagens ao vivo por canais de televisatildeo que por sua vez estabelecem

contratos cujos valores raramente satildeo revelados

Os aacuterbitros por sua vez por serem essenciais para uma partida de

futebol tem sido alvo de parte significativa se natildeo preponderante da miacutedia

televisiva

As consequumlecircncias de seus atos podem significar para um clube derrota

ou vitoacuteria

Tais accedilotildees atualmente satildeo mostradas em detalhes pela televisatildeo

deixando o aacuterbitro exposto a todo tipo de criacutetica fundamentada com o devido

embasamento e compreensatildeo da interpretaccedilatildeo do conjunto de regras ou natildeo

Com efeito a proposta deste estudo corresponde a demonstrar como a

miacutedia televisiva pode atuar como agente influenciador na construccedilatildeo da

imagem de um aacuterbitro

Neste sentido procurar-se-aacute compreender como se constroacutei e se veicula

a imagem do aacuterbitro atualmente no Brasil tanto pelas suas accedilotildees dentro de

campo como fora do exerciacutecio desta atividade

A questatildeo problema que se coloca eacute exatamente a busca pela

descoberta de como se pode estabelecer limites para a criacutetica elaborada com

embasamento e argumentaccedilatildeo plausiacuteveis De outro lado seria possiacutevel

diagnosticar como quando e por quecirc esses limites satildeo ultrapassados

Quais seriam entatildeo as possiacuteveis consequumlecircncias para a vida pessoal

destes indiviacuteduos Como se poderia reparar os danos causados por injusticcedilas

propagadas atraveacutes da miacutedia

Em linhas gerais emissoras de televisatildeo atribuem ao arbitro parcela

significativa de responsabilidade por resultados de uma partida

Por assim dizer entende-se que eacute importante que se analise a

respeitabilidade do aacuterbitro de futebol a partir do tratamento destinado agrave sua

imagem diante dos meios de comunicaccedilatildeo especialmente no tocante a miacutedia

televisiva

Neste ponto eacute preciso que se contextualize o assunto a partir de seus

aspectos histoacutericos e de seu proacuteprio crescimento como elemento decisivo na

construccedilatildeo de uma identidade esportiva brasileira

Diante disso eacute necessaacuterio que se aponte para os fatos que marcaram

desde surgimento do futebol e por extensatildeo as regras e a arbitragem ateacute

sua definiccedilatildeo e evoluccedilatildeo de seu conjunto de regras

Conveacutem ressaltar que tem-se como pano de fundo a arbitragem

brasileira e mundial

Posta assim a questatildeo cumpre ratificar que para o desenvolvimento

deste trabalho foram consultadas bibliografias particulares revistas cientiacuteficas

dicionaacuterios e fontes eletrocircnicas basicamente a partir da Internet

CAPITULO 1

1 Futebol e Arbitragem

O futebol enquanto praacutetica esportiva sempre correspondeu a um

ambiente excepcional na procura de se determinar o brasileiro principalmente

o negro e o mesticcedilo natildeo mais por constitutivas raciais evolutivas como

diversos projetos poliacuteticos no final do seacuteculo XIX tentavam atingir

No entanto isso ocorrera mais por competecircncias psicoloacutegicas e culturais

do que a partir de um debate acerca das raccedilas O referencial adverso ao

jogador brasileiro mulato suportaria a ser o noacuterdico que se adaptaria mais a

esportes em que a forccedila fiacutesica fosse primordial como a nataccedilatildeo e o remo

enquanto o brasileiro com seu fiacutesico esquaacutelido permaneceria mais adjacente

do futebol e sua facilidade para que qualquer homem comum pudesse jogaacute-

lo

Sobre as origens remotas do futebol pode-se afirmar que o esporte foi

criado na Inglaterra no seacuteculo XIX Pois alguns pesquisadores acreditam que o

jogo de bola praticando com os peacutes e as matildeos tem sua origem na China Uma

atividade muito parecida era praticada por soldados do imperador Xeng Ti 25

seacuteculos AC A bola era feita de pele de animal recheada com ferragens

Essas atividades eram consideradas como um ritual religioso ou como

preparaccedilatildeo militar

Ao falar de futebol nos anos 1950 elucida- se o sucesso do jogador

brasileiro pelas suas origens africanas O psicoacutelogo Emilio Mira y Lopez

convocado para examinar a seleccedilatildeo que iria agrave Copa de 1966 explicou a

superioridade dos atacantes brasileiros sobre os demais especialmente os

europeus afirmando que seus genes africanos estatildeo mais vivos

Integrou- se o futebol agrave cultura brasileira coligando-o ao negro e ao

mulato notadamente por suas virtudes artiacutesticas e criativas em contraste com

uma desconfiar rigidez dos brancos europeus

Por interferecircncia dos atletas brasileiros seria presumiacutevel que fizesse

simular no cenaacuterio mundial apreciando-se a essecircncia danccedilarina

Deste modo a partir do futebol ordenou-se uma visatildeo basicamente

mesticcedila dos jogadores e da cultura A edificaccedilatildeo do futebol-arte foi uma

audaciosa afirmativa do mesticcedilo e do negro brasileiros

Neste caso teria sido asilada a tese de Gilberto Freyre sobre a

hibridez A reflexatildeo futeboliacutestica alistou-se com o individualismo romacircntico

meliacutefluo e singular com outra translaccedilatildeo da luta brasileira por uma identidade

nacional a questatildeo da miscigenaccedilatildeo

Quando se valorizam as capacidades individuais aperfeiccediloar uma

equipe constituiria somente escolher os melhores e deixaacute-los jogar Assim os

mais preparados admitiriam a melhor forma de decorrer

Um reconhecido jornalista esportivo e teacutecnico da seleccedilatildeo nacional Joatildeo

Saldanha protegeu essa compreensatildeo na fase eliminatoacuteria da Copa de 1970

Esse tipo de taacutetica soacute faz sentido quando haacute monopoacutelio na formaccedilatildeo do time o

uacutenico caso eacute a concepccedilatildeo da seleccedilatildeo nacional

No habitual nenhum clube pode contar com os melhores Assim sendo

como todo time acaba desenvolvido por indiviacuteduos de capacidades variadas

tem que de alguma forma organizaacute-los ordenaacute-los disciplinaacute-los e fazer com

que arrisquem segundo esquemas teacutecnicos e taacuteticos

Tem-se entatildeo uma tensatildeo entre a ordem instintiva dos melhores e a

imposta sobre as individualidades Em uma equipe haacute sempre jogadores que

se destacam mais que outros seja pela teacutecnica ou pelo preparo fiacutesico Para

que a individualidade desses jogadores natildeo atrapalhe a harmonia da equipe

satildeo impostas ordens teacutecnicas e taacuteticas de ordem coletiva pelo treinador de

cada time

Assim ao final de cada partida se obtecircm um resultado favoraacutevel com

ecircnfase no coletivismo e natildeo na individualidade

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte dos ideais civilizatoacuterios O futebol necessitava

acarretar a tonificaccedilatildeo de muacutesculos junto ao ldquoesprit de corpsrdquo a pedagogia da

racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo a organizaccedilatildeo estrateacutegica a consciecircncia da

equipe e a disciplina passavam a ser um ideal normativo recomendado pelo

modelo inglecircs

Contudo para os analistas da eacutepoca da introduccedilatildeo do futebol no seacuteculo

XIX tais ideais natildeo eram seguidos e nem se revolveriam hegemocircnicos no

Brasil Uma tensatildeo entre os primeiros analistas distingue para duas correntes

de opiniatildeo De um lado a dos favoraacuteveis do ideal teacutecnico dos inventores do

futebol e de outro a dos valorizadores de sua assimilaccedilatildeo singular

Tais opiniotildees se diferenciam pelo fato de uns defenderem o jogo coletivo

tornando o esporte mais democraacutetico e outros defenderem a opiniatildeo do

individualismo tornando o esporte atividade mais espetaculosa do que objetiva

com shows de dribles e gingas de atletas que tenham as referidas habilidades

e competecircncias

Por sua vez Antonio Figueiredo afianccedilava que o jogador brasileiro e os

espectadores eram inaacutebeis em relaccedilatildeo aos utilitaacuterios e ao estilo do jogo inglecircs

O modo brasileiro de jogar futebol seu abuso de dribles piruetas ou qualquer

movimentaccedilatildeo exoacutetica constituiacutea ignoracircncia e infantilidade por parte dos

espectadores que aquilatavam o cocircmico e o esteacutetico

Estaria portanto mais perto da contemplaccedilatildeo de circo do que do

esporte O modo de jogar aconselhava que os jogadores natildeo tinham a noccedilatildeo

da importacircncia dos passes da conservaccedilatildeo na funccedilatildeo preacute-situada e da

distribuiccedilatildeo das funccedilotildees individuais para conseguir uma disciplina coletiva e

ativo

O criacutetico ao falar da primeira fase do futebol no Brasil de 1902 a 1904

de acordo com sua proacutepria periodizaccedilatildeo comunica o seguinte

Bem diferente do de hoje Um back que tivesse shot forte e que atravessasse o campo era um estupendo jogador um ldquoforwardrdquo que varava sozinho por meio de dribbling a defesa contraacuteria era endeusado um half que dava cabeccediladas com esta exclusiva preocupaccedilatildeo era amado por todos [] Natildeo se conhecia estilo de jogo a utilidade dos passes a permanecircncia nas verdadeiras posiccedilotildees e natildeo dava valor agrave calma ao meacutetodo agrave disciplina Para essa gente pouco se lhe dava que o foot-ball tivesse regras tivesse princiacutepios O que ela apreciava eram as corridas vertiginosas e eficazes as piruetas dos goal-keepers (FIGUEIREDO 1918 p77)

Assim as singularidades nas formas brasileiras de jogar foram formadas

em densas narrativas ateacute se regressarem marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema de elaboraccedilatildeo de literatos

intelectuais e jornalistas de prestiacutegio na sociedade brasileira Os bons

resultados e a massificaccedilatildeo do futebol brasileiro principiados nos anos de

1920 foram ligeiramente incorporados agraves narrativas de construccedilatildeo do estilo

nacional Eacute fato que ainda havia certa tensatildeo entre ufanistas e criacuteticos do

esporte ateacute 1923

Contudo a partir de 1930 o futebol regulariza-se como pura declaraccedilatildeo

da nacionalidade nas narrativas de Maacuterio Filho Joseacute Lins do Rego Gilberto

Freyre e outros jornalistas e literatos O estilo caracterizado pela virtuose

individual principiou a ser louvado como verdadeiro e singular um artifiacutecio de

recriaccedilatildeo do modelo anglo-saxatildeo

A corrente de valorizaccedilatildeo da singularidade do futebol brasileiro parece

tornar-se hegemocircnica talvez pela qualidade empiacuterica do futebol ou ainda pela

maximizaccedilatildeo do aeacutereo culturalista e nacionalista na deacutecada de 1930

Para Roberto Damatta uma questatildeo importante eacute a que se refere agrave

construccedilatildeo da identidade nacional a partir de instituiccedilotildees auxiliares como

carnaval samba religiosidade e futebol Em contraposiccedilatildeo os paiacuteses

europeus e os Estados Unidos teriam como elementos geradores de identidade

social a Constituiccedilatildeo Federal o Congresso Nacional o Sistema Universitaacuterio a

ordem financeira a histoacuteria poliacutetica instituiccedilotildees extraordinaacuterios que seriam

centrais na criaccedilatildeo de solidariedade e identidade

Assim os domiacutenios do lazer e do esporte por sua vez seriam nesses

paiacuteses fontes secundaacuterias O autor afianccedila que a identidade se desenvolveu a

partir de fontes secundaacuterias em funccedilatildeo da estrutura poliacutetica e social natildeo

permitir a foacutermula e a mobilidade do indiviacuteduo

No dizer de Orlando Duarte ldquoO que vale mesmo eacute que em 1894 o

paulista Charles Miller nascido no Brasil em 1874 filho de ingleses e que

estudava na Inglaterra trouxe de laacute duas bolas e isso permitiu a praacutetica regular

do futebolrdquo (2004 p 28)

O futebol no Brasil comeccedilou como algo praticado apenas pela elite e

principalmente por brancos ateacute que foi se popularizando tornando-se o

esporte mais praticado no paiacutes

No tocante agrave legislaccedilatildeo que regula o esporte para alguns doutrinadores

a Lei Peleacute somente mencionou a Lei Zico natildeo abordando seu utilitaacuterio

fundamental que era completar as lacunas que a Lei Zico tinha deixado Neste

norte discorre Alvaro Melo Filho

Em 24 de Marccedilo de 1998 surge a ldquoLei Peleacuterdquo (Lei ndeg 961598) dotada de natureza reativa pontual e erraacutetica fez a ldquoclonagem juriacutedicardquo de 58 da ldquoLei Zicordquo trazendo como inovaccedilatildeo algumas ldquocontribuiccedilotildees que piorardquo o fim do ldquopasserdquo dos atletas profissionais e o consequumlente reforccedilo agrave predatoacuteria relaccedilatildeo empresaacuterio ()Aleacutem de ter situado o passe do jogador profissional de futebol esta lei regulou ainda outras diferentes situaccedilotildees e direitos nunca antes tutelados como denota Adair Esta lei veio dar agrave atividade do atleta profissional de futebol condiccedilotildees de trabalho mais razoaacuteveis e adequadas na medida em que estabeleceu os criteacuterios miacutenimos que deviam nortear essa relaccedilatildeo sobretudo quanto ao prazo premiaccedilatildeo a forma de prestaccedilatildeo de serviccedilo e a transferecircncia tanto para times brasileiros como para os do exterior Foi estabelecida a premiaccedilatildeo do atleta de 15 (quinze por cento) do valor da transaccedilatildeo no momento da transferecircncia para outra equipe (MELO FILHO 2006 p 66)

Colocando-se sobre as leis trabalhistas no futebol aparecem as

primeiras leis

Com a diminuiccedilatildeo das corporaccedilotildees surge como primeira forma juriacutedica

de relaccedilatildeo trabalhista a locaccedilatildeo de serviccedilos

No respeito total agrave liberdade volitiva do trabalhador e do empregador que se obrigavam um a prestar serviccedilos e o outro a pagar salaacuterios poreacutem sem outras implicaccedilotildees maiores quanto agraves circunstacircncias em que isso se dava O Estado natildeo interferia Havia portanto plena autonomia da locaccedilatildeo de serviccedilos na ordem econocircmica juriacutedica e social como um corpo solto no espaccedilo sujeito agraves suas proacuteprias determinaccedilotildees Como o absolutismo das corporaccedilotildees foi substituiacutedo pelo

arbiacutetrio patronal surgiu o proletariado e a questatildeo social (NASCIMENTO 2004 p 493)

Na inscriccedilatildeo Futebol e Poliacutetica Andrade de Melo enumera outras

admissiacuteveis estirpes do futebol Essas origens permaneceriam estabelecidas

entre os maias que estudavam o jogo com a cabeccedila dos adversaacuterios

derrotados ou entre os egiacutepcios que se divertiam com a brincadeira na qual

apresentavam que chutar uma bola e talvez ateacute mesmo na China onde havia

vestiacutegios de um jogo muito parecido com o futebol moderno Aleacutem disso

levanta a probabilidade de ele ter sido cometido em Roma quando admitiu

uma forma muito violenta da qual repetidamente os praticantes saiacuteam feridos

O procedimento de popularizaccedilatildeo do futebol no Brasil se deu no iniacutecio

do seacuteculo XX Jaacute no final da deacutecada de 1910 o futebol protagonizou os

processos de descoberta da identificaccedilatildeo nacional arquitetados pelos vaacuterios

agentes sociais em integraccedilatildeo Aqui eacute bem acentuado por Luiz Henrique

Toledo

Mais do que mero espetaacuteculo consumiacutevel o futebol consiste num fato da sociedade linguagem franca de domiacutenio puacuteblico dos fundamentos agraves representaccedilotildees coletivas que reencanta a dimensatildeo da vida cotidiana atraveacutes da sua esteacutetica singular (2000 p 69)

O jornalismo esportivo individualizado confere aos outros segmentos da

miacutedia como de comunicar informaccedilatildeo ministrar entretenimento aleacutem de ser

ainda responsaacutevel pela concepccedilatildeo de iacutedolos em um modelo romacircntico de

aspiraccedilatildeo social Por isso atualmente foi trocada a ideacuteia de que as informaccedilotildees

do futebol igualmente como as dos outros esportes se limitam meramente a

um jogo

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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MIRA Y LOPEZ Emilio Futebol e psicologia Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1964

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SIMON Carlos E Na diagonal do campo Satildeo Leopoldo Unisinos 2004 TOLEDO Luiz H No paiacutes do futebol Rio de Janeiro Zahar 2000 VALVERDE David Lucio de Arruda A Odisseacuteia Esportiva Paulista do Association ao Profissionalismo Assis 1999 Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Histoacuteria FCL-Faculdade de Ciecircncias e Letras de Assis UNESP WOLF Mauro Teorias da Comunicaccedilatildeo Lisboa Editorial Presenccedila 1995

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 10: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Introduccedilatildeo

Eacute de se verificar que o futebol durante o seacuteculo XX tornou-se

importante elemento constituinte da cultura brasileira

Sua identificaccedilatildeo com a realidade cotidiana nacional por muitas vezes

perpassa os limites do bom senso e do equiliacutebrio emocional tamanho o

fanatismo que desencadeia tal predileccedilatildeo

Cumpre assinalar que a intenccedilatildeo de realizar este estudo surgiu por

consequumlecircncia da grande polecircmica principalmente entre a miacutedia e os aacuterbitros

de futebol que satildeo em muitas das vezes chegam a ser severamente punidos

pelos seus atos dentro do campo

Vale lembrar que nos dias atuais o futebol ainda eacute o esporte mais

praticado do Brasil Nas escolas clubes profissionais e sociais as chamadas

escolinhas constituem por sua vez os principais lugares nos quais estas

atividades se desenvolvem Assinale ainda que desta forma passa a atuar

como importante agente de socializaccedilatildeo

Registre-se ainda que o esporte associa milhotildees de pessoas de forma

direta e indireta atingindo grandes e pequenos centros urbanos e ateacute aacutereas

longiacutenquas das zonas rurais e tribos nos recocircnditos mais distantes do paiacutes

Ocorre que sendo esporte um fato social o mesmo deve ser tratado

como uma atividade inserida e meio agraves demais instituiccedilotildees sociais

Eacute preciso insistir no fato da amplitude da penetraccedilatildeo da praacutetica do

esporte seja como elemento de recreaccedilatildeo ou mesmo recurso profissional por

ser encontrado tanto fora quanto dentro dos sistemas educacionais

De acordo com essas observaccedilotildees entende-se que a populaccedilatildeo

brasileira ainda concede ao futebol status de superioridade em relaccedilatildeo aos

outros esportes existentes sejam eles individuais ou mesmo coletivos

Cumpre assinalar que a miacutedia trabalha com o futebol das mais diversas

formas

Por um lado o compreende como rentaacutevel fonte de recursos financeiros

por meio do uso dos milionaacuterios espaccedilos publicitaacuterios proporcionados pelas

partidas dos mais variados campeonatos transmitidos por meio de geraccedilatildeo de

imagens ao vivo por canais de televisatildeo que por sua vez estabelecem

contratos cujos valores raramente satildeo revelados

Os aacuterbitros por sua vez por serem essenciais para uma partida de

futebol tem sido alvo de parte significativa se natildeo preponderante da miacutedia

televisiva

As consequumlecircncias de seus atos podem significar para um clube derrota

ou vitoacuteria

Tais accedilotildees atualmente satildeo mostradas em detalhes pela televisatildeo

deixando o aacuterbitro exposto a todo tipo de criacutetica fundamentada com o devido

embasamento e compreensatildeo da interpretaccedilatildeo do conjunto de regras ou natildeo

Com efeito a proposta deste estudo corresponde a demonstrar como a

miacutedia televisiva pode atuar como agente influenciador na construccedilatildeo da

imagem de um aacuterbitro

Neste sentido procurar-se-aacute compreender como se constroacutei e se veicula

a imagem do aacuterbitro atualmente no Brasil tanto pelas suas accedilotildees dentro de

campo como fora do exerciacutecio desta atividade

A questatildeo problema que se coloca eacute exatamente a busca pela

descoberta de como se pode estabelecer limites para a criacutetica elaborada com

embasamento e argumentaccedilatildeo plausiacuteveis De outro lado seria possiacutevel

diagnosticar como quando e por quecirc esses limites satildeo ultrapassados

Quais seriam entatildeo as possiacuteveis consequumlecircncias para a vida pessoal

destes indiviacuteduos Como se poderia reparar os danos causados por injusticcedilas

propagadas atraveacutes da miacutedia

Em linhas gerais emissoras de televisatildeo atribuem ao arbitro parcela

significativa de responsabilidade por resultados de uma partida

Por assim dizer entende-se que eacute importante que se analise a

respeitabilidade do aacuterbitro de futebol a partir do tratamento destinado agrave sua

imagem diante dos meios de comunicaccedilatildeo especialmente no tocante a miacutedia

televisiva

Neste ponto eacute preciso que se contextualize o assunto a partir de seus

aspectos histoacutericos e de seu proacuteprio crescimento como elemento decisivo na

construccedilatildeo de uma identidade esportiva brasileira

Diante disso eacute necessaacuterio que se aponte para os fatos que marcaram

desde surgimento do futebol e por extensatildeo as regras e a arbitragem ateacute

sua definiccedilatildeo e evoluccedilatildeo de seu conjunto de regras

Conveacutem ressaltar que tem-se como pano de fundo a arbitragem

brasileira e mundial

Posta assim a questatildeo cumpre ratificar que para o desenvolvimento

deste trabalho foram consultadas bibliografias particulares revistas cientiacuteficas

dicionaacuterios e fontes eletrocircnicas basicamente a partir da Internet

CAPITULO 1

1 Futebol e Arbitragem

O futebol enquanto praacutetica esportiva sempre correspondeu a um

ambiente excepcional na procura de se determinar o brasileiro principalmente

o negro e o mesticcedilo natildeo mais por constitutivas raciais evolutivas como

diversos projetos poliacuteticos no final do seacuteculo XIX tentavam atingir

No entanto isso ocorrera mais por competecircncias psicoloacutegicas e culturais

do que a partir de um debate acerca das raccedilas O referencial adverso ao

jogador brasileiro mulato suportaria a ser o noacuterdico que se adaptaria mais a

esportes em que a forccedila fiacutesica fosse primordial como a nataccedilatildeo e o remo

enquanto o brasileiro com seu fiacutesico esquaacutelido permaneceria mais adjacente

do futebol e sua facilidade para que qualquer homem comum pudesse jogaacute-

lo

Sobre as origens remotas do futebol pode-se afirmar que o esporte foi

criado na Inglaterra no seacuteculo XIX Pois alguns pesquisadores acreditam que o

jogo de bola praticando com os peacutes e as matildeos tem sua origem na China Uma

atividade muito parecida era praticada por soldados do imperador Xeng Ti 25

seacuteculos AC A bola era feita de pele de animal recheada com ferragens

Essas atividades eram consideradas como um ritual religioso ou como

preparaccedilatildeo militar

Ao falar de futebol nos anos 1950 elucida- se o sucesso do jogador

brasileiro pelas suas origens africanas O psicoacutelogo Emilio Mira y Lopez

convocado para examinar a seleccedilatildeo que iria agrave Copa de 1966 explicou a

superioridade dos atacantes brasileiros sobre os demais especialmente os

europeus afirmando que seus genes africanos estatildeo mais vivos

Integrou- se o futebol agrave cultura brasileira coligando-o ao negro e ao

mulato notadamente por suas virtudes artiacutesticas e criativas em contraste com

uma desconfiar rigidez dos brancos europeus

Por interferecircncia dos atletas brasileiros seria presumiacutevel que fizesse

simular no cenaacuterio mundial apreciando-se a essecircncia danccedilarina

Deste modo a partir do futebol ordenou-se uma visatildeo basicamente

mesticcedila dos jogadores e da cultura A edificaccedilatildeo do futebol-arte foi uma

audaciosa afirmativa do mesticcedilo e do negro brasileiros

Neste caso teria sido asilada a tese de Gilberto Freyre sobre a

hibridez A reflexatildeo futeboliacutestica alistou-se com o individualismo romacircntico

meliacutefluo e singular com outra translaccedilatildeo da luta brasileira por uma identidade

nacional a questatildeo da miscigenaccedilatildeo

Quando se valorizam as capacidades individuais aperfeiccediloar uma

equipe constituiria somente escolher os melhores e deixaacute-los jogar Assim os

mais preparados admitiriam a melhor forma de decorrer

Um reconhecido jornalista esportivo e teacutecnico da seleccedilatildeo nacional Joatildeo

Saldanha protegeu essa compreensatildeo na fase eliminatoacuteria da Copa de 1970

Esse tipo de taacutetica soacute faz sentido quando haacute monopoacutelio na formaccedilatildeo do time o

uacutenico caso eacute a concepccedilatildeo da seleccedilatildeo nacional

No habitual nenhum clube pode contar com os melhores Assim sendo

como todo time acaba desenvolvido por indiviacuteduos de capacidades variadas

tem que de alguma forma organizaacute-los ordenaacute-los disciplinaacute-los e fazer com

que arrisquem segundo esquemas teacutecnicos e taacuteticos

Tem-se entatildeo uma tensatildeo entre a ordem instintiva dos melhores e a

imposta sobre as individualidades Em uma equipe haacute sempre jogadores que

se destacam mais que outros seja pela teacutecnica ou pelo preparo fiacutesico Para

que a individualidade desses jogadores natildeo atrapalhe a harmonia da equipe

satildeo impostas ordens teacutecnicas e taacuteticas de ordem coletiva pelo treinador de

cada time

Assim ao final de cada partida se obtecircm um resultado favoraacutevel com

ecircnfase no coletivismo e natildeo na individualidade

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte dos ideais civilizatoacuterios O futebol necessitava

acarretar a tonificaccedilatildeo de muacutesculos junto ao ldquoesprit de corpsrdquo a pedagogia da

racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo a organizaccedilatildeo estrateacutegica a consciecircncia da

equipe e a disciplina passavam a ser um ideal normativo recomendado pelo

modelo inglecircs

Contudo para os analistas da eacutepoca da introduccedilatildeo do futebol no seacuteculo

XIX tais ideais natildeo eram seguidos e nem se revolveriam hegemocircnicos no

Brasil Uma tensatildeo entre os primeiros analistas distingue para duas correntes

de opiniatildeo De um lado a dos favoraacuteveis do ideal teacutecnico dos inventores do

futebol e de outro a dos valorizadores de sua assimilaccedilatildeo singular

Tais opiniotildees se diferenciam pelo fato de uns defenderem o jogo coletivo

tornando o esporte mais democraacutetico e outros defenderem a opiniatildeo do

individualismo tornando o esporte atividade mais espetaculosa do que objetiva

com shows de dribles e gingas de atletas que tenham as referidas habilidades

e competecircncias

Por sua vez Antonio Figueiredo afianccedilava que o jogador brasileiro e os

espectadores eram inaacutebeis em relaccedilatildeo aos utilitaacuterios e ao estilo do jogo inglecircs

O modo brasileiro de jogar futebol seu abuso de dribles piruetas ou qualquer

movimentaccedilatildeo exoacutetica constituiacutea ignoracircncia e infantilidade por parte dos

espectadores que aquilatavam o cocircmico e o esteacutetico

Estaria portanto mais perto da contemplaccedilatildeo de circo do que do

esporte O modo de jogar aconselhava que os jogadores natildeo tinham a noccedilatildeo

da importacircncia dos passes da conservaccedilatildeo na funccedilatildeo preacute-situada e da

distribuiccedilatildeo das funccedilotildees individuais para conseguir uma disciplina coletiva e

ativo

O criacutetico ao falar da primeira fase do futebol no Brasil de 1902 a 1904

de acordo com sua proacutepria periodizaccedilatildeo comunica o seguinte

Bem diferente do de hoje Um back que tivesse shot forte e que atravessasse o campo era um estupendo jogador um ldquoforwardrdquo que varava sozinho por meio de dribbling a defesa contraacuteria era endeusado um half que dava cabeccediladas com esta exclusiva preocupaccedilatildeo era amado por todos [] Natildeo se conhecia estilo de jogo a utilidade dos passes a permanecircncia nas verdadeiras posiccedilotildees e natildeo dava valor agrave calma ao meacutetodo agrave disciplina Para essa gente pouco se lhe dava que o foot-ball tivesse regras tivesse princiacutepios O que ela apreciava eram as corridas vertiginosas e eficazes as piruetas dos goal-keepers (FIGUEIREDO 1918 p77)

Assim as singularidades nas formas brasileiras de jogar foram formadas

em densas narrativas ateacute se regressarem marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema de elaboraccedilatildeo de literatos

intelectuais e jornalistas de prestiacutegio na sociedade brasileira Os bons

resultados e a massificaccedilatildeo do futebol brasileiro principiados nos anos de

1920 foram ligeiramente incorporados agraves narrativas de construccedilatildeo do estilo

nacional Eacute fato que ainda havia certa tensatildeo entre ufanistas e criacuteticos do

esporte ateacute 1923

Contudo a partir de 1930 o futebol regulariza-se como pura declaraccedilatildeo

da nacionalidade nas narrativas de Maacuterio Filho Joseacute Lins do Rego Gilberto

Freyre e outros jornalistas e literatos O estilo caracterizado pela virtuose

individual principiou a ser louvado como verdadeiro e singular um artifiacutecio de

recriaccedilatildeo do modelo anglo-saxatildeo

A corrente de valorizaccedilatildeo da singularidade do futebol brasileiro parece

tornar-se hegemocircnica talvez pela qualidade empiacuterica do futebol ou ainda pela

maximizaccedilatildeo do aeacutereo culturalista e nacionalista na deacutecada de 1930

Para Roberto Damatta uma questatildeo importante eacute a que se refere agrave

construccedilatildeo da identidade nacional a partir de instituiccedilotildees auxiliares como

carnaval samba religiosidade e futebol Em contraposiccedilatildeo os paiacuteses

europeus e os Estados Unidos teriam como elementos geradores de identidade

social a Constituiccedilatildeo Federal o Congresso Nacional o Sistema Universitaacuterio a

ordem financeira a histoacuteria poliacutetica instituiccedilotildees extraordinaacuterios que seriam

centrais na criaccedilatildeo de solidariedade e identidade

Assim os domiacutenios do lazer e do esporte por sua vez seriam nesses

paiacuteses fontes secundaacuterias O autor afianccedila que a identidade se desenvolveu a

partir de fontes secundaacuterias em funccedilatildeo da estrutura poliacutetica e social natildeo

permitir a foacutermula e a mobilidade do indiviacuteduo

No dizer de Orlando Duarte ldquoO que vale mesmo eacute que em 1894 o

paulista Charles Miller nascido no Brasil em 1874 filho de ingleses e que

estudava na Inglaterra trouxe de laacute duas bolas e isso permitiu a praacutetica regular

do futebolrdquo (2004 p 28)

O futebol no Brasil comeccedilou como algo praticado apenas pela elite e

principalmente por brancos ateacute que foi se popularizando tornando-se o

esporte mais praticado no paiacutes

No tocante agrave legislaccedilatildeo que regula o esporte para alguns doutrinadores

a Lei Peleacute somente mencionou a Lei Zico natildeo abordando seu utilitaacuterio

fundamental que era completar as lacunas que a Lei Zico tinha deixado Neste

norte discorre Alvaro Melo Filho

Em 24 de Marccedilo de 1998 surge a ldquoLei Peleacuterdquo (Lei ndeg 961598) dotada de natureza reativa pontual e erraacutetica fez a ldquoclonagem juriacutedicardquo de 58 da ldquoLei Zicordquo trazendo como inovaccedilatildeo algumas ldquocontribuiccedilotildees que piorardquo o fim do ldquopasserdquo dos atletas profissionais e o consequumlente reforccedilo agrave predatoacuteria relaccedilatildeo empresaacuterio ()Aleacutem de ter situado o passe do jogador profissional de futebol esta lei regulou ainda outras diferentes situaccedilotildees e direitos nunca antes tutelados como denota Adair Esta lei veio dar agrave atividade do atleta profissional de futebol condiccedilotildees de trabalho mais razoaacuteveis e adequadas na medida em que estabeleceu os criteacuterios miacutenimos que deviam nortear essa relaccedilatildeo sobretudo quanto ao prazo premiaccedilatildeo a forma de prestaccedilatildeo de serviccedilo e a transferecircncia tanto para times brasileiros como para os do exterior Foi estabelecida a premiaccedilatildeo do atleta de 15 (quinze por cento) do valor da transaccedilatildeo no momento da transferecircncia para outra equipe (MELO FILHO 2006 p 66)

Colocando-se sobre as leis trabalhistas no futebol aparecem as

primeiras leis

Com a diminuiccedilatildeo das corporaccedilotildees surge como primeira forma juriacutedica

de relaccedilatildeo trabalhista a locaccedilatildeo de serviccedilos

No respeito total agrave liberdade volitiva do trabalhador e do empregador que se obrigavam um a prestar serviccedilos e o outro a pagar salaacuterios poreacutem sem outras implicaccedilotildees maiores quanto agraves circunstacircncias em que isso se dava O Estado natildeo interferia Havia portanto plena autonomia da locaccedilatildeo de serviccedilos na ordem econocircmica juriacutedica e social como um corpo solto no espaccedilo sujeito agraves suas proacuteprias determinaccedilotildees Como o absolutismo das corporaccedilotildees foi substituiacutedo pelo

arbiacutetrio patronal surgiu o proletariado e a questatildeo social (NASCIMENTO 2004 p 493)

Na inscriccedilatildeo Futebol e Poliacutetica Andrade de Melo enumera outras

admissiacuteveis estirpes do futebol Essas origens permaneceriam estabelecidas

entre os maias que estudavam o jogo com a cabeccedila dos adversaacuterios

derrotados ou entre os egiacutepcios que se divertiam com a brincadeira na qual

apresentavam que chutar uma bola e talvez ateacute mesmo na China onde havia

vestiacutegios de um jogo muito parecido com o futebol moderno Aleacutem disso

levanta a probabilidade de ele ter sido cometido em Roma quando admitiu

uma forma muito violenta da qual repetidamente os praticantes saiacuteam feridos

O procedimento de popularizaccedilatildeo do futebol no Brasil se deu no iniacutecio

do seacuteculo XX Jaacute no final da deacutecada de 1910 o futebol protagonizou os

processos de descoberta da identificaccedilatildeo nacional arquitetados pelos vaacuterios

agentes sociais em integraccedilatildeo Aqui eacute bem acentuado por Luiz Henrique

Toledo

Mais do que mero espetaacuteculo consumiacutevel o futebol consiste num fato da sociedade linguagem franca de domiacutenio puacuteblico dos fundamentos agraves representaccedilotildees coletivas que reencanta a dimensatildeo da vida cotidiana atraveacutes da sua esteacutetica singular (2000 p 69)

O jornalismo esportivo individualizado confere aos outros segmentos da

miacutedia como de comunicar informaccedilatildeo ministrar entretenimento aleacutem de ser

ainda responsaacutevel pela concepccedilatildeo de iacutedolos em um modelo romacircntico de

aspiraccedilatildeo social Por isso atualmente foi trocada a ideacuteia de que as informaccedilotildees

do futebol igualmente como as dos outros esportes se limitam meramente a

um jogo

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 11: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

imagens ao vivo por canais de televisatildeo que por sua vez estabelecem

contratos cujos valores raramente satildeo revelados

Os aacuterbitros por sua vez por serem essenciais para uma partida de

futebol tem sido alvo de parte significativa se natildeo preponderante da miacutedia

televisiva

As consequumlecircncias de seus atos podem significar para um clube derrota

ou vitoacuteria

Tais accedilotildees atualmente satildeo mostradas em detalhes pela televisatildeo

deixando o aacuterbitro exposto a todo tipo de criacutetica fundamentada com o devido

embasamento e compreensatildeo da interpretaccedilatildeo do conjunto de regras ou natildeo

Com efeito a proposta deste estudo corresponde a demonstrar como a

miacutedia televisiva pode atuar como agente influenciador na construccedilatildeo da

imagem de um aacuterbitro

Neste sentido procurar-se-aacute compreender como se constroacutei e se veicula

a imagem do aacuterbitro atualmente no Brasil tanto pelas suas accedilotildees dentro de

campo como fora do exerciacutecio desta atividade

A questatildeo problema que se coloca eacute exatamente a busca pela

descoberta de como se pode estabelecer limites para a criacutetica elaborada com

embasamento e argumentaccedilatildeo plausiacuteveis De outro lado seria possiacutevel

diagnosticar como quando e por quecirc esses limites satildeo ultrapassados

Quais seriam entatildeo as possiacuteveis consequumlecircncias para a vida pessoal

destes indiviacuteduos Como se poderia reparar os danos causados por injusticcedilas

propagadas atraveacutes da miacutedia

Em linhas gerais emissoras de televisatildeo atribuem ao arbitro parcela

significativa de responsabilidade por resultados de uma partida

Por assim dizer entende-se que eacute importante que se analise a

respeitabilidade do aacuterbitro de futebol a partir do tratamento destinado agrave sua

imagem diante dos meios de comunicaccedilatildeo especialmente no tocante a miacutedia

televisiva

Neste ponto eacute preciso que se contextualize o assunto a partir de seus

aspectos histoacutericos e de seu proacuteprio crescimento como elemento decisivo na

construccedilatildeo de uma identidade esportiva brasileira

Diante disso eacute necessaacuterio que se aponte para os fatos que marcaram

desde surgimento do futebol e por extensatildeo as regras e a arbitragem ateacute

sua definiccedilatildeo e evoluccedilatildeo de seu conjunto de regras

Conveacutem ressaltar que tem-se como pano de fundo a arbitragem

brasileira e mundial

Posta assim a questatildeo cumpre ratificar que para o desenvolvimento

deste trabalho foram consultadas bibliografias particulares revistas cientiacuteficas

dicionaacuterios e fontes eletrocircnicas basicamente a partir da Internet

CAPITULO 1

1 Futebol e Arbitragem

O futebol enquanto praacutetica esportiva sempre correspondeu a um

ambiente excepcional na procura de se determinar o brasileiro principalmente

o negro e o mesticcedilo natildeo mais por constitutivas raciais evolutivas como

diversos projetos poliacuteticos no final do seacuteculo XIX tentavam atingir

No entanto isso ocorrera mais por competecircncias psicoloacutegicas e culturais

do que a partir de um debate acerca das raccedilas O referencial adverso ao

jogador brasileiro mulato suportaria a ser o noacuterdico que se adaptaria mais a

esportes em que a forccedila fiacutesica fosse primordial como a nataccedilatildeo e o remo

enquanto o brasileiro com seu fiacutesico esquaacutelido permaneceria mais adjacente

do futebol e sua facilidade para que qualquer homem comum pudesse jogaacute-

lo

Sobre as origens remotas do futebol pode-se afirmar que o esporte foi

criado na Inglaterra no seacuteculo XIX Pois alguns pesquisadores acreditam que o

jogo de bola praticando com os peacutes e as matildeos tem sua origem na China Uma

atividade muito parecida era praticada por soldados do imperador Xeng Ti 25

seacuteculos AC A bola era feita de pele de animal recheada com ferragens

Essas atividades eram consideradas como um ritual religioso ou como

preparaccedilatildeo militar

Ao falar de futebol nos anos 1950 elucida- se o sucesso do jogador

brasileiro pelas suas origens africanas O psicoacutelogo Emilio Mira y Lopez

convocado para examinar a seleccedilatildeo que iria agrave Copa de 1966 explicou a

superioridade dos atacantes brasileiros sobre os demais especialmente os

europeus afirmando que seus genes africanos estatildeo mais vivos

Integrou- se o futebol agrave cultura brasileira coligando-o ao negro e ao

mulato notadamente por suas virtudes artiacutesticas e criativas em contraste com

uma desconfiar rigidez dos brancos europeus

Por interferecircncia dos atletas brasileiros seria presumiacutevel que fizesse

simular no cenaacuterio mundial apreciando-se a essecircncia danccedilarina

Deste modo a partir do futebol ordenou-se uma visatildeo basicamente

mesticcedila dos jogadores e da cultura A edificaccedilatildeo do futebol-arte foi uma

audaciosa afirmativa do mesticcedilo e do negro brasileiros

Neste caso teria sido asilada a tese de Gilberto Freyre sobre a

hibridez A reflexatildeo futeboliacutestica alistou-se com o individualismo romacircntico

meliacutefluo e singular com outra translaccedilatildeo da luta brasileira por uma identidade

nacional a questatildeo da miscigenaccedilatildeo

Quando se valorizam as capacidades individuais aperfeiccediloar uma

equipe constituiria somente escolher os melhores e deixaacute-los jogar Assim os

mais preparados admitiriam a melhor forma de decorrer

Um reconhecido jornalista esportivo e teacutecnico da seleccedilatildeo nacional Joatildeo

Saldanha protegeu essa compreensatildeo na fase eliminatoacuteria da Copa de 1970

Esse tipo de taacutetica soacute faz sentido quando haacute monopoacutelio na formaccedilatildeo do time o

uacutenico caso eacute a concepccedilatildeo da seleccedilatildeo nacional

No habitual nenhum clube pode contar com os melhores Assim sendo

como todo time acaba desenvolvido por indiviacuteduos de capacidades variadas

tem que de alguma forma organizaacute-los ordenaacute-los disciplinaacute-los e fazer com

que arrisquem segundo esquemas teacutecnicos e taacuteticos

Tem-se entatildeo uma tensatildeo entre a ordem instintiva dos melhores e a

imposta sobre as individualidades Em uma equipe haacute sempre jogadores que

se destacam mais que outros seja pela teacutecnica ou pelo preparo fiacutesico Para

que a individualidade desses jogadores natildeo atrapalhe a harmonia da equipe

satildeo impostas ordens teacutecnicas e taacuteticas de ordem coletiva pelo treinador de

cada time

Assim ao final de cada partida se obtecircm um resultado favoraacutevel com

ecircnfase no coletivismo e natildeo na individualidade

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte dos ideais civilizatoacuterios O futebol necessitava

acarretar a tonificaccedilatildeo de muacutesculos junto ao ldquoesprit de corpsrdquo a pedagogia da

racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo a organizaccedilatildeo estrateacutegica a consciecircncia da

equipe e a disciplina passavam a ser um ideal normativo recomendado pelo

modelo inglecircs

Contudo para os analistas da eacutepoca da introduccedilatildeo do futebol no seacuteculo

XIX tais ideais natildeo eram seguidos e nem se revolveriam hegemocircnicos no

Brasil Uma tensatildeo entre os primeiros analistas distingue para duas correntes

de opiniatildeo De um lado a dos favoraacuteveis do ideal teacutecnico dos inventores do

futebol e de outro a dos valorizadores de sua assimilaccedilatildeo singular

Tais opiniotildees se diferenciam pelo fato de uns defenderem o jogo coletivo

tornando o esporte mais democraacutetico e outros defenderem a opiniatildeo do

individualismo tornando o esporte atividade mais espetaculosa do que objetiva

com shows de dribles e gingas de atletas que tenham as referidas habilidades

e competecircncias

Por sua vez Antonio Figueiredo afianccedilava que o jogador brasileiro e os

espectadores eram inaacutebeis em relaccedilatildeo aos utilitaacuterios e ao estilo do jogo inglecircs

O modo brasileiro de jogar futebol seu abuso de dribles piruetas ou qualquer

movimentaccedilatildeo exoacutetica constituiacutea ignoracircncia e infantilidade por parte dos

espectadores que aquilatavam o cocircmico e o esteacutetico

Estaria portanto mais perto da contemplaccedilatildeo de circo do que do

esporte O modo de jogar aconselhava que os jogadores natildeo tinham a noccedilatildeo

da importacircncia dos passes da conservaccedilatildeo na funccedilatildeo preacute-situada e da

distribuiccedilatildeo das funccedilotildees individuais para conseguir uma disciplina coletiva e

ativo

O criacutetico ao falar da primeira fase do futebol no Brasil de 1902 a 1904

de acordo com sua proacutepria periodizaccedilatildeo comunica o seguinte

Bem diferente do de hoje Um back que tivesse shot forte e que atravessasse o campo era um estupendo jogador um ldquoforwardrdquo que varava sozinho por meio de dribbling a defesa contraacuteria era endeusado um half que dava cabeccediladas com esta exclusiva preocupaccedilatildeo era amado por todos [] Natildeo se conhecia estilo de jogo a utilidade dos passes a permanecircncia nas verdadeiras posiccedilotildees e natildeo dava valor agrave calma ao meacutetodo agrave disciplina Para essa gente pouco se lhe dava que o foot-ball tivesse regras tivesse princiacutepios O que ela apreciava eram as corridas vertiginosas e eficazes as piruetas dos goal-keepers (FIGUEIREDO 1918 p77)

Assim as singularidades nas formas brasileiras de jogar foram formadas

em densas narrativas ateacute se regressarem marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema de elaboraccedilatildeo de literatos

intelectuais e jornalistas de prestiacutegio na sociedade brasileira Os bons

resultados e a massificaccedilatildeo do futebol brasileiro principiados nos anos de

1920 foram ligeiramente incorporados agraves narrativas de construccedilatildeo do estilo

nacional Eacute fato que ainda havia certa tensatildeo entre ufanistas e criacuteticos do

esporte ateacute 1923

Contudo a partir de 1930 o futebol regulariza-se como pura declaraccedilatildeo

da nacionalidade nas narrativas de Maacuterio Filho Joseacute Lins do Rego Gilberto

Freyre e outros jornalistas e literatos O estilo caracterizado pela virtuose

individual principiou a ser louvado como verdadeiro e singular um artifiacutecio de

recriaccedilatildeo do modelo anglo-saxatildeo

A corrente de valorizaccedilatildeo da singularidade do futebol brasileiro parece

tornar-se hegemocircnica talvez pela qualidade empiacuterica do futebol ou ainda pela

maximizaccedilatildeo do aeacutereo culturalista e nacionalista na deacutecada de 1930

Para Roberto Damatta uma questatildeo importante eacute a que se refere agrave

construccedilatildeo da identidade nacional a partir de instituiccedilotildees auxiliares como

carnaval samba religiosidade e futebol Em contraposiccedilatildeo os paiacuteses

europeus e os Estados Unidos teriam como elementos geradores de identidade

social a Constituiccedilatildeo Federal o Congresso Nacional o Sistema Universitaacuterio a

ordem financeira a histoacuteria poliacutetica instituiccedilotildees extraordinaacuterios que seriam

centrais na criaccedilatildeo de solidariedade e identidade

Assim os domiacutenios do lazer e do esporte por sua vez seriam nesses

paiacuteses fontes secundaacuterias O autor afianccedila que a identidade se desenvolveu a

partir de fontes secundaacuterias em funccedilatildeo da estrutura poliacutetica e social natildeo

permitir a foacutermula e a mobilidade do indiviacuteduo

No dizer de Orlando Duarte ldquoO que vale mesmo eacute que em 1894 o

paulista Charles Miller nascido no Brasil em 1874 filho de ingleses e que

estudava na Inglaterra trouxe de laacute duas bolas e isso permitiu a praacutetica regular

do futebolrdquo (2004 p 28)

O futebol no Brasil comeccedilou como algo praticado apenas pela elite e

principalmente por brancos ateacute que foi se popularizando tornando-se o

esporte mais praticado no paiacutes

No tocante agrave legislaccedilatildeo que regula o esporte para alguns doutrinadores

a Lei Peleacute somente mencionou a Lei Zico natildeo abordando seu utilitaacuterio

fundamental que era completar as lacunas que a Lei Zico tinha deixado Neste

norte discorre Alvaro Melo Filho

Em 24 de Marccedilo de 1998 surge a ldquoLei Peleacuterdquo (Lei ndeg 961598) dotada de natureza reativa pontual e erraacutetica fez a ldquoclonagem juriacutedicardquo de 58 da ldquoLei Zicordquo trazendo como inovaccedilatildeo algumas ldquocontribuiccedilotildees que piorardquo o fim do ldquopasserdquo dos atletas profissionais e o consequumlente reforccedilo agrave predatoacuteria relaccedilatildeo empresaacuterio ()Aleacutem de ter situado o passe do jogador profissional de futebol esta lei regulou ainda outras diferentes situaccedilotildees e direitos nunca antes tutelados como denota Adair Esta lei veio dar agrave atividade do atleta profissional de futebol condiccedilotildees de trabalho mais razoaacuteveis e adequadas na medida em que estabeleceu os criteacuterios miacutenimos que deviam nortear essa relaccedilatildeo sobretudo quanto ao prazo premiaccedilatildeo a forma de prestaccedilatildeo de serviccedilo e a transferecircncia tanto para times brasileiros como para os do exterior Foi estabelecida a premiaccedilatildeo do atleta de 15 (quinze por cento) do valor da transaccedilatildeo no momento da transferecircncia para outra equipe (MELO FILHO 2006 p 66)

Colocando-se sobre as leis trabalhistas no futebol aparecem as

primeiras leis

Com a diminuiccedilatildeo das corporaccedilotildees surge como primeira forma juriacutedica

de relaccedilatildeo trabalhista a locaccedilatildeo de serviccedilos

No respeito total agrave liberdade volitiva do trabalhador e do empregador que se obrigavam um a prestar serviccedilos e o outro a pagar salaacuterios poreacutem sem outras implicaccedilotildees maiores quanto agraves circunstacircncias em que isso se dava O Estado natildeo interferia Havia portanto plena autonomia da locaccedilatildeo de serviccedilos na ordem econocircmica juriacutedica e social como um corpo solto no espaccedilo sujeito agraves suas proacuteprias determinaccedilotildees Como o absolutismo das corporaccedilotildees foi substituiacutedo pelo

arbiacutetrio patronal surgiu o proletariado e a questatildeo social (NASCIMENTO 2004 p 493)

Na inscriccedilatildeo Futebol e Poliacutetica Andrade de Melo enumera outras

admissiacuteveis estirpes do futebol Essas origens permaneceriam estabelecidas

entre os maias que estudavam o jogo com a cabeccedila dos adversaacuterios

derrotados ou entre os egiacutepcios que se divertiam com a brincadeira na qual

apresentavam que chutar uma bola e talvez ateacute mesmo na China onde havia

vestiacutegios de um jogo muito parecido com o futebol moderno Aleacutem disso

levanta a probabilidade de ele ter sido cometido em Roma quando admitiu

uma forma muito violenta da qual repetidamente os praticantes saiacuteam feridos

O procedimento de popularizaccedilatildeo do futebol no Brasil se deu no iniacutecio

do seacuteculo XX Jaacute no final da deacutecada de 1910 o futebol protagonizou os

processos de descoberta da identificaccedilatildeo nacional arquitetados pelos vaacuterios

agentes sociais em integraccedilatildeo Aqui eacute bem acentuado por Luiz Henrique

Toledo

Mais do que mero espetaacuteculo consumiacutevel o futebol consiste num fato da sociedade linguagem franca de domiacutenio puacuteblico dos fundamentos agraves representaccedilotildees coletivas que reencanta a dimensatildeo da vida cotidiana atraveacutes da sua esteacutetica singular (2000 p 69)

O jornalismo esportivo individualizado confere aos outros segmentos da

miacutedia como de comunicar informaccedilatildeo ministrar entretenimento aleacutem de ser

ainda responsaacutevel pela concepccedilatildeo de iacutedolos em um modelo romacircntico de

aspiraccedilatildeo social Por isso atualmente foi trocada a ideacuteia de que as informaccedilotildees

do futebol igualmente como as dos outros esportes se limitam meramente a

um jogo

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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MIRA Y LOPEZ Emilio Futebol e psicologia Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1964

MONTIEL Antoacutenio L A arbitragem e o futebol profissional Lisboa Horizonte 1998 MOSCOVICI Serge Introduction a la psycologie sociale Paris Library Larousse 1973 NASCIMENTO Amauri M Curso de direito do trabalho histoacuteria e teoria geral do direito relaccedilotildees individuais e coletivas do trabalho Satildeo Paulo Saraiva 2004

NAZARENO Aulio Fundamentos de arbitragem de futebol Porto Alegre Sulina 1997

NETO Jose A Preparaccedilatildeo Fiacutesica e Psicoloacutegica do Aacuterbitro de Futebol Porto Ediccedilotildees ASA 1999 POSTMAN Neil O desaparecimento da infacircncia Rio de Janeiro Graphia 1999 REILLY Thomas Special populations Science and Soccer London E amp FN Spon 1996 SAMPAIO Rafael Propaganda de A a Z Como usar a propaganda para onstruir marcas e empresas de sucesso Rio de Janeiro Editora Campus 1996 SALDANHA Joatildeo A Copa de 82 por Joatildeo Saldanha Satildeo Paulo Cosac amp Naify 2002 SARTORI Giovani A teoria da democracia revisitada Satildeo Paulo Aacutetica 1994

SILVA Alberto I da Ciro R Rodriguez-Antildeez Accedilotildees motoras do aacuterbitro de futebol durante a partida Revista Treinamento Desportivo Londrina Vol 4 p 5-11 1999

SIMON Carlos E Na diagonal do campo Satildeo Leopoldo Unisinos 2004 TOLEDO Luiz H No paiacutes do futebol Rio de Janeiro Zahar 2000 VALVERDE David Lucio de Arruda A Odisseacuteia Esportiva Paulista do Association ao Profissionalismo Assis 1999 Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Histoacuteria FCL-Faculdade de Ciecircncias e Letras de Assis UNESP WOLF Mauro Teorias da Comunicaccedilatildeo Lisboa Editorial Presenccedila 1995

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 12: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Diante disso eacute necessaacuterio que se aponte para os fatos que marcaram

desde surgimento do futebol e por extensatildeo as regras e a arbitragem ateacute

sua definiccedilatildeo e evoluccedilatildeo de seu conjunto de regras

Conveacutem ressaltar que tem-se como pano de fundo a arbitragem

brasileira e mundial

Posta assim a questatildeo cumpre ratificar que para o desenvolvimento

deste trabalho foram consultadas bibliografias particulares revistas cientiacuteficas

dicionaacuterios e fontes eletrocircnicas basicamente a partir da Internet

CAPITULO 1

1 Futebol e Arbitragem

O futebol enquanto praacutetica esportiva sempre correspondeu a um

ambiente excepcional na procura de se determinar o brasileiro principalmente

o negro e o mesticcedilo natildeo mais por constitutivas raciais evolutivas como

diversos projetos poliacuteticos no final do seacuteculo XIX tentavam atingir

No entanto isso ocorrera mais por competecircncias psicoloacutegicas e culturais

do que a partir de um debate acerca das raccedilas O referencial adverso ao

jogador brasileiro mulato suportaria a ser o noacuterdico que se adaptaria mais a

esportes em que a forccedila fiacutesica fosse primordial como a nataccedilatildeo e o remo

enquanto o brasileiro com seu fiacutesico esquaacutelido permaneceria mais adjacente

do futebol e sua facilidade para que qualquer homem comum pudesse jogaacute-

lo

Sobre as origens remotas do futebol pode-se afirmar que o esporte foi

criado na Inglaterra no seacuteculo XIX Pois alguns pesquisadores acreditam que o

jogo de bola praticando com os peacutes e as matildeos tem sua origem na China Uma

atividade muito parecida era praticada por soldados do imperador Xeng Ti 25

seacuteculos AC A bola era feita de pele de animal recheada com ferragens

Essas atividades eram consideradas como um ritual religioso ou como

preparaccedilatildeo militar

Ao falar de futebol nos anos 1950 elucida- se o sucesso do jogador

brasileiro pelas suas origens africanas O psicoacutelogo Emilio Mira y Lopez

convocado para examinar a seleccedilatildeo que iria agrave Copa de 1966 explicou a

superioridade dos atacantes brasileiros sobre os demais especialmente os

europeus afirmando que seus genes africanos estatildeo mais vivos

Integrou- se o futebol agrave cultura brasileira coligando-o ao negro e ao

mulato notadamente por suas virtudes artiacutesticas e criativas em contraste com

uma desconfiar rigidez dos brancos europeus

Por interferecircncia dos atletas brasileiros seria presumiacutevel que fizesse

simular no cenaacuterio mundial apreciando-se a essecircncia danccedilarina

Deste modo a partir do futebol ordenou-se uma visatildeo basicamente

mesticcedila dos jogadores e da cultura A edificaccedilatildeo do futebol-arte foi uma

audaciosa afirmativa do mesticcedilo e do negro brasileiros

Neste caso teria sido asilada a tese de Gilberto Freyre sobre a

hibridez A reflexatildeo futeboliacutestica alistou-se com o individualismo romacircntico

meliacutefluo e singular com outra translaccedilatildeo da luta brasileira por uma identidade

nacional a questatildeo da miscigenaccedilatildeo

Quando se valorizam as capacidades individuais aperfeiccediloar uma

equipe constituiria somente escolher os melhores e deixaacute-los jogar Assim os

mais preparados admitiriam a melhor forma de decorrer

Um reconhecido jornalista esportivo e teacutecnico da seleccedilatildeo nacional Joatildeo

Saldanha protegeu essa compreensatildeo na fase eliminatoacuteria da Copa de 1970

Esse tipo de taacutetica soacute faz sentido quando haacute monopoacutelio na formaccedilatildeo do time o

uacutenico caso eacute a concepccedilatildeo da seleccedilatildeo nacional

No habitual nenhum clube pode contar com os melhores Assim sendo

como todo time acaba desenvolvido por indiviacuteduos de capacidades variadas

tem que de alguma forma organizaacute-los ordenaacute-los disciplinaacute-los e fazer com

que arrisquem segundo esquemas teacutecnicos e taacuteticos

Tem-se entatildeo uma tensatildeo entre a ordem instintiva dos melhores e a

imposta sobre as individualidades Em uma equipe haacute sempre jogadores que

se destacam mais que outros seja pela teacutecnica ou pelo preparo fiacutesico Para

que a individualidade desses jogadores natildeo atrapalhe a harmonia da equipe

satildeo impostas ordens teacutecnicas e taacuteticas de ordem coletiva pelo treinador de

cada time

Assim ao final de cada partida se obtecircm um resultado favoraacutevel com

ecircnfase no coletivismo e natildeo na individualidade

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte dos ideais civilizatoacuterios O futebol necessitava

acarretar a tonificaccedilatildeo de muacutesculos junto ao ldquoesprit de corpsrdquo a pedagogia da

racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo a organizaccedilatildeo estrateacutegica a consciecircncia da

equipe e a disciplina passavam a ser um ideal normativo recomendado pelo

modelo inglecircs

Contudo para os analistas da eacutepoca da introduccedilatildeo do futebol no seacuteculo

XIX tais ideais natildeo eram seguidos e nem se revolveriam hegemocircnicos no

Brasil Uma tensatildeo entre os primeiros analistas distingue para duas correntes

de opiniatildeo De um lado a dos favoraacuteveis do ideal teacutecnico dos inventores do

futebol e de outro a dos valorizadores de sua assimilaccedilatildeo singular

Tais opiniotildees se diferenciam pelo fato de uns defenderem o jogo coletivo

tornando o esporte mais democraacutetico e outros defenderem a opiniatildeo do

individualismo tornando o esporte atividade mais espetaculosa do que objetiva

com shows de dribles e gingas de atletas que tenham as referidas habilidades

e competecircncias

Por sua vez Antonio Figueiredo afianccedilava que o jogador brasileiro e os

espectadores eram inaacutebeis em relaccedilatildeo aos utilitaacuterios e ao estilo do jogo inglecircs

O modo brasileiro de jogar futebol seu abuso de dribles piruetas ou qualquer

movimentaccedilatildeo exoacutetica constituiacutea ignoracircncia e infantilidade por parte dos

espectadores que aquilatavam o cocircmico e o esteacutetico

Estaria portanto mais perto da contemplaccedilatildeo de circo do que do

esporte O modo de jogar aconselhava que os jogadores natildeo tinham a noccedilatildeo

da importacircncia dos passes da conservaccedilatildeo na funccedilatildeo preacute-situada e da

distribuiccedilatildeo das funccedilotildees individuais para conseguir uma disciplina coletiva e

ativo

O criacutetico ao falar da primeira fase do futebol no Brasil de 1902 a 1904

de acordo com sua proacutepria periodizaccedilatildeo comunica o seguinte

Bem diferente do de hoje Um back que tivesse shot forte e que atravessasse o campo era um estupendo jogador um ldquoforwardrdquo que varava sozinho por meio de dribbling a defesa contraacuteria era endeusado um half que dava cabeccediladas com esta exclusiva preocupaccedilatildeo era amado por todos [] Natildeo se conhecia estilo de jogo a utilidade dos passes a permanecircncia nas verdadeiras posiccedilotildees e natildeo dava valor agrave calma ao meacutetodo agrave disciplina Para essa gente pouco se lhe dava que o foot-ball tivesse regras tivesse princiacutepios O que ela apreciava eram as corridas vertiginosas e eficazes as piruetas dos goal-keepers (FIGUEIREDO 1918 p77)

Assim as singularidades nas formas brasileiras de jogar foram formadas

em densas narrativas ateacute se regressarem marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema de elaboraccedilatildeo de literatos

intelectuais e jornalistas de prestiacutegio na sociedade brasileira Os bons

resultados e a massificaccedilatildeo do futebol brasileiro principiados nos anos de

1920 foram ligeiramente incorporados agraves narrativas de construccedilatildeo do estilo

nacional Eacute fato que ainda havia certa tensatildeo entre ufanistas e criacuteticos do

esporte ateacute 1923

Contudo a partir de 1930 o futebol regulariza-se como pura declaraccedilatildeo

da nacionalidade nas narrativas de Maacuterio Filho Joseacute Lins do Rego Gilberto

Freyre e outros jornalistas e literatos O estilo caracterizado pela virtuose

individual principiou a ser louvado como verdadeiro e singular um artifiacutecio de

recriaccedilatildeo do modelo anglo-saxatildeo

A corrente de valorizaccedilatildeo da singularidade do futebol brasileiro parece

tornar-se hegemocircnica talvez pela qualidade empiacuterica do futebol ou ainda pela

maximizaccedilatildeo do aeacutereo culturalista e nacionalista na deacutecada de 1930

Para Roberto Damatta uma questatildeo importante eacute a que se refere agrave

construccedilatildeo da identidade nacional a partir de instituiccedilotildees auxiliares como

carnaval samba religiosidade e futebol Em contraposiccedilatildeo os paiacuteses

europeus e os Estados Unidos teriam como elementos geradores de identidade

social a Constituiccedilatildeo Federal o Congresso Nacional o Sistema Universitaacuterio a

ordem financeira a histoacuteria poliacutetica instituiccedilotildees extraordinaacuterios que seriam

centrais na criaccedilatildeo de solidariedade e identidade

Assim os domiacutenios do lazer e do esporte por sua vez seriam nesses

paiacuteses fontes secundaacuterias O autor afianccedila que a identidade se desenvolveu a

partir de fontes secundaacuterias em funccedilatildeo da estrutura poliacutetica e social natildeo

permitir a foacutermula e a mobilidade do indiviacuteduo

No dizer de Orlando Duarte ldquoO que vale mesmo eacute que em 1894 o

paulista Charles Miller nascido no Brasil em 1874 filho de ingleses e que

estudava na Inglaterra trouxe de laacute duas bolas e isso permitiu a praacutetica regular

do futebolrdquo (2004 p 28)

O futebol no Brasil comeccedilou como algo praticado apenas pela elite e

principalmente por brancos ateacute que foi se popularizando tornando-se o

esporte mais praticado no paiacutes

No tocante agrave legislaccedilatildeo que regula o esporte para alguns doutrinadores

a Lei Peleacute somente mencionou a Lei Zico natildeo abordando seu utilitaacuterio

fundamental que era completar as lacunas que a Lei Zico tinha deixado Neste

norte discorre Alvaro Melo Filho

Em 24 de Marccedilo de 1998 surge a ldquoLei Peleacuterdquo (Lei ndeg 961598) dotada de natureza reativa pontual e erraacutetica fez a ldquoclonagem juriacutedicardquo de 58 da ldquoLei Zicordquo trazendo como inovaccedilatildeo algumas ldquocontribuiccedilotildees que piorardquo o fim do ldquopasserdquo dos atletas profissionais e o consequumlente reforccedilo agrave predatoacuteria relaccedilatildeo empresaacuterio ()Aleacutem de ter situado o passe do jogador profissional de futebol esta lei regulou ainda outras diferentes situaccedilotildees e direitos nunca antes tutelados como denota Adair Esta lei veio dar agrave atividade do atleta profissional de futebol condiccedilotildees de trabalho mais razoaacuteveis e adequadas na medida em que estabeleceu os criteacuterios miacutenimos que deviam nortear essa relaccedilatildeo sobretudo quanto ao prazo premiaccedilatildeo a forma de prestaccedilatildeo de serviccedilo e a transferecircncia tanto para times brasileiros como para os do exterior Foi estabelecida a premiaccedilatildeo do atleta de 15 (quinze por cento) do valor da transaccedilatildeo no momento da transferecircncia para outra equipe (MELO FILHO 2006 p 66)

Colocando-se sobre as leis trabalhistas no futebol aparecem as

primeiras leis

Com a diminuiccedilatildeo das corporaccedilotildees surge como primeira forma juriacutedica

de relaccedilatildeo trabalhista a locaccedilatildeo de serviccedilos

No respeito total agrave liberdade volitiva do trabalhador e do empregador que se obrigavam um a prestar serviccedilos e o outro a pagar salaacuterios poreacutem sem outras implicaccedilotildees maiores quanto agraves circunstacircncias em que isso se dava O Estado natildeo interferia Havia portanto plena autonomia da locaccedilatildeo de serviccedilos na ordem econocircmica juriacutedica e social como um corpo solto no espaccedilo sujeito agraves suas proacuteprias determinaccedilotildees Como o absolutismo das corporaccedilotildees foi substituiacutedo pelo

arbiacutetrio patronal surgiu o proletariado e a questatildeo social (NASCIMENTO 2004 p 493)

Na inscriccedilatildeo Futebol e Poliacutetica Andrade de Melo enumera outras

admissiacuteveis estirpes do futebol Essas origens permaneceriam estabelecidas

entre os maias que estudavam o jogo com a cabeccedila dos adversaacuterios

derrotados ou entre os egiacutepcios que se divertiam com a brincadeira na qual

apresentavam que chutar uma bola e talvez ateacute mesmo na China onde havia

vestiacutegios de um jogo muito parecido com o futebol moderno Aleacutem disso

levanta a probabilidade de ele ter sido cometido em Roma quando admitiu

uma forma muito violenta da qual repetidamente os praticantes saiacuteam feridos

O procedimento de popularizaccedilatildeo do futebol no Brasil se deu no iniacutecio

do seacuteculo XX Jaacute no final da deacutecada de 1910 o futebol protagonizou os

processos de descoberta da identificaccedilatildeo nacional arquitetados pelos vaacuterios

agentes sociais em integraccedilatildeo Aqui eacute bem acentuado por Luiz Henrique

Toledo

Mais do que mero espetaacuteculo consumiacutevel o futebol consiste num fato da sociedade linguagem franca de domiacutenio puacuteblico dos fundamentos agraves representaccedilotildees coletivas que reencanta a dimensatildeo da vida cotidiana atraveacutes da sua esteacutetica singular (2000 p 69)

O jornalismo esportivo individualizado confere aos outros segmentos da

miacutedia como de comunicar informaccedilatildeo ministrar entretenimento aleacutem de ser

ainda responsaacutevel pela concepccedilatildeo de iacutedolos em um modelo romacircntico de

aspiraccedilatildeo social Por isso atualmente foi trocada a ideacuteia de que as informaccedilotildees

do futebol igualmente como as dos outros esportes se limitam meramente a

um jogo

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 13: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

CAPITULO 1

1 Futebol e Arbitragem

O futebol enquanto praacutetica esportiva sempre correspondeu a um

ambiente excepcional na procura de se determinar o brasileiro principalmente

o negro e o mesticcedilo natildeo mais por constitutivas raciais evolutivas como

diversos projetos poliacuteticos no final do seacuteculo XIX tentavam atingir

No entanto isso ocorrera mais por competecircncias psicoloacutegicas e culturais

do que a partir de um debate acerca das raccedilas O referencial adverso ao

jogador brasileiro mulato suportaria a ser o noacuterdico que se adaptaria mais a

esportes em que a forccedila fiacutesica fosse primordial como a nataccedilatildeo e o remo

enquanto o brasileiro com seu fiacutesico esquaacutelido permaneceria mais adjacente

do futebol e sua facilidade para que qualquer homem comum pudesse jogaacute-

lo

Sobre as origens remotas do futebol pode-se afirmar que o esporte foi

criado na Inglaterra no seacuteculo XIX Pois alguns pesquisadores acreditam que o

jogo de bola praticando com os peacutes e as matildeos tem sua origem na China Uma

atividade muito parecida era praticada por soldados do imperador Xeng Ti 25

seacuteculos AC A bola era feita de pele de animal recheada com ferragens

Essas atividades eram consideradas como um ritual religioso ou como

preparaccedilatildeo militar

Ao falar de futebol nos anos 1950 elucida- se o sucesso do jogador

brasileiro pelas suas origens africanas O psicoacutelogo Emilio Mira y Lopez

convocado para examinar a seleccedilatildeo que iria agrave Copa de 1966 explicou a

superioridade dos atacantes brasileiros sobre os demais especialmente os

europeus afirmando que seus genes africanos estatildeo mais vivos

Integrou- se o futebol agrave cultura brasileira coligando-o ao negro e ao

mulato notadamente por suas virtudes artiacutesticas e criativas em contraste com

uma desconfiar rigidez dos brancos europeus

Por interferecircncia dos atletas brasileiros seria presumiacutevel que fizesse

simular no cenaacuterio mundial apreciando-se a essecircncia danccedilarina

Deste modo a partir do futebol ordenou-se uma visatildeo basicamente

mesticcedila dos jogadores e da cultura A edificaccedilatildeo do futebol-arte foi uma

audaciosa afirmativa do mesticcedilo e do negro brasileiros

Neste caso teria sido asilada a tese de Gilberto Freyre sobre a

hibridez A reflexatildeo futeboliacutestica alistou-se com o individualismo romacircntico

meliacutefluo e singular com outra translaccedilatildeo da luta brasileira por uma identidade

nacional a questatildeo da miscigenaccedilatildeo

Quando se valorizam as capacidades individuais aperfeiccediloar uma

equipe constituiria somente escolher os melhores e deixaacute-los jogar Assim os

mais preparados admitiriam a melhor forma de decorrer

Um reconhecido jornalista esportivo e teacutecnico da seleccedilatildeo nacional Joatildeo

Saldanha protegeu essa compreensatildeo na fase eliminatoacuteria da Copa de 1970

Esse tipo de taacutetica soacute faz sentido quando haacute monopoacutelio na formaccedilatildeo do time o

uacutenico caso eacute a concepccedilatildeo da seleccedilatildeo nacional

No habitual nenhum clube pode contar com os melhores Assim sendo

como todo time acaba desenvolvido por indiviacuteduos de capacidades variadas

tem que de alguma forma organizaacute-los ordenaacute-los disciplinaacute-los e fazer com

que arrisquem segundo esquemas teacutecnicos e taacuteticos

Tem-se entatildeo uma tensatildeo entre a ordem instintiva dos melhores e a

imposta sobre as individualidades Em uma equipe haacute sempre jogadores que

se destacam mais que outros seja pela teacutecnica ou pelo preparo fiacutesico Para

que a individualidade desses jogadores natildeo atrapalhe a harmonia da equipe

satildeo impostas ordens teacutecnicas e taacuteticas de ordem coletiva pelo treinador de

cada time

Assim ao final de cada partida se obtecircm um resultado favoraacutevel com

ecircnfase no coletivismo e natildeo na individualidade

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte dos ideais civilizatoacuterios O futebol necessitava

acarretar a tonificaccedilatildeo de muacutesculos junto ao ldquoesprit de corpsrdquo a pedagogia da

racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo a organizaccedilatildeo estrateacutegica a consciecircncia da

equipe e a disciplina passavam a ser um ideal normativo recomendado pelo

modelo inglecircs

Contudo para os analistas da eacutepoca da introduccedilatildeo do futebol no seacuteculo

XIX tais ideais natildeo eram seguidos e nem se revolveriam hegemocircnicos no

Brasil Uma tensatildeo entre os primeiros analistas distingue para duas correntes

de opiniatildeo De um lado a dos favoraacuteveis do ideal teacutecnico dos inventores do

futebol e de outro a dos valorizadores de sua assimilaccedilatildeo singular

Tais opiniotildees se diferenciam pelo fato de uns defenderem o jogo coletivo

tornando o esporte mais democraacutetico e outros defenderem a opiniatildeo do

individualismo tornando o esporte atividade mais espetaculosa do que objetiva

com shows de dribles e gingas de atletas que tenham as referidas habilidades

e competecircncias

Por sua vez Antonio Figueiredo afianccedilava que o jogador brasileiro e os

espectadores eram inaacutebeis em relaccedilatildeo aos utilitaacuterios e ao estilo do jogo inglecircs

O modo brasileiro de jogar futebol seu abuso de dribles piruetas ou qualquer

movimentaccedilatildeo exoacutetica constituiacutea ignoracircncia e infantilidade por parte dos

espectadores que aquilatavam o cocircmico e o esteacutetico

Estaria portanto mais perto da contemplaccedilatildeo de circo do que do

esporte O modo de jogar aconselhava que os jogadores natildeo tinham a noccedilatildeo

da importacircncia dos passes da conservaccedilatildeo na funccedilatildeo preacute-situada e da

distribuiccedilatildeo das funccedilotildees individuais para conseguir uma disciplina coletiva e

ativo

O criacutetico ao falar da primeira fase do futebol no Brasil de 1902 a 1904

de acordo com sua proacutepria periodizaccedilatildeo comunica o seguinte

Bem diferente do de hoje Um back que tivesse shot forte e que atravessasse o campo era um estupendo jogador um ldquoforwardrdquo que varava sozinho por meio de dribbling a defesa contraacuteria era endeusado um half que dava cabeccediladas com esta exclusiva preocupaccedilatildeo era amado por todos [] Natildeo se conhecia estilo de jogo a utilidade dos passes a permanecircncia nas verdadeiras posiccedilotildees e natildeo dava valor agrave calma ao meacutetodo agrave disciplina Para essa gente pouco se lhe dava que o foot-ball tivesse regras tivesse princiacutepios O que ela apreciava eram as corridas vertiginosas e eficazes as piruetas dos goal-keepers (FIGUEIREDO 1918 p77)

Assim as singularidades nas formas brasileiras de jogar foram formadas

em densas narrativas ateacute se regressarem marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema de elaboraccedilatildeo de literatos

intelectuais e jornalistas de prestiacutegio na sociedade brasileira Os bons

resultados e a massificaccedilatildeo do futebol brasileiro principiados nos anos de

1920 foram ligeiramente incorporados agraves narrativas de construccedilatildeo do estilo

nacional Eacute fato que ainda havia certa tensatildeo entre ufanistas e criacuteticos do

esporte ateacute 1923

Contudo a partir de 1930 o futebol regulariza-se como pura declaraccedilatildeo

da nacionalidade nas narrativas de Maacuterio Filho Joseacute Lins do Rego Gilberto

Freyre e outros jornalistas e literatos O estilo caracterizado pela virtuose

individual principiou a ser louvado como verdadeiro e singular um artifiacutecio de

recriaccedilatildeo do modelo anglo-saxatildeo

A corrente de valorizaccedilatildeo da singularidade do futebol brasileiro parece

tornar-se hegemocircnica talvez pela qualidade empiacuterica do futebol ou ainda pela

maximizaccedilatildeo do aeacutereo culturalista e nacionalista na deacutecada de 1930

Para Roberto Damatta uma questatildeo importante eacute a que se refere agrave

construccedilatildeo da identidade nacional a partir de instituiccedilotildees auxiliares como

carnaval samba religiosidade e futebol Em contraposiccedilatildeo os paiacuteses

europeus e os Estados Unidos teriam como elementos geradores de identidade

social a Constituiccedilatildeo Federal o Congresso Nacional o Sistema Universitaacuterio a

ordem financeira a histoacuteria poliacutetica instituiccedilotildees extraordinaacuterios que seriam

centrais na criaccedilatildeo de solidariedade e identidade

Assim os domiacutenios do lazer e do esporte por sua vez seriam nesses

paiacuteses fontes secundaacuterias O autor afianccedila que a identidade se desenvolveu a

partir de fontes secundaacuterias em funccedilatildeo da estrutura poliacutetica e social natildeo

permitir a foacutermula e a mobilidade do indiviacuteduo

No dizer de Orlando Duarte ldquoO que vale mesmo eacute que em 1894 o

paulista Charles Miller nascido no Brasil em 1874 filho de ingleses e que

estudava na Inglaterra trouxe de laacute duas bolas e isso permitiu a praacutetica regular

do futebolrdquo (2004 p 28)

O futebol no Brasil comeccedilou como algo praticado apenas pela elite e

principalmente por brancos ateacute que foi se popularizando tornando-se o

esporte mais praticado no paiacutes

No tocante agrave legislaccedilatildeo que regula o esporte para alguns doutrinadores

a Lei Peleacute somente mencionou a Lei Zico natildeo abordando seu utilitaacuterio

fundamental que era completar as lacunas que a Lei Zico tinha deixado Neste

norte discorre Alvaro Melo Filho

Em 24 de Marccedilo de 1998 surge a ldquoLei Peleacuterdquo (Lei ndeg 961598) dotada de natureza reativa pontual e erraacutetica fez a ldquoclonagem juriacutedicardquo de 58 da ldquoLei Zicordquo trazendo como inovaccedilatildeo algumas ldquocontribuiccedilotildees que piorardquo o fim do ldquopasserdquo dos atletas profissionais e o consequumlente reforccedilo agrave predatoacuteria relaccedilatildeo empresaacuterio ()Aleacutem de ter situado o passe do jogador profissional de futebol esta lei regulou ainda outras diferentes situaccedilotildees e direitos nunca antes tutelados como denota Adair Esta lei veio dar agrave atividade do atleta profissional de futebol condiccedilotildees de trabalho mais razoaacuteveis e adequadas na medida em que estabeleceu os criteacuterios miacutenimos que deviam nortear essa relaccedilatildeo sobretudo quanto ao prazo premiaccedilatildeo a forma de prestaccedilatildeo de serviccedilo e a transferecircncia tanto para times brasileiros como para os do exterior Foi estabelecida a premiaccedilatildeo do atleta de 15 (quinze por cento) do valor da transaccedilatildeo no momento da transferecircncia para outra equipe (MELO FILHO 2006 p 66)

Colocando-se sobre as leis trabalhistas no futebol aparecem as

primeiras leis

Com a diminuiccedilatildeo das corporaccedilotildees surge como primeira forma juriacutedica

de relaccedilatildeo trabalhista a locaccedilatildeo de serviccedilos

No respeito total agrave liberdade volitiva do trabalhador e do empregador que se obrigavam um a prestar serviccedilos e o outro a pagar salaacuterios poreacutem sem outras implicaccedilotildees maiores quanto agraves circunstacircncias em que isso se dava O Estado natildeo interferia Havia portanto plena autonomia da locaccedilatildeo de serviccedilos na ordem econocircmica juriacutedica e social como um corpo solto no espaccedilo sujeito agraves suas proacuteprias determinaccedilotildees Como o absolutismo das corporaccedilotildees foi substituiacutedo pelo

arbiacutetrio patronal surgiu o proletariado e a questatildeo social (NASCIMENTO 2004 p 493)

Na inscriccedilatildeo Futebol e Poliacutetica Andrade de Melo enumera outras

admissiacuteveis estirpes do futebol Essas origens permaneceriam estabelecidas

entre os maias que estudavam o jogo com a cabeccedila dos adversaacuterios

derrotados ou entre os egiacutepcios que se divertiam com a brincadeira na qual

apresentavam que chutar uma bola e talvez ateacute mesmo na China onde havia

vestiacutegios de um jogo muito parecido com o futebol moderno Aleacutem disso

levanta a probabilidade de ele ter sido cometido em Roma quando admitiu

uma forma muito violenta da qual repetidamente os praticantes saiacuteam feridos

O procedimento de popularizaccedilatildeo do futebol no Brasil se deu no iniacutecio

do seacuteculo XX Jaacute no final da deacutecada de 1910 o futebol protagonizou os

processos de descoberta da identificaccedilatildeo nacional arquitetados pelos vaacuterios

agentes sociais em integraccedilatildeo Aqui eacute bem acentuado por Luiz Henrique

Toledo

Mais do que mero espetaacuteculo consumiacutevel o futebol consiste num fato da sociedade linguagem franca de domiacutenio puacuteblico dos fundamentos agraves representaccedilotildees coletivas que reencanta a dimensatildeo da vida cotidiana atraveacutes da sua esteacutetica singular (2000 p 69)

O jornalismo esportivo individualizado confere aos outros segmentos da

miacutedia como de comunicar informaccedilatildeo ministrar entretenimento aleacutem de ser

ainda responsaacutevel pela concepccedilatildeo de iacutedolos em um modelo romacircntico de

aspiraccedilatildeo social Por isso atualmente foi trocada a ideacuteia de que as informaccedilotildees

do futebol igualmente como as dos outros esportes se limitam meramente a

um jogo

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 14: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

superioridade dos atacantes brasileiros sobre os demais especialmente os

europeus afirmando que seus genes africanos estatildeo mais vivos

Integrou- se o futebol agrave cultura brasileira coligando-o ao negro e ao

mulato notadamente por suas virtudes artiacutesticas e criativas em contraste com

uma desconfiar rigidez dos brancos europeus

Por interferecircncia dos atletas brasileiros seria presumiacutevel que fizesse

simular no cenaacuterio mundial apreciando-se a essecircncia danccedilarina

Deste modo a partir do futebol ordenou-se uma visatildeo basicamente

mesticcedila dos jogadores e da cultura A edificaccedilatildeo do futebol-arte foi uma

audaciosa afirmativa do mesticcedilo e do negro brasileiros

Neste caso teria sido asilada a tese de Gilberto Freyre sobre a

hibridez A reflexatildeo futeboliacutestica alistou-se com o individualismo romacircntico

meliacutefluo e singular com outra translaccedilatildeo da luta brasileira por uma identidade

nacional a questatildeo da miscigenaccedilatildeo

Quando se valorizam as capacidades individuais aperfeiccediloar uma

equipe constituiria somente escolher os melhores e deixaacute-los jogar Assim os

mais preparados admitiriam a melhor forma de decorrer

Um reconhecido jornalista esportivo e teacutecnico da seleccedilatildeo nacional Joatildeo

Saldanha protegeu essa compreensatildeo na fase eliminatoacuteria da Copa de 1970

Esse tipo de taacutetica soacute faz sentido quando haacute monopoacutelio na formaccedilatildeo do time o

uacutenico caso eacute a concepccedilatildeo da seleccedilatildeo nacional

No habitual nenhum clube pode contar com os melhores Assim sendo

como todo time acaba desenvolvido por indiviacuteduos de capacidades variadas

tem que de alguma forma organizaacute-los ordenaacute-los disciplinaacute-los e fazer com

que arrisquem segundo esquemas teacutecnicos e taacuteticos

Tem-se entatildeo uma tensatildeo entre a ordem instintiva dos melhores e a

imposta sobre as individualidades Em uma equipe haacute sempre jogadores que

se destacam mais que outros seja pela teacutecnica ou pelo preparo fiacutesico Para

que a individualidade desses jogadores natildeo atrapalhe a harmonia da equipe

satildeo impostas ordens teacutecnicas e taacuteticas de ordem coletiva pelo treinador de

cada time

Assim ao final de cada partida se obtecircm um resultado favoraacutevel com

ecircnfase no coletivismo e natildeo na individualidade

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte dos ideais civilizatoacuterios O futebol necessitava

acarretar a tonificaccedilatildeo de muacutesculos junto ao ldquoesprit de corpsrdquo a pedagogia da

racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo a organizaccedilatildeo estrateacutegica a consciecircncia da

equipe e a disciplina passavam a ser um ideal normativo recomendado pelo

modelo inglecircs

Contudo para os analistas da eacutepoca da introduccedilatildeo do futebol no seacuteculo

XIX tais ideais natildeo eram seguidos e nem se revolveriam hegemocircnicos no

Brasil Uma tensatildeo entre os primeiros analistas distingue para duas correntes

de opiniatildeo De um lado a dos favoraacuteveis do ideal teacutecnico dos inventores do

futebol e de outro a dos valorizadores de sua assimilaccedilatildeo singular

Tais opiniotildees se diferenciam pelo fato de uns defenderem o jogo coletivo

tornando o esporte mais democraacutetico e outros defenderem a opiniatildeo do

individualismo tornando o esporte atividade mais espetaculosa do que objetiva

com shows de dribles e gingas de atletas que tenham as referidas habilidades

e competecircncias

Por sua vez Antonio Figueiredo afianccedilava que o jogador brasileiro e os

espectadores eram inaacutebeis em relaccedilatildeo aos utilitaacuterios e ao estilo do jogo inglecircs

O modo brasileiro de jogar futebol seu abuso de dribles piruetas ou qualquer

movimentaccedilatildeo exoacutetica constituiacutea ignoracircncia e infantilidade por parte dos

espectadores que aquilatavam o cocircmico e o esteacutetico

Estaria portanto mais perto da contemplaccedilatildeo de circo do que do

esporte O modo de jogar aconselhava que os jogadores natildeo tinham a noccedilatildeo

da importacircncia dos passes da conservaccedilatildeo na funccedilatildeo preacute-situada e da

distribuiccedilatildeo das funccedilotildees individuais para conseguir uma disciplina coletiva e

ativo

O criacutetico ao falar da primeira fase do futebol no Brasil de 1902 a 1904

de acordo com sua proacutepria periodizaccedilatildeo comunica o seguinte

Bem diferente do de hoje Um back que tivesse shot forte e que atravessasse o campo era um estupendo jogador um ldquoforwardrdquo que varava sozinho por meio de dribbling a defesa contraacuteria era endeusado um half que dava cabeccediladas com esta exclusiva preocupaccedilatildeo era amado por todos [] Natildeo se conhecia estilo de jogo a utilidade dos passes a permanecircncia nas verdadeiras posiccedilotildees e natildeo dava valor agrave calma ao meacutetodo agrave disciplina Para essa gente pouco se lhe dava que o foot-ball tivesse regras tivesse princiacutepios O que ela apreciava eram as corridas vertiginosas e eficazes as piruetas dos goal-keepers (FIGUEIREDO 1918 p77)

Assim as singularidades nas formas brasileiras de jogar foram formadas

em densas narrativas ateacute se regressarem marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema de elaboraccedilatildeo de literatos

intelectuais e jornalistas de prestiacutegio na sociedade brasileira Os bons

resultados e a massificaccedilatildeo do futebol brasileiro principiados nos anos de

1920 foram ligeiramente incorporados agraves narrativas de construccedilatildeo do estilo

nacional Eacute fato que ainda havia certa tensatildeo entre ufanistas e criacuteticos do

esporte ateacute 1923

Contudo a partir de 1930 o futebol regulariza-se como pura declaraccedilatildeo

da nacionalidade nas narrativas de Maacuterio Filho Joseacute Lins do Rego Gilberto

Freyre e outros jornalistas e literatos O estilo caracterizado pela virtuose

individual principiou a ser louvado como verdadeiro e singular um artifiacutecio de

recriaccedilatildeo do modelo anglo-saxatildeo

A corrente de valorizaccedilatildeo da singularidade do futebol brasileiro parece

tornar-se hegemocircnica talvez pela qualidade empiacuterica do futebol ou ainda pela

maximizaccedilatildeo do aeacutereo culturalista e nacionalista na deacutecada de 1930

Para Roberto Damatta uma questatildeo importante eacute a que se refere agrave

construccedilatildeo da identidade nacional a partir de instituiccedilotildees auxiliares como

carnaval samba religiosidade e futebol Em contraposiccedilatildeo os paiacuteses

europeus e os Estados Unidos teriam como elementos geradores de identidade

social a Constituiccedilatildeo Federal o Congresso Nacional o Sistema Universitaacuterio a

ordem financeira a histoacuteria poliacutetica instituiccedilotildees extraordinaacuterios que seriam

centrais na criaccedilatildeo de solidariedade e identidade

Assim os domiacutenios do lazer e do esporte por sua vez seriam nesses

paiacuteses fontes secundaacuterias O autor afianccedila que a identidade se desenvolveu a

partir de fontes secundaacuterias em funccedilatildeo da estrutura poliacutetica e social natildeo

permitir a foacutermula e a mobilidade do indiviacuteduo

No dizer de Orlando Duarte ldquoO que vale mesmo eacute que em 1894 o

paulista Charles Miller nascido no Brasil em 1874 filho de ingleses e que

estudava na Inglaterra trouxe de laacute duas bolas e isso permitiu a praacutetica regular

do futebolrdquo (2004 p 28)

O futebol no Brasil comeccedilou como algo praticado apenas pela elite e

principalmente por brancos ateacute que foi se popularizando tornando-se o

esporte mais praticado no paiacutes

No tocante agrave legislaccedilatildeo que regula o esporte para alguns doutrinadores

a Lei Peleacute somente mencionou a Lei Zico natildeo abordando seu utilitaacuterio

fundamental que era completar as lacunas que a Lei Zico tinha deixado Neste

norte discorre Alvaro Melo Filho

Em 24 de Marccedilo de 1998 surge a ldquoLei Peleacuterdquo (Lei ndeg 961598) dotada de natureza reativa pontual e erraacutetica fez a ldquoclonagem juriacutedicardquo de 58 da ldquoLei Zicordquo trazendo como inovaccedilatildeo algumas ldquocontribuiccedilotildees que piorardquo o fim do ldquopasserdquo dos atletas profissionais e o consequumlente reforccedilo agrave predatoacuteria relaccedilatildeo empresaacuterio ()Aleacutem de ter situado o passe do jogador profissional de futebol esta lei regulou ainda outras diferentes situaccedilotildees e direitos nunca antes tutelados como denota Adair Esta lei veio dar agrave atividade do atleta profissional de futebol condiccedilotildees de trabalho mais razoaacuteveis e adequadas na medida em que estabeleceu os criteacuterios miacutenimos que deviam nortear essa relaccedilatildeo sobretudo quanto ao prazo premiaccedilatildeo a forma de prestaccedilatildeo de serviccedilo e a transferecircncia tanto para times brasileiros como para os do exterior Foi estabelecida a premiaccedilatildeo do atleta de 15 (quinze por cento) do valor da transaccedilatildeo no momento da transferecircncia para outra equipe (MELO FILHO 2006 p 66)

Colocando-se sobre as leis trabalhistas no futebol aparecem as

primeiras leis

Com a diminuiccedilatildeo das corporaccedilotildees surge como primeira forma juriacutedica

de relaccedilatildeo trabalhista a locaccedilatildeo de serviccedilos

No respeito total agrave liberdade volitiva do trabalhador e do empregador que se obrigavam um a prestar serviccedilos e o outro a pagar salaacuterios poreacutem sem outras implicaccedilotildees maiores quanto agraves circunstacircncias em que isso se dava O Estado natildeo interferia Havia portanto plena autonomia da locaccedilatildeo de serviccedilos na ordem econocircmica juriacutedica e social como um corpo solto no espaccedilo sujeito agraves suas proacuteprias determinaccedilotildees Como o absolutismo das corporaccedilotildees foi substituiacutedo pelo

arbiacutetrio patronal surgiu o proletariado e a questatildeo social (NASCIMENTO 2004 p 493)

Na inscriccedilatildeo Futebol e Poliacutetica Andrade de Melo enumera outras

admissiacuteveis estirpes do futebol Essas origens permaneceriam estabelecidas

entre os maias que estudavam o jogo com a cabeccedila dos adversaacuterios

derrotados ou entre os egiacutepcios que se divertiam com a brincadeira na qual

apresentavam que chutar uma bola e talvez ateacute mesmo na China onde havia

vestiacutegios de um jogo muito parecido com o futebol moderno Aleacutem disso

levanta a probabilidade de ele ter sido cometido em Roma quando admitiu

uma forma muito violenta da qual repetidamente os praticantes saiacuteam feridos

O procedimento de popularizaccedilatildeo do futebol no Brasil se deu no iniacutecio

do seacuteculo XX Jaacute no final da deacutecada de 1910 o futebol protagonizou os

processos de descoberta da identificaccedilatildeo nacional arquitetados pelos vaacuterios

agentes sociais em integraccedilatildeo Aqui eacute bem acentuado por Luiz Henrique

Toledo

Mais do que mero espetaacuteculo consumiacutevel o futebol consiste num fato da sociedade linguagem franca de domiacutenio puacuteblico dos fundamentos agraves representaccedilotildees coletivas que reencanta a dimensatildeo da vida cotidiana atraveacutes da sua esteacutetica singular (2000 p 69)

O jornalismo esportivo individualizado confere aos outros segmentos da

miacutedia como de comunicar informaccedilatildeo ministrar entretenimento aleacutem de ser

ainda responsaacutevel pela concepccedilatildeo de iacutedolos em um modelo romacircntico de

aspiraccedilatildeo social Por isso atualmente foi trocada a ideacuteia de que as informaccedilotildees

do futebol igualmente como as dos outros esportes se limitam meramente a

um jogo

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 15: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Tem-se entatildeo uma tensatildeo entre a ordem instintiva dos melhores e a

imposta sobre as individualidades Em uma equipe haacute sempre jogadores que

se destacam mais que outros seja pela teacutecnica ou pelo preparo fiacutesico Para

que a individualidade desses jogadores natildeo atrapalhe a harmonia da equipe

satildeo impostas ordens teacutecnicas e taacuteticas de ordem coletiva pelo treinador de

cada time

Assim ao final de cada partida se obtecircm um resultado favoraacutevel com

ecircnfase no coletivismo e natildeo na individualidade

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte dos ideais civilizatoacuterios O futebol necessitava

acarretar a tonificaccedilatildeo de muacutesculos junto ao ldquoesprit de corpsrdquo a pedagogia da

racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo a organizaccedilatildeo estrateacutegica a consciecircncia da

equipe e a disciplina passavam a ser um ideal normativo recomendado pelo

modelo inglecircs

Contudo para os analistas da eacutepoca da introduccedilatildeo do futebol no seacuteculo

XIX tais ideais natildeo eram seguidos e nem se revolveriam hegemocircnicos no

Brasil Uma tensatildeo entre os primeiros analistas distingue para duas correntes

de opiniatildeo De um lado a dos favoraacuteveis do ideal teacutecnico dos inventores do

futebol e de outro a dos valorizadores de sua assimilaccedilatildeo singular

Tais opiniotildees se diferenciam pelo fato de uns defenderem o jogo coletivo

tornando o esporte mais democraacutetico e outros defenderem a opiniatildeo do

individualismo tornando o esporte atividade mais espetaculosa do que objetiva

com shows de dribles e gingas de atletas que tenham as referidas habilidades

e competecircncias

Por sua vez Antonio Figueiredo afianccedilava que o jogador brasileiro e os

espectadores eram inaacutebeis em relaccedilatildeo aos utilitaacuterios e ao estilo do jogo inglecircs

O modo brasileiro de jogar futebol seu abuso de dribles piruetas ou qualquer

movimentaccedilatildeo exoacutetica constituiacutea ignoracircncia e infantilidade por parte dos

espectadores que aquilatavam o cocircmico e o esteacutetico

Estaria portanto mais perto da contemplaccedilatildeo de circo do que do

esporte O modo de jogar aconselhava que os jogadores natildeo tinham a noccedilatildeo

da importacircncia dos passes da conservaccedilatildeo na funccedilatildeo preacute-situada e da

distribuiccedilatildeo das funccedilotildees individuais para conseguir uma disciplina coletiva e

ativo

O criacutetico ao falar da primeira fase do futebol no Brasil de 1902 a 1904

de acordo com sua proacutepria periodizaccedilatildeo comunica o seguinte

Bem diferente do de hoje Um back que tivesse shot forte e que atravessasse o campo era um estupendo jogador um ldquoforwardrdquo que varava sozinho por meio de dribbling a defesa contraacuteria era endeusado um half que dava cabeccediladas com esta exclusiva preocupaccedilatildeo era amado por todos [] Natildeo se conhecia estilo de jogo a utilidade dos passes a permanecircncia nas verdadeiras posiccedilotildees e natildeo dava valor agrave calma ao meacutetodo agrave disciplina Para essa gente pouco se lhe dava que o foot-ball tivesse regras tivesse princiacutepios O que ela apreciava eram as corridas vertiginosas e eficazes as piruetas dos goal-keepers (FIGUEIREDO 1918 p77)

Assim as singularidades nas formas brasileiras de jogar foram formadas

em densas narrativas ateacute se regressarem marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema de elaboraccedilatildeo de literatos

intelectuais e jornalistas de prestiacutegio na sociedade brasileira Os bons

resultados e a massificaccedilatildeo do futebol brasileiro principiados nos anos de

1920 foram ligeiramente incorporados agraves narrativas de construccedilatildeo do estilo

nacional Eacute fato que ainda havia certa tensatildeo entre ufanistas e criacuteticos do

esporte ateacute 1923

Contudo a partir de 1930 o futebol regulariza-se como pura declaraccedilatildeo

da nacionalidade nas narrativas de Maacuterio Filho Joseacute Lins do Rego Gilberto

Freyre e outros jornalistas e literatos O estilo caracterizado pela virtuose

individual principiou a ser louvado como verdadeiro e singular um artifiacutecio de

recriaccedilatildeo do modelo anglo-saxatildeo

A corrente de valorizaccedilatildeo da singularidade do futebol brasileiro parece

tornar-se hegemocircnica talvez pela qualidade empiacuterica do futebol ou ainda pela

maximizaccedilatildeo do aeacutereo culturalista e nacionalista na deacutecada de 1930

Para Roberto Damatta uma questatildeo importante eacute a que se refere agrave

construccedilatildeo da identidade nacional a partir de instituiccedilotildees auxiliares como

carnaval samba religiosidade e futebol Em contraposiccedilatildeo os paiacuteses

europeus e os Estados Unidos teriam como elementos geradores de identidade

social a Constituiccedilatildeo Federal o Congresso Nacional o Sistema Universitaacuterio a

ordem financeira a histoacuteria poliacutetica instituiccedilotildees extraordinaacuterios que seriam

centrais na criaccedilatildeo de solidariedade e identidade

Assim os domiacutenios do lazer e do esporte por sua vez seriam nesses

paiacuteses fontes secundaacuterias O autor afianccedila que a identidade se desenvolveu a

partir de fontes secundaacuterias em funccedilatildeo da estrutura poliacutetica e social natildeo

permitir a foacutermula e a mobilidade do indiviacuteduo

No dizer de Orlando Duarte ldquoO que vale mesmo eacute que em 1894 o

paulista Charles Miller nascido no Brasil em 1874 filho de ingleses e que

estudava na Inglaterra trouxe de laacute duas bolas e isso permitiu a praacutetica regular

do futebolrdquo (2004 p 28)

O futebol no Brasil comeccedilou como algo praticado apenas pela elite e

principalmente por brancos ateacute que foi se popularizando tornando-se o

esporte mais praticado no paiacutes

No tocante agrave legislaccedilatildeo que regula o esporte para alguns doutrinadores

a Lei Peleacute somente mencionou a Lei Zico natildeo abordando seu utilitaacuterio

fundamental que era completar as lacunas que a Lei Zico tinha deixado Neste

norte discorre Alvaro Melo Filho

Em 24 de Marccedilo de 1998 surge a ldquoLei Peleacuterdquo (Lei ndeg 961598) dotada de natureza reativa pontual e erraacutetica fez a ldquoclonagem juriacutedicardquo de 58 da ldquoLei Zicordquo trazendo como inovaccedilatildeo algumas ldquocontribuiccedilotildees que piorardquo o fim do ldquopasserdquo dos atletas profissionais e o consequumlente reforccedilo agrave predatoacuteria relaccedilatildeo empresaacuterio ()Aleacutem de ter situado o passe do jogador profissional de futebol esta lei regulou ainda outras diferentes situaccedilotildees e direitos nunca antes tutelados como denota Adair Esta lei veio dar agrave atividade do atleta profissional de futebol condiccedilotildees de trabalho mais razoaacuteveis e adequadas na medida em que estabeleceu os criteacuterios miacutenimos que deviam nortear essa relaccedilatildeo sobretudo quanto ao prazo premiaccedilatildeo a forma de prestaccedilatildeo de serviccedilo e a transferecircncia tanto para times brasileiros como para os do exterior Foi estabelecida a premiaccedilatildeo do atleta de 15 (quinze por cento) do valor da transaccedilatildeo no momento da transferecircncia para outra equipe (MELO FILHO 2006 p 66)

Colocando-se sobre as leis trabalhistas no futebol aparecem as

primeiras leis

Com a diminuiccedilatildeo das corporaccedilotildees surge como primeira forma juriacutedica

de relaccedilatildeo trabalhista a locaccedilatildeo de serviccedilos

No respeito total agrave liberdade volitiva do trabalhador e do empregador que se obrigavam um a prestar serviccedilos e o outro a pagar salaacuterios poreacutem sem outras implicaccedilotildees maiores quanto agraves circunstacircncias em que isso se dava O Estado natildeo interferia Havia portanto plena autonomia da locaccedilatildeo de serviccedilos na ordem econocircmica juriacutedica e social como um corpo solto no espaccedilo sujeito agraves suas proacuteprias determinaccedilotildees Como o absolutismo das corporaccedilotildees foi substituiacutedo pelo

arbiacutetrio patronal surgiu o proletariado e a questatildeo social (NASCIMENTO 2004 p 493)

Na inscriccedilatildeo Futebol e Poliacutetica Andrade de Melo enumera outras

admissiacuteveis estirpes do futebol Essas origens permaneceriam estabelecidas

entre os maias que estudavam o jogo com a cabeccedila dos adversaacuterios

derrotados ou entre os egiacutepcios que se divertiam com a brincadeira na qual

apresentavam que chutar uma bola e talvez ateacute mesmo na China onde havia

vestiacutegios de um jogo muito parecido com o futebol moderno Aleacutem disso

levanta a probabilidade de ele ter sido cometido em Roma quando admitiu

uma forma muito violenta da qual repetidamente os praticantes saiacuteam feridos

O procedimento de popularizaccedilatildeo do futebol no Brasil se deu no iniacutecio

do seacuteculo XX Jaacute no final da deacutecada de 1910 o futebol protagonizou os

processos de descoberta da identificaccedilatildeo nacional arquitetados pelos vaacuterios

agentes sociais em integraccedilatildeo Aqui eacute bem acentuado por Luiz Henrique

Toledo

Mais do que mero espetaacuteculo consumiacutevel o futebol consiste num fato da sociedade linguagem franca de domiacutenio puacuteblico dos fundamentos agraves representaccedilotildees coletivas que reencanta a dimensatildeo da vida cotidiana atraveacutes da sua esteacutetica singular (2000 p 69)

O jornalismo esportivo individualizado confere aos outros segmentos da

miacutedia como de comunicar informaccedilatildeo ministrar entretenimento aleacutem de ser

ainda responsaacutevel pela concepccedilatildeo de iacutedolos em um modelo romacircntico de

aspiraccedilatildeo social Por isso atualmente foi trocada a ideacuteia de que as informaccedilotildees

do futebol igualmente como as dos outros esportes se limitam meramente a

um jogo

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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NAZARENO Aulio Fundamentos de arbitragem de futebol Porto Alegre Sulina 1997

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 16: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Por sua vez Antonio Figueiredo afianccedilava que o jogador brasileiro e os

espectadores eram inaacutebeis em relaccedilatildeo aos utilitaacuterios e ao estilo do jogo inglecircs

O modo brasileiro de jogar futebol seu abuso de dribles piruetas ou qualquer

movimentaccedilatildeo exoacutetica constituiacutea ignoracircncia e infantilidade por parte dos

espectadores que aquilatavam o cocircmico e o esteacutetico

Estaria portanto mais perto da contemplaccedilatildeo de circo do que do

esporte O modo de jogar aconselhava que os jogadores natildeo tinham a noccedilatildeo

da importacircncia dos passes da conservaccedilatildeo na funccedilatildeo preacute-situada e da

distribuiccedilatildeo das funccedilotildees individuais para conseguir uma disciplina coletiva e

ativo

O criacutetico ao falar da primeira fase do futebol no Brasil de 1902 a 1904

de acordo com sua proacutepria periodizaccedilatildeo comunica o seguinte

Bem diferente do de hoje Um back que tivesse shot forte e que atravessasse o campo era um estupendo jogador um ldquoforwardrdquo que varava sozinho por meio de dribbling a defesa contraacuteria era endeusado um half que dava cabeccediladas com esta exclusiva preocupaccedilatildeo era amado por todos [] Natildeo se conhecia estilo de jogo a utilidade dos passes a permanecircncia nas verdadeiras posiccedilotildees e natildeo dava valor agrave calma ao meacutetodo agrave disciplina Para essa gente pouco se lhe dava que o foot-ball tivesse regras tivesse princiacutepios O que ela apreciava eram as corridas vertiginosas e eficazes as piruetas dos goal-keepers (FIGUEIREDO 1918 p77)

Assim as singularidades nas formas brasileiras de jogar foram formadas

em densas narrativas ateacute se regressarem marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema de elaboraccedilatildeo de literatos

intelectuais e jornalistas de prestiacutegio na sociedade brasileira Os bons

resultados e a massificaccedilatildeo do futebol brasileiro principiados nos anos de

1920 foram ligeiramente incorporados agraves narrativas de construccedilatildeo do estilo

nacional Eacute fato que ainda havia certa tensatildeo entre ufanistas e criacuteticos do

esporte ateacute 1923

Contudo a partir de 1930 o futebol regulariza-se como pura declaraccedilatildeo

da nacionalidade nas narrativas de Maacuterio Filho Joseacute Lins do Rego Gilberto

Freyre e outros jornalistas e literatos O estilo caracterizado pela virtuose

individual principiou a ser louvado como verdadeiro e singular um artifiacutecio de

recriaccedilatildeo do modelo anglo-saxatildeo

A corrente de valorizaccedilatildeo da singularidade do futebol brasileiro parece

tornar-se hegemocircnica talvez pela qualidade empiacuterica do futebol ou ainda pela

maximizaccedilatildeo do aeacutereo culturalista e nacionalista na deacutecada de 1930

Para Roberto Damatta uma questatildeo importante eacute a que se refere agrave

construccedilatildeo da identidade nacional a partir de instituiccedilotildees auxiliares como

carnaval samba religiosidade e futebol Em contraposiccedilatildeo os paiacuteses

europeus e os Estados Unidos teriam como elementos geradores de identidade

social a Constituiccedilatildeo Federal o Congresso Nacional o Sistema Universitaacuterio a

ordem financeira a histoacuteria poliacutetica instituiccedilotildees extraordinaacuterios que seriam

centrais na criaccedilatildeo de solidariedade e identidade

Assim os domiacutenios do lazer e do esporte por sua vez seriam nesses

paiacuteses fontes secundaacuterias O autor afianccedila que a identidade se desenvolveu a

partir de fontes secundaacuterias em funccedilatildeo da estrutura poliacutetica e social natildeo

permitir a foacutermula e a mobilidade do indiviacuteduo

No dizer de Orlando Duarte ldquoO que vale mesmo eacute que em 1894 o

paulista Charles Miller nascido no Brasil em 1874 filho de ingleses e que

estudava na Inglaterra trouxe de laacute duas bolas e isso permitiu a praacutetica regular

do futebolrdquo (2004 p 28)

O futebol no Brasil comeccedilou como algo praticado apenas pela elite e

principalmente por brancos ateacute que foi se popularizando tornando-se o

esporte mais praticado no paiacutes

No tocante agrave legislaccedilatildeo que regula o esporte para alguns doutrinadores

a Lei Peleacute somente mencionou a Lei Zico natildeo abordando seu utilitaacuterio

fundamental que era completar as lacunas que a Lei Zico tinha deixado Neste

norte discorre Alvaro Melo Filho

Em 24 de Marccedilo de 1998 surge a ldquoLei Peleacuterdquo (Lei ndeg 961598) dotada de natureza reativa pontual e erraacutetica fez a ldquoclonagem juriacutedicardquo de 58 da ldquoLei Zicordquo trazendo como inovaccedilatildeo algumas ldquocontribuiccedilotildees que piorardquo o fim do ldquopasserdquo dos atletas profissionais e o consequumlente reforccedilo agrave predatoacuteria relaccedilatildeo empresaacuterio ()Aleacutem de ter situado o passe do jogador profissional de futebol esta lei regulou ainda outras diferentes situaccedilotildees e direitos nunca antes tutelados como denota Adair Esta lei veio dar agrave atividade do atleta profissional de futebol condiccedilotildees de trabalho mais razoaacuteveis e adequadas na medida em que estabeleceu os criteacuterios miacutenimos que deviam nortear essa relaccedilatildeo sobretudo quanto ao prazo premiaccedilatildeo a forma de prestaccedilatildeo de serviccedilo e a transferecircncia tanto para times brasileiros como para os do exterior Foi estabelecida a premiaccedilatildeo do atleta de 15 (quinze por cento) do valor da transaccedilatildeo no momento da transferecircncia para outra equipe (MELO FILHO 2006 p 66)

Colocando-se sobre as leis trabalhistas no futebol aparecem as

primeiras leis

Com a diminuiccedilatildeo das corporaccedilotildees surge como primeira forma juriacutedica

de relaccedilatildeo trabalhista a locaccedilatildeo de serviccedilos

No respeito total agrave liberdade volitiva do trabalhador e do empregador que se obrigavam um a prestar serviccedilos e o outro a pagar salaacuterios poreacutem sem outras implicaccedilotildees maiores quanto agraves circunstacircncias em que isso se dava O Estado natildeo interferia Havia portanto plena autonomia da locaccedilatildeo de serviccedilos na ordem econocircmica juriacutedica e social como um corpo solto no espaccedilo sujeito agraves suas proacuteprias determinaccedilotildees Como o absolutismo das corporaccedilotildees foi substituiacutedo pelo

arbiacutetrio patronal surgiu o proletariado e a questatildeo social (NASCIMENTO 2004 p 493)

Na inscriccedilatildeo Futebol e Poliacutetica Andrade de Melo enumera outras

admissiacuteveis estirpes do futebol Essas origens permaneceriam estabelecidas

entre os maias que estudavam o jogo com a cabeccedila dos adversaacuterios

derrotados ou entre os egiacutepcios que se divertiam com a brincadeira na qual

apresentavam que chutar uma bola e talvez ateacute mesmo na China onde havia

vestiacutegios de um jogo muito parecido com o futebol moderno Aleacutem disso

levanta a probabilidade de ele ter sido cometido em Roma quando admitiu

uma forma muito violenta da qual repetidamente os praticantes saiacuteam feridos

O procedimento de popularizaccedilatildeo do futebol no Brasil se deu no iniacutecio

do seacuteculo XX Jaacute no final da deacutecada de 1910 o futebol protagonizou os

processos de descoberta da identificaccedilatildeo nacional arquitetados pelos vaacuterios

agentes sociais em integraccedilatildeo Aqui eacute bem acentuado por Luiz Henrique

Toledo

Mais do que mero espetaacuteculo consumiacutevel o futebol consiste num fato da sociedade linguagem franca de domiacutenio puacuteblico dos fundamentos agraves representaccedilotildees coletivas que reencanta a dimensatildeo da vida cotidiana atraveacutes da sua esteacutetica singular (2000 p 69)

O jornalismo esportivo individualizado confere aos outros segmentos da

miacutedia como de comunicar informaccedilatildeo ministrar entretenimento aleacutem de ser

ainda responsaacutevel pela concepccedilatildeo de iacutedolos em um modelo romacircntico de

aspiraccedilatildeo social Por isso atualmente foi trocada a ideacuteia de que as informaccedilotildees

do futebol igualmente como as dos outros esportes se limitam meramente a

um jogo

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 17: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

1920 foram ligeiramente incorporados agraves narrativas de construccedilatildeo do estilo

nacional Eacute fato que ainda havia certa tensatildeo entre ufanistas e criacuteticos do

esporte ateacute 1923

Contudo a partir de 1930 o futebol regulariza-se como pura declaraccedilatildeo

da nacionalidade nas narrativas de Maacuterio Filho Joseacute Lins do Rego Gilberto

Freyre e outros jornalistas e literatos O estilo caracterizado pela virtuose

individual principiou a ser louvado como verdadeiro e singular um artifiacutecio de

recriaccedilatildeo do modelo anglo-saxatildeo

A corrente de valorizaccedilatildeo da singularidade do futebol brasileiro parece

tornar-se hegemocircnica talvez pela qualidade empiacuterica do futebol ou ainda pela

maximizaccedilatildeo do aeacutereo culturalista e nacionalista na deacutecada de 1930

Para Roberto Damatta uma questatildeo importante eacute a que se refere agrave

construccedilatildeo da identidade nacional a partir de instituiccedilotildees auxiliares como

carnaval samba religiosidade e futebol Em contraposiccedilatildeo os paiacuteses

europeus e os Estados Unidos teriam como elementos geradores de identidade

social a Constituiccedilatildeo Federal o Congresso Nacional o Sistema Universitaacuterio a

ordem financeira a histoacuteria poliacutetica instituiccedilotildees extraordinaacuterios que seriam

centrais na criaccedilatildeo de solidariedade e identidade

Assim os domiacutenios do lazer e do esporte por sua vez seriam nesses

paiacuteses fontes secundaacuterias O autor afianccedila que a identidade se desenvolveu a

partir de fontes secundaacuterias em funccedilatildeo da estrutura poliacutetica e social natildeo

permitir a foacutermula e a mobilidade do indiviacuteduo

No dizer de Orlando Duarte ldquoO que vale mesmo eacute que em 1894 o

paulista Charles Miller nascido no Brasil em 1874 filho de ingleses e que

estudava na Inglaterra trouxe de laacute duas bolas e isso permitiu a praacutetica regular

do futebolrdquo (2004 p 28)

O futebol no Brasil comeccedilou como algo praticado apenas pela elite e

principalmente por brancos ateacute que foi se popularizando tornando-se o

esporte mais praticado no paiacutes

No tocante agrave legislaccedilatildeo que regula o esporte para alguns doutrinadores

a Lei Peleacute somente mencionou a Lei Zico natildeo abordando seu utilitaacuterio

fundamental que era completar as lacunas que a Lei Zico tinha deixado Neste

norte discorre Alvaro Melo Filho

Em 24 de Marccedilo de 1998 surge a ldquoLei Peleacuterdquo (Lei ndeg 961598) dotada de natureza reativa pontual e erraacutetica fez a ldquoclonagem juriacutedicardquo de 58 da ldquoLei Zicordquo trazendo como inovaccedilatildeo algumas ldquocontribuiccedilotildees que piorardquo o fim do ldquopasserdquo dos atletas profissionais e o consequumlente reforccedilo agrave predatoacuteria relaccedilatildeo empresaacuterio ()Aleacutem de ter situado o passe do jogador profissional de futebol esta lei regulou ainda outras diferentes situaccedilotildees e direitos nunca antes tutelados como denota Adair Esta lei veio dar agrave atividade do atleta profissional de futebol condiccedilotildees de trabalho mais razoaacuteveis e adequadas na medida em que estabeleceu os criteacuterios miacutenimos que deviam nortear essa relaccedilatildeo sobretudo quanto ao prazo premiaccedilatildeo a forma de prestaccedilatildeo de serviccedilo e a transferecircncia tanto para times brasileiros como para os do exterior Foi estabelecida a premiaccedilatildeo do atleta de 15 (quinze por cento) do valor da transaccedilatildeo no momento da transferecircncia para outra equipe (MELO FILHO 2006 p 66)

Colocando-se sobre as leis trabalhistas no futebol aparecem as

primeiras leis

Com a diminuiccedilatildeo das corporaccedilotildees surge como primeira forma juriacutedica

de relaccedilatildeo trabalhista a locaccedilatildeo de serviccedilos

No respeito total agrave liberdade volitiva do trabalhador e do empregador que se obrigavam um a prestar serviccedilos e o outro a pagar salaacuterios poreacutem sem outras implicaccedilotildees maiores quanto agraves circunstacircncias em que isso se dava O Estado natildeo interferia Havia portanto plena autonomia da locaccedilatildeo de serviccedilos na ordem econocircmica juriacutedica e social como um corpo solto no espaccedilo sujeito agraves suas proacuteprias determinaccedilotildees Como o absolutismo das corporaccedilotildees foi substituiacutedo pelo

arbiacutetrio patronal surgiu o proletariado e a questatildeo social (NASCIMENTO 2004 p 493)

Na inscriccedilatildeo Futebol e Poliacutetica Andrade de Melo enumera outras

admissiacuteveis estirpes do futebol Essas origens permaneceriam estabelecidas

entre os maias que estudavam o jogo com a cabeccedila dos adversaacuterios

derrotados ou entre os egiacutepcios que se divertiam com a brincadeira na qual

apresentavam que chutar uma bola e talvez ateacute mesmo na China onde havia

vestiacutegios de um jogo muito parecido com o futebol moderno Aleacutem disso

levanta a probabilidade de ele ter sido cometido em Roma quando admitiu

uma forma muito violenta da qual repetidamente os praticantes saiacuteam feridos

O procedimento de popularizaccedilatildeo do futebol no Brasil se deu no iniacutecio

do seacuteculo XX Jaacute no final da deacutecada de 1910 o futebol protagonizou os

processos de descoberta da identificaccedilatildeo nacional arquitetados pelos vaacuterios

agentes sociais em integraccedilatildeo Aqui eacute bem acentuado por Luiz Henrique

Toledo

Mais do que mero espetaacuteculo consumiacutevel o futebol consiste num fato da sociedade linguagem franca de domiacutenio puacuteblico dos fundamentos agraves representaccedilotildees coletivas que reencanta a dimensatildeo da vida cotidiana atraveacutes da sua esteacutetica singular (2000 p 69)

O jornalismo esportivo individualizado confere aos outros segmentos da

miacutedia como de comunicar informaccedilatildeo ministrar entretenimento aleacutem de ser

ainda responsaacutevel pela concepccedilatildeo de iacutedolos em um modelo romacircntico de

aspiraccedilatildeo social Por isso atualmente foi trocada a ideacuteia de que as informaccedilotildees

do futebol igualmente como as dos outros esportes se limitam meramente a

um jogo

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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MIRA Y LOPEZ Emilio Futebol e psicologia Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1964

MONTIEL Antoacutenio L A arbitragem e o futebol profissional Lisboa Horizonte 1998 MOSCOVICI Serge Introduction a la psycologie sociale Paris Library Larousse 1973 NASCIMENTO Amauri M Curso de direito do trabalho histoacuteria e teoria geral do direito relaccedilotildees individuais e coletivas do trabalho Satildeo Paulo Saraiva 2004

NAZARENO Aulio Fundamentos de arbitragem de futebol Porto Alegre Sulina 1997

NETO Jose A Preparaccedilatildeo Fiacutesica e Psicoloacutegica do Aacuterbitro de Futebol Porto Ediccedilotildees ASA 1999 POSTMAN Neil O desaparecimento da infacircncia Rio de Janeiro Graphia 1999 REILLY Thomas Special populations Science and Soccer London E amp FN Spon 1996 SAMPAIO Rafael Propaganda de A a Z Como usar a propaganda para onstruir marcas e empresas de sucesso Rio de Janeiro Editora Campus 1996 SALDANHA Joatildeo A Copa de 82 por Joatildeo Saldanha Satildeo Paulo Cosac amp Naify 2002 SARTORI Giovani A teoria da democracia revisitada Satildeo Paulo Aacutetica 1994

SILVA Alberto I da Ciro R Rodriguez-Antildeez Accedilotildees motoras do aacuterbitro de futebol durante a partida Revista Treinamento Desportivo Londrina Vol 4 p 5-11 1999

SIMON Carlos E Na diagonal do campo Satildeo Leopoldo Unisinos 2004 TOLEDO Luiz H No paiacutes do futebol Rio de Janeiro Zahar 2000 VALVERDE David Lucio de Arruda A Odisseacuteia Esportiva Paulista do Association ao Profissionalismo Assis 1999 Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Histoacuteria FCL-Faculdade de Ciecircncias e Letras de Assis UNESP WOLF Mauro Teorias da Comunicaccedilatildeo Lisboa Editorial Presenccedila 1995

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 18: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

estudava na Inglaterra trouxe de laacute duas bolas e isso permitiu a praacutetica regular

do futebolrdquo (2004 p 28)

O futebol no Brasil comeccedilou como algo praticado apenas pela elite e

principalmente por brancos ateacute que foi se popularizando tornando-se o

esporte mais praticado no paiacutes

No tocante agrave legislaccedilatildeo que regula o esporte para alguns doutrinadores

a Lei Peleacute somente mencionou a Lei Zico natildeo abordando seu utilitaacuterio

fundamental que era completar as lacunas que a Lei Zico tinha deixado Neste

norte discorre Alvaro Melo Filho

Em 24 de Marccedilo de 1998 surge a ldquoLei Peleacuterdquo (Lei ndeg 961598) dotada de natureza reativa pontual e erraacutetica fez a ldquoclonagem juriacutedicardquo de 58 da ldquoLei Zicordquo trazendo como inovaccedilatildeo algumas ldquocontribuiccedilotildees que piorardquo o fim do ldquopasserdquo dos atletas profissionais e o consequumlente reforccedilo agrave predatoacuteria relaccedilatildeo empresaacuterio ()Aleacutem de ter situado o passe do jogador profissional de futebol esta lei regulou ainda outras diferentes situaccedilotildees e direitos nunca antes tutelados como denota Adair Esta lei veio dar agrave atividade do atleta profissional de futebol condiccedilotildees de trabalho mais razoaacuteveis e adequadas na medida em que estabeleceu os criteacuterios miacutenimos que deviam nortear essa relaccedilatildeo sobretudo quanto ao prazo premiaccedilatildeo a forma de prestaccedilatildeo de serviccedilo e a transferecircncia tanto para times brasileiros como para os do exterior Foi estabelecida a premiaccedilatildeo do atleta de 15 (quinze por cento) do valor da transaccedilatildeo no momento da transferecircncia para outra equipe (MELO FILHO 2006 p 66)

Colocando-se sobre as leis trabalhistas no futebol aparecem as

primeiras leis

Com a diminuiccedilatildeo das corporaccedilotildees surge como primeira forma juriacutedica

de relaccedilatildeo trabalhista a locaccedilatildeo de serviccedilos

No respeito total agrave liberdade volitiva do trabalhador e do empregador que se obrigavam um a prestar serviccedilos e o outro a pagar salaacuterios poreacutem sem outras implicaccedilotildees maiores quanto agraves circunstacircncias em que isso se dava O Estado natildeo interferia Havia portanto plena autonomia da locaccedilatildeo de serviccedilos na ordem econocircmica juriacutedica e social como um corpo solto no espaccedilo sujeito agraves suas proacuteprias determinaccedilotildees Como o absolutismo das corporaccedilotildees foi substituiacutedo pelo

arbiacutetrio patronal surgiu o proletariado e a questatildeo social (NASCIMENTO 2004 p 493)

Na inscriccedilatildeo Futebol e Poliacutetica Andrade de Melo enumera outras

admissiacuteveis estirpes do futebol Essas origens permaneceriam estabelecidas

entre os maias que estudavam o jogo com a cabeccedila dos adversaacuterios

derrotados ou entre os egiacutepcios que se divertiam com a brincadeira na qual

apresentavam que chutar uma bola e talvez ateacute mesmo na China onde havia

vestiacutegios de um jogo muito parecido com o futebol moderno Aleacutem disso

levanta a probabilidade de ele ter sido cometido em Roma quando admitiu

uma forma muito violenta da qual repetidamente os praticantes saiacuteam feridos

O procedimento de popularizaccedilatildeo do futebol no Brasil se deu no iniacutecio

do seacuteculo XX Jaacute no final da deacutecada de 1910 o futebol protagonizou os

processos de descoberta da identificaccedilatildeo nacional arquitetados pelos vaacuterios

agentes sociais em integraccedilatildeo Aqui eacute bem acentuado por Luiz Henrique

Toledo

Mais do que mero espetaacuteculo consumiacutevel o futebol consiste num fato da sociedade linguagem franca de domiacutenio puacuteblico dos fundamentos agraves representaccedilotildees coletivas que reencanta a dimensatildeo da vida cotidiana atraveacutes da sua esteacutetica singular (2000 p 69)

O jornalismo esportivo individualizado confere aos outros segmentos da

miacutedia como de comunicar informaccedilatildeo ministrar entretenimento aleacutem de ser

ainda responsaacutevel pela concepccedilatildeo de iacutedolos em um modelo romacircntico de

aspiraccedilatildeo social Por isso atualmente foi trocada a ideacuteia de que as informaccedilotildees

do futebol igualmente como as dos outros esportes se limitam meramente a

um jogo

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 19: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

arbiacutetrio patronal surgiu o proletariado e a questatildeo social (NASCIMENTO 2004 p 493)

Na inscriccedilatildeo Futebol e Poliacutetica Andrade de Melo enumera outras

admissiacuteveis estirpes do futebol Essas origens permaneceriam estabelecidas

entre os maias que estudavam o jogo com a cabeccedila dos adversaacuterios

derrotados ou entre os egiacutepcios que se divertiam com a brincadeira na qual

apresentavam que chutar uma bola e talvez ateacute mesmo na China onde havia

vestiacutegios de um jogo muito parecido com o futebol moderno Aleacutem disso

levanta a probabilidade de ele ter sido cometido em Roma quando admitiu

uma forma muito violenta da qual repetidamente os praticantes saiacuteam feridos

O procedimento de popularizaccedilatildeo do futebol no Brasil se deu no iniacutecio

do seacuteculo XX Jaacute no final da deacutecada de 1910 o futebol protagonizou os

processos de descoberta da identificaccedilatildeo nacional arquitetados pelos vaacuterios

agentes sociais em integraccedilatildeo Aqui eacute bem acentuado por Luiz Henrique

Toledo

Mais do que mero espetaacuteculo consumiacutevel o futebol consiste num fato da sociedade linguagem franca de domiacutenio puacuteblico dos fundamentos agraves representaccedilotildees coletivas que reencanta a dimensatildeo da vida cotidiana atraveacutes da sua esteacutetica singular (2000 p 69)

O jornalismo esportivo individualizado confere aos outros segmentos da

miacutedia como de comunicar informaccedilatildeo ministrar entretenimento aleacutem de ser

ainda responsaacutevel pela concepccedilatildeo de iacutedolos em um modelo romacircntico de

aspiraccedilatildeo social Por isso atualmente foi trocada a ideacuteia de que as informaccedilotildees

do futebol igualmente como as dos outros esportes se limitam meramente a

um jogo

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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BARBERO Jesus Martin Dos meios agraves mediaccedilotildees Rio de Janeiro UFRJ 1997

BAUDRILLARD Jean A sociedade de consumo Rio de Janeiro Elfos 1995 BETTI Mauro Violecircncia em campo dinheiro miacutedia e transgressatildeo agraves regras no futebol espetaacuteculo Ijuiacute Unijuiacute 1997 BITTI Ricci Communication et gestualiteacute Bulletin de Psychologie v27 1984 BOURDIEU Pierre Sobre a televisatildeo seguido de a influecircncia do jornalismo e os jogos oliacutempicos Rio de Janeiro Zahar 1997 BRANDEN Nathaniel Auto-estima e os seus seis pilares Satildeo Paulo Saraiva 2000 CAMARGO Vera Regina Toledo O telejornalismo e o esporte-espetaacuteculo Satildeo Paulo 1998 Tese de Doutorado em Ciecircncias da Religiatildeo na Universidade Metodista de Satildeo Paulo CAMARGO Wander et all Crianccedila e Televisatildeo significaccedilatildeo e idealizaccedilatildeo da infacircncia Cascavel Edunioeste 2005 CAPPELLANO Renata O Torcedor de Futebol e a Imprensa Especializada Juiz de Fora 1999 Projeto Experimental do Curso de Comunicaccedilatildeo Social FACOM UFJF CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Paixatildeo e poliacutetica Rio de Janeiro DPampA 2000 CANCLINI Nestor G Consumidores e Cidadatildeos conflitos multiculturais da globalizaccedilatildeo Rio de Janeiro UFRJ 1997 COGO Denise Da Leitura Criacutetica dos Meios agrave Educomunicaccedilatildeo convergecircncias possiacuteveis entre comunicaccedilatildeo e educaccedilatildeo in Tendecircncias na Comunicaccedilatildeo Porto Alegre Lamp PM 2001 CORRAZE Jacques As comunicaccedilotildees natildeo-verbais Rio de Janeiro Zahar 1982

DUARTE Orlando Histoacuteria dos esportes Satildeo Paulo Senac 2004 EKBLOM Bjoumlrn Football (soccer) London Blackwell Scientific 1994 FIGUEIREDO Antonio Histoacuteria do foot-ball em Satildeo Paulo Satildeo Paulo Secccedilatildeo de obras drsquoO Estado de S Paulo 1918 FONSECA Ouhydes Joseacute G M de Oliveira Joseacute C Sobrinho Esporte e crocircnica esportiva Satildeo Paulo CepeuspUSP 1997 FRANCO JUacuteNIOR Hilaacuterio A danccedila dos deuses futebol cultura e sociedade Satildeo Paulo Companhia das Letras 2007

FREYRE Gilberto Sociologia Rio de Janeiro E Realizaccedilotildees 1945

GIDDENS Anthony The consequences of modernity Stanford Stanford University Press 1990 KATZ Elih Paul F Lazarsfeld Personal influence the part played by people in the flow of mass communications New York Free Press 1964 LIMA Teotoacutenio Fora o Aacuterbitro Lisboa Sarl 1982 LUCENA Ricardo O O esporte na cidade Campinas Autores Associados 2001 MACHADO Arlindo A Televisatildeo Levada a Seacuterio Satildeo Paulo SENAC 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Jornalismo esportivo Satildeo Paulo Contexto 2003 MANZOLILLO Luiz Futebol revoluccedilatildeo ou caos Rio de Janeiro Livraria Editorial Gol LTDA 1966 MARQUES Joseacute C Parece que todo o Brasil deu a matildeo (as Copas do Mundo e a mobilizaccedilatildeo de nossa imprensa esportiva) Santa Maria Pallotti Editora 2005 MATTA Roberto da Esportes na sociedade futebol como drama nacional Petroacutepolis Vozes 1989 MELO FILHO Aacutelvaro Direito Desportivo Aspectos Teoacutericos e PraacuteticosSatildeo PauloIOB Thompson 2006 MELO Joseacute M de Jornalismo Brasileiro Porto Alegre Sulina 2003

MIRA Y LOPEZ Emilio Futebol e psicologia Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1964

MONTIEL Antoacutenio L A arbitragem e o futebol profissional Lisboa Horizonte 1998 MOSCOVICI Serge Introduction a la psycologie sociale Paris Library Larousse 1973 NASCIMENTO Amauri M Curso de direito do trabalho histoacuteria e teoria geral do direito relaccedilotildees individuais e coletivas do trabalho Satildeo Paulo Saraiva 2004

NAZARENO Aulio Fundamentos de arbitragem de futebol Porto Alegre Sulina 1997

NETO Jose A Preparaccedilatildeo Fiacutesica e Psicoloacutegica do Aacuterbitro de Futebol Porto Ediccedilotildees ASA 1999 POSTMAN Neil O desaparecimento da infacircncia Rio de Janeiro Graphia 1999 REILLY Thomas Special populations Science and Soccer London E amp FN Spon 1996 SAMPAIO Rafael Propaganda de A a Z Como usar a propaganda para onstruir marcas e empresas de sucesso Rio de Janeiro Editora Campus 1996 SALDANHA Joatildeo A Copa de 82 por Joatildeo Saldanha Satildeo Paulo Cosac amp Naify 2002 SARTORI Giovani A teoria da democracia revisitada Satildeo Paulo Aacutetica 1994

SILVA Alberto I da Ciro R Rodriguez-Antildeez Accedilotildees motoras do aacuterbitro de futebol durante a partida Revista Treinamento Desportivo Londrina Vol 4 p 5-11 1999

SIMON Carlos E Na diagonal do campo Satildeo Leopoldo Unisinos 2004 TOLEDO Luiz H No paiacutes do futebol Rio de Janeiro Zahar 2000 VALVERDE David Lucio de Arruda A Odisseacuteia Esportiva Paulista do Association ao Profissionalismo Assis 1999 Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Histoacuteria FCL-Faculdade de Ciecircncias e Letras de Assis UNESP WOLF Mauro Teorias da Comunicaccedilatildeo Lisboa Editorial Presenccedila 1995

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 20: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Deve-se encarar o futebol como um fato social isto eacute algo que exista fora das consciecircncias individuais de cada um mas que eacute capaz de penetrar intensamente no cotidiano de nossas vidas influenciando nossos haacutebitos e costumes Devido agrave sua abrangecircncia enquanto manifestaccedilatildeo cultural possui o poder de transmitir valores morais de conduta e de eacutetica - por meio dos veiacuteculos de comunicaccedilatildeo de massa - consumidos pela maioria da coletividade como um padratildeo de comportamento (CAPPELLANO 1999 p 36)

O jornalismo esportivo sai do habitual e as editorias de esporte dos

jornais indicam aleacutem dos fatos perioacutedicos os bastidores o comportamento as

curiosidades e ateacute tumultos de times durante e apoacutes as partidas fatos que

tornam as notiacutecias mais interessantes e comentadas entre os amantes do

futebol

Uma notiacutecia a mais pode convir de atrativo para o puacuteblico e de tal modo

a cobertura passa a ser mais envolvente natildeo ficando limitada somente agrave

reproduccedilatildeo do jogo que muitas vezes estaacute sendo comunicado pelos meios

eletrocircnicos

O aacuterbitro de passa a surgir no futebol no seacuteculo XIX mais precisamente

em 1968 (CBD 1978) Os primeiros aacuterbitros intervinham na partida somente

quando uma das equipes reclamava de lances e jogadas duvidosas

Com o intuito de paralisar a partida o aacuterbitro gritava pois o apito soacute

comeccedilou a ser utilizado a partir de 1878 (DUARTE 1997) A colocaccedilatildeo de

aacuterbitro era parecida com a dos jogadores no que se refere ao amadorismo

Para que se pudesse arbitrar uma partida era selecionada uma pessoa

momentos antes do seu iniacutecio Esta natildeo era recompensada por essa atividade

De acordo com Pedro Antunes somente em 1896 a regra daacute ao aacuterbitro o

direito de punir por sua proacutepria iniciativa sendo que as suas decisotildees passam

a ser sem apelo Jaacute os aacuterbitros assistentes foram criados em 1891

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 21: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

O aacuterbitro de futebol eacute a entidade oficial que adeacutequa o comportamento

desportivo dos interventores diretos no jogo fazendo regras as regras do jogo

Uma eficiente conduccedilatildeo do jogo estabelece que o aacuterbitro tenha uma boa

percepccedilatildeo dos lances para uma apropriada tomada de decisotildees O aacuterbitro

necessita atuar com firmeza mantendo tanto quanto aceitaacutevel uma atitude

discreta

Contudo para que o aacuterbitro tome as disposiccedilotildees mais acertadas

necessita estar no local mais apropriado para melhor admirar as jogadas O

aacuterbitro necessita seguir as jogadas independentemente da veemecircncia dos

movimentos dos jogadores e das alteraccedilotildees de ritmo do proacuteprio jogo Deste

modo determina- se que o aacuterbitro esteja fisicamente bem preparado que tenha

conhecimentos teacutecnicos relativos agraves regras e que tenha os atributos

psicoloacutegicos para arcar a imensa variedade de situaccedilotildees e experiecircncias em

que o jogo de futebol eacute feacutertil

A arbitragem em futebol parece ser por isso uma atividade que

determina uma altiva taxa de trabalho fiacutesico pelo que se abona ampliar

metodologias de treino caracteriacutesticas para os aacuterbitros como tambeacutem impugnar

testes que admitam uma rigorosa avaliaccedilatildeo da sua capacidade fiacutesica Isto eacute os

aacuterbitros necessitam seguir uma preparaccedilatildeo fiacutesica acomodada agrave dinacircmica que

lhes eacute caracteriacutestica

O desenvolvimento da habilidade fiacutesica do aacuterbitro permitir-lhe-aacute estar o

suficiente proacuteximo das jogadas para um melhor controle do jogo seja qual for o

ritmo imposto pelas equipas Ressalta- se que a fadiga fiacutesica coopera para

aumentar a expectativa de erro provocando tambeacutem a diminuiccedilatildeo da

capacidade de decisatildeo

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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GIDDENS Anthony The consequences of modernity Stanford Stanford University Press 1990 KATZ Elih Paul F Lazarsfeld Personal influence the part played by people in the flow of mass communications New York Free Press 1964 LIMA Teotoacutenio Fora o Aacuterbitro Lisboa Sarl 1982 LUCENA Ricardo O O esporte na cidade Campinas Autores Associados 2001 MACHADO Arlindo A Televisatildeo Levada a Seacuterio Satildeo Paulo SENAC 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Jornalismo esportivo Satildeo Paulo Contexto 2003 MANZOLILLO Luiz Futebol revoluccedilatildeo ou caos Rio de Janeiro Livraria Editorial Gol LTDA 1966 MARQUES Joseacute C Parece que todo o Brasil deu a matildeo (as Copas do Mundo e a mobilizaccedilatildeo de nossa imprensa esportiva) Santa Maria Pallotti Editora 2005 MATTA Roberto da Esportes na sociedade futebol como drama nacional Petroacutepolis Vozes 1989 MELO FILHO Aacutelvaro Direito Desportivo Aspectos Teoacutericos e PraacuteticosSatildeo PauloIOB Thompson 2006 MELO Joseacute M de Jornalismo Brasileiro Porto Alegre Sulina 2003

MIRA Y LOPEZ Emilio Futebol e psicologia Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1964

MONTIEL Antoacutenio L A arbitragem e o futebol profissional Lisboa Horizonte 1998 MOSCOVICI Serge Introduction a la psycologie sociale Paris Library Larousse 1973 NASCIMENTO Amauri M Curso de direito do trabalho histoacuteria e teoria geral do direito relaccedilotildees individuais e coletivas do trabalho Satildeo Paulo Saraiva 2004

NAZARENO Aulio Fundamentos de arbitragem de futebol Porto Alegre Sulina 1997

NETO Jose A Preparaccedilatildeo Fiacutesica e Psicoloacutegica do Aacuterbitro de Futebol Porto Ediccedilotildees ASA 1999 POSTMAN Neil O desaparecimento da infacircncia Rio de Janeiro Graphia 1999 REILLY Thomas Special populations Science and Soccer London E amp FN Spon 1996 SAMPAIO Rafael Propaganda de A a Z Como usar a propaganda para onstruir marcas e empresas de sucesso Rio de Janeiro Editora Campus 1996 SALDANHA Joatildeo A Copa de 82 por Joatildeo Saldanha Satildeo Paulo Cosac amp Naify 2002 SARTORI Giovani A teoria da democracia revisitada Satildeo Paulo Aacutetica 1994

SILVA Alberto I da Ciro R Rodriguez-Antildeez Accedilotildees motoras do aacuterbitro de futebol durante a partida Revista Treinamento Desportivo Londrina Vol 4 p 5-11 1999

SIMON Carlos E Na diagonal do campo Satildeo Leopoldo Unisinos 2004 TOLEDO Luiz H No paiacutes do futebol Rio de Janeiro Zahar 2000 VALVERDE David Lucio de Arruda A Odisseacuteia Esportiva Paulista do Association ao Profissionalismo Assis 1999 Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Histoacuteria FCL-Faculdade de Ciecircncias e Letras de Assis UNESP WOLF Mauro Teorias da Comunicaccedilatildeo Lisboa Editorial Presenccedila 1995

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 22: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Teotoacutenio Lima afianccedila

Natildeo haacute competiccedilatildeo desportiva oficial que dispense uma equipe de arbitragem Eacute ela que faz respeitar as regras do jogo eacute ela que oficializa os resultados Colocados acima dos competidores os aacuterbitros apresentam-se sozinhos perante todos os outros intervenientes do ato desportivo e satildeo frequumlentes alvos do fogo cruzado de criacuteticas denuacutencias vexames e ateacute agressotildees fiacutesicas que natildeo dignificam a praacutetica desportiva (1982 p1)

De acordo com a regra 5 e 6 respectivamente relacionados aos aacuterbitros

e aacuterbitros assistentes para que uma partida possa transcorrer normalmente eacute

indispensaacutevel a presenccedila desses dois profissionais Sendo substituiacutedos por

outras pessoas presente no campo desde que tenha certo conhecimento as

regras do jogo no caso de uma ausecircncia de um deles

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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NAZARENO Aulio Fundamentos de arbitragem de futebol Porto Alegre Sulina 1997

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 23: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

CAPITULO 2

2 Miacutedia Televisiva e Comunicaccedilatildeo Social

Apoacutes o invento do teleacutegrafo por Morse em 1833 data da primeira

apariccedilatildeo puacuteblica do aparelho a informaccedilatildeo passou a ter um caraacuteter anocircnimo

descontextualizado tornando as altercaccedilotildees entre culturas irrelevantes ldquoO

teleacutegrafo criou um puacuteblico e um mercado natildeo soacute para a notiacutecia fragmentada

descontiacutenua e essencialmente irrelevante que ateacute hoje eacute a principal

mercadoria da induacutestria da notiacuteciardquo (ROCCO p 85)

O teleacutegrafo foi o pioneiro das modificaccedilotildees que o acompanharam

prensa rotativa fotografia telefone cinema raacutedio TV (e mais atualmente a

Internet) tornando impraticaacutevel o controle da informaccedilatildeo alterado em sua

forma existindo atualmente uma preponderacircncia de imagens

Essas modificaccedilotildees acarretaram decorrecircncias para a infacircncia extraindo

da famiacutelia e da escola o controle da informaccedilatildeo alterando o tipo de acesso das

crianccedilas e dos adolescentes agrave informaccedilatildeo

A imagem da televisatildeo por exemplo estaacute disponiacutevel a todos

independente da classe ou idade

Maria Thereza Fraga Rocco aponta que a televisatildeo e o computador

conformam-se como as descobertas mais significativas do seacuteculo XX

Sobre a televisatildeo fala-se muito contra ou a favor porque diante dela

quase nenhuma pessoa se manifesta de modo indiferente Eacute um meio de

comunicaccedilatildeo consumido por milhotildees de pessoas visivelmente ignoradas por

muitos atacada por tantos mais a verdade eacute que a televisatildeo veio para ficar

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 24: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Para se estabelecer comunicaccedilatildeo deve ocorrer um contiacuteguo de

elementos desenvolvidos por um emissor (ou destinador) que produz e

ejacula uma acurada mensagem distinguida a um receptor (ou destinataacuterio)

No entanto para que a comunicaccedilatildeo se processe efetivamente entre

estes dois elementos deve a mensagem ser genuinamente recebida e

decodificada pelo receptor por isso eacute indispensaacutevel que ambos continuam

dentro do mesmo contexto assinalando os referentes situacionais aplicando

um mesmo coacutedigo (conjunto estruturado de signos) e assentarem um efetivo

contato por meio de um canal de comunicaccedilatildeo

Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar adveacutem uma

situaccedilatildeo de ruiacutedo na comunicaccedilatildeo compreendido como todo o fenocircmeno que

atarraca de alguma forma a transmissatildeo da mensagem e o seu perfeito

atendimento ou decodificaccedilatildeo por parte do receptor

Estes fatos esses ocorrem nos meios de comunicaccedilatildeo nos quais a

noticia enviada apelo emissor eacute destinada ao que filtra essas informaccedilotildees o

receptor

Nos dias atuais as perspectivas da comunicaccedilatildeo satildeo bastante

abrangentes observando-se inuacutemeros veiacuteculos como jornal raacutedio televisatildeo

internet dentre outros O veiculo comunicacional ao passar a mensagem

deseja informar ou vender o produto fazendo com que este receptor entenda a

mensagem que lhe eacute passada Um exemplo disso eacute o esporte pelo qual uma

noticia um produto ou mesmo uma marca que associada a algum produto

tem o intuito de interagir com o receptor Conforme cita Joseacute Marques de Melo

Trata-se do esporte como notiacutecia ou seja do Jornalismo Esportivo Aleacutem de ocupar espaccedilo privilegiado nos veiacuteculos de informaccedilatildeo geral (jornal raacutedio ou televisatildeo) constitui um dos

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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GIDDENS Anthony The consequences of modernity Stanford Stanford University Press 1990 KATZ Elih Paul F Lazarsfeld Personal influence the part played by people in the flow of mass communications New York Free Press 1964 LIMA Teotoacutenio Fora o Aacuterbitro Lisboa Sarl 1982 LUCENA Ricardo O O esporte na cidade Campinas Autores Associados 2001 MACHADO Arlindo A Televisatildeo Levada a Seacuterio Satildeo Paulo SENAC 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Jornalismo esportivo Satildeo Paulo Contexto 2003 MANZOLILLO Luiz Futebol revoluccedilatildeo ou caos Rio de Janeiro Livraria Editorial Gol LTDA 1966 MARQUES Joseacute C Parece que todo o Brasil deu a matildeo (as Copas do Mundo e a mobilizaccedilatildeo de nossa imprensa esportiva) Santa Maria Pallotti Editora 2005 MATTA Roberto da Esportes na sociedade futebol como drama nacional Petroacutepolis Vozes 1989 MELO FILHO Aacutelvaro Direito Desportivo Aspectos Teoacutericos e PraacuteticosSatildeo PauloIOB Thompson 2006 MELO Joseacute M de Jornalismo Brasileiro Porto Alegre Sulina 2003

MIRA Y LOPEZ Emilio Futebol e psicologia Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1964

MONTIEL Antoacutenio L A arbitragem e o futebol profissional Lisboa Horizonte 1998 MOSCOVICI Serge Introduction a la psycologie sociale Paris Library Larousse 1973 NASCIMENTO Amauri M Curso de direito do trabalho histoacuteria e teoria geral do direito relaccedilotildees individuais e coletivas do trabalho Satildeo Paulo Saraiva 2004

NAZARENO Aulio Fundamentos de arbitragem de futebol Porto Alegre Sulina 1997

NETO Jose A Preparaccedilatildeo Fiacutesica e Psicoloacutegica do Aacuterbitro de Futebol Porto Ediccedilotildees ASA 1999 POSTMAN Neil O desaparecimento da infacircncia Rio de Janeiro Graphia 1999 REILLY Thomas Special populations Science and Soccer London E amp FN Spon 1996 SAMPAIO Rafael Propaganda de A a Z Como usar a propaganda para onstruir marcas e empresas de sucesso Rio de Janeiro Editora Campus 1996 SALDANHA Joatildeo A Copa de 82 por Joatildeo Saldanha Satildeo Paulo Cosac amp Naify 2002 SARTORI Giovani A teoria da democracia revisitada Satildeo Paulo Aacutetica 1994

SILVA Alberto I da Ciro R Rodriguez-Antildeez Accedilotildees motoras do aacuterbitro de futebol durante a partida Revista Treinamento Desportivo Londrina Vol 4 p 5-11 1999

SIMON Carlos E Na diagonal do campo Satildeo Leopoldo Unisinos 2004 TOLEDO Luiz H No paiacutes do futebol Rio de Janeiro Zahar 2000 VALVERDE David Lucio de Arruda A Odisseacuteia Esportiva Paulista do Association ao Profissionalismo Assis 1999 Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Histoacuteria FCL-Faculdade de Ciecircncias e Letras de Assis UNESP WOLF Mauro Teorias da Comunicaccedilatildeo Lisboa Editorial Presenccedila 1995

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 25: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

ramos importantes da segmentaccedilatildeo da induacutestria jornaliacutestica ensejando publicaccedilotildees especializadas no campo da miacutedia impressa ou programas especiacuteficos no interior da miacutedia audiovisual O esporte se faz propaganda gerando mensagens publicitaacuterias dos espetaacuteculos ou dos produtos associados agraves praacuteticas esportivas Nesse sentido a Publicidade Esportiva assume um papel fundamental na engrenagem do esporte midiaacutetico financiando seus agentes e gerando divisas que datildeo sustentaccedilatildeo econocircmica agraves instituiccedilotildees esportivas (2003 p 87)

A comunicaccedilatildeo se destaca atraveacutes da mudanccedila de informaccedilatildeo sob

duas espeacutecies basilares A primeira categoria eacute a compleiccedilatildeo de dois sistemas

um emissor e um receptor e a segunda eacute a comunicaccedilatildeo de mensagens

Pio Ricci Bitti considera que a mensagem eacute o ato derradeiro eacute a

exteriorizaccedilatildeo do material prometido de acordo com uma forma de codificaccedilatildeo

A produccedilatildeo da mensagem tem abertura em organizaccedilotildees interiores

(conscientes ou natildeo) ateacute acometer a exteriorizaccedilatildeo pode compreender uma

seacuterie implicada de operaccedilotildees em niacutevel cognitivo afetivo social e motor

Von Cranach citado por Serge Moscovici ao analisar a comunicaccedilatildeo

enquanto sistema aborda que a interaccedilatildeo eacute a extensatildeo que os sujeitos

exercem uns sobre os outros Eacute um fato social que pode ser confirmado

quando um indiviacuteduo atua sobre um segundo e este segundo age sobre o

primeiro de modo acessiacutevel O autor adapta trecircs tipos de comportamentos que

podem advir distintamente em uma interaccedilatildeo a) o comportamento interativo b)

o comunicativo e c) o informativo

A miacutedia submerge o cotidiano A crianccedila e o adolescente atualmente

natildeo admitiram o mundo de outra forma pois nasceram submersas no mundo

com telefone fax computadores televisatildeo etc TVs ligadas a maior parte do

tempo ajudadas por qualquer faixa etaacuteria revogam por admitir um papel

expressivo na construccedilatildeo de valores culturais A cultura do consumo molda o

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 26: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

campo social arquitetando desde muito cedo a experiecircncia da crianccedila e do

adolescente que vai se concretizando em atitudes centradas no consumo

Pode-se citar que antes do surgimento desses meios as crianccedilas

tinham como refugio vaacuterios tipos de brincadeiras com uma inocecircncia de acordo

de cada idade Jaacute nos dias de hoje as crianccedilas e adolescentes buscam outros

recursos para sua diversatildeo e com a escravidatildeo pelos meios de comunicaccedilatildeo

que aleacutem de hipnotizar em frente agrave televisatildeo computadores e outros estatildeo

todos desprotegido recebendo todo tipo de informaccedilotildees os deixando natildeo mais

inocentes como antes E com isso atraveacutes da cultura do consumo a parte

mercadoloacutegica de tudo que eacute visto acabam por ser comercializados

aumentando assim a publicidade em tudo sejam em novelas comerciais e

outros programas

Atualmente observa-se cada vez mais a dominaccedilatildeo dos processos de

consumo fazendo com que os sujeitos sejam levados a aproximar-se com

objetos e artifiacutecios que os levam a distinguir-se dos demais como aleacutem disso

a discriminar e hierarquizar grupos sociais

Jean Baudrillard elucida que natildeo eacute o consumo que se constitui em torno

das altercaccedilotildees individuais mas sim estas assumindo o modo de

personalizaccedilatildeo eacute que se constituem em torno de modelos comunicados pelo

sistema de consumo Para esse autor tem primeiramente a loacutegica da

diferenciaccedilatildeo social e depois a manifestaccedilatildeo organizada das diferenccedilas

individuais Com isso o sistema requer a anulaccedilatildeo das diferenccedilas ldquoreaisrdquo e

modifica as pessoas em seres contraditoacuterios por meio da produccedilatildeo industrial da

diferenccedila

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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NAZARENO Aulio Fundamentos de arbitragem de futebol Porto Alegre Sulina 1997

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 27: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Em suma o que predomina eacute a ilusatildeo de que se podem conseguir

escolhas autecircnticas porque de fato todas as escolhas jaacute estatildeo presumidas

pelo sistema O processo de construccedilatildeo da identidade na cultura de consumo

posiciona-se de forma fragmentada e parcial Artifiacutecios e mercadorias satildeo

utilizados para delimitar as relaccedilotildees sociais e gera estilos de vida posiccedilatildeo

social aleacutem do modo de as pessoas interatuarem socialmente ldquoIsto faz com

que tais mecanismos culturais tenham o papel de estipular a natureza da

experiecircncia emocional e social que regeraacute o contexto entre os diversos grupos

sociaisrdquo Isto acaba por influenciar pessoas a comprarem os estatildeo sendo

exposto devido que se eles tiverem aquilo os tornaratildeo uma pessoa melhor ou

natildeo deixaratildeo tatildeo alienado diante a sociedade de consumo

Pierre Bourdieu considerando os efeitos nocivos da televisatildeo sobre o

fantasioso social enfatiza duras criacuteticas a este mecanismo de fabricaccedilatildeo de

subjetividades vislumbrado sob o modo de um campo espaccedilo socialmente

estruturado como produtor de violecircncia simboacutelica onde acontecem as lutas de

poder para sua transformaccedilatildeo ou conservaccedilatildeo nele se distende a pressatildeo das

macroestruturas econocircmicas e sociais concedendo relaccedilotildees concorrenciais e

desleais sendo legitimamente um espaccedilo de exclusotildees e invasotildees Na

medida em que a mensagem adjudicada eacute uni direcionada para o interlocutor

natildeo existe via dialoacutegica e sim impositiva

O jornalismo abastece esta precisatildeo de modo sinteacutetico O trabalho

jornaliacutestico incide em recolher informaccedilotildees dispersas por meio de uma rede de

repoacuterteres empacotaacute-las por meio de apurados processos teacutecnicos (jornal

raacutedio televisatildeo) e enfim disseminar o produto final a uma audiecircncia

diversificada Para atingir a relaccedilatildeo entre este produto e seu puacuteblico eacute uacutetil

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 28: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

inserir uma categoria de Giddens o sistema perito expert system Trata- se

de um sistema de competecircncia teacutecnica individualizada do qual as pessoas em

geral se servem contudo natildeo satildeo apropriados de abranger seu funcionamento

ou avaliar a priori sua potecircncia

A informaccedilatildeo distribuiacuteda pela miacutedia aborda um pequeno nuacutemero de

pessoas que em seguida a transportam para os outros Haacute deste modo um

grupo crucial de intermediaacuterios que filtra a comunicaccedilatildeo Mais tarde a

hipoacutetese do two-step flow vai acionar novos elementos afirmando que

permanecem numerosos desiguais grupos de liacutederes de opiniatildeo logo que as

desiguais aacutereas de interesse como a poliacutetica esportes negoacutecios moda

cinema o emprego que se tornou corrente contudo eacute a que abre um nuacutecleo de

formadores de opiniatildeo do remanescente da populaccedilatildeo

Giovanni Sartori parte da tese de que o conceito eacute inimigo da abstraccedilatildeo

Em seguida a televisatildeo que supre o compreensiacutevel pelo visiacutevel estaacute a

produzir uma famiacutelia de raciociacutenio loacutegico As decorrecircncias desta transformaccedilatildeo

indiviacuteduo as mais profundas e nefastas aceitaacuteveis tanto na poliacutetica que

merece atenccedilatildeo especial do autor quanto na cultura na educaccedilatildeo e na

ciecircncia

O cientista poliacutetico italiano toca em assuntos importantes mas seu

contexto peca por graves deficiecircncias Em primeiro lugar pela dicotomia

simplista entre palavra e imagem Para ele a comunicaccedilatildeo verbal eacute formada de

coacutedigos mas a visual natildeo a imagem eacute pura e simples representaccedilatildeo visual

A linguagem da televisatildeo deixaria de ser uma linguagem seria uma

mera cacofonia de imagens Giovanni Sartori se mostra inaacutebil de apreender o

caraacuteter simboacutelico da comunicaccedilatildeo visual que avalia privileacutegio da comunicaccedilatildeo

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 29: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

verbal O autor alega que com isso a linguagem verbal teria um privilegio por

ser um tipo de comunicaccedilatildeo direta jaacute o visual seria uma repeticcedilatildeo e uma

simples representaccedilatildeo visual

Os meios de comunicaccedilatildeo atuam no momento um rearranjo importante

de suas taacutetica de conquista e manutenccedilatildeo de audiecircncias em consequumlecircncia

tanto da expansatildeo da cidadania poacutes regimes autoritaacuterios na Ameacuterica Latina

como das novas categorias mercadoloacutegicas impostas pela segmentaccedilatildeo de

puacuteblicos e por novos termos de competitividade entre meios e veiacuteculos

Este rearranjo estaacute abrindo brechas ineacuteditas de acesso e de novas

relaccedilotildees entre miacutedia e a sociedade e o movimento de mulheres Como se pode

ver na televisatildeo mulheres em telenovelas em cargos importantes deixando de

lado aquela imagem machista sobre mulheres dando a elas o direito de se

expressarem algo que eram quase nulas na eacutepoca dos regimes autoritaacuterios

Mauro Wolf apud Taacutecito Costa diz natildeo esperar num processo

automaacutetico de causa e efeito com relaccedilatildeo a alienaccedilatildeo impacientada pelos

meios de comunicaccedilatildeo de massa Os elementos do puacuteblico natildeo se expotildeem ao

raacutedio agrave televisatildeo ou ao jornal num estado de nudez psicoloacutegica pelo contraacuterio

apresentam-se revestidos e protegidos por predisposiccedilotildees jaacute existentes por

processos seletivos e por outros fatores Taacutecito diz acordar absolutamente

com a afirmativa de Mauro Wolf de que A interpretaccedilatildeo transforma e adapta o

significado da mensagem recebida fixando-a agraves atitudes e aos valores do

destinataacuterio ateacute mudar por vezes radicalmente o sentido da proacutepria

mensagem (1995 p 33)

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 30: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

O iniacutecio do periacuteodo de enxergar a miacutedia como locus excepcional da accedilatildeo

poliacutetica em si e natildeo como mero mecanismo de divulgaccedilatildeo para puacuteblicos

extensos das accedilotildees e discursos

Pode-se abranger o modelo comunicacional que vecirc-se alargar neste

moacutedulo como basicamente de comunicaccedilatildeo poliacutetica Em termos operacionais e

praacuteticos o que eacute alusatildeo para comunicaccedilatildeo de governos instituiccedilotildees e partidos

ainda o eacute para o movimento feminista

Neste contexto a TV por meio da imagem e oralidade procura uma

proximidade do real submetendo o telespectador a circunstacircncias que lhe

parecem verdade Na sociedade capitalista a miacutedia televisiva comercial eacute um

dos instrumentos do artifiacutecio de massificaccedilatildeo por meio da recepccedilatildeo contiacutenua

de imagens aborda seu ponto culminante Por isso

tais questotildees nos levam agrave compreensatildeo de que o universo televisivo da imagem representaraacute para o telespectador ou natildeo uma fuga do seu cotidiano um caminho ateacute as lembranccedilas presas na memoacuteria Compartilhamos com outras pessoas imagens que natildeo satildeo nossas mas que nos conduzem agrave satisfaccedilatildeo a momentos em que felicidade e prazer se traduzem em sua duraccedilatildeo (CAMARGO 2005 p 246)

Como aponta Denise Cogo

Os discursos valores e identidades individuais e sociais hoje satildeo elaborados negociados e difundidos nospelos meios de comunicaccedilatildeo isto eacute a miacutedia em geral e a TV em especial satildeo o locus por excelecircncia da produccedilatildeo dos sentidos e significados contemporacircneos Se assim eacute torna-se imperioso ensinaraprender a desvelar tais modos de produccedilatildeo tarefa para a qual natildeo parece estar suficientemente preparada agrave educaccedilatildeo escolar em qualquer de seus niacuteveis e modalidades de ensino (2001 p 32-40)

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 31: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Deste modo o telespectador natildeo eacute somente um receptor submerso em

situaccedilotildees visivelmente reais entretanto um indiviacuteduo que pode natildeo estar

refletindo sobre a mensagem recebida distinguindo sobre as ldquodiferentes

probabilidades de comunicaccedilatildeo dominadas a diferentes requisiccedilotildees teacutecnicas

algumas dotadas de maior autonomia gramatical sintaacutetica e no limite

significativa outras mais presas por contiacuteguas requisiccedilotildees de comunicaccedilatildeo

para uso de consumordquo Outro aspecto que merece destaque eacute o fato de cada

vez ser maior o nuacutemero de pessoas

Cuja inteligecircncia foi e estaacute sendo educada por imagens e sons pela quantidade e qualidade de cinema e televisatildeo a que assistem e natildeo mais pelo texto escrito Para noacutes o texto escrito eacute sempre o referencial mais importante onde se tem a possibilidade de voltar pensar refletir Uma inteligecircncia do mundo mediada pela linguagem oral escrita Mas natildeo podemos deixar de pensar que noacutes mesmos em parte e em maioria totalmente estamos formando nossa inteligibilidade de mundo a partir das imagens e dos sons das produccedilotildees do cinema e da televisatildeo Eacute tambeacutem estranho que os programas e teorias de alfabetizaccedilatildeo natildeo lidem com a ldquoalfabetizaccedilatildeordquo de imagens e sons com essa moderna forma de entender e agir no mundo (ALMEIDA 2001 p 08)

Arlindo Machado defende que

O princiacutepio da lsquotelevisatildeo de qualidadersquo pensando que por este meio podem passar mensagens de alto niacutevel e que ele natildeo seria necessariamente menor Foge do esforccedilo de inuacutemeros intelectuais de bater forte na TV acreditando que ela pode tambeacutem ser um objeto de alta cultura Defende igualmente a ideacuteia da inexistecircncia de incompatibilidades da TV com a criaccedilatildeo artiacutestica Fundamenta suas ideacuteias com a descriccedilatildeo de inuacutemeros programas que considera de alto valor Para ele a televisatildeo eacute um meio de comunicaccedilatildeo que pode ter usos nobres e de acordo com as dezenas de exemplos de programas que disseca ao longo do livro esta miacutedia jaacute possuiria um patrimocircnio consideraacutevel de programas de qualidade (2000 p244)

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 32: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

A realidade material que cerca e penetra o campo da comunicaccedilatildeo

apesar de operar fundamentalmente como artefatos da realidade simboacutelica

natildeo deixa duacutevidas de que necessitam de como podem ou seratildeo materializados

A comunicaccedilatildeo se entrelaccedila entre as condiccedilotildees materiais de operaccedilatildeo e

funcionamento (objetivo) e atraveacutes de condiccedilotildees simboacutelicas (subjetivo) Os dois

modelos aparentemente de realidade empiacutericos influecircncia os estudos

comunicacionais sintonizando entre duas aleacuteias

Os pesquisadores tentem a seguir um desses caminhos optando pelo

objetivismo ou subjetivismo Ambos natildeo satildeo raros em encontrar vias

transversas onde se encontram pesquisas que se juntam ou se perdem em

direccedilatildeo a esses pontos de convergecircncias absolutizados

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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BARBERO Jesus Martin Dos meios agraves mediaccedilotildees Rio de Janeiro UFRJ 1997

BAUDRILLARD Jean A sociedade de consumo Rio de Janeiro Elfos 1995 BETTI Mauro Violecircncia em campo dinheiro miacutedia e transgressatildeo agraves regras no futebol espetaacuteculo Ijuiacute Unijuiacute 1997 BITTI Ricci Communication et gestualiteacute Bulletin de Psychologie v27 1984 BOURDIEU Pierre Sobre a televisatildeo seguido de a influecircncia do jornalismo e os jogos oliacutempicos Rio de Janeiro Zahar 1997 BRANDEN Nathaniel Auto-estima e os seus seis pilares Satildeo Paulo Saraiva 2000 CAMARGO Vera Regina Toledo O telejornalismo e o esporte-espetaacuteculo Satildeo Paulo 1998 Tese de Doutorado em Ciecircncias da Religiatildeo na Universidade Metodista de Satildeo Paulo CAMARGO Wander et all Crianccedila e Televisatildeo significaccedilatildeo e idealizaccedilatildeo da infacircncia Cascavel Edunioeste 2005 CAPPELLANO Renata O Torcedor de Futebol e a Imprensa Especializada Juiz de Fora 1999 Projeto Experimental do Curso de Comunicaccedilatildeo Social FACOM UFJF CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Paixatildeo e poliacutetica Rio de Janeiro DPampA 2000 CANCLINI Nestor G Consumidores e Cidadatildeos conflitos multiculturais da globalizaccedilatildeo Rio de Janeiro UFRJ 1997 COGO Denise Da Leitura Criacutetica dos Meios agrave Educomunicaccedilatildeo convergecircncias possiacuteveis entre comunicaccedilatildeo e educaccedilatildeo in Tendecircncias na Comunicaccedilatildeo Porto Alegre Lamp PM 2001 CORRAZE Jacques As comunicaccedilotildees natildeo-verbais Rio de Janeiro Zahar 1982

DUARTE Orlando Histoacuteria dos esportes Satildeo Paulo Senac 2004 EKBLOM Bjoumlrn Football (soccer) London Blackwell Scientific 1994 FIGUEIREDO Antonio Histoacuteria do foot-ball em Satildeo Paulo Satildeo Paulo Secccedilatildeo de obras drsquoO Estado de S Paulo 1918 FONSECA Ouhydes Joseacute G M de Oliveira Joseacute C Sobrinho Esporte e crocircnica esportiva Satildeo Paulo CepeuspUSP 1997 FRANCO JUacuteNIOR Hilaacuterio A danccedila dos deuses futebol cultura e sociedade Satildeo Paulo Companhia das Letras 2007

FREYRE Gilberto Sociologia Rio de Janeiro E Realizaccedilotildees 1945

GIDDENS Anthony The consequences of modernity Stanford Stanford University Press 1990 KATZ Elih Paul F Lazarsfeld Personal influence the part played by people in the flow of mass communications New York Free Press 1964 LIMA Teotoacutenio Fora o Aacuterbitro Lisboa Sarl 1982 LUCENA Ricardo O O esporte na cidade Campinas Autores Associados 2001 MACHADO Arlindo A Televisatildeo Levada a Seacuterio Satildeo Paulo SENAC 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Jornalismo esportivo Satildeo Paulo Contexto 2003 MANZOLILLO Luiz Futebol revoluccedilatildeo ou caos Rio de Janeiro Livraria Editorial Gol LTDA 1966 MARQUES Joseacute C Parece que todo o Brasil deu a matildeo (as Copas do Mundo e a mobilizaccedilatildeo de nossa imprensa esportiva) Santa Maria Pallotti Editora 2005 MATTA Roberto da Esportes na sociedade futebol como drama nacional Petroacutepolis Vozes 1989 MELO FILHO Aacutelvaro Direito Desportivo Aspectos Teoacutericos e PraacuteticosSatildeo PauloIOB Thompson 2006 MELO Joseacute M de Jornalismo Brasileiro Porto Alegre Sulina 2003

MIRA Y LOPEZ Emilio Futebol e psicologia Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1964

MONTIEL Antoacutenio L A arbitragem e o futebol profissional Lisboa Horizonte 1998 MOSCOVICI Serge Introduction a la psycologie sociale Paris Library Larousse 1973 NASCIMENTO Amauri M Curso de direito do trabalho histoacuteria e teoria geral do direito relaccedilotildees individuais e coletivas do trabalho Satildeo Paulo Saraiva 2004

NAZARENO Aulio Fundamentos de arbitragem de futebol Porto Alegre Sulina 1997

NETO Jose A Preparaccedilatildeo Fiacutesica e Psicoloacutegica do Aacuterbitro de Futebol Porto Ediccedilotildees ASA 1999 POSTMAN Neil O desaparecimento da infacircncia Rio de Janeiro Graphia 1999 REILLY Thomas Special populations Science and Soccer London E amp FN Spon 1996 SAMPAIO Rafael Propaganda de A a Z Como usar a propaganda para onstruir marcas e empresas de sucesso Rio de Janeiro Editora Campus 1996 SALDANHA Joatildeo A Copa de 82 por Joatildeo Saldanha Satildeo Paulo Cosac amp Naify 2002 SARTORI Giovani A teoria da democracia revisitada Satildeo Paulo Aacutetica 1994

SILVA Alberto I da Ciro R Rodriguez-Antildeez Accedilotildees motoras do aacuterbitro de futebol durante a partida Revista Treinamento Desportivo Londrina Vol 4 p 5-11 1999

SIMON Carlos E Na diagonal do campo Satildeo Leopoldo Unisinos 2004 TOLEDO Luiz H No paiacutes do futebol Rio de Janeiro Zahar 2000 VALVERDE David Lucio de Arruda A Odisseacuteia Esportiva Paulista do Association ao Profissionalismo Assis 1999 Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Histoacuteria FCL-Faculdade de Ciecircncias e Letras de Assis UNESP WOLF Mauro Teorias da Comunicaccedilatildeo Lisboa Editorial Presenccedila 1995

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 33: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

CAPITULO 3

3 Aspectos sobre a Imprensa Esportiva

Sabe-se que o jornalismo esportivo surgiu a pouco mais de cem anos

Os primeiros registros de que se tem notiacutecia em jornais sobre os esportes

correspondem ao jornal Le Sport no ano de 1854 que publicava crocircnicas sobre

caccedila haras e turfe aleacutem de sessotildees de pesca boxe nataccedilatildeo canoagem e

entre outros esportes

A primeira aacuterea esportiva a receber uma cobertura mais elaborada dos veiacuteculos impressos foi o hipismo em meados do seacuteculo XIX na Franccedila A grande imprensa soacute abriu espaccedilo em 1875 num momento de mudanccedilas sociais e de crescimento de esportes populares pois ateacute entatildeo soacute se registravam notas sobre o boxe iatismo e esgrima Por isso os pioneiros do jornalismo esportivo surgiram nos jornais populares (FONSECA 1997 sp)

Na eacutepoca o futebol era considerado esporte inferior por ser praticado

pelas classes sociais mais baixas Esse conceito soacute poderia ser mudado se

patrocinado ou praticado pela elite Fato ocorrido quando o Baratildeo Pierre de

Coubertin membro da aristocracia francesa fez ressurgir os ideais Oliacutempicos

de uniatildeo entre os povos

A imprensa esportiva em seu iniacutecio somente oferecia informaccedilotildees e

explicaccedilotildees de como praticar os mais variados esportes Com isso o esporte

passou a adquirir maior importacircncia com colunas esportivas ganhando novo

status devido ao interesse pelo esporte de pessoas influentes e de classe alta

jaacute que seriam essas que por sua vez apareciam nessas reportagens ficando o

esporte em segundo plano

Antes de 1939 havia a crocircnica esportiva e natildeo um jornalismo organizado de cobertura de eventos O primeiro oacutergatildeo esportivo teria sido Bellacutes Life inglecircs depois chamado de Sporting Life E nos Estados Unidos a imprensa esportiva soacute comeccedilou a destacar-se nos anos 20 deste seacuteculo (Fonseca 1997 sp)

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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SIMON Carlos E Na diagonal do campo Satildeo Leopoldo Unisinos 2004 TOLEDO Luiz H No paiacutes do futebol Rio de Janeiro Zahar 2000 VALVERDE David Lucio de Arruda A Odisseacuteia Esportiva Paulista do Association ao Profissionalismo Assis 1999 Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Histoacuteria FCL-Faculdade de Ciecircncias e Letras de Assis UNESP WOLF Mauro Teorias da Comunicaccedilatildeo Lisboa Editorial Presenccedila 1995

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 34: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

De acordo com Vera Regina Toledo Camargo somente na deacutecada de

1930 aconteceram as primeiras transmissotildees esportivas Em paiacuteses como os

Estados Unidos que em 1935 transmitiu uma partida de beisebol na Alemanha

com um viacutedeo de divulgaccedilatildeo dos Jogos Oliacutempicos de Berlim com um contexto

nazista de Hitler onde pretendia demonstrar a soberania ariana e o resgate de

ideais oliacutempicos Jaacute na Inglaterra em meados de 1937 a BBC mostrou a

primeira jornada de Wimbledon na Franccedila em 1948 acontece a primeira

transmissatildeo na integra da Copa do Mundo de Futebol

No Brasil a histoacuteria do jornalismo esportivo surgiu praticamente do

mesmo modo Apenas com o interesse das classes altas jornalistas e

escritores respeitados eacute que surgiu uma imprensa que passou a se preocupar

com o esporte atribuindo maior ecircnfase ao futebol

Atualmente o futebol eacute o esporte mais comentado diariamente No

entanto natildeo foi tatildeo valorizado pela imprensa quando trazido ao Brasil em 1894

por Charles Muller Ouhydes Fonseca relata o fato

As pequenas colunas quase escondidas que tratavam do assunto foram crescendo apenas agrave medida que as pessoas passaram a comentar o esporte praticado por um pequeno grupo de jovens da sociedade Eacute por isso que a linguagem inicial da imprensa em relaccedilatildeo ao futebol traduzia a posiccedilatildeo intelectual de praticantes e torcedores (FONSECA 1997 sp)

Com a ausecircncia de profissionais especializados o jornalismo esportivo

era desenvolvido em forma literaacuteria onde se descrevia os acontecimentos de

uma partida Se faziam assim os chamados cronistas esportivos

Luciano Victor Barros Maluly ressalta que os cadernos esportivos dos

jornais abordavam assuntos relacionados agraves modalidades de preferecircncia das

camadas mais elitizadas destacando-se o publico referido natildeo se importando

muito com a partida Com a cobertura desses eventos pode-se perceber que o

esporte poderia se aliar ao jornalismo por reunir ao mesmo tempo

personalidades e notiacutecia

A primeira partida transmitida por raacutedio foi o jogo entre Brasil e Polocircnia

na Copa do Mundo de 1938 na Franccedila Jaacute na Copa de 1958 na Sueacutecia foi

possiacutevel assistir os jogos no cinema devido agrave invenccedilatildeo do videoteipe

transmissatildeo que acontecia trecircs dias apoacutes a partida devido a tecnologia da

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 35: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

eacutepoca Na Copa do Chile em 1962 era possiacutevel assistir as partidas um dia

apoacutes a partida atraveacutes tambeacutem de videoteipe com isso os jornais comeccedilam a

sofrer a concorrecircncia da televisatildeo (GONCcedilALVES 1997 p10)

Vera Regina Toledo Camargo relata histoacuterias das primeiras

transmissotildees do raacutedio de eventos esportivos (2001) Segundo a autora o

jornalista-locutor Blota Juacutenior se preparou uma semana para a inauguraccedilatildeo do

estaacutedio do Pacaembu Para poder transmitir ele tinha de conhecer cada

modalidade fato que o fez narrar vaacuterias partidas de diferentes esportes sozinho

durante uma semana Outros jornalistas se agarravam e aacutervores ou ateacute

telhados de casas ao lado dos estaacutedios para pegar o melhor acircngulo da partida

facilitando a transmissatildeo pois nesta eacutepoca a imprensa natildeo possuiacutea lugar

reservado

As transmissotildees esportivas foram fortemente influenciadas pela

presenccedila do raacutedio conforme cita Vera Regina Toledo Camargo que os

jornalistas e locutores de raacutedio foram para a televisatildeo levando consigo o

mesmo estilo narrativo descrevendo as partidas mesmo com as imagens

falando por si onde os telespectadores diziam ser maccedilante levando muitos a

usarem somente a imagem da TV e ouvirem a partida pelo raacutedio devido agrave

transmissatildeo ser mais emocionante (2001)

Jaacute nos anos de 1960 Vera Regina Toledo Camargo relata a decadecircncia

da raacutedio Pan-Americana considerada A Emissora dos Esportes que anuncia o

decliacutenio tambeacutem de outras raacutedios devido ao surgimento e abrangecircncia da

televisatildeo que direcionou cotas de publicidade audiecircncia e patrociacutenios (1998)

Levando as raacutedios a um processo de reformulaccedilatildeo para encontrar outras

saiacutedas

O jornalista esportivo como o jornalista policial ou qualquer outra pessoa

dessa funccedilatildeo eram mal vistos por entender que assuntos ligados aos dois

temas poderiam ser feitos por qualquer pessoa que sabia escrever para um

jornal existindo preconceitos aos profissionais que desempenhava esse papel

Paulo Viniacutecius Coelho registra esse fato

Durante todo o seacuteculo passado dirigir redaccedilatildeo esportiva queria dizer tourear a realidade Lutar contra o preconceito de que soacute os de menor poder aquisitivo poderiam tornar-se leitores desse tipo de diaacuterio O preconceito natildeo era infundado

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 36: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

o que tornava a luta ainda mais ingloacuteriaDe fato menor poder aquisitivo significava tambeacutem menor poder cultural e consequumlentemente ler natildeo constava de nenhuma lista de prioridades (2003 p 9)

Em estudos autores afirmam que as transmissotildees e veiculaccedilatildeo de

informaccedilatildeo esportiva eram utilizadas pelas forccedilas poliacuteticas para manter a

ordem do povo Pode-se perceber isso em conquistas de Olimpiacuteadas e Copa

do mundo onde o governo utiliza as imagens desses feitos para amenizar as

crises que o paiacutes estava sofrendo tanto no acircmbito poliacutetico quanto no

econocircmico Esses dados satildeo confirmados por Ouhydes Fonseca que

investigou jornais da eacutepoca da ditadura brasileira e encontrou relatos de

repoacuterteres no jornal O Globo em 4 de abril de 1964

Em 1ordm de maio de 1964 Dia do Trabalhador o governo Castello Branco temia uma seacuterie de manifestaccedilotildees contraacuterias ao golpe militar que completava um mecircs Por meio do Conselho Nacional do Desporto (CND) o braccedilo da ditadura no esporte foi determinada a realizaccedilatildeo de uma seacuterie de claacutessicos regionais em qualquer cidade de mais de 50 mil habitantes Foi provavelmente a primeira das muitas vezes em que o regime militar ndash instaurado haacute 40 anos ndash aproveitou-se politicamente da forccedila do futebol () Os amistosos ldquobiocircnicosrdquo foram o embriatildeo de uma praacutetica de ditadura cujo aacutepice foi atingido na Copa de 1970 Em nenhum outro periacuteodo a maior paixatildeo brasileira esteve tatildeo a serviccedilo dos militares Enquanto militantes de esquerda desapareciam o presidente Meacutedici aproveitava o triunfo esportivo para popularizar seu governo (AWI GUEIROS AGUIAR 1964 p 58)

Para a Copa de 1970 no Meacutexico foram investidos milhotildees de doacutelares

para que o Brasil tivesse pela primeira vez uma transmissatildeo televisiva a cores

e ao vivo tudo isso para manter a ldquoordemrdquo Segundo Jose Carlos Marques foi

nesse momento que o meio impresso e o raacutedio se viram ameaccedilados Foi

exatamente a Copa em que a seleccedilatildeo brasileira conquistou o tricampeonato se

consagrando como um mito

Com o passar do tempo e atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas a

televisatildeo passou a ter uma maior presenccedila no meio esportivo passando a ter

programas especiacuteficos esporte

Atualmente em rede aberta programas como o Esporte Espetacular

Globo Esporte e o Jogo Aberto possuem grande apelo

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 37: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

CAPITULO 4 4 A Construccedilatildeo da Imagem do Aacuterbitro de Futebol

Sobre a imagem que envolve a figura do aacuterbitro Antonio Luiacutes Montiel

distingue quatro elementos que consideram fundamentais enfatizando que a

constituiccedilatildeo da sua imagem se daacute no campo de jogos ldquoseriedade honestidade

respeitosa autoridade e imparcialidaderdquo

Para este autor o aacuterbitro natildeo tem o que temer porque reconhece as

regras e conta com a confianccedila dos seus administradores Portanto soacute

precisaria cumprir o seu trabalho da forma mais simplificada possiacutevel

Aleacutem destes elementos ainda natildeo pode ambicionar ser o centro das

atenccedilotildees porque os artistas os protagonistas satildeo os jogadores ou na

linguagem usual da arbitragem quanto menos o aacuterbitro surgir melhor seraacute o

jogo

O autor elucida algumas circunstacircncias que podem levar o aacuterbitro a

jogar por terra todo o seu trabalho no decorrer do jogo ldquouma inoportuna lsquopiadarsquo

nos corredores dos banheiros a ingecircnua cedecircncia aos microfones de qualquer

jornalista () a incorreccedilatildeo da linguagem em momentos proibidos entre

outrasrdquo

Em uma partida de futebol em qualquer momento que o aacuterbitro paralisa

o evento devido a alguma irregularidade acaba tornando alvo de criticas e

dependendo da ocorrecircncia pode ateacute ser ameaccedilado ou mesmo agredido pelos

que se sentirem prejudicados Natildeo eacute incomum ao sair do campo ser

acompanhado por escolta policial

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 38: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Isso ocorre muitas vezes devido aos problemas educacionais

econocircmicos culturais e sociais das pessoas ali envolvidas Acrescenta-se a

isso a influecircncia da miacutedia Eacute sabido que emissoras de televisatildeo atualmente

usam recursos como o replay tira-teima dentre outros mostrando detalhes do

lance em vaacuterios acircngulos diferentes Logicamente tais tecnologias facilitam o

trabalho dos comentaristas para que se conclua se a decisatildeo do aacuterbitro foi

acertada ou natildeo

Em alguns momentos a interpretaccedilatildeo com a ajuda desses recursos eacute

utilizada pelos agentes televisivos para que se questione inclusive a proacutepria

lealdade dos aacuterbitros para com seu compromisso

O desempenho do aacuterbitro deve ser parte complementar do espetaacuteculo

esportivo Neste contexto Aacuteulio Nazareno observa que

A arbitragem eacute elemento fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva Eacute elemento fundamental para que o atleta possa apresentar o melhor de sua performance E eacute elemento fundamental para que o puacuteblico possa apreciar cada vez mais o esporte de sua preferecircncia (1997 p12)

Outro autor que considera a competecircncia e a autoridade do aacuterbitro eacute

Teotoacutenio Lima que menciona como sendo

A competecircncia que daacute fundamento e expressatildeo real agrave autoridade autecircntica E competecircncia ldquonatildeo se adquire por um simples e descuidado exerciacutecio da funccedilatildeo de arbitrarrdquo Chama a atenccedilatildeo que a competecircncia do aacuterbitro necessita ser ampliada para aleacutem do contexto do jogo indo em busca de perspectivas extraprofissionais que realcem uma visatildeo de si mesmo e de sua vida Conclui em seu texto que ldquopara promover o progresso da arbitragem haacute antes de mais que dar um grande impulso agrave valorizaccedilatildeo humana do aacuterbitro (1982 p 12)

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 39: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

A afinidade entre o aacuterbitro de futebol e a imprensa esportiva nem sempre

eacute afaacutevel As emissoras de radio televisatildeo e jornais comumente convidam ex-

aacuterbitros para anotarem as atitudes do trio de arbitragem durante a partida

Isso em um primeiro periacuteodo parece ser uma ideacuteia interessante mas a

falta de arranjo de alguns para explanarem as accedilotildees dos aacuterbitros antes

durante e depois do jogo acaba por fornecer mais adjetivos negativos que

passam a estar vinculados agrave imagem do profissional do apito e por

conseguinte ao vocabulaacuterio futeboliacutestico

No Brasil conduzir uma partida de futebol sempre foi uma tarefa difiacutecil

Os problemas encarados pelos aacuterbitros antes do iniacutecio da partida satildeo os mais

variados possiacuteveis

Dentre eles enfatiza-se a precaacuteria infra-estrutura do futebol a

desonestidade de alguns dirigentes a falta de conhecimento das regras por

atletas teacutecnicos e treinadores e excepcionalmente o proacuteprio despreparo de

alguns aacuterbitros

A imprensa escrita falada e televisiva apostila a atitude da arbitragem

durante os sete dias da semana

A criaccedilatildeo oficial do futebol aconteceu em 1863 e natildeo existiu pretensatildeo

de que as pessoas invadidas nesse esporte fossem infaliacuteveis que os

jornalistas cronistas e comentaristas esportivos fossem perfeitos que nunca

cometeriam enganos de apreciaccedilatildeo

As 17 regras viventes foram compiladas colocadas por esses

especialistas de camarim que uma vez comentando com tanta acuidade

fizeram com que torcedores e dirigentes que muitas vezes desconhecem as

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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MONTIEL Antoacutenio L A arbitragem e o futebol profissional Lisboa Horizonte 1998 MOSCOVICI Serge Introduction a la psycologie sociale Paris Library Larousse 1973 NASCIMENTO Amauri M Curso de direito do trabalho histoacuteria e teoria geral do direito relaccedilotildees individuais e coletivas do trabalho Satildeo Paulo Saraiva 2004

NAZARENO Aulio Fundamentos de arbitragem de futebol Porto Alegre Sulina 1997

NETO Jose A Preparaccedilatildeo Fiacutesica e Psicoloacutegica do Aacuterbitro de Futebol Porto Ediccedilotildees ASA 1999 POSTMAN Neil O desaparecimento da infacircncia Rio de Janeiro Graphia 1999 REILLY Thomas Special populations Science and Soccer London E amp FN Spon 1996 SAMPAIO Rafael Propaganda de A a Z Como usar a propaganda para onstruir marcas e empresas de sucesso Rio de Janeiro Editora Campus 1996 SALDANHA Joatildeo A Copa de 82 por Joatildeo Saldanha Satildeo Paulo Cosac amp Naify 2002 SARTORI Giovani A teoria da democracia revisitada Satildeo Paulo Aacutetica 1994

SILVA Alberto I da Ciro R Rodriguez-Antildeez Accedilotildees motoras do aacuterbitro de futebol durante a partida Revista Treinamento Desportivo Londrina Vol 4 p 5-11 1999

SIMON Carlos E Na diagonal do campo Satildeo Leopoldo Unisinos 2004 TOLEDO Luiz H No paiacutes do futebol Rio de Janeiro Zahar 2000 VALVERDE David Lucio de Arruda A Odisseacuteia Esportiva Paulista do Association ao Profissionalismo Assis 1999 Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Histoacuteria FCL-Faculdade de Ciecircncias e Letras de Assis UNESP WOLF Mauro Teorias da Comunicaccedilatildeo Lisboa Editorial Presenccedila 1995

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 40: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

regras do futebol revogassem por confiar em suas apreciaccedilotildees levando-os a

desqualificar as atitudes tomadas pelos aacuterbitros durante a partida

Exemplos como esses satildeo facilmente verificados principalmente em

debates ou mesas redondas sobre o futebol nos quais varias pessoas

analisam certos lances de acordo com seus conhecimentos e interpretaccedilotildees

interferindo nestes casos o idealismo de cada torcedor independente do meio

de comunicaccedilatildeo

Em vaacuterios momentos os torcedores satildeo influenciados por certos

comentaacuterios deixando de lado muitas vezes sua proacutepria opiniatildeo passando a

confiar em comentaristas promovendo ampla credibilidade a suas palavras

Natildeo resta duacutevida de que o aacuterbitro precisa determinar se foi ou natildeo falta

em fraccedilotildees de segundo ou deacutecimos de segundos e na maioria das vezes no

momento em que estaacute acontecendo a jogada passa um atleta agrave sua frente

tornando a emissatildeo da decisatildeo ainda mais difiacutecil

Eacute claro que falhas acontecem e culpados satildeo apontados Errar parece

ser algo habitual para qualquer indiviacuteduo submergido no futebol menos para o

aacuterbitro A maior parte das pessoas envolvidas com o futebol parece entender

que o aacuterbitro natildeo erra mas sim atua de maacute feacute

Um ex-dirigente do futebol recentemente afianccedilou natildeo distinguir santo

no futebol e ignora um clube que nunca se tenha favorecido de esquema de

dirigentes suborno a aacuterbitros e a jogadores e treinadores da equipe

concorrente

Este afirmou que natildeo basta constituir um time competitivo Para ser

campeatildeo eacute necessaacuterio que se faccedila esquema O cartola finaliza dizendo que o

torcedor quer comemorar o tiacutetulo natildeo interessa os meios

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 41: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Para Franco Juacutenior a partir de dois elementos uniforme e apito eacute

admissiacutevel abalizar um paralelo entre aacuterbitros policiais e juiacutezes

O apito usado igualmente pelos policiais se alude agraves atitudes de

manutenccedilatildeo da ordem e ao cumprimento das leis Jaacute o uniforme preto se refere

aos juiacutezes devido a autoridade demonstrando respeito

A profissionalizaccedilatildeo alcanccedilada pelos grandes clubes e instituiccedilotildees

esportivas ainda natildeo atingiu agrave arbitragem

Na direccedilatildeo adversa da profissionalizaccedilatildeo os aacuterbitros do quadro nacional

brasileiro necessitam demonstrar em seu curriacuteculo profissional de inscriccedilatildeo que

tecircm um contrato profissional com o intuito de comprovarem que natildeo iratildeo

depender da remuneraccedilatildeo dos jogos em que agirem para garantir o sustento

pessoal e Carlos familiar

O aacuterbitro Eugecircnio Simon considera essa relaccedilatildeo controversa no futebol

No futebol moderno embora a arbitragem ainda natildeo seja reconhecida como uma profissatildeo haacute vaacuterios aacuterbitros que vivem do apito com remuneraccedilatildeo por jogo apitado Eacute sem duacutevida paradoxal que num esporte altamente profissionalizado a arbitragem natildeo seja considerada atividade profissional Para um futebol de alto niacutevel eacute indispensaacutevel a presenccedila do aacuterbitro profissional (2004 p 34)

Entre os vaacuterios pontos atingidos pela legislaccedilatildeo denota- se

designadamente o capiacutetulo que se alude agrave arbitragem de futebol Os aacuterbitros

necessitam responder de alguma forma como em todo espetaacuteculo agrave

pretensatildeo daqueles que o consomem isto eacute os torcedores

Em seu artigo de nuacutemero 30 o EDT afianccedila que ldquoeacute direito do torcedor

que a arbitragem das competiccedilotildees desportivas seja independente imparcial

previamente remunerada e isenta de pressotildeesrdquo

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 42: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

De acordo com Bjorn Ekblom o fato das determinaccedilotildees do aacuterbitro natildeo

poderem ser contrariadas ou ajustadas no decorrer de uma partida uma vez

aprovadas isto resguarda o aacuterbitro e sustenta sua autoridade em campo

O aacuterbitro necessita praticamente num mesmo instante observar

constatar interpretar julgar e punir ou absolver um atleta e isto natildeo eacute simples

e natildeo eacute qualquer pessoa que alcanccedila

Luiz Manzolillo enfatiza que a funccedilatildeo decisoacuteria do aacuterbitro eacute de

extraordinaacuteria dificuldade em razatildeo de natildeo determinar a respeito de um fato

isolado mas uma seacuterie de episoacutedios sucessivos num estreito lapso temporal o

que espontaneamente impede qualquer julgamento de meacuterito

Para Luiz Manzolillo

O julgamento do aacuterbitro difere do julgamento de um juiz pois esse pode consultar a lei defender uma tese invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisatildeo Para tomar uma decisatildeo o aacuterbitro eacute ao mesmo tempo delegado promotor juacuteri e juiz tendo tambeacutem que atuar como advogado de defesa em alguns momentos porque eacute sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros pelo caraacuteter irrecorriacutevel das suas sentenccedilas (1996 sp)

Considerando os discursos lanccedilados pela miacutedia televisiva na

transmissatildeo de partidas de futebol Mauro Betti advertiu as polecircmicas que

abrangem a arbitragem

Contudo nada eacute mais polecircmico que a atuaccedilatildeo de um aacuterbitro em certas partidas Uma arbitragem ldquopolecircmicardquo divide as opiniotildees ldquoMal intencionadordquo ou ldquobandeira da moralidaderdquo ldquoAbusou da autoridaderdquo ou foi ldquoeneacutergico o suficienterdquo ldquoHeroacuteirdquo ou ldquovilatildeordquo Ora os aacuterbitros satildeo criticados por terem sido ldquomuito rigorososrdquo ora pela sua ldquocomplacecircnciardquo Uma arbitragem eacute considerada ldquopolecircmicardquo em partidas nas quais muitos jogadores satildeo expulsos ou recebem cartatildeo amarelo Como declarou um aacuterbitro ldquoSe natildeo expulso dizem que sou um banana se ajo com rigor sou criticadordquo (1997 p 89)

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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BARBERO Jesus Martin Dos meios agraves mediaccedilotildees Rio de Janeiro UFRJ 1997

BAUDRILLARD Jean A sociedade de consumo Rio de Janeiro Elfos 1995 BETTI Mauro Violecircncia em campo dinheiro miacutedia e transgressatildeo agraves regras no futebol espetaacuteculo Ijuiacute Unijuiacute 1997 BITTI Ricci Communication et gestualiteacute Bulletin de Psychologie v27 1984 BOURDIEU Pierre Sobre a televisatildeo seguido de a influecircncia do jornalismo e os jogos oliacutempicos Rio de Janeiro Zahar 1997 BRANDEN Nathaniel Auto-estima e os seus seis pilares Satildeo Paulo Saraiva 2000 CAMARGO Vera Regina Toledo O telejornalismo e o esporte-espetaacuteculo Satildeo Paulo 1998 Tese de Doutorado em Ciecircncias da Religiatildeo na Universidade Metodista de Satildeo Paulo CAMARGO Wander et all Crianccedila e Televisatildeo significaccedilatildeo e idealizaccedilatildeo da infacircncia Cascavel Edunioeste 2005 CAPPELLANO Renata O Torcedor de Futebol e a Imprensa Especializada Juiz de Fora 1999 Projeto Experimental do Curso de Comunicaccedilatildeo Social FACOM UFJF CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Paixatildeo e poliacutetica Rio de Janeiro DPampA 2000 CANCLINI Nestor G Consumidores e Cidadatildeos conflitos multiculturais da globalizaccedilatildeo Rio de Janeiro UFRJ 1997 COGO Denise Da Leitura Criacutetica dos Meios agrave Educomunicaccedilatildeo convergecircncias possiacuteveis entre comunicaccedilatildeo e educaccedilatildeo in Tendecircncias na Comunicaccedilatildeo Porto Alegre Lamp PM 2001 CORRAZE Jacques As comunicaccedilotildees natildeo-verbais Rio de Janeiro Zahar 1982

DUARTE Orlando Histoacuteria dos esportes Satildeo Paulo Senac 2004 EKBLOM Bjoumlrn Football (soccer) London Blackwell Scientific 1994 FIGUEIREDO Antonio Histoacuteria do foot-ball em Satildeo Paulo Satildeo Paulo Secccedilatildeo de obras drsquoO Estado de S Paulo 1918 FONSECA Ouhydes Joseacute G M de Oliveira Joseacute C Sobrinho Esporte e crocircnica esportiva Satildeo Paulo CepeuspUSP 1997 FRANCO JUacuteNIOR Hilaacuterio A danccedila dos deuses futebol cultura e sociedade Satildeo Paulo Companhia das Letras 2007

FREYRE Gilberto Sociologia Rio de Janeiro E Realizaccedilotildees 1945

GIDDENS Anthony The consequences of modernity Stanford Stanford University Press 1990 KATZ Elih Paul F Lazarsfeld Personal influence the part played by people in the flow of mass communications New York Free Press 1964 LIMA Teotoacutenio Fora o Aacuterbitro Lisboa Sarl 1982 LUCENA Ricardo O O esporte na cidade Campinas Autores Associados 2001 MACHADO Arlindo A Televisatildeo Levada a Seacuterio Satildeo Paulo SENAC 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Jornalismo esportivo Satildeo Paulo Contexto 2003 MANZOLILLO Luiz Futebol revoluccedilatildeo ou caos Rio de Janeiro Livraria Editorial Gol LTDA 1966 MARQUES Joseacute C Parece que todo o Brasil deu a matildeo (as Copas do Mundo e a mobilizaccedilatildeo de nossa imprensa esportiva) Santa Maria Pallotti Editora 2005 MATTA Roberto da Esportes na sociedade futebol como drama nacional Petroacutepolis Vozes 1989 MELO FILHO Aacutelvaro Direito Desportivo Aspectos Teoacutericos e PraacuteticosSatildeo PauloIOB Thompson 2006 MELO Joseacute M de Jornalismo Brasileiro Porto Alegre Sulina 2003

MIRA Y LOPEZ Emilio Futebol e psicologia Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1964

MONTIEL Antoacutenio L A arbitragem e o futebol profissional Lisboa Horizonte 1998 MOSCOVICI Serge Introduction a la psycologie sociale Paris Library Larousse 1973 NASCIMENTO Amauri M Curso de direito do trabalho histoacuteria e teoria geral do direito relaccedilotildees individuais e coletivas do trabalho Satildeo Paulo Saraiva 2004

NAZARENO Aulio Fundamentos de arbitragem de futebol Porto Alegre Sulina 1997

NETO Jose A Preparaccedilatildeo Fiacutesica e Psicoloacutegica do Aacuterbitro de Futebol Porto Ediccedilotildees ASA 1999 POSTMAN Neil O desaparecimento da infacircncia Rio de Janeiro Graphia 1999 REILLY Thomas Special populations Science and Soccer London E amp FN Spon 1996 SAMPAIO Rafael Propaganda de A a Z Como usar a propaganda para onstruir marcas e empresas de sucesso Rio de Janeiro Editora Campus 1996 SALDANHA Joatildeo A Copa de 82 por Joatildeo Saldanha Satildeo Paulo Cosac amp Naify 2002 SARTORI Giovani A teoria da democracia revisitada Satildeo Paulo Aacutetica 1994

SILVA Alberto I da Ciro R Rodriguez-Antildeez Accedilotildees motoras do aacuterbitro de futebol durante a partida Revista Treinamento Desportivo Londrina Vol 4 p 5-11 1999

SIMON Carlos E Na diagonal do campo Satildeo Leopoldo Unisinos 2004 TOLEDO Luiz H No paiacutes do futebol Rio de Janeiro Zahar 2000 VALVERDE David Lucio de Arruda A Odisseacuteia Esportiva Paulista do Association ao Profissionalismo Assis 1999 Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Histoacuteria FCL-Faculdade de Ciecircncias e Letras de Assis UNESP WOLF Mauro Teorias da Comunicaccedilatildeo Lisboa Editorial Presenccedila 1995

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 43: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

A imagem que a miacutedia transluz dos aacuterbitros ainda eacute motivo de

preocupaccedilatildeo pelas instituiccedilotildees futeboliacutesticas Em suas direccedilotildees aos aacuterbitros

brasileiros a Comissatildeo de Arbitragem da CBF realccedila importacircncia de um bom

relacionamento com os meios midiaacuteticos observa- se

A boa comunicaccedilatildeo com a imprensa tambeacutem eacute fundamental Por muitos anos entendeu-se que o aacuterbitro natildeo devia falar com ningueacutem muito menos com a imprensa Todavia isso levava a associaccedilatildeo do aacuterbitro a uma figura prepotente e autoritaacuteria Hoje entende-se que o aacuterbitro deve continuar sendo discreto mas natildeo deve fugir de suas responsabilidades Ele eacute uma figura puacuteblica como os jogadores (CBF 2007 sp)

A modernizaccedilatildeo e espetacularizaccedilatildeo do esporte tecircm cooperado de

alguma forma na procura da reduccedilatildeo das atuaccedilotildees violentas em campo

Os tribunais esportivos tecircm acolhido o emprego de imagens e viacutedeos

como provas adequadas na denuacutencia das accedilotildees violentas e agressivas em

campo por parte de atletas dirigentes e aacuterbitros

Aleacutem da suacutemula que necessita ser registrada unicamente pelo aacuterbitro

da partida como disposto no artigo 65 do Coacutedigo Brasileiro de Justiccedila

Desportiva (CBJD) esses novos modos de provas satildeo consideradas

entretanto seu emprego eacute feita com prudecircncia

Art 65 As provas fotograacuteficas fonograacuteficas cinematograacuteficas de ldquovideo teiperdquo e as imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrocircnico seratildeo apreciadas com a devida cautela cabendo agrave parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as providecircncias que o oacutergatildeo judicante determinar (BRASIL 2006 sp)

Desta forma tudo que acontece dentro do campo e que passa por

despercebido pelo aacuterbitro ou imprudecircncia do proacuteprio as imagens ou aacuteudios

poderem neste caso ser usado pelo Superior Tribunal de Justiccedila Desportiva

(STJD) podendo assim punir os infratores sendo eles atletas dirigentes

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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SIMON Carlos E Na diagonal do campo Satildeo Leopoldo Unisinos 2004 TOLEDO Luiz H No paiacutes do futebol Rio de Janeiro Zahar 2000 VALVERDE David Lucio de Arruda A Odisseacuteia Esportiva Paulista do Association ao Profissionalismo Assis 1999 Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Histoacuteria FCL-Faculdade de Ciecircncias e Letras de Assis UNESP WOLF Mauro Teorias da Comunicaccedilatildeo Lisboa Editorial Presenccedila 1995

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 44: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

teacutecnicos e ateacute mesmo aos aacuterbitros da partida Levando de pequenas a severas

puniccedilotildees

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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DUARTE Orlando Histoacuteria dos esportes Satildeo Paulo Senac 2004 EKBLOM Bjoumlrn Football (soccer) London Blackwell Scientific 1994 FIGUEIREDO Antonio Histoacuteria do foot-ball em Satildeo Paulo Satildeo Paulo Secccedilatildeo de obras drsquoO Estado de S Paulo 1918 FONSECA Ouhydes Joseacute G M de Oliveira Joseacute C Sobrinho Esporte e crocircnica esportiva Satildeo Paulo CepeuspUSP 1997 FRANCO JUacuteNIOR Hilaacuterio A danccedila dos deuses futebol cultura e sociedade Satildeo Paulo Companhia das Letras 2007

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NAZARENO Aulio Fundamentos de arbitragem de futebol Porto Alegre Sulina 1997

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ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 45: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Consideraccedilotildees Finais

O futebol como praacutetica esportiva foi instituiacutedo na Inglaterra do seacuteculo

XIX Contudo muitas pesquisas indicam que o jogo de bola tanto perpetrado

com os peacutes como as matildeos jaacute era praticado bem antes do seacuteculo XIX

No entanto alguns estudiosos articulam que a sua origem permanece

na China haacute muitos seacuteculos atraacutes

Na virada do seacuteculo XIX para o XX o futebol e as modas europeacuteias

unidos improvisavam parte de um conjunto de ideais civilizatoacuterios

O futebol precisava se identificava com as novas tendecircncias de uma

sociedade moderna a pedagogia da racionalizaccedilatildeo e o ideal do autocontrole

Por ser um esporte coletivo requeria organizaccedilatildeo estrateacutegica Desta

forma consciecircncia de equipe e disciplina passava a ser um ideal normativo

recomendado As singularidades nas formas brasileiras de se jogar foram

desenvolvidas em densas narrativas e marcas de autenticidade de

contestaccedilatildeo de elevaccedilatildeo em resumo de identidade

O estilo de jogo passou a ser tema dos mais variados segmentos da

sociedade brasileira A massificaccedilatildeo do futebol brasileiro que se iniciou nos

anos de 1920 foi delicadamente incorporada agraves narrativas de construccedilatildeo de

um estilo proacuteprio

Assim passaram a ser constituiacutedos os elementos que tiveram a tarefa

de interligar o futebol e a miacutedia televisiva

Desta feita o futebol passou a ser assistido pelo mundo atraveacutes da

televisatildeo Certos detalhes agora poderiam ser vistos pelas imagens inclusive

falhas dos aacuterbitros os quais passaram a se expor de modo impensaacutevel para as

geraccedilotildees anteriores

A partir daiacute cada vez essa categoria vem tendo sua imagem puacuteblica

associada a uma criacutetica cada vez mais feroz fomentada por todo um sistema

que convida ao julgamento sumaacuterio ma maioria das vezes apoiada por

recursos eletrocircnicos dos qual o aacuterbitro natildeo faz uso pelo proacuteprio impedimento da

regra

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

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SILVA Alberto I da Ciro R Rodriguez-Antildeez Accedilotildees motoras do aacuterbitro de futebol durante a partida Revista Treinamento Desportivo Londrina Vol 4 p 5-11 1999

SIMON Carlos E Na diagonal do campo Satildeo Leopoldo Unisinos 2004 TOLEDO Luiz H No paiacutes do futebol Rio de Janeiro Zahar 2000 VALVERDE David Lucio de Arruda A Odisseacuteia Esportiva Paulista do Association ao Profissionalismo Assis 1999 Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Histoacuteria FCL-Faculdade de Ciecircncias e Letras de Assis UNESP WOLF Mauro Teorias da Comunicaccedilatildeo Lisboa Editorial Presenccedila 1995

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 46: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

A televisatildeo e o computador adaptaram-se como o achado mais

importante do seacuteculo XX A partir do impacto que a televisatildeo exerce sobre o

homem moderno este natildeo passa impune por ela tornando praticamente

impossiacutevel demonstrar-se indiferente ao referido recuso tecnoloacutegico Por assim dizer tal miacutedia invade o cotidiano a privacidade e mesmo a

intimidade de todos indistintamente

A crianccedila e o adolescente atualmente natildeo conheceram o mundo de

outra forma Ambos nasceram submersos em uma realidade em que telefone

fax computador televisatildeo constituem objetos comuns do dia a dia TVs

ligadas a maior parte do tempo constroem de forma permanente valores

princiacutepios e ideacuteias

A imagem puacuteblica de uma pessoa pode ser construiacuteda de modo

representativo ou mesmo destruiacuteda de forma imediata pelos instrumentos que

propagam informaccedilotildees

Por assim dizer analisou-se neste trabalho a imagem do arbitro de

futebol perante a miacutedia e como esta pode influenciar pessoas construir

representaccedilotildees sem que se pesemos limites da extensatildeo dos danos morais

materiais e especialmente humanos que podem ser gerados A intervenccedilatildeo do aacuterbitro eacute vista e sentida tornando-se alvo direto de

protestos correndo este o risco de ser inclusive agredido fisicamente pelos que

o cercam no jogo e principalmente ao sair de campo muitas vezes sem ser

escoltado pela poliacutecia

Conclui-se que tais situaccedilotildees ocorrem principalmente em virtude de

problemas educacionais sociais econocircmicos e essencialmente culturais

intriacutensecos agrave sociedade brasileira e por muitas vezes estimulados por alguns

meios de comunicaccedilatildeo que se deixam levar pela falta de eacutetica profissional bem

como sem medir a extensatildeo dos danos que podem causar

Na maioria das vezes o olhar eletrocircnico e sua interpretaccedilatildeo pelos

agentes da televisatildeo satildeo usados para questionar a figura humana diante de

sua lealdade agraves leis do jogo

Insinua-se com isto favorecimento a uma das equipes envolvidas na

disputa Satildeo situaccedilotildees como estas que dificultam e tornam complexa a

atuaccedilatildeo do aacuterbitro de futebol no Brasil nos dias atuais bem como o fomento agrave

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

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BARBERO Jesus Martin Dos meios agraves mediaccedilotildees Rio de Janeiro UFRJ 1997

BAUDRILLARD Jean A sociedade de consumo Rio de Janeiro Elfos 1995 BETTI Mauro Violecircncia em campo dinheiro miacutedia e transgressatildeo agraves regras no futebol espetaacuteculo Ijuiacute Unijuiacute 1997 BITTI Ricci Communication et gestualiteacute Bulletin de Psychologie v27 1984 BOURDIEU Pierre Sobre a televisatildeo seguido de a influecircncia do jornalismo e os jogos oliacutempicos Rio de Janeiro Zahar 1997 BRANDEN Nathaniel Auto-estima e os seus seis pilares Satildeo Paulo Saraiva 2000 CAMARGO Vera Regina Toledo O telejornalismo e o esporte-espetaacuteculo Satildeo Paulo 1998 Tese de Doutorado em Ciecircncias da Religiatildeo na Universidade Metodista de Satildeo Paulo CAMARGO Wander et all Crianccedila e Televisatildeo significaccedilatildeo e idealizaccedilatildeo da infacircncia Cascavel Edunioeste 2005 CAPPELLANO Renata O Torcedor de Futebol e a Imprensa Especializada Juiz de Fora 1999 Projeto Experimental do Curso de Comunicaccedilatildeo Social FACOM UFJF CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Paixatildeo e poliacutetica Rio de Janeiro DPampA 2000 CANCLINI Nestor G Consumidores e Cidadatildeos conflitos multiculturais da globalizaccedilatildeo Rio de Janeiro UFRJ 1997 COGO Denise Da Leitura Criacutetica dos Meios agrave Educomunicaccedilatildeo convergecircncias possiacuteveis entre comunicaccedilatildeo e educaccedilatildeo in Tendecircncias na Comunicaccedilatildeo Porto Alegre Lamp PM 2001 CORRAZE Jacques As comunicaccedilotildees natildeo-verbais Rio de Janeiro Zahar 1982

DUARTE Orlando Histoacuteria dos esportes Satildeo Paulo Senac 2004 EKBLOM Bjoumlrn Football (soccer) London Blackwell Scientific 1994 FIGUEIREDO Antonio Histoacuteria do foot-ball em Satildeo Paulo Satildeo Paulo Secccedilatildeo de obras drsquoO Estado de S Paulo 1918 FONSECA Ouhydes Joseacute G M de Oliveira Joseacute C Sobrinho Esporte e crocircnica esportiva Satildeo Paulo CepeuspUSP 1997 FRANCO JUacuteNIOR Hilaacuterio A danccedila dos deuses futebol cultura e sociedade Satildeo Paulo Companhia das Letras 2007

FREYRE Gilberto Sociologia Rio de Janeiro E Realizaccedilotildees 1945

GIDDENS Anthony The consequences of modernity Stanford Stanford University Press 1990 KATZ Elih Paul F Lazarsfeld Personal influence the part played by people in the flow of mass communications New York Free Press 1964 LIMA Teotoacutenio Fora o Aacuterbitro Lisboa Sarl 1982 LUCENA Ricardo O O esporte na cidade Campinas Autores Associados 2001 MACHADO Arlindo A Televisatildeo Levada a Seacuterio Satildeo Paulo SENAC 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Jornalismo esportivo Satildeo Paulo Contexto 2003 MANZOLILLO Luiz Futebol revoluccedilatildeo ou caos Rio de Janeiro Livraria Editorial Gol LTDA 1966 MARQUES Joseacute C Parece que todo o Brasil deu a matildeo (as Copas do Mundo e a mobilizaccedilatildeo de nossa imprensa esportiva) Santa Maria Pallotti Editora 2005 MATTA Roberto da Esportes na sociedade futebol como drama nacional Petroacutepolis Vozes 1989 MELO FILHO Aacutelvaro Direito Desportivo Aspectos Teoacutericos e PraacuteticosSatildeo PauloIOB Thompson 2006 MELO Joseacute M de Jornalismo Brasileiro Porto Alegre Sulina 2003

MIRA Y LOPEZ Emilio Futebol e psicologia Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1964

MONTIEL Antoacutenio L A arbitragem e o futebol profissional Lisboa Horizonte 1998 MOSCOVICI Serge Introduction a la psycologie sociale Paris Library Larousse 1973 NASCIMENTO Amauri M Curso de direito do trabalho histoacuteria e teoria geral do direito relaccedilotildees individuais e coletivas do trabalho Satildeo Paulo Saraiva 2004

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NETO Jose A Preparaccedilatildeo Fiacutesica e Psicoloacutegica do Aacuterbitro de Futebol Porto Ediccedilotildees ASA 1999 POSTMAN Neil O desaparecimento da infacircncia Rio de Janeiro Graphia 1999 REILLY Thomas Special populations Science and Soccer London E amp FN Spon 1996 SAMPAIO Rafael Propaganda de A a Z Como usar a propaganda para onstruir marcas e empresas de sucesso Rio de Janeiro Editora Campus 1996 SALDANHA Joatildeo A Copa de 82 por Joatildeo Saldanha Satildeo Paulo Cosac amp Naify 2002 SARTORI Giovani A teoria da democracia revisitada Satildeo Paulo Aacutetica 1994

SILVA Alberto I da Ciro R Rodriguez-Antildeez Accedilotildees motoras do aacuterbitro de futebol durante a partida Revista Treinamento Desportivo Londrina Vol 4 p 5-11 1999

SIMON Carlos E Na diagonal do campo Satildeo Leopoldo Unisinos 2004 TOLEDO Luiz H No paiacutes do futebol Rio de Janeiro Zahar 2000 VALVERDE David Lucio de Arruda A Odisseacuteia Esportiva Paulista do Association ao Profissionalismo Assis 1999 Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Histoacuteria FCL-Faculdade de Ciecircncias e Letras de Assis UNESP WOLF Mauro Teorias da Comunicaccedilatildeo Lisboa Editorial Presenccedila 1995

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 47: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

formaccedilatildeo de novos aacuterbitros dispostos a enfrentar todos os desafios de uma

carreira tatildeo particular Dessa forma conclui-se que a miacutedia por vezes acaba por reafirmar uma

imagem estereotipada e estigmatizada do arbitro de futebol

Isso ocorre na medida em que leva o cidadatildeo dito expectador a ver da

criacutetica sem fundamento ou por assim dizer por meio de dispositivos frios

verdadeiramente insensiacuteveis dos meios eletrocircnicos ainda inatingiacuteveis agrave

capacidade humana de perceber sentir e interpretar sem que se consiga

excluir a hipoacutetese da imperfeiccedilatildeo que se cristaliza na sensibilidade indeleacutevel

que apregoa ao ser humano qual seja sua capacidade de errar

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

Referecircncias Bibliograacuteficas

ADAIR Carlos Miguel Curso de Direito Desportivo Satildeo Paulo Iacutecone 2003 ALMEIDA Kleber Nosso futebol Satildeo Paulo Arte e Texto Ltda sf ALMEIDA Milton Joseacute Imagens e sons a nova cultura oral Satildeo Paulo Cortez 2001

BARBERO Jesus Martin Dos meios agraves mediaccedilotildees Rio de Janeiro UFRJ 1997

BAUDRILLARD Jean A sociedade de consumo Rio de Janeiro Elfos 1995 BETTI Mauro Violecircncia em campo dinheiro miacutedia e transgressatildeo agraves regras no futebol espetaacuteculo Ijuiacute Unijuiacute 1997 BITTI Ricci Communication et gestualiteacute Bulletin de Psychologie v27 1984 BOURDIEU Pierre Sobre a televisatildeo seguido de a influecircncia do jornalismo e os jogos oliacutempicos Rio de Janeiro Zahar 1997 BRANDEN Nathaniel Auto-estima e os seus seis pilares Satildeo Paulo Saraiva 2000 CAMARGO Vera Regina Toledo O telejornalismo e o esporte-espetaacuteculo Satildeo Paulo 1998 Tese de Doutorado em Ciecircncias da Religiatildeo na Universidade Metodista de Satildeo Paulo CAMARGO Wander et all Crianccedila e Televisatildeo significaccedilatildeo e idealizaccedilatildeo da infacircncia Cascavel Edunioeste 2005 CAPPELLANO Renata O Torcedor de Futebol e a Imprensa Especializada Juiz de Fora 1999 Projeto Experimental do Curso de Comunicaccedilatildeo Social FACOM UFJF CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Paixatildeo e poliacutetica Rio de Janeiro DPampA 2000 CANCLINI Nestor G Consumidores e Cidadatildeos conflitos multiculturais da globalizaccedilatildeo Rio de Janeiro UFRJ 1997 COGO Denise Da Leitura Criacutetica dos Meios agrave Educomunicaccedilatildeo convergecircncias possiacuteveis entre comunicaccedilatildeo e educaccedilatildeo in Tendecircncias na Comunicaccedilatildeo Porto Alegre Lamp PM 2001 CORRAZE Jacques As comunicaccedilotildees natildeo-verbais Rio de Janeiro Zahar 1982

DUARTE Orlando Histoacuteria dos esportes Satildeo Paulo Senac 2004 EKBLOM Bjoumlrn Football (soccer) London Blackwell Scientific 1994 FIGUEIREDO Antonio Histoacuteria do foot-ball em Satildeo Paulo Satildeo Paulo Secccedilatildeo de obras drsquoO Estado de S Paulo 1918 FONSECA Ouhydes Joseacute G M de Oliveira Joseacute C Sobrinho Esporte e crocircnica esportiva Satildeo Paulo CepeuspUSP 1997 FRANCO JUacuteNIOR Hilaacuterio A danccedila dos deuses futebol cultura e sociedade Satildeo Paulo Companhia das Letras 2007

FREYRE Gilberto Sociologia Rio de Janeiro E Realizaccedilotildees 1945

GIDDENS Anthony The consequences of modernity Stanford Stanford University Press 1990 KATZ Elih Paul F Lazarsfeld Personal influence the part played by people in the flow of mass communications New York Free Press 1964 LIMA Teotoacutenio Fora o Aacuterbitro Lisboa Sarl 1982 LUCENA Ricardo O O esporte na cidade Campinas Autores Associados 2001 MACHADO Arlindo A Televisatildeo Levada a Seacuterio Satildeo Paulo SENAC 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Jornalismo esportivo Satildeo Paulo Contexto 2003 MANZOLILLO Luiz Futebol revoluccedilatildeo ou caos Rio de Janeiro Livraria Editorial Gol LTDA 1966 MARQUES Joseacute C Parece que todo o Brasil deu a matildeo (as Copas do Mundo e a mobilizaccedilatildeo de nossa imprensa esportiva) Santa Maria Pallotti Editora 2005 MATTA Roberto da Esportes na sociedade futebol como drama nacional Petroacutepolis Vozes 1989 MELO FILHO Aacutelvaro Direito Desportivo Aspectos Teoacutericos e PraacuteticosSatildeo PauloIOB Thompson 2006 MELO Joseacute M de Jornalismo Brasileiro Porto Alegre Sulina 2003

MIRA Y LOPEZ Emilio Futebol e psicologia Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1964

MONTIEL Antoacutenio L A arbitragem e o futebol profissional Lisboa Horizonte 1998 MOSCOVICI Serge Introduction a la psycologie sociale Paris Library Larousse 1973 NASCIMENTO Amauri M Curso de direito do trabalho histoacuteria e teoria geral do direito relaccedilotildees individuais e coletivas do trabalho Satildeo Paulo Saraiva 2004

NAZARENO Aulio Fundamentos de arbitragem de futebol Porto Alegre Sulina 1997

NETO Jose A Preparaccedilatildeo Fiacutesica e Psicoloacutegica do Aacuterbitro de Futebol Porto Ediccedilotildees ASA 1999 POSTMAN Neil O desaparecimento da infacircncia Rio de Janeiro Graphia 1999 REILLY Thomas Special populations Science and Soccer London E amp FN Spon 1996 SAMPAIO Rafael Propaganda de A a Z Como usar a propaganda para onstruir marcas e empresas de sucesso Rio de Janeiro Editora Campus 1996 SALDANHA Joatildeo A Copa de 82 por Joatildeo Saldanha Satildeo Paulo Cosac amp Naify 2002 SARTORI Giovani A teoria da democracia revisitada Satildeo Paulo Aacutetica 1994

SILVA Alberto I da Ciro R Rodriguez-Antildeez Accedilotildees motoras do aacuterbitro de futebol durante a partida Revista Treinamento Desportivo Londrina Vol 4 p 5-11 1999

SIMON Carlos E Na diagonal do campo Satildeo Leopoldo Unisinos 2004 TOLEDO Luiz H No paiacutes do futebol Rio de Janeiro Zahar 2000 VALVERDE David Lucio de Arruda A Odisseacuteia Esportiva Paulista do Association ao Profissionalismo Assis 1999 Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Histoacuteria FCL-Faculdade de Ciecircncias e Letras de Assis UNESP WOLF Mauro Teorias da Comunicaccedilatildeo Lisboa Editorial Presenccedila 1995

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 48: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Fontes AWI Felipe Pedro M Gueiros Tadeu de Aguiar Futebol aquartelado O Globo Rio de Janeiro 4-4-1964 p 58 COacuteDIGO BRASILEIRO DE JUSTICcedilA DESPORTIVA Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwunochapecoedubrarquivosdownloadsjustica_desportiva_docgt Acesso em 09 de setembro de 2009 COMUNICACcedilAtildeO VERBAL E NAtildeO-VERBAL Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwsalvescombrvirtuacomverbn-verbhtmlgt Acesso em 10 de outubro 2009 CONFEDERACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF) Sinais de tracircnsito do aacuterbitro de futebol Documento Eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwcbfnewscombrgt Acesso em 15 de setembro de 2009 ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwesportegovbrarquivosnoticiasplc1-lpdfgt Acesso em 09 de setembro 2009 FERREIRA Carlos Cartola revela esquema de suborno Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttp3bpblogspotcom_od8zUgL-DS8RugIZTcPA-IAAAAAAAAA5Qa6GW_n9ck6cs1600-himagemJPGgt Acesso em 5 de maio de 2009 GONCcedilALVES Michelli Cristina de Andrade Vera Regina Toledo Camargo A memoacuteria da imprensa esportiva no Brasil a histoacuteria (re) contada atraveacutes da literatura Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURL lthttpwwwintercomorgbr papersnacionais 2005resumosR1815-2pdfgt Acesso em 20 de Novembro de 2009 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Em Eacutetica amp Comunicaccedilatildeo - FIAM Revista de estudos sobre comunicaccedilatildeo jornalismo e propaganda Satildeo Paulo Vol 2 p 120 2000 ROCCO Maria T Fraga Que pode a escola diante do fasciacutenio da TV Documento eletrocircnico on-line Disponiacutevel na internet via WWWURLlthttpwwwcrmariocovasspgovbrcom_aphpt=006gt Acesso em 201O2009

Referecircncias Bibliograacuteficas

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BARBERO Jesus Martin Dos meios agraves mediaccedilotildees Rio de Janeiro UFRJ 1997

BAUDRILLARD Jean A sociedade de consumo Rio de Janeiro Elfos 1995 BETTI Mauro Violecircncia em campo dinheiro miacutedia e transgressatildeo agraves regras no futebol espetaacuteculo Ijuiacute Unijuiacute 1997 BITTI Ricci Communication et gestualiteacute Bulletin de Psychologie v27 1984 BOURDIEU Pierre Sobre a televisatildeo seguido de a influecircncia do jornalismo e os jogos oliacutempicos Rio de Janeiro Zahar 1997 BRANDEN Nathaniel Auto-estima e os seus seis pilares Satildeo Paulo Saraiva 2000 CAMARGO Vera Regina Toledo O telejornalismo e o esporte-espetaacuteculo Satildeo Paulo 1998 Tese de Doutorado em Ciecircncias da Religiatildeo na Universidade Metodista de Satildeo Paulo CAMARGO Wander et all Crianccedila e Televisatildeo significaccedilatildeo e idealizaccedilatildeo da infacircncia Cascavel Edunioeste 2005 CAPPELLANO Renata O Torcedor de Futebol e a Imprensa Especializada Juiz de Fora 1999 Projeto Experimental do Curso de Comunicaccedilatildeo Social FACOM UFJF CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Paixatildeo e poliacutetica Rio de Janeiro DPampA 2000 CANCLINI Nestor G Consumidores e Cidadatildeos conflitos multiculturais da globalizaccedilatildeo Rio de Janeiro UFRJ 1997 COGO Denise Da Leitura Criacutetica dos Meios agrave Educomunicaccedilatildeo convergecircncias possiacuteveis entre comunicaccedilatildeo e educaccedilatildeo in Tendecircncias na Comunicaccedilatildeo Porto Alegre Lamp PM 2001 CORRAZE Jacques As comunicaccedilotildees natildeo-verbais Rio de Janeiro Zahar 1982

DUARTE Orlando Histoacuteria dos esportes Satildeo Paulo Senac 2004 EKBLOM Bjoumlrn Football (soccer) London Blackwell Scientific 1994 FIGUEIREDO Antonio Histoacuteria do foot-ball em Satildeo Paulo Satildeo Paulo Secccedilatildeo de obras drsquoO Estado de S Paulo 1918 FONSECA Ouhydes Joseacute G M de Oliveira Joseacute C Sobrinho Esporte e crocircnica esportiva Satildeo Paulo CepeuspUSP 1997 FRANCO JUacuteNIOR Hilaacuterio A danccedila dos deuses futebol cultura e sociedade Satildeo Paulo Companhia das Letras 2007

FREYRE Gilberto Sociologia Rio de Janeiro E Realizaccedilotildees 1945

GIDDENS Anthony The consequences of modernity Stanford Stanford University Press 1990 KATZ Elih Paul F Lazarsfeld Personal influence the part played by people in the flow of mass communications New York Free Press 1964 LIMA Teotoacutenio Fora o Aacuterbitro Lisboa Sarl 1982 LUCENA Ricardo O O esporte na cidade Campinas Autores Associados 2001 MACHADO Arlindo A Televisatildeo Levada a Seacuterio Satildeo Paulo SENAC 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Jornalismo esportivo Satildeo Paulo Contexto 2003 MANZOLILLO Luiz Futebol revoluccedilatildeo ou caos Rio de Janeiro Livraria Editorial Gol LTDA 1966 MARQUES Joseacute C Parece que todo o Brasil deu a matildeo (as Copas do Mundo e a mobilizaccedilatildeo de nossa imprensa esportiva) Santa Maria Pallotti Editora 2005 MATTA Roberto da Esportes na sociedade futebol como drama nacional Petroacutepolis Vozes 1989 MELO FILHO Aacutelvaro Direito Desportivo Aspectos Teoacutericos e PraacuteticosSatildeo PauloIOB Thompson 2006 MELO Joseacute M de Jornalismo Brasileiro Porto Alegre Sulina 2003

MIRA Y LOPEZ Emilio Futebol e psicologia Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1964

MONTIEL Antoacutenio L A arbitragem e o futebol profissional Lisboa Horizonte 1998 MOSCOVICI Serge Introduction a la psycologie sociale Paris Library Larousse 1973 NASCIMENTO Amauri M Curso de direito do trabalho histoacuteria e teoria geral do direito relaccedilotildees individuais e coletivas do trabalho Satildeo Paulo Saraiva 2004

NAZARENO Aulio Fundamentos de arbitragem de futebol Porto Alegre Sulina 1997

NETO Jose A Preparaccedilatildeo Fiacutesica e Psicoloacutegica do Aacuterbitro de Futebol Porto Ediccedilotildees ASA 1999 POSTMAN Neil O desaparecimento da infacircncia Rio de Janeiro Graphia 1999 REILLY Thomas Special populations Science and Soccer London E amp FN Spon 1996 SAMPAIO Rafael Propaganda de A a Z Como usar a propaganda para onstruir marcas e empresas de sucesso Rio de Janeiro Editora Campus 1996 SALDANHA Joatildeo A Copa de 82 por Joatildeo Saldanha Satildeo Paulo Cosac amp Naify 2002 SARTORI Giovani A teoria da democracia revisitada Satildeo Paulo Aacutetica 1994

SILVA Alberto I da Ciro R Rodriguez-Antildeez Accedilotildees motoras do aacuterbitro de futebol durante a partida Revista Treinamento Desportivo Londrina Vol 4 p 5-11 1999

SIMON Carlos E Na diagonal do campo Satildeo Leopoldo Unisinos 2004 TOLEDO Luiz H No paiacutes do futebol Rio de Janeiro Zahar 2000 VALVERDE David Lucio de Arruda A Odisseacuteia Esportiva Paulista do Association ao Profissionalismo Assis 1999 Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Histoacuteria FCL-Faculdade de Ciecircncias e Letras de Assis UNESP WOLF Mauro Teorias da Comunicaccedilatildeo Lisboa Editorial Presenccedila 1995

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 49: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Referecircncias Bibliograacuteficas

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BARBERO Jesus Martin Dos meios agraves mediaccedilotildees Rio de Janeiro UFRJ 1997

BAUDRILLARD Jean A sociedade de consumo Rio de Janeiro Elfos 1995 BETTI Mauro Violecircncia em campo dinheiro miacutedia e transgressatildeo agraves regras no futebol espetaacuteculo Ijuiacute Unijuiacute 1997 BITTI Ricci Communication et gestualiteacute Bulletin de Psychologie v27 1984 BOURDIEU Pierre Sobre a televisatildeo seguido de a influecircncia do jornalismo e os jogos oliacutempicos Rio de Janeiro Zahar 1997 BRANDEN Nathaniel Auto-estima e os seus seis pilares Satildeo Paulo Saraiva 2000 CAMARGO Vera Regina Toledo O telejornalismo e o esporte-espetaacuteculo Satildeo Paulo 1998 Tese de Doutorado em Ciecircncias da Religiatildeo na Universidade Metodista de Satildeo Paulo CAMARGO Wander et all Crianccedila e Televisatildeo significaccedilatildeo e idealizaccedilatildeo da infacircncia Cascavel Edunioeste 2005 CAPPELLANO Renata O Torcedor de Futebol e a Imprensa Especializada Juiz de Fora 1999 Projeto Experimental do Curso de Comunicaccedilatildeo Social FACOM UFJF CARRANO Paulo Ceacutesar Rodrigues Paixatildeo e poliacutetica Rio de Janeiro DPampA 2000 CANCLINI Nestor G Consumidores e Cidadatildeos conflitos multiculturais da globalizaccedilatildeo Rio de Janeiro UFRJ 1997 COGO Denise Da Leitura Criacutetica dos Meios agrave Educomunicaccedilatildeo convergecircncias possiacuteveis entre comunicaccedilatildeo e educaccedilatildeo in Tendecircncias na Comunicaccedilatildeo Porto Alegre Lamp PM 2001 CORRAZE Jacques As comunicaccedilotildees natildeo-verbais Rio de Janeiro Zahar 1982

DUARTE Orlando Histoacuteria dos esportes Satildeo Paulo Senac 2004 EKBLOM Bjoumlrn Football (soccer) London Blackwell Scientific 1994 FIGUEIREDO Antonio Histoacuteria do foot-ball em Satildeo Paulo Satildeo Paulo Secccedilatildeo de obras drsquoO Estado de S Paulo 1918 FONSECA Ouhydes Joseacute G M de Oliveira Joseacute C Sobrinho Esporte e crocircnica esportiva Satildeo Paulo CepeuspUSP 1997 FRANCO JUacuteNIOR Hilaacuterio A danccedila dos deuses futebol cultura e sociedade Satildeo Paulo Companhia das Letras 2007

FREYRE Gilberto Sociologia Rio de Janeiro E Realizaccedilotildees 1945

GIDDENS Anthony The consequences of modernity Stanford Stanford University Press 1990 KATZ Elih Paul F Lazarsfeld Personal influence the part played by people in the flow of mass communications New York Free Press 1964 LIMA Teotoacutenio Fora o Aacuterbitro Lisboa Sarl 1982 LUCENA Ricardo O O esporte na cidade Campinas Autores Associados 2001 MACHADO Arlindo A Televisatildeo Levada a Seacuterio Satildeo Paulo SENAC 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Jornalismo esportivo Satildeo Paulo Contexto 2003 MANZOLILLO Luiz Futebol revoluccedilatildeo ou caos Rio de Janeiro Livraria Editorial Gol LTDA 1966 MARQUES Joseacute C Parece que todo o Brasil deu a matildeo (as Copas do Mundo e a mobilizaccedilatildeo de nossa imprensa esportiva) Santa Maria Pallotti Editora 2005 MATTA Roberto da Esportes na sociedade futebol como drama nacional Petroacutepolis Vozes 1989 MELO FILHO Aacutelvaro Direito Desportivo Aspectos Teoacutericos e PraacuteticosSatildeo PauloIOB Thompson 2006 MELO Joseacute M de Jornalismo Brasileiro Porto Alegre Sulina 2003

MIRA Y LOPEZ Emilio Futebol e psicologia Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1964

MONTIEL Antoacutenio L A arbitragem e o futebol profissional Lisboa Horizonte 1998 MOSCOVICI Serge Introduction a la psycologie sociale Paris Library Larousse 1973 NASCIMENTO Amauri M Curso de direito do trabalho histoacuteria e teoria geral do direito relaccedilotildees individuais e coletivas do trabalho Satildeo Paulo Saraiva 2004

NAZARENO Aulio Fundamentos de arbitragem de futebol Porto Alegre Sulina 1997

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SILVA Alberto I da Ciro R Rodriguez-Antildeez Accedilotildees motoras do aacuterbitro de futebol durante a partida Revista Treinamento Desportivo Londrina Vol 4 p 5-11 1999

SIMON Carlos E Na diagonal do campo Satildeo Leopoldo Unisinos 2004 TOLEDO Luiz H No paiacutes do futebol Rio de Janeiro Zahar 2000 VALVERDE David Lucio de Arruda A Odisseacuteia Esportiva Paulista do Association ao Profissionalismo Assis 1999 Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Histoacuteria FCL-Faculdade de Ciecircncias e Letras de Assis UNESP WOLF Mauro Teorias da Comunicaccedilatildeo Lisboa Editorial Presenccedila 1995

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 50: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

DUARTE Orlando Histoacuteria dos esportes Satildeo Paulo Senac 2004 EKBLOM Bjoumlrn Football (soccer) London Blackwell Scientific 1994 FIGUEIREDO Antonio Histoacuteria do foot-ball em Satildeo Paulo Satildeo Paulo Secccedilatildeo de obras drsquoO Estado de S Paulo 1918 FONSECA Ouhydes Joseacute G M de Oliveira Joseacute C Sobrinho Esporte e crocircnica esportiva Satildeo Paulo CepeuspUSP 1997 FRANCO JUacuteNIOR Hilaacuterio A danccedila dos deuses futebol cultura e sociedade Satildeo Paulo Companhia das Letras 2007

FREYRE Gilberto Sociologia Rio de Janeiro E Realizaccedilotildees 1945

GIDDENS Anthony The consequences of modernity Stanford Stanford University Press 1990 KATZ Elih Paul F Lazarsfeld Personal influence the part played by people in the flow of mass communications New York Free Press 1964 LIMA Teotoacutenio Fora o Aacuterbitro Lisboa Sarl 1982 LUCENA Ricardo O O esporte na cidade Campinas Autores Associados 2001 MACHADO Arlindo A Televisatildeo Levada a Seacuterio Satildeo Paulo SENAC 2000 MALULY Luciano Vitor Barros Jornalismo esportivo Satildeo Paulo Contexto 2003 MANZOLILLO Luiz Futebol revoluccedilatildeo ou caos Rio de Janeiro Livraria Editorial Gol LTDA 1966 MARQUES Joseacute C Parece que todo o Brasil deu a matildeo (as Copas do Mundo e a mobilizaccedilatildeo de nossa imprensa esportiva) Santa Maria Pallotti Editora 2005 MATTA Roberto da Esportes na sociedade futebol como drama nacional Petroacutepolis Vozes 1989 MELO FILHO Aacutelvaro Direito Desportivo Aspectos Teoacutericos e PraacuteticosSatildeo PauloIOB Thompson 2006 MELO Joseacute M de Jornalismo Brasileiro Porto Alegre Sulina 2003

MIRA Y LOPEZ Emilio Futebol e psicologia Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1964

MONTIEL Antoacutenio L A arbitragem e o futebol profissional Lisboa Horizonte 1998 MOSCOVICI Serge Introduction a la psycologie sociale Paris Library Larousse 1973 NASCIMENTO Amauri M Curso de direito do trabalho histoacuteria e teoria geral do direito relaccedilotildees individuais e coletivas do trabalho Satildeo Paulo Saraiva 2004

NAZARENO Aulio Fundamentos de arbitragem de futebol Porto Alegre Sulina 1997

NETO Jose A Preparaccedilatildeo Fiacutesica e Psicoloacutegica do Aacuterbitro de Futebol Porto Ediccedilotildees ASA 1999 POSTMAN Neil O desaparecimento da infacircncia Rio de Janeiro Graphia 1999 REILLY Thomas Special populations Science and Soccer London E amp FN Spon 1996 SAMPAIO Rafael Propaganda de A a Z Como usar a propaganda para onstruir marcas e empresas de sucesso Rio de Janeiro Editora Campus 1996 SALDANHA Joatildeo A Copa de 82 por Joatildeo Saldanha Satildeo Paulo Cosac amp Naify 2002 SARTORI Giovani A teoria da democracia revisitada Satildeo Paulo Aacutetica 1994

SILVA Alberto I da Ciro R Rodriguez-Antildeez Accedilotildees motoras do aacuterbitro de futebol durante a partida Revista Treinamento Desportivo Londrina Vol 4 p 5-11 1999

SIMON Carlos E Na diagonal do campo Satildeo Leopoldo Unisinos 2004 TOLEDO Luiz H No paiacutes do futebol Rio de Janeiro Zahar 2000 VALVERDE David Lucio de Arruda A Odisseacuteia Esportiva Paulista do Association ao Profissionalismo Assis 1999 Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Histoacuteria FCL-Faculdade de Ciecircncias e Letras de Assis UNESP WOLF Mauro Teorias da Comunicaccedilatildeo Lisboa Editorial Presenccedila 1995

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

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MONTIEL Antoacutenio L A arbitragem e o futebol profissional Lisboa Horizonte 1998 MOSCOVICI Serge Introduction a la psycologie sociale Paris Library Larousse 1973 NASCIMENTO Amauri M Curso de direito do trabalho histoacuteria e teoria geral do direito relaccedilotildees individuais e coletivas do trabalho Satildeo Paulo Saraiva 2004

NAZARENO Aulio Fundamentos de arbitragem de futebol Porto Alegre Sulina 1997

NETO Jose A Preparaccedilatildeo Fiacutesica e Psicoloacutegica do Aacuterbitro de Futebol Porto Ediccedilotildees ASA 1999 POSTMAN Neil O desaparecimento da infacircncia Rio de Janeiro Graphia 1999 REILLY Thomas Special populations Science and Soccer London E amp FN Spon 1996 SAMPAIO Rafael Propaganda de A a Z Como usar a propaganda para onstruir marcas e empresas de sucesso Rio de Janeiro Editora Campus 1996 SALDANHA Joatildeo A Copa de 82 por Joatildeo Saldanha Satildeo Paulo Cosac amp Naify 2002 SARTORI Giovani A teoria da democracia revisitada Satildeo Paulo Aacutetica 1994

SILVA Alberto I da Ciro R Rodriguez-Antildeez Accedilotildees motoras do aacuterbitro de futebol durante a partida Revista Treinamento Desportivo Londrina Vol 4 p 5-11 1999

SIMON Carlos E Na diagonal do campo Satildeo Leopoldo Unisinos 2004 TOLEDO Luiz H No paiacutes do futebol Rio de Janeiro Zahar 2000 VALVERDE David Lucio de Arruda A Odisseacuteia Esportiva Paulista do Association ao Profissionalismo Assis 1999 Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Histoacuteria FCL-Faculdade de Ciecircncias e Letras de Assis UNESP WOLF Mauro Teorias da Comunicaccedilatildeo Lisboa Editorial Presenccedila 1995

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 52: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

ANEXO A

17 Regras do Futebol

ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

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ANEXO A minus 17 Regras do Futebol

Regra 1 Campo de jogo

Regra 3 O nuacutemero de jogadores

Regra 4 O equipamento dos jogadores

Regra 5 O aacuterbitro

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo

Regra 10 O gol

Regra 11 Impedimento

Regra 12 Faltas e conduta irregular

Regra 13 Tiro livre

Regra 14 O pecircnalti

Regra 15 O arremesso lateral

Regra 16 O tiro de meta

Regra 17 O escanteio

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 54: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Regra 1 Campo de jogo Campo de jogo O campo de jogo eacute retangular e seu comprimento lateral deve ser maior

que o comprimento da linha de meta Dimensotildees Comprimento entre 90 e 120 metros Largura entre 45 e 90 metros Em partidas internacionais as dimensotildees satildeo Comprimento entre 100 e 110 metros Largura entre 64 e 75 metros Delimitaccedilotildees O campo de jogo estaacute delimitado por linhas As duas linhas mais

compridas satildeo as linhas laterais as duas mais curtas satildeo as linhas de fundo Estas linhas satildeo de no maacuteximo 255 metros Uma linha meacutedia divide o campo em duas metades Na metade desta linha estaacute um ponto que define o centro do campo Este ponto eacute centro de um ciacuterculo com raio de 915 metros

Aacuterea de meta A aacuterea de meta eacute demarcada com duas linhas perpendiculares a linha

de meta a 55 metros da parte interior de cada poste de meta Estas linhas adentraratildeo 55 metros no campo de jogo e se uniratildeo por uma paralela a linha de meta A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de meta

Aacuterea de grande penalidade A aacuterea de grande penalidade seraacute marcada com duas linhas

perpendiculares a linha da baliza a 165 m da parte interior de cada poste da baliza Estas linhas tecircm 165 metros no campo de jogo e vao-se unir por uma linha paralela a linha da baliza A aacuterea delimitada por estas linhas eacute a aacuterea de grande penalidade

Em cada aacuterea de grande penalidade seraacute marcado um penalty a 11 metros de distacircncia do ponto meacutedio entre os postes No exterior de cada aacuterea de grande penalidade traccedila-se um semiciacuterculo de raio 915 metros

Metas As metas estatildeo ao centro de cada linha de meta Satildeo compostas de dois

postes verticais equidistantes da lateral e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessatildeo) A distacircncia entre os postes eacute de 732 metros e a distacircncia da borda inferior do travessatildeo ao solo eacute de 244 metros

Os postes e o travessatildeo teratildeo a mesma espessura com o maacuteximo de 12 centiacutemetros As linhas de meta teratildeo as mesmas dimensotildees do poste e travessatildeo Podem ser colocadas redes fixadas nas metas e no solo atraacutes da meta desde que estejam presas de forma conveniente e natildeo atrapalhem o goleiro

Regra 2 Bola Bola de futebol A bola de jogo deve

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 55: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

bull Ser esfeacuterica bull Ser de couro ou outro material adequado bull Com uma circunferecircncia natildeo superior a 70 cm e natildeo

inferior a 68 cm bull Com peso natildeo superior a 450 g e natildeo inferior a 410 g no

comeccedilo da partida bull Com pressatildeo equivalente a 06 ndash 11 atmosfera (600 ndash

1100 gcm2) ao niacutevel do mar

Regra 3 O nuacutemero de jogadores A partida seraacute jogada por duas equipes formadas por no maacuteximo 11

jogadores e no miacutenimo 7 dos quais um tem que ser o goleiro A partida natildeo pode ser iniciada se um dos times estiver com menos de sete jogadores eou sem o goleiro

Em competiccedilotildees oficiais o maacuteximo de substituiccedilotildees num jogo eacute de trecircs jogadores Em outras partidas haacute um limite de cinco substituiccedilotildees sendo preciso que as duas equipes cheguem a um consenso preacutevio

A substituiccedilatildeo de jogadores soacute ocorre com a autorizaccedilatildeo do aacuterbitro O jogador substituto soacute pode entrar em campo quando o substituiacutedo jaacute tiver saiacutedo Se a substituiccedilatildeo ocorrer de forma irregular o aacuterbitro deveraacute paralisar a partida ordenar a saiacuteda do jogador que entrou irregularmente e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto

Regra 4 O equipamento dos jogadores Os jogadores natildeo podem utilizar nenhum objeto que seja perigoso para

eles mesmos ou para os demais jogadores (incluindo qualquer tipo de joacuteias) O uniforme completo consiste de

bull Camisa de Mangas Curtas ou compridas bull Calccedilotildees bull Meias Compridas bull Caneleiras bull Chuteiras

A(s) cor(es) das camisas dos dois times devem ser diferentes para natildeo confundir o puacuteblico e nem a arbitragem Com o mesmo objetivo os goleiros tambeacutem devem usar camisas com cor(es) diferente(s) tanto dos seus colegas de time quanto dos jogadores do outro time

Obs a cor da camisa do quarteto de arbitragem deve ser diferente das cores das camisas de ambos os times

Regra 5 O aacuterbitro Cada partida seraacute controlada por um aacuterbitro que teraacute a autoridade total

para se fazer cumprir as regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado

O aacuterbitro controlaraacute a partida em cooperaccedilatildeo com os bandeiras Interromperaacute suspenderaacute ou finalizaraacute a partida quando julgar oportuno no caso de que se cometam infraccedilotildees agraves regras de jogo

As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

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As decisotildees do aacuterbitro sobre fatos em relaccedilatildeo com o jogo satildeo definitivas O aacuterbitro poderaacute mudar sua decisatildeo unicamente se perceber que sua decisatildeo eacute incorreta ou se o julgar necessaacuterio conforme indicaccedilatildeo de outro membro do quarteto de arbitragem sempre que ainda natildeo tenha reiniciado a partida

Mas se um arbitro for comprado ele e o time pode ser desclassificado e ate serem expusos do campeonato podendo ateacute seremr presos

Regra 6 Os aacuterbitros assistentes Deveres Seratildeo designados dois aacuterbitros assistentes que teratildeo sempre

submetido agrave decisatildeo do aacuterbitro o dever de indicar - quando a bola sair completamente do campo de jogo - a que equipe pertence o arremesso lateral ou se eacute tiro de canto ou de meta - quando deveraacute ser punido um jogador por estar em posiccedilatildeo de impedimento - quando for solicitada uma substituiccedilatildeo - quando ocorrer uma infraccedilatildeo ou um incidente fora do campo visual do aacuterbitro - quando forem cometidas infraccedilotildees que possam ver melhor que o aacuterbitro (isso inclui em certas circunstacircncias infraccedilotildees cometidas dentro da aacuterea penal) - quando nos tiros penais o goleiro se adiantar aleacutem da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta

Assistecircncia Os aacuterbitros assistentes tambeacutem ajudaratildeo o aacuterbitro a dirigir o jogo conforme as Regras Particularmente poderatildeo entrar no campo de jogo para ajudar a controlara distacircncia de 915m Em caso de intervenccedilatildeo indevida ou conduta inapropriada de um aacuterbitro assistente o aacuterbitro prescindiraacute de seus serviccedilos e elaboraraacute um relatoacuterio agraves autoridades competentes

Regra 7 Duraccedilatildeo da partida A partida deve durar 90 minutos divididos em dois tempos de 45 com

um intervalo de no maacuteximo 15 minutos O tempo gasto com cobranccedilas de faltas ou de pecircnaltis substituiccedilotildees atendimentos meacutedicos ou qualquer outro evento deve ser reposto ao final de cada tempo chamdo de acrecimos

Regra 8 O iniacutecio e o reiniacutecio do jogo Um pontapeacute inicial deveraacute ser dado sempre que tiver havido um gol ou

alguma parte do jogo for comeccedilar (primeiro tempo segundo tempo ou prorrogaccedilatildeo) No momento do pontapeacute inicial os jogadores da equipe adversaacuteria devem estar fora do ciacuterculo central dentro dele os uacutenicos jogadores que devem estar satildeo dois o que rola a bola para a frente e o que daacute o segundo toque pondo a bola em jogo de fato sendo que o que rola a bola natildeo pode tocar nela de novo antes que seu colega tal como jaacute dito a reponha em jogo de fato

Em alguns casos (quando a partida eacute paralisada por qualquer razatildeo natildeo mencionada nas regras) o juiz deveraacute reiniciar a partida com bola ao chatildeo ou seja deveraacute na presenccedila de um jogador de cada equipe soltar a bola ao chatildeo sem que haja vantagem para alguma equipe em relaccedilatildeo agrave posse da bola

Regra 9 A bola em jogo e fora de jogo A bola estaacute fora de jogo quando

bull Tiver ultrapassado completamente uma das linhas que delimitam o campo seja por terra ou pelo ar

bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

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bull O jogo tiver sido interrompido pelo aacuterbitro

A bola estaacute em jogo quando

bull Bater na trave ou nas bandeiras de escanteio bull Bater no aacuterbitro ou nos assistentes

Regra 10 O gol Um gol ou golo soacute ocorre quando a bola ultrapassa totalmente a linha

entre as traves O time que marcar mais gols eacute declarado vencedor da partida Se um time marcar a mesma quantidade de gols que o outro ou se nenhum dos dois times marcar gol a partida eacute declarada empatada Em casos de decisatildeo de vaga (torneios eliminatoacuterios) se as duas equipes marcarem o mesmo nuacutemero de gols na soma dos resultados dos jogos de ida-e-volta a vaga soacute pode ser decidida por uma das seguintes formas

bull Gols marcados fora de casa bull Tempo-extra (prorrogaccedilatildeo) bull Disputa de pecircnaltis

Regra 11 Impedimento O fora-de-jogo (ou impedimento) eacute uma das maiores polecircmicas do

futebol O impedimento ocorre quando um jogador da equipe que estaacute atacando

tem entre ele e a linha de fundo menos de dois jogadores da equipe adversaacuteria Natildeo haacute impedimento

bull Quando o jogador em posiccedilatildeo irregular estiver em sua proacutepria metade do campo

bull Em cobranccedilas de lateral bull Em cobranccedilas de escanteios bull Quando a bola eacute lanccedilada por um jogador da equipe

adversaacuteria bull Quando o jogador irregular estaacute atraacutes da linha de fundo

ou aleacutem das linhas limiacutetrofes laterais portanto fora da aacuterea de jogo bull Quando o jogador estaacute atraacutes da linha da bola bull Quando o jogador estaacute na mesma linha do segundo

jogador adversaacuterio mais proacuteximo da linha de fundo bull Quando o jogador irregular natildeo interfere na jogada -

impedimento passivo

Regra 12 Faltas e conduta irregular Falta Cartatildeo amarelo e vermelho A falta eacute uma situaccedilatildeo onde um jogador agride outro de um time

adversaacuterio e que poderaacute ou natildeo ser aceita pelo aacuterbitro que decide se realmente aconteceuAs opccedilotildees do aacuterbitro satildeo as seguintes

Tiro livre direto

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 58: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Quando um jogador desferir um carrinho (golpe rasteiro em que o agressor desliza pelo gramado com a intenccedilatildeo de chutar a bola ou a perna de apoio do jogador que estaacute com a posse da bola) ou aplicar um empurratildeo um soco um pontapeacute ou qualquer outro tipo de agressatildeo se o aacuterbitro achar que o jogador teve a intenccedilatildeo de machucar o adversaacuterio

Pecircnalti Seraacute marcado toda vez que a falta ocorrer dentro da grande aacuterea Tiro livre indireto Eacute marcado sempre que um jogador assume uma conduta anti-

desportiva como impedir o progresso do adversaacuterio segurar a bola com as matildeos por mais de seis segundos (no caso do goleiro) entre outros

Sanccedilotildees disciplinares Um jogador seraacute punido com cartatildeo amarelo se agredir um jogador da

equipe adversaacuteria discutir com algum membro do outro time ou com o aacuterbitro Se o mesmo jogador levar dois cartotildees amarelos na mesma partida automaticamente leva um vermelho e eacute expulso do jogo mas se o aacuterbitro achar necessaacuterio pode aplicar um uacutenico cartatildeo vermelho em vez do segundo amarelo ou ateacute mesmo sem que nenhum cartatildeo amarelo tenha sido aplicado

Regra 13 Tiro livre Tiro livre (aqui direto) Regulamenta os tiros livres diretos e indiretos O tiro livre direto ocorre

quando o jogador eacute autorizado a chutar para qualquer direccedilatildeo sem a ajuda de outro jogador No caso do tiro livre indireto eacute necessaacuterio que outro jogador role a bola para que esta seja chutada para qualquer direccedilatildeo Nos dois casos a bola deve estar parada para que o juiz autorize a cobranccedila os jogadores adversaacuterios devem estar a no miacutenimo 915m da bola e a cobranccedila deve ser feita no local onde a infraccedilatildeo ocorreu

Regra 14 O pecircnalti Pecircnalti Um pecircnalti eacute assinalado quando ocorre uma infraccedilatildeo dentro da aacuterea de

grande penalidade (grande aacuterea) No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a sua marca localizada a 11m do gol o goleiro deve estar sobre ou atraacutes da linha de meta e todos os jogadores devem estar fora da aacuterea e a no miacutenimo 915m da bola (essa distacircncia eacute delimitada pela linha de grande penalidade e pela meia-lua que na verdade eacute a parte fora da aacuterea de um ciacuterculo com 915m de raio e centro na marca do pecircnalti) O pecircnalti pode ser cobrado com tiro livre direto ou indireto embora o mais usual seja a cobranccedila com tiro livre direto Existe uma finta que dificulta ainda mais a defesa do goleiro adversaacuterio (a paradinha) que pode ser considerada pelo aacuterbitro como uma falta puniacutevel com cartatildeo amarelo

Regra 15 O arremesso lateral Arremesso lateral O arremesso lateral deve ser executado com as matildeos sempre repondo

a bola em jogo quando esta sair por uma das linhas laterais Um gol natildeo pode ser marcado direto de um arremesso lateral No momento do arremesso o

jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

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jogador deve estar de frente para o campo com um peacute sobre a linha lateral e segurando a bola com as duas matildeos e acima da cabeccedila

Regra 16 O tiro de meta Tiro de meta O tiro de meta ou pontapeacute de baliza eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe defensiva quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador atacante adversaacuterio

A bola deve ser colocada em qualquer lugar dentro da pequena aacuterea defensiva Todos os jogadores adversaacuterios tecircm que se encontrar fora da grande aacuterea ateacute que a bola esteja em jogo A bola entra em jogo no momento em que eacute chutada

Um gol natildeo pode ser marcado diretamente a partir de um tiro de meta

Regra 17 O escanteio Jogador cobrando um escanteio O escanteio ou pontapeacute de canto eacute um dos meacutetodos para reiniciar a

partida Deve ser feito pela equipe atacante quando a bola sair completamente do campo pela linha de fundo sem que um gol tenha sido marcado tendo sido tocada por uacuteltimo por um jogador defensivo adversaacuterio

No momento da cobranccedila a bola deve estar parada sobre a marca de escanteio a bandeira natildeo pode se mover e os adversaacuterios devem estar a pelo menos 915m O jogador que executou a cobranccedila natildeo pode tocar na bola uma segunda vez sem que outro jogador tenha tocado nela

ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

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ANEXO B Erros de Arbitragem

ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

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ANEXO B ndash Erros de Arbitragem

Em meio a vaacuterias polecircmicas envolvendo os aacuterbitros pode-se citar alguns erros mais graves na histoacuteria do futebol

Brasil x Espanha - 1962 (classificatoacuteria da Copa do Mundo)

O juiz Salvador Bustamante anulou um gol de bicicleta do huacutengaro

naturalizado espanhol Puskas O erro favoreceu o Brasil que levou a partida por 2 a 1

Inglaterra x Alemanha - 1966 (Copa do Mundo)

O inglecircs Hurst chutou A bola bateu na trave e quicou sobre a linha

mas natildeo entrou por inteiro O juiz considerou o gol que ajudou a Inglaterra a levar a taccedila do mundo

Palmeiras x Satildeo Paulo - 1971 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques anulou o gol de cabeccedila do atacante

palmeirense Leivinha alegando toque de matildeo Seu time perdeu a partida por 1 a 0

Santos x Portuguesa - 1973 (Paulistatildeo)

O juiz Armando Marques encerrou a cobranccedila de pecircnaltis antes de

todos os lances serem cobrados Os Santos foi declarado campeatildeo A Federaccedilatildeo Paulista ldquoconsertou o errordquo dividindo o tiacutetulo entre as equipes Grecircmio x Flamengo - 1982 (Brasileiratildeo)

O jogador rubro-negro Andrade interceptou um gol do gremista Baltazar com a matildeo O juiz Oscar Scolfaro natildeo deu o pecircnalti

Itaacutelia x Brasil - 1982 (Copa do Mundo)

O juiz Abraham Klein natildeo viu o puxatildeo do zagueiro italiano Gentile em Zico (que ficou com um rombo na camisa) dentro da grande aacuterea Se o pecircnalti fosse marcado (e convertido em gol) a seleccedilatildeo poderia conseguido empatar o jogo que acabou em 3 a 2 para os italianos

Argentina x Inglaterra - 1986 (Copa do Mundo)

O juiz Naceur natildeo viu Maradona ganhar a dividida aeacuterea com o goleiro Shilton ldquona matildeordquo O gol feito em seguida garantiu a vitoacuteria argentina por 2 a 1

Santos x Botafogo - 1995 (Brasileiratildeo)

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica

Page 62: VICTOR ÂNGELO FRUTUOSO - cepein.femanet.com.br · fanatismo que desencadeia tal predileção. Cumpre assinalar que a intenção de realizar este estudo surgiu por conseqüência

Foram inuacutemeros erros Um gol do botafoguense Tuacutelio foi anulado O juiz Maacutercio Rezende de Freitas natildeo viu o lateral santista Capixaba ajeitar a bola com a matildeo lance convertido em gol por Marcelo Passos Ele tambeacutem anulou com um impedimento inexistente o gol de Camanducaia que daria o tiacutetulo ao Santos

Portuguesa x Corinthians - 1998 (Paulistatildeo)

O zagueiro Ceacutesar da Portuguesa interceptou a bola com o peito mas o juiz Javier Castrilli viu toque de matildeo e marcou pecircnalti O Corinthians fez o gol e foi para a final do torneio

Espanha x Coreacuteia do Sul - 2002 (Copa do Mundo)

O bandeirinha considerou que a bola cruzada pelo espanhol Morientes convertida em gol por Joaquin havia saiacutedo pela linha de fundo O gol anulado levou a partida para os pecircnaltis A Coreacuteia ganhou por 5 a 3

Corinthians x Inter - 2005 (Brasileiratildeo)

Maacutercio Rezende de Freitas ignorou o pecircnalti marcado pelo goleiro Faacutebio Costa no atacante Tinga Ainda por cima expulsou o jogador do Inter por simular o lance Com isso o jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Corinthians se aproximou mais da conquista do tetracampeonato Este foi o uacuteltimo jogo apitado por Maacutercio como aacuterbitro da Fifa E foi nesse mesmo ano que houve o maior escacircndalo do futebol brasileiro com a manipulaccedilatildeo de alguns jogos pelo ex-aacuterbitro Edilson Pereira de Carvalho onde alguns jogos tiveram de anulados

Franccedila x Irlanda ndash 2009 (Repescagem para a Copa de 2010) O aacuterbitro sueco Martin Hansson natildeo viu dois toques na bola com a

matildeo de Thierry Henry antes de tocar para seu compatriota Gallas que marcou o gol da classificaccedilatildeo da Franccedila revoltando os irlandeses que foram eliminados da Copa da Aacutefrica