Releitura de uma vida

Autora: Teka Castro.

2015.

Dedicatória:Dedico este livro aos meus familiares, em

especial meus filhos e esposo.

Aos meus pais e mestres.

A Deus que me inspira todos os dias.

Nascimento e primeira infância

Aos trinta dias do mês de junho de 1967, às vinte e uma horas e quinze minutos, eu nascia. O cordão umbilical enrolado em meu pescoço e eu tive que ir direto à incubadora.

Passei dias lá, mas sobrevivi. Meus pais demonstravam afeto, de uma maneira geral minha mãe sobreviveu comigo. No passar dos anos, Deus tinha para mim, vários planos, e eu até aos quatro anos tive momentos que deixaram minha mãe sem chão. Descobriram um refluxo

urinário, onde as impurezas não eram filtradas, e com isso tinha dias que a temperatura corpórea passava dos quarenta graus Celsius, mas não sei explicar o porquê não tive convulsões, e aos quatro anos dois grandes médicos fizeram uma cirurgia arriscada de doze horas.

Até aos dez anos ainda fazia radiografias específicas, onde eram realizadas da seguinte forma: Eu tinha que tomar bastante líquido para encher a bexiga, no momento da micção e com a bexiga vazia. Sofria muito com isso, mas graças a Deus sobrevivi. Entre as idas e vindas, minha infância

foi difícil, em especial nos primórdios da vida escolar, onde minha mãe trabalhava para a família Brotero Duprat, aliás meus padrinhos são Antônio Luiz Duprat e Mimi, na época meu padrinho tinha dez anos quando veio a me batizar. Não posso deixar de dizer, que em meu primeiro ano escolar, vim a estudar

no São Noberto, colégio de gente rica, mas com a Graça de Deus, minha mãe é quem pagava a escola. Mas, vejam crianças podem não ser anjos, são cruéis, e eu estudava com o irmão caçula de meus padrinhos, nos quais minha mãe havia sido babá(Pagem), e ele dizia aos demais que eu era filha da empregada. As

freiras, sinto dizer, me tratavam mal, e me excluíam de quase tudo, é algo que não entendo, se eram freiras, serviam a Deus, cadê o exemplo do Cristo? Isso hoje é conhecido como bullying e é crime, só que na época, a diferença entre ricos e pobres era muito sentida, aliás ainda me questiono, por quê uns com tanto e outros sem

nada? País mesquinho em pleno século vinte e um. Fiquei um ano aproximadamente nessa escola, que hoje não indico nem para meus piores inimigos, fui então para o Instituto Costa Braga, na Rua Barão de Cotagipe, onde fui muito bem recebida pelo Diretor e dono da escola, pelas tias

Mariângela e Marisa, pelo tio Eduardo – Educação Física. Éramos amiguinhos e aceitávamos uma criança surda, um menino o Eduardo, com deficiência física, problemas na perna, entre outros, foi muito bom ter saído de uma podridão e ido para um local onde todos eram

respeitados, mesmo os filhos de empregados. Na primeira série fui para a Educação Pública e a primeira escola que passei, foi pela EMEF Professora Isabel Vieira Ferreira, que existe até hoje, tinha dentista, era mais rígida a educação do que é hoje em dia. E, eu já sabia ler e escrever. Estudava com minha amiga Rita de

Cássia Rodrigues Roque, e eu e ela éramos as auxiliares do professor Eduardo, que foi um excelente mestre. Aliás, que faço um agradecimento in memoriam aos pais da Rita, que cuidavam de mim, nessa época: Alzira e Nelson. Esta minha amiga foi muito mais, pois quando entrei na adolescência,

eu enamorei-me do tio dela, o Beto, e por alguns meses além da amizade, eu realmente a considerei como sobrinha. Eu sinto sua ausência, pois nos caminhos vividos, a vida nos separou fisicamente, mas lembro dela, das nossas alegrias, paqueras, estudos, e briguinhas, até mesmo por uma lata de lixo,

quando estávamos na primeira série, brigamos. Mas isso não nos separou, e sim a vida, nossas escolhas, os planos que Deus tinha para cada uma de nós. Voltando a falar da infância, até aos oito anos e meio, era filha única, aí surgiu um garoto, cujo nome eu dei de Marcos, mas meu pai

o registrou de João Marcos, e até hoje mesmo que não nos vemos com tanta frequência, ele é meu caçulinha, o amor de minha vida, uma obra prima de Deus, e desde seu nascer até o início de sua adolescência, participei muito da vida de meu irmão, que admiro muito e que começou a trabalhar

com treze anos, e que hoje é meu conselheiro, meu espelho, já que há um ano (14/3/14) meu pai, retornou a morada de Deus. Enfim, minha infância apesar dos altos e baixos, foi ótima, passava sempre férias e quase todos os sábados na casa da tia Joaquina, e lembro ainda que quando comecei a falar,

a chamava de mãe, devido minhas primas Adélia e Ângela, e a minha mãe de tia. Sem contar que apesar de não ter tido uma saúde excelente, brincava, tinha amigos especiais, e me alimentava de uma imaginação fértil, coisa que não vejo hoje em dia com as crianças, que nem bem saem das

fraldas já tem um aparelho de celular. Agradeço a Deus por minha infância, pelas alegrias, tristezas, animais de estimação como a fox paulistinha: Brasinha, a pastora-policial: Pipoca, as minhas bonecas, entre elas a Tippy e o meu primeiro ursinho de pelúcia, que mais passou por cirurgias

feitas por mim e minha mãe que qualquer coisa. Pela união da minha família na casa do Tio José Henriques, que me deu o primeiro relógio de pulso, e da tia Joaquina, nos almoços de Páscoa ou Natais, para comermos aquela bacalhoada deliciosa que até hoje é feita pela minha mãe. Para jogarmos, brincarmos e

acima de tudo ter uma grande união com todos.

Adolescência Aos dezesseis dias de dezembro de hum mil novecentos e setenta e oito, um domingo, surgiu uma pequena mancha na minha calcinha, quando acordei. Nesse dia, era domingo, me arrumei e fui à Missa, e sentia-me incomodada, achei sinceramente que

estava com problemas de dor de barriga, evacuando aos poucos, tive que falar com minha mãe, e ela me explicou sobre menstruação, apesar de alguns meses antes, por mais incrível que pareça meu pai havia me dado um livreto da Modess que citava sobre o que era menstruação, fertilidade entre outros assuntos,

que os pais não falavam com seus filhos. Hoje ao contrário de meus pais, desde que meus filhos eram menores, conversei a respeito de tudo e mesmo o meu filho Emmanuel sabe o que é menstruação (Menstruação é a descamação das paredes internas do útero quando não há fecundação. Essa

descamação faz parte do ciclo reprodutivo da mulher e acontece todo mês. O corpo feminino se prepara para a gravidez, e quando esta não ocorre, o endométrio (membrana interna do útero) se desprende.) Extraído http://ginco.com.br e sei que muitas adolescentes ainda não sabe cientificamente, e que

muitas mulheres, que acho ridículo, falam estou de chico, vulgar demais. Mas, convenhamos, a minha adolescência, foi marcada por eu ter quebrado a rotula do joelho, atual patela, e na mesma época ter adquirido caxumba. Sem contar das minhas birras, de menininha única, embora não fosse

mimada, e nem tivesse tudo que queria. Assim, fui indo, foi entre os nove, dez anos que fiz minha Primeira Eucaristia, e já com essa tenra idade comecei num universo literário, gostava de ler, mas ainda de escrever. Quando estava na quinta série, com meus 10 anos, amava as aulas de Matemática –

Professora Bárbara, Língua Portuguesa – Professora Lígia, e Ciências – professor Dionísio, eram minhas disciplinas favoritas, aliás até hoje são. Falar de adolescência é complicado, pois é um período que acredito que ainda viva até hoje. Lembrando que comecei desde a segunda série primária,

até a oitava série a frequentar a EMEF Dep. João Sussumu Hirata, onde conheci outros amigos: Cleonice Ferreira, outra Rita, Ricardo, entre outros. Os anos se passando e eu compondo amizades e estudos, parece loucura, mas na sexta série, a minha sala foi para o período noturno, e da sexta a oitava, estudava

a noite, tive ótimos professores, e como sempre os que marcaram mais na época foram: Edna –Língua Portuguesa, Luzia – Matemática e Ricardo – Ciências, claro que não posso me esquecer da dona Vanda – professora de História e Geografia. Até a sétima série eu e Rita, estudávamos juntas, porém na época

eu passei para a oitava e Rita ficou na sétima. Na oitava, tive grandes amigos inesquecíveis: Ivone, Eliana ( Baixinha), Carlos Alberto ( Ratinho), Rogério ( Tubarão), Ivo, Ana, etc. Na nossa formatura, o professor Ricardo que me entregou o diploma. Na época do início de minha adolescência meus pais alugavam

casas, e como morávamos no mesmo quintal, muitos inquilinos queriam mandar no pedaço, para dizer a verdade até hoje é assim, embora não mais moramos no mesmo quintal, e tinham alguns inquilinos que me sufocavam, não me deixavam fazer nada, curtir a minha vez, mandavam, e como

minha mãe e pai trabalhavam eu acabava obedecendo aos mesmos. Mas, não era só isso, eu como a criança mais velha do quintal, ensinei as meninas Marislei e Marcilene(Nega),a lerem e escreverem nas nossas brincadeirinhas de escolinha. Desde cedo eu já sabia o que queria em minha vida.

Aqui, retomo um pouco a terceira série primária, professora Tereza Milian, uma excelente educadora, minha melhor amiga na época era Jakeline Vieira da Silva, que até hoje temos contado, real, e no virtual, na rede social, chamada facebook. Estudávamos pela manhã, e ela e sua mãe Judith, moravam na

casa da dona Izaura, na rua B, mãe da Angélica, e todas as manhãs, lá ia eu chama-la para irmos para o Sussumu. Foi bem aproveitado este ano, foi acredito uma das séries mais difíceis em minha vida, e na área de Matemática, aprendemos frações, e numa das aulas de História, a história do

café, foram dias maravilhosos. Voltando a citar da Rita, é algo engraçado, mas na quinta série, gostamos do mesmo garoto o Ênio, mas este era apaixonado pela professora Bárbara. Depois de algum tempo tivemos paixonite pelo Tubarão, mas este namorou a Rita, tudo bem, com quatorze

anos, eu e o tio dela fomos namorados, e embora tivessem e ainda tem 10 anos a nos separar, ele me respeitou muito, foi alguém que não vou esquecer jamais, por ter sido meu primeiro namorado, por ter sido alguém que compartilhávamos as mesmas canções, entre

elas Let it Be dos Beatles. Em mil novecentos e oitenta e dois, prestei Vestibulinho para entrar numa das melhores escolas estaduais da época, a Escola de Segundo Grau Professor Alberto Conte, em Santo Amaro, hoje simplesmente a nomenclatura das escolas são: escolas

estaduais, fulano de tal. Continua para mim sendo a melhor escola que passei como aluna, e depois de algum tempo como docente. Fiquei muito satisfeita ao ter entrado na escola, era uma loucura, primeira e segunda chamadas, e assim foi. Ao entrar, fiquei no primeiro V, sentava perto da porta,

tinha a amiga Valéria Sena, e do 1º W, a amiga maluquinha e santista, Vera Darci de Biazi. Claro tinha outras, mas estas eram especiais para mim. Aprontávamos muito, valeu a pena. Na época não posso deixar de citar meus mestres queridos: Alice da Disciplina de Matemática, Acácia da

Disciplina de Física, Sônia de História, Leni de Língua Portuguesa, Irem de Biologia, e uma das melhores Margarida da Disciplina que escolhi para lecionar: Química. Claro, tínhamos outros grandes mestres, a Dota de Educação Física, que dava tapa na bunda, caso nossa postura não tivesse correta. Foram grandes professores. E,

citado um fato importante na aula da Leni, que numa das aulas, pediu que fizéssemos um texto, e eu fiz sobre a Esperança, acho que foi uma das minhas primeiras criações a ser divulgada. Eu não ia ler, mas a senhorita Valéria, que sentava na minha frente, fez questão de ler em voz alta para a

sala, a professora gostou muito. Ganhei os parabéns, e como eu e o Beto já havíamos terminado, adivinha para quem foi dedicado o poema... Na segunda série, do atual, ensino médio, no início das aulas, tive que ficar ausente muito tempo, pois, num dia, precisamente num sábado de março de

1983, eu, Rita e a Dona Alzira, fomos passear até o Campo Limpo, e eu passei mal, achei que tivesse com cólica, mas não, era pior. Comecei a vomitar, ter dor na perna direita, algo insuportável, tivemos que vir mais cedo do passeio, e quando cheguei estava com febre alta. Nesse dia minha mãe tinha ido

trabalhar, quando ela chegou me levou no Hospital Santa Marta, Santo Amaro, os médicos examinaram não encontraram nada, mas já me internaram. Passei o domingo lá, e na segunda pela manhã, já me levaram para a sala de cirurgia, e extraíram a apêndice, que estava superando, ou seja por mais uma

hora eu não iria aguentar. Tive que ficar com dreno e quase 15 dias hospitalizada, sem contar de mais alguns dias em casa. Fiquei muito ansiosa no dia de uma visita especial, e como era a mais novinha internada na ala, brincava muito com médicos e equipe de enfermagem. Quem fez minha cirurgia foi o

Doutor Hélio. Um médico de olhos azuis, maravilhoso. Quando retornei à escola, perdi muito o início do conteúdo de Trigonometria, hoje os alunos nem sabem o que é isso. E, nas aulas de Inglês penei muito, pois devido dificuldade na conversação, não conseguia acompanhar a professora Altina,

como pessoa excelente, como professora, ficava com raiva por não acompanhar bem as aulas, mas ela dava também muita leitura e atividades culturais como teatro em inglês, fiz a Ilha do Tesouro, com um pessoal muito dez. Também nessa época, nós escolhíamos a partir do 2º ano as áreas que queríamos, eu

escolhi exatas-biológicas, tive muitas aulas de Química( Lígia e Leiko) Física – Yasuko e Ana Maria – Biologia – Karem,Irem e dona Zenaide, Matemática Inara, Paulo Sakai e Kurata, OSPB – Lígia, História – Sônia, Língua Portuguesa Milena. Na primeira vez que fiz o segundo ano, fiquei retida em duas

disciplinas: Matemática e Inglês, por um ponto, e mesmo assim a professora Zenaide orientou minha mãe para a questão de recorrer, mas sabe de uma coisa, eu queria aprender corretamente, e então em 1984, fiz novamente o segundo ano. Pois, devido a apêndice, apendicite, eu acabei perdendo muito,

mas recuperei em 1984, e sentava na frente do professor, tanto é que era o Paulo Sakai, ele vivia dizendo para mim e a Verinha: - Vocês já terminaram? – sim, professor. Além de tudo eu e a Vera, achávamos ele muito parecido com John Lennon. E, as demais disciplinas tirei de letra.

Até aqui, vivi momentos maravilhosos, e ousados nas questões literárias, pois comecei escrever para zines e o reviragita, tive poemas lançados em agendas católicas e outros, comecei a ir atrás do meu sonho em termo literário. Claro, que lembro ainda de amigos como as Telmas, Valérias, pois

minha sala no primeiro V, era composta por alunos com R,S,Te V, e era uma turma muito boa. Aqui, vou relatar que nos fizemos no 1º ano,amigo chocolate, eu tirei um anjo, a Vanderléia, era baixinha, cabelos compridos encaracolados, e dançava muito bem o Frevo. A professora Irem

quem me tirou, ganhei uma caixa de bombons maravilhosos. Falando da Vanderléia, no ano de 1983, ela e o namorado Valdir, voltando para casa, foram brutalmente assassinados, foram enterrados no Jardim São Luís, a escola apareceu em peso, só era choradeira, pois todos gostavam deles, e

a escola nesse dia ficou sem aula. Também cito aqui os amigos que faziam magistério, a Eliana Binhardi, Luís Fernando, que fui apaixonada por ele, Manuel Gonçalves, Irineide( Baixinha ), que se formou mais tarde em História, entre outros. Tinha a Vânia do Nascimento, a Deise, o

pessoal do cover da Blitz, o pessoal do Grêmio: Antônio Carlos (ACCB), Charles, Silem, que ainda tenho contado virtual, entre outros, este grêmio era dez, foi nessa época que aprendi ser um pouco mais politizada. Era um grêmio atuante e presente na escola, embora, a maioria de seus membros eram

alunos do noturno. Eu e o Carlão, presidente do grêmio, ficávamos horas na biblioteca da escola, falando de Sócrates, Platão, entre outros. Nessa época, amava também as aulas do professor Valdir, que eram excelentes, e para dizer a verdade, eu e a Deise quem mais assistíamos as aulas.

Uma vez a diretora Shigueo, ligou para minha mãe, por que eu saia da escola e ficava na biblioteca com a professora Márcia, o Carlão, e um pessoal, mas nós ficávamos falando de Filosofia, e não estávamos brincando nem atrapalhando ninguém, daí tinha que está em

casa antes da minha mãe chegar.Sendo assim, essa fase da minha adolescência vivida na escola foi ótima, aproveitei muito, tinha conhecidos nos 3 períodos, em especial minhas “filhinhas” no período da tarde. Vivi boas memórias, e peço desculpas se acaso esqueci de alguém, mas minha vida escolar foi

muito além de um simples aprender, foi um salto para as profissões que escolhi nessa vida, principalmente por que tive bons mestres e incentivos de pessoas maravilhosas. Já minha adolescência fora do âmbito escolar, participei da CRISMA, foi namorada do meu catequista, o José

Geraldo, conheci outra amiga Rita e sua linda família, participava de grupo de jovens, íamos na comunidade Domitila, fazíamos muitas orações, excursões e aproveitei ao máximo. Além disso, tinha minhas amigas da rua, Fátima, Goretti, Célia, a Luciana Cardim, a Ritinha, a Lidiana, tinham ainda a Adriana

e sua irmã Luciana. A rua onde morava era maravilhosa, tinham vizinhos excelentes, e por mais que eu tivesse meus chiliques éramos companheiros, alegres, respeitávamos uns aos outros. Sinto saudades dessa época, mas a vida é cheia de surpresas, obstáculos, e temos que lembrar que a Terra é

arredondada, e que podemos nas voltas da mesma nos encontrar por aí.

Vida adulta? Aos dezoito anos fiz vestibular para USP ( Medicina ) e na Faculdade Ibirapuera, atual Universidade Ibirapuera, para Ciências, não passei na USP, mas na FIIB, e também nesse período

graças a namorada na época do meu amado primo, in memoriam: Carlos de Jesus Ferreira, a Vilma, iniciei na Associação Mens Sana, trabalhei junto com a Maura Cassiano, que hoje é professora da Disciplina de Arte dos meus filhos na EMEF Mário Schonberg, e é claro junto ao meu querido mentor no

quesito Parapsicologia: Frei Albino Aresi, este foi um professor, me arrependo de não ter absorvido mais, pois como ele próprio dizia, eu era uma de suas bruxinhas, a mais nova e com uma sensibilidade extrema, tai talvez o motivo principal que eu mesmo estudando algo exato, tenha a sensibilidade da escrita.

E, o Frei me incentiva nos dois campos. Na faculdade no primeiro ano, tive ótimos professores, dois em especial, são meus xodós até hoje Carlos Carmelo – mestre de Química, e Nilo Pesçanha – Mestre em Matemática, na verdade o Carmelo, foi meu mestre do primeiro ao quarto ano da

graduação, e por ele tinha e tenho um respeito muito grande, sem contar, que ele também é espiritualista como eu. Na época do início da faculdade, tive vários amigos, mas alguns deles inesquecíveis: in memoriam: Edmara, uma amiga e tanto, saudades, Isaías, entre outros.

No segundo ano conheci a Lígia Lobo Pires, uma pessoa maravilhosa, pelas redes sociais nos encontramos, e no ano que tínhamos que optar por uma das Ciências: Química, Biologia, Matemática, confesso, optei por Bio, mas logo fui para Química, e desde então não me arrependi. Vivi

momentos ótimos, e aprendi muito. Como a sala que se iniciou no primeiro ano com quase 100 alunos, já no terceiro tínhamos um pouco mais de 25, e no quarto ano, esse número de alunos ainda diminuiu. Então tínhamos um pouco mais de amizade, e quando nos formamos, a frase que repercutiu foi

de tanto “Bartalhar, conseguimos nos formar.” É exatamente isso, tinha um pessoal que vivia em bares, e tomava todas, eu suco de laranja. Na época da faculdade, fiquei praticamente 2 anos trabalhando na Mens Sana, até consegui trabalho para minha amiga Rita de Cássia

Rodrigues, mas por percalços da vida, saí e fui lecionar no Pingo de Ouro, pois afinal nasci mesmo para lecionar, e comecei usar minha sensibilidade de uma outra maneira. Logo após minha experiência como docente do maternal, fui lecionar como substituta no Alberto Conte, e aí não quis sair mais dessa

vida, lembrando que eu poderia ter entrado na Shering(Berlimed) Indústria Química-Farmacêutica, mas não quis. E, até hoje estou em sintonia com a Educação, sei que ganhamos pouco, não se tem a valorização financeira que deveria, fazem mil mudanças, mas sempre deseducam a educação, hoje temos

ainda que aturar inversão de valores, que está demais, sem contar da hipocrisia das pessoas que quando sobem em seus cargos, esquecem que já viveram em salas de aulas, e temos alguns pais que acham que o educar, está na escola, e sabemos que a educação se inicia com o núcleo familiar, a

escola é algo para passarmos conhecimento. Posso falar sobre esta questão, hoje, por que além de docente, sou mãe e tenho meus filhos em escolas públicas, pois ainda sonho que irá melhorar. Quando dei a este subtítulo um ponto de interrogação: Vida Adulta? Questiono a

mim mesma se vivo uma vida adulta, ainda sonho, tenho meus erros, muitas vezes não assumo minha responsabilidade, discuto com minha mãe, tenho ainda meus ciúmes, e me vejo uma eterna adolescente. Aliás amo ser assim, embora muitas vezes, esse meu jeito faça eu brigar com pessoas que

ame, principalmente com meus familiares, minhas primas mais admiradas, como a Ângela, meus próprios filhos, meu irmão, e minha mãe, mas talvez a frase: “Tenho ciúmes de tudo”, seja bem real para minha vida. Agora fazendo uma releitura de tudo isso, agradeço a Cristo por poder sonhar, escrever,

dizer melhor na escrita aquilo que muitas vezes me calo, e além de tudo, agradecer que em meio a tudo isso, que vivi, fiz pós graduação, no quesito educação, tive como sempre ótimos mestres, e talvez por isso valorize tanto a Educação, a busca do conhecimento, a realização pessoal, e acima de tudo, meus

grandes mestres em minha casa: Dona Deonilde e in memoriam: Seu Francisco, que por mais que tenham brigado comigo, hoje eu sei que foi tudo para eu ser a pessoa que sou hoje. Quanto a minha religião, essa não nego, sou espiritualista, penso no seguinte: “Não adianta dizermos amar a

Deus sobre todas as coisas, e desrespeitarmos aquilo que Ele nos deu gratuitamente, como o ar, que vem da fotossíntese das árvores, a água, que vem dos rios, os pássaros com suas cores e cantos e a Natureza toda, que nós estamos a matar gradualmente todos os dias, além disso

desrespeitamos nosso próximo, eu sou uma que muitas vezes xinga aos outros, e ainda vamos no Altar comungar? Como? Então, acredito que se amarmos sem pretensão, respeitarmos, e não criticarmos religião de ninguém, e sem sermos falsos. Esta é minha

religião, propago-a ao mundo. Na releitura de minha vida sou a principal crítica a mim mesma, sei que ainda tenho muito a aprender, e agradeço pelo meu lado escritora ter conhecido também grandes mestres, não citarei todos mas alguns que acreditaram em meu sonho e que me

auxiliam nessa travessia literária: Cecília Fidelis, Leila Miccólis, Urhacy Faustino, Wilson Jasa, Roberto Del’Secchi, Joyce Cavalcante, Silvia Regina Costa Lima, Silvia Bruno Securato, Carlos Leite Ribeiro – Portugal, Iara Melo, Maurício Savino, entre outros, agradeço a todos eles por acreditarem

nessa alquimista do século vinte e um.

Epílogo Bem, se a leitura os trouxe até estas frases finais é por que você leu com carinho este primeiro, quem sabe de muitos livros que ainda escreverei, tenho algo a relatar, não citei sobre como conheci meu esposo que amo tanto e agradeço por ele está

sempre me apoiando em meus escritos e sobre meus filhos, como cada um nasceu, ou seja como cada joia me foi emprestada pelo Criador, pois isso dará um novo livro, uma história real, bonita e que ainda terei o prazer de compartilhar. Escrevi aqui mais sobre minha vida escolar, pois sem o conhecimento que

adquiri não seria a escritora e nem tampouco a professora que sou hoje, digo que sou uma alquimista, pois sempre estarei em busca do meu conhecimento, e é esse exemplo que quero deixar para meus filhos, meus pais não estudaram muito, mas me deram as condições para poder hoje está

aqui compartilhando isso com vocês. Agradeço seu apreço, sua leitura e viva a vida com plenitude nos exemplos bons, pois, maus exemplos vêm a toda hora.

São Paulo, 2 de agosto de 2015.

Início da escrita: 1º de julho de 2015.