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 “Vigotski e a prática do psicólogo - primeiras aproximações” (minicurso)

Achilles Delari [email protected]

UFMS-CPARPARANAÍBA-MS

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 “Na futura sociedade, a psicologia será em realidade a ciênciado novo homem. Sem ela a perspectiva do marxismo e dahistória da ciência seria incompleta. Entretanto, esta ciênciado novo homem será também psicologia. Por isso hoje man-temos suas rédeas em nossas mãos. Não há necessidade dedizer que esta psicologia se parecerá tão pouco com a atual,como, segundo as palavras de Espinosa, a constelação do Cãose parece com o cachorro, animal ladrador (Ética, teorema17, Escólio)”

— Lev Vigotski (1927/1991, p. 406)__________________________________________________

(1) A psicologia ainda está por ser construída.

(2) A que temos agora é distante da que desejamos

(3) Desde já fazemos parte do processo de edificá-la

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CONTEÚDOS

Palavras iniciais

1 Princípios éticos em psicologia histórico cultural‐1.1 Contextualização e critérios axiológicos (...)1.2 Contradições enfrentadas pelo psicólogo (...)1.3 O método construtivo e a psicologia (...)

2 Princípios de psicologia geral numa abordagem histórico‐cultural2.1 Unidade psicofísica2.2 Determinação da consciência pela existência (...)2.3 Consciência: psiquismo propriamente humano.2.4 Consciência compreendida mediante unidades.2.5 Psiquismo mediante sua gênese histórica.

[buscaremos formular orientações práticas gerais para cada item desses, no tópico 1 e 2]

Minicurso: Vigotski e a prática do psicólogo – primeiras aproximações

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Palavras iniciais

● Tem sido muito importante no Brasil a contribuição da obra de Lev Vigotski à psicologia da educação e às práticas pedagógicas de modo geral.

● A educação tem um lugar fundamental na proposta de Vigotski para uma “nova psicologia”. Segundo ele “a educação é a primeira palavra que [a nova psicologia] menciona” (VIGOTSKI, 1926/1991, p. 144).

● Mas Vigotski não produziu exclusivamente uma psicologia educacional ou escolar, nem sua teoria se restringe a uma subdivisão das teorias da aprendizagem. Ao contrário, trata‐se desde sua origem, e principalmente, de uma contribuição geral à psicologia concreta do homem (ver VIGOTSKI, 1929/ 1989, 1929/2000). 

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Palavras iniciais

● Tal abordagem pode nos permitir pensar a atuação do psicólogo em diferentes contextos práticos, como a promoção de saúde mental: nas práticas sociais comunitárias, nos sistemas públicos de saúde coletiva, nas relações de trabalho, nas lutas sociais, entre outros... 

●  Atuação em qualquer situação em que se efetivem simultaneamente: (a) relações simbolicamente mediadas entre as pessoas, (b) constituição social de sentidos para tais relações e (c) significação para nossa própria vivência no curso desse processo. 

● Um psicólogo histórico cultural, busca compreender o ser ‐humano na concretude de suas relações sociais, a um só tempo: situa o na especificidade delas (na família, no ‐namoro, na escola, no trabalho, na vida comunitária, na luta por direitos civis, no lazer, na atividade lúdica, na criação artística, 

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Palavras iniciais

noutras instituições, etc.); e articula tais contextos específicos no conjunto sistêmico, interfuncional, dinâmico e contraditório da personalidade humana, no fluxo de seu desenvolvimento histórico.

● Por um lado, o que há de geral no psiquismo humano solicita contextualização. Se todo o ser humano é um constante tornar se‐ , aquilo em que nos tornamos demanda situações reais para a realização do nosso devir. 

● Por outro lado, a nossa vivência mais específica, mais singular, mais situada e contextualizada, não pode deixar de ter algo de geral, partilhado com nossos semelhantes. 

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Palavras iniciais

● Nossa própria personalidade não tem como realizar se e ‐desenvolver se senão: ‐

- em relação com outras pessoas- mediante processos sociais de significação- no fluxo de uma gênese histórica

● A caracterização do humano como ser social, simbólico e histórico, compõe um conceito pertinente à constituição ontológica mais profunda e elevada da condição humana, no interior da abordagem histórico-cultural.

● Deduz se assim que não se trata de uma abordagem que só ‐seria aplicada a um único contexto específico de relações sociais, seja ele a escola, o mundo do trabalho, as organizações comunitárias, as práticas terapêuticas e assim por diante.  O geral demanda o específico e vice-versa. 

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1 Princípios éticos em psicologia histórico cultural ‐

“O método, ou seja, o caminho seguido, é visto como um meio de cognição: mas o método é determinado em todos os seus pontos pelo objetivo a que conduz”

— Vigotski (1927/1996, p. 346) 

● Quando falo aqui de ética não me refiro aos padrões de conduta que se formalizam em códigos de ética profissional, ou se normatizam em procedimentos solicitados por comitês de ética em pesquisa com seres humanos ou animais. Estes são importantes e necessários, mas refiro me antes ao campo ‐dos princípios e valores mais gerais que permitem inclusive formular tais códigos e orientar as normas de comitês como esses. 

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1 Princípios éticos em psicologia histórico cultural ‐

●  Fazer ou deixar de fazer algo apenas pelo critério de não ser punido em caso contrário é próprio do que poderíamos chamar de uma “ética fraca”. Uma ética substancial, sobretudo, diz respeito à reflexão do homem sobre os valores relativos ao caráter bom ou ruim de suas próprias ações em termos das consequências que elas venham a ter para nós e para nossos semelhantes. 

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1.1 Contextualização geral e critérios axiológicos para um humanismo crítico na abordagem histórico-cultural.

● Há várias éticas, conforme o que têm como valor e bem maior: “eudemonistas” (felicidade); “edonistas” (prazer); “pragmatistas” (utilidade). Interpreto que a ética da obra de Vigotski, pautada em princípios marxistas, e síntese de outras tradições filosóficas deste autor (como o espinosismo ou a tradição judaica na qual foi educado), pode ser adjetivada como “humanista”, lato sensu. 

● Não se trata do mesmo humanismo cristão de Carl Rogers, ou ateu de Jean Paul Sartre. Mas também coloca o ser ‐humano e a realização de seus potenciais como valor inalienável e imprescindível.

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1 Princípios éticos em psicologia histórico cultural ‐

1.1 Contextualização geral e critérios axiológicos para um humanismo crítico na abordagem histórico-cultural.

● Sobretudo, cabe o destaque de que, na concepção de Vigotski, as potencialidades humanas só se realizam e se ampliam no âmbito da ação coletiva e em aliança com a alteridade, com os outros sociais, não sendo seu foco ético uma realização humana apartada daquela de nossos semelhantes, o outro não é impeditivo de nossa liberdade e realização pessoal, mas uma das suas principais condições de possibilidade. 

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1 Princípios éticos em psicologia histórico cultural ‐

1.1 Contextualização geral e critérios axiológicos para um humanismo crítico na abordagem histórico-cultural.

● Pode se interpretar que o valor da humanidade como bem ‐a ser preservado e cultivado, do ponto de vista da ética presente na obra de Vigotski: (a) em primeiro lugar não se traduz como humanismo ingênuo nem liberal; e (b) em segundo lugar, consequentemente, demanda, frente a outras orientações axiológicas, critérios próprios, como o seu entendimento quanto à superação, à cooperação e à emancipação. 

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1.1 Contextualização geral e critérios axiológicos para um humanismo crítico na abordagem histórico-cultural.

● A noção de superação em Vigotski, entendida como ato e necessidade de superarmo nos, de irmos além dos nossos ‐limites atuais, é ressaltada pelo estudioso russo Andrei Puzirei como algo que manifesta “as finalidades e os valores fundamentais presentes em todo o pensamento de Vigotski” (PUZIREI, 1989b, p. 16   grifos na fonte). Uma leitura mais ‐rigorosa da obra de Vigotski nos permite identificar nela uma forte “orientação ao ‘supremo’ no homem ou, para dizê lo ‐com palavras de Dostoievski, ao ‘homem no homem’, à sua organização psíquica e espiritual, desde o ponto de vista do que pode ser, em geral, o homem e dos caminhos que existem para este estado possível, dos caminhos que abre, em particular, a arte e a psicologia da arte.” (PUZIREI, 1989b, p. 16   grifos na fonte). ‐

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1.1 Contextualização geral e critérios axiológicos para um humanismo crítico na abordagem histórico-cultural.

● Uma das principais condições concretas para a superação humana é a cooperação entre as pessoas. 

● Enquanto a ideologia liberal valoriza a competição como força motriz da superação humana, a tradição à qual Vigotski se filia discorda de que um ser humano só avance quando outro é sobrepujado ou derrotado. Se aquela visão supõe o “homem como lobo do homem”, e o outro como alguém a temer ou subjugar, esta supõe que até para sermos indivíduos necessitamos a presença e os cuidados de outras pessoas para conosco. 

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1.1 Contextualização geral e critérios axiológicos para um humanismo crítico na abordagem histórico-cultural.

● Para ele, a função das primeiras palavras não é, como se pensa, estritamente afetiva, "expressar emoções", mas primordialmente indicativa, para "pedir ajuda". O primeiro propósito da linguagem "é, antes de tudo, um pedido de ajuda, uma chamada de atenção e, por conseguinte, a primeira transposição dos limites da personalidade, isto é, uma colaboração..." (VIGOTSKI, 1931/2000a, p. 338). 

● A necessidade de atuar junto a mais alguém para avançar em nossos potenciais não se restringe a aprendermos a andar, a falar, a cuidar da própria higiene, a ler, escrever e contar. Por toda vida há situações em que a superação de nossos limites exige a presença de alguém mais experiente, que proporcione mediações necessárias e a quem dirijamos solicitações. 

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● Dizer que o conceito de liberdade em Vigotski não é liberal poderá confundir o leitor, mas é preciso que se entenda que se trata justamente disso. O conceito de liberdade é uma construção da humanidade que veio sofrendo várias alterações na história do ocidente, desde a antiga polis grega ao ideário da Revolução Francesa e desse ao sonho socialista, nunca plenamente realizado, ou à proposta anarquista auto‐gestionária, também poucas vezes concretizada. Desse modo, carregando origens histórico sociais diversas, os sentidos para ‐a palavra “liberdade” também seguem sendo hoje os mais variados. 

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● Há dois pontos que cabe destacar no conceito de liberdade/emancipação em Vigotski: (a) trata se de uma ‐conquista não um pressuposto; (b) é uma conquista que se obtém cooperando com alguém e não sozinho. 

● Desse modo, não há qualquer liberdade a ser constituída que não passe pela relação com os outros. 

● Vigotski dirá que “o problema central de toda a psicologia é a liberdade” (1932/2010, p. 92) e que “uma grande imagem do desenvolvimento da personalidade: [é] um caminho para a liberdade. Renascimento do espinosismo na psicologia marxista” (1932/2010, p. 92-93).

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● O autor destaca a busca de um “salto para adiante, do reino da necessidade para a esfera da liberdade, como descrito por Engels” (Vigotski, 1930/1994, p. 182) - o que se faz necessário tanto para “toda a sociedade quanto para a personalidade individual” (idem, p. 182) 

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PRÍNCÍPIOS EM SUA DIMENSÃO PRÁTICA

I Princípios ‐éticos

O psicólogo pode trabalhar:

1 Critérios ‐axiológicos:

* Orientando seu método por suas metas 

a) O valor da superação

* Em função de metas que vão além dos limites individuais atuais das pessoas e dos seus próprios – participando da produção de “zonas de desenvolvimento próximo”

b) O valor da cooperação

* Propondo modalidades de atividades nas quais as potencialidades de uns contribuam para a superação dos limites dos outros e as dos outros para a superação dos de cada um. 

c) O valor da emancipação

* Sugerindo, proporcionando e participando de atividades que permitam às pessoas ampliar os limites de sua autonomia, sua capacidade de compor, de superar criticamente superstições, de propor alternativas e engajar se ativamente em ações para ‐concretizá las‐

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1.2 Contradições enfrentadas pelo psicólogo que se orienta por um humanismo crítico e o critério ontológico da historicidade como recurso pertinente

● Não é necessário nos alongarmos aqui no diagnóstico da sociedade contemporânea, dita “pós moderna‐ ”, também denominada “neoliberal”. Trata se de conteúdo corrente nas ‐reflexões críticas sobre políticas públicas e as que dedicam se ‐a algum tipo de análise das instituições atuais. Contudo, fica posta uma tensão entre os valores que são o fundamento da ética da abordagem histórico cultural, tal como a lemos, e os ‐valores privilegiados no mundo contemporâneo, de modo geral, mais drasticamente em países periféricos e subalternos como o Brasil. 

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1.2 Contradições enfrentadas pelo psicólogo que se orienta por um humanismo crítico e o critério ontológico da historicidade como recurso pertinente

● Como agir de acordo com valores como os da psicologia vigotskiana, num país em que tais valores hegemonicamente são tidos como antiquados ou mesmo utópicos, quando não inexistentes ou totalmente ignorados? De fato, o marcador semântico para nós importante nesse caso é a palavra “hegemonicamente”. 

● O que é “hegemônico” é predominante, o que mais se destaca, o que mina e subordina as visões contrárias, mas não é o “absoluto”, não prevalece de modo homogêneo, não existe sem fissuras.

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1 Princípios éticos em psicologia histórico cultural ‐

1.2 Contradições enfrentadas pelo psicólogo que se orienta por um humanismo crítico e o critério ontológico da historicidade como recurso pertinente

● Desse modo, em suma, cabe destacar que aos princípios éticos aqui insinuados, comentados, acrescenta se um ‐princípio ontológico que permite abordá los com mais ‐visibilidade. Trata se do princípio da ‐ historicidade dos valores. Se nossas relações com as pessoas, nossos modos de simbolizar o mundo mediante a linguagem e de agir sobre ele mediante o uso de instrumentos, se constituem historicamente, o mesmo se aplica aos nossos valores morais, isto é, à nossa ética. Nossos valores se constituem historicamente, e também só historicamente podem se consolidar ou se enfraquecerem dando lugar a outros. A história implica contradições e lutas.

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1 Princípios éticos em psicologia histórico cultural ‐

Minicurso: Vigotski e a prática do psicólogo – primeiras aproximações

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1 Princípios éticos em psicologia histórico cultural ‐

1.2 Contradições enfrentadas pelo psicólogo que se orienta por um humanismo crítico e o critério ontológico da historicidade como recurso pertinente

● A busca de cooperação em função de superação constante, como conquista de uma mais potente emancipação humana, constitui se, portanto, em um desafio histórico, coletivo e ‐pessoal. Não é pouco, nem é suficiente. Mas é uma interpelação que está posta. 

● Paulo Freire disse em Curitiba, em 12 de junho de 1992: “Cabe fazer o que é possível fazer hoje para que o que não é possível fazer hoje seja feito amanhã”. Os limites do possível, segundo Vigotski, se ampliam na relação com o outro (ver VIGOTSKI, 1935/1989)

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1 Princípios éticos em psicologia histórico cultural ‐

Minicurso: Vigotski e a prática do psicólogo – primeiras aproximações

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1 Princípios éticos em psicologia histórico cultural ‐

PRÍNCÍPIOS EM SUA DIMENSÃO PRÁTICAI Princípios ‐éticos

O psicólogo pode trabalhar:

1 Critério ‐ontológico para a ética:

* Dimensionando suas metas no horizonte dos limites e possibilidades históricos

d) A historicidade dos valores

* Avaliando criticamente a possibilidade de agir em conformidade com seus princípios e a tensão que isso envolve. * Não utilizando meios contrários aos fins a que se propõe. * Sabendo que fins sem meios que os realizem tornam se fins ‐inócuos. * Compreendendo as contradições presentes no espaço de intervenção entre o que joga a favor dos potenciais humanos e o que os restringe. * Compreendendo que tanto propor o inalcançável, quanto apenas repetir o já alcançado são ações que geram frustração. 

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1 Princípios éticos em psicologia histórico cultural ‐

Minicurso: Vigotski e a prática do psicólogo – primeiras aproximações

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1 Princípios éticos em psicologia histórico cultural ‐

PRÍNCÍPIOS EM SUA DIMENSÃO PRÁTICAI Princípios ‐éticos

O psicólogo pode trabalhar:

d) A historicidade dos valores

* Propondo, portanto, desafios condizentes com as possibilidades concretas de transformação da situação social, no momento histórico dado.* Lembrando, por fim, as palavras de Paulo Freire de que “devemos fazer o que é possível fazer hoje para que aquilo que não é possível fazer hoje seja feito amanhã”... 

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Minicurso: Vigotski e a prática do psicólogo – primeiras aproximações

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1 Princípios éticos em psicologia histórico cultural ‐

1.3 O método construtivo e a psicologia como constitutiva da vida humana

● Para Puzirei, o fato de Vigotski dizer que sua “história do desenvolvimento cultural é a elaboração abstrata da psicologia concreta.” (1929/ 2000, p. 35) seria como uma “autocrítica” que “não apenas mostra a liberdade e espírito crítico com que ele avaliava sua própria obra, mas também a profundidade e a radicalidade de seu pensamento” (PUZIREI, 1989a, p. 76). 

● Tal pensamento teria formulado um projeto no qual Vigotski “via a ‘linha geral’ do desenvolvimento posterior da psicologia histórico cultural. Esta tendência poderia significar ‐uma superação radical do ‘academicismo’ na psicologia tradicional” (PUZIREI, 1989a, p. 76). 

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Minicurso: Vigotski e a prática do psicólogo – primeiras aproximações

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1 Princípios éticos em psicologia histórico cultural ‐

1.3 O método construtivo e a psicologia como constitutiva da vida humana

● Trata se de um projeto que solicita: ‐ “um movimento em direção a um tipo completamente novo de investigação, que, em virtude de alguns dos aspectos fundamentais do seu “objeto”, um objeto histórico cultural e em desenvolvimento‐ , e de exigências fundamentais (derivadas deste último) de seus métodos, a saber, externalização e análise, deve, ele próprio, ser implementado dentro do quadro organizado de alguma prática psicotécnica, servindo como um órgão necessário que torna possível a projeção, realização, reprodução e desenvolvimento dirigido dessa prática. Esse projeto de reestruturação radical da psicologia permanece essencialmente irrealizado na história subsequente da psicologia.” (PUZIREI, 1989a, p. 76) 

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1 Princípios éticos em psicologia histórico cultural ‐

1.3 O método construtivo e a psicologia como constitutiva da vida humana

● Sobre o processo pelo qual nosso trabalho compõe se com ‐nossa própria personalidade e a daqueles com quem nele dialogamos, deixo uma última sugestão de reflexão sobre o chamado “método construtivo” em pesquisa psicológica. Vejo o como pertinente também para a prática profissional, ‐se considerarmos o que Puzirei colocava, na citação acima, sobre a articulação entre método de investigação e “prática psicotécnica”. Vigotski diz que “um método construtivo implica duas coisas: (1) ele estuda antes construções do que estruturas naturais; (2) não analisa, mas constrói um processo” (VIGOTSKI, 1929/1989, p. 55). 

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Minicurso: Vigotski e a prática do psicólogo – primeiras aproximações

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1 Princípios éticos em psicologia histórico cultural ‐

1.3 O método construtivo e a psicologia como constitutiva da vida humana

● Dessa maneira os valores de que falamos aqui estão implicados na ação e no método, orientado às metas que eles definem. E abre se para nós o convite para produzir uma ‐prática profissional do psicólogo que pronuncia uma “palavra que realmente significa e é responsável por aquilo que diz” (BAKHTIN, 1992, p. 196).  

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Minicurso: Vigotski e a prática do psicólogo – primeiras aproximações

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1 Princípios éticos em psicologia histórico cultural ‐

PRÍNCÍPIOS EM SUA DIMENSÃO PRÁTICA I Princípios ‐éticos

O psicólogo pode trabalhar:

1 Critério ‐metodológico para a ética:

* Agindo como um componente constitutivo da própria realidade na qual se está intervindo. 

e) A intervenção como construção

* Encaminhando sua própria atuação profissional como processo de mediação que participa da construção das situações sociais às quais que se propõe a entender e sobre as quais pretende agir – situações não existentes até a efetivação dessa mesma mediação. * Percebendo, portanto, sua própria ação e consciência como processos que se transformam juntamente com a realidade social sobre a qual se intervém, fazendo parte dela também, tendo assim a transformação de si mesmo como um objetivo profissional e ético.

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2 Princípios de psicologia geral numa abordagem histórico‐cultural

“Cada vez soam com maior frequência vozes que colocam o problema da psicologia geral como um problema de primeiríssima importância. Essas colocações (...) não partem dos filósofos (...) nem dos psicólogos teóricos, mas dos psicólogos práticos, que estudam aspectos concretos da psicologia aplicada (...)”

— Vigotski (1927/1996, p. 203) 

● Na psicologia soviética psicologia geral é o campo da ciência psicológica que trata de seus fundamentos, de seus princípios articuladores mais profundos, das categorias meta teóricas ‐que visam organizar a discussão, como: o “objeto de estudo”; seu “princípio explicativo”; a “unidade de análise” necessária para e investigação; e o “modo de proceder” a própria análise, ligado às intervenções sobre a realidade que ele comporta. 

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2 Princípios de psicologia geral numa abordagem histórico‐cultural

Se o tempo for favorável trabalharemos cinco princípios

(2.1) Princípio da unidade psicofísica; 

(2.2) Princípio da determinação da consciência pela existência social; 

(2.3) Princípio da consciência como psiquismo propriamente humano; 

(2.4) Princípio da compreensão da consciência mediante unidades; 

(2.5) Princípio da compreensão do psiquismo humano mediante sua gênese.

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2 Princípios de psicologia geral numa abordagem histórico‐cultural

(2.1) Princípio da unidade psicofísica

● Segundo Serguei Rubinstein “O princípio da unidade psicofísica é o princípio mais importante da psicologia soviética” (1972, p. 40). Estamos habituados a formar a partir da palavra “psicofísica” a imagem do trabalho de laboratório com os aspectos fisiológicos do funcionamento mental humano ou animal. Contudo, aqui o significado do termo posto como adjetivo para “unidade” é mais filosófico e de orientação genérica. Lembremos que “psikhe” para os antigos gregos era o “sopro vital”, nosso “impulso de vida”, “aquilo que nos move”, e depois para alguns também “alma” ou “mente”, e que “physis” denotava a natureza, todo o mundo natural. Intuiremos então que uma unidade entre o psíquico e o físico é a uma integração entre o que chamamos de funções mentais e a natureza como um todo. 

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2 Princípios de psicologia geral numa abordagem histórico‐cultural

(2.1) Princípio da unidade psicofísica

● O mesmo monismo, destacado por Rubinstein, aparece também em Vigotski, para quem “a psique não aparece isolada do mundo ou dos processos do organismo nem por um milésimo de segundo” (1926/1991, p. 150). É preciso olhar com atenção para essa proposição, pois já entrou para o senso comum acadêmico o conceito de que “o homem não é um ser biológico, mas sim social, cultural, histórico”. Tal oposição, embora esteja correta no seu sentido mais geral, não pode ser tomada ao pé da letra. Posto que sem a materialidade corporal, sem nossos órgãos vitais, sem nossa existência material, também não há ser humano algum. 

● A constituição biológica do homem é de tal ordem que ela não basta a si mesma e exige dele que disponha de recursos para além de seus traços orgânicos hereditários 

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2 Princípios de psicologia geral numa abordagem histórico‐cultural

(2.1) Princípio da unidade psicofísica

● Se antes se dizia que “o corpo age e a alma pensa e sente”, podemos pelo monismo de Espinosa entender que “o corpo age, pensa e sente”, por si próprio. O pensar é um aspecto que pertence ao corpo humano, como também o sentir, das emoções mais básicas às mais sutis, tais quais as de cunho estético. Não precisamos, nessa visão, adicionar a nós algo sobrenatural, insondável, inexplicável, incompreensível, para que nos reconhecermos capazes de realizações culturais diversas, no interior das leis dialéticas da própria natureza, no sentido amplo da palavra, da qual não estamos isolados “nem por um milésimo de segundo”. Nesse princípio se apoia o posterior quanto às relações entre consciência e existência, sobretudo entendida como existência social. 

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PRÍNCÍPIOS EM SUA DIMENSÃO PRÁTICA I Princípios ‐de psi. geral

O psicólogo pode trabalhar:

1 – Princípio da unidade psicofísica

* Entendendo mente e corpo como aspectos da mesma realidade complexa e contraditória, que é a existência humana concreta. * Dialogando com outros saberes que permitam compreender melhor essa totalidade e suas condições de possibilidade. 

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2 Princípios de psicologia geral numa abordagem histórico‐cultural

(2.2) Princípio da determinação da consciência pela existência social

● Somos animais para os quais a existência sobre o planeta não é possível sem as relações sociais. As quais por sua vez são mediadas pela linguagem, produto da própria prática humana e que se materializa na cultura e se transmite e se transforma de geração para geração. 

● No seu texto “A consciência como problema da psicologia do comportamento” Vigotski diz que “a existência determina a consciência” (VIGOTSKI, 1925/2005, p. 37).

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(2.2) Princípio da determinação da consciência pela existência social

● Em “A ideologia alemã”: “Moral, religião, metafísica e todo o restante da ideologia e suas formas correspondentes de consciência, pois, não mais conservam o aspecto de sua independência. Elas não têm história nem evolução; mas os homens, desenvolvendo sua produção material e seu intercâmbio material, alteram, a par disso, sua existência real, seu pensamento e os produtos deste. A vida não é determinada pela consciência, mas esta pela vida. No primeiro método de abordagem, o ponto de partida é a consciência tomada como o indivíduo vivo; no segundo, são os próprios indivíduos vivos reais, tal como são na vida concreta, e a consciência é considerada unicamente como consciência deles" (MARX & ENGELS, 1983, p. 172 – grifo meu).  

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(2.2) Princípio da determinação da consciência pela existência social

● Os aspectos ideológicos, culturais, não teriam história autônoma, posto que, são produções da existência humana, não existem independentemente dela. Nessa tradição, a própria consciência não tem vida própria, não é nenhum ser à parte: “a consciência é o homem consciente”. Ao que poderíamos acrescentar “o sentimento é o homem sentindo” ou “a atividade é homem agindo”, são movimentos nossos, são processos e não entidades com vida própria. Quem toma consciência, sente e age é o homem. Mas quem é o homem? Nessa abordagem, o homem, como já foi dito é um “ser social”. Digamos que só nesses termos podemos conceber “quem ele é”, e não apenas “o que ele é”.  

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(2.2) Princípio da determinação da consciência pela existência social

● Dizer que o homem é um ser social requer ainda algumas especificações, pois há muitos sentidos e muitos modos de existir do social. Eu gostaria de destacar apenas cinco planos articulados e interdependentes da existência social com os quais podemos trabalhar em psicologia histórico cultural:‐

(a) relações sociais de classe; (b) relações sociais institucionais; (c) relações sociais grupais; (d) relações sociais intersubjetivas; (e) relações sociais no plano do indivíduo, na dinâmica e estrutura de sua personalidade. 

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(2.2) Princípio da determinação da consciência pela existência social

● “do mesmo modo pelo qual a vida de uma sociedade não representa um todo singular e uniforme, e a sociedade é subdividida em diferentes classes, assim também, durante um dado período histórico, não se pode dizer que a composição das personalidades humanas represente algo homogêneo e uniforme, e a psicologia deve levar em consideração o fato básico de que a tese geral que foi formulada agora mesmo, pode ter apenas uma conclusão direta: confirmar o caráter de classe, a natureza de classe e as distinções de classe que são responsáveis pela formação dos tipos humanos. As várias contradições internas que são encontradas em diferentes sistemas sociais, têm sua expressão tanto no tipo de personalidade quanto na estrutura da psicologia humana naquele período histórico” (VIGOTSKI, 1930/1994, p. 176). 

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2 Princípios de psicologia geral numa abordagem histórico‐cultural

(2.2) Princípio da determinação da consciência pela existência social

● Como destacado por Melo (2001), duas contribuições importantes da psicologia de Vigotski podem ser trazidas ao diálogo quando precisamos ampliar o conceito de relações sociais para além do de “relações sociais de classe”, mesmo este sendo fundamental. Trata se de: (a) sua formulação ‐sobre a “lei genética geral do desenvolvimento”; e (b) sua formulação sobre a “psicologia do drama de papéis sociais”. 

Minicurso: Vigotski e a prática do psicólogo – primeiras aproximações

Slides disponíveis em: http://www.vigotski.net/ufms-cpar.ppt

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2 Princípios de psicologia geral numa abordagem histórico‐cultural

(2.2) Princípio da determinação da consciência pela existência social

● A lei genética geral do desenvolvimento, também conhecida como “lei da dupla formação”, geralmente é identificada na obra de Vigotski nos seguintes termos: “Um processo interpessoal é transformado num processo intrapessoal. Todas as funções no desenvolvimento da criança aparecem duas vezes: primeiro no nível social, e depois, no nível individual; primeiro entre pessoas (interpsicológica), e, depois, no interior da criança (intrapsicológica). Isso se aplica igualmente para a atenção voluntária, para a memória lógica e para a formação de conceitos. Todas as funções superiores originam se das relações reais entre indivíduos humanos‐ ” (VIGOTSKI, 1930/ 1989a, p. 64)

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(2.2) Princípio da determinação da consciência pela existência social

● “O drama realmente está repleto de ligações de tal tipo [conflitivo]: o papel da paixão da avareza dos ciúmes, em uma dada estrutura da personalidade. Um caráter divide se em ‐dois (...) O drama realmente está repleto de luta interna impossível nos sistemas orgânicos: a dinâmica da personalidade é o drama (...) O drama sempre é a luta de tais ligações (dever e sentimento, etc.) Senão não pode ser drama, isto é, choque dos sistemas. A psicologia ‘humaniza s‐e’” (VIGOTSKI, 1929/2000, 34 35 – grifos na fonte). ‐

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PRÍNCÍPIOS EM SUA DIMENSÃO PRÁTICA I Princípios ‐de psi. geral

O psicólogo pode trabalhar:

1 – Princípio da determinação da consciência pela existência

* Sendo psicólogo do homem concreto, que em sua existência social se faz consciente, e não apenas “psicólogo da consciência ou do inconsciente” de um homem, nem “psicólogo das funções mentais” de um homem. * Atuando na identificação e compreensão da multiplicidade de fatores que compõem a vida social da qual a consciência humana emerge e na qual ela cumpre função. * Entendendo o próprio ser humano como componente de sua existência social, não sendo ela externa a ele. * Situando seu foco de ação com as pessoas na articulação dos diferentes modos de existir do social frente aos quais/no interior dos quais suas vivências se constituem (classes, instituições, grupos, intersubjetividade e indivíduo). 

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PRÍNCÍPIOS EM SUA DIMENSÃO PRÁTICA I Princípios ‐de psi. geral

O psicólogo pode trabalhar:

1 – Princípio da determinação da consciência pela existência

* Elegendo as táticas possíveis em cada plano da existência social, assim como priorizando os planos em que transformações mais eficazes sejam exequíveis no momento histórico dado em função das condições disponíveis. {por exemplo: trabalhar com indivíduos não é deixar de trabalhar com o ser social, etc., nem sempre se pode intervir com o mesmo peso com relação a todos os planos de articulação da existência social} 

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PRÍNCÍPIOS EM SUA DIMENSÃO PRÁTICA I Princípios ‐de psi. geral

O psicólogo pode trabalhar:

1 – Princípio da determinação da consciência pela existência

* Identificando, registrando e buscando compreender a dinâmica geral do drama de relações e papéis sociais próprios dos diferentes espaços intersubjetivos, grupais, institucionais, de classe e ainda de gênero, de etnia e de geração. Drama esse que, com suas regras próprias de prescrição e performance de papéis sociais, implica redes de ações partilhadas, complementares e/ou antagônicas, que constituem a própria produção situada, contextualizada, de mediações simbólicas nas quais cada pessoa, como ator social, se constitui – se limita, se delimita e se potencializa. 

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2.3 Princípio da consciência como psiquismo propriamente humano 

● É bastante conhecida, e nem por isso deixa de ter valor, a chamada oposição de Vigotski a duas tendências clássicas em psicologia, no final do século XIX e início do XX: o “mentalismo” e o “comportamentalismo”. Segundo ele, ambas deixam de estudar cientificamente a consciência. 

● Tratarei aqui, de modo resumido, alguns pontos pertinentes ao conceito de consciência como psiquismo propriamente humano: (a) consciência como conhecimento partilhado; (b) consciência como vivência de vivências; (c) consciência como reflexo e refração da realidade; (d) consciência como processo cognitivo e afetivo; (e) consciência e sua relação com os processos não conscientes. 

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2.3 Princípio da consciência como psiquismo propriamente humano 

● Devido ao volume muito grande de material teórico passarei a comentar verbalmente os princípios, e já em seguida tentar extrair as orientações gerais para a prática, tal como feito para os princípios anteriores. É difícil pensar orientações práticas de uma teoria sem se falar da própria, será falado, mas será preciso reduzir o número dos slides em função do nosso tempo.

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PRÍNCÍPIOS EM SUA DIMENSÃO PRÁTICA I Princípios ‐de psi. geral

O psicólogo pode trabalhar:

3 – Princípio da consciência como psiquismo propriamente humano

* Privilegiando ações que viabilizem a potencialização das funções psíquicas propriamente humanas, ou seja, aquelas nas quais o homem se realiza como tal e que são a um só tempo: (a) voluntárias – que exigem tomada de decisão; (b) conscientes – que exigem pensar sobre o pensamento, sobre a emoção e a ação; (c) mediadas – que exigem recorrer à linguagem; e (d) de origem social – que implicam modos de participação de um outro e de ver a si mesmo como um outro. 

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PRÍNCÍPIOS EM SUA DIMENSÃO PRÁTICA I Princípios ‐de psi. geral

O psicólogo pode trabalhar:

a) Consciência como conhecimento partilhado

* Sendo um organizador e participante de situações em que as pessoas comunicando se com as demais (sobre o mundo, ‐sobre os outros, sobre elas mesmas) possam ir reorganizando seu modo de agir e também sua própria consciência do real e de si. * Possibilitando ações em que a linguagem partilhada entre as pessoas trate de situações relevantes, do ponto de vista vital, para as pessoas envolvidas, descolando se das formas mais ‐automatizadas e imediatas de entendimento e sentimento para a realidade, desarticulando as e permitindo o surgimento ‐de novas e mais potentes formações de sentido. 

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O psicólogo pode trabalhar:

b) Consciência como vivência de vivências

* Produzindo e dando visibilidade a situações em que a comunicação social permita um ato de “espelhar” a ação, a fala e a emoção de cada um, proporcionando uma relação de suspensão, estranhamento e distanciamento necessários para a tomada de consciência da situação vivida junto com outros e junto a si mesmo. 

c) Consciência como reflexo e refração da realidade

* Atentando para que na sua própria consciência e na daqueles com quem atua, tanto se “reflete” uma imagem do mundo real (já que toda consciência é “consciência de algo”), quanto se “refrata” essa mesma imagem (já que toda consciência é “consciência de alguém”, ou seja, permeada pelas necessidades e orientações desse alguém). 

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O psicólogo pode trabalhar:

c) Consciência como reflexo e refração da realidade

* Percebendo e lidando com a contradição dialética de a consciência tanto ser poder de ação e compreensão quanto limite para agir e compreender – de forma a não tratá la nem ‐como impotente nem como onipotente no plano da transformação da realidade. 

d) Consciência como processo cognitivo e afetivo 

* Considerando que a compreensão que as pessoas têm da realidade não é apenas intelectual, mas nuançada por afetos, os quais compõem a realidade concreta do homem consciente. Que a compõem não só como algo que pode atrapalhar sua visão mais crítica da realidade, mas também como algo que permite que tal visão se construa – se houvesse uma consciência totalmente desprovida de afeto, ela não teria como lidar de modo realista com o mundo. 

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O psicólogo pode trabalhar:

d) Consciência como processo cognitivo e afetivo 

* Não operando no sentido da simples contenção dos processos afetivos como garantia da emergência de ações eficazes e adaptadas, mas no da potencialização das emoções propriamente humanas necessárias para a ampliação da capacidade das pessoas de comporem com o mundo, com mais bem estar e alegria. * Com atitude de empatia em relação às emoções do outro, no sentido de que mesmo as causas das emoções sendo imaginárias, as próprias emoções continuarão sendo reais e merecem consideração e respeito. * Com atitude também de distanciamento com relação às emoções do outro, no sentido de que, mesmo elas sendo reais, isso não quer dizer que se tenha claro o que as está motivando. Sermos totalmente impregnados pelas emoções do outro não sempre o ajudará a lidar melhor com elas. 

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O psicólogo pode trabalhar:

e) Consciência e o problema dos processos não conscientes 

* Tendo conhecimento da dialética entre as funções da consciência e sua negação, não só pelo fato de que para saber de algo não é possível saber de tudo a um só tempo, como também pelo fato de que, como diz Vigotski “mesmo sabendo exatamente como agir, podemos agir de modo diferente” – pois nem sempre conhecemos as motivações das nossas ações, sentimentos e pensamentos ou dominamos a disposição deles/para eles em nós. * Proporcionando momentos de simbolização, comunicação e ação partilhada que permitam tomada de consciência quanto aos motivos até então não evidentes e amparando, na relação com o outro, as dimensões afetiva, cognitiva e volitiva constitutivas desse ato simbólico. 

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O psicólogo pode trabalhar:

e) Consciência e o problema dos processos não conscientes 

* Desmistificando tanto para si quanto para aqueles com quem se trabalha (na medida em que se tornem crenças despotencializadoras do desenvolvimento da autonomia humana) as noções animistas dos processos inconscientes (tomados como forças com vida própria) e valorizando o homem como a unidade vida de suas funções mentais conscientes ou não. 

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2.4 Princípio da compreensão da consciência mediante unidades 

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O psicólogo pode trabalhar:

4 Princípio ‐da compreensão da consciência mediante unidades

* Tomando diante das realidades sociais e pessoais com as quais se vai trabalhar uma atitude de investigação e compreensão crítica sobre sua origem e funcionamento, sob o foco de fenômenos particulares (unidades) que as constituam e possibilitem uma visão integrada e sistêmica do psiquismo humano como um todo.

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2.4 Princípio da compreensão da consciência mediante unidades 

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O psicólogo pode trabalhar:

a) Consciência e relações Personalidade <-> Meio = a vivência como unidade... 

* Buscando formas de compreender e estar sensível às vivências (experiências vitais dinâmicas e singulares) das pessoas, as quais no curso e na situação social de seu desenvolvimento proporcionam uma síntese dialética dos traços característicos de formação da sua personalidade com as influências de todo o meio social, do qual a própria pessoa também faz parte. * Estabelecendo oportunidades e recursos de simbolização pelos quais tais vivências sejam partilháveis e presentes ao diálogo das pessoas com os outros e com elas próprias. 

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2.4 Princípio da compreensão da consciência mediante unidades 

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PRÍNCÍPIOS EM SUA DIMENSÃO PRÁTICA I Princípios ‐de psi. geral

O psicólogo pode trabalhar:

a) Consciência e relações Personalidade <-> Meio = a vivência como unidade... 

* Procurando não destituir as vivências de seu caráter de acontecimento, isto é de processo único, incomparável, irrepetível, no qual o homem se engaja literalmente “em pessoa”, como personalidade social concreta, numa condição em que nenhum outro pode estar em seu lugar. * Procurando, ao mesmo tempo, não fechar as vivências no campo do insondável, incompreensível e impossível de ser partilhado ou recriado. 

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2.4 Princípio da compreensão da consciência mediante unidades 

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PRÍNCÍPIOS EM SUA DIMENSÃO PRÁTICA I Princípios ‐de psi. geral

O psicólogo pode trabalhar:

a) Consciência e relações Personalidade <-> Meio = a vivência como unidade... 

* Buscando para si, como profissional responsável, e para o outro, como interlocutor essencial, recursos para visualizar as conexões entre experiência acumulada histórica, social, e pessoal (autobiográfica), com as vivências no “aqui e agora” e suas marcas na memória de cada um, tanto quanto contribuindo para a reorganização do caráter dessas conexões na direção de mais saúde e autonomia. 

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2.4 Princípio da compreensão da consciência mediante unidades 

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PRÍNCÍPIOS EM SUA DIMENSÃO PRÁTICA I Princípios ‐de psi. geral

O psicólogo pode trabalhar:

b) Consciência e relações Pensamento <-> Linguagem = o significado da palavra como unidade... 

* Tomando uma atitude de dedicação sistemática à compreensão dos múltiplos significados da palavra do outro, como síntese dialética da linha do desenvolvimento da fala com a do pensamento, tomando tal síntese em suas diferentes variações funcionais e etapas de desenvolvimento, como mediação por excelência para a gênese da consciência, tanto quanto como suporte à articulação intersemiótica com outras formas de significação verbais e não verbais. 

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2 Princípios de psicologia geral numa abordagem histórico‐cultural

2.4 Princípio da compreensão da consciência mediante unidades 

Minicurso: Vigotski e a prática do psicólogo – primeiras aproximações

Slides disponíveis em: http://www.vigotski.net/ufms-cpar.ppt

PRÍNCÍPIOS EM SUA DIMENSÃO PRÁTICA I Princípios ‐de psi. geral

O psicólogo pode trabalhar:

b) Consciência e relações Pensamento <-> Linguagem = o significado da palavra como unidade... 

* Mantendo atitude de respeito ao universo vocabular, sintático e semântico do outro, aos gêneros discursivos próprios das diferentes situações e grupos sociais com os quais está habituado, sem negar se a contribuir sempre que ‐possível para a ampliação desse universo, reconhecendo que ao fazê lo também amplia o seu o seu próprio. ‐* Procurando, assim, compreender os significados de suas palavras tanto como múltiplos e inesgotáveis, quanto como passíveis de designações objetivas tangíveis, desde que articuladas às condições de produção das trocas dialógicas em que tais palavras se inserem. 

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2.4 Princípio da compreensão da consciência mediante unidades 

Minicurso: Vigotski e a prática do psicólogo – primeiras aproximações

Slides disponíveis em: http://www.vigotski.net/ufms-cpar.ppt

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O psicólogo pode trabalhar:

b) Consciência e relações Pensamento <-> Linguagem = o significado da palavra como unidade... 

* Compreendendo que o significado mais objetivo das palavras não esgota toda a dinâmica da produção de sentidos que implica ainda o todo de sua visão de mundo e sua personalidade. * Pautando se na orientação de Vigotski de que para ‐compreender o significado das palavras é preciso ainda buscar compreender o pensamento e/ou o seu subtexto, e que para compreender o pensamento cabe ainda buscar saber das motivações e da esfera afetivo volitiva de quem pronuncia tais ‐palavras. 

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Minicurso: Vigotski e a prática do psicólogo – primeiras aproximações

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O psicólogo pode trabalhar:

b) Consciência e relações Pensamento <-> Linguagem = o significado da palavra como unidade... 

* Criando situações de comunicação social e ação partilhada contextualizada, nas quais indícios desses diferentes modos de funcionamento dos processos de significação possam ser colhidos, interpretados e devolvidos ao fluxo do diálogo com as pessoas envolvidas. 

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O psicólogo pode trabalhar:

5 Princípio ‐da compreensão do psiquismo humano mediante sua gênese histórica (origem e desenvolvi-mento)

* Orientando sua prática com uma permanente atitude investigativa com relação ao funcionamento, a estrutura e a origem mais próxima e mais distante das vivências e processos de significação que se articulam e/ou se chocam na constituição social da personalidade daqueles com quem se está trabalhando. 

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O psicólogo pode trabalhar:

a) Compreender os processos psíquicos pela sua gênese:

* Entendendo que para compreender o desenvolvimento de alguém se passa ao mesmo tempo a participar dele, já que saber do desenvolvimento não se restringe a registrar uma anamnese, assim como a história da humanidade não se restringe ao nosso passado. 

i. Não estudar objetos fixos, mas processos 

* Buscando demover de si e daqueles com quem se trabalha a pré concepção de que uma doença, um sintoma, uma ‐capacidade, uma habilidade, um preconceito, um sentimento, um conflito, uma lei, uma determinação institucional, um gesto ou um sentido, a visão de mundo de alguém ou os traços de sua personalidade, sua consciência, sua inteligência e seus

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O psicólogo pode trabalhar:

i. Não estudar objetos fixos, mas processos 

sistemas afetivos, sejam algum tipo de objeto estático, algo pronto e acabado, que sempre esteve ali daquele modo e assim sempre haverá de estar. * Portanto, não vendo esses processos como “coisas”, como “entidades”, como algo que tão somente se classifica, se mede ou se enquadra, se tria, se usa, se descarta, se conserta ou reforma, mas como movimentos produzidos por seres humanos vivos, concretos. 

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O psicólogo pode trabalhar:

i. Não estudar objetos fixos, mas processos 

* Agindo com relação a tais processos entendendo os como ‐tais, portanto com cautela no estabelecimento de juízos, e com compromisso para com a própria constituição social dos mesmos – como sob a orientação de Aristóteles de que “só em movimento é que um corpo mostra o que é”. * Produzindo técnicas sistemáticas para obtenção de pistas que permitam compreender e atuar com relação ao psiquismo humano na sua processualidade, por mais focais que precisem ser as intervenções. 

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O psicólogo pode trabalhar:

ii. Não ficar nas aparências, mas buscar a essência 

* Estando atento para o fato de que dois processos aparentemente idênticos podem ter origens bem diferentes, e de que processos com origens semelhantes podem não dar a vê lo, por na aparência mostrarem se diferentes. {válido para ‐ ‐os mesmos exemplos dados logo acima, uma doença, um sintoma, uma capacidade, etc.} 

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O psicólogo pode trabalhar:

iii. Olhar o já cristalizado pelas marcas de sua origem viva. 

* Estando atento para o fato de que algo hoje já tido como automático, natural, cristalizado, simples de fazer, ou simples de dizer que não pode ser feito, teve também um processo histórico de constituição que o trouxe até esse estado, processo esse cujas marcas de vida anterior podem estar cristalizados no que parece sem vida, como ocorre no caso de um “fóssil” (“comportamentos fossilizados, diz Vigotski”). 

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O psicólogo pode trabalhar:

iv. Lançar mão da análise genético cau-‐sal 

* Conhecendo a metodologia de pesquisa da investigação da mente humana proposta pela abordagem, para lançar mão de seus recursos como aporte aos processos diagnósticos da realidade e de compreensão da realidade durante o próprio trabalho de intervenção, com isso subsidiando avaliações futuras e reorientação da prática. 

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O psicólogo pode trabalhar:

iv. Lançar mão da análise genético cau-‐sal 

* Permitindo situações de interação nas quais se produzam, em diferentes momentos no tempo, processos nos quais novos recursos simbólicos sejam introduzidos para dar conta de uma tarefa significativa (num processo educativo para prevenção de doenças, por exemplo – a apropriação dos conceitos não se dá de modo instantâneo), tendo assim dimensão da origem de novas formações amparadas pela utilização/apropriação desses recursos. 

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O psicólogo pode trabalhar:

iv. Lançar mão da análise genético cau-‐sal 

* Buscando, portanto, compreender as causas dos processos por intermédio do acompanhamento sistemático de sua origem (gênese) tal como ela se dá em sua própria intervenção sobre ela. 

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O psicólogo pode trabalhar:

b) Compreender a articulação de diferentes planos genéticos ou históricos

* Entendendo que em teoria histórico cultural quando se fala ‐de “história” considera se tanto o seu conceito mais geral de ‐processo dialético de constituição processual do real, quanto de história no sentido estrito ou história da humanidade. Procurando ampliar os princípios anteriores para os diferentes planos e domínios do conceito de história. 

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O psicólogo pode trabalhar:

i. Filogênese ou história do desenvolvi-mento da espécie 

* Tomando conhecimento do fato de que nossa espécie tem tanto limites quanto possibilidades, que a evolução é um processo que continua em curso, mas que por hora ainda somos “Homo sapiens”. O que significa entender que temos também determinações biológicas e não somos onipotentes com relação a elas, tanto quanto entender que a própria espécie é provida de aparatos biológicos, em geral, e neurofuncionais, em particular, que permitem e solicitam a mediação do outro e da linguagem para seu desenvolvimento efetivo e potencial. 

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O psicólogo pode trabalhar:

ii. Sociogênese ou história do desenvolvimento dos diferentes grupos sociais 

* Procurando sistematicamente compreender a história da sociedade na qual se está inserido assim como o estão as pessoas com quem se vai trabalhar – no sentido geral das lutas que a compõem, tanto quanto no sentido específico das narrativas sobre a cultura dos grupos e setores sociais específicos dentro da configuração societária mais ampla. * Agindo com relação às pessoas como sujeitos do processo de constituição coletiva de sua história tanto quanto como constituídos por relações que vão além da interferência de suas vontades individuais. 

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O psicólogo pode trabalhar:

iii. Ontogênese ou história do desenvolvimento do ser humano singular – envolve a questão da periodização. 

* Assumindo que compreender sobre desenvolvimento ontogenético e seus períodos não é só para quem “lida com crianças”, mas que todo ser humano para ser tal como é hoje e para poder ser algo distinto amanhã, só o pode fazer com base nas conquistas e incompletude de seu desenvolvimento anterior. Com as sucessivas crises que esse processo envolve (não só na adolescência, como às vezes se imagina, mas em toda a ontogênese), com o modo particular pelo qual tais crises são vividas de acordo com a relação que cada um estabelece com o contexto no qual se desenvolve e realiza seu constante “tornar se humano‐ ”. 

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O psicólogo pode trabalhar:

iii. Ontogênese ou história do desenvolvimento do ser humano singular – envolve a questão da periodização. 

* Sendo um agente que participa do processo de desenvolvimento do outro, por intermédio de sua intervenção, cooperando com ele, nas suas atividades – dirigidas a metas, dotadas de sentido e significados pertinentes à sua vivência e sua história. 

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O psicólogo pode trabalhar:

iii. Ontogênese ou história do desenvolvimento do ser humano singular – envolve a questão da periodização. 

* Sendo, sobretudo, um “organizador do meio social” que proporciona as mediações necessárias para que o desenvolvimento se dê. Lembrando para o trabalho do psicólogo o mesmo que Vigotski fala para o trabalho do educador, ou seja: “quem educa, não é apenas o professor, mas sim o meio social educativo”, o professor é só o seu organizador. Assim também quem pode promover um desenvolvimento psicológico tão saudável quanto possível, não é apenas o psicólogo, é um “meio social promotor de relações saudáveis”... Ao psicólogo cabe um papel de organizador desse meio social. 

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O psicólogo pode trabalhar:

iv. Microgênese ou história do desenvolvimento de proces-sos psíquicos particulares grupo num intervalo de tempo relati-vamente curto.

* Atuando como partícipe da produção, formação, constituição conjunta de processos psíquicos particulares (como a resolução de um problema cognitivo; como a transformação catártica de um dado sistema de afetos; como a aprendizagem de um conceito novo; como uma tomada de decisão quanto a um tema de importância vital; como a tomada de consciência de modos de agir prejudiciais à própria saúde; ou como a tomada de consciência de capacidades que até então não se entendia ter ou não se valorizava como aptas a promover ações eficazes sobre o real, sobre o outro e sobre si...). 

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O psicólogo pode trabalhar:

iv. Microgênese ou história do desenvolvimento de proces-sos psíquicos particulares grupo num intervalo de tempo relati-vamente curto.

Compreendendo sua emergência relativamente rápida não como algo mágico ou mecânico, mas como fruto de uma articulação com os demais domínios, ou planos, genéticos envolvidos na totalidade do desenvolvimento psíquico das pessoas, em sua constituição como tais. 

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Para baixar um texto completo do qual foram extraídos os excertos trabalhados aqui, com as referências bibliográficas completas, acesse, por favor:

http://www.vigotski.net/vigotski_pratpsi.pdf

Minicurso: Vigotski e a prática do psicólogo – primeiras aproximações

Slides disponíveis em: http://www.vigotski.net/ufms-cpar.ppt

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MUITO OBRIGADO!

Minicurso: Vigotski e a prática do psicólogo – primeiras aproximações

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