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Vírus Respiratórios (Parte 2) Universidade Federal do Rio Grande do Sul Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia Fabrício Souza Campos Pós-doc Laboratório de Virologia

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Vírus Respiratórios

(Parte 2)

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia

Fabrício Souza CamposPós-doc Laboratório de Virologia

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Vírus que afetam o trato

respiratório – parte 2

• Influenza (parte 1)

• Rinovírus

• Vírus Respiratório Sincicial

• Metapneumovírus

• Parainfluenza

• Adenovírus

• Coronavírus

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Rinovírus

• Principal agente dos resfriados

Fonte: http://images.google.com/

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Classificação

• Família: Picornaviridae

• Gêneros:

Rhinovirus

Aphthovirus

Enterovirus

Cardiovirus

Hepatovirus

Parechovirus

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Picornaviridae

Gêneros (≥ 29) Membros

Exemplos:

Rhinovirus Rinovírus

Aphthovirus Vírus da Febre Aftosa

Enterovírus Poliovírus, Coxsackievirus

Cardiovírus Encefalomiocardite (EMC)

Hepatovirus Vírus da Hepatite A

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• Não envelopados, 27nm, simetria icosaédrica

• RNA fita simples, sentido positivo, 7,2 - 8,4 Kb

• VP1, VP2, VP3, VP4 (prot. do capsídeo)

• Região 3’: poli (A)

• Região 5’: VPg (essencial para replicação do RNA)

• Não resistentes a pH ácido

Propriedades dos virions

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Replicação Picornaviridae

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• Agentes mais comuns de resfriados

• > de 100 tipos reconhecidos

• Pouca imunidade cruzada entre eles

• Boa imunidade tipo-específica

Epidemiologia Rinovírus

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• Transmissão por aerossóis e por contato

direto e indireto (mãos e fômites)

• Número de resfriados decresce com a idade

• Média de 50 resfriados na vida (maioria qdo

jovens)

• Novas infecções são comuns, mas com

outros tipos de rinovírus

Transmissão Rinovírus

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Região afetada

Rinovírus

(quase sinônimo de Resfriado…)

• Sintomas

• Tosse

• Coriza

• Dor de garganta

• Congestão nasal

• Bronquite

• Dores articulares

• Febre incomum

Fonte: http://images.google.com/

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Diagnóstico laboratorial

• Técnicas moleculares (RT – PCR) são o métodode eleição

• Isolamento viral

O vírus se multiplica em fibroblastos com relativafacilidade a 33oC

Mas poucos laboratórios trabalham com cultivo ecaracterização de rinovírus

• Sorologia: não é utilizada para diagnóstico, poisa quase totalidade das pessoas são soropositivas

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• Não há tratamento específico

• Analgésicos

• Antitérmicos

• Anti-histamínicos

• Vitamina C – não tem efeito

• Benegrip, Fluviral, Doril, etc etc – todos

tratamento sintomático, nenhum tem

antivirais específico

Tratamento

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• Não existem vacinas para resfriados

Muitos tipos de vírus (+ de 100)

Produção de vacinas ainda é economicamente

inviável

• Lavar as mãos

• Evitar o contato com

pessoas resfriadas

Prevenção

Fonte: http://images.google.com/

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• Vírus Parainfluenza (PI)

• Vírus respiratório sincicial (RSV)

O mais importante agente de bronquiolite

e broncopneumonia

• Metapneumovírus (MPMV) descoberto em 2001

Responsável por 10% dos casos que

eram associados a RSV

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Vírus Parainfluenza (PI)

Vírus respiratório sincicial (RSV)

Metapneumovírus (MPMV)

• Principais agentes de pneumonias

• Responsáveis por mais internações do que as

causadas pelo vírus da dengue e da gripe

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Classificação

• Família Paramyxoviridae, duas sub-famílias:

1- Paramyxovirinae:

Respirovirus: Parainfluenza-1 e PI-3

Rubulavirus: PI-2 e PI-4

2- Pneumovirinae:

Pneumovirus: Vírus respiratório sincicial (RSV)

Metapneumovirus: Metapneumovírus (H) (hPMV)

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Vírus respiratório sincicial (RSV)

Envelope

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Replicação: vírus RNA fita simples

Fonte: http://www.mdpi.com/viruses/viruses-06-03019/article_deploy/html/images/viruses-06-03019-g001-1024.png

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Infecções virais respiratórias agudas em crianças < 5 anos em Porto Alegre (n=862)

(período: 1990-1992)

• Ambulatório 26,7%

• Emergência 53%

• Hospitalizados 42,3%

0-6 meses

HRSV 78%

Adeno 12%

Flu A 6,7%

Flu B 0,3%

PI-3 3,3%

Mista* 6%

7-11

75

16

6

-

3

-

12-23

47

28

14

-

5

5

24-35

68

8

17

-

-

8

36-60

43

29

17

-

-

9

HRSV + Adeno = 5 casos

HRSV + FluB = 2

HRSV + PI-3 = 2

HRSV + Adeno + PI-3 = 1Fonte: Straliotto SM, 1995

Epidemiologia

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Sazonalidade de infecções respiratórias agudas (1990-1992)

Adaptado de Straliotto SM, 1995

J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D

Temp25

15

0C

35

5

Epidemiologia

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• Nome devido aos sincícios encontrados em

secreções respiratórias de enfermos

• Formação de sincícios em cultivo celular

Vírus Respiratório Sincicial humano- hRSV

Fonte: http://images.google.com/

Células HeLa

ou HEp2

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• Dois grupos antigênicos: A e B

• Genoma codifica 11 proteínas, das quais “F” é a

mais imunogênica

• Glicoproteína G também é imunogênica e parece

ter participação na patogenia da doença

Vírus Respiratório Sincicial Humano- hRSV

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• Infecções repetidas

• Durante toda a vida

• Usualmente causam surtos em comunidades e não

surtos mais amplos (regionais ou nacionais)

• Normalmente durante o inverno

• Morbidade e mortalidade em idosos

• 50% dos casos associados à Influenza

hRSV - Epidemiologia

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• Casos severos requerem hospitalização e oxigenação

• O hRSV é sensível à Ribavirina

• Imunoglobulina anti-hRSV e um anticorpo monoclonal

(AcM) “humanizado”: administrados profilaticamente em

prematuros e em crianças com outras patologias

pulmonares

• Palivizumab: novo anticorpo monoclonal anti-RSV

indicado para prevenção de doença aguda do trato

respiratório inferior causada por RSV em crianças

• Alguns chamam de “vacina”, mas é imunidade

passivamente adquirida

hRSV - Tratamento

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• Necessidade urgente de vacina

• A primeira vacina inativada com formol

Provocou uma doença mais severa qdo pacientes expostos

ao vírus

Bloqueou o uso de vacinas inativadas em crianças

• Apesar disso, vacinas inativadas vem sendo pesquisadas

para idosos e outros grupos de risco

• Necessidade de maior conhecimento do mecanismo de

imunidade e patogenia do hRSV para chegarmos a uma

vacina eficaz

hRSV - Prevenção

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Diagnóstico

• Imunofluorescência (24hs)

São investigados: VSR, Influenza, Parainfuenza e

Adenovírus. Sensibilidade (55,6% a 80,4%) e

especificidade (98,7% a 100%)

• PCR ou RT-PCR (72hs)

19 tipos de vírus: Adenovírus, Bocavírus, Coronavírus,

Enterovírus, Influenza A (H3N2 e H1N1/2009), Influenza

B, Influenza C, Metapneumovírus A e B, Parainfluenza 1,

2, 3, 4a, e 4b, Rinovírus, VSR A e B

• Todos estes exames podem ser realizados em: swab nasal,

aspirado traqueal e lavado broncoalveolar

Fonte: http://medicalsuite.einstein.br/pdf/diagnostico-influenza-outros-virus-respiratorios.pdf

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Parainfluenza-1,2,3,4

Ribonucleoproteína

em formato de“espinha de peixe”

Fonte: http://images.google.com/

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Vírus Parainfluenza

• RNA fita simples

• Envelopado, pleomórfico

• 5 sorotipos: 1, 2, 3, 4a e 4b

• Altamente transmissíveis, infectando a

maioria das crianças até 5 anos de idade

durante o inverno

Fonte: http://images.google.com/

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Sintomas (PI)

• Crupe (laringotraqueobronquite): manifestação

mais comum das infecções pelo vírus

parainfluenza

• Outros vírus podem causar crupe, como influenza

e RSV

• Outros sintomas causados pelo parainfluenza:

bronquiolite, pneumonia, resfriados

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Diagnóstico laboratorial (PI)

• Detecção de antígeno - diagnóstico rápido:

aspirados nasofaríngeos e lavados de

garganta

• Isolamento viral: vírus isolado com facilidade

destes materiais (células MDCK)

• Sorologia: para um diagnóstico retrospectivo

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Tratamento (PI)

• Não há terapia específica antiviral

• Casos severos de crupe devem ser

hospitalizados e mantidos sob

oxigenação

• Não há vacina

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Adenovírus

• Icosaédricos

• Não envelopados

• DNA dupla fita linear

• Também causa o

resfriado comum

Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6a/Adenovirus_3D_schematic.png

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Classificação

• Família: Adenoviridae

• Gêneros:

• Mastadenovírus (mamíferos)

• Aviadenovírus (aves)

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• Grande grupo com cerca de 50 sorotipos

• Numerosas variantes e intermediários

• Divididos em seis espécies (A-F) e subespécies (B1,

B2, etc) de acordo com:

Homologia do ácido nucléico

Características da fibra do penton

Propriedades bioquímicas e biológicas

Adenovírus

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• Infecções respiratórias: subespécies B1 (3,

7, 16, 21, 50), C (1, 2, 5 e 6) e E (4)

• Conjuntivites: B1 e D

• Diarréia: A e F

• Cistite hemorrágica: B2

Adenovírus

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Síndromes clínicas1. Faringite (tipos 1, 2, 3, 5, 7)

2. Febre faringoconjuntival (3, 7)

3. Doença respiratória aguda em recrutas (4, 7, 14, 21)

4. Pneumonia (1, 2, 3, 7)

5. Conjuntivite folicular (3, 4, 11)

6. Queratoconjuntivite epidêmica (8, 19, 37)

7. Pertussis-like syndrome (5)

8. Cistite hemorrágica aguda (11, 21)

9. Gastroenterite infantil aguda (40, 41)

10. Intussuscepção (1, 2, 5)

11. Doença severa em pacientes imunocomprometidos (5, 34, 35)

12. Meningite (3, 7)

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• Mais comum: manifestações de infecções respiratórias

(IR) em crianças e adultos

• Causam 5-15% de todas as IR em crianças, incluindo

faringite, amigdalite, febre, bronquite e pneumonia

• Sorotipos mais frequente em IR: subgênero C (1,2,5,6)

e subgênero B1: (3 e 7) (estes mais patogênicos)

• Ad7 (B1; 7) é causa frequente de IR severa, podendo

levar morte ou deixar sequelas no pulmão

Adenovírus

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• Adeno 7 (B1 tipo 7): surtos IRA no inverno (sorotipos 7A -7K)

• 7b: ampla distribuição (Europa, América do Norte e do Sul)

• 7h: mais virulento (Argentina, Chile e Uruguai desde 1986)

• Brasil: tipo 7e circulou até 1983 e foi gradualmente

substituído pelo tipo 7b (se tornou predominante após 1985)

• 1994: isolado em SP uma amostra 7h, a partir de um caso de

conjuntivite. Depois de 1995 todos classificados como 7h

• No RS não sabemos qual ou quais os tipos circulantes

Adenovírus

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• Rápido: Imunofluorescência direta

• Isolamento viral em cultivos celulares (Vero)

• PCR em busca do DNA viral em secreções

• Tipagem / subtipagem: somente em

laboratórios especializados

Adenovírus - Diagnóstico

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Diagnóstico: Imunofluorescência direta (Adeno)

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Hep-2 Normal Hep-2 c/ ECP Adeno

Setas: Inclusões

intranucleares

basofílicas

Diagnóstico: Isolamento viral (Adeno)

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Prevenção / Tratamento

• Uma vacina contra adenovírus é aplicada

em recrutas nos EUA, contendo vírus vivo

(adenovírus 4, 7 e 21) em cápsulas para

absorção entérica

• Não há terapia antiviral específica

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Infecções virais respiratórias agudas em crianças < 5 anos em Porto Alegre (n=862)

(período: 1990-1992)

• Ambulatório 26,7%

• Emergência 53%

• Hospitalizados 42,3%

0-6 meses

HRSV 78%

Adeno 12%

Flu A 6,7%

Flu B 0,3%

PI-3 3,3%

Mista* 6%

7-11

75

16

6

-

3

-

12-23

47

28

14

-

5

5

24-35

68

8

17

-

-

8

36-60

43

29

17

-

-

9

HRSV + Adeno = 5 casos

HRSV + FluB = 2

HRSV + PI-3 = 2

HRSV + Adeno + PI-3 = 1Fonte: Straliotto SM, 1995

Epidemiologia

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Coronavírus humano

• Pleomórficos, envelopados

• RNA fs positiva

• Gênero: Coronavírus

• Ex: Coronavírus humano

• Genes: 6-8

• Genoma: 27 – 33 Kb

Fonte: http://www.nature.com/nrmicro/journal/v11/n12/images/nrmicro3143-i1.jpg

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Coronavírus (CoV)

Fonte: http://www.nature.com/nri/journal/v5/n12/images/nri1732-f1.jpg

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• Epidemiologia

Causa comum de resfriados

5% a 10 % dos resfriados

50% das crianças em idade escolar e 80% de

adultos apresentam anticorpos para o CoV

Coronavírus humano

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O VÍRUS DA

SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA SEVERA (SARS)

Gato Civeta (parente da Suricata)(transmissor da SARS)

Fonte: http://www.abc.net.au/science/articles/2013/10/31/3880358.htm

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• 16 isolados totalmente sequenciados

• Dois grupos puderam ser identificados (Hotel M e

demais)

• Variações entre amostras permitem identificar a

origem epidemiológica

• Totalmente distintos de coronavírus de outras

espécies

• Vírus estável no ambiente

SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA SEVERA

(SARS)

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• Variantes associadas a trocas de AA na região S1

da glicoproteína sugere que pressões imunes

podem estar começando a influenciar a evolução

da SARS

• Provável recombinante entre amostras de

coronavírus de outras espécies

SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA SEVERA

(SARS)

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Fonte: http://www.nature.com/nature/journal/v495/n7440/images/495176a-f1.2.jpg

SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA SEVERA

(SARS)

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SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA SEVERA

(SARS)

• Mortalidade

13 % em < 60 anos (9,8 a 16,8 %)

43 % em > 60 anos (35 a 52 %)

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• Sinais:

Febre (94 %)

Doença gripal (72 %)

Calafrios (65 %)

Mal estar (64 %)

Perda de apetite (54 %)

Mialgias (50 %)

Tosse (50 %)

Dor de cabeça (50 %)

Enrijecimento muscular (44 %)

Dificuldade respiratória (30 %)

Catarro (27 %)

Suores noturnos, coriza, dor de garganta, náusea, vômitos, dores

abdominais (menos de 20%)

SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA SEVERA

(SARS)

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• Sinais:

- Febre + 1 outro sinal 87,6 %

- Febre + 2 outros 80,3 %

- Febre + 3 outros 70,7 %

- Febre + 1 dos 5 mais comuns 78,5 %

- Febre + 2 “ 5 “ “ 61,7 %

- Febre + 3 “ 5 “ “ 43 %

- Idade do paciente fortemente associada com desfecho

SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA SEVERA

(SARS)

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• Infecta morcegos, suínos, macacos,

camelídeos e humanos

• Causa uma doença grave em humanos

• Febre, dor de cabeça, mal-estar,

calafrios, rinorreia, inflamação da

garganta e tosse

Síndrome respiratória do Oriente Médio

MERS-CoV

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MERS-CoV

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• Testes sorológicos e RT-

PCR

• Soro, secreções

respiratórias e fezes

• Isolamento em céls Vero

Diagnóstico CoV

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Diagnóstico CoV - Hemaglutinação

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• Não existem vacinas para CoV

• Vacinas em testes para Sars-CoV

• Não existe droga anti-viral especifica

• Ribavirina + interferon alfa

Prevenção e controle - CoV

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http://www.ufrgs.br/labvir/

Grato pela atenção!!!