Vistas e Perspectivas

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SISTEMAS DE PROJEÇÃO, VISTAS ORTOGRÁFICAS E PERSPECTIVAS Objetivo: Sistemas de projeção: principais elementos de projeção, classificação e projeções resultantes. Vistas ortográficas: vistas comuns (sistema europeu e americano, tipos, escolha das vistas), vistas secionais e auxiliares. Perspectivas: tipos (cônica, cilíndrica-oblíqua e cilíndrica- ortogonal), execução de uma perspectiva isométrica (construção dos eixos, construção do objeto e traçado de curvas). Última revisão: 2009-1

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Desenho Técnico

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SISTEMAS DE PROJEÇÃO, VISTAS ORTOGRÁFICAS E PERSPECTIVAS

Objetivo: Sistemas de projeção: principais elementos de projeção, classificação e projeções resultantes. Vistas ortográficas: vistas comuns (sistema europeu e americano, tipos, escolha das vistas), vistas secionais e auxiliares. Perspectivas: tipos (cônica, cilíndrica-oblíqua e cilíndrica-ortogonal), execução de uma perspectiva isométrica (construção dos eixos, construção do objeto e traçado de curvas).

Última revisão: 2009-1

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SUMÁRIO

1 SISTEMAS DE PROJEÇÃO .............................. ......................................................... 4

1.1 Principais elementos da projeção ....................................................................... 4

1.2 Classificação dos sistemas de projeções ........................................................... 5

1.3 Projeções resultantes ......................................................................................... 5

2 VISTAS ORTOGRÁFICAS ............................... .......................................................... 7

2.1 Vistas comuns..................................................................................................... 7

2.1.1 Sistema europeu e americano .................................................................... 9

2.1.2 Tipos de vistas comuns ............................................................................ 10

2.1.3 Escolha das vistas .................................................................................... 10

2.2 Vistas Secionais................................................................................................ 13

2.3 Vistas Auxiliares................................................................................................ 13

3 PERSPECTIVAS ....................................................................................................... 14

3.1 Principais tipos .................................................................................................. 14

3.1.1 Perspectiva em projeção cônica ............................................................... 14

3.1.2 Perspectiva em projeção cilíndrica-oblíqua .............................................. 15

3.1.3 Perspectiva em projeção cilíndrica-ortogonal ........................................... 16

3.2 Execução de uma perspectiva isométrica ......................................................... 18

3.2.1 Construção dos eixos e identificação das vistas ...................................... 18

3.2.2 Construção do objeto ............................................................................... 19

3.2.3 Traçado de curvas .................................................................................... 20

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 21

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ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1– Elementos da projeção ........................................................................................ 4

Figura 2– Sistema de projeções .......................................................................................... 5

Figura 3– Tipos de projeção ................................................................................................ 5

Figura 4 – Projeções em planos ortogonais ........................................................................ 7

Figura 5– Objeto e suas projeções em vistas ortográficas .................................................. 8

Figura 6 – Vistas ortográficas planificadas .......................................................................... 8

Figura 7 – Diferença na posição do plano de projeção no sistema europeu e americano .. 9

Figura 8 – Desdobramento das vistas segundo sistema europeu e americano .................. 9

Figura 9 – Vistas ortográficas segundo sistema europeu e americano ............................. 10

Figura 10 – Tipos de perspectivas ..................................................................................... 14

Figura 11 – Projeção na perspectiva cônica ...................................................................... 14

Figura 12 – Exemplo de perspectiva cônica (esq.) e oblíqua (dir.) .................................... 15

Figura 13 – Projeção na perspectiva cilíndrica-oblíqua ..................................................... 15

Figura 14 – Coeficientes de redução na perspectiva cavaleira ......................................... 16

Figura 15 – Projeção na perspectiva cilíndrica-ortogonal .................................................. 17

Figura 16 – Eixos isométricos ............................................................................................ 18

Figura 17 – Criando eixos ................................................................................................. 18

Figura 18 – Conformação dos eixos isométricos segundo vistas visíveis ......................... 18

Figura 19 – Construção da perspectiva por subtração ...................................................... 19

Figura 20 – Construção da perspectiva por adição ........................................................... 19

Figura 21 – Construção da perspectiva por seção característica ...................................... 19

Figura 22 – Traçado de curvas .......................................................................................... 20

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1 SISTEMAS DE PROJEÇÃO

O Desenho Técnico, por ser executado sobre o papel, tem o problema de representar o

tridimensional usando apenas duas dimensões. A solução do problema da representação

das formas está na aplicação dos princípios da geometria descritiva, organização e

padronização desta linguagem, pois somente assim poderemos transmitir ao leitor uma

informação clara e precisa, condição fundamental para a existência dos desenhos

técnicos. Para criarmos as regras do Desenho Técnico vamos, inicialmente, visualizar a

planificação da peça tridimensional através da projeção de sua forma como uma sombra.

Figura 1– Elementos da projeção

1.1 Principais elementos da projeção

Para que uma projeção ocorra é necessária a presença dos elementos presentes na

Figura 1. Os elementos básicos de uma projeção são: objeto, plano de projeção e

observador e/ou foco.

As posições que estes elementos ocupam no espaço determinam os diferentes tipos de

projeção.

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1.2 Classificação dos sistemas de projeções

Figura 2– Sistema de projeções

1.3 Projeções resultantes

No sistema de projeção cilíndrico-ortogonal, através da representação de vistas

ortográficas um mesmo objeto pode apresentar, conforme sua posição perante

observador e plano de projeção, infinitas projeções. Estas infinitas projeções estão

classificadas em 3 grupos distintos, como pode ser observado na Figura 3.

Figura 3– Tipos de projeção

Os 3 tipos de projeções se dividem em:

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PA: projeções acumuladas. Nesta projeção o objeto apresenta uma de suas dimensões

perpendicular ao plano de projeção, sendo a mesma reduzida a zero. Retas em PA

serão representadas como pontos e planos em PA aparecerão como retas;

PR: projeções reduzidas. São projeções que fazem ângulo (0°< α <90°) com o plano de

projeção. As projeções obtidas, neste caso, são deformadas em relação a dimensão

real dos objetos. Não é possível medir comprimentos, áreas e ângulos em projeções

reduzidas;

VG: verdadeira grandeza. Como o próprio nome diz, são projeções com dimensões

que correspondem a dimensão no projeto. A verdadeira grandeza ocorre quando o

objeto, ou parte observada deste, é paralelo ao plano de projeção.

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2 VISTAS ORTOGRÁFICAS

Define a Norma Técnica Brasileira (NBR 10647) que: Vistas Ortográficas são as "figuras

resultantes da projeção cilíndrica ortogonal do objeto sobre planos convenientemente

escolhidos, de modo a representar, com exatidão a forma do mesmo com seus detalhes".

Quais sejam: vistas comuns, vistas secionais e vistas auxiliares.

2.1 Vistas comuns

As vistas comuns são aquelas obtidas a partir da projeção de um objeto sobre planos de

projeção, ortogonais entre si, que circunscrevem o mesmo. O espaço tridimensional

permite posicionar três planos ortogonais entre si (x,y ou x,z ou y,z).

Figura 4 – Projeções em planos ortogonais

A circunscrição do objeto por estes tipos de planos permite obter seis vistas comuns de

uma peça. Um par para cada dimensão acumulada. Uma principal e outra oposta. Se para

cada vista comum temos um plano de projeção, então é possível considerar um

paralelepípedo formado pelos seis planos de projeção, conforme representado na Figura

5.

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Figura 5– Objeto e suas projeções em vistas ortográficas

Agora vamos imaginar que este paralelepípedo se abra até que todos os planos de

projeção estejam sobre uma mesma superfície (coplanares), conforme Figura 6.

Figura 6 – Vistas ortográficas planificadas

As vistas Ortográficas devem ser representadas obedecendo ao alinhamento (referente à

distribuição de vistas), caso contrário devemos identificá-las claramente com o nome da

vista.

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2.1.1 Sistema europeu e americano

Existem dois sistemas de projeção. O sistema europeu (método de projeção ortográfica

no primeiro diedro), adotado pelo Brasil e utilizado neste estudo e o sistema americano

(método de projeção ortográfica no terceiro diedro).

A diferença entre os dois sistemas está apenas na posição do plano de projeção em

relação à peça e ao observador, Figura 7.

Figura 7 – Diferença na posição do plano de projeção no sistema europeu e americano

O desdobramento dos planos de projeção, em cada um dos sistemas, gera vistas

ortográficas posicionadas de forma diferenciada, conforme pode ser observado na Figura

8 e na Figura 9,

Figura 8 – Desdobramento das vistas segundo sistema europeu e americano

Importante:

A única diferença entre os dois sistemas é a posição entre os pares de Vistas Ortográficas. As

vistas são EXATAMENTE iguais. NÃO há inversão ou troca de visibilidade.

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Figura 9 – Vistas ortográficas segundo sistema europeu e americano

Os desenhos técnicos executados no Brasil devem ser no sistema europeu, caso

contrário, o mesmo deverá, necessariamente, ser acompanhado do símbolo de

identificação do sistema americano.

A vista posterior usualmente é posicionada próxima à vista lateral esquerda, mas poderá

ficar ao lado da vista lateral direita se for conveniente.

2.1.2 Tipos de vistas comuns

As vistas comuns possíveis são seis:

VA: vista frontal anterior (representada sempre ao centro);

VP: vista frontal posterior;

VS: vista superior;

VI: vista inferior;

VLE: vista lateral esquerda e;

VLD: vista lateral direita.

A maioria dos desenhos técnicos é representada com o conjunto de três vistas. Em casos

de objetos mais simples, duas vistas são suficientes.

2.1.3 Escolha das vistas

A solução do problema da escolha das vistas consiste em determinar:

• A melhor posição do objeto em relação aos planos de projeção (determinação

da vista anterior);

• Quais das 6 vistas ortográficas são necessárias e suficientes para representá-lo

de modo inequívoco.

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A melhor posição do objeto

• Vistas horizontais (VS e VI): As faces horizontais

do objeto, definidas pela sua posição de trabalho

devem ser colocadas paralelamente aos planos

horizontais do paralelepípedo de referência. Ficam

assim determinadas a vista superior (VS) e a vista

inferior (VI). Fig.1

• Vistas frontais e laterais: Será escolhido como

par de vistas frontais (VF), aquele que possuir a

maior dimensão horizontal, com o objetivo de obter-

se um melhor aproveitamento da folha.

Conseqüentemente, o outro par de vistas restante

será o de vistas laterais (VL). Fig. 2

• Nota: Para os objetos que possuam as duas

dimensões horizontais aproximadamente iguais

será escolhido como par de vistas frontais o mais

característico, isto é, aquele que corresponder a um

número de possibilidades representativas.

• Melhores vistas: A melhor de cada par de vistas

opostas será aquela que apresentar:

• Maior familiaridade: fator que ocorre em certos

objetos, quando o aspecto de uma das duas faces

opostas é mais habitual que o da outra ou: em caso

de igual familiaridade, a melhor será a que tiver:

• Maior número de detalhes visíveis voltados para o

observador (menor número de linhas invisíveis).

Fig.3

• Vista anterior: Será escolhido como vista anterior

(VFA) a melhor das vistas frontais. Em caso de

idêntica familiaridade e mesmo número de detalhes

visíveis voltados para o observador, escolhe-se

como vista anterior, a qual corresponder uma

melhor vista lateral esquerda. Uma vez definida a

vista anterior, ficam automaticamente determinadas

as vistas laterais esquerda e direita (VLE e VLD),

bem como a vista posterior (VFP). Fig.4

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Vistas necessárias e suficientes

• Aplicando-se os critérios estabelecidos neste

roteiro, fica facilmente determinada a vista

anterior do sólido da Fig. 5 e portanto, o

posicionamento do mesmo em relação ao

paralelepípedo de referência. Podem, então, ser

representadas as seis vistas ortográficas do

sólido em questão. Fig.6

• Examinam-se as vistas opostas para verificar se

ambas são necessárias à perfeita representação

do objeto; caso contrário, será eliminada a pior.

Quando duas vistas opostas forem igualmente

representativas, normalmente é mantida a

habitual.

• Desse exame poderá resultar qualquer

composição de 3, 4, 5 ou 6 vistas, desde que

inclua, obviamente, a vista anterior. Nas figuras

5 e 6, aparecem sublinhadas as melhores vistas

(VFA, VLE e VS), indicando que as demais

vistas poderiam ser eliminadas, reduzindo-se,

portanto, a representação do sólido ao conjunto

das três vistas da Fig. 7.

• No conjunto de três vistas de certos sólidos

como o cilindro, o cone, etc., constata-se que

duas vistas são iguais, evidenciando-se a

Possibilidade de eliminar uma delas, como

redundante. Nestes casos, a vista diferente,

habitualmente curva, estabelece uma correlação

obrigatória entre as duas de tal modo que,

qualquer operação realizada no sólido, que

modifique o contorno de uma das vistas,

manifesta-se, obrigatoriamente, na outra e vice-

versa. Por isso, e sem alterar a univocidade da

representação, pode ser eliminada qualquer uma

das vistas iguais, desde que não desempenhe o

papel de vista anterior. Fig.8.

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2.2 Vistas Secionais

São vistas obtidas quando se supõe o objeto cortado por plano secante

convenientemente escolhido e removida a parte anteposta entre o plano secante e o

observador.

2.3 Vistas Auxiliares

São vistas obtidas sobre planos auxiliares, inclinados em relação a planos principais de

projeção. Empregam-se para representar, com exatidão, detalhes do objeto, inclinados

em relação às faces principais do mesmo.

As vistas auxiliares são projeções parciais, pois representam apenas o detalhe que a

motivou, o restante da peça deve ser omitido a partir do traçado de uma linha de ruptura.

Observar que caso a vista auxiliar seja completa (sem interrupção da vista) então esta

passará a levar a denominação de perspectiva.

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3 PERSPECTIVAS

3.1 Principais tipos

Figura 10 – Tipos de perspectivas

As perspectivas da Figura 10 estão divididas em três grandes grupos, em função do tipo

de projeção:

Perspectiva em projeção cônica: perspectiva rigorosa;

Perspectiva em projeção cilíndrica-oblíqua: projeção cavaleira;

Perspectivas em projeção cilíndrica-ortogonal: axonométricas (trimétrica, dimétrica e

isométrica.

3.1.1 Perspectiva em projeção cônica

É a projeção de objetos em um único plano de projeção considerando o observador a

uma distância finita do plano de projeção, denominado o ponto de vista. As projetantes

formam, portanto um cone de projeção. Este cone visual circular tem eixo perpendicular

ao plano de projeção, como mostra a Figura 11.

Figura 11 – Projeção na perspectiva cônica

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Para a execução deste tipo de perspectiva há vários métodos, que em sua maioria

englobam noções de desenho que excedem a complexidade compatível com os objetivos

desta disciplina. Por isto a realização de perspectivas cônicas não será tratada neste.

Figura 12 – Exemplo de perspectiva cônica (esq.) e oblíqua (dir.)

3.1.2 Perspectiva em projeção cilíndrica-oblíqua

Nas perspectivas baseadas em projeção cilíndrica o observador é considerado a uma

distância infinita do plano de projeção, isto é, está localizado em um ponto impróprio. Por

isto os raios projetantes são paralelos, e representam uma direção. Quando a direção dos

raios é inclinada em relação ao plano de projeção, resulta, portanto, de uma projeção

cilíndrica-oblíqua. Esta perspectiva é semelhante à cônica com um ponto de fuga, e é

denominada de perspectiva cavaleira.

Figura 13 – Projeção na perspectiva cilíndrica-oblíqua

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Na perspectiva cavaleira uma das faces é representada com dimensões em verdadeira

grandeza, enquanto as outras duas estão reduzidas. Esta redução atenua a deformação

produzida pela falta de convergência das projetantes ou fugantes. Conforme o ângulo

adotado tem-se um coeficiente de redução diferente (Figura 14) :

45°

30°

β = 45º → n = 1 ou n = ½ β = 30º → n = 2/3 ou n =3/4

60°

β = 60º → n = 1/3. Perspectiva Militar → n= ½. Figura 14 – Coeficientes de redução na perspectiva cavaleira

É interessante observar nos casos em que o objeto possua uma das faces com contornos

irregulares esta deve ser colocada em paralelo ao plano de projeção, ou seja, esta é a

face a ser representada em verdadeira grandeza. A maior dimensão do objeto também

deve ficar paralela ao plano de projeção.

Assim após estabelecer-se qual das faces será representada paralela ao plano de

projeção, deve-se considerar que todas as arestas perpendiculares á essa serão

paralelas à direção das projetantes ou fugantes.

3.1.3 Perspectiva em projeção cilíndrica-ortogonal

Quando a direção dos raios é ortogonal ao plano de projeção tem-se a projeção cilíndrica-

ortogonal (Figura 15). Esta perspectiva é semelhante à cônica com dois pontos de fuga.

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Figura 15 – Projeção na perspectiva cilíndrica-ortogonal

Conforme os ângulos entre os eixos do triedro objetivo têm-se os tipos de perspectivas

axonométricas:

Isométrica: quando os três eixos principais (x, y, z) formam ângulos iguais entre si com o plano de projeção. Este sistema é o de execução mais simples por utilizar uma única escala de redução.

Dimétrica: quando apenas dois eixos formam ângulos iguais.

Trimétrica : quando os três eixos formam ângulos diferentes com o plano de projeção.

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3.2 Execução de uma perspectiva isométrica

3.2.1 Construção dos eixos e identificação das vistas

Os eixos isométricos possuem o mesmo

ângulo entre si (Figura 16). A divisão dos

360° em 3 eixos resulta em 120°. O ângulo

de 120° planificado nos eixos isométricos

representam o ângulo reto (90°) no objeto.

Existem várias técnicas de construção dos

eixos isométricos. No desenho a mão livre

pode se obter o ângulo de 120° através

das etapas:

• Crie duas linhas perpendiculares entre si

(uma horizontal e outra vertical);

• A partir da interseção das linhas, marque 7

partes iguais na linha horizontal;

• Na 7ª parte marque 4 partes na vertical;

• Uma o centro das linhas com o ponto

encontrado;

• Repita o processo para o outro lado, ou

trace o outro eixo visualmente.

Figura 16 – Eixos isométricos

Figura 17 – Criando eixos

É importante salientar que a perspectiva isométrica oferece apenas 3 vistas ortográficas

visíveis. Nesse sentido, é importante orientar os eixos de forma a obter as vistas

desejadas, conforme Figura 16.

Figura 18 – Conformação dos eixos isométricos segundo vistas visíveis

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3.2.2 Construção do objeto

por subtração: quando for possível identificar no objeto um sólido fundamental, faz-se

a isométrica deste sólido e depois retiram-se as partes necessárias, conforme

mostra a seqüência abaixo

Figura 19 – Construção da perspectiva por subtração

por adição: quando o objeto pode ser relacionado à vários objetos diferentes. Faz-se,

então a isométrica de um sólido elementar, utiliza-se geralmente o sólido que forma

a base do objeto e sobre ele são sobrepostas as demais partes do objeto.

Figura 20 – Construção da perspectiva por adição

por seção característica: a isométrica deve partir de uma seção ou várias seções

diferentes. Ela é concluída com a ligação entre os vértices correspondentes,

conforme a figura abaixo.

Figura 21 – Construção da perspectiva por seção característica

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3.2.3 Traçado de curvas

Etapas do traçado:

• adotam-se pontos de referência, de acordo

com a precisão necessária;

• a curva é construída através de pequenos

segmentos como mostra a seqüência

abaixo.

A partir da vista isométrica foram

determinados 4 pontos intermediários além

do início e fim da curva. Estes pontos foram

transcritos para a face superior da

perspectiva isométrica. Devido à altura

constante da peça a curva pode ser

finalizada apenas pela marcação desta

altura nos pontos.

Figura 22 – Traçado de curvas

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REFERÊNCIAS

BORNANCINI, José C. et al. Desenho técnico básico: fundamentos teóricos e exercícios à

mão livre. 4. ed. Porto Alegre: Sulina, 1987. v. 1.

BORNANCINI, José C. et al. Desenho técnico básico: fundamentos teóricos e exercícios à

mão livre. 4. ed. Porto Alegre: Sulina, 1987. v. 2.

FRENCH, Thomas. Desenho técnico. Rio de Janeiro: Globo, 1960.

SPECK, Henderson. Manual básico de desenho técnico. Florianópolis: Ed. UFSC, 1997.