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Vol. XIX • N° 330 • Montreal, 04 de junho de 2015 Cont. na pág 14 Foto Carlos Gouveia Editorial Jacques Parizeau Por Carlos DE JESUS F aleceu Jacques Parizeau, uma das figuras míticas do movimento indepen- dentista do Quebeque. A notícia foi dada pela esposa, Lisette Lapointe, na sua página Facebook, na noite de segunda para terça-feira. «Immense peine ce soir. L’homme de ma vie est parti. Tout en douceur, entouré de plein d’amour. Après un combat tita- nesque, hospitalisé durant cinq mois, tra- versant les épreuves, les unes après les autres, avec un courage et une détermination hors du commun, il a dû rendre les armes ce soir, 1e juin un peu avant 20 heures. Nous sommes dévastés. Nous l’aimons et l’ai- merons toujours.» Jacques Parizeau nasceu em Montreal no dia 3 de agosto de 1930. Formou-se em economia e tirou um doutoramento na reputada London School of Econo- mics. Nos seus primeiros anos de carreira como mandarim de estado, Parizeau acredi- No Ferreira Café… Garden Party, outro sucesso! Por Norberto AGUIAR O verão está à porta e as atividades para atrair a clientela turística em época de Grande Prémio de Fórmula Um sucedem-se na cidade. Então no quadrilátero Peel e Cres- cent, Maisonneuve e Sainte-Catherine é um ver se te avias por esta altura. Quem passa por ali por estes e os próximos dias facilmente «esbarrará» numa personalidade artística, polí- tica, e então desportiva nem se fala... Segunda-feira passada a festa mais in da- quele local aconteceu no famoso restaurante Ferreira Café. Foi ali que esteve a fina-flor da sociedade montrealense, para não dizer quebe- quense. O pretexto foi a realização da sexta edição do Garden Party, uma soberba promo- ção gastronómica que visa angariar fundos pa- ra a Fundação do Hospital Ste-Justine. Só pelo custo dos bilhetes, 275 dólares a unidade, se pode ter uma ideia de quem pode «meter os pés» na sala de refeições do Ferreira Café... Engalanado a preceito, com uma corda- baloiço logo à entrada, utilizada pelos mais afoitos desde a chegada, os convivas eram rece- bidos por jovens beldades, as primeiras a ano- tar os nomes dos famosos convidados, proce- Cont. na pág 10 MONTRÉAL affilié 8710 Pascal Gagnon, St-Leonard, Qc H1P 1Y8 www.eco-depot.ca 3204, rua Jarry Este 729-9494 www.ocantinho.ca RESTAURANTE Grelhados à portuguesa sobre carvão Grelhados à portuguesa sobre carvão Os nossos endereços 222, boul. des Laurentides, Laval 8989, rue Hochelaga, Montréal 8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal 6520, rue Saint-Denis, Montréal 10526, boul. Saint-Laurent, Montréal 6825, rue Sherbrooke est, Montréal 7388, boul. Viau, Saint-Léonard 10300, boul. Pie-IX - Esquina Fleury António Rodrigues Conselheiro Natália Sousa Conselheira CIMETIÈRE DE LAVAL 5505, Chemin Du Bas Saint-Francois, Laval Transporte gratuito –––––––– Visite o nosso Mausoléu SÃO MIGUEL ARCANJO Uma família ao serviço de todas as famílias Nós vos apoiamos com uma gama completa de produtos e serviços funerários que respeitam as vossas crenças e tradições. 514 727-2847 www.magnuspoirier.com Montréal - Laval - Rive-Nord - Rive-Sud 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 10 PM 37 37 376-2652

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Vol. XIX • N° 330 • Montreal, 04 de junho de 2015

Cont. na pág 14

Foto

Car

los

Gou

veia

Editorial

Jacques Parizeau• Por Carlos DE JESUS

Faleceu Jacques Parizeau, uma dasfiguras míticas do movimento indepen-dentista do Quebeque.

A notícia foi dada pela esposa, LisetteLapointe, na sua página Facebook, nanoite de segunda para terça-feira.

«Immense peine ce soir. L’homme dema vie est parti. Tout en douceur, entouréde plein d’amour. Après un combat tita-nesque, hospitalisé durant cinq mois, tra-versant les épreuves, les unes après les autres,avec un courage et une détermination horsdu commun, il a dû rendre les armes cesoir, 1e juin un peu avant 20 heures. Noussommes dévastés. Nous l’aimons et l’ai-merons toujours.»

Jacques Parizeau nasceu em Montrealno dia 3 de agosto de 1930. Formou-seem economia e tirou um doutoramentona reputada London School of Econo-mics.

Nos seus primeiros anos de carreiracomo mandarim de estado, Parizeau acredi-

No Ferreira Café…Garden Party, outro sucesso!

• Por Norberto AGUIAR

O verão está à porta e as atividadespara atrair a clientela turística em época deGrande Prémio de Fórmula Um sucedem-sena cidade. Então no quadrilátero Peel e Cres-cent, Maisonneuve e Sainte-Catherine é umver se te avias por esta altura. Quem passa porali por estes e os próximos dias facilmente«esbarrará» numa personalidade artística, polí-tica, e então desportiva nem se fala...

Segunda-feira passada a festa mais in da-quele local aconteceu no famoso restauranteFerreira Café. Foi ali que esteve a fina-flor dasociedade montrealense, para não dizer quebe-quense. O pretexto foi a realização da sextaedição do Garden Party, uma soberba promo-ção gastronómica que visa angariar fundos pa-ra a Fundação do Hospital Ste-Justine. Só pelocusto dos bilhetes, 275 dólares a unidade, sepode ter uma ideia de quem pode «meter ospés» na sala de refeições do Ferreira Café...

Engalanado a preceito, com uma corda-baloiço logo à entrada, utilizada pelos maisafoitos desde a chegada, os convivas eram rece-bidos por jovens beldades, as primeiras a ano-tar os nomes dos famosos convidados, proce-

Cont. na pág 10

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Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusCf. de Redação: Norberto AguiarAdjunto/Redação: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:

• Carlos de Jesus• Norberto Aguiar• Osvaldo Cabral• Filipa Cardoso• Lélia Pereira Nunes• Nuno Cansado• Jules Nadeau• Rúben Pacheco Correia• Raul Mesquita• Anália Narciso

Revisora de textos: Vitória FariaSocieté canadienne des postes-Envois depublica-tions canadiennes-Numéro deconvention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.Port de retour garanti.

LusaQ TVProdutor Executivo:• Norberto AguiarContatos: 514.835-7199

450.628-0125

Programação:• Segunda-feira: 21h00• Sábado: 11h00Telenovela: segunda, quarta esexta, 06h00, 12h00 e 17h00..(Ver informações nas páginas 7 e 8)

Finalmente, será desta?!• Por Osvaldo CABRAL

Nos dias de hoje é raro encontrar um político visionário.Na generalidade vão todos a reboque do tempo, nunca à frente

dele.Aos anos que se falava na liberalização aérea, mas muitos políticos

esconjuravam quem defendia tal proposta e até previam o caos...Hoje é vê-los como os maiores defensores da abertura dos céus a

outras companhias nos Açores, até já viajam nelas e os mais descaradosaté dizem que foi por proposta deles.

Aos poucos vão encarando a realidade, quando ela bate de frente.O discurso de Vasco Cordeiro no Dia da Região é um pouco isso

e ainda bem que o Presidente do Governo Regional lê a realidade comolhos de um político mais aberto do que alguns dos seus seguidores.

Ao tempo que falamos da inutilidade da figura do Representanteda República – essa “excrescência constitucional”, como dizia o saudosoJorge Nascimento Cabral –, desde que ele ainda era Ministro da Repú-blica, mas o PS foi sempre dos principais opositores à sua extinção.

Ao tempo que se fala de uma maior abertura do nosso sistemaeleitoral, varrendo o seu conceito de oligarquia partidária e dando pos-sibilidade a cidadãos sem filiação de participarem no processo eleitoral.

Ao tempo que se diz que os Conselhos de Ilha são apenas “verbosde encher”, tal como funcionam hoje, sem nenhum poder, a não ser ode elaborar listas infindáveis, todos os anos, com as mesmas reivindi-cações.

Ainda no passado domingo, dia antes da cerimónia regional nasFlores, a propósito do desinteresse dos jovens e dos cidadãos pela po-lítica, escrevíamos um editorial no “Diário dos Açores” com a seguinteconclusão: “Mais de 40 anos depois da implementação da democraciae da nossa Autonomia, é tempo das forças políticas refletirem sobreeste desinteresse dos cidadãos pela política e alterarem profundamenteo sistema eleitoral e algumas das regras, implementadas noutros temposque nada têm a ver com os de hoje.

A representação política regional é excessiva no nosso parlamentoe é preciso facilitar a integração de candidatos independentes dos par-tidos.

É uma forma de dar oportunidade à cidadania e à participação demais jovens nos meandros da política.

Se continuarmos como até aqui, a população vai manter-se decostas viradas para a política, preferindo o que vai acontecer, inexora-velmente, amanhã: ignorar a política e estar com o Espírito Santo...”.

No dia seguinte, no discurso das Flores, Vasco Cordeiro assumiaque ”como Açorianos, temos a responsabilidade histórica de reformar,de transformar e de contribuir para dar um novo impulso à nossa vi-vência democrática”, propondo então listas independentes, extinçãodo cargo do Representante da República e reformulação dos Conselhosde Ilha.

Esta sintonia só tem a ver com a naturalidade e o óbvio da cami-nhada política até estes dias, que são diferentes de há 40 anos.

Para estes três assuntos quase com barbas, quis Vasco Cordeirotransformá-los em propostas de reforma política no Dia dos Açores,o que é de louvar e oxalá que o seu partido e os seus camaradas, sobretudoos mais conformados, não deixem cair no esquecimento.

A oposição tem razão quando diz que não há nestas propostas doPresidente do Governo nenhuma novidade, mas é bom que se comecea gerar aqui algum consenso entre todos e o que a oposição devia agorafazer era aproveitar o entusiasmo do maior partido dos Açores – antesque ele esmoreça – para começar já a arregaçar mangas e construir aspontes necessárias para as respetivas alterações ao sistema.

A próxima legislatura será constitucional, o que quer dizer que ha-verá revisão constitucional, pelo que temos aqui mais uma boa opor-tunidade para fazer história.

Para isso, as estruturas partidárias açorianas terão que começar já adefinir os seus projetos no que toca à reforma do nosso sistema e con-vencer os seus diretórios nacionais para a bondade das propostas.

Não será fácil, sabendo-se das permanentes desconfianças e pre-conceitos que se vivem nas sedes nacionais dos partidos relativamenteàs Autonomias.

Mas há uma série de fatores que se conjugam para que os tempossejam outros e, finalmente, se adapte estes tempos à realidade dos nos-sos dias.

Já não era sem tempo.

L P

O Espírito Santo Migrante• Por Lélia Pereira NUNES*

Vivemos a época das festas em louvor ao Divino EspíritoSanto por toda Santa Catarina, sobretudo no litoral, onde o culto doEspírito Santo constitui a grande referência da presença açoriana, a ma-ior expressão de transnacionalidade cultural.

A cada novo ciclo do Divino pode-se observar as muitas facesdos diferentes rituais que se reproduzem sem, contudo, se afastarem daessência do louvor ao Espírito Santo, uma devoção herdada e transmitidade geração em geração. O celebrar será sempre singular – seja lá no Im-pério do Monte na Ilha das Flores, “na partilha do pão da vitória”, “nabênção das rosquilhas” da Ilha do Pico, “nos quartos do Espírito San-to” de São Miguel, na cantoria dos foliões na freguesia de Santa Bárbara,na Ilha de Santa Maria, onde tudo começou; seja nas novenas cantadaspelos foliões do Ribeirão da Ilha e Pântano do Sul, na elegante coroaçãoda Palhoça, na plena vivência da tradição no bairro do Estreito, na Di-vina Festa do Divino de Florianópolis, nas Festas do Divino de Penhaà Jaguaruna, norte-sul catarinense.

É o Espírito Santo migrante que veio dos Açores e sua expressãona diáspora: a bandeira encarnada, as procissões das coroas, a coroação,as paradas da América com suas “Queens” e capas ricamente bordadas,fruto de promessas e graças alcançadas, ou, ainda, a tradicional sopaservida a toda a gente, nas comunidades da Califórnia, Fall River, Toron-to, Montreal, numa grande partilha fraterna.

As Festas do Espírito Santo têm importância primordial na forma-ção do corpo social açoriano e identificam de forma extraordinária a vi-da cultural daquelas sociedades onde a sua presença representa um pas-sado distante, uma geografia de afetos, uma história comum, uma inde-lével herança com 267 anos em Santa Catarina.

Uma veneração que chegou aos Açores nas caravelas dos Desco-brimentos, em meados do século XV, com os primeiros povoadores,atravessou os mares do tempo e aporta no século XXI como uma tra-dição religiosa forte, herdeira de um patrimônio simbólico que consu-bstancia o imaginário insular. Onde a partilha do espírito comungacom a partilha do pão, do vinho, da carne revivificados no festivo e so-lene ritual espelhado, de forma singular, em cada Ilha, Concelho, Freguesiae “coração”.

Conhecer a história do culto e das festas em honra ao EspíritoSanto é o mesmo que estudar a história de um povo com suas lutas, es-peranças e conquistas ante as vicissitudes da vida. É penetrar numacomplexa rede de inter-relacionamentos, traduzidos na unidade, naidentidade do “ser açoriano” que ultrapassam os limites do espaço ar-quipelágico e alcançam as terras de emigração, nas numerosas comuni-dades da diáspora, do Brasil, dos Estados Unidos da América e do Ca-nadá.

Afinal, ELE é um emigrante pelo mundo repartido.

(*) Escritora, Academia Catarinense de Letras

Em Santa Catarina, no Brasil, as festas do Divino EspíritoSanto, importadas dos Açores, têm séculos.

L P

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Página 34 de junho de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Bilhete de Lisboa• Por Filipa CARDOSO

Lisboa, cidade das sete colinas, tem ruas,becos e travessas com uma toponímia bastantecuriosa.

A palavra “toponímia” deriva do grego e éum estudo linguístico e histórico dos nomes delugares, da sua origem e evolução. Muitos sãoas designações que pela sua génese mereciamser aqui reproduzidas, deixo, para aguçar o inte-resse na pesquisa, algumas retiradas ao acaso.

Beco do Almotacé – Almotacé era o oficialdos municípios que tinha a seu cargo cuidar daigualdade de pesos e medidas e de taxar os man-timentos. Havia a tradição de designar os arrua-mentos pelos mesteres neles exercidos.

Rua da Triste-Feia – Diz a tradição que alimoravam três irmãs, sendo duas raparigas nor-mais, a terceira porém, possuía feições poucoagradáveis à vista. Claro que as duas irmãs casa-ram e ela ficou sozinha, vendo chegar a velhicee agravar-se a fealdade. A vida da pobre era pas-sada à sua porta, numa melancolia doentia. Ocerto é que morreu mas ninguém a esqueceu.

Travessa do Cais do Tojo – Assim designa-da em 1889, pois aí existiam vários cais cujosnomes referiam os produtos que aí aportavam.Tojo é uma planta espinhosa usada como camapara o gado, estrume ou combustível.

Rua do Saco – Toponímia antiquíssima, jáem 1552 na Estatística de João Brandão era assi-nalada a existência, serventia que não tinha saídae que justamente por isso se denomina “do sa-co”.

Beco das Atafonas – Já mencionado em1712. Atafona é uma palavra de origem árabeque significa moinho que funciona sem ventonem água, era impulsionado por homens oupor bestas.

Rua do Merca-Tudo – O nome tem origemnum opulento mercador do século XVI, Afon-so Alves, que por entrar em mil negócios rendo-sos e comprar a torto e a direito mereceu a alcu-nha de Merca-Tudo.

Travessa da Fábrica de Pentes – Em 1964foi inaugurada a fábrica de pentes de marfimque fazia parte da Colónia Fabril das Amoreirasaí mandada construir pelo Marquês de Pombalem 1759.

Rua Poço dos Negros – Deve o seu nomeà circunstância de ter existido nesse local umpoço ou vala onde enterravam os cadáveres dosescravos.

Jardim das Pichas Murchas – Neste localos idosos do bairro tinham o hábito de se reunirpara jogar às cartas. O toponímico certamenteinventado pela miudagem acabou por pegar.

Dos 153 becos que ainda existem em Lis-boa merece ser mencionado o Beco do Carneiro,em Alfama, que faz ligação das Escadinhas deSanto Estêvão à Rua da Regueira.

Segundo Norberto de Araújo:“ O Beco do Carneiro, em escadinhas de

menos de um metro de largo, e cujas empenasdos prédios que o ladeiam se tocam nos beirais,confundindo-se. Lá cantam as raparigas de Alfa-ma pela letra do poeta popular Frederico de Bri-to:

A nossa rua é estreitinhaTua casa é rente à minha.Mas a distância é tão poucaQue p’ra beijar-te à noitinhaBasta só estender a boca.”

L P

Suzi Silva:“É isso que me traz alegria e me dá alguma paz”

• Por Nuno CANSADO, estagiário

Nasceu em Coimbra mas aos seisanos emigrou com os seus pais para o Canadá.A sua primeira atuação perante algum públicofoi aos onze anos, num restaurante que existiana rua St-Laurent com o nome de “Avô do Fa-do”. Cerca de um ano depois volta a Portugalcom a mãe e a irmã, enquanto o seu pai e o seuirmão permaneceram por terras canadianas.Em 2002 ingressa no curso de arquitetura naUniversidade de Coimbra, onde vem a terminá-lo alguns anos mais tarde. Trabalhou comodesenhadora orçamentista e estagiou na Facul-dade de Ciências e Tecnologias da Universidadede Coimbra como arquiteta no gabinete res-ponsável pela manutenção dos edifícios destaFaculdade (FCTUC).

Durante essa altura sempre cantou. Fezparte da orquestra ligeira do complexo hotelei-ro “Quinta dos três pinheiros” durante seis a-nos. Durante um ano estudou no Conservató-rio em canto clássico, e depois iniciou estudosem jazz na Associação Cultural Sítio de Sonsem Coimbra. Também passou no conserva-tório de música da Branca, em Albergaria-a-Velha.

Dezassete anos após ter regressado a Por-tugal, já no ano de 2013, Suzi Silva volta paraMontreal. Durante seis meses teve aulas parti-culares para tentar a entrada em mais uma etapaacadémica. No ano seguinte consegue o seuobjetivo. É admitida no curso de InterpretaçãoJazz na Universidade de Montreal, onde estudaatualmente.

“O meu objetivo cumpriu-se e estou a le-var a sério o que muita gente faz como hobby.É compensador porque ajuda-me, não só noJazz que me dá uma formação da parte teóricaque não tinha, mas ajuda-me também com ofado. Neste momento já sou capaz de compor,e isto vai ajudar-me no futuro porque querocontinuar a fazer Fa-do e vai ajudar-me aaperfeiçoar a minhalinguagem como ar-tista na área da mú-sica”.

Embora estejamais ativa na área doJazz, que por si só émuito vasta, tentacantar Bossa Novacomo os Standardsclássicos do cancio-neiro americano (Re-albook). O R&B tam-bém por vezes é-lhesolicitado, no qual, se-gunda a mesma, sen-te-se também à von-tade. “Trabalho, namaior parte das vezes,com músicos locaisque conheci na facul-dade”.

Suzi Silva cantana “House of Jazz”

No dia 26 de ma-io, a artista portugue-sa atuou na “Houseof Jazz” em Laval, a-

companhada de músicos com quem atua comalguma regularidade. Eles são: o Bruno Roy nabateria, Jeanne Corpateuax no contrabaixo eIan Bartczak no piano. Porém na “House ofJazz” em Laval, costuma ser acompanhada porBernard Epaud, guitarrista francês com quemtrabalha desde que chegou a Montreal, e Syl-vaine Arnaud, uma contrabaixista que estudana Universidade de Montreal e que tem talentopara dar e vender.

O jornal LusoPresse foi à “House JazzLaval” no dia dedicado à noite brasileira paratentar assistir e falar com a Suzi. Embora muito

mal recebido por alguém que se fazia passarpor gerente, o repórter não deixou de fazer oseu trabalho. A banda normalmente atua 2/3vezes por mês e no passado dia 26 de maionão foi um destes dias. Este espetáculo contoucom as músicas de compositores brasileiroscom alguns arranjos de Xico Buarque, TomJobim, Ivan Lins e Marcos Valle, ou seja, osgrandes nomes do Bossa Nova. “Normal-mente eu toco com uma pessoa na guitarra eoutra no contrabaixo mas nem um nem outropuderam vir, e assim tivemos que convidar ou-tros dois excelentes músicos. A contrabaixistaJeanne Corpateau que estuda em Clássico naUniversidade de McGill e nas teclas, Ian Bar-tezak. Mesmo não percebendo a língua, é umtipo de música que as pessoas gostam facil-mente, em especial aqui em Montreal.”

Muita beleza e arte no cantar de Suzi Silva. Foto de Nuno Cansado/LusoPresse.

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Página 44 de junho de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Açores: 9 obras em construção• Por Ruben Pacheco CORREIA*

O cortinado fechou-se

O Manuel Botelho, mais conhe-cido por o «Manuel das cortinas» fechou oestore e lançou a penumbra sobre familiarese amigos.

Sabíamo-lo doente. E como sempreacontece em casos destes, teve altos e baixos.Mas tanto ele como nós estávamos esperan-çados de que o problema tivesse sido escamo-teado. Por isso a notícia chegou áspera, acortar o fôlego. Inesperada. Brutal.

O Manuel desde há muitos anos era umesteio do meio comunitário português de La-val. Não digo Chomedey, onde sempre viveue se fez conhecer, digo antes Laval. A grandecidade. Que era pequena para um dinamizadore batalhador como o Manuel. Incansável, es-tava em todos os eventos que de perto ou delonge tocassem os portugueses. Para quemsempre trabalhou sem nada pedir. Sem nadareceber. Pelo prazer de ajudar.

Sabia organizar e procurar os apoios quepudessem fazer avançar as ideias. E controlavaos movimentos dos colaboradores, de modoa atingir os objetivos. Deve-se a ele a obten-ção, pelo simbólico preço de 1 dólar, do terre-no onde foi construído o Centro Comuni-tário e a Igreja. Deve-se a ele igualmente, mui-tas diligências junto de amizades que soubeestabelecer junto de governantes e outras indi-vidualidades, a fim de encontrar os apoios deque necessitava.

Nunca ninguém de responsabilidade emcírculos oficiais soube – não direi elogiar, –antes reconhecer-lhe, o valor intrínseco dosseus esforços. Entre tantas distinções distri-buídas, onde algumas nos deixam pensativos,creio que um simples reconhecimento oficialnunca seria demasiado. E portanto bastantesforam aqueles que o conheceram.

Não importa, ele nunca esperou coisaalguma.

Tendo negligenciado muitas vezes o seupróprio ganha-pão para se dedicar a coisascomunitárias teve, todavia, sempre o apoioincondicional da esposa e filhos a quem re-corria, sempre que necessário. E isso era osuficiente.

E o Manuel finou-se.Quando há meses contactei vários ami-

gos comuns com a intenção de lhe fazer mo-desta mas significativa homenagem – queapenas se atrasou devido à conclusão de umvídeo da sua história pessoal – tinha em mentea realização de tal homenagem em tempoque permitisse a sua presença. Mas o que nofundo receava, aconteceu.

Descansa em Paz Manuel, com perse-verança conseguiste vencer muitas etapas.Apenas a morte te venceu. No entanto fostebatalhador até ao fim.

Repousa em Paz.

Raul Mesquita

Se viajarpara os Açores...

Escolha...

Paulo DuarteSEDE:Largo de S. João, 189500-106 Ponta DelgadaTel.: 296 282 899Fax: 296 282 064Telem.: 962 810 646Email: [email protected]ÇORES

Já esteve de visita ao LusoPresse, quandoveio lançar o seu último livro a Montreal. Sese recordam, foi numa promoção que o Luso-Presse levou a cabo com a colaboração do CentroComunitário do Espírito Santo de Anjou.Agora, o jovem Ruben Pacheco Correia pede-nos para que publiquemos este texto, já inseridona Imprensa micaelense. Claro que não podía-mos recusar. Ei-lo:

Falar sobre os Açores continua a ser difícil.Porque falar deste nosso arquipélago insular étambém falar de nove realidades que, emboraadministradas de forma conjunta e fazendoparte de um mesmo bloco de preocupaçõespolíticas e sociais, consubstanciam nove reali-dades completamente diferentes. Efetivamen-te, não é indiferente viver em Santa Maria ouno Corvo. E o futuro dos Açores passa muitopor isso: resolver politicamente o problemadas diferenças entre ilhas num conjunto arqui-pelágico que precisa de ser encarado como umtodo.

O facto de terem existido três distritosnos Açores colocou as ilhas a uma equidis-tância complicada no passado. O Estatuto Po-lítico Administrativo consagrou as nossas dife-renças e realizou a unidade territorial e política.Mas não se diluíram aí todas as diferenças. Asacessibilidades e as condições de vida determi-naram a forma como as ilhas resistem à insula-ridade. Sem transportes regulares a preçoscompetitivos, algumas ilhas ficaram durantemuitos anos, mesmo depois de ser consagradaem lei o seu direito à diferença, completamenteabandonadas à sua sorte. E ainda assim estão,embora já num processo de mudança, mais devinte anos depois da aprovação do EstatutoPolítico Administrativo da Região.

Para retirar ilhas do isolamento é funda-mental dotar essas ilhas de transportes eficien-tes a baixo custo e de comunicações de qualida-de. Antes de intervir em qualquer outra área, éfundamental criar condições de sobrevivênciaà insularidade. Logo depois, é importante veri-ficar a qualidade do ensino e as condições deacesso à saúde (cuidados primários e urgências).Só depois de asseguradas essas condições bási-cas, se devia avançar para construções de carátermais geral. Nem sempre estas prioridades fo-ram respeitadas. Fatores endógenos determi-naram que se começasse por outro lado. Polí-ticas partidárias e setoriais apostaram em obrasmais sensacionalistas e as comunicações fica-ram para o século XXI. Nalgumas ilhas, o cabode fibra ótica só agora chegou e, na maioriadelas, o acesso à internet ainda é precário. Ostransportes entre as ilhas são caros e irregulares.Às ilhas de Flores e Corvo, só chega transportemarítimo no Verão e nunca mais de duas vezespor mês. O transporte aéreo das mesmas ilhaspara S. Miguel é mais caro do que, agora, viajarpara Lisboa ou Porto.

Para os jovens de outras ilhas que não S.Miguel e Terceira, a cultura também tem custoselevadíssimos. Um jovem de qualquer uma dasilhas que queria prosseguir estudos para alémdo 12º ano, está a uma distância enorme de ca-sa. As famílias das ilhas pequenas são forte-mente penalizadas por isso. As despesas ine-rentes a ter um filho em S. Miguel não são fá-ceis de suportar para famílias da classe média

das pequenas ilhas.Estou apenas a refletir os Açores do presente. O

futuro já tem muito trabalho realizado, é certo. Mas épreciso operacionalizar alguns dos recursos que nosforam dados para os colocar ao serviço das pessoas,desde os mais jovens aos mais idosos.

Também acredito que o futuro possa passar peloregresso à terra. A sustentabilidade do planeta, exigiráque assim seja. Os Açores têm terra fértil e um climaameno que permite a nossa autossustentação. Esta mu-dança de paradigma é necessária e urgente. Temos possi-bilidades de produzir nos Açores tudo o que consumi-mos, como acontecia no passado. A política agrícolacomum levou-nos por caminhos que colocaram emcausa a nossa economia rural. Já todos assumimos aparte da responsabilidade que nos assiste neste desaire.É tempo de requalificar a terra onde tudo germina fa-cilmente e depressa e reconquistar o nosso direito atermos nas nossas ilhas tudo o que precisamos de for-ma sustentável e de excelência na qualidade.

O fim das quotas leiteiras veio, também, ensom-brar a vida de muitas famílias açorianas. As quotas lei-teiras surgiram numa época em que o mercado do leiteeuropeu estava descontrolado com níveis de produçãoque não encontravam colocação no mercado. A Euro-pa tinha de intervir provocando o armazenamento ar-tificial, retirando do mercado quantidades brutais deprodutos, de forma a regular o mercado à custa do pa-gamento de milhões de euros. Com a introdução dasquotas, criou-se um mecanismo regulador e de conten-ção de produção de leite. Quem mais saiu beneficiadodas quotas foram as Regiões Periféricas, onde se inclu-em os Açores, na medida em que se colocaram travõesaos países com grande capacidade de produção. Todossabíamos que o fim das quotas tinha data marcada e osAçores fizeram o seu trabalho de casa: melhorou-se aqualidade do leite produzido, estimulou-se o cresci-mento das explorações agrícolas com políticas de res-gates leiteiros, reformas antecipadas, apoios ao investi-mento e modernizaram-se as nossas fábricas. Mas hojea nossa incapacidade é outra. Com o fim das quotas,temos que saber diversificar a nossa estrutura econó-mica, de modo a produzir algo diferente quando a pro-dução de leite é menos interessante (ou menos lucrativa,dada o elevado fluxo de concorrência), ao invés dospaíses do centro da Europa que têm outras alternativas.

Estou muito preocupado com o nosso futuro,com o futuro da minha geração e daquela que aindanos antecede!

Os Açores existem há mais de 500 anos. A autono-mia só existe há menos de quarenta. Temos que apro-veitar este estatuto que ganhamos. Não podemos conti-nuar submissos aos apoios centrais e europeus. Temosque tornar a nossa Região sustentável, do ponto devista económico e financeiro, mas também no prismasocial. Temos que saber ultrapassar a grande taxa dedesemprego, maioritariamente jovem, que já se dis-tancia, a largos passos, das médias nacionais, mas tam-bém temos que saber combater a violência doméstica,que está presente em muitas casas das açorianas e dosaçorianos. Temos que encarar o insucesso e abandonoescolar como um dos problemas mais fraturantes paraa nossa sociedade de amanhã. Temos que saber adaptara educação aos jovens de hoje que, muitas vezes, procu-ram um ensino mais voltado para as suas aptidões. Te-mos que saber dar respostas, porque o futuro dos Aço-res vai ser aquilo que quisermos que seja. Temos con-dições para fazer da nossa Região um lugar especial pa-ra se viver. Mas não será por termos uma televisão,uma universidade, um governo próprio e uma Assem-bleia legislativa, que lá chegamos. Temos que fazer dife-rente, aceitar diferenças, unir esforços e amar de formalinear aquilo que é nosso, aceitar quem nos corrige eouvir quem nos aconselha para crescer em equilíbrio egrandeza. * Escritor L P L P

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«O Sal da terra», sobre Sebastião Salgado...

O documentário que é preciso ver sem falta• Por Jules NADEAU

«O Sal da terra», sobre as ideias, a vi-vência e a obra do célebre fotógrafo SebastiãoSalgado é um documentário para ver. Absoluta-mente. Um filme ao mesmo tempo forte, per-turbador e esteticamente magnífico. Para versem falta!

As fotografias mais conhecidas deste eco-nomista brasileiro são provavelmente as dasminas de ouro da Serra Pelada. Grupos geomé-tricos de homens quase nus subindo e descen-do as escadas entre o cimo e o grande buracolamacento. «Faz pensar nas pirâmides do Egi-to», nota com razão o autor. Como é que eleconseguiu trabalhar com os seus aparelhos deprecisão no fundo deste lamaçal superpovo-ado?

Bastavam estas obras-primas para consa-grar a reputação do artista lusófono, mas odocumentário leva-nos mais longe. Se não háescravos entre as formigas do grande buracodourado, segundo ele, nem sempre é assim paraos outros projetos do homem de Minas Ge-rais. Primeira categoria, a fome na Etiópia mos-tra-nos uma fatia da humanidade totalmentedescarnada. A recordação dos esqueletos ambu-lantes dos campos nazis.

Este longo documentário resulta do traba-lho de dois realizadores (foi árduo entenderem-se entre si) compreendendo Juliano Salgado, o

filho mais velho do caçador de imagens. Numarecente entrevista a Charlie Rose, ele mencio-nava que o seu pai tinha saído moralmente de-molido do genocídio do Ruanda. Também aío preto e branco é dum poder inesquecível.Não admira que o fotógrafo veterano tenhaentão perdido a confiança nos seus seme-lhantes. Os homens são animais violentos,resume ele. Ele acrescentará quadros dos mas-sacres da ex-Jugoslávia. Na Europa!

Juliano Salgado e Wim Wenders não nosoferecem um simples desfilar de fotografias.Ficamos a saber que Sebastião Salgado e a suamulher, a arquiteta Lélia Wanick, passaram mui-

to tempo em França, donde a surpresa de queuma parte dos testemunhos do personagemprincipal seja dada num excelente francês, sen-do a outra parte em português. Os clichés docasal com a encantadora criança que era Julianosão comoventes e engraçados. Mais triste: avinda ao mundo do filho mais novo Rodrigo,bebé trissómico, que muito fez chorar os pais.

«O meu pai estava muito tempo ausente»,lamenta Juliano a Charlie Rose. (Entrevista dis-ponível na página do jornalista da PBS.) Aslongas reportagens no estrangeiro provocaramum profundo desejo de voltar ao seu Brasilnatal. Papá Salgado lançou-se então numa radi-ografia da sua terra natal, em seguida da de ou-tros países da América Latina. Depois da fomee do genocídio, lugar à etnologia. Mesmo natribo esquecida dos Zoés do Brasil ou da Papuá-sia, apesar da barreira da língua, «bastavam al-guns minutos para que o meu pai comunicassecom eles» como com velhos amigos, recordaJuliano.

Apesar do catálogo da fome no mundoque mostra Sebastião Salgado, o filme fechacom uma nota otimista. Ao longo dos anos,o fotojornalista dirigiu a sua objetiva mágicapara três categorias da vida: os humanos, a

fauna e mesmo a flora. Seguimento lógico: Se-bastião e Lélia decidem dar uma nova vida àpropriedade familiar de 700 hectares de MinasGerais, que se tinha tornado uma terra de secae desolação. Eles transformam-na num radiosooásis. A esperança reaparece na ONG chamadaInstituto Terra. Um projeto ultrapassando afotografia. Resumindo, depois de tudo ter foto-grafado na vida, o homem acaba por plantarárvores.

Apesar de tudo, com 71 anos, SebastiãoSalgado não escapa à crítica. A ensaísta SusanSontag censurou-o pela sua arte que acaba, se-gundo ela, por idealizar a miséria do mundo.Também o acusam de «ligações perigosas» coma multinacional brasileira Vale cuja reputaçãoem matéria de consciência social suscita umacerta controvérsia. A vós de julgar e de se pro-nunciarem! Depois de ter visto os 149 minutos.

(O LusoPresse viu o documentário noExcentris. Pode ser que no momento de ler ojornal já não esteja em exibição nem lá, nemno Cinema Beaubien, nem noutro lado. Maso documentário estará em cena até ao dia 11de junho. Verifiquem a informação e os horá-rios assim que vos for possível e, sobretudo,não percam esta projeção.)

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Que saudade do Daniel de Sá(dois anos sem Daniel)

• Por Lélia Pereira NUNES

Há dois a-nos, no dia 27 de maiode 2013, lamentamosa partida do escritorDaniel de Sá, deixan-do-nos órfãos do seusaber, da sua palavrasempre pronta, da ter-nura de atitudes, da sualealdade e frontalidade,da sua amizade; hoje,quero prestar a minhahomenagem a Danielde Sá, açoriano da Ma-ia, homem de muitasletras, sábio, mestre equerido amigo.

Dois anos... como o tempo corre!Corre, mas não apaga os registros inolvidáveis da nossa memória.Daniel, será sempre lembrado por sua escrita de respeito à condi-

ção humana e de amor à terra, desvendando-lhes a alma, gravandoverdades ou, simplesmente, contando histórias — retratos da vidareal — harmonizando-as com o tempo que passa, com a inesgotávelmemória, seu universo ficcional. No ensaio «Daniel de Sá e o Universoda Compaixão» o historiador micaelense, José Medeiros Ferreira,com aguda lucidez comenta: «Daniel de Sá no seu universo da com-paixão tudo e todos quer abraçar, através de seu talento criador e dasua persistente dimensão ética.»

A ausência de Daniel de Sá será preenchida por lições incontáveise inesquecíveis, muitas estórias documentadas por uma escrita inteli-gente, versátil, espirituosa, prenhe de verdades. Um homem de carátergeneroso, afável na maneira de ser, de estar e encarar a vida que vale apena ser vivida. Esse é o seu maior legado, o que fica para sempre.Presente na obra que nos deixou.

Tenho saudade do escritor, do amigo, um ser luminoso, de umahumanidade cativante.

Florianópolis, Ilha de Santa CatarinaL P

Os Açores e a deriva de Passos• Por Osvaldo CABRAL

Passos Coelho voltou a uma Região Autónoma.Desta vez à Madeira, para resolver as coisas óbvias, porque as

grandes questões dos arquipélagos são para continuar a empurrar coma barriga para a frente.

O líder social-democrata é um caso sério de negação à realidade.Passos pode vangloriar-se de ter empurrado a Troika pela porta

fora, do surgimento de alguns sinais ténues de recuperação da economiae da descida a caracol do desemprego, mas tudo isto é o resultado daforte redução de salários e pensões, do “enorme aumento de impostos”nunca visto em mais nenhum governo português, do aumento da po-breza e do maior fosso das desigualdades sociais.

Agora temos o caso do corte das pensões em 600 milhões, quenão é invenção da ministra das Finanças. É ideologia pura que deriva dateimosia de um primeiro-ministro apostado a vergastar a classe média,para aparecer de peito inchado nos salões mofados do Eurogrupo.

A recondução de Carlos Costa como Governador do Banco dePortugal é outra marca da sua coerência ideológica, segundo a qual sedeve acudir até às últimas os que lhe fazem os favores políticos.

O caso mais notável foi o de Relvas.Ao contrário, tenta “limpar” todos aqueles que lhe fazem frente,

como aconteceu com Mota Amaral.É um político sem cura, que foi beber a escola ao pior estilo de Ca-

vaco Silva.O PSD-Açores cometeu o erro histórico de ceder a essa deriva de

Passos, decretando assim a sua sentença de morte como partido au-tónomo, cilindrando mais um líder e abrindo a estrada ao PS-Açorespara se manter no poder por mais uns vinte anos...

Passos não quer saber dos Açores para nada.Tudo o que passou pelas suas mãos, com o carimbo da região, foi

remetido para as catacumbas de S. Bento.O caso da RTP-Açores é o mais escandaloso de todos.Em quatro anos, mandou fazer uma catrefada de estudos, obrigou

outros a apresentarem propostas, o seu ajudante Poiares Maduro veioaos Açores abanar soluções em duas páginas, nomearam grupos de es-tudo, passou a bola para um Conselho Geral Independente exótico,nomeou mais uma administração para diagnosticar o esturro, enfim,pintou a manta.

Como sempre previ, nada ficará decidido neste mandato, comotambém nada será decidido quanto ao futuro da Universidade dos A-çores.

O processo da Base das Lajes é outro sintoma da marca do desprezopelos Açores.

Toda a gente ao mais alto nível regional se envolveu neste processo,pressionando a administração dos EUA, com a ajuda dos congressistasluso-americanos, e toda a gente se deslocou àquele país para as devidasnegociações. Só Passos Coelho não entrou na Casa Branca, preferindoenviar o inócuo ministro Machete.

Como se vê, esta deriva “passista” em relação aos Açores tem umalinha contínua e não é lá muito original.

Ela mantém uma ideia oleada pelo seu principal mentor, segundoa qual as Regiões Autónomas dispõem de muitos poderes e custammuito ao orçamento.

Esse mentor é Cavaco Silva, o tal que interrompeu, inopinadamente,as suas férias no Algarve, para fazer uma cómica comunicação ao paíssobre os poderes estatutários dos Açores.

Como se diz na minha terra, com gente dessa, nem à missa...Lá para outubro, antevejo um novo presidente da região de Castela

e Leão – em Ponta Delgada e em Lisboa – quando disse ao seu colega

de partido, Mariano Rajoy, depois de conhe-cidos os resultados eleitorais regionais: “Vê-te ao espelho antes de seres candidato outravez”!

•••O NÚ E O MAL VESTIDO – A recon-

dução de Carlos Costa para Governador doBanco de Portugal é um prémio injusto paraquem falhou no processo da desastrosa re-gulação do BES, mas também é penoso ou-vir as críticas do PS à nomeação, o mesmopartido que teve nas suas fileiras um exemplovergonhoso chamado Vítor Constâncio.

•••FUI AO PICO E PIQUEI-ME – O

Governo de Vasco Cordeiro está por estesdias na ilha do Pico, certamente para maisuma rodada pelas adegas, à procura do fa-moso néctar que possa contribuir para ogrande desígnio da “via açoriana” que sãoas exportações...

Os picoenses são boa gente, mas certa-mente que não abrirão as pipas como outro-ra, depois de serem fustigados por este go-verno e pelo anterior com uma série de dis-parates em nome de uma coesão em profun-da imersão.

Depois da celebérrima maternidade deCarlos César, depois do monstro cacofó-nico da gare da Madalena, depois das obrasdo porto de S. Roque com cabeços de amar-ração semelhantes às cabeças que as gerem,depois de milhões mergulhados nas águasdo mesmo porto para agora suspenderemas viagens da Transmaçor, depois da trapa-lhada com os Centros de Saúde, depois dasnovas Casas de Povo que metem água e es-tão fechadas, os pobres dos picoenses aindavão ter paciência para esmagar umas uvaspara tão honrosa comitiva?

Se eu fosse picoense, mandava-os bebervinho de cheiro...

•••E AGORA? - As conclusões do inqué-

rito ao acidente com o barco “Gilberto Mari-ano”, que resultaram num morto, que estejornal divulga nesta edição, são claras: houvedesleixo da empresa Portos dos Açores, de-vido “a ausência continuada de manutenção(aos longos dos mais de 30 anos de existên-cia e trabalho dos cabeços) por parte da em-presa Portos dos Açores, S.A. aos equipa-mentos de amarração implantados nos caisdos seus portos, em particular no porto deS. Roque” e “a utilização pelo “GilbertoMariano” de cabos exageradamente sobredi-mensionados (bitola) no seu esquema deamarração”.

Face à clarividência, o que é que vaiacontecer?

Nada, claro.Agora percebe-se a pressa do Governo

Regional em reconduzir, na semana passada,o responsável pela Portos dos Açores, antesque fosse confrontado com o vendaval.

Já não há vergonha na política, nem nas empresas públicas.A bandalheira tornou-se vulgar.Com que autoridade fica o PS para pedir responsabilidades a ministros

pelas coisas que passam nos seus ministérios?Com que autoridade fica o PS para pedir responsabilidades ao governo

pela recondução do Governador do Banco de Portugal?Se eu fosse familiar da vítima deste acidente, pegava neste relatório e

apresentava-lhe ao Ministério Público para abertura de um processo.Nesta região é assim, nunca ninguém é responsabilizado por nada.Até o desleixo é premiado...

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Página 94 de junho de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Festival Portugal Internacional de MontrealCarlos Querido homenageado postumamente

• Por Anália NARCISO

Luísa Querido, quando falava à plateia sobre o seu malogrado marido na presençade sua nora e filho. Foto Carlos Gouveia.

Teve lugar segunda-feira passada a ses-são de abertura do Festival Portugal Interna-cional de Montreal. O acontecimento teve lu-gar no Restaurante PortusCalle e contou coma presença de José Guedes de Sousa, cônsul-geral de Portugal nesta cidade.

Com uma sala praticamente cheia, o serãocontou com uma panóplia de intervenções,do cônsul-geral ao presidente da Comissão JoePuga. Todos enveredaram pelo mesmo diapa-são, comemorar Portugal na comunidade mas,se possível, virá-la para as outras comunidadesque nos rodeiam, da de «souche» principal-mente.

Para além da apresentação do programa,dos agradecimentos aos patrocinadores, a ses-são de abertura teve ainda um momento sole-ne, com a homenagem a um HOMEM quemuito deu à comunidade enquanto vivo, quer

em termos sociais, culturais e até jornalísticos,muito por culpa da criação de um programa detelevisão, inédito para a época, o que não foinada fácil, como se deve compreender.

Na ocasião, Pedro Querido, filho mais ve-lho, fez o elogio do pai apresentando ao mesmotempo um vídeo relatando uma parte do muitoque fez Carlos Querido enquanto deambuloupela comunidade. Foi bonito assistir à sua bio-grafia numa altura em que se comemoram 25anos após a sua morte. Como se deve calcular,houve emoção na sala, naturalmente a começarno Pedro e a acabar na mãe, Luísa Querido,que como não podia deixar de ser, tambémmarcou presença na sala.

Numa comunidade onde nem sempre sehomenageia quem realmente merece, esta ati-tude para com a Família Querido foi oportuna,sobretudo por se tratar, no caso particular deCarlos Querido, de uma homenagem póstuma.

Entretanto e enquanto o jantar se ia ser-vindo, os artistas presentes na sala do Portus-

Calle foram sendochamados para atuar.Sara Franco, que nãovíamos na comuni-dade há muito tempo,Suzi Silva, VivianaLourenço, o angola-no Sango One e abrasileira Jully Freitas,deram largas às suascapacidades artísticas,o que teve merecidosaplausos da assistên-cia.

A sessão que sediz de abertura por terlançado o programado Segundo FestivalPortugal Internacio-nal de Montreal ter-minou com a apre-sentação do Con-selho de Administra-

ção criado para liderar o projeto do Festival.Quanto ao programa do Festival, chama-mos a atenção dos nossos

leitores para os dias 10 (Parque de Portugal), 12, 13 e 14 de ju-nho, nes-tes haverá um programa variado, com muitos artistas locais e do exterior.Essas festi-vidades terão sobretudo lugar no parque da Igreja SantaCruz. (Ver anúncio do Festival numa das páginas desta edição do Luso-Presse.)

Momento em que Joe Puga entrega a prenda comemorativa a Luísa Querido, comPedro Querido a assistir. Foto de Carlos Gouveia.

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Página 104 de junho de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Manuel Botelho1948 – 2015

Morreu em Montreal, no passa-do dia 31 de maio, com a idade de 67 a-nos, o nosso estimado compatriota Ma-nuel Botelho. Ele deixa na dor a sua espo-sa Adelina Carreiro, seus filhos Patrick(Jessie), Christophe (Marie-Josée) e Jean-Paul, as suas netas Delcia, Emma e Ro-mie, sua irmã Isabel (Augustin) e seu ir-mão José (Isabelle), assim como outrosfamiliares e muitos amigos. A família re-ceberá as condolências sexta-feira, dia 5de junho, das 17h00 às 21 horas, e no sá-bado a partir das 9h00, no ComplexoFunerário Urgel Bourgie, situado no 3517do boulevard Lévesque ouest, em Laval.

O funeral será celebrado às 10h30,na Igreja Nossa Senhora de Fátima, situ-ada no 1815 da rua Favreau, em Chome-dey, Laval, seguido da inumação nos Jar-dins Urgel Bourgie de Laval.

Em vez de flores, um dom à Fun-dação do Hospital du Sacré-Couer deMontreal será muito apreciado.

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GARDEN PARTY...Cont. da pág 1

Momento em que era mostrado o cheque com a quantia recolhida. Da esquerda pa-ra a direita, Vitorino, chefe da sala, Carlos Ferreira, Maude Cohen e Sandra Ferreira.Foto de Charbelle Abdo de Moetreal.com

dendo ao mesmo tempo à entrega das senhasjustificativas que, depois, no decorrer da festaserviriam para ganhar alguns prémios, comoduas viagens a Portugal nas asas da Air Transat.

Os muitos convidados, às centenas... duas,três, quatro, não sabemos, espraiavam-se pelointerior do restaurante, indo até ao beco trasei-ro. E os empregados de mesa, sob a supervisãodo ribeiragrandense Vitorino não davam mãosa medir, distribuindo acepipes e outras iguariasa uma classe de clientes dispostos a tudo para

se divertirem.Num rodopio estavam o Carlos Ferreira e

a sua bela e elegante filha Sandra – está cadavez mais por dentro da empresa! – de maneiraa poderem atender a todos os pedidos e outrasatenções. Foto aqui, foto acolá, cumprimentoa este, cumprimento àquela, entrevista a um,entrevista a outro devem ter feito com que osdois magnates do Grupo Ferreira, no fim dafesta, se sentissem extenuados.

O resultado de tudo isto foi uma recolha

de 62 mil dólares para a Fundação do HospitalSte-Justine, representada na ocasião por Mau-de Cohen. No momento da divulgação domontante angariado ali e recebido com muitosaplausos, aquela personalidade havia de elogiarCarlos Ferreira pela sua grande generosidade esentido de abertura. A réplica do nosso compa-triota foi de que colaborará sempre que paraisso for solicitado. No entanto, não deixou dedar a perceber que isso acontecerá enquanto oGrupo Ferreira merecer a preferência dos clien-tes montrealenses, entre outros, naturalmente.

Já noite dentro e com o DJ em ação, ojornalista ao preparar a sua saída do FerreiraCafé foi anotando alguns dos nomes de perso-nalidades que marcaram presença nesta SextaEdição do Garden Party do Ferreira Café. Eisalguns nomes: Anne-Marie Losique, Alexan-dre Taillefer, Claude Meunier, Virginie Coossa,François Dumontier, Marc Bergevin... e mes-mo Rodger Brulotte, o repórter das «soiréesmondaines».

Promoções novasSe na segunda-feira a festa foi de arromba,

na terça, o Ferreira Café continuou ao mesmoritmo, agora com a promoção da «Noite doVinho». Trata-se da apresentação de uma listade vinhos todas as terças-feiras da semana aum preço reduzido de 50%. Sabendo-se dagarrafeira imponente que tem este restaurante,os apreciadores de vinho têm aqui uma ocasiãoem ouro de degustar muitos e variados néctaresa preços nunca antes possíveis.

Já na quarta, a escolha recaiu na chamada«Noite de Champanhe». E não só porque ochefe João Dias decidiu fazê-la acompanharde um cardápio de mariscos, foi uma delíciapara todos os amantes de produtos marinhos.

Entretanto, de hoje até domingo a ruaPeel, da Maisonneuve à Ste-Catherine, estaráfechada ao trânsito. O restaurante Ferreira Cafédisporá da sua esplanada para receber todosaqueles e aquelas que queiram passar uma partedo dia ou da noite almoçando ou jantando.Haverá muita animação, podem estar todoscertos. Exposições de carros de luxo, etc. farãoparte do programa. Tudo isto está inserido noâmbito do Grande Prémio de Fórmula Um doCanadá que se disputa este fim de semana naIlha de Ste-Hélène.

Uma últimaComo rodapé, a informação, dada por

fonte segura, diz-nos que o Ferreira Café, nopassado dia 26 de maio ofereceu um banquetede luxo, na Gare Windsor, para 750 pessoas!E que a ementa foi totalmente portuguesa.Resultado: recolha de meio milhão de dólarespara uma organização de pesquisa do cancro!

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Página 114 de junho de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Uma insígnia para Vamberto Freitas• Por Lélia Pereira NUNES

Na segunda-feira do Espírito Santo,25 de maio, no arquipélago dos Açores come-mora-se o Dia da Região Autónoma dosAçores. Como é tradição em solenidade naIlha das Flores foram homenageados com Insí-gnias de Reconhecimento cidadãos exemplarese instituições que contribuem para o cresci-mento e o desenvolvimento social, económicoe cultural dos Açores. Vozes que vibram comos Açores e pelos Açores estejam onde estive-rem. Mantém viva a cultura, a tradição, o sabere o fazer açoriano. São portadores de uma his-tória escrita que continuará vibrando por todasas gerações com grande dignidade.

Entre os homenageados leio o nome deVamberto Freita de inegável merecimento. Ou-so dizer que já não era sem tempo...

Afinal... Vamberto Freitas, na sua arte lite-rária, é Mitológico.

Escreve muito e bem. Escreve com domí-nio absoluto sobre a Literatura Açoriana comoa da Diáspora. Escreve como um semeadorque ama cada palmo da terra a ser lavrada e estáà semear com firmeza e lucidez, dando visibili-dade à criação, aproximando geografias de nos-sos afetos e a transnacionalidade cultural e his-tórica, de forma persistente.

Sua obra abraça a tradição literária açorianaque atravessa os séculos e luta por seu lugarjunto a produção estética nacional, daí a postu-ra coerente na defesa da territorialidade da lite-ratura açoriana (refere-se a “uma estética da ter-ritorialidade” em A Ilha em Frente: Textos deCerco e Fuga, 2000) e a existência, nos Açores,de um sistema literário.

Surpreende-nos as pontes alçadas entremargens por sua profícua obra. Primeiro, nacondição de emigrante na América, seu olharacompanhou, atentamente, a expressão literárialuso-americana, escrevendo resenhas e ensaioscríticos sobre a temática da emigração que, nadécada de 90, foram publicados sob o títulocomum de “Jornal da Emigração”, retratando“estas pontes entre as ilhas do mar e as ilhas daterra de ambas as margens do oceano, agora

cada vez mais Rio Atlântico” de que nos falaOnésimo T. Almeida no admirável O Peso doHífen (ICS-Lisboa, 2010:207). Depois, devolta aos Açores em 1991, vivendo em PontaDelgada, apresenta o desabrochar de uma escri-ta limpa, parida do seu viver entre dois mun-dos, de margens entrecruzadas, que se tocamsuavemente como uma carícia, com respeito ereverência a uma literatura feita no Arquipélagoe nas comunidades da Diáspora, notadamente,nos Estados Unidos da América e Canadá.

A escrita de Vamberto Freitas será sempreuma escrita de intervenção e respeito à condi-ção humana, seja ao retratar uma sociedade naAmérica, nos Açores e (ou) no Brasil Sul, ondeos açorianos nos deixaram a sua herança e to-do um imaginário enraizado e expandido, nu-ma esquina oceânica, abaixo do Equador.

Uma escrita que preciosa na transatlanti-cidade do olhar lavado de verdadeiro sentir:“Creio ser esse o fio condutor deste atravessarde fronteiras em busca da beleza e “verdade”literária que nos diz, rediz e nos reinventanuma já longa história de andanças no outrolado do Atlântico” (2012:13).

Vamberto Freitas.

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JOSÉ ANTÓNIO SIMÕES1932 – 2015

Faleceu em Montreal no dia 11 de maio de2015, com 82 anos de idade, José AntónioPessoa Simões, natural de Cantanhede, distritode Coimbra, esposo de Fernanda de LemosPereira.

Deixa na dor a sua esposa, o seu filho JoséSimões (Darlene), a sua filha Maria FernandaSimões, o/a neto/a Philip e Michelle, a irmãFernanda Simões (Aníbal), a cunhada Ilda (fale-cido Joaquim Simões), o sobrinho Alberto Si-mões, assim como restantes familiares e ami-gos.Os serviços fúnebres estiveram a cargo:MAGNUS POIRIER Inc7388 Boul. Viau, MontréalTel.:514-727-2847www.magnuspoirier.com<http:/www.magnuspoirier.com/>António RodriguesCel.: 514-918-1848

A missa de corpo presente, foi celebradana quinta-feira dia 14 de maio de 2015, às 10hna Igreja Santa Cruz, 60 rua Rachel Ouest, emMontreal.

Foi sepultado, em cripta, no MausoléuFrère André no cemitério Le Repos St-Fran-çois d’Assise.

A família vem por este meio agradecer atodas as pessoas que, de qualquer forma, selhes associam neste momento de dor. A todoso nosso obrigado pelo vosso conforto. BemHajam.António RodriguesConseiller aux familles10 300, boul. Pie-IXMontréal (Québec) H1H 3Z1Général: 514 727-2847 / 1 888 727-2847Télécopieur: 514 322-2252Ligne directe: 514 727-2828, poste [email protected]

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Página 124 de junho de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

SUZI SILVA...Cont. da pág. 3

“Relativamente ao Fado, eu canto-o sem-pre que posso. É algo que me dá muita satisfa-ção. Para cantar fado não basta apenas ter vozmas saber transmitir as montanhas enormesde sentimentos que o Fado carrega. Guardo-ono meu coração como parte de mim”.

LP – O que gosta mais de cantar?Suzi – Eu gosto de cantar (ponto final).

Suzi – O Fado é português e não dá parafugir. Às vezes dou por mim e estou a cantarfado. É natural, está no sangue.

Suzi – Eu também gosto de cantar outrascoisas, a música não se restringe, não é umacoisa que está separada e arrumada por gavetas.Eu descobri cedo o Jazz e foi uma coisa queme cativou logo porque é muito vasto, englobamuita coisa e traz muita flexibilidade. Permite-nos utilizar a criatividade ao máximo, dentrode certas regras como é óbvio, permitindo que

um músico se possa exprimir melhor. O incrível doJazz é que tem uma quanta parte de improvisação que ésobre a grelha da música, e sobre a grelha harmónica deuma canção nós podemos sempre fazer coisas dife-rentes.

Suzi — É aqui que quem gosta de se exprimiratravés da música se sente à vontade. Se é um dia que es-tou mais contente a improvisação vai soar mais festiva,mais alegre. Se é um dia em que estou mais triste a mi-nha improvisação vai soar mais para o Blues, mais notí-vaga.

Suzi – Quando descobri a im-provisação foi como darem-me asas.Foi como poder decidir: – ok, é issoque eu quero fazer… Dentro doJazz faz-se muita coisa, há o Jazzfusão, há o Jazz Clássico, os Stan-dards dos anos 50 e 60 e há o BossaNova, que é a parte que eu maisgosto.

Os projetos“Quero terminar o curso e que

isso me traga uma maior autonomia.Claro que penso em gravar um CD,mas é preciso financiamento e nãoestou preparada para isso, a trabalhare a estudar é complicado…

“A minha ideia é começar acompor as minhas próprias peças.Tanto escrevo Jazz como Fado e aminha ideia é concentrar-me nosoriginais”.

As próximas atuações de SuziSilva serão no dia 13 de junho, noFestival Portugal Internacional deMontreal, onde participará com oseu quarteto regular: Bruno Roy nabateria, Bernard Epaud na guitarra eRui Abreu no baixo, e a atuação nogrande espetáculo que é o FestivalInternacional de Percussões deMontreal

(http://www.percussions.ca/),cujo tema este ano é a “França”.Suzi Silva atuará no dia 10 de julhocom o “Bernard Epaud Quintet”num repertório de música francesacom temas de Edith Piaf, CharlesAznavour, Serge Gainsbourg eClaude Nougaro.

“Vai-se ouvir arranjos com mú-sica latina, Jazz, Swing, e alguns rit-mos africanos. Iremos igualmenteestar no Festival Internacional deMontreal com os meus músicos re-gulares e mais um baixista portuguêsque não costuma atuar connoscomas para esta ocasião achei por bemconvidá-lo”.

LP – O que é que as pessoasvão ouvir no dia 13 de junho?

Suzi – Como a apresentaçãonão será muito longa, vamos fazeruma pequena amostra StandardJazz, Bossa Nova e cançõesfrancesas, tudo em arranjo Jazz, queé o caminho por onde me estou adeixar levar.

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14h00: Actividades para crianças mascote do Festival18h00: Suzi Silva19h00: Paulo Filipe

19h30: Marta Raposo

20h00: Zé Perdigão

21h00: Michelle Madeira

PARADA DE PORTUGAL

E ESPETÁCULO DA LUSOFONIA12h00: 14h00:

Concurso de Karaoke 15h00:

Folclóricos De Montreal16h00:

Portugal VS Grecia

18h00: Lusofonia Sango One

Jully Freitas 21h00: Rui Bandeira

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12 JUNHO, 2015SEXTA-FEIRA

13 JUNHO, 2015SÁBADO

14JUNHO, 2015DOMINGO

NOITE LOUCA19h30: Mike Rita20h00: Shawn Desman22h00: DJ SOUZA

Parque de Portugal

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PAULO FILIPE

MIKERITA

DJSOUZA MICHELLE MADEIRA

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Página 134 de junho de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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SILVESTRE BARROSO1961 – 2015

Faleceu em Montreal, no dia 22de maio de 2015, com 54 anos de idade,Silvestre Barroso, natural de Montreal,sócio fundador dos restaurantes Le GrillBarroso.

Deixa na dor a sua mãe Ana Martins(falecido Alberto Barroso), os seus filhosJonathan (Anita), Raphaël, Alberto e Is-mael, o seu neto Joaquin, os/as irmãos/ãs Teresa, Ana Maria, Isabel, Manuel,Norberto e Heidi, seus/as cunhados/as,seus/as sobrinhos/as, assim como res-tantes familiares e amigos.Os serviços fúnebres estiveram a cargo:

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O velório teve lugar na quarta-feiradia 27 de maio de 2015, das 14h às 17h edas 19h às 22h, e na quinta-feira dia 28 demaio de 2015 a partir das 9h.

Seguiu-se a missa de corpo presente,na quinta-feira dia 28 de maio de 2015, às11h na Igreja Missão Nossa Senhora deÁfrica (antiga igreja St-Albert-Le-Grand),situada no 4550 Avenida d’Orléans (es-quina Av. Mont-Royal) em Montreal.

A família vem por este meio agra-decer a todas as pessoas que, de qualquerforma, se lhes associaram neste momen-to de dor. A todos o nosso obrigado pe-lo vosso conforto. Bem Hajam.

António RodriguesConseiller aux familles10 300, boul. Pie-IXMontréal (Québec) H1H 3Z1Général: 514 727-2847/1 888 727-2847Télécopieur: 514 322-2252Ligne directe : 514 727-2828, poste [email protected]

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Galeria de Arte 9 Séculos...Foi palco de apresentação do livro “Terra”

Telefone e fax: (514) 849-9966Alain Côté O. D.

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No passa-do dia 30 de maio (sá-bado), a Galeria deArte 9 Séculos emGuimarães serviu depalco para a apresen-tação do livro de poe-sia “Terra”, da autoriade Daniel Bastos.

A apresentaçãoda obra, uma ediçãobilingue em Portu-guês e Francês, foi re-alizada em parceriacom o mestre pintorOrlando Pompeu, ar-tista plástico que con-cebeu a ilustração dolivro, e que é detentorde uma carreira ímparque consta de cole-ções particulares e ofi-ciais em Portugal, Es-panha, França, Ale-manha, Inglaterra,Brasil, Estados Uni-dos, Japão e Dubai.

No decurso dasessão cultural, que seencheu de amigos econterrâneos do es-critor e historiadornatural do concelhode Fafe, o tradutorPaulo Teixeira, res-ponsável pela tradu-ção do livro, destacouo telurismo poéticoinspirado no apego àterra de Daniel Bas-tos, cujo percurso li-terário está intrinse-camente ligado às co-munidades lusófo-nas, assim como ofacto dos desenhosde Orlando Pompeu,concebidos a partirdos poemas, criaremuma simbiose entre alinguagem artística dapoesia e pintura.

Esta sessão cul-tural na galeria de arte– compras & vendasa retalho situada nocentro histórico dacidade que viu nascerPortugal, incluiu umaprova de vinho verdeespumante, promo-vida pelos VinhosNorte, um dos maio-res produtores nacio-nais de vinho verde,empresa que é um dosprincipais patrocina-dores do livro e quepassará a ter à vendana Galeria 9 Séculoso vinho verde espu-

mante Miogo.Refira-se que estão previstas ao longo dos

próximos meses novas apresentações oficiaisdo livro em território nacional, designada-mente na Livraria Ferin em Lisboa, e na LivrariaLello no Porto, duas das mais importantes li-vrarias portuguesas da atualidade, frequente-mente reconhecidas por diversas personali-dades e entidades como das mais belas livrariasdo mundo.

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Página 144 de junho de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

tava no sistema federal canadiano. Foi numaviagem de comboio para o Oeste que a suasconvicções federalistas começaram a periclitare, como muitos da sua geração, a sua opçãopolítica constitucional começou a mudar como evoluir da “Revolução Tranquila”.

A sua visão de um estado intervencionistapolítica e economicamente levaram-no a abra-çar definitivamente a causa da independênciado Quebeque e de se aliar a René Lévesquequando este fundou o Parti Québécois.

Participou em dois referendos sobre a in-dependência do Quebeque, no primeiro comoministro das Finanças e no segundo comoprimeiro-ministro.

No último referendo, em 1995, que per-deu por uns escassos milhares de votos, as su-as declarações sobre as causas da derrota – «odinheiro e o voto étnico» – perduram comouma mancha histórica na sua reputação e nomovimento independentista em geral.

Como resultado, afastou-se da vida políti-ca ativa, mas sempre continuou a militar, comocronista no Jornal de Montreal, e em todas astribunas a que era convidado, pela independên-cia do Quebeque.

As suas opiniões sempre tiveram um ecoacolhedor junta dos militantes independentis-tas e ele comentava assiduamente sobre a ges-tão do estado particularmente sob a direçãodo Parti Québécois – «Não é verdade que aspessoas vão aceitar embarcar num projeto polí-tico, numa direção da sociedade orientada porpessoas que têm o ar de não saber para ondevão, afirmou ele em setembro de 2014. A polí-tica faz-se com ideias claras. Não digo simplis-tas, digo claras».

Nos últimos anos começou a afastar-sedo próprio Parti Québécois, considerando queeste estava mais interessado no poder do queno objetivo de fazer a independência, indo aoponto de apoiar outro partido independentis-ta, a «Option Nationale», por o considerarmais conforme com as suas aspirações.

Pode-se ter gostado ou não deste monu-mento político que agora nos deixa, mas umacoisa é certa, o seu discurso sempre foi claro esem demagogias. O que ele queria era a inde-pendência e não uma «soberania-associação»

EDITORIAL...Cont. da pág. 1

ou soberania «tout-court» como ainda hojeos pequistas se comprazam em nomear a op-ção independentista, com o fito de evitar “me-ter medo” ao eleitorado.

Jacques Parizeau, era chamado muitas ve-zes, pela classe jornalística, como o «Monsieur»devido ao seu porte aristocrático imbuído dasua cultura britânica.

Já depois de ter deixado a política ativa,publicou vários livros, entre os quais «Pourun Québec souverain» em 1997, «Le Québecet la mondialisation: une bouteille à la mer?»em 1998 e «La souveraineté du Québec hier,aujourd’hui et demain» em 2009.

Em 2014 recebeu um doutoramento Ho-noris Causa da Universidade de Montreal comopreito pelos «seus méritos excecionais e a suacontribuição à sociedade das personagens no-táveis», como sublinhou na altura o reitor dauniversidade, Guy Breton.

Foto Jules Nadeau/LusoPresse.

BENFICA...Cont. da pág. 15

pois Paris, por exemplo, já foi palco de umdesses jogos, a verdade é que o Canadá já mere-cia uma atenção do género da parte de quemmanda no futebol e até na política do país... Ecomo agora está na moda os festivais de Portu-gal no âmbito do seu dia e Dia das Comuni-dades, porque não um Impacto x Benfica pararegalar... Fica a dica para os organizadores locais.

Sonhador?Olhem que não. A França, que até nem

tem muitos imigrantes na China, terá mais naTunísia, em Marrocos, talvez em Nova Iorque,no Gabão, já deambulou por todos estes paísespara disputar o seu «Troféu de Campeões»... Eno nosso caso? Canadá e Estados Unidos,como sempre, preteridos à Europa... Mas nãoé só no futebol... É também assim na Política,na Educação, na Cultura. É caso para dizer quenão há nada a fazer...

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MUNDIAL DE FUTEBOL FEMININO CANADÁ 2015

UMA COMPETIÇÃO FANTÁSTICA!• Por Norberto AGUIAR

OCampeonato do Mundo de Fute-bol Feminino Canadá 2015 está à porta, como jogo inaugural marcado já para sábado, noEstádio do Commonwealth, em Edmonton,Alberta. O pontapé de saída desta grande mara-tona que será este Mundial canadiano será dadoàs 16h00 de sábado próximo e oporá o Canadá,como país acolhedor, à China, uma das me-lhores equipas asiáticas. No mesmo dia e nomesmo estádio, defrontar-se-ão pelas 19h00 aHolanda e a Nova Zelândia.

Numa competição de alto valor futebolís-tico, que convidamos todos a visionar, querpresencialmente quer através da televisão, podedizer-se que as 24 equipas presentes – anteseram somente 16, sinal de que o futebol femi-nino a nível mundial tem evoluído muito –conquistaram o passaporte para este mundialde forma indiscutível, visto terem obtido resul-tados probantes nas suas respetivas zonas geo-gráficas.

É assim que temos as africanas da Costade Marfim, Camarões e Nigéria; as asiáticas doJapão (atual campeã mundial!), China, Tailândiae República da Coreia; as europeias da Holanda,Inglaterra, França, Noruega, Alemanha (cam-peã europeia), Suécia, Suíça e Espanha; as ame-ricanas do sul, do Brasil, Equador e Colômbia;as oceânicas da Austrália e Nova Zelândia; eagora na nossa área concacafiana, os EstadosUnidos, o México, a Costa Rica e, natural-mente, o Canadá, que também é, claro, o paísorganizador. De todas estas equipas, umas sãomais candidatas do que outras, como está bemde ver e compreender.

No papel de parentes pobres da prova,digamos assim, estão as formações africanas,com a Nigéria a ter uma palavra a dizer, nãofosse ela a campeã do seu africano continente.Depois veem as sul-americanas, excetuandoas do Brasil, que sem serem vistas como princi-pais candidatas ao cetro, fazem sempre partedo clube de onde pode sair a equipa campeã.Seguem-se-lhes as oceânicas, se bem que sesinta evolução tanto na Austrália como na No-va Zelândia.

Do continente asiático o que se pode dizeré que tem a campeã mundial: o Japão. A Chinaestá debilitada de algum tempo a esta parte. A

Coreia pode surpreender, sem contudo dar parase chegar à frente na prova. A Tailândia, grandesurpresa nesta competição, vem para aprenderpara daqui a quatro anos poder representar me-lhor o seu continente de origem.

Para o Canadá, país organizador e que ocu-pa o sétimo lugar a nível mundial, as maioresameaças à sua presença nos jogos finais (meias,de discussão do troféu e medalhas...) veem daEuropa, nomeadamente da Suécia, Noruega,mas sobretudo da França, e Inglaterra, duasnações a emergir no panorama do futebolmundial. De propósito não mencionamos aAlemanha, porque juntamente com os Esta-dos Unidos, cremos que é uma equipa de mais-valia.

É. O título de campeã mundial deste anodeve ser dirimido, mais uma vez, entre os Es-tados Unidos, que nas apostas desportivas es-tão na liderança, logo seguidos da Alemanha,Japão, França, Brasil e Inglaterra. De fora dei-xamos, de propósito, a formação canadiana,que até tem contas a ajustar com algumas adver-sárias... Esse ficar de fora não quer dizer quenão tenhamos em conta o seu valor; valor queaté achamos capaz de a levar longe, por exem-plo, até às meias-finais, quem sabe? Para isso épreciso um bocadinho de sorte... E evitar apressão de jogar em casa, onde tudo lhe podeser exigido...

Grupo de MontrealOs jogos do grupo «E», a disputar em

Montreal, começam no dia 9 de junho (terça-feira), com os embates Costa Rica x Espanha,às 16h00, e Brasil x Coreia, às 19h00. Já a se-gunda jornada disputa-se no sábado, dia 13 etem como programa Brasil x Espanha às 16h00e Coreia x Costa Rica às 19h00.

Os restantes jogos deste grupo e de todosos outros, aliás, podem ser consultados napágina internet da FIFA.com7Canada2015.

Cerimónia de aberturaA festa de abertura do Mundial é sábado,

antes do primeiro jogo Canadá x China, noEstádio Commonwealth, em Edmonton (Al-berta), e contará com nomes importantes domusic-hall canadiano, como Sarah McLachlane o duo Fegan et Sara. Outros 200 artistas parti-ciparão nas comemorações celebrando o or-gulho e os valores da nação canadiana. L P

Kadeisha Buchanan e a grande Christine Sinclair, que até mereceram honras deselo nacional, fazem promoção do Grupo de Montreal.

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Campeonato da Major League Soccer

Impacto sem emenda…• Por Norberto AGUIAR

Depois de duas vitórias consecutivasem casa, contra o Real Salt Lake (4-1) e o DallasFC (2-1), o Impacto foi a Chicago perder con-tra o Fire, e logo por 3-0, prolongando assimuma série de jogos fora sem vitórias que datado ano de 2013...

É verdade que o Impacto, no jogo de Chi-cago, logo se viu com falta de um homem, porexpulsão de Donadel, que em pouco tempode jogo, ainda não estava decorrida a primeiraparte, era expulso por ter já recebido dois car-tões amarelos... Verdade se diga que o médioitaliano, com experiências profissionais noNápoles e na Fiorentina – aqui até foi capitão–, mereceu bem a expulsão. De resto, aquelasfaltas, no cânone dos regulamentos até sãopara cartão vermelho... Mas com 11 ou com10, no jogo de sábado disputado na Cidadedos Ventos, o Impacto nunca poderia ter ga-nho. Primeiro, porque o Chicago Fire, treinadopelo canadiano Frank Yallop, estava com ganasde vencer aquela partida de forma a subir na ta-bela classificativa, visto os seus resultados noCampeonato não estarem conforme os seusdesígnios; e segundo, porque o Impacto nuncapareceu ser a equipa das vitórias diante dosamericanos do Real Salt Lake e do Dallas FC...Tudo junto, deu ideia de que os montrealensesforam a Chicago apenas para marcar presença.

Para se jogar na Major League Soccer em2015 é preciso ter muito gabarito. Cada vez asequipas se preparam melhor. Em termos téc-nicos, táticos e físicos. Quem não estiver emcondições ou pretender que pode jogar a meiogás, está condenado a ficar pelo caminho. Eisto serve para os jogadores individualmentecomo para as equipas no seu todo. No Im-pacto há quem possa estar nesta situação. Epela análise que já deixámos aqui nestas pági-

nas, não é difícil perceber quem são... Só quemnão quer ver é a equipa técnica dos azuis e pre-tos. Por muito mais tempo? É o que vamosver nas jornadas que se seguem, com mais doisjogos fora...

Com efeito, as duas próximas deslocaçõesdo Impacto são a Columbus para defrontar oCrew, uma formação atrevida, que corre os 90minutos e que é possuidora de excelentes exe-cutantes, como o médio Federico Higuain, oirmão do outro, e o africano Kei Kamara, nestemomento o melhor marcador do campeona-to, e a Nova Iorque, onde medirá forças como último classificado, o City, equipa que entroueste ano na liga mas que tem potencial para sebater no seu estádio contra qualquer adversário.De resto, este New York City tem bons joga-dores, como o internacional espanhol DavidVilla e o mundialista americano Dix Miske-rud... E para breve espera-se a chegada de FrankLampard, que aos 36 anos ainda fez esta época,agora finda na Europa, furor no ManchesterCity!

Porque o tempo voa, se o Impacto quiserarrepiar caminho em direção à fase final datemporada, esta é a altura de começar a ganharjogos em casa dos seus adversários, que sãoos que fazem a diferença para cima... Depois,claro, há que continuar a vencer os embatesno Estádio Saputo por que, senão, nada feito.

JOGOS REALIZADOS:Impacto x Dallas FC, 2-1Chicago Fire x Impacto, 3-0

PRÓXIMOS JOGOS:Impacto x Whitecaps – hoje, no momentoem que escrevemos este texto.Sábado, dia 6 de junhoColumbus x ImpactoSábado, dia 13 de junhoNew York City FC x Impacto. L P

No jogo de Chicago, entre o Fire e o Impacto, não poucas vezes Piatti se viuultrapassado por Shipp, jovem promessa do futebol norte-americano.

No Canadá este verão!

Benfica x Paris St-Germain em TorontoParis St-Germain x Olympique Lyonnais em Montreal

• Por Norberto AGUIAR

Soubemos, em primeira mão, que oBenfica, atual campeão de Portugal, jogará emToronto no dia 18 de julho, contra o Paris St-Germain, simultaneamente campeão e ven-cedor da Taça, em 2015, em França. O desafioestá aprazado para o Estádio BMO, casa doclube local, o Toronto FC.

Depois de dirimir forças com o Benfica, oParis St-Germain parte para os Estados Uni-dos, onde defrontará a Fiorentina (dia 21), oChelsea (dia 25) e o Manchester United (dia29).

Entretanto, de volta ao Canadá, o ParisSt-Germain, agora aterrará em Montreal paradisputar o título «Troféu dos Campeões», oequivalente da Supertaça em Portugal. Nessejogo, o seu adversário será o Olympique Lyon-nais do jovem guarda-redes luso-descendenteAntonny Lopes – está neste momento na Se-leção Nacional de Portugal que dentro de diasdefronta a Arménia para o Campeonato daEuropa, e a Itália em jogo amigável.

O jogo «Troféu dos Campeões» realiza-seàs 15h00 do dia 1 de agosto, no Estádio Saputo,em Montreal.

Depois da Federação Francesa de Futebolter marcado para Montreal jogo idêntico em

2009, quando se defrontaram o Girondins deBordeaux (campeão) e o Guingamp (vencedorda Taça, mesmo se disputava na altura a SegundaDivisão), com vitória do primeiro por 2-0, eisque em 2015 Montreal e os seus desportistasterão de novo a possibilidade de ver um jogodecisivo do panorama futebolístico francês elogo entre as suas duas melhores equipas: ParisSt-Germain, campeão e vencedor da Taça, e oLyon, segundo classificado.

Se bem que em Portugal quando o cam-peão também é vencedor da Taça, é o finalistadesta que obtém, por mérito próprio, o direitode disputar a Supertaça (no caso dos franceses«Trophée des Champions»), em França é o se-gundo classificado que tem essa premissa, daío confronto Paris St-Germain x OlynpiqueLyonnais. Um bom jogo em perspetiva, con-venhamos.

Só temos pena que uma destas equipas,ou as duas, pois claro, não possa disputar umsegundo jogo, que seria contra o Impacto, co-mo é óbvio. Seria uma ocasião ideal para ver onível de futebol que se pratica nesta cidade eneste país. Certamente que outras oportuni-dades aparecerão...

Voltando ao Benfica e a Portugal, paraquando Montreal – ou Toronto – receberá umjogo da Supertaça? Mesmo se não seria inédito,

Cont. na Pág. 14...

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