Vunesp 2007 - Conhecimentos...

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HUMANAS INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto a se- guir, que servirá de base para as respostas de questões de História, Geografia e Língua Portuguesa. Os Tratados com a Bolívia A Bolívia é uma espécie de Estado de Mi- nas da América do Sul; não tem comunicação com o mar. Quando a Standard Oil abriu lá os poços de petróleo de Santa Cruz de la Sier- ra, na direção de Corumbá de Mato Grosso, a desvantagem da situação interna da Bolívia tornou-se patente. Estava com petróleo, mui- to petróleo, mas não tinha porto por onde ex- portá-lo. Ocorreu então um fato que parece coisa de romance policial. Os poços de petróleo da Standard traba- lhavam sem cessar mas o petróleo que passa- va pelas portas aduaneiras bolivianas e paga- va a taxa estabelecida no contrato de conces- são era pouco. O boliviano desconfiou. “Aque- les poços não cessam de jorrar e o petróleo que paga taxa é tão escasso… Neste pau tem mel.” E tinha. A espionagem boliviana acabou descobrindo o truque: havia um oleoduto se- creto que subterraneamente passava por bai- xo das fronteiras e ia emergir na Argentina. A maior parte do petróleo boliviano escapava à taxação do governo e entrava livre no país vizinho. Um negócio maravilhoso. Ao descobrir a marosca, a Bolívia fez um barulho infernal e cassou todas as concessões de petróleo dadas à Standard Oil. Vitórias momentâneas sobre a Standard quantas a história não registra! Vitórias momentâneas. Meses depois um coronel ou general encabeça um pronunciamento político, derruba o go- verno e toma o poder. O primeiro ato do novo governo está claro que foi restaurar as con- cessões da Standard Oil cassadas pelo gover- no caído… Mas como resolver o problema da saída daquele petróleo fechado? De todas as solu- ções estudadas a melhor consistia no seguin- te: forçar o Brasil por meio dum tratado a ser o comprador do petróleo boliviano; esse petró- leo iria de Santa Cruz a Corumbá por uma estrada de ferro a construir-se e de Corumbá seguiria pela Estrada de Ferro Noroeste. Isto, provisoriamente. Mais tarde se construi- ria um oleoduto de La Sierra a Santos, Para- naguá ou outro porto brasileiro do Atlântico. Desse modo o petróleo boliviano abasteceria as necessidades do Brasil e também seria ex- portado por um porto do Brasil. Ótima a combinação, mas para que não viesse a falhar era indispensável que o Brasil não tirasse petróleo. Eis o segredo de tudo. A hostilidade oficial contra o petróleo brasileiro vem de grande número de elementos oficiais fazerem parte do grande grupo americano, boliviano e brasileiro que propugna essa solu- ção – maravilhosa para a Bolívia, desastro- síssima para nós. Os tratados que sobre a matéria o Brasil assinou com a Bolívia não foram comentados pelos jornais dos tempos; era assunto petró- leo e a Censura não admitia nenhuma refe- rência a petróleo nos jornais. A 25 de janeiro de 1938 foi assinado o tratado entre o Brasil e a Bolívia no qual se estabelecia o orçamento para a realização de estudos e trabalhos de petróleo no total de 1.500.000 dólares, dos quais o Brasil entrava com a metade, 750 mil dólares, hoje 15 milhões de cruzeiros. O Bra- sil entrava com esse dinheiro para estudos de petróleo na Bolívia, o mesmo Brasil oficial que levou sete anos para fornecer a Oscar Cordeiro uma sondinha de 500 metros… Um mês depois, a 25 de fevereiro de 1938, novo tratado entre os dois países, com estipulações para a construção duma estrada de ferro Corumbá a Santa Cruz de la Sierra; a benefício dessas obras em território bolivia- no o Brasil entrava com um milhão de libras ouro… O representante do Brasil para a formu- lação e execução dos dois tratados tem sido o Sr. Fleury da Rocha. Chega. Não quero nunca mais tocar nes- te assunto do petróleo. Amargurou-me doze

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HUMANASINSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto a se-guir, que servirá de base para as respostas dequestões de História, Geografia e LínguaPortuguesa.

Os Tratados com a Bolívia

A Bolívia é uma espécie de Estado de Mi-nas da América do Sul; não tem comunicaçãocom o mar. Quando a Standard Oil abriu láos poços de petróleo de Santa Cruz de la Sier-ra, na direção de Corumbá de Mato Grosso, adesvantagem da situação interna da Bolíviatornou-se patente. Estava com petróleo, mui-to petróleo, mas não tinha porto por onde ex-portá-lo. Ocorreu então um fato que parececoisa de romance policial.

Os poços de petróleo da Standard traba-lhavam sem cessar mas o petróleo que passa-va pelas portas aduaneiras bolivianas e paga-va a taxa estabelecida no contrato de conces-são era pouco. O boliviano desconfiou. “Aque-les poços não cessam de jorrar e o petróleoque paga taxa é tão escasso… Neste pau temmel.”

E tinha. A espionagem boliviana acaboudescobrindo o truque: havia um oleoduto se-creto que subterraneamente passava por bai-xo das fronteiras e ia emergir na Argentina.A maior parte do petróleo boliviano escapavaà taxação do governo e entrava livre no paísvizinho. Um negócio maravilhoso.

Ao descobrir a marosca, a Bolívia fez umbarulho infernal e cassou todas as concessõesde petróleo dadas à Standard Oil. Vitóriasmomentâneas sobre a Standard quantas ahistória não registra! Vitórias momentâneas.Meses depois um coronel ou general encabeçaum pronunciamento político, derruba o go-verno e toma o poder. O primeiro ato do novogoverno está claro que foi restaurar as con-cessões da Standard Oil cassadas pelo gover-no caído…

Mas como resolver o problema da saídadaquele petróleo fechado? De todas as solu-ções estudadas a melhor consistia no seguin-

te: forçar o Brasil por meio dum tratado a sero comprador do petróleo boliviano; esse petró-leo iria de Santa Cruz a Corumbá por umaestrada de ferro a construir-se e de Corumbáseguiria pela Estrada de Ferro Noroeste.Isto, provisoriamente. Mais tarde se construi-ria um oleoduto de La Sierra a Santos, Para-naguá ou outro porto brasileiro do Atlântico.Desse modo o petróleo boliviano abasteceriaas necessidades do Brasil e também seria ex-portado por um porto do Brasil.

Ótima a combinação, mas para que nãoviesse a falhar era indispensável que o Brasilnão tirasse petróleo. Eis o segredo de tudo. Ahostilidade oficial contra o petróleo brasileirovem de grande número de elementos oficiaisfazerem parte do grande grupo americano,boliviano e brasileiro que propugna essa solu-ção – maravilhosa para a Bolívia, desastro-síssima para nós.

Os tratados que sobre a matéria o Brasilassinou com a Bolívia não foram comentadospelos jornais dos tempos; era assunto petró-leo e a Censura não admitia nenhuma refe-rência a petróleo nos jornais. A 25 de janeirode 1938 foi assinado o tratado entre o Brasile a Bolívia no qual se estabelecia o orçamentopara a realização de estudos e trabalhos depetróleo no total de 1.500.000 dólares, dosquais o Brasil entrava com a metade, 750 mildólares, hoje 15 milhões de cruzeiros. O Bra-sil entrava com esse dinheiro para estudos depetróleo na Bolívia, o mesmo Brasil oficialque levou sete anos para fornecer a OscarCordeiro uma sondinha de 500 metros…

Um mês depois, a 25 de fevereiro de1938, novo tratado entre os dois países, comestipulações para a construção duma estradade ferro Corumbá a Santa Cruz de la Sierra;a benefício dessas obras em território bolivia-no o Brasil entrava com um milhão de librasouro…

O representante do Brasil para a formu-lação e execução dos dois tratados tem sido oSr. Fleury da Rocha.

Chega. Não quero nunca mais tocar nes-te assunto do petróleo. Amargurou-me doze

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anos de vida, levou-me à cadeia – mas issonão foi o pior. O pior foi a incoercível sensa-ção de repugnância que desde então passei asentir sempre que leio ou ouço a expressãoGoverno Brasileiro…

(José Bento Monteiro Lobato. Obras completas –volume 7. São Paulo: Editora Brasiliense,

1951, p.225-227.)

O texto descreve uma situação histórica emque imposições de grandes empresas capita-listas internacionais preponderam sobre inte-resses econômicos de algumas nações. O quediferencia este tipo de exploração, mais con-temporâneo, da dominação imperialista insti-tuída nos séculos XIX e XX na África e naÁsia?

Resposta

Uma importante diferença econômica entre oexemplo da Bolívia relatado pelo texto de Lobatoe a exploração da África e Ásia refere-se ao fatode que, mesmo sob inúmeros percalços, desde1825 existia um Estado politicamente organizado– o Alto Peru – que veio dar origem à Bolívia con-temporânea, enquanto que em boa parte de re-giões da Ásia e, sobretudo, na África, existiamáreas onde não havia um Estado politicamente or-ganizado – com comunidades tribais, muitas de-las rivais entre si. De uma certa forma, essa situa-ção propiciou aquilo que ficou conhecido, porexemplo, como partilha da África, entre as potên-cias e mesmo estados menores europeus (casode Portugal, por exemplo), que deram origem avárias colônias naquela região. Todavia, não épossível generalizar, tal como sugere a pergunta,pois, por exemplo, no caso da Índia e da China,de uma certa forma, foram preservadas no sécu-lo XIX as antigas organizações estatais e o queocorreu foi algo semelhante ao da Bolívia, ouseja, as potências – seja por intermédio das au-toridades públicas ou por intermédio dos empre-sários do setor privado – estabeleciam tratadosque eram claramente desvantajosos para os go-vernos locais e favoráveis às potências.No plano econômico, destaca-se, no caso do im-perialismo – sob um modelo de domínio direto noplano militar e político – que as atividades produti-vas eram organizadas pelas potências industriaisem função de suas necessidades em matérias-primas, e articulavam-se a interesses em merca-dos consumidores e no investimento de capitais

excedentes. No que diz respeito ao neocolonialis-mo, característico das relações internacionais nopós-Segunda Guerra Mundial, evidencia-se umprocesso canhestro de descolonização, que pre-serva um domínio indireto sobre as economias lo-cais, apoiando-se em governos subordinados eem empresas transnacionais, encarregadas dosprincipais gêneros exportáveis – geralmente asso-ciadas a elites locais. Por meio de tais mecanis-mos vinculavam-se as economias das novas "na-ções" à economia global, mantendo os lucros in-ternacionais num novo contexto de dependência.

A introdução no processo produtivo de má-quinas movidas por energia não-humana per-mitiu a produção em larga escala e multipli-cou as mercadorias em quantidade e em velo-cidade até então impensáveis. Antes de o pe-tróleo se tornar um dos produtos fundamen-tais para o mundo industrializado, qual era aprincipal fonte de energia utilizada na faseda primeira Revolução Industrial e quais assuas conseqüências para a organização dotrabalho e dos meios de comunicação?

Resposta

A principal fonte de energia utilizada na fase daPrimeira Revolução Industrial foi o carvão, insumoessencial (combustível) para a energia a vapor.O uso do vapor como forma de energia foi funda-mental para a organização do sistema fabril. Atéentão, prevalecia a produção artesanal: o produ-tor era proprietário dos instrumentos de produçãoe encarregava-se da produção desde a maté-ria-prima até o seu acabamento final.A utilização do vapor como forma de energia vol-tada para a produção determina a existência deum local – a fábrica – e de uma forma específicade organização das atividades produtivas conhe-cida como "divisão do trabalho", na qual cada tra-balhador responsabiliza-se por uma parte até oproduto final. Nesse contexto, o trabalhador sepa-ra-se dos instrumentos de produção. O regime deprodução artesanal não tem como competir com aprodução fabril. Restará ao artesão vender suaforça de trabalho para o proprietário da fábrica,generalizando-se, dessa maneira, as formas detrabalho assalariadas.Para além dos aspectos assinalados, o sistema fa-bril torna-se capaz de aumentar exponencialmentea produção em um ritmo e velocidade até entãodesconhecidos.

história 2

Questão 1

Questão 2

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Esse aspecto fazia com que aumentasse em pro-porção significativa a demanda por matérias-pri-mas e demais insumos industriais, o que desde jáobrigava a estabelecer vias de comunicação rápi-das entre as regiões produtoras de matérias-pri-mas e insumos aos centros industriais – o mesmose dava quanto ao escoamento dos produtosacabados para os centros de consumo. Poressa via, a Revolução Industrial engendrou tam-bém uma verdadeira revolução nas formas decomunicação, que precisavam articular fontesde matérias-primas e de insumos aos centrosindustriais, e destes, aos centros de consumo.Abrem-se canais fluviais e marítimos, estradasde rodagem, e, no começo do século XIX, pas-sa-se a utilizar a energia a vapor para os trans-portes, com o estabelecimento de ferrovias enavegação fluvial, de cabotagem e interoceâni-ca a vapor.

A figura expressa a campanha “o petróleo énosso”, que agitou a política brasileira noinício dos anos cinqüenta do século passa-do.

Analise a caricatura e indique a soluçãodada à questão pelo governo brasileiro em1953.

Resposta

Análise da caricatura:Principal personagem – um homem grande e for-te, representando o Brasil, empunha um macha-do, instrumento da nação na defesa de seus inte-resses (monopólio estatal), para cortar o braçoque se insinua vindo do norte (Standard Oil), a fimde se aproveitar do petróleo que jorra por meio deuma caneca (Petrobras).Podemos interpretá-la como sendo o Brasil aromper a exploração estrangeira, que se mani-festa através da Petrobras.

Comentário (solução adotada):Em meio aos acalorados debates do início dosanos 1950, relacionados à instalação da petroquí-mica no Brasil, delineou-se a criação de uma em-presa – a Petrobras – para encarregar-se dessaatividade. Contudo, a polêmica permanecia quan-to à participação do capital estrangeiro no setor.Atendendo ao forte movimento nacionalista deopinião pública, a lei nº 2.004 (03.10.1953) esta-beleceu o monopólio estatal do petróleo, vistocomo único instrumento capaz de impedir a explo-ração estrangeira desse recurso estratégico parao desenvolvimento nacional.

Monteiro Lobato escreveu que “a Censuranão admitia nenhuma referência a petróleonos jornais”. Caracterize o regime político en-tão vigente no país e os métodos utilizadospara o controle da informação.

Resposta

Na época era vigente o Estado Novo (1937-1945),cujo governo era exercido por Getúlio Vargas.Com um golpe de Estado, Vargas assumira o po-der e outorgara uma nova Constituição (1937).Essa Constituição, inspirada no nazifascismo eu-ropeu, instaurava um regime político autoritário ecentralizado que concentrava poderes na figurado presidente da República. Foram abolidos ospartidos políticos e instaurou-se a censura por in-termédio do DIP (Departamento de Imprensa ePropaganda). Esse órgão exercia o controle so-bre os meios de comunicação e a divulgação dasações do governo, de forma a engrandecê-lo eforjar uma opinião pública favorável ao poder vi-gente.

história 3

Questão 3

Questão 4

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Observe a propaganda seguinte.

Relacione a propaganda com as transformaçõesocorridas no processo de industrialização im-plementadas a partir do governo de JuscelinoKubitschek (1956-1961) e destaque os ele-mentos da figura que estão em sintonia comas mesmas.

Resposta

Juscelino Kubitschek governou o Brasil no perío-do situado entre os anos de 1956 e 1961. Nestafase o país passou por grande crescimento eco-nômico, caracterizado pela elaboração do Planode Metas. Com base no plano, o governo faria in-vestimentos em infra-estrutura (transporte e ener-gia), buscando atrair capitais estrangeiros, ofere-cendo mão-de-obra barata e amplo mercado con-sumidor, destacando-se, nesse contexto, a pre-sença da indústria automobilística. Na figura, po-demos observar que, em sintonia com as transfor-mações ocorridas no período, estão presentes es-tradas de rodagem e o automóvel Volkswagen,uma das empresas automobilísticas instaladas noBrasil naquela época.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, acusou,no último mês de maio, o Estado brasileiro deter adquirido o Acre em troca de “um cavalo”.A área foi incorporada ao Brasil em 1903 como Tratado de Petrópolis. Em que circunstân-cias se deu esta incorporação e que significa-do econômico tinha a região naquele momen-to?

Resposta

A região destaca-se como economicamente im-portante dentro do chamado "ciclo da borracha"(1870-1910), no qual foi ocupada por milhares demigrantes nordestinos, fugindo da seca. Tal fatolevou a conflitos entre a população brasileira e asautoridades bolivianas. O resultado foi a incorpo-ração do Acre ao Brasil durante o governo do pre-sidente Rodrigues Alves (1902-1906), com a atua-ção do ministro das Relações Exteriores, José Ma-ria da Silva Paranhos Júnior (Barão do Rio Bran-co). Em 1903, foi firmado com a Bolívia o Tratadode Petrópolis, que anexava o Acre (antes bolivia-no); em contrapartida, o governo brasileiro pagavauma indenização e se comprometia a construiruma estrada de ferro, a Madeira–Mamoré.

Um dos mais antigos registros escritos conhe-cidos surgiu no Egito. A região foi tambémberço do Estado e da diferenciação social.Escrever requeria anos de aprendizado e ape-nas alguns poucos, como os escribas, dedica-vam-se a essa tarefa. Nos dias atuais, o con-ceito de analfabetismo mudou. A Unesco ado-ta a noção de analfabeto funcional: pessoa ca-paz de escrever e de ler frases simples, masque não consegue usar informações escritaspara satisfazer suas necessidades diárias epara desenvolver seu conhecimento. Expliquepara que servia a escrita no Egito antigo e re-lacione o conceito contemporâneo de analfa-betismo com a idéia de exclusão social.

Resposta

O Egito Antigo era um estado teocrático; todo opoder estava centralizado nas mãos do faraó. Ogoverno era o senhor das terras, organizando otrabalho dos agricultores, que deveriam dedi-car-se à construção de canais, diques e sistemasde irrigação, além de templos e palácios. A escritatorna-se um elemento importante para que o faraóe os escribas controlassem o conjunto da popula-ção, organizando o trabalho e definindo a cobran-ça dos impostos. A escrita era utilizada, ainda, nadefinição do calendário que estabelecia os mo-mentos de plantio e colheita da safra; além de es-tar presente em inúmeros artefatos e espaços,ajudando a expressar os valores do governo e dareligião.Atualmente, o conceito de analfabeto funcional re-ferido no enunciado revela importância pelo fato

história 4

Questão 5

Questão 6

Questão 7

Hvune07h.prnF:\Vestibular-2007\Vunesp07\Hvune07h\Hvune07h.vpsegunda-feira, 18 de dezembro de 2006 21:30:14

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de que o domínio da escrita num nível básico nãoé suficiente para o dia-a-dia, pois as aceleradastransformações tecnológicas e as enormes quan-tidades de informações difundidas pelos meios decomunicação exigem que a pessoa desenvolva acapacidade de analisar, compreender, interpretare relacionar todos os dados disponíveis; dessaforma, torna-se extremamente importante um co-nhecimento aprofundado da escrita para garantiro acesso às melhores funções e empregos ofere-cidos no mercado de trabalho, e, enfim, ao exercí-cio pleno da cidadania.

O crescimento demográfico na Europa medie-val, a partir do século XII, provocou a des-truição de milhares de hectares de florestas.Atualmente, surgiu a noção de Endemismo:nome que se aplica a espécies animais e vege-tais que ocorrem apenas num determinadolugar. Por exemplo, 80% das espécies de Ma-dagascar são endêmicas e esta ilha africanaestá passando por grande devastação flores-tal. A capacidade de intervenção das socieda-des humanas sobre o meio ambiente alte-rou-se profundamente desde a Idade Média.Explique as causas desta alteração e suasconseqüências para a vida do planeta.

Resposta

O enunciado da questão abrange um longo perío-do correspondente à formação e expansão do sis-tema capitalista, em que se destacam momentosde transformação mais intensa, como o Renasci-mento Comercial nos séculos XII-XIII, a Revolu-ção Industrial na Inglaterra no século XVIII, a ex-pansão da indústria no século XIX e a RevoluçãoTecnológica na segunda metade do século XX.O período em questão caracteriza-se pelo aumen-to de forma contínua e exponencial da capacida-de de intervenção socioeconômica em relação aomeio ambiente natural, devido ao desenvolvimen-to e à expansão das transformações e inovaçõestecnológicas, ao crescimento populacional e urba-no e à expansão das atividades agropecuárias,extrativistas e industriais.Dentre as principais conseqüências, podemosdestacar a diminuição das áreas anecúmenas, adestruição de biomas, da biodiversidade, transfor-mação do ecossistema, poluição dos oceanos emares, contaminação dos recursos hídricos (deágua doce), poluição atmosférica, sonora e visual,principalmente nas áreas de maior concentraçãourbana.

Recusando a Humanidade àqueles que pare-cem ser os mais “selvagens” ou “bárbaros”,emprestamos uma [das] atitudes típicas [dabarbárie]. O bárbaro é, antes de tudo, o ho-mem que acredita na barbárie.

(Levi-Strauss. Raça e história. 1952.)

O texto apresenta um ponto de vista etnológi-co geralmente definido como “relativismo cul-tural”. A partir desta definição, explique aação dos europeus sobre os povos americanosno período da colonização do Novo Mundo.

Resposta

Para além das razões econômicas e políticas quemotivaram a ação dos europeus sobre os povosamericanos no período da colonização do NovoMundo, é possível assinalar e destacar outras di-mensões, que podem ser caracterizadas comoideológicas e culturais.Naquele momento, o Ocidente europeu passavapor um importante processo de transformaçõesque assinalam a passagem da Idade Média para oinício dos Tempos Modernos. Entre essas transfor-mações destacam-se o movimento intelectual co-nhecido como Renascimento e, no plano religioso,a Reforma.Nesse contexto, os pensadores do Renascimentoconsideravam-se herdeiros da cultura clássicagreco-romana; contestavam os argumentos deautoridade até então impostos pela Igreja e colo-cavam a si mesmos como o centro das preocupa-ções, como portadores de um saber que desquali-ficava todos aqueles que ficavam fora dos parâ-metros por eles estabelecidos – a Europa Ociden-tal pensava-se como portadora da civilização e o"outro", em contrapartida, era a "barbárie".A contestação aos argumentos de autoridade veiotambém a repercutir no interior do pensamento re-ligioso – a Igreja Católica perdia o monopólio dosaber e da religiosidade – a livre interpretaçãodos textos sagrados viria a dar um grande impul-so à Reforma.Nesse contexto, a quebra da unidade no seio docristianismo viria exacerbar o zelo religioso.É no interior dessa moldura marcada pelo Renas-cimento e pela Reforma que os europeus chegamao Novo Mundo.As culturas dos povos americanos chocam os eu-ropeus, que se sentem imbuídos de uma duplamissão: "civilizar" os "selvagens" e convertê-losao cristianismo.

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Questão 8

Questão 9

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As resistências dos povos americanos a taisações foram duramente reprimidas sob os maisvariados pretextos. Ao final do processo, che-gou-se à descaracterização e mesmo à destrui-ção de várias culturas locais em favor do "modelocivilizatório" europeu.

Observe a tabela, cujos dados referem-se aoBrasil do ano de 2001.

Região% doPIB

% da popu-lação

Renda anualmédia porhabitante,em reais

SudesteSulCentro-OesteNorteNordeste

57,117,0

7,24,8

13,1

43,515,1

7,05,6

28,6

3.961,003.570,003.087,001.833,001.384,00

(Cités Unies France, Dossier Brésil. Adaptado.)

Como a história pode colaborar para explicaras diferenças da distribuição de riquezas en-tre as regiões sudeste e nordeste do Brasil?

Resposta

Os dados da tabela permitem observar que o Su-deste apresenta uma notável diferença em rela-

ção às demais regiões no que se refere à concen-tração de riqueza e de população, além de umarenda per capita maior. O estudo da História podecolaborar para explicar tais diferenças da seguintemaneira:O Nordeste está relacionado, durante o PeríodoColonial e também no século XIX, à economiaagrário-exportadora, principalmente à produçãodo açúcar de cana, caracterizada pelo latifúndio,pela monocultura e pelo trabalho escravo. Já oSudeste ganha importância a partir do século XVIIIdevido principalmente à mineração, que contribuiupara a formação de um mercado interno e aumen-to da importância da cidade portuária do Rio deJaneiro. No século XIX, o Sudeste se destaca de-vido à expansão da cafeicultura; se por um ladoesta também se caracterizava pela monoculturade exportação e pelo latifúndio, elementos quecolaboraram para a concentração de riqueza e adesigualdade social, por outro lado acabou mo-dernizando o sistema de transportes e comunica-ções, além de difundir o trabalho livre.No século XX, enquanto o Nordeste amargava osefeitos do declínio da economia agrário-exporta-dora, o Sudeste consolidou sua condição de eixoeconômico do país graças à expansão da indús-tria. A partir de então, o Sudeste passou a con-centrar fábricas, bancos, serviços e mão-de-obranuma tal dimensão que sua importância na eco-nomia do país passou a ser muito maior do que ade qualquer outra região.

história 6

Questão 10

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Explique, geograficamente, a afirmação deMonteiro Lobato: “A Bolívia é uma espécie deEstado de Minas da América do Sul”, desta-cando a implicação econômica desta realida-de.

Resposta

A afirmação de Monteiro Lobato baseia-se nasseguintes características comuns ao Estado deMinas Gerais em relação ao Brasil e à Bolívia emrelação à América do Sul: apresentar um territóriomediterrâneo (sem saída para o mar); ser umaeconomia importante, mas não central; ter nabase de sua economia os recursos naturais, entreoutros.

Monteiro Lobato destacou a importância dosmeios de transporte para solucionar a ques-tão do escoamento de um importante recursonatural boliviano. Observe o esquema, ondeestão representados dois tipos de transporte.

(Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro. IBGE,2002. Adaptado.)

Considerando a situação atual, comente se assoluções relatadas por Monteiro Lobato fo-ram confirmadas, tanto no que se refere aotipo de transporte como em relação ao recur-so natural.

Resposta

A partir do 5º parágrafo do texto, podemos afirmarque, em relação ao meio de transporte, na atuali-dade o gás natural não é transportado por ferro-via, e sim por transporte ductoviário (gasoduto) e,em relação ao recurso natural, temos um combus-tível fóssil, porém, não é o petróleo, mas o gásnatural.

O texto de Monteiro Lobato descreve umacordo através do qual o Brasil investiria re-cursos para “a realização de estudos e traba-lhos de petróleo” na Bolívia. Quinze anos de-pois, em 1954, a Petrobrás iniciou suas ativi-dades de prospecção em território brasileiro.Observe o esquema.

(Petrobrás, 2006.)

Descreva a evolução da produção de petróleono Brasil, destacando as duas causas que aimpulsionaram.

Resposta

De 1954 a 2006 (1º semestre), temos um aumen-to contínuo da produção, partindo da dependênciapara a auto-suficiência do ponto de vista da rela-ção produção-consumo. Dentre as causas pode-mos destacar: o intenso investimento do Estadono setor petrolífero em tecnologia e infra-estruturae a descoberta de importantes jazidas localizadasna plataforma continental brasileira.

Recentemente, o mundo assistiu a uma criseentre os governos do Brasil e da Bolívia emtorno do gás natural, recurso energético con-siderado um dos substitutos mais viáveis ao

Questão 11

Questão 12

Questão 13

Questão 14

Hvune07g.prnF:\Vestibular-2007\Vunesp07\Hvune07g\Hvune07g.vpsegunda-feira, 18 de dezembro de 2006 20:41:57

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petróleo. Entretanto, esta crise é uma ten-dência mundial, uma vez que 66% da produ-ção de gás natural concentram-se em apenascinco países: Rússia (27,8%), Irã (15,6%), Ca-tar (15,1%), Arábia Saudita (3,9%) e Emira-dos Árabes (3,5%).Observe o gráfico.

(Energy Information Administration, 2005.)

Considerando as previsões de aumento deconsumo mundial de gás natural, que conse-qüências poderão advir nos próximos vinteanos, em termos geopolíticos?

Resposta

Entre as principais conseqüências, temos: a inten-sa dependência em relação ao fornecimento degás natural, cujas reservas estão concentradasnas regiões do Oriente Médio e do Cáucaso, naRússia; e a grande instabilidade em relação à pro-dução, à oferta e ao preço, pois as principais re-servas encontram-se em áreas de intensa instabi-lidade geopolítica.

As reservas brasileiras de gás natural so-mam 297 bilhões de m3. Observe os gráficos,que representam a origem do volume de gásnatural utilizado no Brasil e o destino destaprodução em 2005.

(Abegás e ANP, 2005.)

Qual é a importância da importação de gásnatural para o Brasil e por que o consumoestá concentrado em poucas regiões?

Resposta

A importância está relacionada à diminuição dadependência em relação ao petróleo e à diversifi-cação e complementação da matriz energética dopaís.A concentração ocorre em áreas do Centro-Sul dopaís, que se destacam pelo desenvolvimento eco-nômico, pela concentração do mercado consumi-dor e pela melhor infra-estrutura de transporte edistribuição.

O conceito de analfabetismo sofreu mudan-ças desde a Antiguidade até os dias atuais.No Brasil, os valores da taxa de analfabetis-mo decresceram de 54,5% em 1940 para13,3% em 1999. Os resultados da PesquisaNacional por Amostra de Domicílios (PNAD)permitem comparar a situação de homens emulheres no aspecto educacional e no nívelde ocupação, no período 1992 a 2004. Obser-ve os gráficos.

geografia 2

Questão 15

29%Bolívia

69%Brasil69%Brasil69%Brasil

2% Argentina

ORIGEM DO GÁS NATURAL CONSUMIDONO BRASIL

43%Região Sul

53%São Paulo

53%São Paulo

53%São Paulo

4% Mato Grosso do Sul

CONSUMO DO GÁS NATURAL NO BRASIL

Questão 16

Hvune07g.prnF:\Vestibular-2007\Vunesp07\Hvune07g\Hvune07g.vpsegunda-feira, 18 de dezembro de 2006 20:41:59

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(IBGE, 2005.)

(IBGE, 2005.)

Descreva o comportamento das curvas relati-vas ao sexo feminino nos dois indicadoresconsiderados.

Resposta

Em relação à educação, no período considera-do, a participação da mulher aumentou e semanteve superior à do homem.Enquanto em relação ao emprego, embora ve-nham aumentando a sua participação, as mulhe-res continuam com um percentual inferior à médianacional e ao dos homens.

De acordo com o conceito de endemia e consi-derando a localização dos focos, a ocorrênciade gripe aviária é, ainda, a de uma doença emsituação endêmica. Analise as informações doesquema, onde estão implícitos três importan-tes conceitos geográficos, relacionando-os aomapa de focos de gripe aviária em 2005.

OMS, 2005.

Quais são os conceitos geográficos contidos noesquema e de que maneira poderão contribuirpara que a gripe aviária se transforme numapandemia, caso seja comprovado, cientifica-mente, que o vírus H5N1 sofra mutações epossa ser transmitido diretamente entre osseres humanos?

Resposta

Os três conceitos geográficos contidos no esque-ma são:• O crescimento da população mundial;• A urbanização com o aumento das megacida-des;• O desenvolvimento tecnológico dos meios detransportes reduzindo a relação espaço-tempo.Caso ocorra a transmissão direta do vírus entreseres humanos, poderíamos fazer a seguinte rela-ção: o crescimento da população mundial, a aglo-meração de populações nas cidades, principal-mente nas metrópoles e megacidades, e a rapi-dez dos meios de transportes são fatores que fa-cilitariam o contágio entre humanos e transforma-riam a gripe aviária numa pandemia.

As expressões “selvagens”, “bárbaros” ou“inferiores”, em um mundo interligado porcomunicações instantâneas e pela intensifi-cação do comércio global, têm sido utiliza-das para justificar a intolerância étnico-cul-tural e religiosa e como pretexto para inter-venções bélicas dominadoras. Observe omapa.

geografia 3

Questão 17

Questão 18

Hvune07g.prnF:\Vestibular-2007\Vunesp07\Hvune07g\Hvune07g.vpsegunda-feira, 18 de dezembro de 2006 20:42:03

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(H.C.Garcia e T.M.Garavello, Geografia dos conti-nentes–Ásia. São Paulo, Scipione, 1997. Adaptado.)

Identifique a questão geopolítica que perdurapor seis décadas, discorrendo sobre suas cau-sas.

Resposta

A questão geopolítica é o conflito árabe-israelen-se em relação à região da Palestina dentro doOriente Médio.Entre os principais fatores causadores e intensifi-cadores do conflito, temos a disputa pelo domíniopolítico-territorial da Palestina por duas comunida-des (árabe e judaica) que vislumbravam a forma-ção dos seus respectivos Estados Nacionais naregião, pela importância cultural, histórica e reli-giosa que esta tem para ambas. Tal conflito in-tensificou-se com a formação do Estado de Israelem 1948 e posterior ocupação dos territórios daCisjordânia e da Faixa de Gaza (territórios pales-tinos) por Israel na Guerra dos Seis Dias (1967),consolidando os palestinos como um povo apá-trida. Nos dias atuais, a tensão aumentou e apossibilidade de um acordo entre israelenses epalestinos diminuiu, devido, principalmente, aocrescimento e fortalecimento dos fundamentalis-mos religiosos (islâmico e judaico), à questão dostatus de Jerusalém e à posição de apoio a Israelda política externa dos Estados Unidos na região.

Os gráficos 1, 2, 3 e 4 refletem a situação con-temporânea das regiões brasileiras quantoaos índices demográficos e socioeconômicos.

(PNAD/IBGE, 2004.)

(IBGE, 2004.)

(IBGE, 2004.)

(IBGE, 2004.)

Compare os dados, destacando o processogeográfico que explica os resultados econômi-cos atuais apresentados pelas regiões Norte eCentro-Oeste.

geografia 4

Questão 19

Hvune07g.prnF:\Vestibular-2007\Vunesp07\Hvune07g\Hvune07g.vpsegunda-feira, 18 de dezembro de 2006 20:42:07

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Resposta

As regiões Norte e Centro-Oeste, embora estejamentre as menores participações percentuais emrelação ao total da população brasileira, à partici-pação na formação do Produto Interno Bruto (PIB)e também ao total de investimentos do país em2004, apresentaram os maiores crescimentos do

PIB no período de 1985 a 2003. Isso decorre so-bretudo da expansão das fronteiras agropecuáriase da ampliação de projetos minerais, o que levoutambém a uma ampliação da infra-estrutura (trans-porte e energia), além de um maior desenvolvi-mento da Zona Franca de Manaus (no caso da re-gião Norte).

geografia 5

Hvune07g.prnF:\Vestibular-2007\Vunesp07\Hvune07g\Hvune07g.vpsegunda-feira, 18 de dezembro de 2006 20:42:08

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INSTRUÇÃO: As questões de números 20 a25 tomam por base o mesmo texto utilizadopara as questões de História e Geografia,Os Tratados com a Bolívia, de Monteiro Lo-bato (1882-1948).

No primeiro período do segundo parágrafo deOs Tratados com a Bolívia, ocorre a ausênciada vírgula entre uma oração coordenada sin-dética adversativa e a anterior, o que contra-ria o uso comum. Releia o período com aten-ção e reescreva-o, colocando a vírgula ondeseria empregada normalmente.

Resposta

Reescrevendo:Os poços de petróleo da Standard trabalhavamsem cessar , mas o petróleo que passava pelasportas aduaneiras bolivianas e pagava a taxa es-tabelecida no contrato de concessão era pouco.

No quarto parágrafo, o autor poderia ter es-crito “Quantas vitórias momentâneas sobre aStandard a história não registra!”, mas prefe-riu inverter a ordem, escrevendo “Vitóriasmomentâneas sobre a Standard quantas ahistória não registra!”. Examinando atenta-mente o parágrafo, responda: ao colocar “vitó-rias momentâneas” no início da frase, o quepretendeu enfatizar o escritor sobre os fatosque descreveu?

Resposta

Ao colocar a expressão no início da frase, Lobatochamou a atenção do leitor para ela. O escritorquis pôr em destaque o fato de as vitórias seremtão-somente momentâneas, efêmeras, pois que,logo a seguir, a vitória contra a potência nor-te-americana se desfazia.

Muitas vezes, nos seus textos, os escritoresconseguem comunicar de modo indireto, figu-rado, conteúdos que, caso referidos pelas pa-lavras correspondentes, poderiam ser consi-derados chocantes, agressivos. Levando emconsideração esse fato, determine o que querdizer Monteiro Lobato, no último parágrafode seu texto, ao relacionar as expressões“sensação de repugnância” e “Governo Brasi-leiro”.

Resposta

Com as expressões "sensação de repugnância" e"Governo Brasileiro", Monteiro Lobato demonstrasua aversão à falta de autoridade e de nacionalis-mo do governo da época no tocante à questão daexploração do petróleo.O Brasil saiu com nítido prejuízo das negociaçõescom o país vizinho – a Bolívia – e com a compa-nhia norte-americana do grupo Rockfeller – aStandard Oil – o que demonstrou a falta de pulsofirme de quem estava no comando do País.

O emprego de aumentativos e diminutivosnem sempre tem o objetivo de indicar tama-nho, mas, muitas vezes, traduz impressõesafetivas do falante ou escritor, como tambémintenções de debochar, ironizar, criticar oudestacar aspectos pejorativos. Baseado nessainformação, aponte o que quer dizer o escri-tor, no sétimo parágrafo, com o emprego dosubstantivo “sondinha”.

Resposta

Monteiro Lobato utilizou-se do diminutivo para criarum efeito irônico. Em função da vultosa quantia edo curto tempo despendido pelo governo no casodo petróleo boliviano, os sete anos que foram ne-cessários para que Oscar Cordeiro conseguisseapoio para suas pesquisas tornou-se ridículo. Ouseja, as tentativas nacionais sucumbiram a inte-resses internacionais e financeiros.

Questão 20

Questão 21

Questão 22

Questão 23

Hvune07p.prnF:\Vestibular-2007\Vunesp07\Hvune07p\Hvune07p.vpsegunda-feira, 18 de dezembro de 2006 19:39:52

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Tendo em consideração o que prescreve o atualsistema ortográfico para o uso de iniciaismaiúsculas, leia atentamente o sétimoparágrafo e, em seguida, aponte a razão pelaqual a palavra “censura” aparece escrita cominicial maiúscula.

Resposta

O substantivo comum "censura", ao ser grafadocom maiúscula, adquire valor de substantivo pró-prio, designando especificamente a ação exercidapelo governo, vigiando e controlando o noticiáriojornalístico.

Monteiro Lobato criou um espaço duplo entreo último parágrafo e o restante do texto, para

caracterizar tal parágrafo como um adendo,como uma manifestação emocionada ante asrevelações que acabava de fazer. Releia o úl-timo parágrafo e identifique as marcas gra-maticais dessa manifestação pessoal do autornas flexões de alguns verbos e no emprego depronomes.

Resposta

No último parágrafo, o autor:• distancia-se dos fatos comentados, passando ausar certos verbos no presente (quero, leio,ouço), marcando o momento da escritura (emoposição ao tempo dos fatos comentados, o pas-sado).• dá um caráter pessoal ao problema discutido,usando pronomes pessoais da 1ª pessoa do sin-gular: amargurou-me/levou-me.

português 2

Questão 24

Questão 25

Hvune07p.prnF:\Vestibular-2007\Vunesp07\Hvune07p\Hvune07p.vpsegunda-feira, 18 de dezembro de 2006 19:39:54

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grÆfico-humanas.prnF:\Vestibular-2007\Vunesp07\Hvune07h\grÆfico-humanas.vpsegunda-feira, 18 de dezembro de 2006 20:49:40

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História – uma prova exigente

Comparada à prova do ano passado, esta prova apresentou um grau maior de dificul-dade. Questões com enunciados extensos, algumas delas abertas, exigiam do candida-to, para além do domínio do conteúdo, hábitos de leitura e domínio de vocabulário. Pre-dominaram questões sobre a história contemporânea.No conjunto, foi uma prova bem elaborada, bem como foi significativa a preocupaçãocom a interdisciplinaridade.

Geografia – uma prova inteligente e trabalhosa

Uma prova excelente e interdisciplinar que exigia um ótimo nível de conhecimento detemas geográficos e uma ótima capacidade de interpretar e analisar gráficos, tabelas,textos e mapas, além da capacidade de pôr no papel respostas diretas e completas, ouseja, saber responder a uma pergunta dissertativa.

Português – sem perda de tempo

Com apenas seis questões de complexidade básica, a VUNESP realizou um exameque primou pela clareza e concisão.Convém lembrar que um mesmo texto serviu de base para as questões de História,Geografia e Português.

A resolução da prova de Língua

Portuguesa estará disponível amanhã

no site www.etapa.com.br

e nas unidades do Etapa.

comentÆrio-humanas.prnF:\Vestibular-2007\Vunesp07\Hvune07h\comentÆrio-humanas.vpsegunda-feira, 18 de dezembro de 2006 21:33:17

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