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¦w Anno Iü. Quinta-feira, 31 de Outubro de 1867. N. 661 ¦ fe II ' fll I k H fe Hi WB HB fl fe \^K ^H W^M m MB| I |H flB^M '^fe^^V II ^1 ^B DES.PAUL0 (1APITAL Anno . Semestre. Trimestre 1 i, As assignaturas, pagas adiantadas, abreinée ein qualquer dia e iinalisão em 120000Janeiro, Abril, Julho e Outubro.—-SubÈreve-se na rua Direita n.° Anno . 6 $000,'Semestre 3Í000EDITOR—Capitão F*aulo D4|fino da FonsecaTrimestre PARA. FORA 15$000 7$500 4$000 EXTERIOR INotioias da Europa Os jornaes francezes da ultima quinzena preoccupão-se muito com a questão romana. A opinião publica manifestou-se em favor do papado e o governo tomou a si a gloriosa tarefa de proteger a cidade santa. 0 bispo de Orleans dirigio uma carta á M. Rattazi em que lhe pede contas da culpavel coitnivencia do governo italiano nos planos de Garibaldi. Como, exclama o santo prela- do, consentis que um homem organise no ter- ritorio italiano expedições militares contra um Estado, cuja independência a Itália não proraelteu respeitar como até defender ? Em resposta á esta carta, lê-se na Presse uma declaração da Gaacta Official do reino da Itália, em que o ministério procura justiíi- car-se de sua cumplicidade. Eil-a: "0 ministério tem seguido .com attenção a grande agitação que debaixo dos auspícios do nome glorioso de Roma, tentava inipellir o paiz a violar as eslipulações intemacionaes estabelecidas pelo voto do parlamento e pela honra na nação. O ministério via com dôr os prejuízos que taes excitações trazião á tranquillidade do Es- tado, á nosso credito e ás operações financei- ras de que dependem o bem-ser e fortuna do paiz. Elle tem respeitado, até o presente, os dj- reitos de todos os cidadãos. Mas agora que em desprezo dos direitos se quer traduzir as ameaças em factos, o ministério sente que é de seu dever pôr em segurança a coiiliahça publica e salva-guardar a soberania da lei. Fiel ás declarações que fez no parlamento, e que o parlamento aceitou, cumprirá este de- ver até o fim. N'um Estado livre nenhum cidadão póde-se collo: ar acima da lei, tomar o lugar dos gran- des poderes da nação, desviar arbitrariamen- te a Itália de sua obra gigantesca de reorga- nisação, nem arrastai-a em graves complica- ções. O ministério tem confiança na sabedoria e patriotismo dos italianos. Mas se alguém ex- perimentasse faltar á lealdade das estipula- ções e violar esla fronteira, da qual nos deve afastar a honra de nossa palavra empenhada, o ministério não o perraittiria de modo algum e deixaria aos eontraventores a respousabilida- de dos actos que tivessem provocado. Lê-se na Presse : "Os jornaes de New-York publicão as noti- cias seguintes em data de 29 de Agosto, do México : "Juarez completou a formação do novo ga- binete. Regules, Diaz Escobedo, Corona e Al- varez forão nomeados commandantes dos no- vos districtos militares. "N"uma ceremonia que teve lugar á 15, ha- via-se, por uma cruel ironia, escolhido um moço chamado Maximiliano para lôr a Juarez uni poema que lhe era dedicado, e uma moça chamada Carlota apresentava ao presidente uma coroa de ouro. "O despacho quetransmitte estas noticias ajunta que a população não tinha manifesta- do pelo presidente seu— enthúsiasmo habi- tual-". Segundo noticias sobre o eslado de saude da imperatriz Carlota, continua ella a melho- rar. Todos os dias a imperatriz recebe visita de seus parentes, faz passeios no jardim do casteilo, escreve cartas, desenha e nada indi- ca siguaes de uni desarranjo de espirito. Sobre o ponto de vista physico, o estado da enferma nada deixa a desejar. Tudo demons- tra que a residência em sua pátria contribue para o restabelecimento completo da infeliz princeza, que não foi ainda sabedora do fim trágico de seu nobre esposo. Por morte ãa D. Joimaro, o e*-r«i Francis- co II, de Nápoles, acaba de herdar 150,000 ducados (cerca de 300:000)5!). lnexactamonto annunciou-se que este rei ia deixar Roma. Nestes dias, a curiosidade dos freqüentado- res do Campo de Marte foi por um instante excitada pela presença de um grupo de estran- geiros vestidos de negro, com longas capas, e ornados coin harretes quadrados de borlas brancas. Todos porguntavão quem poderião ser estes singulares personagens,. de ar grave e meditativo, que percorrião silenciosamente as galerias ":, —«sft^ftse*» A CASA DESERTA Primeira farte (Continuação do n. 660.) V 1)E M. GUlílilN, TABELLIÃO, A M. GlÍRARO DAMBLAY "Meu caro amigo. "Apresso-me a responder á sua ultima carta, enviando-lhe um saque sobre o ban- queiro Spirhatter, no valor da quantia de que ha mister. "Não tenho que ver com o que vai fazer desse dinheiro. V. s. é senhor de parte de sua fortuna, pelo lado da senhora sua mãi, e desgraçadamente não está longe de vir a sel-o pelo lado do seu bom pai; porquanto, embora me seja extremamente penoso, devo commu- nicar-lhe—de conformidade com o desejo do meu velho e estimavel amigo o sr. Damblay—; que a sua saude peiora de dia em dia. Elle não quiz, senão no ultimo caso, incommodar o meu amigo com a dôr pungente de tão triste e afflictiva noticia. Que grande coração aquel- le ! que firmeza d^lma! Mas é justamente essa segurança, e a impassibilidade com que calcula os poucos dias que lhe restão, que o levarão a chamar v. s. para junto de si. "Rogo-lhe, pois, meu caro amigo, queira voltar sem demora para Paris, onde as horas estão contadas. "Como sempre, amigo dedicado, "Guiírin." VI A SEPARAÇÃO Esla carta cahio como um raio entre os dous que acabavão de arranjar também o fu- turo, isto é, o que existe de mais incerto. Nos primeiros momentos, Gerard derramou abundantes lagrimas, emquanto' a condessa, pezarosa e calada, segurava-lhe em uma das mãos, e o contemplava sem ousar perturbar com a menor palavra uraa dôr tão profunda e natural. Para Gerard, com effeito, como que o luto achava-se cousuramado. Elle conhecia per- feitaraente qual aforçad'alma de seu pai para ignorar que o ancião devia ter lutado até o fim, semelhante a esses augustos senadores romanos, que, sentados nas cadeiras curúes, esperarão, com rosto sereno e olhar altivo, os insultos e os golpes dos Gaulezes. Amélia sentia-se acabrunhada ao peso de sinistros presentimentos. Tal carta era o despertar brusco e violento no meio do sonho encantador. A moça não pôde fugirão pensamento afflictivo, que lhes mostrava a inflexível barreira de uma vontade paterna, erguida tão cruamente entre ella e Gerard. Ficou pois n'um desses accessos de triste- za sem nome, que tanto se avizinha da morte. Sentio que dentro de sua alma alguma cousa parecia quebrar-se ; teve uni tremor convulso, e levou á sua fronte gelada a mào ardente e febril de Gerard. Apezar da magua filial que o dominava, Gé- rard inquietou-se com esse movimento tão simples quão eloqüente. —Queira Deos, não lhe chegue também o choque do fatal acontecimento de que estou ameaçado. Querida Amélia, socegue : espe- re-me aqui e peça por mim nas suas orações. —Como! disse ella com receio, não quer que eu o acompanhe "' —Creio que não lhe ficaria bem, respondeu o moço. A estarmos juntos, seriamos felizes; e actualmente nada deve haver na minha vida que se assemelhe á felicidade. MANCHADA Era | coadjutor do bispo francez de Pekin, que, acompanhado de muitos prelados de ori- gera mtbjgQlica, e de ecclesiasticos de seu paiz, tinha í&iío expí-essamente a viagem da China á Paris para visitar a exposição universal. Effeitos da pintura Sou brasileiro nascido no pequeno e hurnil- de povoado * * *, que não disia muito de uma das mais florescentes cidades da provincia de Minas-Geraes, cidade que se torna notável, pelo grande desenvolvimento de seu commer- cio, pelo luxo de seus habitantes, que pro- curão imitar os da capital do império. Na capelia em que se venera a Senhora que deu seu nome ao pequeno povoado, recebi o nome de Guilherme a que acerescentei Pista- rini, tirado de meu pai, Antonelli Pistarini, lilho de Gênova. Em 17(fè, Gênova cedia á França a ilha da Corcega, sobre que nenhum direito mais tinha desde 1734, epocha em que os austríacos, aproveitando-se da revolução que na Europa causava a guerra da Polônia, lomarão as ar- mas em favor da ilha que então foi declarada republica independente. Baldados forão os esforços do governador Poali, que quiz oppôr uma resistência tenaz á ambição de Luiz xv. Em pouco foi vencido pelos francezes, e vio-se na forçosanecessida- de de fugir para Londres, no anno em que o mundo moderno via nascer d'cntre o povo o geíli", jíl'"10. Cuorv?,ivpR QU;'i t.8l'-Í8l ¦ sybíprç.nflp...'*- Europa-toda, senão fora a falta de prudência desenvolvida ein sua ambição ; ambição que mais tarde lhe fez ir em Santa Helena lameu- tar o não ter levado as armas ao império do tzar, contentando-se em dizer : «conquislei moralmente a Russia.» Nesse anno, meu pai, que a algum tempo habitava a villa de Ajaccio, teve igual sorte a dos partidários de Poali, preferindo, para seu refugio, o Brasil, que então estava no dominio portuguez, á Londres, para onde tora o gover- nador." Em Ajaccio exercia meu pai o mister de —Tem razão, Gerard; não posso negal-o ; grande prazer seria o meu em percorrer em sua companhia o espaço que nos separa de Paris, onde se concentrão as nossas mais gratas e primeiras recordações. Não. o seu pensamento deve ser tristonho ; deve pos- suir-sc exclusivamente da imagem de seu pai. Cumpre esquecer-se de mim durante esta triste viagem. E' isso possivel, Amélia V —Ao menos quando se lembrar de mim que seja como de uma alma unida á dôr immcnsa que o consome. Voltará, não é assim? voltará logo que puder ? —Criança !... nao está minha vida onde você existe? Estavão nisto, quando veio M. Hirmacker participar que a segede posta estava prompta. Amélia e Gerard apertarão-se as mãos si- leirciosamente. Um minuto depois, as rodas do carro fazião chiar a arêa da estrada. A condessa subio precipitadamente para os seus aposentos, para oceultar a dôr quea a ca- brunhava aos conimentarios dos hospedes, e então deixando-se cahir dejoelhos, murmurou com voz cortada pela angustia e pelos soluços: * —O' nieu Deos ! se elle não puder voltar ! VII GÉRAUD DAMBLAY Á AMÉLIA DE LUDOLF Meu pai falleceu !... Você, queiida Amélia, que sabe a que ponto eu o amava, póde com- prehender o profundo pezar em que me vejo. Parece-me que a metade de minha vida aban- donou-me ; e é bem verdade, pois não existe mais aquelle que me fizera o benelicio de dar a vida... Mas a vida será com efTeito um "benelicio ?" Ah! Amélia, a vida é uma amargura em que penamos no mundo alguns dias contados, mhs bem longos... DOBRAM negociante ; e quando teve de retirar-se per deu uma parte de-seus cabedaes, trazendo com difficuldade, o resto para o Brasil. A fama da riqueza do Brasil era notória íia" ' *&$*&%*:. Europa; e a fames auri trouxe de muita gente boa ; também erão tantas as aneedotas que a respeito do ouro se contava na Europa... Meu pai, que então tinha duas filhas, foi, não sei porque, levado para o lal povoado, onde começou de novo a ser negociante. Logo depois vio-me nascer.; fez Ímmediata- mente o firme propósito de fazer-me estudar bellas-artes, e com especialidade a pintura. O bom velho tinha por vezes admirado os quadros de Rubens; desde então disse com- sigo: "o primeiro filho varão' que tiver será pintor". Parec.3:mo quô*foi castigado, porque não foi cedo que teve um filho homem. Cresci, o na idade de 10 annos tive de ir para Milão. Chorei quando beijei a mão de meu pai; e as lagrimas forão mais ainda quan- do rainha mãi me disse era soluços: "vai, meu filho", e continuando repetio as palavras de S. Luiz de França, ditas no leito da morte, e no seu ultimo momento, a seu filho : "meu filho, a primeira cousa que te recommendo é que empregues o leu coração no amor de Deos, pois sem isso ninguém será salvo!" Com difficuldade, do Rio de Janeiro sahi para a Itália.Todos sabem que no tempo do dominio portuguez o estudar, no Brasil, era um pri vi- legio, por assim dizer; e foi isto que fez perdei* intelligencias, que talvez fizessem hon- ra á sua pátria. Em Milão, eu devia morar com um mestre da arte, que quando pegava na palheta tam- bem bo£íuva yos jòciílog' do, nò.atro..vidrou; H-Í-ÍíK&iÈ não dava um Visco sein depois sorver uraa boa pitada: o som eslrepitoso do nariz do ancião deixava vero immenso prazer que seutia. Eu estava ás vezes de parte segurando os pincéis, esponja, ou qualquer outra cousa; e, como criança, ria-me ao ouvir o som que parecia de um clarim. Quando fui para Milão eu sabia o portu- gueií fallado no Brasil; e o meu preceptor, entendendo que algumas linguas mais me serião precisas, fez-me aprender o francez e o allemão, alternando as lições com as de musica e pintura. Oh! como acabei de medir o nada de exilio em que vivemos ! como se tornava elle patente no rosto do ancião venerando !... Em breve tenho de escrever-lhe mais deti- damente ; não o posso fazer desde já. Não tenho animo. Perdoa, Amélia; não sei mesmo como tenho podido escrever-lhe... As lagrimas cegão-me !... Seu extremoso e infeliz, GÉRABD. .VIII AMÉLIA DE LUDOLF Á GEltARD DAMBLAY Meu amigo, se soubesse a que ponto a sua dôr vibrou em minha alma !... Chore, querido Gerard, chore muito, porque é bem verdade que as lagrimas allivião-nos o coração... E' o orvalho das tristes flores do luto... Não desejo que nesle momento me tenha em lembrança. Prefiro privar-me da carta que promette-mo, para não distrahil o da sua profunda magua. Faria mal. Entregue-se por ora á memória sagrada daquelle que não existe .. Mais tarde, sim; quando chegar á essa phrase, em que a dôr, menos violenta, torna-se habito commovente de pensativa melancolia ; quando tiver perdido essa rude energia que se origina do mais cruel de todos os abalos;— então chegará a minha vez, enlão a minha grata tarefa será animal-o e consolar nesta vida que é seu dever aceitar, como ella é. Então fallar-lhe-hei do passado, e talvez que essas nossas ternas conversações lhe pareção^ a coroa de sempre-vivas o perpétuas, que jun- tos se vai depor nos túmulos daquelles aquém amámos cm vida, e que nos deixarão sau- dades o pezar. Amélia. (Continua.)

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Anno Iü. Quinta-feira, 31 de Outubro de 1867. N. 661

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(1APITAL

Anno .Semestre.Trimestre

1i,

As assignaturas, pagas adiantadas, abreinée ein qualquer dia e iinalisão em120000 Janeiro, Abril, Julho e Outubro.—-SubÈreve-se na rua Direita n.° Bâ Anno .6 $000 ,' Semestre3Í000 EDITOR—Capitão F*aulo D4|fino da Fonseca Trimestre

PARA. FORA

15$0007$5004$000

EXTERIOR

INotioias da EuropaOs jornaes francezes da ultima quinzena

preoccupão-se muito com a questão romana.A opinião publica manifestou-se em favor

do papado e o governo tomou a si a gloriosatarefa de proteger a cidade santa.

0 bispo de Orleans dirigio uma carta á M.Rattazi em que lhe pede contas da culpavelcoitnivencia do governo italiano nos planosde Garibaldi. Como, exclama o santo prela-do, consentis que um homem organise no ter-ritorio italiano expedições militares contra umEstado, cuja independência a Itália não sóproraelteu respeitar como até defender ?

Em resposta á esta carta, lê-se na Presseuma declaração da Gaacta Official do reinoda Itália, em que o ministério procura justiíi-car-se de sua cumplicidade.

Eil-a:"0 ministério tem seguido .com attenção a

grande agitação que debaixo dos auspíciosdo nome glorioso de Roma, tentava inipellir opaiz a violar as eslipulações intemacionaesestabelecidas pelo voto do parlamento e pelahonra na nação.

O ministério via com dôr os prejuízos quetaes excitações trazião á tranquillidade do Es-tado, á nosso credito e ás operações financei-ras de que dependem o bem-ser e fortuna dopaiz.

Elle tem respeitado, até o presente, os dj-reitos de todos os cidadãos. Mas agora queem desprezo dos direitos se quer traduzir asameaças em factos, o ministério sente que éde seu dever pôr em segurança a coiiliahçapublica e salva-guardar a soberania da lei.Fiel ás declarações que fez no parlamento, eque o parlamento aceitou, cumprirá este de-ver até o fim.

N'um Estado livre nenhum cidadão póde-secollo: ar acima da lei, tomar o lugar dos gran-des poderes da nação, desviar arbitrariamen-te a Itália de sua obra gigantesca de reorga-nisação, nem arrastai-a em graves complica-ções.

O ministério tem confiança na sabedoria epatriotismo dos italianos. Mas se alguém ex-

perimentasse faltar á lealdade das estipula-ções e violar esla fronteira, da qual nos deveafastar a honra de nossa palavra empenhada,o ministério não o perraittiria de modo algume deixaria aos eontraventores a respousabilida-de dos actos que tivessem provocado.

Lê-se na Presse :"Os jornaes de New-York publicão as noti-

cias seguintes em data de 29 de Agosto, doMéxico :

"Juarez completou a formação do novo ga-binete. Regules, Diaz Escobedo, Corona e Al-varez forão nomeados commandantes dos no-vos districtos militares.

"N"uma ceremonia que teve lugar á 15, ha-via-se, por uma cruel ironia, escolhido ummoço chamado Maximiliano para lôr a Juarezuni poema que lhe era dedicado, e uma moçachamada Carlota apresentava ao presidenteuma coroa de ouro.

"O despacho quetransmitte estas noticiasajunta que a população não tinha manifesta-do pelo presidente seu— enthúsiasmo habi-tual-".

Segundo noticias sobre o eslado de saudeda imperatriz Carlota, continua ella a melho-rar. Todos os dias a imperatriz recebe visitade seus parentes, faz passeios no jardim docasteilo, escreve cartas, desenha e nada indi-ca siguaes de uni desarranjo de espirito.

Sobre o ponto de vista physico, o estado daenferma nada deixa a desejar. Tudo demons-tra que a residência em sua pátria contribuepara o restabelecimento completo da infelizprinceza, que não foi ainda sabedora do fimtrágico de seu nobre esposo.

Por morte ãa D. Joimaro, o e*-r«i Francis-co II, de Nápoles, acaba de herdar 150,000ducados (cerca de 300:000)5!). lnexactamontoannunciou-se que este rei ia deixar Roma.

Nestes dias, a curiosidade dos freqüentado-res do Campo de Marte foi por um instanteexcitada pela presença de um grupo de estran-geiros vestidos de negro, com longas capas, eornados coin harretes quadrados de borlasbrancas. Todos porguntavão quem poderiãoser estes singulares personagens,. de ar gravee meditativo, que percorrião silenciosamenteas galerias :,

—«sft^ftse*»

A CASA DESERTAPrimeira farte(Continuação do n. 660.)

V

1)E M. GUlílilN, TABELLIÃO, A M. GlÍRARODAMBLAY

"Meu caro amigo."Apresso-me a responder á sua ultima

carta, enviando-lhe um saque sobre o ban-queiro Spirhatter, no valor da quantia de queha mister.

"Não tenho que ver com o que vai fazerdesse dinheiro. V. s. é já senhor de parte desua fortuna, pelo lado da senhora sua mãi, edesgraçadamente não está longe de vir a sel-opelo lado do seu bom pai; porquanto, emborame seja extremamente penoso, devo commu-nicar-lhe—de conformidade com o desejo domeu velho e estimavel amigo o sr. Damblay—;que a sua saude peiora de dia em dia. Ellenão quiz, senão no ultimo caso, incommodaro meu amigo com a dôr pungente de tão tristee afflictiva noticia. Que grande coração aquel-le ! que firmeza d^lma! Mas é justamenteessa segurança, e a impassibilidade com quecalcula os poucos dias que lhe restão, que olevarão a chamar v. s. para junto de si.

"Rogo-lhe, pois, meu caro amigo, queiravoltar sem demora para Paris, onde as horasestão contadas.

"Como sempre, amigo dedicado,"Guiírin."

VI

A SEPARAÇÃO

Esla carta cahio como um raio entre os

dous que acabavão de arranjar também o fu-turo, isto é, o que existe de mais incerto.

Nos primeiros momentos, Gerard derramouabundantes lagrimas, emquanto' a condessa,pezarosa e calada, segurava-lhe em uma dasmãos, e o contemplava sem ousar perturbarcom a menor palavra uraa dôr tão profunda enatural.

Para Gerard, com effeito, como que o lutoachava-se cousuramado. Elle conhecia per-feitaraente qual aforçad'alma de seu pai paraignorar que o ancião devia ter lutado até ofim, semelhante a esses augustos senadoresromanos, que, sentados nas cadeiras curúes,esperarão, com rosto sereno e olhar altivo, osinsultos e os golpes dos Gaulezes.

Amélia sentia-se acabrunhada ao peso desinistros presentimentos.

Tal carta era o despertar brusco e violentono meio do sonho encantador. A moça nãopôde fugirão pensamento afflictivo, que lhesmostrava a inflexível barreira de uma vontadepaterna, erguida tão cruamente entre ella eGerard.

Ficou pois n'um desses accessos de triste-za sem nome, que tanto se avizinha da morte.

Sentio que dentro de sua alma algumacousa parecia quebrar-se ; teve uni tremorconvulso, e levou á sua fronte gelada a màoardente e febril de Gerard.

Apezar da magua filial que o dominava, Gé-rard inquietou-se com esse movimento tãosimples quão eloqüente.

—Queira Deos, não lhe chegue também ochoque do fatal acontecimento de que estouameaçado. Querida Amélia, socegue : espe-re-me aqui e peça por mim nas suas orações.

—Como! disse ella com receio, não querque eu o acompanhe '

—Creio que não lhe ficaria bem, respondeuo moço. A estarmos juntos, seriamos felizes;e actualmente nada deve haver na minha vidaque se assemelhe á felicidade.

MANCHADA

Era | coadjutor do bispo francez de Pekin,que, acompanhado de muitos prelados de ori-gera mtbjgQlica, e de ecclesiasticos de seu paiz,tinha í&iío expí-essamente a viagem da Chinaá Paris para visitar a exposição universal.

Effeitos da pinturaSou brasileiro nascido no pequeno e hurnil-

de povoado * * *, que não disia muito de umadas mais florescentes cidades da provincia deMinas-Geraes, cidade que se torna notável, jápelo grande desenvolvimento de seu commer-cio, já pelo luxo de seus habitantes, que pro-curão imitar os da capital do império.

Na capelia em que se venera a Senhora quedeu seu nome ao pequeno povoado, recebi onome de Guilherme a que acerescentei Pista-rini, tirado de meu pai, Antonelli Pistarini,lilho de Gênova.

Em 17(fè, Gênova cedia á França a ilha daCorcega, sobre que nenhum direito mais tinhadesde 1734, epocha em que os austríacos,aproveitando-se da revolução que na Europacausava a guerra da Polônia, lomarão as ar-mas em favor da ilha que então foi declaradarepublica independente.

Baldados forão os esforços do governadorPoali, que quiz oppôr uma resistência tenaz áambição de Luiz xv. Em pouco foi vencidopelos francezes, e vio-se na forçosanecessida-de de fugir para Londres, no anno em que omundo moderno via nascer d'cntre o povo ogeíli", jíl'"10. Cuorv?,ivpR QU;'i t.8l'-Í8l ¦ sybíprç.nflp...'*-Europa-toda, senão fora a falta de prudênciadesenvolvida ein sua ambição ; ambição quemais tarde lhe fez ir em Santa Helena lameu-tar o não ter levado as armas ao império dotzar, contentando-se em dizer : «conquisleimoralmente a Russia.»

Nesse anno, meu pai, que já a algum tempohabitava a villa de Ajaccio, teve igual sorte ados partidários de Poali, preferindo, para seurefugio, o Brasil, que então estava no dominioportuguez, á Londres, para onde tora o gover-nador."

Em Ajaccio exercia meu pai o mister de

—Tem razão, Gerard; não posso negal-o ;grande prazer seria o meu em percorrer emsua companhia o espaço que nos separa deParis, onde se concentrão as nossas maisgratas e primeiras recordações. Não. o seupensamento deve ser tristonho ; deve pos-suir-sc exclusivamente da imagem de seu pai.Cumpre esquecer-se de mim durante esta tristeviagem.

— E' isso possivel, Amélia V—Ao menos quando se lembrar de mim que

seja como de uma alma unida á dôr immcnsaque o consome. Voltará, não é assim? voltarálogo que puder ?

—Criança !... nao está minha vida ondevocê existe?

Estavão nisto, quando veio M. Hirmackerparticipar que a segede posta estava prompta.

Amélia e Gerard apertarão-se as mãos si-leirciosamente.

Um minuto depois, as rodas do carro faziãochiar a arêa da estrada.

A condessa subio precipitadamente para osseus aposentos, para oceultar a dôr quea a ca-brunhava aos conimentarios dos hospedes, eentão deixando-se cahir dejoelhos, murmuroucom voz cortada pela angustia e pelos soluços:

* —O' nieu Deos ! se elle não puder voltar !

VII

GÉRAUD DAMBLAY Á AMÉLIA DE LUDOLF

Meu pai falleceu !... Você, queiida Amélia,que sabe a que ponto eu o amava, póde com-prehender o profundo pezar em que me vejo.Parece-me que a metade de minha vida aban-donou-me ; e é bem verdade, pois não existemais aquelle que me fizera o benelicio de dara vida...

Mas a vida será com efTeito um "benelicio ?"Ah! Amélia, a vida é uma amargura em quepenamos no mundo alguns dias contados, mhsbem longos...

DOBRAM

negociante ; e quando teve de retirar-se perdeu uma parte de-seus cabedaes, trazendocom difficuldade, o resto para o Brasil.

A fama da riqueza do Brasil era notória íia" ' *&$*&%*:.

Europa; e a fames auri trouxe de lá muitagente boa ; também erão tantas as aneedotasque a respeito do ouro se contava na Europa...

Meu pai, que então já tinha duas filhas, foi,não sei porque, levado para o lal povoado,onde começou de novo a ser negociante.

Logo depois vio-me nascer.; fez Ímmediata-mente o firme propósito de fazer-me estudarbellas-artes, e com especialidade a pintura.

O bom velho tinha por vezes admirado osquadros de Rubens; desde então disse com-sigo: "o primeiro filho varão' que tiver serápintor".

Parec.3:mo quô*foi castigado, porque nãofoi cedo que teve um filho homem.

Cresci, o na idade de 10 annos tive de irpara Milão. Chorei quando beijei a mão demeu pai; e as lagrimas forão mais ainda quan-do rainha mãi me disse era soluços: "vai, meufilho", e continuando repetio as palavras deS. Luiz de França, ditas no leito da morte, eno seu ultimo momento, a seu filho : "meufilho, a primeira cousa que te recommendo éque empregues o leu coração no amor deDeos, pois sem isso ninguém será salvo!"

Com difficuldade, do Rio de Janeiro sahipara a Itália. •

Todos sabem que no tempo do dominioportuguez o estudar, no Brasil, era um pri vi-legio, por assim dizer; e foi isto que fezperdei* intelligencias, que talvez fizessem hon-ra á sua pátria.

Em Milão, eu devia morar com um mestreda arte, que quando pegava na palheta tam-bem bo£íuva yos jòciílog' do, nò.atro..vidrou; -Í-ÍíK&iÈnão dava um Visco sein depois sorver uraa boapitada: o som eslrepitoso do nariz do anciãodeixava vero immenso prazer que seutia. Euestava ás vezes de parte segurando os pincéis,esponja, ou qualquer outra cousa; e, comocriança, ria-me ao ouvir o som que parecia deum clarim.

Quando fui para Milão já eu sabia o portu-gueií fallado no Brasil; e o meu preceptor,entendendo que algumas linguas mais meserião precisas, fez-me aprender o francez eo allemão, alternando as lições com as demusica e pintura.

Oh! como acabei de medir o nada de exilioem que vivemos ! como se tornava elle patenteno rosto do ancião venerando !...

Em breve tenho de escrever-lhe mais deti-damente ; não o posso fazer desde já. Nãotenho animo.

Perdoa, Amélia; não sei mesmo como tenhopodido escrever-lhe... As lagrimas cegão-me !...

Seu extremoso e infeliz,GÉRABD.

.VIII

AMÉLIA DE LUDOLF Á GEltARD DAMBLAY

Meu amigo, se soubesse a que ponto a suadôr vibrou em minha alma !...

Chore, querido Gerard, chore muito, porqueé bem verdade que as lagrimas allivião-nos ocoração... E' o orvalho das tristes flores doluto...

Não desejo que nesle momento me tenhaem lembrança. Prefiro privar-me da carta quepromette-mo, só para não distrahil o da suaprofunda magua. Faria mal.

Entregue-se por ora á memória sagradadaquelle que já não existe ..

Mais tarde, sim; quando chegar á essaphrase, em que a dôr, menos violenta, torna-sehabito commovente de pensativa melancolia ;quando tiver perdido essa rude energia que seorigina do mais cruel de todos os abalos;—então chegará a minha vez, enlão a minhagrata tarefa será animal-o e consolar nestavida que é seu dever aceitar, como ella é.Então fallar-lhe-hei do passado, e talvez queessas nossas ternas conversações lhe pareção^a coroa de sempre-vivas o perpétuas, que jun-tos se vai depor nos túmulos daquelles aquémamámos cm vida, e que só nos deixarão sau-dades o pezar.

Amélia.(Continua.)

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' Vivia, eu em companhia do velho, e allinada me faltava; mas, dinheiro... não erasempre que tinha; o velho linha umas theo-rias por demais econômicas; e era pessimistano que dizia respeito a dinheiro.

Hoje, estou velho, e vejo que o pintor tinhasuas razões; entretanto me enfastiava quandoelle, com sua pitada favorita, e vestido comuma espécie de roupão semelhante ao robe-de-chambre, me dizia:

—Sr. Guilherme, o dinheiro é pousa perhi-ciosa nas mãos das crianças; bem empregadoserve muito; porém quando mal gasto, sóserve para perdição, e mais nada.

Bem me aborrecia o pintor\quando me cha-mava de "criança": era o maior castigo queelle podia dar-me.

Eu já tinha meus 12 annos e para o pintorera um menino; tinha 15, a mesma cousa;creio que se hoje elle me apparecesse envol-vido no seu roupão,. do que Deos me livre eguarde, eu ainda seria menino.

E' um defeito de todo menino querer serhomem, quando ainda precisa das blandiciasmaternas.

Meu mestre de allemao era inglez; de sorteque não era pouca a difficuldade que euachava em entendel-o, quando, para explicar-me k gràmmatica allemã, confundia as duaslinguas. Igual scena se representava còm omestre de francez; não era inglez, mas eraallemao. Afinal de contas, cheguei a apren-der, embora me viciasse no modo de fallar.

Até então o velho pintor tinha me dado asprimeiras lições da arte, eu já tinha 13 annos,comecei a cursar a escola de Milão.

Já eu sabia preparar o lápis, etc, etc, peloque em pouco me familiarisei com o estudo,que então era mais foiçado. O mestre da es-cola lá ia dizer sempre ao velho, que nessetempo nem de óculos podia trabalhar:

—Ora, sr. Bailarini, o meu discipulo Gui-lherme promette muito!

E o \elho lhe offerecia de sua caixa ; o sr.Alfiori também usava, e pagava logo na mes-ma moeda.

Assim passarão-se alguns annos, até queafinal já as operas de minha composição erãorepresentadas no theatro de Milão, e os meusproduetos de arte postos em exposição.

Entretanto, posso dizer que na musica nãocheguei onde quiz collocar-me o mestre; ásvezes, eu argumentava com elle, e muilo.

—Sr. Mariani, o que quer dizer bemol, nãoentendo cousa alguma? Era melhor que osmestres o supp/imissem.vc j ,—Oi. Otuiiiierme, o benioP- é 4) opposto uri'sustenido; ora, este eleva-n o som do uniunota a meio ponto mais... conclua, sr. (Ini-lherme, o que deve fazer o bemol?..

Eu calava-me, e o mestre não admittia es-tas discussões perante testemunhas; as taesoperas dizião "dei maestro G. Pistarini" eerão obra do mestre, que não queria que scdissesse que o seu discipulo não servia para aarte.

Era 1788 sahi da escola e tinha de vir parao Brasil. O velho Bailarini morreu nesseanno. Anles de sahir quiz ir vizitar a capitaldo mundo catliolico, e ter oceasião de beijaro pé do suecessor de S. Pedro, ou, antes, acruz dourada do sapato do Santo Padre. Foientão que vi o quadro da Transfiguração,que lembra o nome de Raphael, que com essasconcepções postas á vista, soube ornar o tem-pio do apóstolo pescador.

Não liquemos muito tempo na Itália ; aFrança ameaça explosão, e, em tempo de guer-ra ninguém tem sua individualidade segura ea Itália está muito perto da França que pódeincendiar a península.

Não quero me esquecer de dizer que deMilão sahi muito religioso ; o pintor o era,bastante.

Vamos para o Brasil.Meu pai andava afllicto ha muito tempo; não

recebia minhas cartas, que se extraviavão, eisto ha quasi um anno ; de sorte que quandome Vio repelio as palavras do velho patriarcha:«Deos acaba de restituir meu filho '.»

Fui recebido com festas em***, mas, o pe-queno povoado nem tinha forças para ine fazergrande festa. O que sei é que os amigos demeu pai lorão esperar-me léguas de distancia.

Estamos em ***; «mas o que póde fazeraqui um pintor ?» perguntava eu a mim mes-mo.

Alguns velhos derão-me alguma cousa aganhar, porque querião que suas 4 a , 5 * ,7 rt , etc, descendências conhecessem sua tris-te figura. Mas isso não dava o necessário paraa vida; e durante algum tempo ainda recebi asubsistência de meu pai.

Um dia disse-lhe que mo ia retirar para ai- _gum lugar onde vivesse em um circulo maiordo que o de ***.

—Guilherme, diz meu pai, podes le retirar,mas não porque te seja preciso procurar ummeio de vida. Não somos pobres, embora náotenhamos demais. Criado no meio da boa so-ciedade de Milão, acho bom mesmo que pro-cures um lugar que te olfereça um outro Mi-lão.

F. fui para o Bio de Janeiro.

Estamos em 1791, e estou com 23 ¦ annosincompletos.

Nesta cidade procurei uma casa queS dessevista para o mar, e achei uma bem òonve-niente para os dias do verão.

Era na rua P...., que hoje não te^m estenome. fc

Em minha casa comecei a exercer a arte ; etive a honra de receber as principaes pessoasdo Rio de Janeiro, que não se demorarão logoque souberão que um pintor de Milão moravana rua P....

No exercicio de minha arte adquiri não pe-quenas amizades; e era honrado principal-mente pefa amizade do sr. J. A. de S., queachou em mim uma boa ligura para casameu-to ; não tinha filhas, e isso era o peior; mastinha sobrinhas; embora feias, e. . . . \. . . .

Entendeu osr. J. A. que devia fazer-iáâ casarcom sua sobrinha (já deve ter raorriAfo, porisso lá vai o nome, Eufrazia): era mCfya, nãodevia ter ainda 35 annos, 34 seria o mais.

Muitas cousas erão precisas, e o velho tevetrabalho ; em primeiro lugarjfazer insinuaçõesno espirito de seu irmão ; em segundo lugarque a moça me agradasse, e depois que eu lheagradasse ; esta ultima foi a mais fácil, ellaera muito susceptível de coração ; além dissoaccresce que eu uão era feio, segundo ouvidizer algumas donas daquelles tempos. f

Vai o meu amigo ein casa do irmão :—Josaphat, lens filhas, é preciso que lhes

dê maridos.A linguagem foi positiva, e a resposta do

sr. Josaphat ainda mais :—E' isso mesmo que rae passava pela idéa,

diz o sr. Josaphat; eslou á espera de algumhomem que me agrade, e a ellas. Tenho di-nheiro, por isso não será difficil.

—Queres então, diz o sr. J. A. comprar ai-gum noivo ? Póde ser que aches; mas euco-nheço alguém que podia servir para esposo detua filha Eufrazia ; é moço, tem alguma for-tuna, boas qualidades, amizades, e, o que émais, tem um officio de que lançar mão emcaso extremo.

—Qual é o seu ollicio ? perguntou o sr.Josaphat.

—E' pintor, respondeu seu irmão.—Pintor ?!... não me falle mais em some-

lhante liomem ; não quero nem ao menos sa-ber-lhe o nome : pintor !

Foi a resposta do pai, que o disse cheio deira ; mas a razão é simples. Usurario velho emLisboa, o sr. Josaphat foi caricaturado por umpintor, e sua estampa íyidOyi pejas «smimasdíiís ruas. È pois com razão que ápra nãoquer um genro pintor.

O sr. J. A.... era caracter diverso do de seuirmão ; reconheci que era meu amigo ; e porisso queria que mo casasse ; mas o coitadonão tinha descendência ; não sei se fizera volode eastidade, o que é certo é que não constaalé hoje que em vez alguma fixuss*e uma mu-lher.

O contrario dava-se commigo.Em Roma, abusei muitas vezes da presença

do Santo Padre para namorara uma menina :quero dizer, uma de cada voz que ia á igrejade S. Pedro.

Em Milão, que o digão as filhas do falleci-do pintor

Quando eu ouvia fallar do sr. J. A.... ma-ravilhava-me bastante ; mas é verdade, o sr.J. A.... era uni santo homem ; é unia pena queo Santo Papa não se lembrasse de canonisal-óainda, para a igreja rezar por elle.

Deixemos o meu bom amigo,e daqui Impou-co não estarei mais solteiro. "uma)

PiiTE OFFICIAL—*>*s»—

Expediente da presidênciaDia J!) de Outubro ile 1.867

Resolução.—O presidente da provincia, deaccordo com a informação do dr. chefe de po-lieja constante do seu ofíiuo de ;i(i do correu-te sob n. 4204, resolve conceder a João Bap-tista de Faria Paes a exoneração que pede docargo de 2 ° supplente do subdelegado de po-licia da cidade de Jündiahy.

—Ao inspector da thesouraria.— Transmil-lindo cópia do aviso do ministério da mari-nha de 12 do correnle, mandando continuara pagar ao procurador do capitão-tenente Ma-riano de Azevedo os vencimentos que actual-mente elle percebe, como director da colôniado ltapura.

—Ao mesmo.—Transmittindo cópia do avi-so do ministério da fazenda, relativo ao espo-lio do soldado Martinho Autonio da Silva, li-berto do convento de S. Bento.

—Ao mesmo.—Remettendo cópia do avisodo ministério do império de 16 do corrente,designando as quantias que ficão distribuídasa esta provincia para as differentes verbas domesmo ministério no correnle exercicio.

—Ao commandante superior de Casa Bran-ca.—Communicando haver deferido apeliçãodo guarda nacional do batalhão n. 33, Fran-

cisco Ignacio de Villas-Boas, em que pediaser iuspeccionado perante o commando su-perior.

—Ao chefe de policia.—Communicando queexpedio ordem ao thesouro provincial paraser pago o delegado de policia de Parahybunapela mesa de rendas de Caraguatatuba, dasdespezas feitas e que se fizerem com luz parao quartel da mesma cidade.

—Ao thesouro provincial.— Mandando pa-gar, pela mesa de rendas de Caraguatatuba, adespeza com luz para o quartel do destaca-mento da cidade de Parahybuna.

—Ao superintendente da estrada de ferro.—Mandando dar passagem para Santos ao des-embargador Tavares Bastos e sua família,sendo quatro passagens de 1 rt classe e quatroúe terceira.

—Ao engenheiro fiscal da estrada de ferro.—Mandando examinar as contas apresentadaspelo respectivo superintendente da mesma es-trada, conforme exigio o inspector da thesou-raria.

Petições despachadas pela presi-dencia

Dia 29 de OutubroAnselmo Tavares.—Venha pelo seu com-

mandante.Gregorio Pereira Leite ( preso). — Informe

o sr. dr. chefe de policia.Dia 30

Manoel Ribeiro do Amaral.— Remettido aosr. dr. inspector do thesouro provincial' parasatisfazer nos termos, da sua informação de29 do corrente sob n. 131.

Daniel, José Elias, e outros presos lázarosda cadêa desta capital.— Informe o sr. dr.chefe de policia..

JpitbltCáftò wedidas.

Terceiro distriotoELEIÇÃO DE 15 DE OUTUBRO

.11Da rápida exposição que deixámos feita em

o nosso primeiro artigo chegamos, obedecendoá lógica dos factos, á esta irresistível conclu-sao :

O direetorio foi inepto ou traidor.Inepto, se, descuidado dos interesses eleito-

raes, nau se apercebia du tempo que se esooti-va e do momento que urgia :

Traidor, se, antepondo-se aos interesses doeleitorado, fazia de sua inércia um disfarce cri-minoso ao plano que oceultava.

Não lia recuar deste dilerama : os factos cia-mao, e o espirito cede ao império de sua voz.

Jneptidão ou traição, indolência ou ataque,como quer que seja, o direetorio violou suapropria lei, a lei do partido, e já soffreu decerto a punição de sua consciência emquantotardava a sentença de seus juizes.

0.corpo eleitoral, erigido em tribunal solem-ne no dia 15, ouvio o direetorio e o fulminoucom sua condemnaçao irrevogável; ouvioas queixas dos offeudidos " fez jusliça resti-tuindo-lhes o direito usurpado.

Para gloria tios vencedores e para estimo-lo do remorso dos chefes registre a imprensaeste processo.

Diga-se de uma vez toda a verdade, amar-gue ella embora, para que mio se attribua áindisciplina do corpo eleitoral aquillo que sóteve por. origem o arbítrio que a audácia dodireetorio lhe aconselhou.

Falle-se a linguagem da franqueza, porqueú delia que carecemos.

• Carregue cada um com a responsabilidadede seus actos, e tenha ao menos a virtude dearrostar todas as suas conseqüências, boas oumás.

Quem delinquio seja punido.E, seja dito de passagem, nao somos daquel-

les, que, arrastados pela voragem de uma opi-niao que se fórma nos rumores das ruas, se-gregão do corpo um membro e o apontao comounico culpado da falta que seus comparsassanecionarao. Nao: o que pensamos é que o.smembros do direetorio sao solidários entre si,e a falta de um é a falta de todos. .Se algunsha que, aceusados pela propria consciencia,pe-dem absolvição porque apenas assignarão umacto que nao ó seu: esses sao réos confessosque tremem e vacillão ante a enormidade docrime; esses sao duas vezes culpados.

Culpados, porque contribuirão para a perpe-tração do crime;Culpados, porque fazem do próprio crime a

mascara de sua innocencia.Deixemos, porém, esta digressão e prosiga-mos.Estabelecido o systema da eleição préviacoin o seu regulamento da ultima hora, os col-

legios tratarão, como era possível, de indicarseus candidatos. Botucatú, Araraquara e o.seleitores liberaes da linha da Franca nao re-nuuciarão o quinhão que lhes coube napartilha feita pelo direetorio; ao contrario,forão dos primeiros a usar do direito que lhescompetia, indicando como seus respetivoscandidatos os drs.Bernardq Augusto Bodriguesda Silva, Joaquim de Almeida Leite Moraes eAntônio Francisco de Araujo Cintra. Estas in-dicações forao feitas çom o mais decidido pro-nunciamento, e de modo a dissipar todas asduvidas que porventura houvessem sobre o

candidato de cada uraa destas tres turmas deeleitores.

Desafiamos os sophismas do direetorio a quevenhao provar o contrario do qué avançamos.

Pois bera, odirectorio queorganisou a chapatendo cm vista os actos da eleição previa, excluiocom indizivel audácia estes tres candidatos eintimou ao corpo eleitoral que os substituíssepor outros que ousou apresentar,até então com-pletauiente desconhecidos, e portanto alheiosá sympathia dos eleitores deste districto, sebem que distinetos caracteres.

Aqui também desafiamos o engenho sophis-tico do direetorio a que nos venha contestar.

Mas chega o dia 15 de Outubro, e os eleito-res conderanao nas urnas o procedimento ar-bitrarió do direetorio restabelecendo inteira averdade da eleição prévia.

O esplendido* triumpho que alcançarão ostres candidados esciuidos, e a immensa derro-ta que tiverão seus competidores mostrao comviva eloqüência que o eleitorado deste distric-to sabe que—io deputado é o eleito de uraamassa e nao o agente de alguns ambiciosos.»Fique isto bem saliente.

Ern todo o districto apenas adherirão á orga-nisação do direetorio dous collegios, o de Ita-petininga e o de Faxina. Mas, ainda assim,fa-zendo justiça á independência dos caracteresque compõem aquelles dous collegios, acredi-tamos que sua adhesão foi apanhada de sur-preza na cilada da ultima hora.

Collocados n'uma extremidade longínqua dodistricto, é possivel que no momento dado naotivessem sciencia do que se passava e não seapercebessem do laço que o direetorio arma-va á boa fé que os*caracterisa. Póde-se por-tanto avançar, sem receio de boa coutestaçâo,que o triumpho alcançado pelos candidatosexcluídos foi acompanhado do apoio moral detodo o districto.

Sirva este exemplo de conselho no futuro.Aprenda cada um a cumprir o seu dever; e

saibão todos que transpor as raias do direito éum crime, e o crime é o germeu da destrui-çao."Aprenda

odirectorio que os eleitores uaoestão dispostos a renunciar sua autonomia e oseu direito de intervir directamente na confecçãodas listas dos candidatos.

Aprenda, finalmente, que a força do partidose esvae nas lutas intestinas, e que é precisoter Cautela em reservar o nosso vigor para aluta cora os udversarios.

Coin lealdade o franqueza poderáõ os che-fes guiar e robustecer o partido; mas comtraição e embuste só poderão conseguir ani-quilal-o.

TIallam.

Ao curioso que pergunta, por que razão oinspeclor do thesouro provincial prohibio aentrada de pessoas estranhas na repartição —responde-se.:

IV porque não quer que se vejão os despa-chos á lápis e sem datas, lançados nos papeisque correm pela repartição, dando assim lugara demoras inqualilicaveis no andamento dessespapeis.

E' porque não quer que se saiba que odigno contador daquella repartição foi em-prazado por s. s. para fazer o relatório do

| corrente anno, porque o dito inspector não oi póde ou não o sabe fazer.: E' porque não quer que se adivinhe que s. s.j se dispõe á ausentar-se, a titulo de doente, na

epocha da reunião da;assembléa provincial,para não assistir a discussão do orçamento,declinando assim de cumprir a mais honrosatarefa de seu cargo.

Um (pie não é curioso.

Ao preside ii to

Sr. redactor.—Constatido-mc que s. exc. opresidente da província ordenou ao inspectordo thesouro que relacionasse as despezasfeitas sem autorisação, resolvi-me á vir á im-prensa para ajudal-o na tarefa de liscalisar odispendio dos dinheiros públicos..

Convém não perder tempo nem palavras ;e portanto resumirei o que tenho á dizer.

Quem foi que mandou eutregar, em ordemreservadissima, uma somma superior a 1:000 $como adiantamento a uma empreza que foicreada para o lim exclusivo de elogiar á umhomem ?

Seria o pague-se desta quantia lançado porum irmão á favor de oulro e por interesse deuma empreza que pertence á ambos ?

Póde um inspector lavrar portarias de seupróprio punho para mandar entregar quantia?

Póde um inspector, sem as respectivas in-formações das secções decidir negócios rela-li vos á entrega de dinheiro ?

Póde uin inspector dispensar um empregado para distribuir convites de baile, quandoé pago pela província para fazer o serviço darepartição ?

Pódc um inspector mandar tirar do' ex-pediente que se publica certos despachos re-lativosá entrega de dinheiro, quando o pu-blico tem direito de saber em que se gasla osimpostos que o povo paga ?

As outras perguntas ficaráõ para mais larde.Felizmente parece terminado o período dasfestinhus e presentes e que vamos entrar nosajustes de contas dos dinheiros públicos.'

S. Paulo, 29 de Outubro de 1867.Uma alma do outro mundo.

MANCHADA

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Sorocalba

Quo papel faz o sr. dr. Oliverio J. do Pilardeixando-se derrotar pelo sr. José LeitePenteado e sendo vergonhosamente suplantadopor este homem ?

E' pena, porque s. s. tem pergaiwinho e fezbonita figura na assembléa !

Sorocaba, lõ de Outubro de 1867.//.

Para s. exc. o sr. presidente daprovincia lei* e providenciar.

Ha oito para nove mezes, o governo mau-dou-a informar á câmara municipal desta ei-dade—um requerimento que lhe fora feito eassignado por cento e trinta e tantas pessoas—representando contra uma postura da mesmacâmara, que, provisoriamente se acha emexecução.—Até hoje não cumpriu ella o des-pacho do governo—informando como'eraobrigada, não obstante já terem os peticio-narios requerido á mesma câmara que infor-masse como era de seu dever.

Não tendo ainda esses cento e trinta t tan-tos municipes sido attendidos, recorrerão aoexpediente de pedir essa informação pelosjornaes, e ainda não forão attendidos!

Em que paiz estamos nós ? Que autorida-des são estas quo por semelhante modo calçãoaos pós o direito dos cidadãos, como faz estacâmara municipal, que se julga a tudo so-branceira? Isto só faria uma câmara munici-pai da roça—e não a da capital, aliás com-posta de alguns cidadãos respeitáveis.

Sr. presidente, hoje que nutrimos bem fun-dadas esperanças de melhor sorte nos nego-cios públicos desta infeliz provincia, pedimosque v. exc. providencie no sentido de voltar áv. exc, informado pela caraar.°, o requeriinen-to alludido, afim de v. exc. despachar comofôr de justiça.

A câmara deve saber—que não pôde darconsumo a uma petição que não lhe foi diri-gida, mas sim ao governo da provincia.

S. Paulo, 24 de Outubro de 1867.Os cento e trinta e cinco assignantes.

-Pildoras HollowayDebilidad dei estômago. A un Ios mas sábios

nopueden enumerar una cuarta parte de Iasdolorosas afecciones que suele producir unadigestion imperfecta; pero todas ellas puedenser impedidas por estas admirables Pildoras.Ellas remueven de la boca todo sabor dos-agradable; asi como tnmbien la flatulencia'yla constipacion. Las Pildoras Holloway exci-tan ei estômago, ei higado y todos Ios demasórganos, dando á la digestion ese tono saiu-dable que es indispensable para que puedaconverti.- en nutrimento cuanto comemos ybebemos. Asi es que.en Ios casos de ataquesde nervios, decadência y restaurativo que seconoce. Ellas curan infaliblemente la falta deapetito, Ios eruetos y una multilud de afec-ciones desagradables que hacen infelices lasvidas de millares. Estas maravillosas propie-dades han hecho oblener á las Pildoras Hollo-way la aprobacion universal.

Fraca do mercadoQuaes sao os gêneros de recreio que mais

abundão na praça do mercado ?—Jaboticabas, laranjas, bananas, canni-

nhas, fiscaes.—O que é que ninguém vê na rua a não ser

oomo um meteoro ?—Fiscaes.—Quem é que vê as infracções das posturas

municipaes ?—Áquelles que não podem impor multa.

Um municipe.

EJaileHontem publicámos o nome de 00 familias

residentes na capital que não comparecerãoao baile dado ao sr. Tavares Bastos. Con-tinuamo8 na mesma tarefa :D. Maria Marcolina M. de Barros.Dr. Rodrigo A. Monteiro de Barros.Dr. J. Ignacio Gomes Guimarães,ür. Indalecio R. Figueira de Aguiar.Capitão Carlos Emílio de A. Marq1.es.Dr. Américo Brasilio de Campos.Marqueza de Santos.Joaquim Cândido de Azevedo Marques.Joaquim Fernandes Cantinho Sobrinho.Saturnino de Freitas Villalva.Tenente José da Silva Prado.Tenente-coronel Guimarães Cananéa.Capitão Carlos Maria Oliva.Dr. Vicente Mamede.Tenente Paulino José Soares de Souza.D. Maria Thereza da Fonseca.Manoel Joaquim da Costa e Silva.Antônio Teixeira de Carvalho.Manoel Antônio Coelho.Capitão Antônio Ribeiro de Escobar.' Capitão Antanio Joaquim Tavares Rodova-

lho.

Joaquim Lopes Lebra .Francisco de Assis Pinheiro e Prado.D. Anna Alvim.Ayres Coelho da Silva Gameiro.Dr. Guilherme Ellis.Joaquim Gustavo Pinheiro" e Prado.Capitão Pedro Cesario dos Santos.Capitão Benedicto Innocencio da Silva.João Augusto Fonseca Rosa.Joaquim Marcellino da Silva.Tenente-coronel Cruz.Capitão Domingos Sertorio.Domingos de Paiva Azevedo.José Alves de Sá Rocha.Conego Silva.Capitão Antônio Bernardo Quartim.Coronel Francisco Antônio de Oliveira.Dr. Luiz José Ferreira de Araújo.D. Francisco Pinto.Dr. Tbeodoro Reichert.Aurélio Joaquim de Souza Fernandes.Tenente João Maria de A. Segurado.Dr. Carlos Mariano Galvão Bueno.Dr. Silverio Gonzaga C. Amoriin.Francisco Garcia de Freitas.José Bento de Araújo.D. Maria Antonia Silva Ramos.Dr. Henrique Luiz de Azevedo Marques.Capitão F. Luiz de Abreu Medeiros.Dr. Rafael do Araújo Ribeiro.Dr. Penna Forte Black.Luiz Pereira Machado.Tenente-corouel J. 1. Luz.Dr. Vicente J. da CostaCabral.

GAZETILHA.Hoje, anniversario natalicio de S. M. F. o

sr. D. Luiz I, rei de Portugal, ha rio theatrode S.José um espectaculo-concerto em be-neficio do hospital da Sociedade Portuguezade Beneficência. Consta-nos que alguns admi-radores do menino Vasconceilos vão offere-cer-lhe uma medalha de ouro.

A Concondia Paulistana dá hoje a sua parti-da mensal.

O sr. João Baptista de Faria Paes foi exone-rado, a seu pedido, do cargo de 2o supplentedo subdelegado de policia da cidade de Jun-.diahy.

O inspector do thesouro provincial ordenouao administrador da barreira de Jundiahy quepuzesse á disposição do dr. Raphael de AguiarPaes de Barros a quantia de 7:786^520 para acontinuação das obras a seu cargo, na parteda estrada que da cidade de ltú se dirig-e á deJundiahy.

A associação—Culto á Sciencia—mimoseou-nos com as suas—Memórias do corrente anno.Os artigos honrao a seus autores.

Agradecemas a offerta.

O presidente da provincia dirigio o seguinteofíicio ao commandante superior da capital:

Ao commandante superior da guarda nacionalda capital

N. 45.—3a secçao.—Palácio do governo deS. Paulo, 30 de Outubro de 1867.

tlilm. sr.—Do Io de Novembro p. futuro emdiante, mande v. s. que se observe no aquar-telamento da guarda nacional de seu comman-do em serviço da guarnição desta capital a se-guinte determinação em referencia aosoffi-ciaes que devem commandar as respectivaspraças:

Até 200 praças unf capitão, um tenente e umalferes: aquartelando uma ala do batalhão, osmesmos officiaes proporcionalmente e mais ummajor: aquartelando todo o batalhão, todos osseus officiaes e commandante.

Se, para o serviço' de rondas, e de dia á pra-ça os officiaes aquartelado.s, e mais os do cor-po de provisórios da policia—nao forem sufi-cientes, v. s. determinará—requisitando queos officiaes competentes de seu commandoprestem este serviço gratuito e por escala en-tre todos.

Outrosim, para o aquartelamento preferiráv. s. sempre os officiaes que nao forem empre-gados públicos, i

Communicao-nos de Jundiahy o seguinte:Ainda agora começa a chegar o café da

nova safra e'já se fazem sentir os embaraçosque ha muito tempo a imprensa annunciára eque deverão ter sido opportunamente preveni-dos pela administração da estrada de ferrodesta provincia.Nos últimos dias tem ficado demorada naestação desta cidade avultada porção de pro-dueto por falta de meios de transporte.

Hontem deixarão de seguir para Santosmais de 6,000 arrobas de café e algodao-por-que, devendo vir dahie.de S. Paulo sufficien-te numero de wagons para conduzir aquellaporção de carga, apenas chegarão 3! Queabundância!

A' vista do que está acontecendo presente-mente, é fácil calcular as.difficuldades que vaosurgir de ora em diante, crescendo de dia emdia as entradas de café, devendo regular den-tro em pouco tempo de 15 a 20 mil arrobasdiariamente.

•Em nome, pois, da lavoura da provinciaque tao caro paga o melhoramento de que taòmal g'o_a, solicitamos do sr. engenheiro fiscal

por parte do governo enérgicas providenciasem ordem a reg-ularisar o serviço do transpor-te pela via férrea.

• A continuar como vai, ahi teremos de novoa besta de cangalha e o carro de boi, a fazerperfeita concurrencia á locomotiva e os cofrespúblicos a contribuir era larga escala para agarantia de juros á companhia.!

Hontem, ás três horas da tarde, entrarão noquartel desta cidade 11 recrutas vindos dacidade de Atibaia.

Lê-se na Revista Commercial:"Passou por esta cidade e foi hontem para

S. Paulo, vindo da corte, o medico francez,dr. P. dé Cuvillon.

Servio no exercito francez, quando este emexpedição no México, e chegando ha pouco aoBrasil,lenciona eslabelecer-senestaprovincia,no lugar que mais vantagens lhe offereça."

"—O Ypiranga de ante-hontera, dando no-ticia de um mimo de vários objectos de praiaque o sr. conselheiro Tavares Bastos acabade receber de algumas pessas da capital, dizque foi elle feito pelos amigos de s. exc. emsignal de homenagem.

Transcrevendo hoje esta noticia no nossonoticiário de S. Paulo, lembramo-nos de per-guntar á folha otlicial:

Quaes são os amigos a que se refere a re-dacção do Ypiranga senão a mesma gente daempreza typographica do governo e duas ou trêscreaturas mais (sem importância alguma po -Iitica) que compõem o limitado séquito do ex-presidente ?"

"—Installárão-se na provincia do Ceará asjuntas conservadoras do Saboeiro e Pacatuba;na Parahyba do Norte, a do «Ingá; e nasAlagoas, as de Camaragibe e Imperatriz."

"—Acaba de dar-se nesta cidade um casonotável de longevidade.

Falleceu hontem uma mulher do povo, denome Joaquina do Roque, com a idade bemcalculada de 118 a 120 annos. Gozava aindade muito vigor physico e moral, e morreucom todos os dentes perfeitos."

Fizerão, hontem, acto na Faculdade de Di-reito e forao approvados :

5 ° annoJosé Barboza Torres.Manoel Gomes Tolentino.Simpliciano de Souza Lima.Frederico Augusto Cleto Moreira.

4 ° annoLuiz Antônio de Souza Ferraz.Ventura José de Freitas e Albuquerque.José Custodio dn Cunha Canto.Joaquim Roberto de Azevedo Marques Filho.

2 ° annoFrancisco de Paula Cordeiro de N. Lobato.José Ferreira de Mello.Francisco de Paula Rodrigues Alves.Leopoldo Antunes Maciel.Antônio José Pereira.Brazilio Itiberé da Cunha.Epaminondas Piratinino de Almeida.José Manoel de Arruda Alvim.

.9° districtoApuração dos collegios do 3 ° districto,

faltando os da Franca e Balataes :Coronel Antônio Carlos de A. Botelho . 195ür. Bento de Paula Souza 194Dr. Francisco Antônio de S. Queiroz . . 180Dr. M. F. de C. Saltes 177Dr. J. de Miranda 173Coronel Paulino Ayres de Aguirra . . 166Dr. Fortunato de Camargo 158Capitão Felicio de Camargo .... 143Dr. Prudente J. de Moraes Barros . . . 143Dr. Joaquim de Almeida Leite Moraes . 140Dr. Antônio Francisco de Araújo Cintra. 123Dr. Tito Augusto Pereira do Mattos . . 120Dr. Bernardo Augusto R. da Silva . . .113

Sepultarão-se no cemitério municipal :Dia 28

Josepha, 2 inezes, filha de Joaquim Gra-ciano Pedro da Silva ; febre.

Dia 29Generosa Maria de Jesus, 30 annos, solteira.Brisabélla, 11 mozes, filha de Amaro Ma-

chado ; sarampos.José Pedroso, 50 annos, fallecido no lios-

picio de alienados.

Correio geralTendo-se modificado o serviço das linhas

do correio de Sorocaba e ltú, pela adminis-tração do correio se faz publico que, a datardo 1 ° de Novembro próximo futuro em dian-ta, as malas de ltú, Porto-feliz, Capivary, Pi-rapora, Agua-choca, Indaiatuba, Sorocaba,Campo-largo, Tatuhy, Itapetiuinga, Paraná-panema, Faxina, Botucatú o Lençóes serãoexpedidas pola estrada de ferro para Jundiahynos dias 3, 8, 13, 18, 23 o 28, ás 2 horas datarde; e as .de Parnahyba, Cutia, S. Roque,

Una e Piedade nos dias 3, 13 e 23, ás 5 horasda tarde.

Administração do correio geral de S. Paulo,27 de Outubro de 1867. 3—2

O ajudante do contador,Américo Alves Pinto de Mendonça.

Correio geralTendo os habitantes do Bethlém de Jun-diahy se quotisado para elevarem de seis adez as viagens mensaes do correio entre a re-ferida villa e a cidade de Jundiahy, pelaadministração geral se faz publico que, adatar do Io de Novembro próximo futuro

em diante, as malas para o referido pontoserão expedidas nos dias 1, 4, 7,10, 13 1619, 22, 25 e 28, ás 2 horas da tarde.

' 'Administração do correio geral de S.Paulo,

27 de Outubro de 1867. 3_2O ajudante do contador,

Américo Alves Pinto de Mendonça.

OO MlVtB FfcCIO

iJI/UPP A demonstrativo dos gêneros importadosii Praça do Mercado em o dia 30 do corrente«. r_v.t ua .uercaao em o dia 30 do corrente

Gênero» Quant. Unld». Pk^ços

Toucinho". . 72 Arrbs. 8$000 0Cará 3 Carga. 2$500 $Polvilho.... 3 Alqrs. 5§000 50500Ovos ..... 4830 Dúzia $240 $280Milho .... 123 -12 Alqrs. 20240 20400Leitões .... Um §Queijos „¦¦;;¦£ juFeijão 151/2 Alqrs. 7$000 0Farinha .... 70 „ 2$720 30000Dita de milho. 30 „ 3J.ÒOO 30200Batata doce 2 „' 1$600 0Batatinha. . 9 „ 3|000 40000Arr°z 19 „ 9#000 110000Café Arrbs. jj $F»bá 12 Alqrs. 20720 30500

1•Jf-

dwmmmwã I I Mtlât?

Pedro Marrei participa a seus freguezesque tendo de ir ao Rio de Janeiro, vende,para acabar, o resto de sabão que tem, pelomódico preço de 100 réis a libra;-rua da Qui-landa n. 10. 1

'f Melado de canna superior a 500 réis a gar-rafa, massa de tomates em latas de duaslibras a 1$600 a lata; macarrão,aletria elara-nha a 500 réis a libra. Na rua do Commercio11. 35, onde foi a botica dos srs. Albuquerque& Granjo. %

Rua do RosárioEsquina da travessa do Collegio

Vendem-se palelot de casemira de côrde 14U000 para cima, calças de casemira decôr de 9Ü000 a 10U000, colletes de casemirade côr e preta á 6U500, ditos de seda á7U000, cortes de casemira de côr para calçade 8U000 á 9U000, ditos de seda para colletesde 5Ü000 a 6U000,.ceroulas de linho a 2U500cada uma, camisas de flanella branca e decores a 3U000 cada uma e 30Ü000 a dúzia,palletots de alpaca de 8U000 á 12U000, ditasde brim branco supeiior á 7U000, ditos doseda de 23U000 á 30U000, morim francez desuperior qualidade á 600 réis a vara, ditoinglez á 7Ú000 a peça de 24 jardas.

Encontra-se na mesma casa um graudesortimento de calçados para homens, senho-ras, e meninas, recentemente chegados, comosejão: botinas nacionaes de bezerro do solagrossa e fina para homens á 7U000, ditasinflçzas de sola forte á6U5 00, ditas francezasgaspeadas á 8U000, botinas francezas gaspea-das de verniz para senhora a 5U000, ditasditas enfeitadas e gaspeadas de verniz áfiUOOO, ditas de cores e pretas para meninasá 4U000.

Também se vende cerveja ingleza legitimade Bass & Comp. engarrafada pos Hilers &Bell, á 80500 á dúzia de garrafas. 10—1

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1 vol. brochado 10000NA LIVRARIA GARRvUX

4—ííUm moço de boa familia, (pie deseje apren-

der á pharmacia, pôde entrar desde já na casade André Dyrbye & C, rua Direita n. 15. 3—2

DOBRAM

Page 4: ¦w Anno Iü. Quinta-feira, 31 de Outubro de 1867. N. 661 ...memoria.bn.br/pdf/709557/per709557_1867_00662.pdf · publica e salva-guardar a soberania da lei. Fiel ás declarações

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Precisa-se uo estabelecimentodo capitão E. A. Buhlaw, emIguape, de um born mestre ear-jliuteirò ; prefere-se allemão.Tambem precisa-se de trabalha-dores para cortar madeiras : pa-ga-se bem. Trata-se no hotel daEuropa. 3—3

Sempre existe ornais variado, o mais completo sortimento ile papeis

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ILDOM Y ÜNCUEKTO HOLLOWÂYMliflll

Estas píldoras son universalmente consideradas como cl remédio mas eficaz

que so. conoce en el mundo. Todas las enfermedades provieneii de un mismo ori-

gen,' á saber, la impureza "de la sangre, la cual es el manautial dc la vida. Dichaimpureza os prontamente neutralizada con el uso de las Píldoras Holloway, que,limpiando el estômago y los intestinos, producen, por medio de sus propiedadesbalsámiças, una purificacion completa de la sangre, dáu tono y energia á los ner-vios y los músculos, y fortiíican la organizacion entera.

Las Píldoras Holloway sobresalen entre todas las medicinas por su eficácia

para regularizar la digestion. Ejerciendo una accion en extremo salutífera en elhígado y los riíiones, ellas o.rdenan las secreciones, fortiíican el sistema nervioso,

y dán vigor al cuerpo humano eu general. Aun las personas menos robustas puedenvalerse/sin temor, de las virtudes fortiíicantes de estas Píldoras, con tal que, alemplearlas, se atengan cuidadosamente á las instrueciones contenidas en los opus-culos impresos en qué vá envuelta cada caja del medicamento.

UNGUENTO HOLOWAYLa ciência de la medicina no ha producido, hasta aqui, remédio alguno que

pueda compararse con el maravilloso Unguento Holloway, el cual posee proprieda-des asimilativas tan extraordinárias que, desde el momento en.qué penetra la san-gre, forma parte de ella; circulando con elfluido vilal expulsa Ioda partículamorbosa, refrigeray limpia todas las partes enfermas, y sana las llagas y ulcerasdc lodo gênero. Este famoso Unguento es un curativo infalible para la. escrófula,los cânceres, los tumores, los males de.piernas, la rigidez de las articulaciones, elreumatismo, la gota, la neuralgia, el tic-dolorosos, y la paralísis.Cada caja dc, Píldoras y bole de Unguento ván acompaiiados de amplias instrueciones

• , cn espanol relativas al modo de usar los medicamentos.Los roniedios sc vendou, on cajas.y botes, por Iodos los principales boticários del mundo enlero,

y por su proprietário, el Phofesor Holloway, cn su establecimionlo cenlral244, Stand, Londres.

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lmanach de lembrançasLUSO BRASILEIRO

PARA O ANNO DE 1868.424 ARTIGOS E 85 GRAVURAS

1 Volume brochado lgODOEncadernado. :...... 10400

NA CASA GARRAUXLARGO DA SE' 10-4

m^^^^^^^ílr^fe1^^ ""^^-IS^fe^i^^-M

tf^sp^- m

Precisa-se coritractar a cons-trucção de nina parede de tijolospara fechar o cemitério dos pro-testantes, assim como mais obrasno mesmo.

Os pretendentes queiraò se di-rigir á rua do Commercio n. 31para mais informações, e apre-sentarem as suas pro postas emcarta fechada, no prazo de oitodias a contar da data deste. 3—3S. Paulo, 29 de Outubro de 181)7.

Vende-se muito barato um preto, de 18annos, próprio para o exercito, ou para umafazenda por ler principios dos officios de pe-dreiro e carpinteiro. Para tratar no largo deS. Francisco n. 5. l_ o

100U000

lilflllâ Dl SililtiPOR

Octayio Feudlet

Fugio no dia 31 de Julho de 18G7 o escra-vo crioulo, de nome Benedicto, natural deMambucaba, de 22 annos de idade, alto, meiocheio de corpo, bem preto, pescoço e rostocompridos, boca grande, bons dentes, com pou-ca barba somente no queixo, cambaio dcambos os pés; é muito prosa, e amante dcsúcias; sabe ler, tocar viola, lida com animaese é soffrivel cosinheiro. Já appareceu emS. Paulo, e por isso é provável que ande pa-ra o sul da provincia. Quem o prender e puzorem boa, segurança, será, pelo dr. FranciscoGalvao da Costa França, residente em Guará-linguelá, gratificado com a quantia acima.

Pharmacia e Drogaria

Vertida, para o portugue*/;VENDE-SE NESTA TYPOGRAPHÍA

,U@<D)@@Y@MJmm

André Dyrbye & C. fazem sciente ao res-peitavcl publico desta capital que estão deposse da bem conhecida e antiga botica dosr. Antônio José de Oliveira, sita á rua Direi-ta n. 15, a qual está remontada com drogas ., ,. , „.,novas, todas de primeira qualidade; podem, , NACIONAL, por F. M. da Silva.

porisso, os annunciantes garantir ao publico promptidão e bom serviço a todos os respei-

A' Francisco Eugênio Pacheco e Silvafugio de Campinas o escravo seguinte: denome Clemente, de idade vinte e tantos annos,baixo, peito bem largo, pescoço curto, rostoredondo e chato, bem preto, nariz grosso echato, olhos vermelhos, sem barba, corpo bemdireito, pisa bem, quando anda olha muito ecom desconfiança para trás e para os lados ; ébem parecido e falia bem, com accentobahiano; levoujdous parelhos de calça e paletot,sendo um de xadrezinho azul e outro deriscadinho rôxo-escuro, chapéo fino, pardoclaro, de copa alta afunilada. Foi visto nasTaipas dirigindo-se para S. Paulo e presume-se que vá para Santos em cujas immediaçõestem um irmão em condições de o acoutar.Quem do mesmo der noticias certas ou entre-gar á seu senhor, em Campinas, será bemgratificado, satisfeitas as despeazs de capturae transporte. 3—3

Fetfta do Espirito-SantoComo tinha annunciado este jornal, foi feita

pelo rvdm. sr. dr. Cura a festa -do DivinoEspirito-Santo, de que se achava encarregado,apresentando-se no sabbado um impériosumptuosamenle arranjado, e sendo abrilhan-tada a solemnidade do domingo com a assis-tencia do exm. bispo, lodo o cabido, grandeconcurrencia de povo, uma bellissima missacantada:pela musicado sr. Almeida, e sobre-tudo um rico sermão pregado pelo rvdm.conego Anselmo, um dos mais distinetos ora-dores da tribuna sagrada; ludo, emfim, foidisposto pelo rvdm. sr, dr. cura para o bri-lhantismo quo houve, apezar do pouco rendi-mento das esmolas que tirou. Receba, pois,s. rvdma. a recompensa do Divino Espirito-Santo, e os parabéns que lhe dá

Um irmão do mesmo Divino

AgradecimentoO rvd. Carlos José Rodrigues de Carvalho

Salles, tendo de se ausentar «desta cidade doRio Claro para a villa de Lençóes; penhora-dissimo pelo bom tratamento que os condi-gnos cidadão desta se dignarão dispensar-lhe; é principalmente o rvd. vigário de que.Deos lhe abençoará; lhe tributa um eternoreconhecimento, offereceudo a todos o seulimitado prestimo naquella. Rio Claro, 29de Outubro de 18G7.O padre Carlos José Rodrigues de Carvalho

Salles.

TEATRO DE S. JOSÉ'Quinta-feira, 31 de Outubro de 1867

ANNIVERSARIO NATALICIO DES. M. F. O SENHOR DOM LUIZ I

ESPECTAC ULO-CONCERTOEM BENEFICIO DO

HOSPITAL DA SOCIEDADE POR-

TUGUEZA DE BENEFICÊNCIANOQUAr. TOMA PARTE A COMPANHIA DRAMÁTICA

E o menino VASCONCELLOS queGENEROSAMENTE SE PRESTA

Depois de tocar a orchestra uma ouverturaescolhida, executará a mesma, era scenaaberta, os Hymnos Brasileiro e Poktuguezem presença das elligies de SS. MM. os srs. D.Pedro II e D. Luiz I.

I.8 PARTEO menino Vasconcellos tocará no piano o

HYMNO DE D. LUIZ, e a brilhante fantasiada opera LÚCIA DE LAMERMOOR, por J. B.Duvernoy

2*a PARTEA comedia em um acto ornada de musica

Á mulher que se embriaga3.» PARTE

O menino Vasconcellos tocará a difficilouvertura da opera SEMIRAMIDE, de Rossini.

4.» PARTEA comedia em um acto ornada de musicaOLHO VIVO, COMPANHIA DE

SEGUROS CONTRA A PENEIRANOS OLHOS

5.» PARTEO menino Vasconcellos tocacá a bonita

fantasia da opera OS PURITANOS, por Beyer,e outra do Trovador-a CANÇÃO DA CIGA-NA, por Perny, concluindo com o HYMNO

los, no seu estabelecimento. :>—o I S. Paulo. —Typ. Americam»