W21 Pontuacao

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Agrupamento de Escolas D. Manuel de Faria e Sousa Língua Portuguesa 8º Ano Ficha de trabalho: Pontuação TEXTO E SINAIS DE PONTUAÇÃO 1. TEXTO No texto , distinguem-se vários blocos: os parágrafos. O parágrafo é assinalado por um recuo de linha. O parágrafo é composto por frases. A frase inicia-se com letra maiúscula e termina em ponto final ou sinal de pontuação equivalente. A frase pode conter uma ou várias orações. 2. SINAIS DE PONTUAÇÃO Pontuar não é um acto sem importância. Não resulta indiferente colocar ou não uma vírgula, como também não é ao acaso que se opta pelo emprego de um ponto em vez de reticências. Analise as seguintes frases: - Morra Salazar! Não faz falta à nação! - Morra Salazar, não! Faz falta à nação! Apesar de as frases terem o mesmo material, não transmitem a mesma informação. A alteração de sentido foi provocada pelo uso dos sinais de pontuação. É importante, por isso, conhecê-los e saber utilizá-los. VÍRGULA Assinala, no interior da frase, a pausa de mais curta duração. Emprega-se, entre outros casos, para separar: a) o vocativo do resto da frase (ex.: Minha Senhora, você anda mesmo perdida.); b) elementos com a mesma função sintáctica (ex.: Era bonita, simpática, delicada e carinhosa.); c) uma enumeração (ex.: Tomou banho, vestiu uma roupa nova, penteou-se e foi comer.); d) os advérbios sim e não, quando independentes na frase (– Não, podes ir.); e) frases participiais e gerundivas (exs.: Passados dois dias, Teresa chegou a casa com dois bilhetes para as Caraíbas. / Ele sorriu, pensando na felicidade das crianças.); f) frases coordenadas adversativas – mas, contudo, no entanto, porém, todavia... (exs.: Ela gosta de teatro, mas não gosta de cinema. / Ele gosta de bolos; contudo, não gosta de chocolates.); g) frases coordenadas conclusivas – logo, portanto, por conseguinte, por consequência e pois (exs.: A loja estava fechada; portanto, ele não pôde comprar o que queria. / Ele disse-lhe a verdade; teve, pois, um comportamento correcto.); h) frases subordinadas temporais (ex.: Quando chegares a casa, telefona-me.); i) frases subordinadas adverbiais causais – porque, pois, uma vez que, visto que, já que... (exs.: Ela foi-se embora, porque já não havia nada a fazer. / O João não pôde cantar, uma vez que estava afónico.); j) frases subordinadas adverbiais concessivas – embora, ainda que, mesmo que, se bem que, por mais que... (ex.: Mesmo que me apeteça, não irei ao cinema.); k) expressões do tipo ou seja, isto é, sem dúvida, por exemplo, a meu ver, com efeito, na verdade (Esta casa é muito cara, ou seja, não é para o meu bolso!); l) nas datas, o nome do lugar (ex.: Aveiro, 23 de Setembro de 2006).

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Agrupamento de Escolas D. Manuel de Faria e Sousa Língua Portuguesa

8º Ano Ficha de trabalho: Pontuação

TEXTO E SINAIS DE PONTUAÇÃO

1. TEXTO

No texto, distinguem-se vários blocos: os parágrafos. O parágrafo é assinalado por um recuo de

linha.

O parágrafo é composto por frases. A frase inicia-se com letra maiúscula e termina em ponto final

ou sinal de pontuação equivalente.

A frase pode conter uma ou várias orações. 2. SINAIS DE PONTUAÇÃO

Pontuar não é um acto sem importância. Não resulta indiferente colocar ou não uma vírgula, como

também não é ao acaso que se opta pelo emprego de um ponto em vez de reticências.

Analise as seguintes frases:

- Morra Salazar! Não faz falta à nação!

- Morra Salazar, não! Faz falta à nação!

Apesar de as frases terem o mesmo material, não transmitem a mesma informação. A alteração de

sentido foi provocada pelo uso dos sinais de pontuação. É importante, por isso, conhecê-los e saber

utilizá-los.

→ VÍRGULA Assinala, no interior da frase, a pausa de mais curta duração. Emprega-se, entre outros casos, para

separar:

a) o vocativo do resto da frase (ex.: Minha Senhora, você anda mesmo perdida.);

b) elementos com a mesma função sintáctica (ex.: Era bonita, simpática, delicada e carinhosa.);

c) uma enumeração (ex.: Tomou banho, vestiu uma roupa nova, penteou-se e foi comer.);

d) os advérbios sim e não, quando independentes na frase (– Não, podes ir.);

e) frases participiais e gerundivas (exs.: Passados dois dias, Teresa chegou a casa com dois

bilhetes para as Caraíbas. / Ele sorriu, pensando na felicidade das crianças.);

f) frases coordenadas adversativas – mas, contudo, no entanto, porém, todavia... (exs.: Ela gosta de

teatro, mas não gosta de cinema. / Ele gosta de bolos; contudo, não gosta de chocolates.);

g) frases coordenadas conclusivas – logo, portanto, por conseguinte, por consequência e pois (exs.:

A loja estava fechada; portanto, ele não pôde comprar o que queria. / Ele disse-lhe a verdade; teve, pois,

um comportamento correcto.);

h) frases subordinadas temporais (ex.: Quando chegares a casa, telefona-me.);

i) frases subordinadas adverbiais causais – porque, pois, uma vez que, visto que, já que... (exs.: Ela

foi-se embora, porque já não havia nada a fazer. / O João não pôde cantar, uma vez que estava

afónico.);

j) frases subordinadas adverbiais concessivas – embora, ainda que, mesmo que, se bem que, por

mais que... (ex.: Mesmo que me apeteça, não irei ao cinema.);

k) expressões do tipo ou seja, isto é, sem dúvida, por exemplo, a meu ver, com efeito, na verdade

(Esta casa é muito cara, ou seja, não é para o meu bolso!);

l) nas datas, o nome do lugar (ex.: Aveiro, 23 de Setembro de 2006).

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- NÃO SE SEPARAM POR VÍRGULAS:

a) o sujeito do predicado (ex.: O rapaz moreno de óculos e camisa branca é meu primo.);

b) o verbo dos seus complementos (ex.: Ele deu uma prenda à Ana.);

c) frases (com sujeitos iguais) e elementos da frase coordenados com a conjunção e (exs.: Ele

começou a trabalhar e a ter mais dinheiro. / O filme é extremamente divertido e interessante.).

→ PONTO E VÍRGULA Assinala uma pausa maior do que a vírgula, mas menor do que a do ponto. Utiliza-se:

a) numa enumeração cujos elementos já estão separados por vírgulas (ex.: Alguns tipos de

problemas da cidade são: a poluição, que é provocada pelos fumos industriais, pelos escapes dos

automóveis e pela produção de detritos de origem doméstica, industrial, hospitalar ou outra; a degradação

dos edifícios; a diminuição dos espaços verdes; o envelhecimento da população; etc...);

b) numa listagem de tópicos (ex.: Numa exposição oral, devemos assumir uma postura correcta e

adequada:

- falar olhando para o público;

- não pôr as mãos nos bolsos, atrás das costas, na boca, etc.;

- não mexer no apagador;

- não balançar as pernas nem os braços;

- não virar as costas ao público;

- não ler os apontamentos;

- falar num tom de voz audível.).

→ PONTO Marca a pausa mais longa da voz. Coloca-se no fim da frase, indicando que aquilo que se pretende

dizer está completo.

Utiliza-se para: indicar o fim de todas as frases excepto o das interrogativas directas e exclamativas

(ex.: Bernardo estudava em Madrid. Apesar de ter sido bem recebido em Espanha e ter colegas

fantásticos, sentia saudades da família e dos amigos que deixou em Portugal. Assim, decidiu regressar e

continuar os seus estudos aqui.).

→ DOIS PONTOS Utilizam-se para:

a) introduzir o discurso directo (ex.: A mãe disse: – Levanta a mesa, se fazes favor.);

b) introduzir uma enumeração (ex.: O André foi à Feira do Livro e comprou: dois romances, um

dicionário bilingue e uma enciclopédia.);

c) introduzir uma explicação (ex.: Ele voltou para trás: tinha-se esquecido da carteira e dos óculos.);

d) introduzir uma citação (ex.: Camões escreveu: «Amor é um fogo que arde sem se ver».).

→ TRAVESSÃO

Utiliza-se o travessão para:

a) marcar a fala de uma personagem em discurso directo (ex.: O Rodrigo exclamou: – Que linda

paisagem!);

b) isolar, num determinado contexto, palavras ou frases (ex.: Foram de férias – estavam muito

cansados!).

→ RETICÊNCIAS Assinalam uma interrupção voluntária do discurso. Utilizam-se para:

a) indicar uma interrupção no pensamento ou uma hesitação (exs.: Se ao menos pudesse ouvir a

sua voz... / Não sei se espere mais tempo...);

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b) marcar a omissão de informação que se pode subentender (ex,: Naquela sala, tudo é muito

original: os sofás, as mesas, os quadros, a carpete, os móveis...).

→ PONTO DE INTERROGAÇÃO

Utiliza-se o ponto de interrogação: nas frases interrogativas directas (ex.: Disseste alguma coisa?).

→ PONTO DE EXCLAMAÇÃO

Utiliza-se o ponto de exclamação:

a) nas frases exclamativas (ex.: Que dia maravilhoso!);

b) em algumas frases imperativas (ex.: Não me deixes sozinha!).

EXERCÍCIOS

A. Reescreve as frases com as vírgulas que faltam.

1. De qualquer forma José não tens razão. → ________________________________________________

2. Para onde foi ele meu Deus? → _________________________________________________________

3. Dona lnácia a dona desta casa espera-o na sala. → _________________________________________

4. Espero porém que nos encontremos brevemente. → ________________________________________

5. Professor como se faz este exercício? → __________________________________________________

6. Pensa um pouco Júlio. → ______________________________________________________________

B. Explica o emprego de itálico e de aspas nas seguintes situações:

1. Por um clik magnético acendeu-se no meu cérebro a imagem do Zé Pedro, meu colega de escola, o

«Papa-histórias», como depois lhe chamaríamos.

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2. A cara do meu colega era um mar de sardas, os olhos redondos e vivos e os dentes salientes. Mesmo

assim mantinha aquele ar solene e o tom de voz de quem «sabe coisas».

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3. Lera o Tintim, o Sandokan, o Tio Patinhas, o Tarzan, como todos nós, e o David Copperfield.

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C. Reescreve as frases do texto com os sinais de pontuação necessários.

1. ao voltar a casa à tarde Maria encontrou o gato na cozinha aninhado a comer um rato que tinha

apanhado.

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2. tinha ratos em casa que fazer como resolver aquilo

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3. no dia seguinte após as tarefas matinais disse ao filho hoje vou levar-te comigo porque não te quero

sozinho em casa vamos lá João

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4. no escritório foi um alvoroço olha que menino tão bonito

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D. Coloca parênteses, travessões ou vírgulas nos sítios das frases onde são necessários.

1. Os dois países da Península Ibérica Portugal e Espanha foram em tempos pertença dos Árabes.

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2. O senhor Ricardo creio que é esse o seu nome é meu vizinho de patamar.

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3. Posso garantir-te e eu não sei mentir que acabo de o ver na rua.

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E. Pontua o texto que se segue:

Uma história de solidariedade

O nome dele era Fleming e era um pobre fazendeiro escocês um dia enquanto trabalhava para

ganhar a vida e o sustento para a sua família ouviu um pedido desesperado de socorro vindo de um

pântano nas proximidades imediatamente largou as suas ferramentas e correu para lá ao chegar

encontrou um menino gritando e tentando livrar-se da morte pois estava enlameado até à cintura o

fazendeiro Fleming salvou o rapaz de uma morte lenta e terrível no dia seguinte uma carruagem

riquíssima chega à humilde casa do escocês um nobre saiu e apresentou-se como o pai do menino que o

fazendeiro Fleming havia salvado

Eu quero recompensá-lo disse o nobre o senhor salvou a vida do meu filho

Não eu não posso aceitar qualquer pagamento pelo que fiz respondeu o fazendeiro escocês

recusando a oferta

Naquele momento o filho do fazendeiro veio à porta do casebre

É seu filho perguntou o nobre

Sim respondeu o fazendeiro com orgulho

Então faço-lhe uma proposta deixe-me levá-lo e dar-lhe-ei uma boa educação se o rapaz for como é

o seu pai ele crescerá e será um homem do qual o senhor terá muito orgulho

E foi o que ele fez tempos depois o filho do fazendeiro Fleming formou-se no St. Mary’s Hospital

Medical School de Londres e ficou conhecido no mundo como o notável Senhor Alexander Fleming que

descobriu a penicilina

Anos depois o filho do nobre estava doente com pneumonia o que o salvou a penicilina o nome do

nobre senhor Randolph Churchill o nome do filho dele senhor Winston Churchill

É com exemplos e gestos como estes que o mundo se torna um lugar melhor