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POTIRA DE AGUIAR

EDUCAO EM SADE PARA DIABTICOS EM UMA UNIDADE DE SADE DA FAMLIA

CAMPO GRANDE

2011

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL

POTIRA DE AGUIAR

EDUCAO EM SADE PARA DIABTICOS EM UMA UNIDADE DE SADE DA FAMLIA

Trabalho de concluso apresentado como pr-requisito para Curso de Ateno Bsica em Sade da Famlia, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Tutor: Fernando Lamers

CAMPO GRANDE

2011

EDUCAO EM SADE PARA DIABTICOS EM UMA UNIDADE DE SADE DA FAMLIA

INTRODUO: A educao em sade para pacientes diabticos tem se mostrado bastante importante para a assistncia em sade e controle da doena.

METODOLOGIA: O projeto idealizado foi educao em sade em mtodo de roda para pacientes diabticos da equipe de sade da famlia da cidade de Dourados-MS

OBJETIVOS: Conhecer as necessidades dos pacientes diabticos da rea em relao ao conhecimento da doena e suas dificuldades dirias de manejo da mesma.

DISCUSSO: Foram realizadas 3 rodas para educao em sade com cerca de 3 a 5 pessoas que permitiu aprofundar o conhecimento da mesma e a interao do profissional de sade e parte da populao assistida. Foi possvel conhecer parte das necessidades dos pacientes, conhecer e assistir os pacientes nos planos teraputicos, impactos de doena e suas histrias de vida. Atravs da reviso de literatura pudemos nos atualizar sobre os avanos de conhecimento sobre o tema e de que a educao em sade um aliado para a melhoria da sade dos diabticos. A interao entre o paciente e os profissionais permite a troca de saberes e sucesso no tratamento.

CONSIDERAES FINAIS: A importncia da educao em sade para diabticos fundamentada pela literatura e pela melhoria da relao entre o profissional de sade e o diabtico.A nossa experincia mostrou dificuldades de adeso para educao em sade em grupos. Essa atividade permitiu experenciar uma metodologia de educao em sade em um grupo de grande risco de adoecimento e permitiu melhorar a assistncia em sade com a troca de saberes entre as pessoas diabticas que compartilharam suas histrias de vida, enriquecendo e fundamentando a teoria com dados reais.

1.INTRODUO

O trabalho de educao em sade para pacientes diabticos foi realizado na Equipe de Sade da Famlia 47, no bairro gua Boa e Brasil 500 do municpio de Dourados no estado do Mato Grosso do Sul. A populao dessa rea de 1003 famlias e contm 118 diabticos. A economia local de prestadores de servios urbano e rural. A estratgia de sade da famlia tem importante papel de identificao dos casos de alto risco para diabetes, dos casos no identificados de portadores da doena, tratamento dos pacientes acometidos, preveno de complicaes agudas e crnicas. Atravs da anlise da assistncia ao paciente diabtico nessa equipe detectamos a necessidade de um projeto de educao em sade nesse grupo. Esse projeto foi desenvolvido durante os meses de julho e julho de 2011.

2.REVISO DE LITERATURA

O diabetes mellitus(DM) considerado um conjunto de doenas metablicas de vrias etiologias caracterizadas por hiperglicemia em consequncia da secreo deficiente da insulina pelas clulas , resistncia perifrica ao da insulina ou ambas (TEIXEIRA; MACHADO, 2001).

O DM um problema de sade pblica mundial devido o nmero de pessoas acometidas pela doena, incapacitaes e mortalidade relacionadas a doena, custos no controle e no tratamento de suas complicaes. A estimativa mundial de 221 milhes de pacientes diabticos para 2010, e segunda a OMS em 2030 existir 11.305.000(aproximadamente 11,3 milhes) diabticos no Brasil e 366 milhes no mundo. O aumento da prevalncia de pessoas com essa doena relaciona-se com o envelhecimento da populao, aumento do consumo de gorduras saturadas, sedentarismo e obesidade (OMS, 2010; AMOS et al, 2010; TEIXEIRA; MACHADO, 2001; LYRA et al; BERGER, 2010).

A incidncia de diabetes na dcada de 1980 foi de 8,8% e a prevalncia de 7,6% em pessoas de 30 a 69 anos. Quase metade dos indivduos no tinham sido diagnosticados como diabticos e 20% dos diagnosticados no tinham adeso ao tratamento (BERSUSA, 2010; TEIXEIRA; MACHADO, 2001).

A prevalncia de diabetes est crescendo em propores epidmicas e em pases pobres a sua morbi-mortalidade agrava a pobreza e excluso social por atingir indivduos em idade produtiva. A diabetes reduz a expectativa e a qualidade de vida (TORRES et al, 2010; SCHIMIDT, 2004; HADDAD et al, 2007).

A expectativa de vida do diabtico tipo 1 reduzida em 15 anos e do tipo 2 em 7 anos. A morbi-mortalidade est relacionada a complicaes crnicas (macrovascular- doenas coronarianas, cerebrovascular e arterial perifrica e microvascular- retinopatia e nefropatia. DM aumenta a probabilidade de 2 a 4 vezes da pessoa ter doena cardaca e infarto. Mais que 75% dos adultos com DM tm hipertenso arterial(HAS) associada. HAS e DM associados dobram o risco de doena cardiovascular. Dislipidemia diabtica (trigliceridemia, alta taxa de LDL-coleterol e baixa taxa de HDL- colesterol) contribuem para aterosclerose. DM a causa mais comum de amputaes no traumticas de membros inferiores. DM em mulheres causa maior nmero de partos prematuros, macrossomia fetal e mortalidade materna (HADDAD et al, 2007; BERGER, 2010).

No Sistema nico de Sade(SUS) o DM a sexta causa de internaes e est associada a 30 a 50% das outras causas (cardiomiopatia isqumica, insuficincia cardaca, colecistopatia, AVC e hipertenso arterial). O DM aumenta 2 vezes a probabilidade de uma pessoa falecer em relao a pessoa sem a doena e isso se relaciona ao controle glicmico. O aumento da hemoglobina glicosilada(A1c) em 1% aumenta a em 14% a mortalidade.

A adeso do tratamento no farmacolgico e farmacolgico e o controle do DM (hiperglicemia, hipertenso, dislipidemia e microalbuminria ) so eficazes na reduo de suas complicaes. A compensao dos fatores citados diminui em 50% as doenas cardiovasculares, 58% a retinopatia, 61% a nefropatia e 63% a neuropatia diabtica.O controle de presso arterial em diabticos diminui o risco de complicao micorvasculoar e macrovascular em no mnimo 33% e controle do LDL em complicaes cardiovasculares de 20% para 50% (CANANI et al, 2004; Berger, 2010)

A doena cardiovascular no paciente diabtico mais prevalente e mais grave.Uma das suas manifestaes a aterosclerose das artrias coronarianas, cerebrais e membros inferiores. A isquemia coronariana mais precoce e mais grave no diabtico hipertenso. A mulher diabtica perde a proteo cardiovascular inerente ao sexo. A recuperao ps AVC est reduzida no paciente diabtico. A doena vascular perifrica 30 vezes mais comum em diabticos. Outras cardacas do diabtico: arritmias, infartos silencioso e morte sbita(RAMOS, 2001; PEDROSA; BOULTON, 2001).

A nefropatia diabtica a causa mais comum de insuficincia renal terminal em pacientes dialticos, 20% dos pacientes em pases latino-americanos e no Brasil: 9 a 27% na regio Sul e Sudeste; proteinria em 44% dos diabticos tipo 1 e 34% dos diabticos tipo 2 nos pacientes do Hospital das Clnicas da UFPEO acometimento glomerular inicia normalmente aos 7 a 10 anos de doena com maior incidncia aps 15 anos de doena. A nefropatia apresenta-se clinicamente com proteinria, hipertenso e uremia progressiva (LOPES et al, 2001).

A retinopatia diabtica a mais importante causa de cegueira em indivduos de 20 a 74 anos nos Estados Unidos. Aps 20 anos de doena quase todos os pacientes diabticos tipo 1 e 605 dos pacientes diabticos tipo 2 tero acometimento ocular. A retinopatia desenvolvida independente do controle glicmico. A retinopatia pode estar presente no momento diagnstico em 21% dos diabticos tipo 2. No estudo UKDPS de cerca de 5122 pacientes a cegueira desenvolveu-se em 13% dos pacientes(CORDEIRO et al, 2001; BERGER, 2010).

A neuropatia o acometimento neurolgico do diabtico sem outras causas para comprometimento do sistema nervoso. A exposio crnica a hiperglicemia fator etiolgico comum da neuropatia diabtica. A neuropatia pode ser motora, dolorosa, trmica e com sensao vibratria. Pode tambm apresentar manifestaes autonmicas, as mais comuns: diarria, constipao, gastroparesia, hipotonia vesical, sudorese gustatria, disfuno ertil,alterao na microcirculao com ressecamento de pele vasodilatao . Pode ocorrer tambm na forma de arritmias, infartos silenciosos e morte sbita. Na forma de disparo de dor no local de leso ou em focos ectpicos na extenso do nervo com dor lancinante, pontada, agulhadas ou em vrias fibras com queimao.Intolerncia estmulos habitualmente no dolorosos como contato com roupas, cobertas e lenis(alodnea) o resposta de dor intensa a estmulos de mnima intensidade dolorosa(hiperalgesia). Quando h envolvimento de fibras motoras pode apresentar cibras e fraqueza muscular nos tornozelos(PEDROSA; BOULTON, 2001).

Poliria, polidpsia e polifagia so mais caractersticos em pessoas com DM tipo 1. Aproximadamente 50% dos diabticos tipo 2 so assintomticos ou oligossintomticos e desconhecem serem portadores da doena. Podem apresentar alguns sintomas inespecficos: tonturas, dificuldade visual, astenia, cibras, vulvovaginites. Cerca de 80% dos diabticos tem excesso de peso. A investigao de diabetes deve ser realizada em assintomticos maiores de 45 anos e em mais jovens com algum fator de risco para DM. Fatores esses: obesidade, hipertenso,histria familiar de primeiro grau de DM, dislipidemia, diagnstico prvio de DM gestacional ou macrossomia fetal, diagnstico de intolerncia glicose(TEIXEIRA; MACHADO, 2001).

Adultos maiores de 45 anos e exames para DM normais devem repeti-los a cada 3 anos ou com a frequencia indicada. Crianas sem sintomas de DM e com sobrepeso ou obesidade e mais de 2 fatores de risco para DM a ADA(American Diabetes Association) recomenda rastreio com glicemia srica de jejum a partir dos 10 anos ou no incio