WEBER, M. - O Nascimento Das Religiões

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Capítulo V SOCIOLOGIA DA RELIGIÃO (TIPOS DE RELAÇÕES COMUNITÁRIAS RELIGIOSAS) § 1. O nascimento das religiões Caráter intramundano original da ação comunitária religiosa ou magicamente motivada, p. 279 — A crença nos espíritos, p. 280 — Nascimento de poderes "supra-sensíveis", p. 281 — Naturalismo e simbollsmo, p. 282 — Mundo dos deuses e deuses funcionais, p. 284 — Culto aos antepassados e sacerdócio doméstico, p. 286 — Deuses de associações políticas e deuses locais, p. 287 — Monoteísmo e religiosidade cotidiana, p. 289 — Universalismo e monoteísmo, p. 290 — Coação sobre os deuses, magia e serviço aos deuses, p. 292 Uma definição daquilo que'' é" religião é impossível no início de uma consideração como a que segue, e, quando muito, poderia ser dada no seu final. Mas não é da "essência" da religião que nos ocuparemos, e sim das condições e efeitos de determinado tipo de ação comunitária cuja compreensão também aqui só pode ser alcançada a partir das vivências, representações e fins subjetivos dos indivíduos — a partir do "sentido" —, uma vez que o decurso externo é extremamente multiforme. A ação religiosa ou magicamente motivada, em sua existência primordial, está orientada para este mundo. As ações religiosa ou magicamente exigidas devem ser realizadas "para que vás muito bem e vivas muitos e muitos anos sobre a face da Terra". Mesmo rituais como sacrifícios humanos, extraordinários sobretudo entre uma população urbana, foram realizados nas cidades marítimas fenícias, sem qualquer expectativa dirigida ao além. A ação religiosa ou magicamente motivada é, ademais, precisamente em sua forma primordial, uma ação racional, pelo menos relativamente: ainda que não seja necessariamente uma ação orientada por meios e fins, orienta-se, pelo menos, pelas regras da experiência. Assim como esfregando-se um pau numa peça de madeira provocam-se centelhas, a mímica "mágica" do conhecedor faz cair chuva do céu. E as fagulhas produzidas pelo pau esfregado na madeira são, como a chuva obtida pelas

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Captulo VSOCIOLOGIA DA RELIGIO (TIPOS DE RELAES COMUNITRIAS RELIGIOSAS) 1. O nascimn!" #as $%i&i'sCarter intramundano original da ao comunitria religiosa ou magicamente motivada, p. 279 Acrena nos espritos, p. 28 !ascimento de poderes "supra#sensveis", p. 28$ !aturalismo esim%ollsmo, p. 282&undodos deuses e deuses 'uncionais, p. 28(Cultoaos antepassados esacerd)cio dom*stico, p. 28+ ,euses de associa-es polticas e deuses locais, p. 287 &onotesmo ereligiosidade cotidiana, p. 289 .niversalismo e monotesmo, p. 29 Coao so%re os deuses, magia eservio aos deuses, p. 292.made'inioda/uilo/ue00 *"religio*impossvelnoinciodeumaconsideraocomoa/uesegue, e, /uandomuito, poderiaser dadanoseu'inal. &as no*da"ess1ncia" dareligio/uenosocuparemos, esimdascondi-esee'eitosdedeterminadotipodeaocomunitriacu2acompreensotam%*m a/ui s) pode ser alcanada a partir das viv1ncias, representa-es e 'ins su%2etivos dos indivduos a partir do "sentido" , uma ve3 /ue o decurso e4terno * e4tremamente multi'orme. A ao religiosa oumagicamente motivada, em sua e4ist1ncia primordial, est orientada para este mundo. As a-es religiosa oumagicamente e4igidas devem ser reali3adas "para /ue vs muito %em e vivas muitos e muitos anos so%re a'ace da 5erra". &esmo rituais como sacri'cios 6umanos, e4traordinrios so%retudo entre uma populaour%ana, 'oram reali3ados nas cidades martimas 'encias, sem /ual/uer e4pectativa dirigida ao al*m. A aoreligiosa ou magicamente motivada *, ademais, precisamente em sua 'orma primordial, uma ao racional,pelo menos relativamente7 ainda /ue no se2a necessariamente uma ao orientada por meios e 'ins, orienta#se, pelomenos, pelasregrasdae4peri1ncia.Assimcomoes'regando#seumpaunumapeademadeiraprovocam#se centel6as, a mmica "mgica" do con6ecedor 'a3 cair c6uva do c*u. 8 as 'agul6as produ3idaspelo pau es'regado na madeira so, como a c6uva o%tida pelas manipula-es do 'a3edor de c6uvas, umproduto"mgico",A aoouopensamentoreligiosoou"mgico"nopodeserapartado, portanto, docrculo das a-es cotidianas ligadas a um 'im, uma ve3 /ue tam%*m seus pr)prios 'ins so, em sua grandemaioria, denature3aecon9mica. :omenten)s, dopontodevistadenossaconcepoatualdanature3a,poderamos distinguir imputa-es causais o%2etivamente "corretas" e "erradas", e recon6ecer estas ;ltimascomo irracionais e a ao correspondente como "magia". A pr)pria pessoa /ue age de modo mgico 'a3 suasdistin-es, em primeira inst por umm*todo racional do ponto de vista dessa concepo de terapia e4orcista ou 6omeoptico#sim%olista, o/ual guarda para com os primeiros a mesma relao /ue a astrologia, originada nas mesmas ra3es, para como calendrio com%ase emprica7 tudo isso 'a3 parte do mesmo mundo de 'en9menos, de imensasconse/@1ncias para odesenvolvimento cultural, mas /ue nopodemos e4aminar a/ui. Aprimeira e'undamental atuaodocrculodeid*ias"religiosas"so%reomododevidaeaeconomia*, portanto,geralmente de nature3a estereotipados. 5oda modi'icao de um costume /ue se reali3a de algum modo so%o patrocnio de poderes supra#sensveis pode a'etar os interesses de espritos e deuses. Assim, a religiomultiplica inseguranas e ini%i-es naturais emtodoagente inovador7 osagrado*oespeci'icamenteinvarivel.!os casos concretos, as transi-es entre o naturalismo pr*#animista e o sim%olismo so totalmente'luidas. Fuando se arranca do peito do inimigo o corao ou de seu corpo os )rgos se4uais ou de seu cr dos 6elenos uma a%alienatio menos,contrria A ordem, para estes a/uela casustica da religio romana =e da etrusca, /ue neste aspecto ia aindamais longe> era uma deisidemonia cativa. A preocupao com a satis'ao dos numina levou A tend1ncia dedecompormentalmentecadaaoemsuasmanipula-esparciaisconcei#tualmentedeterminveisedeatri%uir a cada uma destas um numen so% cu2o patrocnio especial se colocasse. 8ncontram#se analogias nandiaeemoutras partes, mas emnen6umoutrolugar #r umave3/ueaatenodaprticaritual seconcentrava totalmente nisto o n;mero dos numina o%tidos pela anlise puramente conceituai, isto *, pora%strao mental, a ser levado em conta era to grande como entre os romanos. A peculiaridade espec'ica,assim condicionada, da vida prtica romana consiste e nisto reside a oposio, por e4emplo, A atuaodos rituais 2udaicos easiticos nocultivoincessantedeumacasusticasacro#2urdicapraticamenteracional, numa esp*cie de 2urisprud1ncia cautelar sacra e no tratamento dessas coisas, por assim di3er, Amaneiradepro%lemasdeadvogados, ?direitosacrotornou#seassimamatri3dopensamento2urdicoracional, enemmesmoa6istoriogra'iadeMvio, por e4emplo, negavaessacaractersticadoromano,condicionada pela religio, /uando,em oposio ao pragma N tismo da 6istoriogra'ia 2udaica,para ela a/uesto central era a prova da "correo" sacro#2urdica e estatal#2urdica de cada inovao institucional7 o/uel6eimportavanoeramopecado, ocastigo, apenit1nciaeasalvao, mas/uest-esdeeti/ueta2urdicas.ComrespeitoAs concep-es dos deuses, das /uais trataremos a/ui emprimeirolugar, a/uelesprocessos de antropomor'i3ao, por umlado, e de delimitaodas compet1ncias, por outro, /uesedesenvolvememparte paralelamente eemparteemsentidocontrrio, estovinculados aos tipos dedivindade2e4istentes, mast1matend1nciainerenteaumaracionali3aocrescentetantoda'ormadeadorao /uanto da pr)pria concepo dos deuses.8 de pouco interesse para nossos 'ins e4aminar a/ui os diversos tipos de deuses e dem9nios, ainda/ueou,antes,por naturalmente estarem condicionados, Asemel6anadovoca%ulrio deuma lngua,demodo direto so%retudo pela situao econ9mica e pelos destinos 6ist)ricos de cada povo. .ma ve3 /ue, paran)s, estes ;ltimos se perdem nas trevas, muitas ve3es * impossvel sa%er por /ue, entre os di'erentes tipos dedivindade, precisamente algumas se ten6am mantido na posio suprema. Csso pode depender dos o%2etosnaturais importantes paraaeconomia, comeandopelos astros, oude'en9menos orgpressup-e,emgeral, certograudeimport deumacon'ederao sagrada de cls =reais ou 'ictcios> ou 2> de um poder patrimonial, construdo A maneira de umpoder dom*stico de%ilitado, e4ercido por uma gesto patrimonial e4tensa =de um rei>so%re as dos "s;ditos".A conse/@1ncia, no segundo caso, * /ue os antepassados, numina, genii ou deuses pessoais da/uela gestopatrimonial mais poderosa se 2untam aos deuses dom*sticos das gest-es dos s;ditos e legitimam sacramentea posio do dominador. Csto ocorre na Psia orientalH na C6ina, em com%inao com a monopoli3ao peloimperador, como pont'ice, do culto dos espritos supremos da nature3a. Eretens-es semel6antes estavamligadas A 'uno sacra, de genius, do princeps romano, com a integrao assim condicionada da pessoa doimperador ao culto dos leigos. !o primeiro caso, ao contrrio, surge um deus especial da associao polticacomo tal. .m deus deste tipo era Deov. ? 'ato de ele ser o deus de uma con'ederao segundo a tradio,originalmente o deus da aliana dos 2udeus e midianitas , teve a conse/@1ncia importantssima de /ue suarelao com o povo israelita, /ue o aceitara, so% 2uramento, 2unto com a con'ederao poltica e a ordemsacro#2urdica das rela-es sociais, 'oi considerada um %ert6, ou se2a, uma relao contratual, imposta porDeov e aceita por su%misso, /ue tra3ia consigo determinados deveres rituais, sacro#2urdicos e *tico#sociaispara os contratantes 6umanos, mas tam%*m compromissos claramente de'inidos do contratante divino, cu2ainviola%ilidade este se sentia no direito de e4igir nas 'ormas indicadas, posto tratar#se de um deus com talplenitude de poderes, ? carter espec'ico de compromisso da religiosidade israelita /ue, apesar de todas asdemais analogias, em nen6uma outra religio se repete com tanta intensidade, teve a/ui sua primeira rai3.Aocontrrio, *universal o'en9menodea'ormaodeumaassociaopolticaestar condicionadaAsu%ordinao a um deus especial desta associao. ? sinoiJism9s Qsinecismo2 mediterr, como o 'e3, por e4emplo, Camilo diante de Ve2i. ?u rou%am#se ou con/uistam#se os deuses.:) /ue nem todos o permitem. A arca con/uistada de Deov trou4e pragas aos 'ilisteus. 8m regra, a vit)riapr)pria * tam%*m a vit)ria do deus pr)prio, mais 'orte, so%re o deus estran6o, mais 'raco. !em todo deus deuma associao poltica est vinculado, em sentido puramente local, A sede da direo da associao. !orelato da marc6a do povo de Csrael pelo deserto, ele anda 2unto com o povo ou A 'rente dele, do mesmomodo /ue os lares da 'amlia romana mudam de lugar 2unto com ela. 8 em contradio A/uele relato *considerado um trao especial de Deov /ue ele se2a um deus /ue atua "a dists)estprotegido pelo 2uramento 6umanoLsacrosanctusTnotemauspciose,por isso,nen6umimpe# riumlegtimoH possui no m4imo uma potestas. Avinculao local da divindade daassociaoatingeomaisaltograudedesenvolvimentoondeoterrit)riodesta, comotal, *consideradoespeci'icamente sagrado para o deus. Roi o /ue ocorreu de modo crescente com a Ealestina em relao aDeov, detal sorte/ueatradiopermitiaaos6a%itantesemterraal6eia, sedese2assemparticipar naassociao de culto de Deov e ador#lo, /ue tivessem consigo algumas carradas de terra da Ealestina.? nascimento de deuses locais propriamente ditos est ligado, por sua ve3, no apenas a uma vidasedentria como tam%*m a outros pressupostos /ue 'a3em da associao local uma portadora de signi'icadospolticos. :eu desenvolvimento pleno Qisto *, do tipo da associao local e de seu deus localU era alcanada,emregra, so%reo'undamentodacidade, comoassociaopolticaespecial, comdireitoscorporativos,e4istente independentemente da corte e da pessoa do so%erano. Eor isso, ela no e4iste na ndia, na Psiaoriental e no Cr, sendo veri'icada, em poucos casos, no norte da 8uropa, com seus deuses tri%ais. Rora do,por*m 'a3 com /ue sur2a uma possi%ilidade dupla/ue ca%e e4aminar agora de relao com eles..m poder conce%ido, de algum modo, por analogia com o 6omem dotado de alma, pode ser 'orado,assim como o "poder" naturalista de um esprito, a estar a servio dos 6omens7 /uem possui o carisma deempregar os meios ade/uados para isto * mais 'orte do /ue at* mesmo um deus e pode impor a este suavontade. !este caso, a ao religiosa no * "servio ao deus", mas sim "coao so%re o deus"H a invocaono*umaoraomas uma')rmulamgica7 um'undamentoine4terminvel dareligiosidadepopular,so%retudo nandia,por*m divulgadouniversalmente,como mostra oe4emplodo sacerdotecat)lico/ueaindaconservaalgodessepoder mgiconatransu%stanciaodamissaenacust)diadas c6aves. ?scomponentes orgisticos e mmicos do culto religioso, so%retudo o canto, a dana, o drama, al*m das tpicas')rmulas 'i4as das ora-es, t1m a/ui sua origem no e4clusiva mas 'undamental. ?u a antropomor'i3aotende ento a trasladar ao comportamento dos deuses a graa livre de um poderoso sen6or mundano, a sero%tidamediantes;plicas, presentes, servios, tri%utos, adula-es, su%ornose, por'imenomeadamente,mediante um comportamento agradvel /ue corresponde A vontade do sen6or, conce%endo os deuses, emanalogia com este, como seres poderosos e inicialmente mais 'ortes apenas em termos /uantitativos. !estecaso, surge a necessidade de um "servio divino".!aturalmente, tam%*moselementosespec'icosdo"serviodivino", aoraoeosacri'cio, soinicialmente de origem mgica. !o caso da orao, os limites entre a ')rmula mgica e a s;plica so 'luidos,e precisamente a prtica tecnicamente racionali3adadare3a, commoin6os deora-es e semel6antesaparel6os t*cnicos, com 'itas de ora-es penduradas ao vento ou pregadas nas imagens dos deuses ou dossantos ou com a reali3ao de determinado n;mero de voltas no rosrio, contando#se somente a /uantidade=/uasetodoselesprodutosdaracionali3ao6indudacoaoso%reosdeuses>, *por todapartemaispr)4imadaprimeirado/ueda;ltima. !oo%stante, tam%*mas religi-es indi'erenciadas nosdemaisaspectos praticam a orao aut1ntica individual, como s;plica, na maioria das ve3es numa 'orma racional,puramente comercial7 o re3ador apresenta aodeus os servios prestados, esperando contrapresta-escorrespondentes. 5am%*mosacri'cioaparecenoprincpiocomomeiomgico. 8mpartediretamenteaserviodacoaoso%reodeus7 tam%*mosdeusesprecisamdo'iltrodesomadossacerdotesmgicosQv*dicos =!. 5.>U /ue suscita o 14tase, para reali3ar suas 'aan6asH por isso, con'orme imaginaram os antigosarianos, pode#se 'or#los mediante o sacri'cio. ?u ento pode#se at* concluir com eles um pacto /ue imp-eo%riga-es a am%as as partes concepo dos israelitas, de graves conse/@1ncias ?u o sacri'cio * ummeio de desviar magicamente para outro o%2eto a ira do deus uma ve3 desatada, se2a este o%2eto um %odee4piat)rio ou =e nomeadamente> uma vtima 6umana. Ainda mais importante e provavelmente tam%*m maisantigo*outromotivo7 espera#se/ueosacri'cio, especialmenteodeumanimal, esta%eleaumacom#munio, uma comensalidade com e'eito de con'raterni3ao, entre o sacri'icador e o deusH isto representauma modi'icao do sentido da id*ia ainda mais antiga de /ue o ato de despedaar e comer de um animal'orte e, mais tarde, de um animal sagrado, proporcione a 'ora deste A/uele /ue o ingere. .m sentido mgicodeste tipo ou de outro pois 6 muitas possi%ilidades pode, mesmo /ue id*ias "cultuais" propriamenteditas atuem 'ortemente so%re a determinao do sentido, dar determinado carter A ao sacri'icat)ria. Eodetam%*mvoltaradominaremlugardosentidoverdadeiramente"cultuai"72osrituaissacri'icat)riosdoAt6arvaveda, e muito mais ainda os dos %r, estesmotivosdesempen6aram 're/@entemente um papel muito importante.As ta%ui3a-es, especialmente as proi%i-es magicamente condicionadas de determinados alimentos,mostram#nosumanova'ontedosigni'icado, dealcancetogrande, dainstituiodacomensalidade.Aprimeira, con'ormevimos, eraacomunidadedom*stica. Asegunda*alimitaodacomensalidadeapessoas com a mesma /uali'icao mgica, condicionada pela id*ia da impure3a vinculada ao ta%u. Am%asas 'ontes da comensalidade podem entrar numa situao de concorr1ncia e con'lito. Eor e4emplo, /uando amul6er pertence a outro cl /ue no o do 6omem, 're/@entemente ela no pode compartil6ar a mesa com elee, em certas circunst ou as comunidades religiosas no devem compartil6ar a mesa com outros, nem ascastas privilegiadas devem estar e4postas, em seus %an/uetes de culto ou, em certas circunstnuncapensavamem/uererderru%araordemdecastaspormeiode"revolu-es sociais" ou "re'ormas". A palavra %%lica, tam%*m 'ortemente ressaltada por Mutero, "permaneceemteuo'cio" * a/ui elevada aumdever religiosocardinal e sancionada por graves conse/@1nciasreligiosas.?nde a crena nos espritos * racionali3ada at* tornar#se uma crena nos deuses e portanto no 6mais os espritos /ue /uerem ser 'orados pela magia, mas sim os deuses /ue /uerem ser venerados no cultoe ser o%2eto de s;plicas , a *tica mgica da crena nos espritos trans'orma#se na id*ia de /ue a/uele /uein'ringeasnormasdivinasprovocaodesgosto*ticododeus/uep9sa/uelasordensso%suaproteoespecial, Agora * possvel supor /ue a derrota diante do inimigo ou outra desgraa /ue caia so%re o povo nosedeveA'altadepoderdodeuslocal, masAsin'ra-espelosseusadeptosdasordens*ticasporeleprotegidas, /ue provocam sua ira, ca%endo, portanto, aos pr)prios pecados, e /ue deus, com uma decisodes'avorvel,/uis precisamentecastigare educarseupovo amado.?spro'etasde Csrael no cessam dedesco%rir novas mal'eitorias, da gerao presente e dos antepassados, As /uais o deus reage com sua ira/uase insacivel, 'a3endo sucum%ir seu povo a outros /ue nem o adoram, 8sta id*ia, divulgada em todas asvaria-es imaginveis por toda parte onde a concepo do deus assume traos universalistas, trans'orma asprescri-es mgicas /ue operam somente com a id*ia do male'cio numa "*tica religiosa"7 a contraveno davontade do deus * agora um"pecado" *tico /ue pesa so%re a consci1ncia, independentemente dasconse/@1ncias imediatas. &ales /ue atingemo indivduo so calamidades /ue o deus mandou econse/@1ncias do pecado, das /uais o indivduo espera poder livrar#se, encontrando "salvao", medianteumcomportamento/ueagradaaodeusa"piedade". Bpraticamenteapenasnestesentidoelementareracional dali%eraodemales concretos /ueapareceaindanoAntigo5estamentoaid*ia, degravesconse/@1ncias, de "salvao". 8 a *tica religiosa compartil6a com a mgica, a princpio, tam%*m a outrapeculiaridade7 de /ue o comple4o de mandamentos e proi%i-es cu2a in'rao constitui o "pecado" * muitasve3es e4tremamente 6eterog1neo, derivado de motivos e ocasi-es muito di'erentes, e no distingue, segundonosso parecer, entre coisas "importantes" e "insigni'icantes". Eode ocorrer agora uma sistemati3ao dessasconcep-es *ticas /ue a%range tanto o dese2o racional de assegurar para si, mediante um comportamentoagradvel ao deus, vantagens pessoais e4ternas, /uanto a concepo do pecado como um poder ;nico doantidivino em cu2as mos cai o 6omem, da "%ondade" como uma capacidade ;nica de disposio santa e dea-es 6omog1neas /ue dela resultam e, por 'im, da esperana de salvao como um dese2o irracional depoder ser "%om" simplesmente, ou pelo menos, primariamente, por ter a grati'icante consci1ncia de s1#lo..ma s*rie gradual e ininterrupta das concep-es mais diversas, sempre entrecru3adas com ideias puramentemgicas, condu3 a estas su%lima-es da piedade, raramente alcanadas em plena pure3a e na religiosidadecotidiana,somentede 'ormaintermitente,sendo apiedadeo'undamento/ue atuacontinuamente,comomotivo constante, de uma conduo da vida espec'ica. Ao crculo de ideias mgicas pertence ainda a/uelaconcepo do"pecado" e da "piedade" como poderes unitrios e /ue os considera uma esp*cie desu%st e constitui, naturalmente, um dos segredos principais do sucesso da propaganda da pro'ecia,? tempo da pro'ecia israelita mais antiga, por e4emplo, a de 8lias, 'oi em todo . o ?riente Er)4imo etam%*mna ^r*cia uma *poca de intensa propaganda pro'*tica, X5alve3 emconse/@1ncia da novaconstituio dos grandes imp*rios, na Psia, e da intensidade crescente do com*rcio internacional, depois deuma longa interrupo, comea, especialmente no ?riente Er)4imo, a pro'ecia em todas as suas 'ormas. A^r*cia estava e4posta, na/uela *poca, A invaso tanto do culto trcio de ,ionso /uanto As das pro'eciasmais diversas. Dunto aos re'ormadores sociais semipro'*ticos movimentos puramente religiosos invadiram adoutrinasimples daartemgicaecultuai dos sacerdotes 6om*ricos. Cultos emocionais, %emcomoapro'eciaemocional, %aseadana"glossolalia"enaaceitaodos14tasesdeem%riague3, di'icultaramodesenvolvimento do racionalismo teologi3ante =_esodo>, das especula-es cosmog9nicas e 'ilos)'icas ini#ciais, das doutrinas 'ilos)'icas esot*ricas e das religi-es de salvao, e camin6aram paralelamente com acoloni3ao ultramarina e, so%retudo, com a 'ormao da polis e sua trans'ormao so%re a %ase do e4*rcitode cidados. !o ca%e descrever a/ui esses processos, %ril6antemente analisados por Io6de, dos s*culosVCCC e VCC, /ue em parte se estendem at* o s*culo VC e mesmo o V correspondendo temporalmente Apro'ecia tanto 2udaica /uanto persa e indiana, %em como, provavelmente, As reali3a-es pr*#con'ucianas da*tica c6inesa /ue descon6ecemos. 8sses "pro'etas" 6el1nicos distinguem#se muito entre si tanto no /ue sere'ere aos aspectos econ9micospro'issionali3ao ou no /uanto na e4ist1ncia ouno de uma"doutrina", 5am%*m o 6eleno=:)crates>distinguiuentreumensinoreligiosopro'issional eapropagandagratuitadeid*ias. 8tam%*m na ^r*cia distinguia#se claramente a ;nica verdadeira religiosidade congregacional, a )r'ica, pelae4ist1nciadeumaaut1nticadoutrinadesalvao, detodasasdemais'ormasdepro'eciaet*cnicadesalvao, especialmenteda/uelados mist*rios. 5emos deseparar a/ui so%retudoos tipos dapro'eciada/ueles dos demais portadores de salvao religiosa ou de outra esp*cie.5am%*m nos tempos 6ist)ricos * muitas ve3es 'luida a transio entre o "pro'eta00 e o "legislador",entendendo#sepor este;ltimoumapersonalidadeencarregada, nocasoconcreto, datare'adeordenarsistematicamenteumdireitoe4istente ouconstituirumdireito novo,como,particularmente,o'a3iamosaisimnetas 6el1nicos =:)lon, Caron# das etc.> !o 6 caso em /ue semel6ante legislador ou sua o%ra noten6ao%tido, pelomenos posteriormente, aaprovaodivina. .mlegislador *algodistintodopodestAitaliano, /ue era c6amado do e4terior no para criar uma ordem social nova mas para se ter um sen6orimparcial, portanto desvinculado de /ual/uer camaril6a, em caso de lutas entre os cls dentro da mesmacamada social. Ao contrrio, ele * c6amado nem sempre, mas em regrapara e4ercer seu cargo /uandoe4istemtens-essociais. Cstoocorrecommuita're/@1ncia/uandoseapresentaasituaotpica, amaisantigaportodaparte, na/ual see4igeuma"polticasocial"plane2ada7 adi'erenciaoecon9micadosguerreiros, em virtude da ri/ue3a recente de din6eiro de alguns e da servido por dvidas de outros, e, al*mdisso, umeventual contraste de aspira-es polticas entre as camadas enri/uecidas comatividadesa/uisitivas e a antiga no%re3a guerreira. ? aisimneta deve reconciliar os estamentos e criar um novo direito"sagrado", vigente para sempre e divinamente con'irmado. B muito provvel /ue &ois*s ten6a sido uma'igura6ist)rica. :eo'oi, entoelepertence, no/uesere'ereasua'uno, aos aisimnetas, pois asprescri-es domais antigodireitoisraelita pressup-emuma economia monetria e, comisso, 'ortesantagonismos ou2 e4istentes oupelomenos iminentes dentroda con'ederao. Aconciliaoouapreveno desses antagonismos =por e4emplo, a seisaJ6t6eia Qperdo das dvidas =!.5.>U do ano depromulgao> e a organi3ao da con'ederao israelita com um deus nacional ;nico so o%ra dele, o%ra/ue, por seu carter, se situa mais ou menos entre a de &aom* e a dos aisimnetas da Antig@idade. A esta lei,assim como A conciliao dos estamentos em tantos outros casos =so%retudo em Ioma e Atenas> vincula#se operodo de e4panso para o e4terior do povo rec*m# uni'icado. 8 depois de &ois*s no 6ouve, em Csrael,"nen6um pro'eta igual a ele", isto *, nen6um aisimneta. B /ue no apenas no so aisimnetas, neste sentido,todos os pro'etas, como precisamente no 'a3 parte desse 'en9meno a pro'ecia no sentido corrente. :emd;vida, tam%*mospro'etasposterioresdeCsrael pareceminteressadosempro%lemas"poltico#sociais".Advertem a/ueles /ue oprimem e escravi3am os po%res, acumulam cada ve3 mais terras, violam a 2urisdioem troca de presentes sendo estas as 'ormas tpicas da di'erenciao das classees na Antig@idade, maisacentuada ainda, como ocorre por toda parte, pela organi3ao da polis de Derusal*m /ue ocorreu ao mesmotempo. 8ste trao no deve ser anulado na imagem da maioria dos pro'etas Csraelitas. 5anto menos /uando,por e4emplo, a pro'ecia da ndia carece de trao anlogo, ainda /ue a situao ali, na *poca de Ouda, e a6el1nica, no s*culo VC, 'oram 2ulgadas relativamente semel6antes. A di'erena prov*m de ra3-es religiosas aseremaindae4postas. &asnodevemosdescon6ecer/ueparaapro'eciaisraelitaestasargumenta-espoltico#sociais so apenas meios para um 'im. :eu interesse est, em primeiro lugar, na poltica e4ternacomopalcodeaodeseudeus.A in2ustia, tam%*masocial, contrriaaoespritodalei mosaica, *considerada por ela somente como motivocomo um dos motivosda ira divina e no como %ase de umprograma dere'ormas sociais. Bcaracterstico/ueprecisamenteo;nicote)ricodere'ormas sociais,83e/uiel, se2a um te)rico sacerdotal, /uase no podendo mais ser c6amado de pro'eta, Desus, por 'im, *a%solutamente al6eio a re'ormas sociais, como tais. Sara# tustra compartil6a o )dio de seu povo pecuaristacontraosn9madesespoliadores,masseu interesse, so%retudo denature3areligiosa, concentra#se nalutacontra o culto de 14tase mgico e pela crena em sua pr)pria misso divina, cu2as conse/@1ncias nada maisso do /ue os aspectos econ9micos de sua pro'ecia. Csto se aplica muito mais ainda a &aom*, cu2a polticasocial, levada a suas ;ltimas conse/@1ncias por ?mar, depende /uase e4clusivamente do interesse na uniointerna dos crentes para a luta contra o e4terior, a 'im de manter o maior possvel o n;mero de guerreirospela causa do deus.B espec'ico nos pro'etas /ue assumam sua misso no por serem encarregados pelos 6omens, maspor usurpao. Csto 'a3em tam%*m, sem d;vida, os "tiranos" da polis 6el1nica, os /uais muitas ve3es seapro4imam'uncionalmente dos aisimnetas legais e t1migualmente sua poltica religiosa espec'ica='re/@entemente, pore4emplo, o'omentodocultoemocional de,ioniso, popularentreasmassas, emoposio A no%re3a> &as os pro'etas assumem seu poder, usurpando#o, em virtude de revelao divina epreponderantemente para 'ins religiosos, e sua propaganda religiosa tpica segue o camin6o oposto ao dapoltica religiosa tpica dos tiranos 6el1nicos7 a luta contra os cultos e4tticos. A religio de &aom*, no'undo politicamente orientada, e sua posio em &edina entre a de um podestA italiano e, por e4emplo, ade Calvino em^ene%ra surgemmesmo assimde uma misso primariamente pro'*tica7 ele, ocomerciante, 'oi primeiro o superior de conventculos pietistas %urgueses em &eca, at* /ue recon6eceu cadave3 mais claramente /ue a organi3ao do interesse espoliador dos cls guerreiros constitua uma %oa %asee4terna para sua misso.Eor outro lado, e4iste uma cone4o, por vrios estdios de transio, entre o pro'eta e o mestre *tico,especialmenteo*tico#social, /ue, plenodeumasa%edorianovaoudacompreensorenovadadeumasa%edoria antiga, re;ne em volta de si discpulos, aconsel6a pessoas comuns em assuntos privados, prncipesem assuntos p;%licos e eventualmente procura instig#los A criao de ordens *ticas. A posio do mestre desa%edoria religiosa ou 'ilos)'ica em relao ao discpulo * regulada de modo e4traordinariamente 'i4o eautoritrio, precisamente nos direitos sagrados asiticos, ` pertence por toda parte As mais 'irmes rela-es depiedade e4istentes. ? noviciado dos magos e dos 6er)is *, em regra, organi3ado de tal modo /ue o novio'ica su%ordinado a determinado mestre e4periente ou como tam%*m ocorre com os novos mem%ros nascorpora-esestudantispodeescol61#loHovnculoesta%elecidoentream%osconstituiumarelaodepiedade pessoal, o mestre vigiando a 'ormao do aspirante. 5oda a poesia do amor 6el1nico aosadolescentes prov*m desta relao de piedadeH entre os %udistas e con'ucianos e em toda educao monacalcostuma#se proceder de modo semel6ante. 8ste tipo tem sua 'orma mais conse/@ente na 'igura do guru nodireito sagrado 6indu, do mestre %r,discpulos=emCsaaseno!ovo 5estamento>, os/uais, emoposioaossacerdoteseadivin6os/ueseencontramnuma relao associativa estamental ou 6ierr/uica, de cargo, 2untam#se a ele de modopuramente pessoal relao /ue ca%e ainda e4aminar em cone4o com a casustica das 'ormas de domina#o. 8 ao lado desses ac)litos permanentes, /ue cola%oram ativamente em sua misso, na maioria das ve3estam%*mcarismaticamente /uali'icadosdealguma 'orma, e4iste o crculodeadeptos /ueoap)iamcomalo2amento, din6eiro e servios, e esperam de sua misso a salvaoH por isso, tanto podem unir#se de ve3em /uando para a-es ocasionais /uanto encontrar#se associados de 'orma permanente na comunidade de'i*is, acongregao. .ma"comunidade" nestesentidoreligiosoasegundacategoriadecomunidadee4istente, al*m da associao de vi3in6ana de nature3a econ9mica ou 'iscal ou por outros motivos polticos no aparece e4clusivamente em cone4o com a pro'ecia, em nosso sentido, e, por outro lado, no nasce2unto a toda pro'ecia.!asce 2unto a esta somente como produto da cotidiani3ao, /uando ou o pr)prio pro'eta ou seusdiscpulos asseguram a continuidade da revelao e da administrao da graa, garantindo assim tam%*m, demodo permanente, a e4ist1ncia econ9mica desta ;ltima e de seus gerentes, e monopoli3ando em seguida, emrelao A/ueles /ue so o%rigados a cumprir os respectivos deveres, tam%*m determinados direitos. Eor isso,e4iste tam%*m 2unto aos mistagogos e aos sacerdotes de religi-es no#pro# '*ticas. Eara o mistagogo, suae4ist1ncia*umacaractersticanormal, emoposioaomeromago/uee4erceumapro'issolivreou,/uandoestamentalmenteorgani3ado, atendedeterminadaassociaopolticaoudevi3in6osenoumacongregao religiosa particular. &as a congregao do mistagogo, como, por e4emplo, a dos msticos de8l*usis, costuma permanecer, na maioria das ve3es, no estado de uma relao comunitria no 'ec6ada para'ora e com circulao de mem%ros. Fuem necessita de salvao entra numa relao 're/@entemente apenastemporria com o mistagogo e seus ac)litos. 8m todo caso, os msticos de 8l1usis, por e4emplo, 'ormaramuma esp*cie de comunidade interlocal. A situao * di'erente com a pro'ecia e4emplar. ? pro'eta e4emplarmostra um camin6o de salvao mediante seu e4emplo pessoal. :) /uem segue a%solutamente este e4emplo como os monges mendicantes de &a6deumarelaoassociativa/ueservee4clusivamentepara'insreligiosos7acongregao de leigos. &as tomando#se outros pontos de partida pode#se c6egar ao mesmo resultado. Dvimos /ue os sacerdotes, na 'ase de transio entre a 'uno de mago e o sacerd)cio propriamente dito, oueram mem%ros de lin6agens sacerdotais com sen6orio territorial pr)prio ou sacerdotes dom*sticos e de cortede sen6ores territoriais e prncipes ou sacerdotes sacri'icadores /uali'icados e estamentalmente organi3ados,aos /uais se dirigiam, em caso de necessidade, tanto os indivduos /uanto as associa-es, mas /ue, 'oradisso, podiam dedicar#se a /ual/uer ocupao /ue no 'osse incompatvel com seu status. ?u, por 'im, eramsacerdotes de uma associao, pro'issional ou outra, mas so%retudo de uma associao poltica. !o e4iste,em todos estes casos, uma congregao propriamente dita, ao lado das outras associa-es. &as ela podesurgir /uando uma lin6agem de sacerdotes sacri'icadores consegue organi3ar, como comunidade e4clusiva,os adeptos especiais de um deus ou o /ue constitui o caso mais 're/@ente /uando a associao poltica* destruda, mas o grupo religioso de adeptos ao deus da associao e a seus sacerdotes continua e4istindocomo comunidade. ? primeiro destes dois casos encontra#se na ndia e no ?riente Er)4imo,com vriasmodi'ica-es, 2unto com a 'ase de transio entre a pro'ecia mistag)gica ou e4emplar ou os movimentos dere'orma religiosa e a organi3ao de congrega-es duradouras. &uitas pe/uenas congrega-es 6industasnasceramemvirtude de semel6antes processos, Atransiodosacerd)ciode associa-es polticas Acongregao religiosa, ao contrrio, est vinculada /uando ocorre pela primeira ve3 em grande escala ao nascimento dos grandes imp*rios do ?riente Er)4imo, so%retudo do persa. As associa-es polticas 'oramdestrudas, a populao 'oi desarmada, en/uanto /ue aos sacerdotes, al*m de certos direitos polti cos, 'oigarantida sua posio. 5al como se recorreu A comunidade 'orada, constituda da comunidade devi3in6ana, para assegurar interesses 'iscais, utili3ou#se, neste caso, a comunidade religiosa como meio dedomesticaodos su%2ugados. Assimsurgiu, emvirtude de decretos dos reis persas, desde Ciroat*Arta4er4es, o2udasmocomocomunidadereligiosarecon6ecidapelorei, comocentroteocrticoemDerusal*m. Eresumivelmenteumavit)riados persas teriaproporcionadosemel6antes possi%ilidades aoApoio d*l'ico e As lin6agens sacerdotais de outros deuses e tam%*m, talve3, aos pro'etas )r'cos. !o 8gito,ap)s a destruio da autonomia poltica, o sacerd)cio nacional desenvolveu uma esp*cie de organi3ao"eclesistica", com snodos a primeira deste tipo, ao /ue parece. !a ndia, ao contrrio, as comunidadesreligiosasnasceram,naacepomaisestreita,de comunidades"e4emplares",aoconsolidar#se a unidadeestamental do %ramanismo e das regras asc*ticas por entre a pluralidade das 'orma-es polticas e'1meras,com a conse/@1ncia de permitir As *ticas de salvao nascentes atravessarem todas as %arreiras polticas. !oCr, os sacerdotes de Saratustra conseguiram propagar, no decorrer dos s*culos, uma organi3ao religiosa'ec6ada /ue, so% os sass encontram#se associados numa ao comunitria permanente, so%re cu2o decurso 2> in'luemativamente de alguma maneira. .m puro distrito administrativo /ue delimita as compet1ncias dos sacerdotes*umapar)/uiaenoumacongregao. &as mesmooconceitodepar)/uia, comoalgodistintodacomunidade mundana de carter poltico ou econ9mico, 'alta A religiosidade c6inesa e da ndia antiga e, emgeral, tam%*mA 6industa. As 'ratrias 6el1nicas e as outras da Antig@idade e comunidades cultuassemel6antes no so par)/uias mas associa-es polticas ou de outra nature3a, cu2a ao comunitria estso% o patrocnio de um deus. A par)/uia do %udismo antigo * somente um distrito dentro do /ual os mongesam%ulantes /ue ocasionalmente nele se encontram so o%rigados a participar das assem%l*ias /uin3enais. Apar)/uia medieval ocidental, anglicana, luterana, oriental, crist e isl o tradicionalismoleigoH e V> o intelectualismo leigo. Eerante estas 'oras atuam as necessidades e tend1ncias do "e4erccio"sacerdotal, puramente como tal, como outra 'ora, tam%*m essencialmente decisiva. Ralaremos em seguidadeste ;ltimo 'ator, em cone4o com o primeiro mencionado.? pro'eta *tico e e4emplar, em regra, * ele mesmo um leigo e, em todo o caso, ap)ia sua posio depoder so%re o grupo de adeptos leigos. 8m virtude de seu sentido, toda pro'ecia, ainda /ue em grau diverso,desvalori3aoselementosmgicosdosacerd)cioorgani3ado. Oudaeseusiguais, %emcomoospro'etasisraelitas, re2eitam no apenas a pertin1ncia aos magos e adivin6os /uali'icados =/ue nas 'ontes israelitas sotam%*mc6amadosdepro'etas>, mastam%*mapr)priamagia, comoin;til. :omenteaespeci'icamentereligiosarelaosigni'icativa comoeternotra3asalvao. .mdos pecados mortais dos %udistas *vangloriar#se, semra3o, de capacidades mgicas, cu2a e4ist1ncia, tam%*me precisamente entre osdescrentes, nem os pro'etas israelitas, nem os da ndia, nem os ap)stolos cristos e a tradio do cristianismoantigo2amaispuseramemd;vida. 8mconse/@1nciadessare2eioestesocupamtam%*mumaposioc*tica s) /ue mani'esta em 'orma diversa em relao As atividades sacerdotais propriamente ditas.!o so 6olocaustos o /ue o deus dos pro'etas israelitas /uer, mas o%edi1ncia a seus mandamentos. !ada seconsegue com o sa%er e ritual v*dico para a salvao do %udista, e o venervel sacri'cio do soma * para oA6urama3da dos g, o do sacerdote adivin6ador,por parte tanto de indivduos /uanto de 'uncionrios da comunidade. Roram os consel6os dos ra%inos no2udasmo , dos con'essores cat)licos, dos pastores pietistas e dos diretores espirituais da Contra#Ie'orma no cristianismo , dos puro6itas %rapresenta#sede'ormamuitodi'erenteenocomomovimentoespeci'icamentecampon1s. ?scamponesesraramentesoumacamada /ueoriginalmenteten6a sidoportadora deuma religiosidadeno#mgica. &as apro'ecia deSaratustraapelou, ao/ueparece, aoracionalismo=relativo> dotra%al6oagrcolaepecurioordenado,lutando contra a religiosidade orgistica e atormentadora de animais dos 'alsos pro'etas =provalmente ligada,comoocultoe4tticocom%atidopor&ois*s, aodespedaamento%ac. .mave3/ueconsiderou o solo lavrado como magicamente "puro", sendo a lavoura, portanto, o ato a%solutamente grato a,eus, o parsismo conservou tam%*m ap)s sua adaptao A vida cotidiana, %astante modi'icadora em relaoA pro'ecia originria, um carter claramente agrrio e, por conseguinte, especi'icamente anti%urgu1s em suasdisposi-es *tico#sociais. &as, na medida em /ue a pro'ecia de Saratustra coloca em movimento interessesecon9micospr)prios, estesdevemtersido, originalmente, maisosdeprncipesesen6oresdeterrasnacapacidadetri%utriadeseuscamponesesdo/ueosdestes. 8mregra, acamadacamponesapermanece'i4adanamagiameteorol)gicaenamagiaanimistaounoritua# lismo, so%reo'undamentodeumareligiosidade *tica, por*m, rigorosamente 'ormalista do do ut des em relao ao deus e ao sacerdote.? 'ato de 2ustamente o campon1s ser considerado o tipo espec'ico do 6omem piedoso e grato a ,eus*, sem d;vida, um 'en9meno moderno prescindindo#se do 3aratustrismo e dos e4emplos isolados de umaoposio 'eudal#patriarcalista ou, por outro lado, de uma oposio intelectualista de literatos melanc)licos,am%as contra a cultura ur%ana e suas conse/@1ncias. !en6uma das religi-es de salvao mais importantes daPsiaoriental con6eceestaid*ia. Earaareligiosidadedesalvaodandiae, dentrodesta, commaiorconse/@1ncia, para o %udismo, o campon1s * uma pessoa religiosamente suspeita ou diretamente malvista=por causa da a6ims A religiosidade israelita da *poca pr*#pro'*tica * aindauma religiosidade 'ortemente camponesa. Ao contrrio, a glori'icao da agricultura como grata a ,eus, na*poca posterior ao e4lio, representa a oposio literria e patriarcal ao desenvolvimento da %urguesia. Areligiosidade e'etiva, na/uela *poca, 2 deve ter sido outra, TWe mais ainda na *poca 'arisaica. Eara a posteriordevoo congregacional 2udaica dos c6a%erim, "campon1s" e "ateu" so conceitos simplesmente id1nticos, e/uem no * 6a%itante de uma cidade * tanto poltica /uanto religiosamente um 2udeu de segunda categoria.Eois assim como so% as leis rituais %udistas e 6industas, tam%*m so% as 2udaicas * praticamente impossvelviver de modo realmente correto como campon1s, A teologia ra%nica posterior ao e4lio e mais ainda atalm;dica soKcom suas conse/@1ncias prticas, diretamente di'icultadoras em relao A agricultura. Ainda6o2e, a coloni3ao sionista da Ealestina tropea, por e4emplo, como o%stculo a%soluto, em um produtoteol)gico do 2udasmo posterior7 o ano sa%tico, para o /ual os ra%inos da 8uropa oriental =em oposio aodoutrinarismo da ortodo4ia alem> tiveram de instituir uma dispensa 2usti'icada pelo carter especi'icamentegrato a ,eus dessa coloni3ao. !o cristianismo primitivo, c6ama#se ao pago simplesmente de 6omem docampo=paganus>, Ainda as igre2as medievais, emsua doutrina o'icial =5oms de A/uino>, tratamocampon1s, no 'undo, como cristo de categoria in'erior, sempre compou/ussima considerao. Aglori'icaoreligiosadocampon1seacrenanovalorespec'icodesuadevoo*s)produtodeumdesenvolvimento moderno. Cnicialmente, * uma atitude espec'ica do luteranismo, num contraste %astantesensvel com o calvinismo e com a maioria das seitas protestantes, e, mais tarde, da moderna religiosidaderussa, in'luenciada pela eslavo'ilia. Eortanto, de comunidades religiosas /ue, pela nature3a de suaorgani3ao, esto'ortemente vinculadas ainteresses autoritrios principescos earistocrticos edelesdependem. Eara o luteranismo moderni3ado pois esta no er ainda aa atitude do pr)prio Mutero , ointeresse 'undamental estava na luta contra o racionalismo intelectualista e o li%eralismo polticoH para aideologia religiosa camponesa eslav)# 'ila, esse interesse agregava#se ao da luta contra o capitalismo e osocialismomodernoH en/uanto/ue a glori'icaodo sectarismorussopelos narodniJiprocurava p9remrelao o protesto anti#racionalista do intelectualismo e a revolta da camada camponesa proletari3ada contraaigre2a%urocrtica, /ueestavaaserviodospoderesdominadores, eelevar assimam%osaumnvelreligioso. 8m todos estes casos trata#se, portanto, em grau muito 'orte, de tend1ncias reacionrias dirigidascontraodesenvolvimentodoracionalismomoderno, cu2asportadorassoascidades. Bmoposioaocampo, a cidade 'oi considerada, no passado, a sede da devoo, e ainda no s*culo GVCC Oa4ter v1 nasrela-es dos tecel-es de didderminster com a grande cidade de Mondres =nascidas do desenvolvimento daind;striacaseira>e4pressamenteum'omentodareligiosidadeentreeles. ,e'ato, areligiosidadecristprimitiva * uma religiosidade ur%ana e, con'orme demonstrou de modo convincente _arnacJ, a importeomovimentodosmongesmendicantes/uanto, poroutrolado, certas'ormasdareligiosidadesectriamedieval e, por e4emplo, a ordem dos _umil6ados, durante muito tempo suspeita de 6eterodo4ia, %em comoo %atismo em todos os seus mati3es e, por outra parte, a piedade das di'erentes igre2as re'ormadoras, entreelas a luterana. Eortanto, uma variedade e4tremamente comple4a, /ue demonstra, pelo menos, /ue nunca6ouve uma condicionalidade econ9mica unvoca da religiosidade da camada dos artesos. ,e todo modo,destaca#se claramente uma 'orte inclinao A religiosidade congregacionai, %em como A de salvao e, por'im, A *tica racional, em comparao com as camadas camponesasH mas ca%e lem%rar, com toda 1n'ase, /uetam%*m esta oposio est muito longe de uma determinao ine/uvoca, pois, por e4emplo, o , en/uanto /ueprecisamente sua 'orma social#revolu# cionria encontrou um lar primeiro na cidade =&@nster>.?'atode/ueespecialmenteno?cidenteareligiosidadecongregacionai ea%urguesiaur%anape/uenaem*diacostumamestar concatenadas entresi de'ormamuitontima, temsuara3onaturalprimrianoretrocessorelativodascomunidadesdesangue, particularmentedoscls, dentrodacidadeocidental$? su%stitutivo destas constituem, para o indivduo, al*m das associa-es pro'issionais /ue, no?cidente como por toda parte, t1m signi'icao cultuai, por*m perderam a de ta%u, as rela-es comunitriasreligiosas livremente criadas. &as esta ;ltima circunst por a/uilo /ue, dopontodevistadaprovid1ncia, "signi'icam"ou"reali3am".A dos 2udeus.,esde o e4lio de 'ato e 'ormalmente tam%*m desde a destruio do templo, os 2udeus 'oram um"povo#pria", isto *, no sentido a/ui adotado =/ue * to pouco id1ntico A tpica posio da "casta dos prias"da ndia /uanto, por e4emplo, o conceito de "2ustia de cdi" aos princpios e'etivos da 2urisdio do /7um grupo /ue veio a 'ormar uma comunidade 6ereditria especial, sem organi3ao poltica aut9noma, emvirtudedo'ec6amentopara'oraciacomunidadedeconvvioedocon;%io, porlimites=originalmente>mgicos, ta%us e rituais, por um lado, e, por outro, em virtude de um privilegiamento negativo das reaspolticaesocial, emcone4ocomatividades econ9micas%astantepeculiares. Ascastasnegativamenteprivilegiadas da ndia, pro'issionalmente especiali3adas, com seu 'ec6amento para 'ora garantido pelo ta%u ecom seus deveres religiosos 6ereditrios /uanto a sua conduo de vida, encontram#se, relativamente, maispr)4imos dos 2udeus, por/ue tam%*m em seu caso as esperanas de salvao esto vinculadas A posio depria. 5anto as castas 6indus /uanto os 2udeus mostram o mesmo e'eito espec'ico de uma religiosidade#pria7 esta vincula seus mem%ros a si mesma e A posio de pria tanto mais estreitamente /uanto maisopressiva * a situao em /ue se encontra o povo#pria e /uanto mais 'ortes so, portanto, as esperanas desalvao ligadas ao cumprimento dos deveres religiosos ordenados pelo deus, Con'orme 2 mencionamos,'oram precisamente as castas mais %ai4as /ue se apegaram com tenacidade a seus deveres de casta, comocondio de seu renascimento em situao mel6or. ? vnculo entre Deov e seu povo tornou#se tanto maisindestrutvel /uantomaismortais'oramodespre3oeaperseguio/uepesaramso%reos2udeus. 8moposio evidente, por e4emplo, aos cristos orientais /ue, so% os omadas, a'luiam A religio privilegiadado isl em to imenso n;mero /ue o poder poltico, no interesse econ9mico da camada dominante, di'icultoua converso, mostrando#se in;teis, por ,:so, todas as 're/@entes convers-es 'oradas, em massa, dos 2udeus,apesar de proporcionar#l6es os privil*gios da camada dominante. ? ;nico meio de salvao, tanto para ascastas 6indus /uanto para os 2udeus, era o cumprimento dos mandamentos religiosos especiais para o povo#pria, dos /uais ningu*m pode su%trair#se sem temer um male'cio para si mesmo e sem p9r em perigo suaspossi%ilidades no 'uturo ou as de seus descendentes. Adi'erena entre a religiosidade 2udaica e areligiosidade de casta 6industa tem sua origem na nature3a da esperana de salvao. ? 6indu espera documprimentodosdeveresreligiososamel6oradesuasoportunidadespessoaisnorenascimento, isto*,ascensooureencarnaode sua alma numa casta superior. ?2udeu, aocontrrio, espera para seusdescendentes a participao num reino messi e, portanto, da dissoluodo vnculo entre a religiosidade e a condio dos crentes como povo#pria, isolado ao modo de uma casta.:em d;vida, a pro'ecia crist primitiva cont*m traos muito espec'icos de "retri%uio" no sentido de um'uturo e/uil%rio entre o destino pessoal =mais evidente na lenda de M3aro> e a vingana /ue ser o%ra de,eus. 8o reino de ,eus * tam%*mneste caso umreino terreno, no incio claramente destinadoespecialmente ou pelo menos em primeiro lugar aos 2udeus, pois estes cr1em desde os tempos mais remotosno verdadeiro ,eus. &as precisamente o ressentimento tpico e pro'undo do povo#pria * o /ue aca%a elimi#nadopelas conse/@1nciasdasnovaspromessasreligiosas. 8operigoconstitudopelari/ue3aparaaspossi%ilidadesdesalvaonotem, demodoalgum, %asesnoascetismo, pelomenosnoscomponentestransmitidos como aut1ntica pr*dica de Desus, e muito menos pode ser motivado pelo ressentimento comomostramostestemun6osso%reasrela-esdeDesuscomospu%licanos=naEalestina, emsuamaioria,pe/uenos usur# rios>. Eara isso, a indi'erena em relao ao mundo * demasiadamente grande perante a'ora das esperanas escatol)gicas. !o entanto, se /uer tornar#se "per'eito", isto *, discpulo, o 2ovem ricotemderenunciarincondicionalmenteao"mundo". &asdi3#see4pressamente/uecom,eus, ainda/uedi'cil, tudo*possvel, mesmoasalvaodorico/uenoconseguerenunciar aseus%ens. "Cnstintosproletrios" so to al6eios ao pro'eta do amor ac)smico /ue tra3 aos espiritual e materialmente po%res a'eli3mensagemdapro4imidadeimediatadoreinode,eusedali%erdadedopoderdosdem9nios,/uanto, por e4emplo, a Ouda para /uem a separao a%soluta do mundo * o pressuposto incondicional dasalvao. 8mnen6umoutrolugar, os limites daimport,desenvolvido por esta ra3o apenas em grau muito modesto, 0a e todo pensamento meta'sico e *tico caiu nasmos de no#sacerdotes. ? e4ato oposto ocorreu na ndia, no 8gito e na Oa%il9nia, com os seguidores deSaratustra, no isl e no cristianismo antigo e medieval, e, no /ue se re'ere A teologia, tam%*m no moderno. ?sacerd)cio egpcio, o do 3aratustrismo, o do cristianismo antigo, temporariamente, o %ramH sua gnosis, apesar de estar muito distante da/uilo /ue por ela entendeu ointelectualismo especulativo 6elenstico#oriental, p9de mais tarde o'erecer pontos de re'er1ncia aomarcionismo. A/uele elemento do intelectualismo /ue est no orgul6o de pensar /ue somente os c6amadospor ,eus entendem o sentido das par%olas do &estre apresenta#se tam%*m de 'orma muito marcante /uan#do ele se orgul6a de /ue o verdadeiro con6ecimento * "para os 2udeus um esc, nas primitivas congrega-es crists =ainda na ,idaJ6Z>, e _arnacJ encontra, na 8pstolaaos _e%reus, um e4emplo de seu m*todo e4eg*tico. ,epois, ao destacar#se de modo cada ve3 mais 'orte omonop)liodos%isposepres%terosnadireoespiritual dascongrega-es, desapareceueseulugar'oiocupadopelointelectualismodos apologistas e depois pelodos Eadres daCgre2ae dogmticos, comeducao 6elenista e /uase todos mem%ros do clero, e dos imperadores, teo%gicamente diletantes, at* /ue,por 'im, no ?riente, depois de triun'ar nas lutas dos iconoclastas, se impuseram os monges, recrutados dascamadas sociais mais %ai4as, no#6el1nicas. !unca 'oi possvel e4terminar totalmente, na igre2a do ?riente,a/uele tipo de dial*tica 'ormalista /ue era comum a todos esses crculos, 2unto com o ideal de divini3aopr)pria, meio intelectualista, meio mgico#primitivo. &as o decisivo para o destino do cristianismoprimitivo 'oi a circunst um intelectualismo religiosoleigo de carter pe/ueno# %urgu1s, nem um intelectualismo#pria. 84istiu, ocasionalmente, dentro das seitas.?papel dascamadascultasno%res, dentrododesenvolvimentoeclesistico, noerainsigni'icante,Ascamadas cultas imperialistas da *poca carolngia, da ot9nica e da slico# stu'ica atuavam no sentido de umaorgani3ao cultural imperial#teocrtica, %em como o 'a3iam os monges 2ose'itas na I;ssia do s*culo GVCHmas so%retudo o movimento de re'orma gregoriano e a luta pelo poder dos papas 'undamentavam#se naideologia de uma camada no%re de intelectuais /ue, em unio com a %urguesia nascente, 'a3ia 'rente aospoderes 'eudais. Coma e4tensocrescente da 'ormao universitria e as pretens-es dopapado demonopoli3ar, para 'ins 'iscais ou de pura patronagem, a atri%uio do enorme n;mero de pre%endas /ueconstituam o 'undamento econ9mico dessa camada, a camada cada ve3 mais ampla de interessados nessaspre%endas 'oi#se a'astando do poder papal, primeiro principalmente por interesses de monop)lio econ9micose nacionalistas e, em seguida, ap)s o cisma, tam%*m ideologicamente, tornando#se uma das "portadoras" domovimento de re'orma conciliar e, mais tarde, do 6umanismo. !o ca%e e4aminar a/ui a sociologia dos6umanistas /ue, de per si, no * sem interesse, so%retudo a da trans'ormao da educao cavaleiresca eclerical numa educao condicionada em sentido corteso e mec1nico, com suas conse/@1ncias. :ua atitudeam%gua no cisma religioso 'oi condicionada so%retudo por motivos ideol)gicos. !a medida em /ue estegrupo no se colocava ao servio da 'ormao das igre2as re'ormadas ou da Contra#Ie'orma,desempen6andonas igre2as, nas escolas e nodesenvolvimentodas doutrinas umpapel organi3ador esistemati3adormuitoimportantepor*m2amais. decisivo, massetornouportador deumareligiosidadeespec'ica=naverdade, detoda,'@mas*riedetipos religiosos particulares>, no6ouveconse/@1nciasulteriores duradouras. 8mcorrespond1nciaaseunvel devida, ascamadas 6umanistascom'ormaoclssica eram contrrias A ignor !a Aleman6a, elas encontraram com o tempo seu terreno /uase nos mesmos crculos /uea 'ranco#maonaria, isto *, entre os economicamente no#interessados, particularmente entre os pro'essoresuniversitrios e igualmente entre ide)logos desclassi'icados e algumas camadas cultas meio ou totalmenteproletrias. Eoroutrolado, ailuminao6in#dusta=Orama#:ama2>eapersa, nandia, constituemumproduto do contato com a cultura europ*ia. A import, domandesmo e da gnose, at* as grandes concep-es do mani/uesmo, /ue, por volta do s*culo CCC, tam%*m naAntig@idade mediterr. A vit)ria 'inal dos deuses luminosos na luta /ue entocomea est assegurada, na maioria das ve3es um rompimento do dualismo rigoroso. ? processo c)smicodoloroso, mas inevitvel, * uma depurao contnua /ue separa a lu3 da impure3a. A ideia da luta 'inal,devidoasuapr)prianature3a, desenvolveump, como00 renascimento00.A id*iadorenascimentocomotal *muitoantigaeencontra#sedesenvolvidade'ormaclssicaprecisamentenacrenamgicanos espritos. Aposse docarisma mgicopressup-e /uasesempreorenascimento7 a educao espec'ica dos mgicos e a dos 6er)is guerreiros dirigida por estes, %em como omodo de viver espec'ico dos primeiros, t1m por o%2etivo o renascimento e a assegurao da posse de uma'ora mgica, /ue se alcanam por meio do "escape",em 'orma de 14tase, e da a/uisio de uma nova"alma", /ue tem por conse/@1ncia, na maioria das ve3es, tam%*m uma mudana de nome mudana /ue,como rudimento de semel6antes id*ias, ainda ocorre na consagrao dos monges. ? "renascimento" limita#se, emprimeirolugar,aosmagospro'issionaisH trans'orma#se, por*m, nostiposmaisconse/@entesdas"religi-es desalvao", depressupostomgicodocarismamgicoou6er)icoem/ualidadeespiritualindispensvel paraasalvaoreligiosa, /ualidade/ueoindivduotemdead/uirirecon'irmaremsuaconduo da vida.l $. ?s camin6os de salvao e sua in'lu1ncia so%re a conduo da vidaIeligiosidade mgica e ritualismoH conse/@1ncias da religiosidade de devoo rtualista, p. V\8. :istemati3ao religiosa da *tica cotidiana, p. V\8. m4tase, orgia, eu'oria e m*todo de salvao religiosaracional, p. V+$. :istemati3ao e racionali3ao do m*todo de salvao e da conduo da vida, p. V+V. Virtuosidade religiosa, p. V+(. Ascetismo de re2eio do mundo e ascetismo intramundano, p. V+\. Contemplao mstica, em 'uga do mundo, p. V++. ,iversidade da religiosidade de salvao asitica e daocidental, p. V7. &itos de salvadores e soteriologias, p. V7V. :alvao pela graa sacramentai e pelagraa institucional, p. V7\. :alvao pela '*, p. V77. :alvao pela graa de predestinao, p. V82.A in'lu1nciadeumareligioso%reaconduodavidaeespecialmenteascondi-espr*viasdorenascimento variam muito, dependendo do camin6o de salvao e o /ue se encontra numa cone4omuito ntima com este da /ualidade ps/uica da salvao /ue se pretende alcanar.C. A salvao pode ser a o%ra pessoal do salvado, a ser alcanada sem /ual/uer a2uda de poderesso%renaturais, como, pore4emplo, no%udismoantigo. !estecaso, aso%raspelas/uaisseconsegueasalvao podem ser$. Atos de culto e cerim9nias puramente rituais, tanto dentro de um o'cio divino /uanto no curso davida cotidiana. 8m sua atuao so%re a conduo da vida, o ritualismo puro no di'ere muito da magia e Asve3es est, neste aspecto, at* atrs da religiosidade mgica, na medida em /ue esta, em certas circunst dentro do matrim9nio. ,espre3a#se a viol1ncia do indivduo contra os outros, porpai4oousededevingana, pormotivospessoaisemgeral, considerando#secomovontadede,eusarepresso e o castigo racionais do pecado e da renit1ncia num 8stado ade/uadamente organi3ado. ,espre3a#se como divni3ao da criatura o des'rute pessoal do poder mundano, considerando#se como vontade de,eus o domnio da ordem racional da lei. ? "asceta intramundano" * um racionalista tanto no sentido deuma sistemati3ao racional de sua conduo de vicia pessoal /uanto no sentido da re2eio de tudo o /ue *eticamente irracional, trate#se de mani'esta-es artsticas, trate#se de sentimentos pessoais, dentro do mundoedesuaordem. &as, antesdetudo, oo%2etivoespec'ico*sempreodomniomet)dico"desperto"daconduo da pr)pria vida. 8mprimeiro lugar, mas com"conse/@1ncia" diversa emsuas variantesparticulares, pertencia a esse tipo de "ascetismo intramundano" o protestantismo asc*tico, /ue con6ecia acomprovao dentro da ordem do mundo como ;nico indcio da /uali'icao religiosa.Eode tam%*m ser /ue o %em de salvao espec'ico no constitua uma /ualidade ativa do 'a3er, nosendo, portanto, a consci1ncia da e4ecuo da vontade divina, mas sim um estado de . 8m todo caso, vivededdivasdomundoe, portanto, nopoderiaviverseomundoconstantementeno'i3esse2ustamentea/uilo /ue ele considera um pecado e uma atividade al6eadora de ,eus7 tra%al6ar, Earticularmente para omonge %udista, a agricultura, por re/uerer o 'erimento violento dos animais no solo, * a mais condenvel detodasas ocupa-es mas as esmolas/ue recol6e consistememprimeirolugar emprodutosagrcolas.Erecisamente nessa circunst e da a'lio produ3ida pela consci1ncia do pecado /ue somente nascecomo sa%er da o%rigatoriedade da lei, cu2as e4ig1ncias so incumprveis =Eaulo e, compe/uenasmodi'ica-es, tam%*mAgostin6o e Mutero> ou da depravao de sua pr)pria nature3a pecaminosa=Agostin6o>, e os condu3 A segurana /ue encontram na graa e no amor do deus %ondoso. Al*m disso, osalvador luta, dependendo do carter da salvao, contra drag-es e dem9nios malignos, ps ve3es, por aindano poder en'rent#los ='re/@entemente * uma criana livre de pecado>, tem de crescer primeiro num lugaroculto ou ser morto pelos inimigos e descer ao reino dos mortos, para ressuscitar vitoriosamente. A partirdali pode#se desenvolver a id*ia de /ue sua morte se2a um tri%uto de resgate para o direito do dia%o A almados 6omens, por causa do pecado =cristianismo primitivo>, ?u, ao contrrio, * o meio para aplacar a ira. de,eus, diante do /ual ele * intercessor, como Cristo, &aom* e outros pro'etas e salvadores. ?u ele tra3 aos6omens, como os antigos salvadores das religi-es mgicas, o con6ecimento proi%ido do 'ogo ou das artest*cnicas ou da escrita e assim, por sua ve3, o con6ecimento dos meios para vencer os dem9nios no mundoouno camin6oaoc*u=gnose> ?u, por'im,sua o%ra decisivano consiste emsuaslutase so'rimentosconcretos, mas na ;ltima rai3 meta'sica de todo o processo7 na encarnao 6umana de um deus puramentecomo tal =ponto 'inal da especulao de salvao 6el1nica em Atansio>, como o ;nico meio de 'ec6ar oa%ismo entre ,eus e toda a criatura. A encarnao 6umana de ,eus o'ereceu a possi%ilidade de proporcionaraos 6omens uma participao anmica em ,eus, de "'a3er com /ue os 6omens se tornem deuses", como 2 sel1 em Crineu, e a ')rmula p)s#atanasiana, segundo a /ual pela encarnao 6umana ten6a penetrado nele aess1ncia =a id*ia plat9nica> da 6umanidade, mostra a signi'icao meta'sica do ")'4oovob Qda similaridade=!,5.>U. ?u ento ,eus no se contenta com um ato ;nico de encarnao 6umana, mas, em cone4o com aid*ia da eternidade do mundo, da /ual /uase todo o pensamento asitico est convencido, encarna#se detempos em tempos ou continuamente7 tal * a id*ia do Ood6isattva, conce%ida no %udismo ma6aW. ps ve3es considera#se o Ood6isattva um idealsuperior ao Ouda, por/ue renuncia ao pr)prio ingresso, de signi'icao apenas e4emplar, ao nirvana, em'avor de sua 'uno universal a servio dos 6omens7 tam%*m a/ui "sacri'ica"#se, portanto, o salvador. ,omesmomodo/ue, emseutempo, ocultoaDesus2erasuperior aodossalvadoresdosoutroscultossoteriol)gicosconcorrentes, pelo'atode/ue, nele, osalvadoreraum6omemdecarneeosso/ueospr)prios ap)stolos viram ressuscitar dos mortos, assim tam%*m a encarnao divina continuamente viva napessoa do ,alai#Mama * aculmin, A apropriao dos %ens da graa pode ento tomar um rumo mgico ouritualista, e re/uer, em todo caso, al*m do salvador ou do deus vivendo encarnado, sacerdotes ou mistagogos6umanos. ?carter assumido pela dispensa da graa depende tam%*m, emgrau considervel, dacircunst,no podem transmitir a graa, nem administrar validamente o sacramento.8staconse/@1nciarigorosa=administraocarismticadagraa> 'oi tirada, por e4emplo, pelapro'eciadosmontanistas, dos donatistas e, emgeral, de todas as comunidades de '* da Antig@idade /ue se'undamentavamnaorgani3aodepoder pro'*tico#carismticadaCgre2a7 nemtodo%ispo, credenciadoapenas institucional e e4teriormente por seu "cargo", pode administrar a graa de modo e'ica3H '#lo apenasocredenciadopelapro'eciaeoutrostestemun6osespirituais, pelomenosnocasodeumpecadomortalda/uele /ue solicita a graa. Mogo /ue se prescinde dessa e4ig1ncia, encontramo#nos 2 no a /uali'icao pessoal religiosa do necessitado de salvao *, em princpio, semimport pe/ueno#%urguesa, o/uepareceter sido real.Eelomenosneste casooperava#se ainda com id*ias /ue eram correntes numa camada ur%ana de pros*litos, acostumada a cismarso%re as condi-es da salvao e em certo grau 'amiliari3ada com a casustica 2udaica ou 6el1nica, e, poroutro lado, * sa%ido /ue tam%*m nos s*culos GVC e GVCC amplos crculos pe/ueno#%urgueses assimilaramintelectualmente os dogmas dos snodos de ,ordrec6t e bestminster, e as muitas e complicadas ')rmulas decompromisso das Cgre2as re'ormadas. &as, em condi-es normais, semel6ante e4ig1ncia * irreali3vel emreligi-es congregacionais sem a conse/@1ncia de e4cluir da salvao todos a/ueles /ue no 'a3em parte doscon6ecedores 'ilos)'icos =gn)sticos> como ocorreu com os "6lcos" e os "ps/uicos", os mistica# menteno#iluminados ou, pelomenos, ade limitar os devotos no#intelectuais =psti# cos> a uma %em#aventurana de grau in'erior, tal como e4iste na gnose e, de 'orma semel6ante, em algumas religi-es deintelectuais da ndia. Conse/@entemente, continua durante todos os primeiros s*culos do cristianismo antigoadisputae4pressaoulatenteso%rea/uestodesea"gnose"teol)gicaouasimples'*, pistis, se2aa/ualidade superior ou a ;nica /ue garanta a salvaoH no isl, os muta3ilitas so os representantes da teoriade /ue opovo"crente" nosentidocorrente, seminstruodogmtica, nopertence propriamente Acomunidadedos crentesH epor todaparteas rela-es entreointelectualismoteol)gico, ovirtuosismointelectual do con6ecimento religioso e a piedade dos no#intelectuais, so%retudo, por*m, a religiosidade dosvirtuosos da ascese e da contemplao =am%os tin6am de re'utar o "sa%er morto" como /uali'icao /uecondu3 A salvao> in'luenciaram decisivamente a peculiaridade de cada religiosidade.D nos pr)prios evangel6os, a 'orma de par%ola da pr*dica de Desus * apresentada como esot*ricaintencional. :e no se /uer tirar esta conse/@1ncia de uma aristocracia de intelectuais, ento a '* tem de seralgo di'erente do compreender pro'undamente e tomar por verdadeiro um sistema teol)gico de dogmas. 8 de'ato o * em todas as religi-es pro'*ticas, desde o incio ou, ento, com o desenvolvimento da dogmtica,trans'ormou#se nesse sentido, particularmente no momento em /ue se tornaram religi-escongregacionais. :em d;vida, a aceitao dos dogmas no * irrelevante em nen6um lugar, e4ceto aos ol6osdos virtuosos asc*ticos ou so%retudo dos msticos &as o recon6ecimento pessoal e4presso de dogmas,c6amadotecnicamente 'ides e4plicita nocristianismo, costuma ser e4igidoapenas para determinados"artigos de '*" considerados a%solutamente essenciais em oposio a outros dogmas. !o caso dos outrosdogmas, as e4ig1ncias vo mais ou menos longe. As e4ig1ncias impostas a este respeito pelo protestantismo,na %ase da "2usti'icao pela '*", eram especialmente elevadas e so%retudo =ainda /ue nem e4clusivamente>no caso do protestantismo asc*tico, para o/ual a O%lia era uma codi'icao dodireito divino. ?esta%elecimento de escolas primrias universais do tipo 2udaico, a instruo intensiva particularmente dos2ovens nas seitas, deve#se su%stancialmente a essa e4ig1ncia religiosaH o con6ecimento pro'undo da O%liatanto dos 6olandeses, por e4emplo, como tam%*m dos pietistas e metodistas anglo#sa49nicos =em contrastecom a situao nas escolas primrias ingleses> surpreendeu os via2antes ainda na metade do s*culo G,C!este caso, a convico da univocidade dogmtica da O%lia era o 'undamento da ampla demanda de umcon6ecimento pr)prio da '*. Ao contrrio, numa Cgre2a rica em dogmas, em vista da /uantidade destes, s) *possvel e4igir a 'ides implcita, a disposio geral de su%ordinar a convico pr)pria A autoridade da '*competente no caso concreto, tal como o 'a3ia e ainda o 'a3, em amplo grau, a Cgre2a cat)lica. &as, de 'ato,uma 'ides implcita dei4ou de ser um tomar por verdadeiros, pessoalmente, os dogmasH * uma declarao decon'ianaede entrega a umpro'etaouauma autoridadeordenadaporuma instituio.Com isso,a '*religiosaperdetam%*mseucarter intelectualista. Fuandoareligiosidadesetornapredominantemente*tico#racional, a '* possui esse carter, em todo caso, apenas em grau insigni'icante. Eois o mero tomar porverdadeirodecon6ecimentos*parauma"*ticade convico00apenas odegraumais%ai4o da'*,o /ueressalta, entre outros, Agostin6o. 5am%*m a '* deve tornar#se uma /ualidade de convico. ? apego pessoala um deus especial * algo mais do /ue "sa%er" e, por isso, * c6amado "'*". Assim, tanto no Antigo /uanto no!ovo5estamento, A"'*" /ue*"creditadaA2ustia" deA%raono*nen6umtomar por verdadeirointelectual de dogmas, mas con'iana nas promessas de ,eus. 84atamente o mesmo signi'ica a '*, em seusentido central, para Desus e Eaulo. ? sa%er e o con6ecimento dos dogmas retrocedem consideravelmente.!uma Cgre2a organi3ada como instituio a e4ig1ncia da 'ides e4plicita costuma 'icar limitada, pelo menosna prtica, aos sacerdotes, pregadores e te)logos dogmaticamente instrudos. 5oda religiosidadesistematicamente teologi3ada 'a3 com/ue nasa emseumeio essa aristocracia dos dogmaticamenteinstrudos ecientes, os/uais ento,emgraue com 14itodiversos, 'a3em/uestodeseros verdadeirosportadoresdessareligiosidade.A id*iaainda6o2emuitopopular entreosleigosde/ueoprocodevamostrar#se capa3 de compreender e crer mais do /ue o intelecto 6umano comum concepo di'undidaso%retudo entre os camponeses * apenas uma das 'ormas de mani'estao da /uali'icao "estamental"emvirtudede"instruo", 'en9meno/ueencontramosemtoda%urocraciaestatal, militar,eclesisticaeprivada. &ais primitiva do /ue essa concepo * a 2 mencionada, pr)pria tam%*m do !ovo 5estamento, /ueconsidera a '* um carisma espec'ico de con'iana e4tracotidiana na provid1ncia pessoal de ,eus, carisma/ue devem possuir os pastores de almas ou os 6er)is da '*, 8m virtude desse carisma da con'iana /uee4cede a capacidade 6umana comum no au4lio de ,eus, o 6omem de con'iana da congregao, comovirtuoso da '*, tem a possi%ilidade de agir, na prtica, de modo di'erente do leigo e reali3ar o%ras /ue esteno pode. A '* proporciona, neste caso, uma esp*cie de sucedU. A/ui, como al6ures, a religiosidade de salvao das religi-es crentes numdeussupramundanosu%lin6aainsu'ici1nciada'oraintelectual em'acedasu%limi# dadede,eus, econstitui,portanto,algo'undamentalmentedistinto da ren;ncia%udistaaosa%er doal*m por/uenoserve A/uela contemplao /ue unicamente tra3 a salvaoou da ren;ncia c*tica ao con6ecimento de um"sentido"domundo, comumatodasascamadasdeintelectuaisdetodosostempos, tantoaosepit'ios6elenistas /uantoaos produtos supremos doIenascimento=por e4emplo, :6aJespeare>, As 'iloso'iaseurop*ia, c6inesa e indiana ou ao intelectualismo moderno, ren;ncia /ue, ao contrrio, ela deve com%aterenergicamente. A crena no "a%surdo", o triun'o, /ue 2 aparece nas pr*dicas de Desus, so%re o 'ato de seremas crianas e os ignorantes, e no os cientes, a/ueles /ue rece%em de ,eus este carisma da '*, indica a tensoenorme entre esse QtipoU de religiosidade e o intelectualismo, apesar de /ue ela, ao mesmo tempo, procuraempregar este, continuamente, paraseus pr)prios'ins. 8mvirtudedesuaimpregnaocrescentecom'ormas de pensar 6el1nicas, ela o 'omenta 2 na Antig@idade, depois novamente e com muito mais empen6ona Cdade &*dia, QpelaU criao das universidades como lugares de cultivo da dial*tica, /ue 'oi por ela criadaso% a impresso d, e ele, apesar de a%raar os 6omens com um amorso%re#6umano, est muito longe de. ser umterno papai moderno, sendo antes umpatriarca realpreponderantemente %en*# volo mas tam%*m iracundo e rigoroso, como 2 era o deus 2udaico. &as o cartersentimental da religiosidade de '* pode ser intensi'icado pela consci1ncia de ser "'il6o de ,eus" =em ve3 daconcepo asc*tica de ser instrumento de ,eus>, procurando#se por isso ainda mais a unidade da conduoda vida na disposio sentimental e na con'iana em ,eus ao inv*s de na consci1ncia da comprovao *tica,com o /ue se de%ilitando ainda mais seu carter prtico#racional. D o tom plangente dos tpicos serm-esluteranos na Aleman6a, na "linguagem de Cana", popular desde o renascimento do pietismo, insinua a/uelae4ig1ncia sentimental /ue tantas ve3es a'ugentou 6omens vigorosos da Cgre2a.Completamente anti#racionais so, em regra os e'eitos da religiosidade de '* so%re a conduo davida onde a relao com o deus ou o salvador tem o carter de devoo apai4onada, mostrando#se portantona '*, de modo latente ou a%erto, elementos er)ticos. Assim, nas diversas varia-es do amor a ,eus dos su'ise na mstica %ernardiana acerca do Ce, por outro lado a posoo# sio total do dever de veracidade em relaoaos mandamentos cerimoniais deeti/uetana*ticaestamental da%urocraciacon'ucianadaC6ina. ?u,caracterstica de toda religiosidade especi'icamente indiana em oposio a /uase todas as outras, a proi%ioa%soluta de matar /ual/uer ser vivo =a6ims, a /ual vai muito al*m do mandamento de no maltratar osanimaisdareligiodeSaratustra, condicionadooriginalmentepelaatitudeantiorgistcadeste, e/uese'undamenta em id*ias animistas =de metempsicose>.,e resto, o conte;do de toda *tica religiosa, /ue vai al*m de prescri-es mgicas particulares e dapiedade 'amiliar, est condicionado, em primeiro lugar, pelos dois motivos simples /ue determinam a aocotidiana no vinculada A 'amlia7 2usto talio contra in'ratores e a2uda 'raternal ao vi3in6o amigo. Am%as ascoisas constituem uma retri%uio7 o in'rator "merece" o castigo cu2a e4ecuo aplaca a c)lera, do mesmomodo /ue o vi3in6o merece a a2uda. Fue aos inimigos se paga mal por mal * uma coisa )%via para a *ticac6inesa, v*dica e de Saratustra, e tam%*m para a 2udaica at* a *poca ap)s o e4lio. Eois toda ordem socialparece'undamentar#seso%rea2ustaretri%uio, eporissorepugnaA*ticadaadaptaoaomundodeCon';cio a id*ia do amor ao inimigo, %aseada em parte,na C6ina, em motivos msticos e em parte emmotivos social#utilitrios, como algo diretamente dirigido contra a ra3o de 8stado.8 a *tica 2udaica da*pocaposterior aoe4liosomenteaaceita, no'undo, con'ormee4p-e&ein6old, nosentidodeuma6umil6ao maior e mais no%re do inimigo por %ons 'eitos pr)prios e, so%retudo, com a reserva importante/ue 'a3 tam%*m o cristianismo7 /ue a vingana * coisa de ,eus e /ue este tanto mais certamente a reali3ar/uantomais sea%sten6adelao6omem. ps comunidades docl, dos irmos desangueedatri%oareligiosidade congregacional acrescenta, como o%2eto do dever de apoio, os mem%ros da congregao. ?uantes, coloca#os no lugar dos mem%ros do cl7 /uem no pode a%andonar pai e me no pode ser discpulode Desus, e * neste sentido e neste conte4to /ue tam%*m se pronuncia a sentena de /ue ele no veio paratra3er a pa3 mas a espada. ,ali desenvolve#seentoomandamentoda "'raternidade", espec'icodareligiosidadecongregacional nodetodassuas 'ormas, mas particularmentedestareligiosidade,por/ueelareali3aemmaiorpro'undidadeaemancipaodaassociaopoltica. &esmonacrstandadeprimitiva, pore4emploparaClementede Ale4andria, a'raternidadeemsuae4tensoplenaregeapenasdentro do crculo dos correlgionrios, eno, sem reserva, 'ora dele. A a2uda 'raternal, no caso de necessidade,tem sua origem, como 2 vimos$, na associao de vi3in6os. ? "pr)4imo" a2uda ao vi3in6o, pois tam%*ma/uele pode um dia precisar da a2uda deste. :) uma 'orte mistura das comunidades polticas e *tnicas e adesvinculaodosdeuses, comopoderesuniversais,daassociaopolticacondu3emApossi%ilidadedouniversalismodoamor.,iantedareligiosidadeal6eia, estetorna#semuitodi'cil nocasodeuma'orteconcorr1ncia entre as religiosidades congregacionals e da pretenso de /ue seu deus se2a o ;nico. ?s mongesde Daina admiravam#se, segundo a tradio %udista, com o 'ato de Ouda ter ordenado a seus discpulos /uedessem comida tam%*m a eles.$ Ver acima p. 2(7. =!ota do organi3ador.>Assimcomoos costumes de cola%oraoe a2uda emcasode necessidade entre vi3in6os sotrans'eridos, com a di'erenciao econ9mica, As rela-es entre as diversas camadas sociais, assim ocorretam%*mcommuita rapide3 na *tica religiosa. ?s cantores e magos, comoas primeiras "pro'iss-es"desvinculadasdosolo, vivemdagenerosidadedosricos. 8logiamestesemtodosostempos, en/uantoamaldioam os avarentos. !as condi-es da economia no#monetria, o /ue eno%rece as pessoas, como maistarde veremos2, no * a propriedade como tal, mas a conduo da vida generosa e 6ospitaleira. Eor isso, aesmola * um componente universal e primrio tam%*m de toda religiosidade *tica. A religiosidade *tica d aeste motivo interpreta-es di'erentes. A %ene'ic1ncia aos po%res * motivada por Desus, As ve3es, totalmentesegundo os princpios da retri%uio7 /ue precisamente a impossi%ilidade da retri%uio neste mundo, porparte dos po%res, torne tanto mais segura a do al*m, por ,eus. A isto 2unta#se o princpio da solidariedadeentre os irmos na '* /ue As ve3es vai to longe /ue a 'raternidade 2 * /uase um "comunismo do amor". !oisl, a esmola 'a3 parte dos cinco mandamentos a%solutos para a pertin1ncia A '*, no 6indusmo antigo, %emcomo em Con';cio e no 2udasmo antigo ela constitui a "%oa o%ra" como talH no %udismo antigo * original#mente a ;nica o%ra do leigo piedoso /ue realmente importa e no cristianismo da Antig@idade ad/uiriu /uasea dignidade de um sacramento =ainda na *poca de Agostin6o * considerada no#verdadeira a '* sem esmola>Eois o com%atente pela '* isl, /uanto, ao contrrio, a paci'icao universal e e4tino de toda luta pelo poder nos grandes imp*rioseespecialmentea%urocrati3aodadominaopoltica=comonoCmp*rioromano>, todos os 'atores,portanto, /ue su%traem a %ase dos interesses polticos e sociais vinculados A luta guerreira pelo poder e A lutasocial entre os estamentos, atuam 'ortemente $$ mesmo sentido da re2eio antipo# ltica do mundo e dodesenvolvimentodeuma*tica'raternal religiosa/uereprovaaviol1ncia. !odeinteresses "poltico#sociais" nem, muito menos, de instintos "proletrios", mas precisamente da eliminao total dessesinteresses nasce a 'ora da religio de amor crist, de orientao apoltica, assim como, em geral, cresce aimport, toda relao com o mundo e a ao neste * rompida e so tantoa viol1ncia pr)pria /uanto a resist1ncia contra a viol1ncia a%solutamente proi%idas, mas tam%*m carentes deo%2eto. :omente con'litos isolados entre e4ig1ncias concretas do 8stado e mandamentos religiosos concretossurgem onde uma religiosidade * religio de prias de um grupo e4cludo da igualdade de direitos polticos,cu2a promessa *, por*m, o resta%elecimento por interveno divina do 2usto status de casta, como no caso do2udasmo, /ue nunca condenou o 8stado e a viol1ncia, mas esperou pelo menos at* a destruio do templopor Adriano, um d*spota poltico pr)prio na pessoa do &essias.?con'litolevaaomartrioouApassivatoler indi'erena total emrelao ao 8stado, isto *, toler e, por isso, cumprimento ativode todas as o%riga-es /ue no p-em diretamente em perigo a salvao religiosa, assim particularmente opagamentodeimpostos=a'rase"aC*saro/ue*deC*sar"nosigni'ica, comoaentendeamodernatend1ncia 6armoni3adora, um recon6ecimento positivo, mas a a%soluta indi'erena perante as coisas destemundo>H V> dist mas recon6ecimento positivo da autoridade,inclusivedain'iel, comoinstituiodese2adapor,eus,ainda/uepecaminosa, representandoela, comotodas as ordens deste mundo, um castigo pelos pecados, ordenado por ,eus, /ue nos trou4e a /ueda de Adoe /ue o cristo tem de aceitar o%edientementeH (> 2u3o positivo da autoridade, inclusive da in'iel, comomeiodesupressoinevitvel noestadodepecadodospecadoscondenveisat*paraospagosreligiosamente no#iluminados, em virtude da compreenso natural /ue ,eus l6es deu, e como condiogeralde toda e4ist1nciaterrestre /ueridapor ,eus. ,estes pontosdevista,osdois primeirospertencemprincipalmenteaoperododaesperanaescatol)gica, mastam%*maparecemmaistarde, detemposemtempos. ? ;ltimo ponto de vista no 'oi realmente superado, em princpio, pelo cristianismo da Antig@idade,nemap)sseurecon6ecimentocomoreligiode8stado.A grandemudananasrela-escomo8stadoreali3a#se somentena Cgre2amedieval,como revelam demodo%ril6anteas pes/uisas de 5roeltsc6.:emd;vida, o pro%lema /ue se apresenta ao cristianismo nesta situao no l6e * e4clusivamente pr)prio, massomente nele, por ra3-es em parte intra#religiosas, em parte e4tra#religiosas, desenvolveu#se de maneira toconse/@ente. 5rata#sedaposiodoc6amado"direitonatural"7 emrelao, por umlado, Arevelaoreligiosa e, por outro, As estruturas polticas positivas eseucomportamento. 5eremos de nos ocupar%revementedisso, emparte, aoe4poras'ormasdecomunidadereligiosase, emparte, aoe4aminaras'ormas de dominao. :o%re o modo de soluo para a *tica individual podemos di3er 'undamentalmente oseguinte7 o es/uema geral segundo o /ual uma religio /ue predomina dentro de uma associao poltica e *privilegiadaporestaparticularmente/uandosetratadeumareligiosidadedegraainstitucional costuma resolver as tens-es entre a *tica religiosa e as e4ig1ncias no#*# ticas ou anti*ticas da vida na ordemsecular violenta do 8stado e da economia, consiste na relativi3ao e di'erenciao da *tica na 'orma da*tica pro'issional "org e, por outrolado, por*m, o interesse 6ierr/uico em evitar /ue as pre%endas se tornassem 6ereditrias. !o estdio dareligiosidade *tica desenvolvem#se, em lugar dos diversos tipos de motivos mgicos, duas novas rela-es desentido tpicas da averso A se4ualidade. A a%stin1ncia pode ser considerada o meio central e indispensvelda procura mstica de salvao mediante a sada contemplativa do mundo, cu2a tentao mais intensa * esseinstinto mais 'orte /ue vincula o 6omem A e4ist1ncia de criatura7 ponto de vista da 'uga mstica do mundo.?u rege a id*ia asc*tica de /ue a vigil determinadas 'ormas deneg)cios =altamenteimportantes>, tanto2urdicas /uantoecon9micas.Assim, do lado 2urdico7 as 'ormas de relao associativa capitalistas e as %aseadas em ttulos e valores. &asestasnosodeproveni1nciaespeci'icamente2udaica. !amedidaem/ueten6amsidointrodu3idasno?cidente de modo espec'ico pelos 2udeus, talve3 se2am de origem oriental geral =%a%il9nica>e, so%re esta%ase,deorigem6elensticae%i3antina, esomenteatrav*s destemeiot1mproced1ncia 2udaica, al*m deserem geralmente comuns aos 2udeus e ra%es. Eor outra parte, por*m, so cria-es ocidental#medievais, emparte at* com componentes especi'icamente germe, al*mdisso, sedispun6adesu'icientescampos de atividade livres de vincula-es corporativas para novas cria-es industriais como se e4plica o'ato de /ue, em 'ace de tudo isso, no ten6a ocorrido a nen6um 2udeu devoto criar uma ind;stria com oscrculos de tra%al6adores 2udaicos devotps no gueto da mesma maneira como o 'i3eram tantos empresriospuritanos devotos com devotos tra%al6adores e artesos cristos] ?u ento o 'ato de /ue, mesmo com %aseem amplas camadas de artesos 2udaicos vivendo na mis*ria, at* o comeo de nossa *poca no se ten6a'ormado nen6uma signi'icativa %urguesia especi'icamente moderna,,isto *, industrial,e4plorando a/ueletra%al6o 2udaico em ind;strias caseiras] Rornecimento ao 8stado, arrendamento de impostos, 'inanciamentode guerras, col9nias e especialmente planta-es, com*rcio intermedirio, usura so%re empr*stimos, todoseles t1me4istido/uasenomundointeirodesdemil1nios como'ormas devalori3aocapitalistas dapropriedade. 8precisamentenestasatividades, con6ecidasem/uasetodasas*pocasetodosospases,particularmente na Antig@idade, participamos 2udeus, e isto nas 'ormas 2urdicas e empresariaisespeci'icamente modernas criadas 2 na Cdade &*dia, mas no pelos 2udeus. Ao contrrio, eles esto /uaseinteiramente ausentes =em termos relativos> do /ue * especi'icamente novo do capitalismo moderno, isto *, aorgani3aoracionaldotra%al6o, so%retudodoartesanal, em"empresas"industriais.8so%retudoa/uelaatitude econ9mica /ue era e ainda * tpica de todo com*rcio genuno, da Antig@idade, da Psia oriental, dandia, daCdade&*dia, dospe/uenoscomerciantesedosgrandesprestamistas7 aid*iaeavontadedee4plorar implacavelmente toda oportunidade de lucro "de navegar pelo lucro atrav*s do in'erno, mesmo/ue se /ueimem as velas" , tal atitude * tam%*m 'ortemente pr)pria dos2udeus. &as precisamente ela est muito longe de ser algo espec'ico do capitalismo moderno, emcomparao com outras *pocas capitalistas. &uito ao contrrio. !em o especi'icamente novo do modernosistema econ9mico nemo especi'icamente novo da moderna atitude econ9mica so especi'icamente2udaicos. As ra3-es ;ltimas 'undamentais disto esto de novo em cone4o com o carter especial do povo#pria dos 2udeus e com sua religiosidade. 8m primeiro lugar, di'iculdades puramente e4ternas impedem os2udeus de participar na organi3ao do tra%al6o artesanal7 a precria situao de 'ato e de direito dos 2udeus,/ue, sim, suporta o com*rcio, so%retudo o monetrio, mas no uma empresa industrial racional permanentecomcapital 'i4o. &as6tam%*masituaointerna, *tica. ?s2udeus, comopovo#pria, conservaramamoral dupla /ue caracteri3a as rela-es econ9micas primitivas de toda comunidade. ? /ue * condenvel"entre irmos", * permitido contra estran6os. 8m relao aos outros 2udeus, a *tica 2udaica * sem d;vidatradicionalista, partindo da id*ia do "sustento", e na medida em /ue os ra%inos 'i3eram concess-es o /uecom toda 2uste3a aponta :om%art , e isto tam%*m com respeito ao procedimento comercial entre 2udeus,trata#se somente de concess-es A lassidoH /uem recorreu a estas 'icou atrs das e4ig1ncias mais altas da*tica comercial 2udaica, em ve3 de "a'irmar#se". A rea do procedimento comercial com estran6os, /uanto Ascoisas condenveis entre 2udeus, * na maior parte uma es'era eticamente indi'erente. 8ssa *tica comercialnoapenas*aprimitiva, comumatodosospovosnomundointeiro, mastam%*mo'atodeter sidoconservada * simplesmente )%vio para o 2udeu, a /uem o estran6o, 2 na Antig@idade, se apresentou /uasepor todapartecomo"inimigo". 5odas as %emcon6ecidas advert1ncias dosra%inos, demostrar %oa#'*tam%*m e precisamente com estran6os, naturalmente em nada podiam mudar a impresso produ3ida pelo'ato de /ue a lei proi%ia aos 2udeus co%rar 2uros, en/uanto o permitia aos estran6os, e /ue =o /ue ressaltacom todo direito :om%art> o grau da legalidade prescrita =2por e4emplo, /uanto ao aproveitamento de errosde outras pessoas> era menor para o estran6o, ou se2a, o inimigo. 8 no * necessrio demonstrar =pois ocontrrio seria simplesmente incompreensvel> a circunst a tend1ncia de esta%elecer#se, no momento do casamento, como merceeiro=isto se 'a3 sentir, em parte, ainda 6o2e na "consci1ncia de classe" pouco desenvolvida dos empregados decom*rcio 2udaicos>. 8m /uase todas as outras atividades, o 2udeu, %em como o 6indu devoto, se v1 a cadapasso limitado por considera-es da lei. ? verdadeiro estudo da lei era mais compatvel como ressaltacom ra3o ^uttmann com os neg)cios de prestamista, /ue e4igem relativamente pouco tra%al6o contnuo.Aao da lei e a 'ormao legal intelectual constituema "organi3ao da vida" do 2udeu e seu"racionalismo". "!unca mude o 6omem seus costumes", * um princpio do 5almude. Roi somente na readastransa-esecon9micascomestran6os/ueatradiodei4ouovcuodoeticamente=relativamente>irrelevante, e em mais nen6uma. A tradio e sua casustica imperam em toda a rea do relevante diante de,eus, e no a ao racional, met)dica, orientada independentemente por um 'im, sem condi-es pr*vias epartindo de um "direito natural". ? e'eito "racionali3ador" do medo da lei * e4tremamente penetrante, mastotalmente indireto. "Vigilante" e sempre consciente, sempre controlado e e/uili%rado * tam%*mocon'uciano, o puritano, o monge %udista e /ual/uer outro, o 4e/ue ra%e, o senador romano. ? /ue di'ere * omotivo e o sentido do autodomnio. ? autodomnio vigilante do puritano resulta da necessidade de su%metertudo/uetemcarterdecriaturaAordemeaom*todoracional, nointeressedesuapr)priacerte3adesalvaoH odocon'ucianoderivadodespre3odairracionalidadeple%*iaporpartedo6omemcultoemsentido clssico, educado na dec1ncia e na dignidade, e a do 2udeu devoto, no sentido tradicional emana docismar so%realei /uecontri%uiuparadesenvolver seuintelectoedanecessidadedeconcentrar#senocumprimento e4ato dela. &as esta situao gan6ou seu mati3 e sua e'iccia espec'icos pela consci1ncia do2udeu devoto de /ue somente ele e seu povo t1m esta lei e por isso so perseguidos e di'amados por todo omundolei /ue, no o%stante, * vinculante e de /ue algum dia, por um ato repentino, cu2o momento ningu*m pode sa%er nem contri%uirpara sua acelerao, ,eus inverter a ordem 6ierr/uica deste mundo para 'ormar um reino messi.A escultura, apinturaeodramacareciam, portanto, dospontosdecontatoreligiososnormais por toda parte, e o 'orte recuo de todo o lirismo =mundano> e especialmente da su%limao er)ticado se4ual, em oposio ao apogeu da sensualidade ainda muito crua representado pelo C paguem 6umildemente o tri%uto =dsc6i32a>", isto *, at* /ue o isl c6egue a ser, nestemundoH$ o primeiro em prestgio social diante dos tri%utrios de outras religi-es. 5udo isto, em cone4o coma importH a recusa de certos alimentos impuros, do vin6o e do 2ogo dea3ar=o/uesetornoutam%*mimportante, paraaatitudeemrelaoaneg)ciosespeculativos>Ii/ue3a,poder e 6onra so as promessas do isl antigo para este mundo7 promessas a soldados, portanto, e um parasosensual no al*m para soldados. Cgualmente orientado no sentido 'eudal parece estar o conceito primitivo egenuno do "pecado". A "impeca%ilidade" do pro'eta, su2eito a 'ortes pai4-es sensuais e ata/ues de c)lerapelos menores motivos, * uma construo teol)gica tardia, /ue l6e * totalmente estran6a no Coro, como,desde sua mudana para &edina, todo o "trgico" do pecado, e este ;ltimo trao perdurou no isl ortodo4o7para ele, o "pecado" * em parte impure3a ritual, em parte sacril*gio =como a sc6irJ, a venerao de muitosdeuses> emparte deso%edi1ncia aos mandamentos positivos dopro'eta, emparte 'alta de dignidadeestamental pela violao dos costumes e da dec1ncia. ? carter in/uestionvel da escravido e da servido, apoligamiaea'ormadesu2eioedomesticaodasmul6eres, otompredominantementeritualistadosdeveresreligiosos, emcone4ocomagrandesimplicidadedase4ig1ncias nestareaeaaindamaiormod*stiadase4ig1ncias*ticas, sotam%*mcaractersticasdeumespritoespeci'icamenteestamental e'eudal,A ampliaodein'lu1nciae4perimentadapeloisl, porumlado, pelosurgimentodacasusticateol)gico#2urdicaedas escolas 'ilos)'icas, emparteiluministas, empartepietistas, e, por outro, pelapenetrao do su'ismo persa, procedente da ndia, e pela constituio das ordens de dervi4es, ainda 6o2e so%'orte in'lu1ncia indiana, no o apro4imou do 2udasmo e do cristianismo nos pontos decisivos. 8stas eramreligiosidades especi'icamente ur%ano#%urguesas, en/uanto/ue para oisl a cidade tin6a apenas umsigni'icado poltico. 5anto a 'orma do culto o'icial /uanto os mandamentos se4uais e rituais podem atuar nosentido de uma certa so%riedade do modo de viver. A pe/uena %urguesia * em grande proporo portadora dareligiosidade de dervi4es, /uase universalmente e4istente, a /ual, aumentando sempre seu poder, superou areligiosidadeeclesisticao'icial. &as essareligiosidade, emparteorgistica, empartemstica, por*msempre e4tracotidiana e irracional, e tam%*m a*ticacotidianao'icial, totalmentetradicionalistaee'ica3emsuapropaganda, emvirtudedesuagrande simplicidade, direcionama conduo da vida por camin6os /ue, /uanto ao e'eito, corremprecisamenteemsentidocontrrioAdaorgani3aodavidapuritanaeAde/ual/ueroutradenature3aasc*tica intramundana. 8m comparao com o 2udasmo, 'alta#l6e a e4ig1ncia de um amplo con6ecimentoda lei e o treino no pensamento casustico /ue nutre o "racionalismo" deste, ? guerreiro, no o literato, * oideal dareligiosidade, 8lacarecetam%*mdetodasa/uelaspromessasdeumreinomessi, vivendo,portanto, de esmolas e, 'ora da *poca das grandes c6uvas, sempre vagando, desvinculados da 'amlia e domundo, paraprocuraralcanar,medianteocumprimentodasprescri-esdocamin6ocerto=d6arma>, oo%2etivo da iluminao mstica. Fuando alcanado, este proporciona, pela alta alegria e o terno sentimento de amor sem o%2eto /ue l6e * pr)prio, amais elevada 'elicidade possvel neste mundo, at* a entrada no sono eterno sem son6o do nirvana, o ;nicoestado /ue no est su2eito a nen6uma mudana. 5odos os outros, mediante a apro4imao As prescri-esdasregraseaa%stenodepecadosgraves, podemmel6oraraspossi%ilidadesda/uelavida'utura/ue,segundo a causalidade do carma, em virtude da conta *tica no e/uili%rada e da sede de viver no "a%#reagida" por assimdi3er,sedar inevitavelmente emalgumlugar atrav*s de umanova individuaoaoe4tinguir#se sua vida atual, mas a salvao verdadeira e eterna l6es ser inevitavelmente negada. !en6umcamin6ocondu3destaposioarrediaaomundo, a;nicarealmenteconse/@entenisso,a/ual/uer*ticaecon9mica ou social racional. ?"sentimento de compai4o" universal dirigido a toda criatura, /ueracionalmente * conse/@1ncia da solidariedade esta%elecida pela causalidade do carma e A /ual todos osseres vivos e, portanto, perecveis esto igualmente su2eitos e /ue psicologicamente * produto do sentimentode amor mstico, eu')rico, universal e ac)smico, no pode ser portador de ao racional alguma, mas atuadiretamente em sentido contrrio.?%udismopertenceaocrculoda/uelasdoutrinasdesalvaogeradoantesedeoisemgranden;mero pelo intelectualismo das camadas no%res de leigos cultos, na ndia, das /uais * somente a 'ormamais conse/@ente. :ua 'ria e orgul6osa li%erao da e4ist1ncia como tal, /ue e4ige iniciativa pr)pria doindivduo, 2amais poderia tornar# se uma crena de massas na salvao. :ua atuao al*m do crculo doscultos estava vinculada ao prestgio enorme desde sempre ali des'rutado pelo sramana =asceta> e revestiu#seso%retudo de traos mgico#antropoltricos. Fuando o %udismo se tornou uma "religiosidade popular" detipo missionrio, trans'ormou#se conse/@entemente numa religio de salvador so%re a %ase da retri%uio docarma, com esperanas postas no al*m estri%adas em e4erccios espirituais, em graa cultuai e sacramentai eemo%rasdemiseric)rdiae, con'ormesuapr)prianature3a, mani'estandoatend1nciaaacol6er id*iaspuramente mgicas. !a pr)pria ndia ele sucum%iu, nas camadas superiores, ao renascimento da 'iloso'ia desalvao enrai3ada no vedismo e, nas massas, A concorr1ncia das religi-es de salvador 6industas,principalmentedasdiversas'ormasdovi4#nusmo, damagiatantrsticaedareligiosidadedemist*riosorgistica, so%retudo da devoo do %6aJti =amor a ,eus>. !o lamasmo, o %udismo tornou#se uma purareligiosidadedemonges, cu2opoder religiososo%reos leigos teocraticamentedominados *decarterinteiramente mgico. 8m sua es'era de in'lu1ncia na Psia oriental, e4perimentou uma 'orte trans'ormao deseu carter genuno e, na competio como taosmo c6in1s e na com%inao comele emmuitoscru3amentos, tornou#se a religiosidade popular espec'ica, /ue vai al*m da vida neste mundo e do culto aosantepassados e o'erece graa e salvao. &as nem a devoo %udista, nem a taosta, nem a 6industa cont1mincitamentosparaodesenvolvimentodeumaorgani3aodevidaracional. Earticularmentea;ltima*,segundo seus pressupostos, o poder tradicionalista mais 'orte /ue possa e4istir, por/ue representa a'undamentao religiosa mais conse/@ente da concepo "org