Zee Griston e o Fogo Negro Final

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Zee Griston e Fogo Negro e a segunda jornada do menino Kimbulo Zee Griston uma obra escrita por Thalys Eduardo Barbosa.

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Copyright © Thalys Eduardo BarbosaTodos os direitos reservados.Proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma e por qualquer meio mecânico ou eletrônico, inclusive através de fotocópias e de gravações, sem a expressa permissão do autor. Todo o conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade do autor.

Editora Schoba

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B213z

Barbosa, Thalys Eduardo Aparecido Silva, 1991-Zee Griston e o fogo negro / Thalys Eduardo Aparecido Silva Barbosa. - 1. ed. - Salto, SP : Schoba, 2015.116 p. ; 23 cm.

Sequência de: Zee Griston e os olhos do armagedomISBN 978-85-8013-394-3

1. Novela brasileira. I. Título.

15-22049 CDD: 869.93 CDU: 821.134.3(81)-3

Dedico a Maria e Julio, que sempre estão ao meu lado, à minha Editora, por me tornar um escritor cada vez melhor e por seu trabalho brilhante, à minha Família maravilhosa, pela cultura literária que faz com que eu crie faíscas mágicas no meu universo peculiar nesse mundo afora.

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CAPÍTULO 1A m e n s a g e m d e Ve r o n a

Sorte. A neblina escondia a figura de uma misteriosa moça que corria por um lindo bosque ao luar, perfurando-a fre-neticamente. Tratava-se de Marina Capucci. A garota não

conseguia controlar a violenta saudade que sentia de Zee Griston; estava extremamente difícil para a garota passar suas férias longe do seu amor e da escola de Kimbulândia. Ela correra por cima dos len-çóis noturnos rumo a um local seguro para enviar uma carta apai-xonada para o rapaz que havia lhe dado o motivo de se sentir viva.

Zee, sei que nosso amor é proibido. Estou sentindo na pele, aqui em Verona, o que outros amantes sentiram: a presença de algo impossível. Eu, uma menina dos Americus, destinada a amar um menino dos Lumina-rius. O amor está tragando meus sentidos, nunca ima-ginei que o brilho esverdeado de seus olhos me fizesse tanta falta. Meu doce e amado, espero que esteja bem; saiba que penso em você a todo instante.

Com amor, Marina.

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P.S.: O vidro da esfera quebrará depois que a mensa-gem for lida. As estrelas estavam mais que apaixona-das e se amando naquele momento.

Zee acabara de receber uma esfera mensageira com um papiro de Nina, que não via há muito tempo — desde que voltara para casa nas férias escolares. O garoto sentia quase — ou mais — os mesmos sentimentos pela menina.

— Hey, garoto imbecil! Cortou-se com esse vidro, né? — perguntou Caveirinha.

— Não, senhor, é molho de tomate — mentiu Zee.Zee estava brincando com sua locomotiva de colecionador e

ouvindo samba. No dia seguinte, iria ao dentista.Zee estava entediado em casa; um grande temporal o prendia.

Não pôde se encontrar com seus amigos, que ainda estavam ten-tando explicar aos pais por onde estiveram e o que era Kimbulân-dia. Eles não aceitavam de maneira nenhuma esse novo mundo, o mundo mágico; já para Zee, o mais difícil era conviver com o chato do seu padrasto, que estava curioso para saber como uma ave tão grande e diferente como Amorá e o cãozinho, Futrica, não existiam nos livros e documentários de animais. A mãe do garoto estava ex-tremamente orgulhosa por tudo que o filho havia feito. Agora, mais do que nunca, eles estavam unidos como melhores amigos. Zee havia apenas ido tomar sorvete de maracujá com seu primo, Gui-lherme, que era muito legal, gostava de jogos, break e sanduíche.

Sorte. Amizade. Zee sempre sentia isso ao sentar em seu ba-lanço de pneu. Ela observava a imortalidade de sua ave, Amorá, e via, também, um anjo ao olhar sua avó; um anjo que ele sempre cultivou dentro de seu coração, comendo algumas bolachas e em-padinhas de talento em meio à natureza de sua alma selvagem.

— Zee, por acaso Merlin disse-lhe que me deve 300 gold dreams?

— Não, vó, ele não me disse nada — respondeu Zee, sentin-do sua tatuagem de coroa alada brilhar. Na cozinha, havia muitas hortaliças e salsas frescas, maçãs bem viçosas, morangos frescos recém-colhidos e uma maquete, como se fosse uma fazendinha, com uma linda cerca.

O padrasto de Zee estava resmungando por toda a casa na antiga 5, no Jardim Ipanema, em Cansville. Xandoca, a gata, es-tava cada vez mais pomposa e dorminhoca. Merlin havia escrito uma carta a Zee. A carta chegou à caixa de correio com o brasão de Kimbulândia e quem levou a carta foi uma grande borboleta azul pastel. Ela deixou a carta na Rua PlofferGood, número 12:

Querido Zee,Os identificadores de tempo identificaram sua presen-ça. Agora, neste momento, você está sabendo que é um kimbulo no passado. Este bilhete é para te avisar isto. Estou muito feliz por você, por essa revolução no mundo da magia. Estou deixando com você a estrela da jorna-da, espero que neste momento você já saiba para que ela serve. Espero te ver em Kimbulândia. Se precisar de ajuda, lembre-se de contar com os amigos, nossa escola existe e sempre existirá para os fiéis de coração. Tudo que você precisa, encontrará com amor. Guarde esta carta; ela contém um segredo que em breve você saberá.

Merlin.

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— Esse garoto está muito rebelde! Como pôde permitir que ele fizesse essa tatuagem, Keila? — perguntou ele para a esposa.

— Eu não permiti nada, deve ser de henna — respondeu a kimbulo, com medo de que o marido descobrisse seu mundo.

Zee havia treinado, às escondidas, vários feitiços e tinha, ago-ra, habilidades incríveis, como o feitiço Lectius, que bania os Incu-bos, terríveis demônios salientes.

Zee gostava de assistir a desenhos.Os dias se passaram muito devagar e a volta de Zee e de seus

amigos para a escola já se aproximava. A única notícia que o garo-to tinha de seu mundo vinha de sua avó, que adorava lhe contar suas aventuras contra kimbulos do mal usando nuvens tibérias, já que ela sabia que o inverno chegaria com crueldade até a escola para onde o neto logo retornaria.

Os dias logo se passaram. Zee retornaria para sua viagem no dia seguinte e ainda não tinha notícias de seus amigos. O garoto foi até a casa de Doug e o pai do garoto disse que ele estava na Alameda Himalaia com o resto de seus amigos. Zee deixou sua mala e seus animais engaiolados prontos para a viagem. Tinha um casaco de tricô na cor azul e vermelho e gostava de jogar pôquer com seu primo Ruan.

Zee era adepto à reciclagem; ele adorava reciclar as coisas, gostava de cuidar do planeta e sempre ajudava a levar o lixo para fora de casa; também lavava a louça e limpava a casa para sua fa-mília. Sua avó era como sua tutora; ela o educava e sempre dava um jeito de serem uma família honesta e honrada.

Zee, agora, mesmo sem entender, carregava uma coroa, e isso lhe fazia ter responsabilidades. Sempre que está em perigo, sua coroa brilha como gelo.

— Mãe, vou até a Alameda Himalaia para tentar encontrar os

meus amigos. Já volto — disse Zee para sua linda mãe.— Não demore, querido, o jantar logo estará na mesa. Hoje

teremos arroz e feijão, fritas e bife — respondeu a kimbulo com carinho.

Zee seguiu deslizando com seu patinete até o outro lado da pis-ta, chegando em uma rua escura cheia de aleluias nos postes de luz.

— Doug, Loryn, estão aí? — perguntou Zee para a noite. Zee tinha lembranças boas da Fontana di Trevi, para a qual

ele fez um pedido.Nada se ouviu além do barulho dos grilos noite afora. Zee

percebeu a presença da magia; havia algo de errado ali, alguma coisa bastante incomum para o mundo das pessoas normais. Zee sentou-se na calçada esperando a chegada de algum de seus ami-gos quando, ali mesmo, adormeceu, escorado sobre um poste de luz, rodeado de aleluias por toda sua jaqueta. Zee adora futebol, esportes e motocicletas. Ele colocava seu trem, sua locomotiva vo-ava magicamente no céu. Zee estava imaginando no telefone do Papai Noel em Kimbulândia...

— Está tudo bem com você, garoto? — perguntou um ho-mem com o rosto escondido pelas sombras.

— Sim, estou bem, mas aonde exatamente vim parar? — perguntou Zee, apertando os olhos para tentar visualizar a face do forasteiro.

— Você está perto de casa, garoto — respondeu com frieza o homem misterioso. Zee estava sobre um pinheiro. Não tinha a menor ideia de como acabara parando lá em cima e estava muito curioso e até intrigado com a presença do homem de voz parecida com pios de uma ave.

— Estava te observando há algum tempo — disse o homem, agora saindo das sombras e revelando um rosto de coruja, com pe-

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nas negras e olhos muito roxos meio escondidos pelo capuz negro.— Estava me observando por quê? E o que exatamente o se-

nhor é? — perguntou Zee, com os olhos arregalados e com sua face cor de neve, de tão pálido que estava por debaixo da roupa negra.

— Fui amigo de seu pai, Zee. Fomos inseparáveis antes... Antes... Antes de ganhar essa maldição — falou o homem com seus enormes olhos roxos mostrando um brilho triste trazido por lembranças.

— Como se chama, senhor, e de que maldição está falando? — perguntou Zee, agora muito curioso ao olhar para o homem-coruja.

— Quando as trevas ganharam força, mantive-me fiel e leal aos meus amigos, ao meu mundo e, principalmente, a Zedom. Escondi-me o máximo que pude, mas fui encontrado por um kimbulo muito cruel chamado Mascareyde. Ele estava à procura de um objeto mágico muito poderoso e sabia que eu era o único kimbulo guardião, então, ele me prendeu e me torturou esperan-do que eu dissesse onde esse objeto estava, mas eu não disse. Ele não me matou; ao invés disso, lançou uma maldição irreversível e me transformou em um animal. Esperava que assim eu revelasse onde estava o que ele procurava, mas não tive coragem; preferi vi-ver aprisionado nesse corpo. Antes, chamava-me Silas Lowdberg, hoje, prefiro ser chamado apenas de Lowd — disse Lowd, olhando em direção à lua minguante sobre o céu cheio de estrelas cadentes.

— Mas, senhor Lowd, por que está me observando? No que posso lhe ajudar? — perguntou Zee, observando Lowd comer um rato.

— Não é me ajudar, é te ajudar, pequeno Zee. Sei tudo sobre seu último ano em Kimbulândia. Merlin me revelou seu ato de bra-vura junto aos seus amigos, e sei que tem algo que Mascareyde quer muito, Griston — respondeu Lowd de uma forma assustadora.

— Mas, senhor, o que eu teria que Mascareyde precisa tanto? — perguntou Zee.

— A chave, pequeno Zee. Ele quer a chave — disse Lowd batendo as asas e levitando em frente a Zee.

— Que chave? Não sei que chave é essa — respondeu, com os olhos ardendo com o vento.

— A chave é você, Zee Griston, você — contou o homem-coruja sobre o pinheiro que tanto balançava com o vento gélido.

Lowd saiu voando pela noite e levou Zee até o portão de ma-deira da casa do menino, despedindo-se com piados carinhosos de um novo amigo que estava por ali à espreita, protegendo Zee do perigoso e novo inimigo que surgira, Mascareyde. Não estava com medo. Depois de ter enfrentado Terenzo Crack, sabia que o perigo e Zee Griston estavam andando sempre juntos, mas de uma coisa ele tinha certeza: se o mal estivesse por perto, ele o enfrentaria, estaria ali para enfrentá-lo.

O grande dia da viagem de Zee e de seus amigos enfim havia chegado. Todos foram para a casa dele. Loryn empurrava uma enorme mala em forma de estrela, Doug e Otávio também.

— Sabe, meu pai ficou chorando muito. Tive que enfeitiçá-lo para poder voltar à escola — disse Otávio para Zee.

— Minha mãe me amarrou ao pé da cama. Eu deixei as cor-das em chamas — contou Loryn para os amigos.

Todos ficaram esperando o ponteiro de seus relógios marca-rem a hora do Monstro do Lago Ness — essa era a hora em que a sombra viria buscá-los.

Em um louco furacão, a sombra de Zee pulou de seu corpo. Todos eles avistaram Bilba Dark usando um vestido de veludo todo verde com sua bengala sempre cravejada de pedras preciosas.

— Meus queridos, hoje iremos pegar uma carona com um

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velho amigo, certo?— Amigo? Que amigo? — perguntou Otávio com cara de leão.— Não me faça perguntas, rapaz. Logo todos vocês verão —

disse Bilba ao revirar sua bolsa de ganso.— O que é aquilo? — perguntou Zee.Ao longe, um enorme trenó voava pelo céu vindo em direção

ao grupo que ali estava. Um trenó negro puxado por ursos polares brancos, porém, extremamente sujos de carvão, que rapidamente desceu ao chão.

— Bem, pessoal, devo-lhes apresentar o irmão do Papai Noel. Este é Baltos Noel, o irmão do nosso bondoso velhinho. Antes só temos que passar no trevão — apresentou-lhes Bilba.

Baltos Noel era muito corpulento e tinha vestes sujas e sur-radas e graxa por todo o rosto e mãos. Tinha um jeito ranzinza e exalava um forte bafo de cerveja de bárbaros. Ele espantou algu-mas moscas que o rodeavam e mexeu com a cabeça indicando ao grupo para subir no trenó.

Viajaram a madrugada toda voando bem alto, até a feira dos queijos no Egito. Todos chegaram e desembarcaram. Logo o velho gordo e muito ranzinza se foi, sem ao menos se despedir, largando os garotos em meio a um monte de areia à beira das pirâmides.

— Aqui mesmo, meninos, juntem-se.Todos fizeram uma roda e Bilba revirou sua bolsa, retirando

um estranho espelho portátil, um espelho de mão. Ela colocou o espelho no chão e murmurou “pé de pombo”.

— Vamos, meninos, entrem — Bilba chamou os quatro amigos.

Zee colocou seu dedo indicador no espelho e logo atravessou o mini espelho portátil, parando no subterrâneo mágico de Kim novamente, mas, agora, acompanhado de seus melhores amigos.

— Bem que você podia ter esperado eu ir primeiro, não é, Otário? —implicou Doug com Otávio.

— Não enche, pateta — retrucou Otávio.— Não briguem, meninos, temos muitas compras a fazer.

Sou a guia de vocês; é meu dever fazer com que não se metam em confusões — disse Bilba Dark, em tom de bronca, caminhando pelo enorme piso quadriculado à beira das inúmeras lojas abaixo do grande olho amarelo e dourado tão quente quanto o sol — o olho de Zedom.

— Aqui está a lista do segundo ano: uniformes, livros, obje-tos para a nova aula, a aula de Lapidação Mágica. Vamos, vamos. Hum, está aqui... Bem, meninos, vamos logo ou pegaremos filas enormes — explicou Bilba Dark.

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CAPÍTULO 2O d i a d o s K i m b u l o s

O sol estava a favor de Zee. “Por sorte!”, ele imaginou. Os garotos seguiram Bilba até algumas lojas para as compras dos novos livros para o segundo ano em Kim-

bulândia. Entraram em várias livrarias.— Vejam, pessoal, aquela loja é a famosa livraria Book Cramb,

com certeza encontraremos o material pra aula de Lapidação Má-gica — chamou Loryn.

Os garotos, acompanhados por Bilba, entraram na livraria, onde havia vários kimbulos fazendo suas compras escolares. No alto da loja havia um enorme corpo de peixe separado o corpo da cabeça onde estava escrito Book Cramb. A livraria havia sido fundada em 1567, “o dia da mobilização”.

Dentro da livraria, eles se depararam com Mocco, sorrindo e com a pele enrugada por causa do grande sorriso.

— Olá! Sou Mocco — apresentou-se o pequenino para os outros amigos além de Zee.

— Oi, Mocco, o que faz por aqui? — perguntou Zee.— Bem, eu estou à procura de um perfume. Arranjei uma

namorada, Zee — respondeu ele, sorrindo e com os dentes cheios de milho.

A hospitalidade de Kimbulândia.Os garotos, juntamente com Bilba Dark, seguiram pelas

enormes filas de corredores quadriculados rumo à loja de vestes. Estavam à procura dos novos uniformes do segundo ano, já que todo ano algum detalhe era acrescentado ou mudado no colégio. Após caminharem bastante e trazerem consigo os livros necessá-rios, chegaram às portas de uma enorme loja com animais empa-lhados por toda a vitrine, idênticos aos mesmos encontrados em Kimbulândia. Após atravessar uma enorme cortina de conchas, eles encontraram uma senhora gorda e com várias verrugas pelo rosto que trazia em sua roupa uma plaquinha onde se lia clara-mente “Sra. Margarida”. Eles se aproximaram e ela lhes recebeu à porta com um olhar gentil.

— Olá, garotinhos, sou Margarida Lebisquí. Presumo, pelas carinhas de bebês, que estão precisando dos novos uniformes do segundo ano, certo? — perguntou a senhora Margarida ao enrolar um corvo em sua cintura avantajada.

— Sim, exatamente o que precisamos, senhora — disse Bilba, que estava usando um lindo relógio quadrado...

Zee ficou se lembrando do gueto de que tanto gostava.A Margarida colocou luvas metálicas em suas mãos e mur-

murou um feitiço Mentrius Corpo e, em um passe de mágica, os quatro amigos se transformaram em manequins. Ela tirou todas as medidas, subiu as escadas e voltou novamente com lindos unifor-mes com capuz de véu na cor roxa e um enorme dragão brilhante sobre o tecido negro. Este será agora o novo uniforme dos Lumi-narius para o segundo ano.

Em alguns instantes, Doug, Zee, Loryn e Otávio voltaram

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ao normal, retorcendo os quadris e queixos. Agora que tudo estava pronto, eles pararam no restaurante Abóbora Mágica e tomaram refrescos, pois, em alguns instantes, embarcariam no grande balão. A noite agora estampava pela lona a imagem de uma linda lua brilhante.

Bilba estava bem mais calma após ter guiado os amigos com excelência.

— Bem, garotos, aqui estão seus passes para o balão que os levará para Kimbulândia — explicou Bilba. Ela entregou um pe-daço de pergaminho com o desenho de um tijolo alado.

Após dar um tchauzinho engraçado, Bilba retornou ao corpo de Zee na forma de uma simples sombra. Os quatro amigos cor-reram rumo à fila de embarque, aproximaram-se da roca e espeta-ram seus dedos indicadores um a um.

— Nossa! Jéssica Rardy está muito magra — disse Loryn.— Talvez ela seja um esqueleto — brincou Doug.Zee e seus amigos entraram em uma cabine vazia e se acomo-

daram. Em minutos, o balão já estava ao ar ganhando uma velo-cidade estranhamente mágica, riscando as nuvens e iluminando o céu, que estava bastante estrelado naquela noite.

Zee notou uma porção de guloseimas dentro da cabine, como luvinhas de abóbora, pirulitos de bolhas, biscoitos recheados com amor e uma cesta com a cabeça de um porquinho de porcelana com o seguinte bilhete:

Nossos votos de Feliz Dia dos Kimbulos! Que nossos porcos de porcelana sempre estejam doces e que todos nossos amados kimbulos sempre continuem fazendo magia em seus sonhos.

Kimbulândia.

— Dia dos Kimbulos? — perguntou, estranhando, Otávio.— Verdade, nunca ouvi falar desta data. Sabe alguma coisa,

Loryn? — perguntou Zee.— Claro que sim, ouvi tudo sobre isso no ano passado com

algumas meninas filhas de kimbulos. O Dia dos Kimbulos é uma comemoração que acontece de cem em cem anos, quando todos colocam suas cestas de porco embaixo da cama e, no dia seguinte, Abóbora Porcalhão deixa guloseimas e votos pela data. Diz uma lenda para crianças que, se um kimbulo não colocar a cesta, tem ataque de soluços sem solução. Achei bem interessante, até me lembra a Páscoa e o Natal.

Zee começou amizade com Gayo Rodrigues, um novo amigo. Ele trazia consigo vários jogos e brinquedos e muita alegria no olhar.

— Uau — impressionaram-se alguns meninos...Apenas um Mapa de Kimbulândia foi produzido até hoje e é

uma figurinha de chiclete de mel.Zee conheceu Faísca, um gato negro. Amava animais. Diz uma lenda que só existe uma tampinha com a foto de

uma coruja dourada em uma única garrafa de refrigerante no mundo da magia.

Todos estavam se deliciando com tudo aquilo quando a cabi-ne se abriu e entrou uma menina de cabelos espetados e aparelho, junto com um duende que tinha a cabeça parecida com uma bola de basquete com olhos esbugalhados e brilhantes e a pele toda enverrugada. Era Patrícia Menguer e Mocco, que apareceu nova-mente, segurando máscaras de porco e uma cesta cheia de sorvete quente e pirulitos de bolhas.

“Eles estavam vendo um livro de Ibirarema”.Os Zlod cantavam músicas dos Moon Ocults.— Oi, gente, que saudade de vocês! Estão ótimos, pelo que

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vejo, inclusive você, Zee, está mais gato a cada dia, né? — disse Patrícia, jogando-se para cima dele.

— Também sentimos saudades, Patty, mas o Zee está com saudade mesmo é da Nina — contou Loryn.

— Acabei de cruzar com ela agorinha mesmo. Está linda — disse Patty.

Mocco estava se lambuzando com pirulitos de bolhas e foi quando, mais uma vez, a porta da cabine se abriu e entrou Mari-na Capucci. A menina continha inúmeras lágrimas nos olhos. Ao ver Zee dentro da cabine, deu um forte impulso e correu até ele, dando-lhe um abraço muito forte e apaixonado. Todos ficaram quietos e tímidos perto do casal, como se estivessem segurando uma vela de lua.

— Zee, não sabe como é difícil ficar longe de você — falou Nina.

— Eu senti muito sua falta também, Nina — disse Zee.Em seguida, a menina tirou um broche de seus bolsos e arras-

tou Zee para o canto para que ninguém pudesse ouvir.— Zee, isso aqui é um gira-alma, fique com ele como presen-

te de reencontro.— Nina, obrigado, mas eu não te trouxe nada. Da próxima

sou eu, ok? — disse Zee com os olhos apaixonados.Eles se despediram e Zee voltou para a cabine para ficar junto

de seus amigos. Doug e Otávio estavam brigando para ver com quem ficaria o último pirulito de bolhas e Loryn já estava dor-mindo. Deitou-se ao lado da amiga e adormeceu. Enquanto isso, o balão já chegava à Europa.

Todos acordaram e viram uma claridade forte entrando pela janela. Já era dia e eles estavam chegando. Ao anoitecer, todos desembarcaram em Firenze, em Hallred, onde fazia bastante frio

por baixo do uniforme dos quatro amigos. Eles foram para um restaurante que tinha um forte cheiro de macarronada típica ita-liana quando não misturada a ervas norte-americanas. No canto do restaurante havia uma enorme porta de madeira e todos os alunos saíram enfileirados, atravessando o portal gigantesco loca-lizado na porta. Zee e seus amigos atravessaram uma espécie de cortina que havia depois da passagem, indo parar em um banheiro cheio de esfregões com uma pia suspeita. Loryn se aproximou e abriu a torneira e Otávio logo disse “forma de Davi” e todos os quatro se transformaram em pequeninas bolhas que flutuaram até o ralo da pia, onde se estouraram por completo. As gotas foram sugadas pelo cano e logo Zee, Loryn, Otávio e Doug estavam em um enorme banheiro com todas as torneiras de ouro, um teto alto todo em mármore e com vasos sanitários em forma de estrelas.

— Pessoal, estamos no banheiro de Kimbulândia. Uau! Cada ano eles deixam mais malucas essas passagens — falou Doug des-lumbrado com tal magia.

— Vamos, pessoal, hora de nos reunirmos com os professores e o resto da turma — chamou Zee.

Os quatro foram para a Sala Primordial ajeitando seus uni-formes e muito felizes por voltarem à sua amada Kimbulândia. O Palácio estava calmo, ao longe se ouvia a linda canção Kim tocada por flautas e violinos e fortes piados de corvos.

— Zee, olha aquilo; estão comemorando o Dia dos Kimbulos — disse Loryn.

— Eu adoro o mundo Kim — respondeu Zee olhando a decoração.

A enorme Catedral Circular estava toda cheia de corvos e co-rujas voando por todo o grande teto, levitando sobre a cabeça de todos os alunos; havia um porco de pedra com um chapéu de

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ouro; à mesa, havia muitas delícias do mundo todo, uma verda-deira e grandiosa ceia. Na gigantesca mesa circular estavam alguns professores dos quais que Zee sentia falta: o ranzinza professor Will Stik, a professora sênior Rose Marry, Alejandro Volps, e o ze-lador Severino, que era muito cauteloso, o pequenino Linde Frow, Armênio Milbe, com seu apito de juiz, Raimunda Zolou e, ao centro, Zee notou a presença de Merlin.

Alguns alunos do primeiro ano ficaram boquiabertos ao sabe-rem que estavam estudando no mesmo colégio que Zee Griston, o dono das lágrimas de ouro dos Luminarius.

Todos estavam sentindo um ar de bruxaria em Kimbulândia, mas que passou rápido e depois voltou a ser puro oxigênio.

Zee viu um lindo lustre de cristal em Kimbulândia. Ele teve a impressão de estar olhando para ele uns cinco anos.

Tapetes arábicos. Duendes do Papai Noel se agitavam.Rain man, chovia. Na plantação de morango, uma bola de basebol titãs. O campo das flores vermelhas e das folhas verdes era sagrado.Pomos viriam, baby, eu estou aqui.Zee estava carregando um brilho boreal.Oráculo da montanha da coruja.— Pessoal, é incrível que Merlin tenha vindo, não acham? —

perguntou Zee, muito feliz, bebendo seu suco de maçã.— Mas, Zee, não vejo Merlin em lugar algum — disse Doug.— Sim, ele está ali, vejam, ele está sentado bem ali — dis-

se, com certeza, Zee. Continuou vendo Merlin como se visse um grande navio, uma grande embarcação.

— Não, Zee, ele não está aqui — informou Loryn.Zee estava bastante confuso, como poderia estar vendo Mer-

lin, sendo o único a ver? Ficou algum tempo confuso; foi quando Doug o cutucou mostrando as suas costas brilhando por baixo do tecido do uniforme laranja e roxo. A marca de Zee, sua coroa nas costas, estava brilhando fortemente, como se quisesse avisar algo.

— Não estou me sentindo bem — contou o garoto para os amigos.

— Coma alguma coisa, Zee, quem sabe guarda-chuvas de chocolate?

— Não, agora não.Zee sentiu sua coroa brilhar e um arco-íris passou em volta

dele em Kimbulândia. Ouviu uma música, “Príncipe das crian-ças” e sentiu sabor de guaraná, doces, infância, pula-pula e aquilo tudo, uma enseada, o folclore.

Estava sentindo uma vontade imensa de viver.A iniciação para os novatos do primeiro ano havia começado.

Zee e seus amigos, que agora estavam no segundo ano, apenas ficaram observando os alunos mais jovens serem selecionados para suas turmas. Muitos estavam dando mordidas em suas maçãs e chorando lágrimas prateadas indo direto para os Americus; até agora, poucos estavam entrando para os Luminarius.

— Veja, aquele garoto tem o rosto todo manchado! —Doug mostrou para os amigos um pequenino menino de cabelos negros que tinha uma marca violeta por toda a metade do rosto.

O garotinho se aproximou do enorme degrau maior e apa-nhou uma maçã da grande árvore retorcida com folhas de coração. Em suas mãos, trazia uma maçã meio torta com o nome Leonardo Hudson. O menino mordeu a maçã e logo ouviu-se: “Luminarius”.

Atrás dele veio outro menino, Tyler Gragonvich, que foi para os Americus. Ele estava indo se sentar ao lado de Erick Vilarinho que estava, agora, com um soco inglês numa de suas mãos olhando para

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Zee com um olhar bastante agressivo. Gustavo d’Badia, Luminarius; Gayo Rodrigues, Luminarius também; e Gisele Teka, Americus.

A noite passou rápido. Após o jantar comemorativo do Dia dos Kimbulos, Zee e seus amigos foram para seu quarto, que es-tava intacto, com suas camas exageradamente macias, seus criados de cerejeira, cortinas estreladas, um grande tapete pomposo com pele de animal e seu sofá muito negro.

Os Zlod se reuniram mais uma vez. Ficaram a noite toda com suas incríveis luvas mágicas treinando feitiços para desenferrujar. Zee deitou-se em sua cama sobre seu travesseiro mágico, que tinha muita história para contar, e logo começou a dizer um segredo seu para seus amigos.

— Eu preciso lhes contar algo — disse ele. — Então conta, Zee; o que tem de tão importante que ainda

não tenha nos contado? — perguntou Otávio.— Bem antes de virmos para Kimbulândia fui procurar vocês

em uma alameda perto de casa. Adormeci e acordei em cima de uma árvore e um homem me encontrou. Bem, ele não era especi-ficamente um homem, era metade coruja, metade homem. Ele me disse que estava me observando, disse que tem uma pessoa com o nome de Mascareyde que o torturou e o jogou essa maldição. Ele também falou que era amigo de Merlin, disse-me que sou a chave, uma chave que Mascareyde está procurando — contou Zee.

— Mas, Zee, você não acreditou nisso tudo não é? Depois de Crack agora esse Mascareyde? Isso mais parece uma piada — falou Doug.

— É, eu sei, mas não acham que preciso ficar atento, caso essa história seja verdade? E se for mesmo, e se Mascareyde existir? Preciso estar preparado — explicou Zee aos amigos.

Zee viu um cartaz que dizia “impacto no chão foragido”.

Ninja de pano.A nova boneca azul vidre. Sopranos cantavam em Kimbulândia.Armadura vermelha.A noite passou e todos voltaram para seus quartos. Fora da

catedral, apenas a neve caía sobre o couro dos dragões que sempre estavam acorrentados, protegendo os terrenos com suas bufadas de fogo. Dentro, apenas os gênios ficavam acordados, resmungado pelos corredores. Kasmín estava exausto depois de cumprimentar os alunos a noite toda; estava em seu enorme barril de rum que chamava de casa.

O dia estava raiando. Pela vidraça, o enorme olho lançava ao quarto de Zee fortes raios de luz, acordando-o antes mesmo que alguém o fizesse. Após o banho pela manhã, Zee observou Futri-ca e Amorá, que estavam muito famintos. Embaixo do colchão, havia um livro, Os Olhos do Armagedom, do qual Zee se lembrava com felicidade. Em sua cama, estava o pomposo e amarelo tra-vesseiro mágico, presente de Merlin, que havia ganhado no ano anterior, uma bolsa de couro, uma máscara e seus tênis da marca Fidelius. O porteiro de Kimbulândia pedira uma senha para cada aluno poder entrar em seu alojamento. A senha de Zee foi “Sacola de Artifício”. Ora bolas.

Merlin disse uma vez que Zee era um presente e que não queria nada em troca.

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CAPÍTULO 3G i r a - a l m a

Z ee passou por Alex Serpente, cabelos puxados pra trás, foi para um riacho, um lago, e mergulhou em meio a milha-res de borboletas que o levitaram magicamente até seu

encontro com Nina.Passou pelas plantações de milho e mandioca, viu um espan-

talho em meio a muitas hortaliças e saiu quase atrasado para sua aula de Lapidação Mágica. Quando as portas de seu quarto se abriram, encontrou Nina. A garota empurrou Zee para o canto, com medo de que alguém dos Americus os visse juntos. Ele viu uma relva linda, um bosque cheio de flores em um véu de jardim élfico muito hospitalar e acolhedor. Cheiro de chá vinha de uma da cantina e também um aroma de torradas com bastante geleia de morango. Colinas, muitos coelhos e borboletas rodeadas por uma brisa que dominava o bosque do brasão.

Merlin enviou uma carta para Zee:

Zee, estou cavalgando para o Norte, perto da água que cai nos poderes dos magos de carvalions. Fique bem,

em breve estarei de volta... Ah! Que os anjos cuidem eternamente dos seus sonhos bons. Juntos sempre.

Merlin

— Zee, está com o presente que te dei? — perguntou a garo-ta, empolgada.

— Bem, na verdade estou, deve estar aqui na minha mochila — respondeu Zee, sorrindo para Nina.

Retirou um broche bronze com um coelho prateado sobre o metal e, em seguida, Marina Capucci mostrou a ele um exata-mente igual.

— Zee, preciso que fique com o meu emprestado e me entre-gue o seu. Em segundos vai entender do que se trata.

O garoto entregou o objeto de metal para a garota. Ela pren-deu o alfinete em seu uniforme e Zee fez o mesmo com o dela.

— Agora, Zee, basta dizer: gira, gira, gira-alma — explicou a garota.

— Gira, gira, gira-alma — murmurou Zee.Em segundos, Zee sentiu uma coisa estranha acontecer. Um

frio passava por suas pernas. Ao abrir seus olhos, estava olhando para si mesmo, como em um espelho.

— O que aconteceu? — perguntou Zee com a voz de Nina.— Zee, trocamos de alma; eu estou no seu corpo e você, no

meu. Isso aqui é um gira-alma, você agora, na verdade, sou eu. E acho que eu, sendo você, estou atrasada, bem atrasada para a aula de Lapidação Mágica — explicou Nina estranhando, também, ser Zee Griston.

— Mas, Nina, o que eu devo fazer, pra que aula eu vou? Você é do terceiro ano, eu não tenho a mínima ideia do que fazer! — respondeu Zee no corpo de Nina.

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— Vá para a aula de Animais Mágicos, com a professora Ele-na Dorbs, e eu me encontrarei com Loryn, Otávio e Douglas. Lembre-se: no jantar, voltamos ao normal — explicou Capucci.

Zee e Nina deram um grande beijo e ele seguiu as amigas de Nina, com medo e andando totalmente desajeitado, como se aquilo fosse a pior coisa do mundo. As amigas de Nina logo o receberam.

— O que houve com você, Nina, está tudo bem? — pergun-tou Amanda Bond.

— Estou bem, acho que estou — falou Zee com a voz de Nina.— Vamos para a floresta de Gregório, hoje vamos alimentar

unicórnios — disse Amanda.— Sério? Que legal, nunca alimentei unicórnios!— Não? Mas havia me dito que sim, Nina, você mentiu?Zee ficou todo desconcertado, explicando-se para Amanda,

imaginando como seria bom estar com seus amigos, mas, ao mes-mo tempo, sentindo sua amada Nina dentro e fora dele, como se eles fossem um só.

A turma do terceiro ano entrou a fundo na floresta. Vários corvos voavam no céu, cada um levando consigo várias cestas cheias de frutas frescas e capim. Seguindo em uma fila única, a professora extremamente gorda que carregava consigo um porco à cintura, em uma espécie de bolsa de canguru, todos os alunos pularam um riacho e, ao longe, já se via um bando de lindos cavalos com crinas muito lisas e brancas que exalavam um poder divino e supremo, com majestosos chifres perolados e lindos e enormes olhos azuis em um vento que tocava o orvalho das ca-choeiras e montanhas.

— Bem, pessoal, hoje aprenderemos como ganhar a con-fiança de um unicórnio. Cada aluno deve aprender que um unicórnio é um ser sagrado no mundo da magia Kim. Se um

kimbulo consegue o amor de um unicórnio, ele criará um elo e esse elo o tornará seu criador. Unicórnios protegem o kimbulo e, toda vez que há algum perigo, seu chifre brilha e envia mensa-gens telepáticas ao seu dono. Mas é claro que nenhum de vocês vai conseguir; tal feito é muito raro — explicou a professora de cabelos grisalhos e muito rechonchuda.

Mestre Branco.Zee se aproximou do unicórnio que estava deitado de costas,

quase isolado dos outros, sentou-se ao seu lado e lhe deu uma pera. Rapidamente, o unicórnio a devorou por completo. Foi quando o vento soprou com força, fazendo Zee derramar de seus olhos uma gota de lágrima sobre outra maçã, que rapidamente foi devorada pelo unicórnio. Em segundos, o chifre do unicórnio começou a brilhar e perto das patas da linda criatura apareceu um pedaço de pergaminho mágico que dizia claramente:

A partir de agora, eu, Unicórnio Cristal, Pertenço eternamente ao meu senhor

Zee Griston.

E logo todo o pergaminho pegou fogo. Zee entendeu o por-quê de Nina querer que ele fosse àquela aula: ela queria que ele ficasse com o Unicórnio e sabia que ele conseguiria, pois seu cora-ção era indomável, como o do fabuloso cavalo branco com lindos chifres cor de pérolas.

A noite chegou devagar. Zee estava no refeitório ao lado de Amanda. Ao longe, via Nina com seus amigos; foi quando a ga-rota em seu corpo lhe deu uma piscadela e ele retribuiu, então, retiraram os broches gira-alma, voltando cada um para seu corpo.

— Pessoal, está tudo bem? — perguntou Zee.

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— Tirando o fato de sabermos que gosta de colar glitter nas suas anotações, sim — falou Doug debochando.

Zee contou tudo sobre o gira-alma e o unicórnio para seus amigos, que ficaram espantados em saber que tal objeto tinha grande poder.

— Bem que notei o modo como andava, muito estranho — disse Loryn.

Os amigos foram para seus quartos cedo naquela noite. Loryn havia contado como fez um ponto em círculo facilmente na aula de Lapidação Mágica; Zee estava totalmente sem informação so-bre aquela aula, a única coisa que pensava era em descansar depois do dia cheio que tivera. Sem perceber, ele apanhou um dos traves-seiros em sua cama e adormeceu. Quando acordou, às margens de um laguinho, viu, espelhado, o reflexo da noite. Nas margens do laguinho, havia várias pedras que quase escondiam por completo uma caverna misteriosa. Zee se levantou do monte de capim e en-trou na caverna, para a qual havia sido levado pelo travesseiro má-gico. Zee via pelo chão vários pequenos sapos cobertos de pedras. Quanto mais o garoto penetrava na caverna, mais escuro ficava. Zee, em meio à escuridão, retirou um par de suas luvas mágicas que estava no bolso de seu pijama.

— Iluminati uivos — murmurou Zee para a escuridão e logo se ouviu a resposta de um forte eco e, na palma de sua mão, surgiu uma luz forte, como um dedo de lanterna.

Zee via vários rochedos e, ao fundo, havia uma enorme pa-rede de Acácia sobre a madeira e nela, algumas inscrições com a imagem do olho de Zedom e, abaixo, um enorme diamante esculpido sobre a madeira. Zee observou curioso, imaginando o que realmente seria aquilo. Foi quando apareceu um duende com a face mais enrugada que de costume.

— O que Zee Griston está fazendo aqui? — perguntou o pequenino duende.

— Olá, Mocco, estou bem. E você, o que faz aqui? — per-guntou Zee.

— Eu não sou Mocco, sou irmão dele, não gosto de visitas. Vá embora da minha toca, vá embora! — gritou, muito zangado, o duende parecidíssimo com Mocco.

— Está bem, eu vou embora, mas antes, gostaria de saber o que faz aqui nessa caverna? — voltou a perguntar Zee.

— Estou aqui porque o Mestre me pediu, fim de papo e vá embora! — falou o duende de pele amarela que já estava ficando da cor de uma beterraba.

— Mestre? Que mestre?Zee notou que o duende trazia no bolso uma enorme másca-

ra com penas de pavão. Então veio-lhe à mente, na mesma hora, Mascareyde.

— Seu mestre é Mascareyde! — exclamou Zee.— E ele logo chegará aqui e aposto que arrancará sua cabeça,

Zee Griston, e a usará como chave — disse o pequenino.— Antes de ele arrancar a minha cabeça, arranco a sua, se não

me contar a verdadeira identidade de Mascareyde — ameaçou Zee.— Se eu te falar, não vai encontrar e, se procurar, vai ser quan-

do o mestre vai te encontrar primeiro — respondeu o duende.O duende arrancou uma faca de duas pontas e ameaçou Zee

com a arma, mas ele levantou sua mão e disse “Batrius!”, e o duen-de foi lançado para longe. Zee correu para fora da caverna e, em segundos, já estava em seu quarto, retornando da viagem via tra-vesseiro, tentando imaginar que símbolos eram aqueles na parede de madeira e que ligação isso tinha entre Lowd, Zee e Mascareyde.

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CAPÍTULO 4L a d r ã o d e Fa c e s

Zee ganhou uma pulseira de Hércules que dava a ele uma força comparada com à do herói.No Templo de Hera.

Zee tinha em seu quarto um cisne de cristal.O herdeiro dos astros, Zee Griston. Zee deu à Nina um coelho como prova do seu amor, um co-

elho chamado Zeni.“Panos de prato escondem segredos”, pensou Zee.“Fones de ouvidos são como unicórnios”, pensou também.Cata-vento em Kimbulândia.Quatro dogues alemães andavam soltos na floresta de Gregó-

rio, protegendo o chamado sono do bebê.Zee mostrou à Nina um segredo, o que ela queria, Ema péta-

la. Bem delicado o encontro de uma borboleta com um unicórnio.Zee Griston voou com seus tênis mágicos alados até a estátua

da Dama Brilhante e entrou em sua boca. Dentro da estátua havia uma barreira mágica na qual, para que pudesse entrar, ele teve que dar um beijo... Ao atravessar, deparou-se com uma gigante

serpente selvagem. Zee conseguiu passagens com a serpente que, em questão de segundos, desapareceu invisivelmente. Então Zee encontrou uma parede linda, com a imagem de um trono, um deus e uma veste dourada. Logo saiu dos olhos do Armagedom e estava no seu quarto mais uma vez.

Zee passou por alguns lugares importantes em Kimbulândia. Zee menino corpo do menino noite, corpo do menino dia, lem-brando-se, Apogeu do Reinado Áureo, o Campo das Flores de Nin-fas, o Reinado Apostólico, a escultura da Dama de Vestes de Véu, o quadro da Sereia Negra, o Uivo do Bebê, a Dama Secretíssima, a Relva Apocalíptica, o Giro Estrelar, Bossa Nova, um e moon, saint, Talismã , a Ligação do Amor, Leão Pequenino, aconchego de fa-zenda e sertão. A Galeria. Zee sabia que Mascareyde planejava algo, mas não sabia o que e, muito menos, quem era tal suspeito kimbulo.

Os Zlod foram para o milharal atrás de Mocco, passaram pela gigantesca escultura de São Bento. Zee queria alguma informa-ção sobre tal irmão do duende que morasse em alguma caverna, e também estava ansioso para saber algo sobre Mascareyde, algo que Mocco pudesse lhes contar. No meio do milharal, estava uma pequenina casa com uma porta redonda e um jardinzinho cheio de tulipas em torno das paredes externas. Os quatro amigos se aproximaram e deram três batidas na porta.

— Olá, o que fazem aqui? — perguntou Mocco carregando consigo uma chaleira com um forte cheiro de erva cidreira mistu-rada com camomila.

— Mocco, queremos saber tudo sobre o seu irmão e sobre Mascareyde —disseram os quatro ao mesmo tempo.

— Bem, está frio, entrem, entrem — convidou o pequeni-no, dando-lhes empurrões e olhando para fora com um olhar de segredo.

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Zee contou a Mocco todo o acontecido na caverna com o duende que dizia ser irmão dele. Mocco ouviu calado, com um olhar de duende preocupado.

— Querem chá? — perguntou Mocco.Ele apanhou quatro minúsculas xícaras e colocou um pouco

de chá para cada um deles. Foi até sua pequenina cozinha e trouxe um pratinho com vários biscoitos de chocolate.

— Zee, devo contar-lhe que eu e meu irmão nunca tivemos um bom relacionamento; ele sempre foi mau e quem nasce mau, nunca deixará de ser. Sempre esteve em volta de kimbulos de má índole, servindo como degrau para a comunidade da magia das trevas. Não me assusto em saber sobre tudo que imagino que te-nha feito; ele não é mais meu irmão — falou Mocco.

— Mas, Mocco, sabe sobre uma inscrição de um diamante sobre uma Acácia? — perguntou Zee.

— Há uma história, Zee, que nunca devia ser revelada. No Templo de Zedom, que ninguém sabe onde é pra onde ninguém nunca foi, existe o Diamante da Magia. Esse diamante tem o poder de devolver a vida a espíritos dos outros mundos, mas esse diaman-te nunca pode cair em mãos erradas. Lembra-se de quando enfren-tou Lady Escorpião e Terenzo Crack e eles queriam trazer alguém para o nosso mundo? — perguntou Mocco olhando para Zee.

— Sim, eu me lembro... Acho que era Éol — confirmou o garoto.

— Se eles tivessem o Diamante da Magia naquela noite, ele, a essa hora, já estaria entre nós. Merlin me fez jurar não lhes con-tar essa história. Mascareyde está atrás de uma chave para abrir o templo e pegar o diamante, Lowd, Merlin eu e todos os profes-sores estamos tentando te manter em segurança. Mascareyde não mostra seu rosto, pode ser qualquer um, até mesmo um amigo

ou conhecido. Ele usurpa a identidade das pessoas usando magia obscura. Prometa que você e seus amigos não vão caçar quem já está lhes caçando — pediu Mocco.

— Porque iríamos procurar um kimbulo das trevas? — per-guntou Zee, saindo com Loryn, Otávio e Doug rumo à minúscula porta redonda.

Os garotos voltaram para a escola. Zee sabia que não era cer-to, mas sabia que podia ajudar a procurar Mascareyde e não ficar sendo protegido por todos. Ele não era mais um bebê e nem que-ria que fosse tratado como tal.

Após saírem da aula de Kimbologia Egípcia, Zee e seus amigos notaram uma aglomeração de alunos no pátio. Todos faziam uma roda em volta de alguma coisa. Os quatro correram para lá para ver do que aquele alvoroço se tratava. Ao chegarem lá, encontraram uma garota caída ao chão com o rosto mutilado. Na verdade, não havia mais um rosto, ele fora cortado da cabeça; em torno dela nada havia. Zee notou um menino de face manchada segurando uma mascara idêntica a que o irmão de Mocco tinha na caverna.

— Vejam! Ele está segurando a máscara; o Leonardo Hudson! — falou Otávio.

Todos olharam para Hudson com um olhar de suspeita. To-dos estavam achando que ele havia atacado Katherine Blus, prin-cipalmente Zee. Seria Hudson o Mascareyde? Era o que mais gos-taria de saber. Em segundos, chegaram todos os professores, que ficaram extremamente assustados com o cadáver de face arrancada caído sobre o chão frio.

— Quem fez isso? — perguntou a professora Rose Marry. Todos apontaram para Leonardo. O garoto deixou a máscara

cair sobre o chão, negou tal crime com a cabeça e começou a cho-rar, com medo de ser punido por aquele acontecimento.

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— Como explica isso, senhor Hudson? — perguntou o pro-fessor Will.

— Professor, fui o primeiro a encontrá-la. Achei esta máscara junto ao corpo, não sei quem fez isso...

— Estar no local exatamente na hora do crime o torna alvo de culpa, senhor... qual seu nome mesmo? — perguntou Will, que estava entregando a Cartilha Mágica da Pata Nada, que mais parecia, quando se prestava atenção, uma surpresa só pros alunos nobres, dignos e estudiosos.

— Leonardo Hudson, senhor. Mas juro, jamais faria isso, ainda mais em meu primeiro ano em Kimbulândia.

— Devemos, então, chamar a polícia Kim para encontrar o culpado. Por enquanto, é a coisa mais sensata a se fazer — disse Rose Marry aflita com tal ataque.

Toda a escola ficou comovida com tal perda. No jantar, a pro-fessora Rose Marry fez um discurso de lamentação e deixou todas as cortinas da catedral negras. Naquela noite de dor, Zee, no cami-nho de seu quarto, esbarrou em uma garota, que derrubou todos os seus livros. Os livros tinham na capa a ilustração de um tijolo.

— Oi! Você é o famoso Zee Griston, não é? — perguntou Bárbara Tarryk.

— É sim, bem, acho que ainda sou o tal do Zee Griston — respondeu, sem muita graça.

— Sabia que seu cabelo é lindo? Mas não seja tão metido, ok?— Ok, mas eu já fui à locadora! — respondeu Zee, com bon-

dade, à moça.Zee se calou e ficou perplexo. Como aquela menina adora-

dora de tijolos podia achá-lo metido? Na opinião dele, sempre foi um garoto normal, como outro qualquer; talvez ela tivesse se en-ganado, pensou. Ele não se reuniu com seus amigos naquela noite;

estava exausto e precisava estar bem, pois logo teria o primeiro jogo de Kimboll pelo segundo ano e não queria fazer feio, muito menos perder para os Americus e ver um sorrisinho de triunfo na cara de buldogue do Erick Vilarinho.

Ao amanhecer, Zee foi até o quarto de Loryn. A garota abriu a porta e pediu para o amigo entrar. Era um lindo dia de sábado, o céu estava lindo. Zee olhou nos olhos da amiga e algo estranho estava acontecendo com eles. Ele voltou a ver tudo em vultos.

— Pare, Loryn! — gritou Zee.A garota nem se moveu; ficou paralisada sem mover um úni-

co músculo de seu corpo. Zee voltou ao normal e, mesmo assim, a amiga continuava paralisada.

— Porque não se move? — perguntou Zee.Mas a garota estava dura como pedra, nem respondeu. Então

Zee se aproximou da amiga, voltou a olhar nos olhos dela e pediu para que se movesse. Havia algo de errado com ele. Então, lem-brou-se de que estava com o olho de Hórus, o qual havia ganhado após sua luta com o terrível faraó no ano passado.

— Zee, seu olhar e sua voz são hipnóticos, nunca mais me olhe assim! —pediu a garota muito assustada, acordando Paula Lara.

Todos estavam estudando o Futhark.Zee viu o raio de Zeus, mas não tocou, apenas ficou maravi-

lhado. Zeus percebeu esse ato nobre e lhe presenteou com o feitiço Raituz, que saía das luvas do garoto.

Zee entrou no seu livro e encontrou um santuário do sol. Ele usava uma capa dourada e branca e tinha cabelos compridos mile-nares, usava uma máscara de sol, uma luz mitra.

Zee foi fotografado usando uma pena de anjo, vestes sagradas e encostado em uma parede pérola.

Zee conseguiu um xeday.

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O Taro das runas.O Olhar de Odim.Macaco negro de bolinhas brancas e olhos azuis que gostava

de comer rabanete.Zee foi para Alemanha medieval.Zee agora estava cada vez mais confuso. Primeiro, um ho-

mem-coruja vai até a sua casa, depois, é atacado por um duende louco, há ataques na escola, e, por fim, um olhar que hipnotiza! Es-tava se sentindo bastante anormal. Pediu à amiga que não contasse para os meninos sobre o que estava acontecendo com ele. Havia provas demais e muita coisa de estranho na escola para que o resto da turma se preocupasse com “os novos poderes de Zee Griston”.

Zee encontrou um piano na sala do conservatório e começou a tocar uma música chamada “Clube dos Sentimentos em Mim”.

Do lado de fora, Loryn e Zee se encontraram com Doug e Otávio.

— Vocês precisam ver isso — disse Otávio.— O que é isso? — perguntou Loryn.Eles estavam ao redor de uma espécie de jogo retangular co-

berto por um vidro, era um Pinball.— Pinball? Isso é hora de jogar pinball? — perguntou Zee.— Isso não é só um pinball, chama-se Pinball Cobaia, quer

experimentar? — perguntou Doug.Doug colocou o dedo de Zee em uma espécie de círculo para

polegares e logo o garoto caiu dentro do jogo. Havia se transfor-mado em uma bolinha prateada de Pinball, rolando e batendo por quinas minúsculas, travas e buracos.

— Agora, Zee, você só vai sair do jogo quando eu deixar você cair três vezes no buraco! — debochou Doug.

Zee ficou meia hora preso no jogo; Doug era ótimo em Pinball

Cobaia. Quando finalmente saiu, ficou furioso com o amigo e tentou, de todas as maneiras, fazer com que ele se transformasse na bolinha de metal também, mas tanto Doug quanto os outros amigos se recusaram.

Zee mergulhou no seu livro Os Olhos do Armagedom e caiu sobre uma motocicleta branca e azul. Ele foi parar em uma casa de tijolinhos, como um jogo. Lá, encontrou Armando Albuquer-que. Como se vê, Zee saiu e voltou para Kimbulândia. Tinha uma festa chamada Kimkamb. Marina e Zee tiraram uma fotografia de olhos fechados.

Zee estava no ciclo de Nefertiti, em um caminhão zerando.Zee e seus amigos iam à cafeteria Book Magic Love. Nina era ótima em Badminton. Príncipe Teasb e seu tutor Julios, do principado.Zee foi para a África, onde se deparou com leões, búfalos,

hipopótamos, zebras, entre outros animais. A natureza era exu-berante; ele ficou surpreso e encantado. Lá, descobriu uma caixa vermelha estampando um leão; dentro da caixa havia um chapéu de um anel da selva com poderes da natureza.

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CAPÍTULO 5A p r i s i o n a n d o L â m i a

Zee encontrou Frankenstein no calabouço de Kimbulân-dia. Dava para ouvir o barulho e logo foi levado de lá para bem longe.

Rainha Francisca Emiliana Tiara Primeira era uma rainha muito amável, doce, elegante e educada.

Zee refletiu e percebeu que sua vida era muito sagrada para passar em um minuto ou menos que isso. Abriu uma câmera e começou a tirar fotos. Uma foto segurando o baú de Euria; ele se lembrava da creche e se lembrava de Kimbulândia. Ele sabia o que devia fazer: ser apenas o Zee que sua família criara. Ele ganhou uma moeda com o número 19, a idade em que recebeu a caixa de Nelver, a qual guardou até agora. Foi então que Zee percebeu a presença de algo estranho. Sim, era Magnus. Ele fez aparecer um pequeno sol e, naquele sol gelado, Zee se viu refletir, como em um espelho, quando Zedom abriu um escudo sobre seu corpo, como um ovo. Então Zee saiu do ovo, pisando em um solo quadricu-lado. Deus o abençoou com todo o seu poder. Nas mãos de Zee, nascia a esperança, em seus olhos, o amor.

Acordou no seu berço, à tarde, em um sonho sagrado. Jesus o tocou e Zee estava novamente em Kimbulândia, dormindo e protegido por anjos.

Zee encontrou um pedaço de pergaminho com a palavra ka-nin savarius, um feitiço capaz de fazer com que um faça o que o ou-tro quiser. Zee deixou esse pergaminho de lado; não gostou disso.

Zee havia visitado a fonte de Tritão, de Bernini, em Roma, com seu bolso cheio de naftalinas.

A competição de Kimboll havia começado. Toda a escola es-tava borbulhante com o anúncio da professora sênior, Rose Marry. Segundo ela, este ano a escola iria dar as boas-vindas à Confede-ração Mundial da Magia Kim, abrindo os primeiros jogos sobre o vulcão Tombor, que não ficava muito longe dali. Zee estava as-sustadíssimo, já era complicado jogar kimboll aquático, agora ele tinha que ultrapassar suas inseguranças e medos e fazer um ótimo jogo para os Luminarius. Havia conhecido um menino chamado Matt que tinha um rádio em sua mochila que tocava músicas bem ecléticas de vários estilos.

— Está com medo, Zee? — perguntou Otávio.— Você ainda pergunta? É como ficar segurando uma bom-

ba-relógio há dias! — explicou Zee para o amigo. Zee fez amizade com Mariana Golds perto da estátua de

Carolina.Encontrou uma linda escultura barroca de Yandara.Foi até o bar de madeira com luzes em neon verde chama-

do Banana Danger. Estava tocando uma música chamada Pó de Diamante.

Zee transformou uma esponja do mar em uma águia. Zee estava nas páginas estreladas.Uma pétala, um vestido feito com pétalas de rosas Marina

Capucci.

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O Dr. Daves receitou algumas ervas e xaropes. Que Luz estava totalmente curada da gripe, seus cabelos estavam limpos, sedosos e cheirosos como uma flor, seu rosto lembrava o de uma criança. Ela estava namorando o Fernando. Que Luz estava em casa, feliz com a lembrança de Kimbulândia e com um sorriso lindo.

Zee ganhou um capacete de futebol americano.Kimboll não era um jogo tão difícil. É muito parecido com

futebol e se resume, basicamente, em fazer kolls. Após os 14 kolls, um jogador aprisiona uma sereia, se estiver jogando sobre a água, mas, no caso de Zee, que irá jogar sobre a lava borbulhante de um vulcão, terá que aprisionar, em uma bola de fogo da marca patrocinadora dos jogos, Fidelius, um demônio Lâmia que tem o rosto de uma besta, o corpo de um cavalo e toda a pele e cauda cobertas com uma espécie de pele de cobra. Isso era o que mais assustava Zee: ele nunca havia estado frente a um lâmia, visto que no mundo em que vivia, não era muito normal.

Todos esperaram até chegar a chamada para o jogo do segun-do ano, que aconteceria em um domingo. Toda a turma de alunos viajou em um barquinho coberto com uma lona, tal lona suportava todos os alunos, pois a parte embaixo da lona tinha o tamanho de uma mansão. Os alunos da torcida já pintavam seus rostos como índios, trazendo consigo bandeirinhas, uma metade com o emble-ma dos Luminarius, e a outra metade com os emblemas de cão dos Americus. Zee mal podia olhar nos olhos de Erick Vilarinho, que sempre o odiou, tanto ele quanto todos os Zlod. Não desgrudava de uns meninos do sexto ano, muito mais velhos que ele, e sempre trazia em uma de seus mãos um soco inglês, olhando de forma brutal, sempre com um olhar de ameaça para Zee e seus amigos.

— Olha, Zee, já estamos chegando! — mostrou, ansiosíssi-ma, Loryn.

Ao longe, via-se um enorme vulcão e, em torno dele, uma enorme arquibancada dupla. Todos seguiram uma escada de pe-dras subindo até o topo. Os amigos de Zee ficaram na torcida, en-quanto ele ficou em uma sala com Danilo Bianucci, centroavante dos Luminarius, e o resto dos jogadores, preparando-se para o mais difícil e melhor jogo do mundo, o Kimboll.

— Zee, coloque os seus tênis, já vamos entrar — informaram Bianucci e Luan.

Zee abriu sua mochila e tirou um par de tênis da marca Fide-lius; eles vinham sempre com suas asinhas presas ao tecido, perto dos calcanhares, os lindos tênis alados. Também colocou suas rou-pas resistentes ao calor, na cor bronze, e óculos aviador. Todos fo-ram para fora da sala, onde viram Armênio Milbe, o juiz do jogo. Ele estava usando uma magia que Zee se lembrara no primeiro ano, unindo uma ponte dos dois lados do grande vulcão. Embai-xo da ponte, já se podia ver o demônio lâmia saltando sobre uma rocha bem perto da lava de fogo.

— Estamos reunidos hoje sobre o vulcão Tombor para a aber-tura dos Primeiros Jogos do nosso majestoso e fenomenal Kim-boll! Ao assopro do apito de dragão, dar-se-á o início. 1,2,3, agora!

Zee e todos começaram a entrar na arena de fogo, levitando com seus tênis. Havanna Nil passa a bola para David Golts, que marca o primeiro koll para os Luminarius. Com um belo tiro com seu pé esquerdo, Erick Vilarinho chuta a cabeça de Bianucci, der-rubando o jogador sobre um rochedo, deixando-o desacordado, e marca o primeiro koll para os Americus.

O jogo se estendeu nas alturas e uma enorme ampulheta con-tava o tempo de jogo. O placar estava empatado: 14 a 14 para os dois times. Erick se aproximou de Zee, lutando sobre o ar, como em um ringue. Zee se esquivou de todos os ataques e logo deu em

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Erick um belo pontapé no traseiro, fazendo-o rodopiar sobre o rochedo do lâmia. O lâmia prendeu o corpo do garoto com a boca e quando ia jogá-lo sobre a lava quente, Zee deu um belo arre-messo com a mão direita em uma bola de fogo que levitava sobre suas luvas em direção à fera. Em um instante único, o lâmia foi absorvido pela bola que se abriu, como uma lancheira, e fechou, guardando o terrível demônio.

— Luminarius vence o primeiro jogo deste ano! — anunciou Milbe. Por todo o estádio vulcânico, viu-se um lençol gigantesco com o rosto de Zee Griston segurando o troféu da vitória e ouviu-se o enorme barulho da torcida enlouquecida dos Luminarius, como um elefante elétrico.

— Parabéns pelo ótimo jogo, senhor Griston! — parabenizou a professora Rose Marry.

Dentro do barquinho, que já levava toda a turma de volta à Kimbulândia, Zee estava sendo cumprimentado por todos os alu-nos, sendo visto como um perfeito jogador de kimboll. Seus ami-gos jogavam cereal às alturas, rindo muito da queda de Erick, que estava com o tronco todo enfaixado indo para a enfermaria. Logo, todos já estavam de volta ao colégio, onde tiveram um delicioso jantar, o jantar da vitória. Marina olhava Zee, muito feliz em sa-ber que namorava um grande esportista famoso dos Luminarius. Cometas laranjas acendiam em Kimbulândia.

O Cavalo Elza de Ouro.Cabeça Alada.A esfinge branca. Elixir genuíno.Prometheus.— Zee, veja! Já estão enfeitando a árvore, o Natal está che-

gando! — contou Doug.

Ao longe, uma linda árvore de pinheiro, com muitos enfeites, bolas de cereja, estrelas, gatinhos, cachorrinhos, corujinhas, cor-vos e, ao topo, o lindo olho de Zedom rodeado por uma estrela. A árvore era coberta de neve que caía sobre ela lentamente.

— Em breve Papai Noel estará aqui. Já escrevi a minha carta e vou colocar nas gigantes meias perto da lareira — explicou, jun-tando as mãos, Loryn.

Papai Noel sempre descia pela grande chaminé de Kimbu-lândia e deixava presentes para todos ao lado dos seus duendes ajudantes soltando pinhas no chão. Em um inverno cheio de neve e canções natalinas, Zee ficou imaginando como seria a casa do bondoso velhinho, que se parecia muito com Merlin, exceto pelo seu grande estofado corporal e particular que apenas Noel tinha.

Zee e Nina, à noite, foram se encontrar às escondidas na flo-resta de Gregório. Tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo na escola e eles ainda não tinham tido um longo momento a sós. Zee levou pequenos guarda-chuvas de chocolate embrulhados em uma embalagem vermelha para presentear a menina, no sabor de amor, a sua amada, Marina Capucci. A garota ficou encantada. Eles se deitaram sobre as flores e ficaram olhando a chuva de estrelas ca-dentes céu afora. Zee observou um quadro chamado “a magia na hora H” que tinha a forma de um mosaico, mesmo mosaico que lhe permitia brincar, mudar de forma, se libertar e fazer tudo que tinha vontade, pensou Zee, pois em Kimbulândia era o lugar onde ele era mais feliz no mundo.

Zee voltou para o quarto e observou o modesto travesseiro magico caído ao lado do criado-mudo. Ficou com uma imensa vontade de se aventurar mais uma vez com o fantástico presente de Merlin. Ajeitou o belo travesseiro sobre a cama e colocou a cabeça sobre os fios de ouro.

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O garoto caiu em um bosque enfeitado por inúmeras árvo-res e, perto dali, observou um belo casebre enfeitado com doces. Aproximou-se, sem fazer barulho, e deu uma boa olhada pela pe-quenina janela com vidro que tinha uma cortina florida meio esti-cada. Nada se via, quando Zee ouviu alguns passos pelo aposento e, logo, um enorme esquilo, de uns setenta centímetros e muito gordo, apareceu resmungando pela casinha.

— Eu preciso encontrar ele, eu preciso achar o fogo, preciso! — disse o esquilo, engraçadíssimo.

— Quando eu encontrar o diamante, poderei entrar no Tem-plo e pegarei o valioso! Preciso do valioso fogo negro! — disse, novamente para as paredes, o esquilo mais diferente que Zee já havia visto.

Zee saiu correndo pelo bosque e voltou até seu quarto com a cabeça cheia de parafusos em seus pensamentos. Seria o diamante que o irmão de Mocco tinha gravado sobre a parede de madeira em sua caverna? E o que seria isso chamado de “Fogo Negro”? Nunca vira um fogo negro, nem sabia que existia tal fogo, nessa cor, tal seria impossível? Zee não tinha outra maneira de encontrar suas respostas; precisava se encontrar com Merlin em sua casa na pequenina ilha.

No dia seguinte, Zee contou tudo sobre o que vira aos seus amigos. Loryn sabia que só existia uma maneira de chegar à casa de Merlin: pelo espelho solar na sala da professora Rose Marry.

— Tem que ser à noite. Ninguém pode nos ver, se não, esta-mos expulsos! — informou Doug.

Todos foram para suas aulas durante o dia com o professor Will. Na aula, aprenderam sobre a velocidade do véu. Passando perto do Daniel Luminarius, Zee pegou quatro desses véus, amar-rou-os na cintura e, ao anoitecer, ele e seus amigos usaram tais

objetos que davam a eles uma super velocidade, tornando-os tão velozes que eram impossíveis de serem vistos a olho nu. A porta da professora estava absolutamente trancada contra bisbilhoteiros; por sorte, Otávio sabia a senha para entrar na sala:

— Lamparina cor-de-rosa — disse Otávio, e todos os quatro entraram na sala, que estava cheia de aquários e objetos mágicos desconhecidos para os menores kimbulos.

Doug retirou o sol com um corpo metálico muito prateado e o colocou sobre o chão, em cima do carpete estrelado, e os quatro mergulharam sobre a superfície espelhada, caindo na ponta de uma pedra de uma ilha pequenina com um lindo jardim e fadas dormin-do sobre o alto das árvores, iluminadas pelo céu muito estrelado.

Zee havia se tornado amigo de Zenbal McDonald.A cabeça de Zee se transformou em uma lâmpada elétrica.Zee vestia um moletom branco com um galo branco dourado

estampado sobre o tecido.Zee observava o galinheiro em Kimbulândia.

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CAPÍTULO 6O Te m p l o d e Z e d o m

Os quatro amigos, vestindo seus gorros de inverno, logo avistaram a casinha de Merlin rodeada de vaga-lumes perto de uma árvore de magnólia. Todos correram até a

porta e deram três batidas na porta. Logo ela se abriu e lá estava Merlin, fumando seu cachimbo, com sua longa barba branca, seus olhos muito azuis e seu cachecol de raposa.

— O que estão fazendo no sereno? Entrem — disse o velho kimbulo.

— Desculpe-nos, senhor, por virmos incomodá-lo a essa hora da noite, mas precisamos saber tudo sobre certo diamante e sobre o Fogo Negro — falou Zee.

Logo Merlin mostrou uma face muito surpresa.— Por mil tocas de crocodilos, quem lhes falou sobre o Fogo

Negro? — perguntou.— Bem, ouvimos um esquilo falando, e também tem um

diamante esculpido sobre a madeira de acácia em uma caverna. O que isso tem a ver com Mascareyde, senhor? — perguntou Zee novamente.

— Zee, fique longe desses assuntos. Eu tenho feito de tudo para destruir Mascareyde. Ele quer o diamante Draum, que dorme no Templo de Zedom, protegido de tudo e de todos. Esse diaman-te é necessário para aprisionar o Fogo Negro. Devo lhes contar a história do Fogo Negro. Há muito, muito tempo, quando Zedom ainda era vivo, ele fez uma chama capaz de criar a magia, e, com esse fogo, criou os anjos e muitas criaturas mágicas, inclusive os kimbulos. Conta a lenda que a pessoa que possuir o Fogo Negro, pode criar qualquer fera ou criatura mágica. Imagina tal poder nas mãos erradas? Estragos enormes cairiam sobre o mundo! Precisam ficar atentos.

— Quer dizer que Mascareyde quer o Fogo Negro para trazer criaturas para o nosso mundo? — perguntou Loryn.

— Não é só isso. Após a luta de vocês quatro contra Terenzo Crack no ano passado, presumo que as trevas estão querendo dar as caras, algo muito pior que só as criaturas quer nascer em nossa dimensão kim.

— Onde fica o Templo de Zedom? Se Mascareyde quer o diamante de Draum, ele já deve estar perto.

— Impossível. O Templo de Zedom mora sobre o sonho de um duende, e os duendes jamais trairiam as raízes da magia, im-possível — disse Merlin olhando janela afora.

— E se eu te contar que tem um que trairia? O irmão mau de Mocco, senhor. Ele me atacou na caverna; estava trabalhando para Mascareyde — disse Zee com cara de pipa.

— Hipnose, é claro! Como eu e Lowd não pensamos nisso? Corram, garotos, voltem para o Palácio! Preciso sair urgentemente, preciso me reunir aos duendes, corram! — gritou o velho kimbulo.

Zee e seus amigos correram de volta para a escola. Ao saírem do espelho, depararam-se com Mocco sentado no carpete.

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— Zee, estava a sua procura. Meu irmão traiu o segredo dos duende! — contou Mocco, aos prantos.

— Já imaginávamos, Mocco. Diga-nos: como chegamos ao Templo de Zedom?

— A gaiola, senhor, apenas passando pela gaiola — contou Mocco, olhando para Luana, uma menininha da Luminarius que passava perto dele.

— Gaiola, que gaiola? — perguntou Otávio.— Entrem nos meus sonhos e verão; é preciso que se trans-

formem em luz — disse o duende de face enrugada.Zee aproximou-se, disse “Lampadium” e se transformou em

uma pequenina luz branca. Logo seus amigos fizeram o mesmo. As pequeninas luzes entraram pelas enormes orelhas pontudas e cheias de cera de ouvido de Mocco, e então caíram em uma sala escura. Estavam presos dentro de uma gaiola dourada com um enorme cadeado.

— Como abrimos o cadeado? Temos uma chave? — pergun-tou Otávio.

— Chave! É isso! Lowd disse-me que eu era a chave! — lem-brou-se Zee. — Mas como vou abrir?

O garoto se aproximou do enorme cadeado de ouro, que logo começou a brilhar, e nele apareceu a seguinte inscrição: “o sapo caiu no poço”.

— O sapo caiu no poço? — perguntou Zee, e logo o garoto se transformou em uma enorme chave dourada.

Doug apanhou a chave e abriu o cadeado. A sala escura logo se tornou iluminada, com lindas esculturas, umas em pedra e ou-tras em ouro, um lindo Templo Sagrado de Zedom era apresenta-do aos olhos dos quatro.

— Olhem, perto do menino despido está o diamante! —

mostrou Zee. Eles se aproximaram e viram um homem velho e musculoso em pedra, segurando em suas mãos um enorme dia-mante muito lindo e reluzente e, aos seus pés, um garoto quase despido, todo em ouro, com um pedaço de pano em ouro cobrin-do o quadril.

— Zee, olhe esse menino de ouro, ele se parece muito com você. Bem, na verdade, é você! — disse Otávio.

Zee observou a face idêntica à dele no menino de ouro pró-ximo à escultura lendária de Zedom. Zee aproximou-se e tocou a face do menino que, em segundos, abriu lindos olhos de ouro.

— O que quer? — perguntou o menino de ouro.— Nada; só queria ver se está tudo bem — disse Zee.Zee observou tudo. Então, retirou uma espada, que surgiu

em ouro, de lâmina dourada, cravejada de diamantes. Escrito em sua lâmina estava: “Tales concedeu os elementos à lendária espada Luminarius”. Zee a guardou com cuidado.

“Carmonia!”Um feitiço foi lançado sobre Zee. Ele tentou se virar, mas

não conseguiu, então, o menino disse, como uma tartaruga preta e branca.

— Quero o diamante Draum! — disse Zee.— Apenas o filho de Zedom pode retirá-lo deste Templo! —

respondeu o menino de ouro.— Sou eu, trindade d’ouro! — falou Zee, endurecido como

um pilão de madeira.— Prove — pediu o menino de ouro. Então, da face de Zee escorreram lágrimas de ouro. O meni-

no de ouro assustou-se e apanhou uma gota da lágrima e, rapida-mente, enormes asas de anjo apareceram em seu corpo dourado.

— Agora pode retirar Draum — disse o menino de ouro,

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que levitava sobre a escultura do Deus Zedom, a qual tinha longas barbas de pedra.

Zee apanhou o enorme diamante e virou-se. Foi quando deu de frente com um homem mascarado com uma linda máscara de penas de pavão.

— Entregue-me o diamante — pediu, com firmeza, o sujeito mascarado.

Zee entregou o diamante ao sujeito estranho, que logo sumiu sob a escuridão. Zee fora enfeitiçado. Ao chão, estavam caídos, como piche, seus três amigos que rapidamente mostravam a for-ma de seus corpos.

— Ele pegou o diamante. Ele me usou. Mascareyde. Ele vai aprisionar o Fogo Negro, eu sei que vai! — disse Zee para o monte de piche que era seus amigos.

Os garotos voltaram ao normal, correram para a gaiola, trans-formaram-se em luz e saíram dos sonhos de Mocco, caindo sobre um pomposo sofá na pequena casinha do duende.

— Mocco, era uma armadilha! Mascareyde nos atraiu para o plano dele! — disse, chorando, Zee.

— Mas ele não pode achar o Fogo Negro, pois está muito bem guardado. Posso garantir: uma pessoa como ele não pode ter acesso ao Fogo Negro — disse o pequenino duende.

— Pessoa? Nem sabemos quem ele é! — disse Doug.— Agora, só nos resta torcer para que nada de mau aconteça.

Agora preciso me encontrar com Merlin no Conselho dos Duen-des e lhe dar essa péssima notícia. Até, então! “O sapo caiu no poço” — disse Mocco aos Zlod.

CAPÍTULO 7A Po rta

Zee conheceu uma espécie de alien dourado e verde, e ele lhe deu uma fruta chamada keba que lhe dá energia von.Zee comeu um temaki.

Saindo da areia em uma noite estrelada na noite na Arábia.Um meteoro caiu em Kimbulândia.Zee viu uma casa, uma estrutura, carros. Vida. Felicidade.

Riqueza. Humildade. Prata. Azul. Vermelho. Renascença. Beleza. Tijolos. Amor. Benção de Deus. Sabor de suco de morango.

No dia seguinte, todos os quatro amigos foram para a aula de Kimbologia Egípcia com o professor Linde Frow, o qual levava à gigantesca sala vários sarcófagos contendo nobres mumificados.

— Hoje aprenderemos como mumificar usando magia. Colo-quem suas luvas, por favor — disse o pequenino professor. — Bas-ta se aproximar dos corpos e dizer claramente “Mumianatlus” — ensinou o professor que, rapidamente, mostrou várias tiras saindo de sua luva e se enrolando por completo sobre um corpo de cera.

Zee e seus amigos ficaram entediados o almoço todo. To-dos estavam sem fome, pensando sobre o roubo do diamante de

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Draum que, agora, estava nas mãos de Mascareyde.— Precisamos fazer alguma coisa. Já tenho uma ideia: esta

noite usaremos o livro Os Olhos do Armagedom. Quando todos forem dormir, corram para meu quarto, ok? — combinou Zee com seus três amigos que estavam muito assustados por usar o livro mais uma vez.

A noite caiu sobre Kimbulândia. Todos os alunos foram para seus quartos, mas Doug, Loryn e Otávio já estavam às por-tas do quarto de Zee que, rapidamente, abriu a porta silenciosa-mente para os amigos. Sem fazer um pio, apanhou seu livro de capa dourada e o abriu ao meio, mostrando várias páginas ama-reladas, quando um grande lampejo alaranjado sugou os quatro para dentro do próprio livro. Eles caíram sobre um monte de feno em uma floresta muito escura, onde só se ouvia o barulho de grilos e animais da noite. Os garotos caminharam sobre a neblina que escondia a paisagem quando, em meio a ela, Loryn sumiu como mágica.

— Loryn, onde está você? — perguntou Otávio. A menina logo apareceu, dominada por um homem de barba

cerrada com cabelos louros e compridos até os ombros. Ele tam-pava a boca da garota, impedindo-a de gritar.

— Solte nossa amiga! — ordenou Zee ao misterioso homem.— Não até ter certeza que ela não é uma fada bela — disse o

homem com uma voz rouca e bonita.— Não seja tonto, ela é uma kimbulo! — disse Doug. O homem soltou Loryn, que estava tremendo de medo. Ele

ajeitou seu arco e encarou os quatro amigos.— Quem é você? — perguntou Loryn.— Sou um caçador, caçador de fadas belas da noite. — Mas por que caçar fadas? Elas são tão inocentes... — dis-

se Loryn.— Não devo contar-lhes o porquê, é uma história muito tris-

te para mim — contou o caçador com os olhos apertados para segurar as lágrimas.

— Conte-nos, porque dar flechadas em fadas não é comum — falou Zee.

— Está bem. Há muito tempo, apaixonei-me por uma fada, ela se chamava Serena. Serena e eu tivemos o amor mais lindo que já existiu, ficávamos sobre o brilho da noite nos amando eternamente, até um kimbulo lhe jogar uma maldição. Ele a matou e disse que ela só retornaria se eu matasse 500 fadas belas e, por isso, caço as fadas. Preciso recuperar a vida de Serena. Sei que é injusto castigar outras pessoas por esse amor, mas minha vida não terá mais sentido algum se não reencontrá-la de novo. Eu a amo mais que a mim mesmo, daria minha vida para olhar mais uma vez em seus lindos olhos cor de esmeraldas — contou o caçador de fadas.

Zee se identificou com tudo que sentia por Marina. O garo-to, por um instante, imaginou a perda de sua amada e como seria doloroso viver em um mundo sem a garota que tanto amava.

— Diga-nos, caçador, como era esse kimbulo? — pergun-tou Zee.

— Ele tinha uma capa negra e usava uma máscara feita com penas de pavão

— Mascareyde! — falaram os quatro ao mesmo tempo.— Ele provavelmente precisa de seus serviços e está te usan-

do, caçador; precisa parar! — falou Zee.— Não me interessa nada, a única coisa que quero é reen-

contrar minha amada — disse o caçador, que logo subiu em um lindo corcel negro e foi-se embora, entrando em meio a uma larga

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estrada escondida pela neblina, sumindo da visão dos quatro, que logo voltaram para a escola com muitas perguntas misteriosas em suas cabeças.

— Por que Mascareyde quer que aquele caçador mate todas essas fadas? — perguntou Loryn.

— Bem, talvez isso faça parte de algum ritual macabro — contou Douglas.

Os dias se passaram rápido. Em um belo dia de sábado, Zee ouviu fortes batidas em sua porta; eram seus amigos.

— Feliz aniversário, Zee! — disse Otávio que, seguido por Doug e Loryn, trazia consigo um lindo bolo redondo com granu-lado multicolorido por toda sua cobertura.

— É de chocolate, Zee, sabemos que é seu preferido — disse Loryn, quando ouviram mais uma pessoa chegar.

Marina Capucci estava linda, segurando um enorme bolo em forma de coração que trazia escrito em glacê rosa: “Com amor. Feliz aniversário, Zee”. Todos se reuniram perto da cama de Zee, que estava dando inúmeros bocejos.

— Assopre as velinhas, Zee, e não se esqueça do desejo, é muito importante — mandou Otávio.

Zee não sabia o que pedir, mas, perante os últimos aconte-cimentos, estar bem pra ele era o bastante. Então, lembrou-se de seu pai, talvez seu pai, que havia sido levado pela morte, poderia ajudá-lo nessa jornada. Zee deu um forte sopro e todas as velinhas se apagaram rapidamente. Doug jogou vários confetes sobre Zee em sua cama.

Logo Zee e seus amigos ficaram mais concentrados nas aulas. Tudo em Kimbulândia estava em perfeita ordem, mas algo passa-va pelos pensamentos do garoto, algo o intrigava, um sentimento estranho o tomava, algo a ver com a paisagem do ambiente. A

relva nas florestas ali perto o ajudava bastante a se distrair e não ficar pensando no que poderia acontecer, ainda mais agora, com a presença desse misterioso Mascareyde que, nem ele nem o próprio Merlin tinham a ideia de quem realmente era.

Zee estava se encontrando com Nina no vale em túneis às escondidas novamente. Esse romance estava ficando cada vez mais intenso, quando Zee tocava a pele de Nina, era como to-car um minúsculo floco de neve caindo lentamente, fazendo-o sentir seu coração pegar fogo, ou melhor dizendo, soltar fogos de artifício. A presença de Zee era tudo que bastava para a bela e meiga Nina. Ela buscava e via em Zee um garoto romântico, muitíssimo apaixonado e, acima de tudo, verdadeiramente es-pecial. Ele não sabia e nem tinha ideia do que sentia, estar com ela era como ficar à espera de uma carta enviada por alguém que você não vê há muito, muito tempo, e sem ter coragem para abrir e ler, como se ela fosse uma história escrita em que o leitor sente medo, calor e ansiedade ao ler e, quando o faz, sente os olhos lacrimejarem e o mundo se deslocar direto para o paraíso. É como se deitar em um jardim abandonado e secreto, porém, cheio de flores e raízes mágicas que se enroscam e se envolvem em seu coração de uma maneira singela e apaixonante. Esse era o primeiro amor, o amor entre dois adolescentes com seus hor-mônios em fúria, um amor sincero e sem troca de favores, o amor proibido, sempre à espera de um beijo desenhado por Ze-dom, com muita magia e poder.

Zee voltou para a escola separado de Nina, que vestia um vestido com o sentimento romance. Ela ficou escondida para ver se não tinha nenhum bisbilhoteiro observando às escondidas. Zee correu pelos corredores em seu incrível aniversário e, ao entrar na gigantesca Catedral Circular, se deparou com uma sala cheia de

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animais empalhados, cervos, ursos, leões, castores, entre outros, então, à sua frente, observou um armário enorme, porém, sem madeira, todo feito de espelhos em suas laterais. Zee se aproximou lentamente e abriu a porta e viu enormes nuvens, como se aquela fosse a visão do céu. O garoto sentiu muito medo, mas tomou muita coragem e entrou no armário espelhar.

Zee havia caído sobre um couro branco com reflexos violeta perolados. Segurou-se em pelos brancos, como os que haviam por toda a superfície do couro suspeito.

— Onde estou? — gritou Zee.Zee viu um castor helicóptero.— Este lugar se chama Zardiam — disse uma voz forte, po-

tente e muito alta.— E quem é você? — perguntou o garoto para a forte voz.— Me chamo Forever, sou o dragão que cuida desse lugar, a

propósito, está em cima de mim — disse o Dragão extremamente esguio, com pele branca e violeta. Era muito grande e voava con-tra o vento, tocando as nuvens.

— E por que vim parar aqui? — perguntou Zee.— Este lugar é para o dono, como se fosse o mundo de cada

um que abre o armário espelhar, esse é o mundo que Deus Zedom criou para você, Zee Griston, seu mimo, eu pertenço ao senhor — disse Forever.

— E por que você se chama Forever? — perguntou Zee para o dragão, como em uma entrevista.

— Aqui, nada muda, ninguém morre, ninguém envelhece, não há dor ou perdas. Aqui, quem entra não quer mais sair, a hora não passa, a felicidade reina. Não existe melhor ou pior, apenas existe o sonho feliz, esse é o mundo que você sonhou sem querer, pequeno Zee — contou Forever simpaticamente.

Eles voaram sobre as montanhas e colinas, observando a exu-berância da natureza cair sobre seus olhos. Zee nunca havia visto lugar mais perfeito. Aquilo era como estar em um verdadeiro so-nho feliz. Ele poderia ficar ali para sempre, porque, mesmo que alguém abrisse o armário, veria outro mundo, mas não aquele, não o mundo dele. Forever era um amigo, uma criatura mile-nar, sem porquê, sem porém, simplesmente existia naquele louco e forte carrossel de sentimentos. O dragão pousou sobre o capim, e ali estava uma casinha feita de carvalho. Zee entrou na casi-nha e encontrou várias coisas interessantes: pirulitos de caramelo, uma coleção de carrinhos clássicos, uma bola de fogo da Fidelius, brinquedos de colecionadores kimbulos, como a feiticeira, pônei alado, e o próprio Merlin. Zee achou aquilo tudo o máximo.

Mesmo sendo noite no mundo Kim, naquele mundo o dia estava raiando, ele poderia se divertir no lago com as sereias ou pregar peças nas lindas fadas, mas sabia que seria um egoísmo total viver em um mundo em que fosse dele, enquanto fora exis-tiam tramas que precisava desvendar como um verdadeiro herói, um garoto de honra. Então, subiu novamente sobre Forever e saiu voando céu afora até achar a porta perto de uma nuvem. Zee des-pediu-se de Forever e voltou pra sala dos animais empalhados; estava de volta à Kimbulândia. Zee correu e foi acordar Loryn, Otávio e Doug.

— Vocês vão enlouquecer quando virem — disse Zee aos amigos.

Eles entraram sorrateiramente dentro da sala sem que nin-guém os visse. Zee abriu a porta e chamou os três até a porta escancarada.

— Uau, Zee! O que é isso? Estou vendo, está tudo tão azul e cheio de relâmpagos! — disse Doug.

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— Não, está cor-de-rosa, como em um conto de princesas! —disse Loryn.

— Não vejo nada, do que estão falando? É bem mais que isso, estou vendo o espaço! — falou Otávio.

Cada um enxergava o seu próprio mundo ao olhar para den-tro do armário espelhar; cada um tinha seu pequenino mundo milimetricamente feito como mágica. Zee queria que eles conhe-cessem Forever, mas não tinha certeza se isso era possível.

— Bem, preciso que conheçam alguém, o nome dele é Fo-rever, vocês vão adorar. Bem, faremos uma fila, todos darão as mãos, mas eu entro primeiro, já que esse armário mostra o mundo de cada um. Como que eu descobri o armário, vão conhecer o meu mundo primeiro. Zee jogou seus amigos para dentro de seu mundo. Os quatro caíram sobre Forever, que ficou encantado em conhecer os amigos de Zee Griston. Eles voaram e viram as belezas que ali havia. Era confortável, radical e, ao mesmo tempo, mágico.

— Zee, como se chama esse lugar? — perguntou Doug.— Zardiam, aqui se chama Zardiam, o mundo que criei

sem querer! — falou Zee aos amigos, que estavam deslumbrados. Logo, todos voltaram para a sala dos animais empalhados e Doug, Loryn e Otávio ficaram brigando para ver quem seria o primeiro a entrar em seu mundinho.

Loryn caiu em mundo onde foi recebida por uma fada cha-mada Pó de Diamante, nome que fazia jus às suas roupas. Lá, exis-tia um lindo castelo de princesa com guarda-roupas abarrotados de vestidos medievais e sapatos de cristal. A única coisa que ela não encontrou no seu mundo foi um príncipe, mas, secretamente, talvez este já existisse para ela. Doug estava sendo recebido por um elefante alado que falava ao voar direto para o jogo “Kimboll Doug”. Já Otávio, caiu sobre um Pégaso que o levou para vestir

uma armadura e logo ele iria para o seu treinamento de guerreiro. Então, Zee esperou e, em questão de minutos, todos já haviam visto tudo o que tinham para ver e retornaram para seus quartos, felicíssimos com a magia do armário espelhar.

Zee voltou para seu quarto caindo de sono e ouvindo gatos pulando nos telhados. Algo o tirava da realidade, seu corpo não segurava mais a vontade de cair em seus sonhos mais profundos; também, pudera, depois de ter uma noite como aquela, o garoto rapidamente caiu em sono muito forte.

— Zee, já foi dormir? — perguntou Loryn encostada na es-tante flamejante.

— É, ele já foi — respondeu Otávio olhando a mandala de Zee.

— Bem, preciso dizer: acho que alguma coisa vai acontecer ao Zee, não sei dizer o que, mas tive uma premonição. Tenho tido algumas sobre várias coisas há algum tempo, mas essa veio com força — contou Loryn ao amigo no corredor de seus quartos.

— Agora virou profetisa, Loryn? Relaxa, está tudo bem com o Zee, o máximo que pode acontecer com ele é ser atacado pelo pijama das trevas! — brincou Otávio.

— É sério, garoto, você ainda faz brincadeiras? Conto que al-guma coisa ruim pode acontecer ao seu melhor amigo e você brin-ca? — perguntou Loryn, brava, pensando na professora Astrogilda.

— Está bem, não brinco mais. Vamos dormir antes que o zelador nos pegue no corredor e conte tudo para a professora Rose Marry — chamou Otávio.

— Vamos, mas que Zedom proteja e cuide de Zee, pois esta noite senti algo realmente diferente, não sei ainda do que se trata, mas estava escuro e havia sangue ao redor dele, tomara que o que eu esteja pensando não aconteça — falou Loryn com o olhar tristonho.

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Zee havia caído em um sonho confuso, mas, dessa vez, não era apenas um sonho comum, era quase real. Ele caminhava em um largo gramado de uma propriedade cheia de carruagens, como se fosse séculos no passado, e à porta de uma linda mansão havia um homem conferindo os nomes em um papiro que parecia uma enorme lista de convidados de uma festa.

Zee observava pela vidraça clara e transparente. Era um baile de máscaras, porém, um baile para o qual, mesmo em sonho, ele não havia sido convidado. Todos na festa tinham mais idade que ele e isso o fazia ter uma violenta vontade de ver o que ocorria nesta festa na qual todos estavam com suas faces mascaradas.

Zee achou uma máscara branca como porcelana no gramado, vestiu-se de garçom e entrou na festa. Lá, todos dançavam juntos em uma dança romântica. A festa no sonho de Zee estava ótima. Ele observou uma dama com um vestido nobre e com uma linda máscara vermelha; ela dançava com um rapaz alto e elegante. A moça aproximou-se de Zee e retirou sua máscara, mostrando ta-manha beleza.

— O que faz aqui? — perguntou a senhorita muito bela.— Bem, estou entregando drinks — disse Zee sem enten-

der nada.— Corra, ou eles vão te pegar — disse a moça. — Mas como se chama? — perguntou Zee.— Joyce, me chamo Joyce, não se lembra? — perguntou a

moça. — Não, você não contou! — explicou Zee para Joyce. Uma das portas se abriu e um homem estranho, sem máscara,

entrou. Ele se aproximou do homem com o qual Joyce dançava e arrancou-lhe o coração com uma das mãos. Logo, todos os outros tiraram as máscaras. Todos no baile de máscaras eram vampiros,

inclusive a bela e nobre Joyce. Ela olhou nos olhos de Zee e deu-lhe uma mordida. Então, Zee acordou deste meio sonho meio pesadelo no qual estava em meio a um bando de vampiros da corte, em uma festa clássica. Algo naquela moça mexeu com Zee, algo no olhar dela era familiar; não tinha ideia de quem era aquela beldade e nem o porquê dela achar que o conhecia. Agora esse era mais um mistério para o garoto, porém, um mistério impossível de ser desvendado, pois era apenas um sonho. Talvez ele estivesse sendo vítima de algum encanto das trevas.

Quando amanheceu, Zee foi falar com seus amigos e lhes disse cada detalhe do ocorrido. Loryn fez uma grande cara de espanto.

— Eu sabia, Zee, tive uma premonição. Vi você rodeado de sangue! — contou a menina.

— Mas, Loryn, foi apenas um sonho e já sei o que fazer va-mos fazer: um ritual de proteção. Assim, nos certificaremos de que nenhum kimbulo do mal possa entrar em nossos sonhos — expli-cou Zee à amiga.

— Está certo, acho que tenho ingredientes suficientes para esse ritual de proteção — contou Loryn.

À noite, eles foram para a floresta e levaram uma minúscula caixinha de palitos com todos os ingredientes:

� Caldeirão de ferro grande;� Veneno de sapo;� Pé de galinha;� Folhas de louro;� Pó medonho.

Doug e Otávio jogaram tudo no caldeirão, misturando tudo a uma grande porção de água benta. Logo subiu uma grande fu-

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maça acinzentada que formou uma nuvem sobre o ar, fazendo um círculo que prendeu os quatro amigos para o ritual.

— Corpirion Pentrus, Corpirion Pentrus, Corpirion Pentrus — disseram os quatro amigos ao mesmo tempo, conforme o ritual.

Uma grande chama azul saiu do caldeirão, selando o ritual de proteção. Os amigos voltaram para a Catedral sentindo-se bem melhores. Zee não queria levar nenhuma mordida de vampiro ou vampira outra vez, nem em um sonho e nem fora dele.

Zee e seus amigos não se sentiram totalmente seguros com um simples ritual de proteção, então enviaram um besouro men-sageiro a Merlin.

Merlin, coisas estranhas estão acontecendo, pesadelos, algo relacionado a vampiros. Encontre-nos no vale à meia-noite no sábado.

Zlod.

No sábado, Zee e seus amigos foram para o vale. Merlin já os aguardava, vestindo uma capa azul muito longa.

— Zee, diga-me sobre o seu sonho — pediu ao garoto. — Bem, era um baile, um baile de vampiros. Havia uma

moça que disse se chamar Joyce; ela disse que me conhecia, per-guntou-me o que eu estava fazendo lá.

— Zee, preciso ser franco com você, no mundo da magia, tudo pode existir e ser feito. As coisas pelas quais está passando, ocasionalmente você já viveu em outra dimensão, em outro mo-mento mágico. Se ela te disse isso, você pode ter certeza de que algo em você deve ter acelerado algum mundo Kim e você deve ter vivido uma vida diferente. Escute bem: entregarei a você a folha de Mintra. Coma esta folha, vai doer todo o seu corpo, mas é a única

maneira de descobrirmos o que está acontecendo — disse Merlin.Merlin retirou um saco de pano envelhecido e, lá de dentro,

apanhou uma folha de metal. Colocou-a nas mãos de Zee, que logo pôs a folha sobre a língua. Ela se dissolveu como sal de frutas. Zee sentiu dor por todo o seu corpo; cada músculo doía sem pa-rar, seus olhos ardiam como se chorasse molho de pimenta. Acor-dou em uma cama macia, em uma casa com papel de parede todo em azul-céu. Levantou-se da cama em uma dimensão vazia, só e sem ninguém por ali. Então, saiu caminhando em um rua muito parecida com as ruas em Cansville. No final da rua havia uma porta. Zee a abriu. A primeira coisa que viu foi seu nome escrito na porta, “Zee Griston”, e uma estrela. Era como se aquele lugar em que acordara fosse um camarim. Ele observou um corredor com as paredes todas em vermelho e um lindo tapete no corredor sem saídas, onde pisava. Logo, notou um homem velho e de barba branca se aproximar, empurrando um carrinho de faxineiro.

— Olá, quem é o senhor? — perguntou o garoto, muito curioso.

— Nome? O que é um nome? — perguntou o senhor.— Nome é nome. Bem, digo, como se chama a árvore da

menina Aria? — perguntou o garoto.— Oh, sim! Desculpe-me, estou caduco, limpo este corredor

há tanto tempo que estou com a memória fraca. Lucian Lua Bran-ca — disse Lucian. — Finalmente acordou! Aqui você é o mais dorminhoco.

— Senhor, onde exatamente estou? — perguntou Zee espan-tadíssimo.

— Aqui é o que pode ser, não é aquilo que talvez fosse. Cada porta desta, deste infinito corredor, contém alguma coisa, nunca vi ninguém entrar em sua sala. Ah, sim! Tem a senhorita Joyce, ela

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adora te ver dormir.— Ela o quê?À frente de Zee, havia uma porta com o nome Joyce Drova.

A porta estava entreaberta. Lá estava tudo muito bem decorado e iluminado, como em um filme, e havia uma moça loira fazendo inúmeras anotações em um livro, possivelmente uma secretária.

Aquilo tudo era muito confuso. Zee estava vendo o mundo individualmente; talvez agora tivesse respostas que nem o próprio Merlin pudesse lhe dar. A vida e a morte se transformaram, em se-gundos, em um jogo na visão de Zee. Ele não sabia se era mágico ou estranho.

Ele caminhou um pouco a fundo, dentro do infinito corre-dor, e encontrou uma porta que dizia “Zee Griston, Fantasia ou Guerra”, outra porta que dizia “Zee Griston, era de Aquarius” e outra, de muitas, “Zee Griston no salão do Mestre”. Cada porta levava para uma realidade do garoto, em algumas, percebeu que já era adulto, em outras, ainda estaria para nascer. Zee ficou muito confuso com aquilo tudo; saiu correndo e entrou pela porta da qual havia saído, que dizia “Zee Griston”, apenas Zee, que era o que ele era, apenas um garoto normal e assim pretendia continuar, um ser humano com defeitos e sentimentos.

Voltou para a casa tipicamente americana. Em cima da cama havia uma balinha e na embalagem estava escrito “Chupe-me”. Zee colocou a bala na boca e novamente sentiu seus olhos arde-rem e sua cabeça dar voltas. Estava novamente acordando de um desmaio no vale ao lado de seus amigos e de Merlin.

— Zee, imagino que já se sinta melhor — falou o velho Merlin.— Sim, na verdade, foi tudo muito estranho, eram várias

portas, havia vários “eu” de mim mesmo, como muitas realidades — contou o garoto.

— Mas de todas as realidades de Zee Griston, pequeno Zee, esta é a única que gosto. Aqui você é bondoso e nunca arrogante; creio que outro Zee Griston tenha medo de você, por que você é simples e inocente. Futuramente teremos trabalho — contou Merlin.

— Mas, senhor, o que isso tem a ver com meu sonho? — Acho que já sabe a resposta. A vampira que viu, Zee, em

outra dimensão, é sua namorada. Ela deve ter deixado a porta aberta para você, mas nunca imaginaria que em um dos seus so-nhos você a encontraria. Ela é muito poderosa, te ama, mas um amor escrito com puro sangue e este não é o Zee que nessa re-alidade é o filho escolhido por Zedom, leal, amigo, sincero, e o mais importante, honrado. No fim, você terá que fazer uma esco-lha, mas, até lá, Mórbidos! — murmurou Merlin, que logo sumiu como fumaça no vale, deixando Zee e seus amigos boquiabertos.

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CAPÍTULO 8A M e n i n a d e C h o c o l at e

Zee Griston tomou banho na banheira. A água estava la-vando sua alma. A banheira era clara e a torneira, de ouro.Zee mergulhou no seu livro e foi para Camelot, onde jan-

tou. Nos pratos havia um selo real, parecido com o brasão dos pra-tos de Kimbulândia. Ele vestia uma malha de aço medieval mágica.

Fez um chapéu voar com o feitiço “Acônius Von”.O tempo passou desde aquele dia em que Zee Griston, um

garoto kimbulo que sangra como qualquer ser humano, como um toureiro, caiu em um mundo irreal, onde desconhecia as pa-redes e cortinas de uma realidade paralela. vizy , Ele e seus amigos se esforçavam nas aulas mágicas da enorme Catedral, tudo estava indo muito bem, obrigado. Seu romance com Marina Capucci estava brilhando como um tiro de luz encrenqueiramente mági-ca, os jogos de Kimboll estavam cada vez mais quentes naquela estação. Certo dia, voltando do almoço, no refeitório, algumas meninas dos Americus se aproximaram de Zee com um olhar tristonho e consolador. Zee saiu e foi com elas, junto de seus amigos, até o jardim da escola, onde todos os alunos faziam uma

roda ao redor de uma estranha escultura.— O que é isso? — perguntou Loryn.— Bem, não sabemos, mas tem cheiro de chocolate, isso tem!

— disse Patrícia Menguer.Zee se aproximou e logo não teve dúvidas. Ao chão, uma

máscara com penas de pavão e a face da escultura era a de nin-guém mais, ninguém menos que Marina Capucci. A amada de Zee havia sido transformada em uma escultura de chocolate; a pele, as roupas, absolutamente tudo. O garoto encheu seus olhos de lágrimas e seu coração logo já estava desesperado e sem alegria. Havia caído em meio a algodões de sangue. Próximo dali, já se aproximava a professora Rose Marry e alguns outros professores abismados com o que acabara de acontecer.

— Levem-na para o refrigerador e não ousem beliscar nem um pouco desse chocolate — disse Rose para alguns duendes ali presentes. Marina foi levada a uma geladeira para corpos. Todos estavam esperançosos para que logo surgisse algum antídoto ou fei-tiço para aquela maldição, antes desconhecida para os professores.

Loryn aproximou-se de Zee com um olhar transparente. To-dos os quatro foram para trás do jardim, correndo sobre o vasto piso quadriculado em preto e branco.

— Zee, quando estive no armário espelhar encontrei algo, um espelho. Bem, ele é bem mais que um espelho, quero que veja — disse Loryn, tentando ajudar.

— Lô, não seja tolinha, vem falar de espelho quando seu amigo está absolutamente arrasado? — perguntou Doug muito indignado.

Loryn apanhou sua bolsa e tirou um coração que era um es-pelho de mão. Aproximou o espelho à frente de Zee, mas este não conseguiu ver sua face. Olhou mais atentamente para o espelho e continuou sem ver nada, além dos reflexos do jardim muito florido.

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— O que quer que eu te mostre, menino? — perguntou o espelho que, para o espanto de Zee, falava.

— Bem, gostaria de encontrar um antídoto, alguém que amo muito precisa disso o mais breve possível.

— Qual é o nome dessa pessoa? — perguntou o espelho.— Marina Capucci — disse Loryn muito rápido.O espelho se calou por um minuto e logo começou a ofegar.— Bem, o que ela precisa é nuvem de açúcar. Essa nuvem só

existe no mundo de alguém do mal. Se conseguirem entrar em um mundo de alguém assim, terão o que buscam — explicou o espelho.

Zee e seus amigos ficaram pensando em muitas pessoas du-rante horas, quando Doug logo sugeriu Erick Vilarinho.

— Mas como fazer o Erick entrar no armário? Será impossí-vel, pessoal — disse Otávio.

— Talvez eu possa ajudar nisso também — disse, sorriden-te, Loryn.

— Bem, percebi que Zee, por ter o olho de Hórus, pode hip-notizar, eu mesmo fui prova viva disso. Se conseguir hipnotizar o Erick, ele fará tudo que o Zee mandar instantaneamente — expli-cou Loryn com muita simplicidade.

Todos os quatro correram para a ala dos Americus e, de longe, observaram os alunos, um a um, até encontrarem Erick. O me-nino vinha muito alegre depois de roubar bastantes gold dreams de uns meninos da Luminarius. Zee correu para frente de Erick e apertou os olhos.

— Siga-me! — ordenou Zee ao garoto.Em segundos, Erick ficou em estado de transe e seguiu Zee.

Os cinco foram para a sala de animais empalhados; Zee e seus amigos abriram a porta e jogaram Erick, em seguida, foram atrás dele. Caíram sobre um monte de barras de ouro, o céu tinha cor de

algodão doce violeta e havia muitos pôneis alados por toda parte. Erick ficou comendo enormes barras de chocolate enquanto Zee e seus amigos voaram até o céu, pularam sobre uma nuvem bastante açucarada e logo provaram. Era realmente algodão doce, mas era, também, nuvem. Enfim, eles tinham encontrado o que procura-vam. Loryn notou uma caixa pequenina e dourada ali onde eles estavam. A garota colocou a pequenina caixa nos bolsos de suas vestes e saiu rapidamente do armário espelhar com seus amigos.

Eles voltaram para a grande Catedral Circular. Loryn e os amigos correram para o hospital e lá deram de frente com o refri-gerador vítreo. Espalharam nuvens de açúcar por todo o corpo de chocolate de Marina Capucci. A garota logo teve sua pele de volta, caiu de frio e de susto no chão da ala hospitalar e rapidamente foi abraçada por Zee, que derramava lágrimas por ter de volta seu grande amor, sua história feliz, sua Nina. As estrelas dançavam no céu de Kimbulândia. Nina não tinha ideia de como aquilo tinha acontecido com ela, a única coisa que sabia e tinha total certeza era que algo dentro dela chamado amor gritava e gritava como uma garota delicada faz quando está apaixonada.

Todos foram para seus quartos. Loryn levou a caixa sem falar nada para ninguém. Sobre o metal estava escrito “Segredo”; isso era algo que ela precisava analisar antes de falar para seus amigos. Deitada sobre sua cama de grandes lençóis rosa-bebê, ela se esti-cou e delicadamente abriu a caixa. Era uma caixa de música com um rosto que rapidamente notou ser semelhante ao rosto de Zee Griston. A menina ficou intrigada e logo a caixa começou a tocar uma melodia mágica. Era como se ela estivesse ouvindo a música mais linda do mundo, uma melodia de festa, doce, radical e com um olhar atrevido de carnaval. Então, ela aproximou seu rosto da caixa com os olhos fixos no rosto que brilhava em ouro e caiu

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em um campo mágico, com um castelo de vidro e à frente um gigantesco rosto, como o que ela havia visto na caixa, o rosto de um mundo. Ela tinha certeza de que era Zee Griston, mas este tinha face de pedra e cabelos negros arrepiados e puxados para cima. Ao seu redor, nada havia além de uma Catedral como a de Kimbulândia. O piso também era todo quadriculado. Ela sentiu o beijo, suas bochechas e lábios eram totalmente mutilados pela sensação daquela linda e perfeita boca de pedra dando-lhe beijos mágicos, beijos inesquecíveis. Ela sentiu o verde, raios, poder rosa, sentiu-se uma garota. “Aquela era a face de um anjo?”, ela se per-guntava. Ela não queria mais saber, só tinha um objetivo agora: ser essa garota que era e acreditar nas suas próprias leis. Ela não queria sair daquele mundo, as cachoeiras eram mais que perfeitas, as suas roupas estavam estampadas para si mesma como em uma vitrine, ela era a vitrine agora.

Esse mundo era irreal e perfeito para Loryn, aquilo era, para ela, o monstro da música, essa era a sua primeira lei naquele mun-do. Mas ela estava como uma vampira, querendo mais. Então, ele apareceu novamente, roubando a cena, vestido com uma camiseta vermelha. Ele não disse seu nome, apenas estava dando uma festa, esse era quem ela realmente estava querendo ver. A música agora era outra, ela sentia as batidas em suas veias; quando não aguen-tava mais, pediu para voltar e lá estava ela, Loryn, novamente em seu quarto, segurando uma caixinha simples de música.

Aquele era e seria para sempre seu maior segredo; ela sempre voltaria para ver aquele rosto, aquele Deus Segredo. Sentia a selva invadindo seu corpo quando era surpreendida pela onda do mar, como se estivesse surfando no Havaí. O astro da música, da beleza e do poder, um segredo sagrado e azul. Loryn havia acabado de sair de uma prisão, nem sentia vontade de usar o telefone tigrado

para ligar para casa, só ficava parada, observando todas as outras garotas olhando para ela de uma maneira estranha, como se algo fosse acontecer. Todas as outras meninas kimbulos haviam notado como ela estava linda, como se tivesse um 12 na testa. Logo Zee apareceu com Otávio e Loryn.

— Oi, Loryn, algum problema?— Meninos, tem um 12 na minha testa? — perguntou a ga-

rota com os olhos piscantes.— Não, talvez 318. Inclusive, bem, você está linda! — disse

Zee, estranhando o novo visual da amiga e brincando ao mesmo tempo.

Loryn nada disse sobre o que acontecera a seus amigos. Aqui-lo, para a menina, era mais que secreto, era intocado, era como estar em um quarto de menino, porém, um quarto de um menino muito especial, cuja única fotografia congelaria o mundo.

Agora Zee estava, mais uma vez, afundando em sentimentos perigosos. O que Mascareyde estaria tramando? Quais seus objeti-vos? Por que tantos buracos nesse ano em Kimbulândia? Mas uma coisa era certa, ele, sendo o garoto corajoso que era, não deixaria nada de perigoso existir entre ele, seus amigos e pessoas que tanto amava. Marina agora já estava bem melhor, após ter sido transfor-mada em uma escultura de chocolate.

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CAPÍTULO 9A M ã o S a g r a d a

Celtas.Garrafas de vidro com água fonte mineral.Lobo mágico.

Taverna estrela negra. Transilvânia. Zee entrou no seu livro e foi parar em um navio chamado

Mago Azul. Ele encontrou sobre a mesa no navio um mapa chama-do Field. No mapa, Zee e seus companheiros de bordo. Leu o mapa, que dizia “mar invisível, fechadura de espartilhos, pedra do cão”. Atrás do mapa, estava escrito que no fundo de uma duna, atrás da vedra vinho, bem profundo, há um tesouro: são 90 baús com ouro e prata, safiras, diamantes, esmeraldas e muitas pedras preciosas. A senha mágica para entrar é “uva e vento”; Zee conseguiu a senha com sua família e amigos. Depois de muito trabalho e navegação, eles levaram todo o tesouro de túnel kabem ao lado de Jesus.

Os gêmeos Todd e Charlie Danzel e Edward Jackson Long eram ótimos jogadores de pião mágico. E, assim como Zee, iam bem na aula de Matemágica.

Kimbulândia era cheia de passagens secretas, um folclore kim.

Os ventos sopravam forte nos milharais em Kimbulândia. Zee precisava se distrair, foi quando, à noite, trancado em seu quarto, ajeitou seu livro Os Olhos do Armagedom e mergulhou his-tória adentro. Caiu em um sítio chamado Magistral, lá, havia um grande chiqueiro, um galinheiro com um curral e uma estradinha. Caminhou noite adentro até uma casinha que ficava em uma alta colina, lá, havia uma porta em forma de sapo e dentro, Zee, com muito medo, deu três batidinhas. A porta abriu e de lá saiu um homem com pele luminosa e cabelos crespos e grisalhos.

— Olá, Zee, como vão as eleições? — perguntou o homem.— Como sabe meu nome? — perguntou Zee assustadíssimo. — Eu sei de tudo, caro, sou o visionário, mas pode me cha-

mar de Cartola Afrição.— Bem, estou ótimo, mas de quais eleições você fala, senhor?— Existem dois partidos, senhor Griston, o Coelho e o 14.

Escolha de que lado você está, apenas isso. Gosta de peixe?— Sim — respondeu Zee. — Zee Griston, o talo de mamão, bem, seu futuro sempre vai

ser grande Zee Em nome de José Madalena, Zedom, nossa majesta-de, escolheu-o. Quer peixe? — perguntou novamente o visionário.

— Senhor, o que sabe sobre Mascareyde? — perguntou Zee.— Se eu falar, jamais saberá, se procurar, também não vai en-

contrar, apenas cuidado, senhor Griston, lembre-se da família, as-sim, tem minha permissão. Aceita mais peixe? — disse o homem, sendo que Zee não havia comido nenhum peixe.

Zee se despediu e foi embora, voltando para sua cama em Kimbulândia e caindo em sono profundo. Ao chegar aos seus so-nhos, encontrou o cão Mr. J., que arrotou uma bolha e levou o pequeno Zee a uma casa pintada de branco e rosa com uma portinha preta. Era a casinha do cão, que Zee já conhecia quando

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se encontrou pela primeira vez com Bilba Dark. O cão lhe dava grandes lambidas insaciáveis, como se não quisesse se desgrudar nunca de Zee Griston. O cão cavou e cavou e retirou um osso com a seguinte inscrição em sua superfície: “Talismã dos Cães”. Zee segurou o osso nas mãos e, em questão de segundos, suas mãos se transformaram em um metal negro. Zee deu um espirro e logo uma grande chama negra acendeu nas palmas de suas mãos. Agora, Zee era o guardião do Fogo Negro.

Acordou com seus lençóis em chamas, balançou as mãos e logo sua pele voltou ao normal. No dia seguinte, Zee, Doug, Otá-vio e Loryn foram procurar Merlin. Ao ouvir tudo sobre o sonho de Zee, Merlin ficou muito impressionado.

— Zee, você está com a mão sagrada, é o guardião do Fogo Negro agora e deve fazer de tudo para que Mascareyde não o en-contre, pois, se ele te encontrar, roubará o Fogo Negro e o aprisio-nará no diamante de Draum. E você não tem ideia de como seria perigoso para o nosso mundo se isso acontecesse! — disse Merlin.

— Mas se ele me encontrar, eu serei corajoso e irei enfrentá-lo — explicou Zee com coragem.

No dia seguinte, os Zlod foram para a aula de Lapidação Má-gica com o professor Felix Salvatori, um homem muito sério e som-brio. Logo ele colocou pedras brutas sobre as carteiras de cada aluno.

— Bem, presumo que nenhum de vocês saibam a essência da Lapidação Mágica. Nesta aula, ensinarei como se lapidar. Pri-meiro, começaremos com rochas, depois, quero ver suas almas brilhando como cristais. O feitiço que usarão com suas luvas se chama “Cristalitus”. Quem vai ser o primeiro? Ah, sim, senhor Griston, acho que pode se sair bem.

— Ok, senhor...— Cristalitus! — berrou Zee para seu pedaço de rocha e logo

seu pedaço de rochedo se transformou em lindo cisne de cristal.— Formidável, senhor Griston! — parabenizou o professor.— Agora o senhor Miller.Doug usou o feitiço em seu rochedo e teve um belo urso

de cristal. Depois foi a vez de Loryn, que teve um lindo crânio humano de cristal; Otávio, um belo elefante de rubi; e Patrícia Menguer, um crocodilo de Swarovski.

As tesouras levitantes são ótimas para cortar cabelos.A turma do remo treinava.A aula era fácil e adorável para os Zlod. Zee encontrou um

bilhete embaixo do tapete escrito “Encontre-me no bosque. Moc-co”. Chegando lá, Mocco estava com uma vassoura voadora e tudo em sua casinha à espera de uma pessoa que, segundo ele, Zee precisava muito conhecer. Logo saiu de dentro do pinico uma babá, uma babá mágica que, segundo Mocco, era só quem poderia dar pistas de onde estaria Mascareyde.

— Olá! — disse a babá, que se chamava Nelly Barbb.— Olá! Bem, senhorita, obrigado por vir. Nós quatro estamos

a dias tentando descobrir algo sobre Mascareyde. Ele está com uma coisa que pertence o mundo da magia, o “Diamante de Draum”.

Ela ouviu calada. Em um minuto, retirou uma boneca de sua mochila e começou a pentear os cabelos da boneca. Bem, Masca-reyde é um kimbulo terrível, capaz de ficar invisível na maioria das vezes. Possui poderes de alusão inimagináveis, de um simples inseto ele pode se transformar em um grande Dragão Maligno. Tomem cuidado; a proteção de vocês está na amizade, nunca se esqueçam disso. Agora, Merlin já me informou através de Mr. J. que Zee tem o Fogo Negro. Mascareyde só vai conseguir o Fogo Negro sacrificando Zee.

— Mas deve existir alguma maneira disso não acontecer.

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E se eu me sacrificar? — disse Loryn. — É, quando fizemos o pacto de amizade eterna, unimo-nos; eu dou minha vida para salvar meu amigo!

—Eu também! — disse Otávio.—Eu também! — disse Doug.— Não pessoal, não precisa. Se este for meu destino, eu irei

morrer. Agora Mascareyde não vai deixar nem estudar em paz mais — disse Zee.

A babá se foi e os garotos voltaram para Kimbulândia com mil coisas na cabeça.

CAPÍTULO 10P e n a d e O u r o

Zee foi até o Rio de Janeiro com seus amigos. Ficaram vo-ando sobre o Cristo magicamente em um ônibus alado.Bilba Dark apareceu dizendo que Zee precisava ir ao seu

cofre, no Banco Kimgoldem. Em instantes, eles se teletranspor-taram para a França e entraram em um relógio de tubarão que mostrava um ponteiro. Para Zee entrar, ele disse sua senha, que era “visual”. Os kimbulos, Ele, então, encontrou uma porta que parecia um envelope natalino, depois, atravessou uma vidraça, atrás da vidraça, tinha uma porta muito rústica. Zee, Bilba e o Gnomo bancário de Kimgoldem. No cofre, havia muitas barras de ouro, uma quantidade para deixar uma pessoa afortunada, muitas joias, coroas, baús, sacos com moedas quadradas com gold dreams, rubis, diamantes, safiras, esmeraldas de muitas formas, notas de gold dreams de muito valor, móveis, relíquias, quadros milenares e obras de arte. Zee encontrou um colar escrito “A nossa Fênix MAKTEJ” e um colar chamado “Traculian”. Zee só pegou a quantia que precisava para guardar consigo e foi embora. Logo já estava de volta em Kimbulândia, trancado com este segredo

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“Traculian”. Uma gargantilha feita de jadeite era símbolo sagrado e precioso guardado pela vó de Zee. Zee entrou em uma igreja em Gales com acabamentos em ouro... Ele encontrou uma mesa e, em cima dela havia um anjo segurando um cálice com vinho. Zee tocou o vinho e encontrou uma pétala de rosa, na qual se dizia, em uma inscrição dourada: Graal. Zee sentiu a presença de Jesus Cristo e logo voltou para Kimbulândia com a visão dentro dele. Como em todo mundo, Zee sentiu uma bondade gigantesca em seu coração.

A bondade existe no coração do ser humano. Mesmo todos nós tendo carregado pecados que o próprio mundo conta, nin-guém perde sua pureza, sua inocência. Sabe quando você fecha os olhos e se ajoelha no chão em horas bem difíceis? Essas são as ho-ras em que o poder de Deus vem e te cobre com um manto sagra-do e santo; abençoadas sejam as crianças e os idosos, os jovens e os puros de coração, e que Deus nunca se esqueça até da pessoa mais pecadora do mundo. E quando olhares para um inimigo, sempre o queira bem, pois nessa vida só levamos nossa alma, então, cuide bem da sua, plante o bem para, na grande colheita da vida, poder colher bênçãos e muita luz, simplicidade, humildade, esperança, sinceridade e amor. Zee coloca a mão no coração e pensa: “Eu estou aqui; ele sente a dor do mundo junto dele; que eu nunca perca o trabalho alaranjado de felicidade que carrego e a alegria dos meus amigos que tanto amo e sempre levo ‘no meu coração’, que minha família me ame pelo jeito santificado com que nasci, e que meu amor Marina Capucci seja meu épico amor, que eu seja um exemplo de educação no mundo, incentivando outros neste planeta que só necessita de atitudes, como alimentar pessoas com fome, cuidar do meio ambiente e espalhar a paz.

Zee pegou um pedaço de pergaminho e mentalizou: “Sou

apenas um menino bom. Deus. Olhe por mim”.Os monges de cabeças raspadas gritavam ao mundo que ha-

via uma família na qual existia um menino que morria ao tocar o lábio da menina que se despede do Grande Olho de Zedom ao morrer. Lembra-se do seu amor em casamento, um beijo em um quarto com um uma grande banheira de coração que simboliza a pria na primavera fez Zee ver uma flor colorida. Certa vez, por sua mãe, a morte é como tocar o sol em uma fotografia e Zee Griston sempre soube disso. A todos os homens e mulheres que o seguiam, talvez essa fosse a resposta por possuir o Fogo Negro, amor como de Zee e Nina. Um presépio de Natal, um Papai Noel e uma boneca em uma cama, em uma fotografia o modelo, nata-lino ou o capitão do navio, ou aquele na fotografia de uma rede que mora segurando seus cabelos em um vento sem fim. A magia cibernética por grades ao tocar a luz, o escudo do guerreiro contra a opressão e a confusão e inimigos da luz. As pétalas de rosas cain-do como chuva, em um girar na comunidade de uma América li-vre, de um mundo ensolarado em preto e branco. As corujas, que sempre se lembrarão do azul do céu, mergulhando em uma lagoa mais azul ainda, mostrando o cabelo louro como louros de uma grande serpente de metal romana ou o negro iluminado. A luz de uma janela em um dia de sol mágico. A folha de Paris mostra ao mundo o rosto no café, na fé por um amor verdadeiro. Aplausos violetas ao Armagedom da aurora das ruas em um protesto pelo fanatismo pelo verdadeiro amor. Uma polo amarela, um rosto de raiva pelo flash ao encostar em uma moto, mostra o menino do sol e dos sinos. A ver pela TV, a professora Fátima um encontro com um rosto. Na Academia de Magia lembra-se do primeiro beijo proibido. Como uma flor de vidro iluminada por um anjo de pé colado e outro de asas que acendem ao tic-tac do relógio

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ganho no amor, sendo cada segundo, amor à vida, como um san-gue. Exibido no jornal ou na TV, um bebê coberto por um manto vermelho com uma senha 4659, um chá especial contendo uma pérola rara. O tigre livre e, ao mesmo tempo, surge um exército e coelhas em minha direção pedindo voz, suor, amor e tudo o que eu possa dar, ou um oráculo que só vê meu rosto e uma TV cheia de coelhas próximas à gelatina de amora em minha colher. Essa é a sequência de Zee Griston, era o que estava no disquete, oferecen-do-me balinhas de cereja, uma lanterna em minha mão, um vaso quebrado e Jesus tocando minhas mãos, eu escolho um cervo. Zee tinha em mente um jogo de videogame que jogava bastante. De salto, a ponte estaiada ao Cristo Redentor mostra minha Estátua da Liberdade, pela grande Muralha da China ou uma regata es-tampando Las Vegas. Os guardiões das corujas gritavam o nome de Zee Griston, às vezes vejo meu pássaro na grade, depois, vejo o chapéu e o guarda-chuva e ainda acredito em Zee, saindo de uma simples mala com suas luvas encantadas, ou um jeans de um filho de um rei, um príncipe ou um pássaro. Que tal um cupido solto em Kimbulândia? Zee saiu dando mais tiros nas nuvens e encontrou, e logo se apaixonou, mais uma vez, por Marina Ca-pucci. Nada o fazia tirar de sua mente aquelas mãos, aquele jeito ou aquela fotografia. Zee, sem medo, deixou Loryn alisar todo seu cabelo e deixou uma franja caída do lado esquerdo, pois ela estava me acolhendo como o colo de um pai e de uma mãe. Pó de diamante, em sonhos dentro de uma escola de segredos dos anjos. Zee Griston, menino morango, acordou e foi pra sua aula de His-tória da Magia Kim ao lado dos Zlod. Loryn segurou as mãos de Zee com muita força e eles seguiram em frente.

CAPÍTULO 11C o r u j a a o Ve n t o

Os Zlod foram procurar Merlin. Zee contou tudo o que havia acontecido sobre as memórias e reflexões que ti-vera. Merlin, fumando seu cachimbo, olhou bastante

intrigado, apanhou uma caveira de crocodilo e pediu a Zee que se concentrasse. Zee fez o que Merlin pediu e, em seguida, des-maiou. Logo já estava de volta. Segundo Merlin, o Fogo Negro o estava fazendo ter uma ligação com o mundo surreal.

Zee foi para a aula de Moda Kim, onde o professor Crow aguardava.

— Todos enfileirados. Ao tocar da música 2000, todos desfi-lando, em 1, 2, 3, todos os modelos!

Zee saiu de frente para um espelho em duas filas, uma para os meninos e outra para meninas. Em seguida, todos entraram no chalé Hair Beauty.

Os alunos em Kimbulândia estavam tendo grandes trabalhos culturais, de música, cinema e teatro.

Em Kimbulândia também estava acontecendo as Olimpía-das. Zee havia ganhado medalha de ouro no vulcão tombor pelo

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kimboll.A encanação de Kimbulândia era interligada com a do Vatica-

no. Zee sentia essa santidade, às vezes podia até mesmo acreditar que o próprio Papa estava ali presente, mas ele é um menino que vê Deus e bondade no mundo, nos animais.

Ora! Eu mesmo vi o senhor azulado usar um feitiço e virar comida para peixe! Ele virou natureza, elementos.

Minhocas de ouro.Merlin adorava pescar.Atlas segurando o mundo.Téspis e Dionísio.Elfo branco.Tudor, uma pose, borboleta verde, o retrato com lábios de ouro. Linguado bem preparado. Pão.Íxon e seu pai.Sol de diamante.Os óculos falantes. Zee se impressionou, eles falavam. Bocas

nas lentes, nariz e olhos. Trajes elegantes, finos, riquíssimos.Bola de cristal kimbulo lunar.Srtª. Tamborzinho.Logo Zee foi para seu quarto, pois este era seu refúgio, onde

se guardava, como em um templo. Pela vidraça, já dava pra ver a chuva caindo e revelando Zee Griston por completo. Zee aprovei-tou o barulhinho da chuva, que sempre gostava de ouvir, e come-çou a ler seu livro, comendo algumas batatas da loja Gostosuras ou Travessuras.

Zee havia usado o feitiço “Arverus Lu” e se transformou em uma escultura de pedra branca em movimento, uma estátua que se mexia. Ele tinha um hamster em casa.

Ele entrou em seu livro e caiu na Índia, onde logo estava sobre um enorme elefante, elefante este chamado de Dimas, que o levou até o palácio, no qual Zee entrou e recebeu uma flor de lótus, como aquela deixada pela princesa pantera. No palácio, ti-nha bondade e um segredo que apenas Zee sabia. Ele foi embora e deixou sua marca na Índia, ficou muito feliz com sua flor de lótus.

Zee guardou a flor, quem sabe precisaria dela mais para fren-te, não é mesmo?

Em seu quarto começou a nevar, Zee achou que estava no frio da Toscana. Então, apareceu Lowd, que veio voando até a janela de seu quarto em Kimbulândia.

— Zee, como você está? — perguntou Lowd.— Bem, agora sabendo o que a babá me disse, acho que estou

com medo e coragem. Mascareyde quer me pegar, não é mesmo? — respondeu Zee.

— Sim, ele quer e você tem que ficar seguro, tomar o máximo de cuidado possível. Quem você viu na Índia? — indagou Lowd.

— Uma senhora de vestido azul muito simpática — disse Zee.— Zee, eu sou um homem-coruja, vivo uma maldição, você

está tendo a oportunidade única de viver, tome cuidado e faça o legado da folha de bordo — sugeriu Lowd.

— O que é o legado da folha de bordo? — questionou Zee.— É uma sociedade secreta no mundo da magia que cuida

do tesouro do mundo Kim, no caso, a folha de bordo. Pergunte sobre isso amanhã na aula de História Kim com a professora Rose Marry — finalizou Lowd.

Zee Dormiu e, no dia seguinte, encontrou seus amigos na área central da escada giratória, entrando na sala da professora Rose Marry. Ela estava ensinando “Os contrastes da mitologia Grega”. Zee, então, muito despercebido, como sem querer, levan-

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tou a mão e disse:— Professora, o que é “o legado da folha de bordo”?— Oh, sim! Não sei quem mencionou, mas não sei se todos

os alunos sabem. Quando esta escola foi fundada, ha 30 séculos, existia uma folha da árvore de bordo e, segundo a lenda, essa folha protegia Kimbulândia, norte, sul, leste e oeste. O sagrado mago planetário Ninário deu o nome à folha de Santa Folha Bordo. Os gênios de Kimbulândia a protegem. E também reza uma lenda que ela tem um templo, mas nunca mais se ouviu nada. Então, é só. Os amantes por arte, história, filosofia e estudiosos sempre fizeram buscas e muitas pesquisas para achar a parte ambiental e o nosso sagrado outono — disse Rose Marry.

A classe ficou curiosa com a explicação da professora.Zee entrou nos Olhos do Armagedom e foi para 1971. Encon-

trou o Deus Hermes que lhe concedeu um dom. Zee viu a escultura de Semiramis ao lado da árvore das luzes,

em Kimbulândia. Ela segurava um lindo manto de ouro. Ao lado, a estátua de Onleosof toda de pedra.

Zee gostava muito de ouvir música pop.Perto de Kimbulândia era situada a tribo dos índios Kimgoal. Kimbulândia estava na hora horistaiji.Kavin Castelos estava adorando.Logo se ouviu um “boom”. Dimmy e Tommy e seus explosi-

vos são uma encrenca em Kimbulândia.Homem metade lobo, metade ave lenhador. Doces dançan-

tes. Chocalho, isolamento, segredo, pastilhas, anjo, pic-nic.Toque no rosto do mágico.Serra-serra serrador.A franja sagrada abençoa quem a usa.Costurando sol nas meias longas.

Chovendo glitter multicolorido.Eu só quero te fazer sorrir todos os dias, Zee. Que seus sonhos sempre se realizem.Quem sabe estou neste sonho.Você toca minha alma de toda as maneiras, meu amor sincero.A moda é ser você.Vai lá, manda ver.Eu sou uma floresta simples, humilde, rara, esperando ser ha-

bitada, uma criança esperando água.Uma música de ninar para você se lembrar de mim.Veja como esse garoto meche seu cabelo.Losango da cruz.Pássaro manonCervo de diamante.

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CAPÍTULO 12A J a q u e ta Q u e Fa l a

Zee tomava uma poção roxa para ganhar energia morfi zangri.Ele estava lendo o jornal que dizia claramente “Zee Gris-ton: será ele o kimbulo da geração?”

Zee foi para o restaurante Cox, cozinha mágica feitiço cox.Colocou uma ficha dourada em seu fliperama e logo apareceu

na tela Diamond se apresentando. Os Zlod.Foi se encontrar com Merlin. Ele pediu uma senha; Zee

logo disse: — Estrela Cadente.Tijolinhos de dragão. As estrelas piavam como corujas no céu.Eles entraram e Merlin ofereceu uma xícara com bastante chá

de camomila. Mr. J. estava saltitante.Merlin disse:— Espero que neste momento, Zee, você já saiba este segredo.— Acho que sim — respondeu Zee.— Zee, sua mãe me confiou uma jaqueta, esta jaqueta tem

poderes mágicos e santos, ela fala com você. É isso que mandaram

eu lhe entregar para você usar em um momento especial e sempre se lembrar que, quem amamos não morre e nunca nos deixa. E sorte, olha que curioso! — disse Merlin.

Zee colocou a jaqueta negra e logo se ouviu uma linda voz de mulher, que disse:

— Quem me veste?— Zee Griston.— Ah! Então é você o meu dono! — disse a voz da jaqueta.— Acho que sim — respondeu Zee.— Bem, eu nunca fui vestida, agora podemos ir aonde quiser

— continuou a voz.Os meninos ficaram rindo, se divertiram muito com a jaque-

ta falante, que era raríssima, havia poucas no mundo.Logo Zee foi embora para Kimbulândia naquela tarde.Ele entrou no livro Os Olhos do Armagedom e caiu em um

lugar que tinha uma piscina de vidro. Ele foi colocado dentro do box de vidro com contornos de ouro. Em segundos, mergulhou, seu cabelo louro ficou encharcado e seus pés deram forma a um tritão de cauda dourada. Rapidamente, um escultor esculpia a imagem do aprisionado nas águas sagradas.

Quando Zee voltou para Kimbulândia, ganhou um broche de abelha da professora Rose Marry. Ele não entendeu o porquê daquele broche.

Zee estava semeando sementes de abóbora para o Halloween. Recebeu um bilhete de Marina Capucci:

Amor, no túnel das pedras preciosas, perto do javali de ouro, depois da galinha dos ovos de ouro. Encontre-me no bosque do brasão.

Marina Capucci

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Zee estava na floresta. Viu um sapo no lago, atravessou um tronco e viu um coelhinho sair de lá. Uma coruja voava. Empolei-rados nas árvores, esquilos e vários passarinhos coloridos. Então, avistou uma princesa misteriosa no bosque.

Zee foi correndo, com o olhar apaixonado. Ao chegar lá, Nina estava linda com um vestido azul celeste. Marina deitou-se sobre as flores perante uma grande árvore de pinheiro. Zee estava segurando uma rosa e não soltou. Como Marina sempre fez parte da família Losango da Cruz, o amor por Nina era como deitar em um oásis paradisíaco e dar beijos inocentes, sentindo as borboletas brincando com os nossos cabelos.

Zee e Nina se apaixonaram. A sinceridade, o amor e o prin-cípio de uma flor que nasce no céu, dourada e emoldurada por anjos, selvagem e afrodisíaca, sagrada e quente. Nina sentiu o fogo negro nos beijos de Zee, que eram secretos beijos, em segredos de um menino que só se mostrava ao pôr-do-sol, de um olhar nas cachoeiras, silenciosas, nas colinas élficas, humanas, o ser por ser. Agora, mostrava este casal, foi quando eu vi seu olhar e quando eu me apaixonei por ele.

Eles se beijaram e Zee se foi, sabendo que tinha esse amor, sagrado como o coração da magia.

Zee dormiu em um domingo, quando apareceu em seu quar-to uma coruja branca com penas douradas e olhos dourados, a coruja Clara. Futrica ficou dando latidos para a corujinha, Amorá ficou um pouco enciumada e foi voar céu afora. Depois voltou, pois Amorá era imortal e sempre será.

Zee achou um desenho e um carneiro. Ele, às vezes, pensava nesses tipos de animais; também ficou imaginando os pôneis alados.

Tinha um bar secreto, chamado Rihz Ongon perto dos tijo-los de ouro, depois do retrato castanho, subindo o vale do latrina

azul. Lá, era servido, para Zee e seus amigos, suco de néctar e, para a refeição, muitos salgados, bolos, doces e pães de queijo.

Logo eles já estavam de volta a Kimbulândia.A biblioteca de Kimbulândia era vasta de livros de todos os

séculos, inclusive obras da Biblioteca de Alexandria. Zee observa-va o mundo grande de maneira telescópica. Furinhos no telhado mostram para Zee pequenos sóis no chão, assim como algumas pequenas estrelas parecem luzinhas de avião. Deixo essa luz toda transbordar da minha montanha, energias boas.

Zee entrou mais uma vez no seu livro Os Olhos do Armagedom e foi quando caiu em um aviãozinho lindo. Zee voava tranquilo quando encontrou uma estrela, que perguntou:

— Quer entrar?— Sim — respondeu Zee.Então, o avião pousou dentro da estrela. Zee estava em um

lugar lindo. Ele viu a estrela mais de perto e, depois, foi embora novamente para Kimbulândia. Era uma estrela abençoada.

Zee estava ouvindo uma música linda chamada “Musa”.Quando se sentia frágil, apenas se sentia assim.

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CAPÍTULO 13C o n c e n t r a ç ã o

Apolo apareceu para Zee, transformou-se em uma luz ver-melha e entrou na boca dele. Em alguns minutos, a luz retornou. Ele era loiro, tinha traços finos, pele corada, usa-

va uma burca negra estampando um gato com um lacinho e seus olhos eram extremamente azuis. Ele segurava um pedaço de madei-ra escrito “sim”. Cabelos solares e ele tirou uma cesta de mel puro.

O eletricista com roupas quadriculadas em vermelho e bran-co e um palito de fósforo.

Moti.O brinco da luz de Sheva. Régio, o coelho roxo gigante. Ptolomeu.Aristóteles. Pelo encantado.Platão, Sócrates. Ell Kent, cachorro mecânico. Uma sociedade secreta chamada “os Amksta”. Contém o se-

gredo da lâmina de Abraham. Mítica. O filho das estrelas.

BasílioAstrônomo “Mehagu”.Deus te torna grande.Elixir do oriente.O Gnomo Penny. A nova bicicleta 3000 é de tintura azul-nuvem com raios so-

lares, freio em ouro, pedais de couro e veludo dourado. É capaz de grandes velocidades e tem uma marcha para voo com rápida veloci-dade, acompanhada de um capacete vermelho com mega proteção.

Ahagade, o kimbulo.Rua dos fios enfeitiçados dançantes nas ruas.Rosto de plástico.Zee e seus amigos jogaram boliche com pinos azuis esperança.Zee sentia estrelas dentro de sua barriga.A fada branca aproximou-se de Zee e disse:— Fotografe seus sonhos.O segredo de Atlântida e um gigante de vinte braços.Zee comeu uma sopa de planetas. Senhor alinhado azul. “O senhor Hitrad, dono do dragão Resperato, negro de olhos

amarelos. Zee sentiu o ar congelar em sua presença”.Zee via pilhas de livros voarem, eram como discos voadores. “Killer Dreams sãos terríveis criaturas destruidoras de sonhos,

eles têm mãos de ouro sobre uma neblina vermelha e arrancam a bolha da mente do kimbulo, tomando seus sonhos.”

“Zee descobriu o Leão Verde, o lendário. O sopro do Leão Verde é capaz de criar diamantes e ressuscitar os mortos e seu pelo tem propriedades curativas, seu sangue tem águas do Éden, pode dar a vida eterna a qualquer pessoa. Seus rosnados são como fazer a filosofia falar; ele só obedece a quem lhe deu vida e nome. Só existe um no mundo e o nome dele é Ankorde”.

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Zee se viu dentro de um globo de aros dourados harmônicos. Uwni.Keyra Leto.O colar místico roxo.Os planetas surgiram como bolhas na cabeça de Zee.Barras de ouro ondulado como fios de cabelo.Hebraicos. Mãe natureza, arquiteto zedônico, refos, pitia. O Halloween foi ótimo.Os Zlod foram ao bar Ninho dos Escorpiões.Mão de foguete.Campos dos trevos de quatro folhas. Zee olhou o Corvo feito de diamantes Cullinan.Deusa Nuit.Zee estava mergulhado nos aposentos em Baviera. Seu novo

amigo, o Sr. Adam Weishaupt, que era cristão, e agora, sem Zee saber, um parente distante. Ele só conseguiu conhecer este parente entrando no livro Os Olhos do Armagedom. Adam deu a Zee um livro chamado Illiminati.

Zee logo se encontrou com a Presidente Mundial de Magia Kim que estava à procura de Merlin para tratar sobre o planeja-mento mágico de criaturas como a Anfisbena, uma serpente de duas cabeças com enormes asas que, segundo a Presidente, estava solta na floresta de Gregório. De acordo com a Presidente, essa serpente, que vai e vem dos dois lados, está se alimentando das formigas gigantes na Floresta de Gregório.

Zee não imaginava o porquê de Merlin ser procurado para tratar dessa fera, mas indicou a Presidente a professora Rose Mar-ry. Foi embora depois de ter dado a informação, ficou intrigado; o que a Presidente Mundial da magia estaria buscando com Merlin?

Zee estava cheio de livros sobre a Deusa Nix, para todas as aulas, era uma prioridade em Kimbulândia neste ano.

Zee viu a foto da Deusa Thalyorrane. Zee transformou-se em uma cachoeira, uma linda vista no

bosque.Zee encontrou um livro que mostrava a fotografia de todos

os animais do planeta. O nome deste livro era Animal Magicale.Zee tinha em seu quarto a foto de uma linda menina de verde

estampando uma revista muito importante no mundo.Agora Zee tinha que estudar mais do que nunca, pois estava

na escola para isso. O sino, todos os dias, dava suas badaladas, acordando-o em seu quarto.

Zee, Loryn, Otávio e Doug divertiam-se. Havia uma parte de Kimbulândia que tinha um cafezal. Os quatro ficavam plantando algumas mudas; isso era uma forma de conscientização, a ala hos-pitalar de Kimbulândia era muito importante.

Zee e seus amigos voltaram para o jantar no Palácio, na Ca-tedral Circular, quando apareceu, em meio ao jantar à luz de velas de luas, uma menininha que estava entregando papéis de como cuidar do meio-ambiente, dos animais e do planeta. Zee adorava tudo isso e sempre trabalhava em equipe para isso.

Voltando do jantar, Zee foi para seu quarto e mergulhou no seu livro Os Olhos do Armagedom. Foi quando encontrou uma linda cachoeira e sete lagos. Ao mergulhar, passou pela “cachoeira do respeito” e encontrou o chamado “refúgio de Narciso”. Zee ficou hipnótico, uma borboleta quase o fez se afogar no riacho de diamante, mas conseguiu ir para Kimbulândia com tranquilidade.

Zee encontrou Kasmín no corredor de Kimbulândia. O gê-nio disse:

— Pelas areias das Arábias. Zee Griston, faça um desejo.Zee pediu em seus pensamentos. E o gênio se foi depois de

realizar seu desejo.

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Zee foi para a aula de Ginástica Kim. Todos os alunos estavam se exercitando bastante, respirando ar puro no meio-ambiente.

Zee entrou em um estádio com uma escultura de um homem de longos cabelos, musculoso, com uma coruja, um livro em uma mão, uma longa barba, despido, apenas com uma folha tampando a genitália, de grande sabedoria; a escultura era toda de diamante, da cabeça aos pés. Zee ficou imaginando que escultura seria aquela.

CAPÍTULO 14O l h a r a z u l

Zee acordou com um manto de laço e vestes amarelas. Foi como olhar pela primeira vez o mundo desta maneira.Ele foi para a aula de História, escolheu uma veste azul

bem despojada, depois, foi se encontrar com Merlin.Merlin chegou em um caminhão de madeira. Usava uma lin-

da capa azul e fumava seu cachimbo. Ao longe, Zee viu a roda d’água na casinha de Merlin rodar sem parar. Zee perguntou se Merlin havia encontrado a Presidente Mundial da Magia Kim e ele disse que sim.

Segundo ele, ela queria que Merlin assumisse o poder da Confederação Mundial das Luvas.

Que era assim que tratavam assuntos no mundo kim.Zee despediu-se de Merlin e foi para seu quarto estudar. De-

pois, entrou nas páginas do seu livro e foi parar no Havaí, onde encontrou uma orca alada. Segurou-se na orca e voou sobre as ondas, sentindo-se livre.

Dali, Zee levou a alegria e o momento feliz que teve por um instante. Aloha!

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Zee encontrou um livro interessante, Especial.Neste livro havia algumas histórias, por exemplo:“João Jiló que matou um passarinho”.“A mulher que não tinha nada e que encontrou uma Santa

Sagrada e foi abençoada”.“A onça comendo farinha com açúcar”.Zee amou esse livro, achou bem educativo, e a escritora era

incrível. Também tinha uma cartilha chamada A Pata Nada muito

educativa em Kimbulândia.Sua família era adepta de uma educação singular e Kimbulân-

dia seguia isso, sem Zee entender, era como algo familiar.Zee estava comendo pipoca com seu amigo Gayo Rodrigues.

Eles estavam falando sobre vídeo-games, os cavaleiros coloridos e brinquedos. Gayo revelou estar apaixonado por Thalyorrane. Gayo era americano e Thalyorrane, uma Deusa águia.

Zee foi se encontrar com Loryn; ela estava ouvindo uma mú-sica chamada Assim que Vou.

Zee amava sua amiga mais que tudo na vida. Seus amigos, para ele, sua família e Kimbulândia era algo mágico e sagrado; Deus estava presente nisso tudo.

Sinceridade era algo que era preciso ter para olhar nos olhos de Zee, pois ele é um menino de sentimentos e, principalmente, esperança.

Zee entrou no seu livro Os Olhos do Armagedom e parou em um campo angelical com uma atmosfera materna, linda. Viu uma rua ladrilhada com pedrinhas brilhantes, toda de brilhantes. Sen-tiu um cheiro de sorvete de morango fresco, na encosta da China com um sopro americano. Naquele lugar, Zee encontrou uma cai-xa com fotografias que, para ele, eram muito importantes. Pegou

suas fotografias e foi reto na rua de brilhantes, quando encontrou uma linda e enorme caixa de música em forma de coração. Deu corda na caixa de música e ouviu uma linda canção e viu uma linda bailarina a dançar. Zee voltou para casa e guardou a visão da bailarina em sua memória.

Zee estava deitado na sua cama, passou pelo banheiro e sen-tiu um forte cheiro de morango.

Zee foi dormir na sua cama quentinha em Kimbulândia. Na aula Kilingue eles estavam lendo um livro chamado Toque no Meu Tempo. Zee adorava essas aulas. Quem estampava a capa da revista Magic People do mês era a Catedral de Kimbulândia, mostrando a arte, mágica e rústica, elegante do colégio, das pedras, mognos, mármores, esculturas, metais de qualidade de séculos passados e uma grande galeria com esculturas e quadros, formas geométricas sagradas e milenares, medievais modernas para historiadores e re-ligiosos, com formas majestosas e reais. A revista contava muito sobre a Catedral Circular e o grande Palácio Kimbulândia.

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CAPÍTULO 15O u t r a v e z L u a r

Zee se encontrou com Merlin. Ele entrou em um frasco de bolhas alaranjadas e foi parar na casinha de Merlin, que tinha um lindo bosque em pleno luar. Zee saiu carregan-

do sua revista Catboy: um super-herói felino.— Oi, Merlin — disse Zee.— Olá, Zee! O que deseja a essa hora? Ah, preciso que me

diga o que viu quando esteve na minha casa pela primeira vez — perguntou Merlin.

— Areia cobrindo meu tênis na lareira — respondeu o pe-queno Zee com suas vestes rosadas.

— Saudações ao nosso encontro!— Entre, Zee Griston.— Entre — disse Merlin, pegando açúcar em formar de es-

trela cadente.— Senhor, esta noite tive um sonho estranho; gostaria que

me esclarecesse esse sonho.— O que você viu no sonho, Zee?— Vi morcegos, que me lembraram de um desenho que via

quando criança. A única coisa que pude relacionar foi isso, senhor — disse o garoto.

— Então hoje é seu dia de sorte, Zee Griston! — disse Merlin. Merlin abriu uma caixa de brinquedos com recordações e deu

a Zee uns óculos azuis e disse:— Feliz aniversário, pequeno filho de Cristo. Alquimia do

bem, dos anjos. Que quem leia suas páginas do início ao fim, leia Deus. Amanhã você voltará aqui de novo, mas para buscar algo e só eu terei — disse Merlin.

Zee ficou com uma porção de coisas na cabeça; a primeira coisa que veio em sua mente foi sempre ter sido órfão de pai, mas ele sabia que sempre teria com quem contar. E o que teria de tão especial lhe aguardando amanhã?

Zee achou uma gota de vidro no chão, também viu uma pirâ-mide. Zee mergulhou no livro Os Olhos do Armagedom e foi parar na Romênia, onde encontrou um lindo jardim com margaridas e hortênsias. Zee, naquele local, descobriu algo muito especial, um grupo de pessoas que faziam esculturas. Lá, conheceu Joanne; era a sua nova melhor amiga, e ela lhe deu um olhar de generosidade, gratidão, sorte e um presépio. Zee voltou à Kimbulândia e lhe veio à lembrança da imagem de uma relva metálica sobre a pele branca de uma criatura selvagem com um moicano.

Zee conheceu um anjo que escreveu em sua pele “Fame”, colo-cou uma estrela e disse: “Parabéns Zee, você agora pode ver que sua fama não é tudo, vai carregar isto para sempre. Fique com Deus”.

Zee Griston agora tinha uma marca em uma fonte familiar escrito “fame” em sua pele. O sangue penetrou e desapareceu, Zee agora tinha mais esta marca. Sorte.

A lua estava minguante e linda, o céu estampava o corpo de um menino noite, negro e com o corpo estrelar, e, quando ama-

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nhecer, o dia ficará azul com nuvens brancas e um lindo sol. Esse é o menino dia, Zee Griston.

Tudo que fazemos é por amor, trabalhamos por amor, Kim Kim Kimbulândia é assim. A lua nunca me deixará só. Ela me faz sonhar.

CAPÍTULO 16C o r p o d e e s t r e l a

تاقالم ار امش راب نیلوا یارب نم هک یتقو .. درک طوقس قشع رد نم هک دوب ینامز ،دومن چیه ام ، ام قشع زار چیه ، اجنیا هشیمه نم

، J ام قشع یدبا و نابوخ هچ .. هشیمه یارب .

Essas inscrições são para você.Zee, Otávio, Loryn e Doug caíram dentro de uma Ferrari vermelha e foram parar em uma festa. Zee e seus amigos

voaram até o “retrato proibido”.Depois viram a estátua de Havanna que, dizia a lenda, tem o

culto da alegria para roubar você.Eles estavam em um campo místico. Zee vestia uma arma-

dura de metal. Mergulharam em uma piscina limpa e se despiram para o sol nesta aventura.

Zee tinha um relógio azul e amarelo.Zee colocou óculos roxos.Na festa, os amigos de Zee preparam um lindo bolo com gla-

cê azul de cervo, todos estavam muito felizes. Era o aniversário de Zee, uma festa linda que seus amigos

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e familiares haviam feito para ele, muito especial. Zee Griston, feliz aniversário. O maior Zee fez um desejo na hora de assoprar as velinhas, e desejou algo em segredo. Zee Griston é um garoto caído, jogado em meio ao campo de trigo e cevada, usando roupas douradas como as lágrimas que saíram de seus olhos. Zee Griston, acordando como sol. Mercurius.

CAPÍTULO 17M i l ê n i o S a g r a d o

Zee mergulhou no seu livro Os Olhos do Armagedom, indo parar na Babilônia antiga, onde encontrou uma linda bor-boleta laranja tocar o deserto. Zee logo tirou sua roupa de

colegial e foi mergulhar em um oceano cristalino, quando recebeu do vento um escudo Z. Então, Zee volta para a Catedral; lá nevava muito. Zee prendeu-se ao seu crucifixo. Peeto Secrets. O império. Gato Curioso. Não importa o tamanho da plateia, mas sim, o tamanho do seu trabalho. Overladius.

Zee estava ouvindo o disco do Billy Ventura quando recebeu uma carta de uma amiga, Marcelle.

Em Kimbulândia era frio, às vezes. Zee vestia um cachecol, ca-sacos de tricô, moletons, kabans pretos, túnicas e suas luvas mágicas.

O cabelo de Zee agora estava liso com leves ondas naturais.E seus olhos continuavam castanhos esverdeados, o verde

da mãe.

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CAPÍTULO 18Q u a n d o e u c h e g u e i

Zee tinha um crucifixo que comprara. Ele o protegia e o guiava nos caminhos de Deus. Ele tinha a imagem de uma proteção do bem, sagrada, inocente de bebê. Zee não sa-

bia, mas Jesus vive e sempre viveu dentro dele e de Kimbulândia. Que Jesus esteja sempre conosco em minhas orações, que os anjos nos protejam sempre de tudo que existe, pois Deus existe e hoje eu vejo isso. Obrigado. Eu só quero seguir o caminho do bem. Zee.

CAPÍTULO 19D o n at i vo C h i l d r e n s

Zee conheceu Donativo Childrens, ela era a professora que preparava os kimbulos menores antes deles descobrirem que eram kimbulos. Ela era uma pessoa que zelava pelas

crianças e jovens para prepará-los para serem bons adultos. Ela era bondosa e generosa, sempre cultivava a Deus, plantava coisas boas e gostava de ser tratada como um ser alegre, para sempre levar alegria na casa das pessoas e ser sempre bem-vinda. E ela é bem-vinda agora e sempre.

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CAPÍTULO 20E u m e c h a m o H o l ly w o o d

Zee passou por um cachorro alado lindo. Gigante.Zee conheceu um menino chamado Hollywood. Ele era inocente, representava entretenimento e estava em Kimbu-

lândia. Zee o viu no livro Os Olhos do Armagedom, e agora eles eram amigos, ou sempre foram. Ele estava indo para perto de sua mãe.

CAPÍTULO 21O F o g o N e g r o

Para Merlin, Zee era uma joia que ostentava um segredo.Zee entrou em seu livro Os Olhos do Armagedom com seus amigos. Eles caíram em cima de uma folha de bordo. Para

entrar, era preciso dizer uma senha, a senha de Zee era “a chave”. Zee transformou-se em uma chave e abriu uma enorme porta de um Templo. Ele entrou junto com seus amigos, e viram um cla-rão. Logo, a luz se foi e Zee deparou-se com um Templo dourado. Andaram e ele encontrou uma folha de bordo no chão; quando se levantou, viu uma espada “Luminarius”, uma espada com dia-mantes e esmeraldas, com a bainha de ouro. Ela estava presa em uma rocha, Zee tentou retirá-la, mas a espada nem se moveu.

Eles caminharam e foi quando encontraram um calabouço.O templo tinha a imagem de uma ave gigante, toda de ouro

e uma fonte com águas azuis.Foi quando apareceu um gigantesco Dragão Vermelho de

Fogo que lançou em Zee e seus amigos uma grande bufada de fogo no mesmo instante. Zee transformou-se em Forever e eles lutaram. O Dragão Vermelho jogou Forever, o dragão branco pe-

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rolado, na parede. Eles lutaram bravamente, com chamas e garras, caldas e bufadas, mas Forever caiu no chão e Zee voltou a ser hu-mano e seus amigos estavam desacordados. Zee retirou a espada Luminarius e destruiu o Dragão, arrancando-lhe a cabeça, a qual deixou cair uma pena de pavão. Zee, na mesma hora, sentiu sua coroa brilhar e as asas de anjo em sua coroa levitarem. Suas mãos encontraram no chão o diamante de Draum. Zee tocou o diaman-te, que logo se transformou em uma aliança. Zee transferiu o Fogo Negro para um isqueiro dourado.

CAPÍTULO 22U m d i a pa r a s e r f e l i z , n o i t e e t e r n a

Zee encontrou-se com a Presidente Mundial da Magia Kim, que levou a espada, e, segundo Merlin, a espada dos Luminarius ficará guardada em um lugar seguro.

Zee mergulhou em seu livro e foi para Mônaco, onde encon-trou uma linda nuvem.

Cabine telefônica ioiô.Às vezes, Zee fica em baixo dos lençóis feito um fantasma.Tijolinhos de lua.O bar do ovo tinha boa bebida e boa música, a porta do bar

era um E.T. de madeira.Escrever com pena dá mais impacto.O homem de cera .A linda mulher se transformou em um cavalo branco.Zee passou pela máquina dos desejos.Perto dos patinadores no gelo.Cabelos flutuantes.Uatk contém uma super força.Livros acorrentados por correntes e cadeados e magias de

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proteção.Anjo Laurio.Swndy vestia uma linda veste roxa e lilás sobre sua pele negra.Ser um kimbulo é ser selecionado eternamente.Os anéis kimbulos.Anões diabos.Zee atravessou seu espelho e entrou em uma sala, encontrou

uma corrente com um medalhão. Ao colocar o medalhão em for-ma de dragão, Zee transformou-se em espelho, seu corpo era todo de espelho, menino espelhar.

Poltergeist.Blair. Zee estava no círculo de Salomão quando um jovem veio com

um elixir divino e Zee disse estrondosa e magicamente: “King”.Robo Little Perfect.

CAPÍTULO 23O L o r d d e Vi n h o e o S e n h o r B o c a d e C o r a ç ã o

Zee viu uma garrafa do vinho PRIMO deixada em cima de uma mesa. Zee encontrou o príncipe Teasb Valery Primeiro. Seu

Templo era todo de cristal e ele tinha a pele bem clarinha, cabelos louros, olhos azuis, lábios bem desenhados, postura de um verda-deiro príncipe e uma bondade genuína. Suas roupas eram de um azul-nuvem, calças prateadas e sapatos negros como um leopardo.

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CAPÍTULO 24A L e a l d a d e d e K i m b u l â n d i a

Kimbulândia sempre será leal e fiel a quem for merecedor. Por Amor.Deus. Zee ficou ao lado de Marina Capucci, Zlod.

As provas acabaram bem.Zee, após derrotar o Dragão Vermelho, ganhou uma peque-

na estátua do mago, igual à que havia no governo Mundial Kim, um mago de pedra segurando uma maçã de ouro sobre uma terra invisível.

Toda a escola aplaudiu alegremente.Zee finalizou o ano com decência, honra e dignidade, comen-

do pudim em uma festa dourada.Vamos nos encontrar no terceiro ano, amigos, unidos, apai-

xonados. E tudo isso, Lowd apareceu novamente, agora como ho-mem. A maldição se foi, ele era tio de Zee, Gerônimo.

— Essa magia me leva quando estou aqui! — Zee Griston.Doce mel, doce amor, carrossel. Primórdios da magia.

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Editor responsávelJoão Lucas da Cruz Schoba

Assistente editorialTalita Caroline Paes

Projeto gráfico (capa e diagramação)Francis Manolio

RevisãoRúbia Pravatta | Talita Caroline Paes

Este livro foi impresso em São Paulo, em novembro de 2015,pela Bartira Gráfica e Editora para a Editora Schoba.

A fonte usada no miolo é Adobe Garamond Pro, corpo 13/17,5.

Este livro foi impresso em papel Pólen Bold 90 g/m².