Introduo Educao a Distncia
Araci Hack CatapanElisa Maria Quartiero
Nilza Godoy GomesRoseli Zen Cerny
1 Edio e 1 ReimpressoFlorianpolis, 2009.
1 Perodo
Projeto GrficoCoordenao: Prof. Luiz Salomo Ribas GomezEquipe: Gabriela Medved Vieira Pricila Cristina da Silva
Equipe de Desenvolvimento de MateriaisLaboratrio de Novas Tecnologias - LANTEC/CED
Coordenao Geral: Andrea LapaCoordenao Pedaggica: Roseli Zen Cerny
Material Impresso e HipermdiaCoordenao: Thiago Rocha OliveiraAdaptao do projeto grfico: Laura Martins Rodri-gues, Thiago Rocha OliveiraDiagramao: Laura Martins RodriguesIlustraes: Thiago Rocha Oliveira, Andr Rodri-gues, Thiago Felipe VictorinoReviso gramatical: Gustavo Andrade Nunes Freire, Marcos Eroni Pires
Design InstrucionalCoordenao: Isabella Benfica BarbosaDesign Instrucional: Ana Paula Mller de Andrade, Juliana Machado
Governo FederalPresidente da Repblica: Luiz Incio Lula da SilvaMinistro de Educao: Fernando HaddadSecretrio de Ensino a Distncia: Carlos Eduardo BielschowkyCoordenador Nacional da Universidade Aberta do Brasil: Celso Costa
Universidade Federal de Santa CatarinaReitor: Alvaro Toubes PrataVice-Reitor: Carlos Alberto Justo da Silva
Secretrio de Educao Distncia Ccero BarbosaPr-Reitora de Ensino de Graduao: Yara Maria
Rauh MullerPr-Reitora de Pesquisa e Extenso: Dbora Peres
MenezesPr-Reitora de Ps-Graduao: Maria Lcia CamargoPr-Reitor de Desenvolvimento Humano e Social: Luiz
Henrique Vieira da SilvaPr-Reitor de Infra-Estrutura: Joo Batista FurtuosoPr-Reitor de Assuntos Estudantis: Cludio Jos AmanteCentro de Cincias da Educao: Wilson Schmidt
Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas na Modalidade a DistnciaDiretora Unidade de Ensino: Yara Maria Rauh MllerCoordenador de Curso: Maria Mrcia Imenes IshidaCoordenador de Tutoria: Zenilda Laurita BouzonCoordenao Pedaggica: LANTEC/CEDCoordenao de Ambiente Virtual: Hiperlab/CCE
Copyright 2009 Universidade Federal de Santa Catarina Biologia/EaD/UFSCNenhuma parte deste material poder ser reproduzida, transmitida e gravada sem a prvia autorizao, por escrito, da Universidade Federal de Santa Catarina.
Ficha catalogrficaIn894
Introduo educao a distncia / Araci Hack Catapan ... [et al.] . 1. ed e 1. reimpr. - Florianpolis : Biologia/EaD/UFSC, 2009.
122p. : 28cm
ISBN: 978-85-61485-04-7
1. Educao a distncia. 2. Ensino superior. I. Catapan, Araci Hack.
CDD 374.4
Elaborada por Rodrigo de Sales, supervisionado pelo Setor Tcnico da Biblioteca Universitria da Universidade Federal de Santa Catarina
Sumrio
Captulo 1 .......................................................... 91.1 Como o aluno adulto aprende .......................................................111.2 Construindo Estratgias de Aprendizagem ...............................141.3 Orientaes para o estudo na modalidade a distncia .........171.4 Explorando os materiais didticos de seu curso ......................22
Bibliografia comentada ....................................................25
Captulo 2 ........................................................ 272.1 Desafios para a formao do Ensino Superior ..........................292.2 Definies e caractersticas da Educao a Distncia ............332.3 Organizao e operacionalizao de cursos na
modalidade a distncia .....................................................................402.4 Histrico da Educao a Distncia ...............................................42Um cenrio futurista? ...............................................................................60
Bibliografia comentada ....................................................62
Captulo 3 ........................................................ 673.1 A EAD no Brasil .....................................................................................693.2 A Educao a Distncia no Ensino Superior ..............................703.3 EaD e Formao de Professores .....................................................75
Bibliografia comentada ....................................................82
Captulo 4 ........................................................ 894.1 A tecnologia como expresso da inteligncia humana ........914.2 O uso dos meios na Educao a Distncia .................................95
Bibliografia comentada ..................................................120
Apresentao
Caro/a aluno/a
Voc est iniciando um curso de graduao na modalidade a distncia.
Para que tenha o melhor aproveitamento neste Curso importante que
compreenda a constituio desta forma de fazer educao: a distncia.
uma modalidade de educao que tem caractersticas prprias, um longo
histrico e diversos autores que tm se dedicado a pesquisar e desenvolver
conhecimento nesta rea.
A nossa inteno nesta disciplina criar um espao de discusso sobre as
concepes pedaggicas que envolvem esta modalidade de ensino, assim
como estruturar alguns princpios que organizem o seu estudo durante o
Curso.
Nesse sentido, o primeiro captulo discute as caractersticas da aprendizagem
do aluno adulto, os diferentes estilos de aprendizagem e finaliza apontando
formas de organizao do estudo do aluno na modalidade a distncia. O
segundo captulo apresenta a constituio histrica da educao a distncia,
em nvel mundial e no Brasil, assim como as principais caractersticas e
definies desta modalidade de fazer educao. No terceiro, discutido
diferentes projetos de educao a distncia organizados para o ensino superior,
com nfase nos cursos de graduao. Os meio de comunicao que podem
viabilizar a realizao de cursos nesta modalidade ao aproximar professores e
alunos distantes geograficamente, so analisados no captulo quatro.
Acreditamos que este embasamento indispensvel para que voc se
localize em relao a esta modalidade de ensino e possa se entender
como um aluno de um curso de formao de professores na modalidade a
distncia.
As autoras
Captulo 1Aprender a Estudar a Distncia
11
CAPTULO 01Aprender a Estudar a Distncia
1 Aprender a Estudar a Distncia
Neste captulo voc vai estudar as caractersticas da aprendizagem do alu-
no adulto, identi car suas estratgias de aprendizagem e, a partir da,
organizar o seu estudo para a modalidade a distncia.
1.1 Como o aluno adulto aprende
Partimos do pressuposto de que o aluno, ao desenvolver maior co-
nhecimento de suas caractersticas individuais de aprendizagem, pode-
r planejar seu mtodo prprio de estudo, levando em conta os fatores
que, de acordo com a auto-observao, so mais relevantes para o seu
rendimento pessoal e para uma experincia signi cativa. Isso possvel
se voc compreender as concepes, atitudes e habilidades que consti-
tuem e apiam o seu processo de estudo. Para isso necessrio:
desenvolver as capacidades de procurar, localizar, gerir e anali-sar criticamente a informao disponvel;
delinear e cumprir um programa de gerenciamento pessoal;
aprender por si prprio, mas sem esquecer que a interao com outros fundamental para que a aprendizagem acontea.
Portanto, durante sua trajetria de estudante, procure formar um
grupo de estudos com seus colegas para trocar idias e discutir concei-
tos considerados importantes, seja presencialmente ou atravs das fer-
ramentas de comunicao.
As pesquisas sobre auto-aprendizagem sugerem que no podemos
oferecer um nico roteiro de estudo para todos os alunos, pois eles tm
estilos de aprendizagem distintos e isto acabaria inibindo toda a riqueza
da experincia adquirida anteriormente.
A auto-aprendizagem deve enfatizar a relao direta en-tre o estudante, os materiais didticos, seus contedos e a forma de mediao entre o estudante e o professor.
Introduo Educao a Distncia
12
Consideramos importante para o seu sucesso nesta trajetria na
modalidade a distncia conhecer um pouco mais sobre aprendizagem
em situao de educao formal. Voc sabe quais so os principais est-
mulos dos adultos em processo de formao?
Estudiosos dessa rea identi caram algumas caractersticas que fa-
vorecem o processo de aprendizagem:
Atingir objetivos concretos: os adultos sentem-se motivados para a aprendizagem quando sabem que aquele conhecimen-to vai auxili-los em questes prticas do seu cotidiano. Pare e pense! Quais os objetivos que o levaram a escolher este curso? Por certo voc elencaria vrios motivos facilmente. importan-te t-los presentes para orientar a sua trajetria.
Valorizao da sua experincia de vida: os adultos ingressam em uma atividade educacional com uma quantidade e qualida-de de experincias maiores do que os jovens, pelo simples fato de terem vivido muito mais tempo. Na sua atividade de estudo procure relacionar os novos conhecimentos s suas experincias e s situaes da vida real.
Motivao para aprender: os adultos respondem a alguns est-mulos externos, utilizados para motivar o aprendizado (notas nas provas, premiaes, perspectivas de promoes ou melhores empregos), porm os motivadores mais potentes so internos, relacionados com maior satisfao no trabalho, elevao da auto-estima, melhoria na qualidade de vida. Mesmo tendo presentes os motivadores internos citados, muitas vezes a aprendizagem bloqueada por barreiras, tais como um autoconceito negativo, falta de oportunidades e recursos e a escassez de tempo. Encare este curso como uma nova etapa de sua vida e acredite que sua dedicao ser o fator-chave para um bom desempenho.
Aretio (1994), pesquisador dos processos de educao a distn-
cia, argumenta que a grande vantagem da aprendizagem dos adultos
ser uma atividade que ocorre voluntariamente e apoiada numa gran-
de bagagem de experincias. Assim, ele aponta algumas caractersticas
consideradas fundamentais para a aprendizagem na vida adulta:
A aprendizagem uma atividade interna.
regida por motivaes intrnsecas e favorecida pelos estmulos externos.
Knowles, Malcon (1970); Houle, Cyril (1961); Swank, E.
(2000)
Aprender a Estudar a Distncia
13
CAPTULO 01
mais rica quando baseada na interdisciplinaridade.
mais efetiva quando os objetivos a atingir esto claros.
O clima afetivo do grupo um condicionante para a aprendizagem.
Deve contemplar os diferentes estilos de aprendizagem, necessi-dades e experincias vividas dos alunos adultos.
Um adequado conhecimento das di culdades, situaes, estilos e mo-
tivos da aprendizagem do adulto auxilia na construo de estratgias que
favoream a organizao e controle do processo de auto-aprendizagem.
importante que voc conhea e identi que as caractersticas dos
adultos em processo de aprendizagem. Pelo fato de estar ingressando
num curso a distncia, grande parte das estratgias de estudo devem ser
desenvolvidas por voc mesmo, levando em considerao as especi ci-
dades do seu processo de aprendizagem.
Para auxili-lo nesta tarefa, disponibilizamos um quadro com os
fatores condicionantes da aprendizagem do aluno adulto. Faa a leitura
e identi que aqueles fatores que voc considera vlidos a partir do seu
prprio processo de aprendizagem e de seus colegas.
Sua turma ser heterognea em relao idade, interesses, ocupao, motivao, experincias e aspiraes.
J estar inserido no mercado de trabalho.
Seus interesses so: bem-estar, ascenso social e no trabalho, famlia, auto-estima.
Muita preocupao com os resultados (no posso fracassar, no posso perder tempo).
Insegurana, suscetibilidade a observaes e crticas.
Vergonha de se expor diante dos colegas.
exigido pelo meio social e do trabalho, com a necessidade de satisfa-zer as expectativas criadas.
Cansado pelo trabalho, s vezes mal alimentado, s vezes sonolento. Estuda enquanto os outros descansam.
Conhecimentos adquiridos podem atrapalhar a aquisio de novos.
De todos os fatores que infl uem na aprendizagem, o mais importante consiste no que o aluno j sabe (AUSU-BEL, 1976)
Introduo Educao a Distncia
14
Mente preocupada, raciocnio pausado e sempre fazendo relaes.
Conhecimentos e fontes heterogneas, s vezes contraditrias.
Traz o peso de experincias escolares frustrantes.
Possui hbitos, valores, atitudes e padres de conduta estabelecidos.
Integra o novo ao conjunto de suas aquisies anteriores. Busca conse-qncias prticas e reais. Pergunta para entender melhor.
Fatores Condicionantes da Aprendizagem do Adulto (PALLADINO, 1981)
Acreditamos que conhecer pesquisas sobre a aprendizagem dos
adultos auxilia os alunos a conhecer e identi car caractersticas comuns,
estimulando a autonomia, a capacidade de auto-avaliao e de trabalho
em equipe, condies desejveis para quem ingressa em cursos na mo-
dalidade a distncia.
1.2 Construindo Estratgias de Aprendi-zagem
certo que o conhecimento e a aprendizagem nunca foram to
valorizados como atualmente, tornando os processos de aquisio do
conhecimento uma habilidade extremamente importante. A responsa-
bilidade pela busca das informaes que podem gerar conhecimentos
no mais somente do professor. Os dados e informaes esto dispo-
nveis em diferentes meios, e cabe a voc, aluno, a busca por elas. A
escola ser um entre muitos outros dos ambientes em que ser pos-
svel adquirir conhecimentos. Neste cenrio, importante para o aluno
gerar e no s consumir conhecimento (VALENTE, 2000).
Aprender a Estudar a Distncia
15
CAPTULO 01
Na trajetria escolar de alunos, constatamos que, geralmente, so
encorajados a ser receptores passivos de informaes e incorporam a
crena de que a aprendizagem depende de um professor, aquele que sabe
e conduz toda a dinmica das aulas. Esse modelo no auxilia os alunos a
desenvolver a autonomia necessria para a sua aprendizagem e assim con-
tinuar aprendendo por toda a vida. O ideal seria um sistema educacional
que estimulasse o aluno a buscar a informao, aprender como us-la,
convertendo-a em algo pessoal, tornando-se um aprendiz permanente e
desenvolvendo as habilidade de caador-ativo (VALENTE, 2000).
Certamente, as pessoas aprendem a adotar predisposies que
variam num contnuo entre a de caador-ativo e a de recep-
tor-passivo. Adotar sistematicamente uma ou outra contra-
produtivo. A de caador-ativo por ser efetivada nos primeiros
anos de vida; porm, quando as coisas comeam a car mais
complexas e exigem conhecimentos mais so sticados, a leitura
de um livro ou a busca de informao na Internet pode no ser
su ciente. Por outro lado, assistir a aulas sobre todos os novos
assuntos tambm no a melhor soluo.
Entretanto, a soluo no substituir uma predisposio pela
outra. Na verdade, o melhor saber quando us-las e em quais
Saber dar conta sozinho de situaes complexas, mas tambm co-
laborar, orientar-se nos deveres e necessidades mltiplas, distin-
guir o essencial do acessrio, no naufragar na profuso das in-
formaes, fazer as boas escolhas segundo boas estratgias, gerir
corretamente seu tempo e sua agenda. A exigncia conjugada de
todas estas competncias representa ao mesmo tempo uma capa-
cidade de gesto de sua prpria conduta.
Introduo Educao a Distncia
16
contextos, embora a nossa cultura, a escola e os meios de co-
municao acabem reforando a atitude de receptor-passivo.
As duas modalidades so necessrias para que o sujeito possa
ser um efetivo aprendiz. fundamental que cada sujeito tenha
conhecimento sobre o que a aprendizagem, sobre seu estilo
pessoal de aprender e sobre quando pode adquirir conheci-
mento usando a estratgia de buscar e interpretar a informa-
o ou participar de atividades especialmente planejadas para
aprender um determinado assunto.
Fonte: VALENTE, 2000
Como estudante na modalidade a distncia voc mesmo que vai
organizar suas estratgias de estudo. O objetivo que se torne um apren-
diz e ciente e autnomo. E isso s ser facilitado se compreender como
aprende e como poder melhorar seu desempenho como aprendiz.
Cavellucci nos auxilia a compreender o nosso estilo de aprendiza-
gem. Inicialmente importante ter claro que diversos fatores in uen-
ciam positivamente ou negativamente o nosso modo de aprender, tais
como o ambiente fsico, cognitivo, afetivo, cultural e scio-econmico.
Entender como estes fatores nos afetam, conhecer nossos pr-prios processos de aprendizagem e aprendermos como aprender devem ser nossas principais armas para conseguirmos a exibi-lidade necessria a essa nova realidade, porm o caminho para atingirmos este objetivo to individual quanto o processo de aprendizagem em si. (Cavellucci, 2003, 1-2)
Alguns alunos esto mais propensos a focalizar mais fatos, dados,
gr cos, enquanto outros se sentem mais atrados por teorias e modelos
matemticos. Alguns podem responder positivamente a informaes
visuais, na forma de guras e vdeos, diagramas e esquemas, enquan-
to outros conseguem mais a partir de informaes escritas, e h ain-
da aqueles que respondem bem a informaes orais, a explanaes e
O pior inimigo do estudante a distncia o adiamento. O hbito de deixar para depois
as leituras, os trabalhos, os prazos, a soluo dos
problemas de compreenso, a consulta ao professor nos
casos de difi culdade.
Aprender a Estudar a Distncia
17
CAPTULO 01
discusses. Uns preferem aprender em grupo, outros j preferem um
estudo individual.
Podemos ter maior sucesso no processo de aprendizagem se desen-
volvermos diferentes estratgias para lidar com as informaes em suas
diferentes formas. Ou seja, ter a capacidade de buscar, valorar, selecio-
nar, estruturar e integrar a informao. Essas habilidades so considera-
das centrais para a convivncia na sociedade da informao.
a tomada de conscincia de todos estes aspectos, por uma cons-
tante retomada de suas prprias preferncias, das suas vantagens e limita-
es, que pode favorecer o seu processo de aprendizagem, tornando seu
aproveitamento acadmico um processo de aprendizagem signi cativa.
1.3 Orientaes para o estudo na modalidade a distncia
Parece difcil comear a estudar sem a presena diria do professor,
uma situao a que no estamos acostumados, mas acredite: pode ser
muito interessante. Voc ter o desa o de descobrir qual seu estilo de
aprendizagem e a partir da traar suas estratgias de estudo e ir adqui-
rindo autonomia.
A autonomia no uma simples qualidade, mas um modo supe-rior de conduta integrada (meta-conduta); e, para a maior parte dos indivduos, esta conduta no faz parte de seu repertrio, ela deve ser aprendida. (LINARDI, 2001)
A primeira coisa a fazer organizar seu tempo de estudo e, dentro
dele, em que momentos voc estar disponvel para interagir com seus
colegas, professores e tutores. Para tanto, importante criar rotinas. Uma
das sugestes estabelecer metas dirias. Procure cumprir essas metas e,
assim, voc ter a certeza de que capaz de vencer, em pequenas etapas,
A Sociedade da Informa-o o advento de novas formas de organizao e de produo em escala mundial, redefi nindo a insero de pa-ses na sociedade internacio-nal e no sistema econmico mundial. Fonte: Sociedade da Informao no Brasil: Livro Verde, 2000
A aprendizagem dita sig-nifi cativa quando uma nova informao (conceito, idia, proposio) adquire signifi ca-dos para o aprendiz atravs de uma espcie de ancora-gem em aspectos relevantes da estrutura cognitiva pree-xistente do indivduo, i.e., em conceitos, idias, proposies j existentes em sua estrutura de conhecimentos (ou de sig-nifi cados) com determinado grau de clareza, estabilidade e diferenciao (MOREIRA, 2005, p.5).
Introduo Educao a Distncia
18
as tarefas que parecem um desa o muito grande. Caso contrrio, as tare-
fas se avolumam e na ltima hora ser impossvel dar conta de todas.
Procure esclarecer suas dvidas rapidamente. No deixe que elas
se acumulem porque podem bloquear o seu estudo para os contedos
subseqentes da disciplina. Uma boa opo discutir essas dvidas com
seus tutores e colegas de curso. Para isso, use e abuse dos meios de
comunicao disponveis neste curso.
Para ajud-lo, indicamos um roteiro com os pontos principais a se-
rem seguidos para melhor organizar seu estudo:
1. Passo: Organize-se.
Ao avaliar as disciplinas que compem a estrutura curricular de seu
curso, voc poder considerar que tem uma tarefa muito grande pela
frente. O estabelecimento de uma agenda do que e quando precisa ser
feito o ajudar a estabelecer um mtodo prprio de estudo. Primeira-
Para o sucesso da aprendizagem, o engajamento do estudante
fundamental. Voc precisa:
a. dar valor ao estudo e s tarefas a serem cumpridas;
b. manter viva a auto-estima e con ar na sua prpria capacidade;
c. evitar a recepo passiva e optar pela interao constante;
d. planejar seu horrio e gerenciar seus prazos;
e. de nir os melhores locais de estudo (casa, trabalho);
f. avaliar constantemente o desenvolvimento de sua aprendizagem;
g. exercer o esprito crtico e autocrtico;
h. descobrir formas adequadas de superar di culdades mo-
mentneas;
i. interagir sempre com os tutores e os professores.
Fonte: http://www.univirtus.com.br
Estas orientaes esto base-adas no livro Tcnicas para
Estudar com Sucesso, de Andrew Northedge.
Aprender a Estudar a Distncia
19
CAPTULO 01
mente, voc deve ter uma noo das tarefas de cada uma das disciplinas
que est cursando durante o semestre. Isso vai suscitar dois tipos de
problema: reservar um tempo su ciente e us-lo com e cincia.
2. Passo: Administre o tempo.
Diariamente temos vrios compromissos: familiares (levar as crian-
as escola, ir ao supermercado, levar o carro o cina, levar a me ao
mdico...), de trabalho (planejar as aulas, cumprir horrios, participar
de reunies, corrigir trabalhos de alunos...) e de lazer (assistir quele
lme, fazer uma caminhada, almoar com a famlia, sair com os ami-
gos...). Todos eles so importantes. A primeira pergunta a fazer qual o
espao na sua agenda que voc vai destinar para o seu curso? Essa uma
escolha que pode mudar a sua vida. Para realizar uma boa formao e
ser um pro ssional competente voc precisar dedicar um tempo para
leituras e resoluo das atividades, acessar o ambiente de aprendizagem
e participar dos encontros presenciais no seu plo de apoio.
Para isso, um bom exerccio organizar um quadro de horrios,
incluindo todas as suas atividades. Procure calcular o tempo de estudo
de que voc ir dispor e sua localizao na semana.
Veja o exemplo abaixo:
seg ter qua qui sex sb dom
manh
tarde
noite
Tente ! Planejar a melhor alternativa.
3. Passo: Use o tempo com efi cincia.
Muito bem, agora que voc j conseguiu organizar sua agenda
de estudo, necessrio us-la com e cincia.
Planejar ver em longo prazo e seguir atentamente a progresso da aprendizagem. Um bom planejamento neces-sita de algumas ferramentas: um calendrio, uma agenda, um quadro de horrios dirio/semanal, uma lista de tarefas a cumprir cada semana.
Fonte: http://www.univirtus.com.br
Introduo Educao a Distncia
20
s vezes no conseguimos aproveitar bem o tempo que destina-
mos para realizar determinadas tarefas, ocasionando um sentimento de
frustrao por no ter conseguido cumprir o planejado. Para evitar isso,
concentre-se no que voc se props a fazer, deixando as outras tarefas
para o momento agendado. Procure fazer uma coisa de cada vez.
Outra sugesto que voc aprenda a determinar quanto tempo
precisa para certas tarefas e quanto tempo car trabalhando nelas.
Voc ver que certas tarefas vo exigir que esteja razoavelmente
descansado e com um perodo mais longo de tempo para realiz-las.
Outras podem ser realizadas em perodos mais curtos ou executadas
quando voc estiver mais cansado. Faa pausas peridicas durante as
horas de estudo. Sugerimos uma pausa de 10 minutos a cada 50 minutos
de atividades.
Para conseguir o melhor de si, importante que voc tenha pre-
sente seu estilo de aprendizagem, inclusive identi cando os momentos
mais propcios para o estudo. Procure fazer relaes entre o estudo das
diferentes disciplinas: tarefas dedicadas a uma disciplina podem e de-
vem contribuir para a aprendizagem de outras. Evite prender-se a um
tpico isoladamente.
4. Passo: Destine um local para estudar.
Procure determinar um local onde possa estudar cotidianamente,
de preferncia sem ser perturbado, com possibilidade de espalhar seus
livros e materiais num ambiente bem iluminado e arejado. Deixe dispo-
nveis calculadora, canetas, blocos de anotaes e um bom dicionrio.
Comece a construir seu acervo de material bibliogr co para eventuais
consultas. Desde o incio do curso procure arquivar o seu material im-
presso, anotaes, leituras complementares em pastas ou arquivos iden-
ti cados, permitindo facilmente sua recuperao. Mantenha sempre
Aprender a Estudar a Distncia
21
CAPTULO 01
atualizado o seu arquivo, pois voc poder recorrer rapidamente aos da-
dos, quando necessrio. Caso voc seja professor, esse recurso lhe ser
muito til no seu trabalho docente.
Localize um cantinho que seja seu, por mais simples que lhe
possa parecer.
5 Passo: Crie seu grupo de estudo.
To importante quanto criar hbitos individuais de estudo saber
estudar em grupo. Trabalhar de forma colaborativa alimenta um senti-
mento de ajuda mtua em que a participao de cada um fundamental
para o bom desempenho de todos. A presena de colegas e amigos ajuda
a enfrentar desa os, compartilhar experincias e manter a motivao.
As relaes interpessoais possuem a qualidade de estimular a estabilida-
de afetiva, na forma de con ana, auto-respeito e auto-aceitao; alm
do mais, proporcionam um clima positivo para aprender.
6 Passo: Freqente o seu plo de apoio.
Neste Curso voc conta com uma estrutura de espaos fsicos es-
pecialmente organizados para auxiliar o seu estudo. Nele os estudantes
podero contar com biblioteca, computadores conectados rede ele-
trnica, equipamentos para realizao de videoconferncias, salas de
estudo e para os encontros presenciais, assim como suporte tcnico e
administrativo de seus tutores.
fundamental a freqncia regular ao plo para manter-se inte-
grado ao curso. Voc vai encontrar os colegas de curso e estar em con-
tato com seu tutor. Lembre-se de que o tutor responsvel por fazer a
mediao entre voc, o professor e os contedos, acompanhando toda a
sua trajetria durante o curso. O tutor o ajudar a no se sentir sozinho;
ele estar disponvel para esclarecer suas dvidas, receber as atividades
de aprendizagem e ir orient-lo sobre a melhor forma de estudar. O seu
Introduo Educao a Distncia
22
envolvimento e participao nas atividades propostas muito impor-
tante para o sucesso da sua formao.
7. Passo: Acesse regularmente o ambiente de aprendizagem.
Os ambientes virtuais constituem uma possibilidade fantstica de
comunicao, interao e colaborao. As ferramentas disponveis so
vrias e permitem:
apoiar e ampliar os espaos de discusso e dilogo entre todos os participantes do curso;
oportunizar um espao de pesquisa;
favorecer o acesso a recursos de aprendizagem, como vdeos, animaes, simulaes, entre outros.
Nesse sentido, voc dever ter uma participao ativa nesse proces-
so, comprometendo-se consigo prprio e com o grupo de que faz parte,
respeitando as regras estabelecidas.
necessrio dedicar uma quantidade signi cativa de seu tempo
semanal para acessar o ambiente de aprendizagem, pois nesse espao
estaro disponveis todas as notcias e orientaes sobre as disciplinas e
o curso, alm dos contedos programticos a serem estudados.
1.4 Explorando os materiais didticos de seu curso
Material Impresso
Nas aes de educao a distncia contamos com um sistema es-
pecialmente planejado, com recursos para viabilizar o seu estudo. Voc
dispe de tutoria, gesto, avaliao, comunicao, formao continuada,
grupos de pesquisa, assim como materiais didticos elaborados para fa-
cilitar o ensino e a aprendizagem. Voc ter oportunidade para apren-
Aprender a Estudar a Distncia
23
CAPTULO 01
der a usar as mediaes das tecnologias na educao. Use-as de forma
crtica e criativa.
Procure utilizar o material impresso de maneira integrada com os demais recursos didticos: ambiente virtual, videoconfern-cias e os encontros presenciais.
Anote as dvidas que surgirem durante a leitura e esclarea-as com os tutores.
Leia atentamente cada captulo para entender todo o assunto.
Preste ateno nos quadros, links, glossrios e ilustraes, pois eles contm mensagens importantes.
medida que for lendo, faa pausas para compreender o que foi lido.
Tenha o hbito de fazer esquemas e anotaes ao longo dos textos.
Utilize a margem lateral das pginas para suas anotaes.
Voc no aprender e cientemente a menos que se torne inte-ressado pelo assunto de alguma maneira. Identi que no conte-do que pontos mais lhe interessam e que tm mais relao com sua atividade pro ssional.
Antes de prosseguir, volte ao incio de cada captulo e veri que se atingiu os objetivos. Caso no os tenha atingido, reveja os materiais didticos ou entre em contato com seu tutor.
Ambiente Virtual de Aprendizagem
O primeiro passo no uso do ambiente ter os conhecimentos bsicos no uso da Internet. Procure o apoio dos tutores.
Seja aberto, exvel, honesto e assuma a responsabilidade pela sua formao. Encare este espao como uma forma de interao com o outro.
No uso das ferramentas de comunicao do ambiente tenha a mente aberta para compartilhar detalhes da sua vida pro ssio-nal e outras experincias educacionais. O compartilhamento das idias crucial neste processo.
Algumas habilidades so importantes para o dilogo por meio dos recursos eletrnicos, entre as quais: saber elaborar pergun-tas e respostas; lidar com questes emocionais sob a forma de
Na EaD o aluno precisa acei-tar o papel diferente do pro-fessor e saber que a aprendi-zagem vem da interao com todos os envolvidos (PALLOFF & PRAT, 2004).
Introduo Educao a Distncia
24
texto; criar uma imagem mental dos interlocutores durante a co-municao; personalize o que comunicado.
Participe dos fruns de discusso propostos. No uma boa estra-tgia car s observando. Se inicialmente voc se sente inseguro em manifestar sua opinio por escrito, ver que em pouco tempo a comunicao ir uir naturalmente; mas preciso ser insistente.
Apenas acessar regularmente o ambiente de aprendizagem no con gura sua participao; procure sempre contribuir nos espa-os disponveis para troca de idias e informaes.
Quando navegamos na Internet, facilmente nos perdemos na profuso de informaes disponveis. Aprenda a administrar seu tempo quando estiver navegando na rede e a manter seu objetivo de estudo.
Por m, veri que quando, onde e como voc aprende mais e melhor e siga em frente!
Acreditamos que voc poder planejar seu mtodo prprio de
estudo levando em conta os fatores que de nem a sua forma de apren-
der, criando estratgias que favoream este processo. A sua organizao
e disciplina de trabalho so elementos centrais para o sucesso em um
curso na modalidade a distncia.
Resumo
Neste captulo procuramos orient-lo para o estudo na modalidade
a distncia. Acreditamos que, se voc desenvolver maior conhecimento
de suas caractersticas individuais de aprendizagem, poder planejar seu
mtodo prprio de estudo, levando em conta os fatores que, de acordo
com a auto-observao, so mais relevantes para o seu rendimento pes-
soal e para uma experincia signi cativa. O roteiro para organizao do
estudo o ajudar a iniciar o desa o de ser um estudante na modalidade
a distncia. Procure conhecer os materiais disponveis para esse curso e
use-os de maneira integrada com todos os recursos didticos que esto
sua disposio. Explore suas habilidades diante de todas as alternativas
oferecidas ao longo da formao.
Procure conhecer seus colegas, acessando a ferramenta perfi l.
Aprender a Estudar a Distncia
25
CAPTULO 01
Bibliografi a comentada
ANDREW, Northedge. Tcnicas para estudar com sucesso. Traduo Susana Maria Fontes e Arlene Dias Rodrigues. (s.l.): The Open University. Florianpolis: Ed. Da UFSC, 1998.
Tcnicas para estudar com sucesso um texto que se destina a oferecer ao estudante informaes espec cas sobre o estudo, preparando-o para o bom desempenho no processo educacional.
TAVARES, Romero. Aprendizagem Signi cativa. Disponvel em http://www.fi sica.ufpb.br/~romero/port/trabalhos.htm. Capturado em 01.08.2005.
O autor discute que, na medida em que o indivduo autnomo, ele capaz de captar e apreender outras circunstncias de conhecimentos assemelha-dos e de se apropriar da informao, transformando-a em conhecimento.
PRETI, Oreste. Autonomia do Aprendiz na Educao a Distncia: signifi cados e dimenses. Disponvel em:
http://www.nead.ufmt.br/documentos/Autonomia_-_Oreste_i07.doc Captu-rado em: 25/07/2005.
O estudar sem a presena regular de colegas e professores desa a o aluno a superar suas limitaes pessoais e desenvolver sua capacidade de aprender autonomamente - este o enfoque da discusso apresentada no texto do Prof. Oreste.
RefernciasANDREW, Northedge. Tcnicas para estudar com sucesso. Traduo Susana Maria Fontes e Arlene Dias Rodrigues. (s.l.): The Open University. Florianpolis: Ed. UFSC, 1998.
ARETIO, Lorenzo Garcia. Educacin a distancia hoy. Madrid: Uned, 1994.
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CARMO, Hermano Duarte de Almeida e. Ensino superior a distncia: contexto mundial. Lisboa: Universidade Aberta, 1997.
Introduo Educao a Distncia
26
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HOULE, C. O. The inquiring mind. Madison, WI: University of Wisconsin Press, 1961.
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KOHL, Marta. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendi-zagem. In: RIBEIRO, Vera Massago (org). Educao de jovens e adultos: novos leitores, novas leituras. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2001.
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PALLOFF, R. & PRATT, K. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Trad. Vincius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2004.
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VALENTE, Jos Armando. Criando oportunidades de aprendizagem continuada ao longo da vida. In: Ptio: Revista Pedaggica. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Captulo 2Reflexes Sobre Educao a Distncia
29
CAPTULO 02Refl exes Sobre Educao a Distncia
2 Re exes Sobre Educao a Distncia
Nosso objetivo neste captulo que voc possa se localizar em relao a esta
modalidade de ensino, entendendo sua constituio e operacionalizao.
Nesse sentido, caracterizamos a insero da educao a distncia nos pro-
cessos de formao, em diferentes nveis educacionais, com nfase nos cur-
sos de graduao. Apresentamos as principais caractersticas e de nies
desta modalidade de fazer educao, assim como sua trajetria histrica,
em nvel mundial e no Brasil, a partir dos diferentes estudiosos da rea.
2.1 Desafi os para a formao do Ensino Superior
As transformaes tecnolgicas, organizacionais e gerenciais esto
apresentando novos desa os em todas as atividades, em particular aos
trabalhadores e s instituies educacionais. Novas formas de organi-
zar o trabalho educativo so colocadas. Entre elas, aparecem com des-
taque as discusses sobre a modalidade de educao a distncia, um
tema no to recente, mas que ganha novo flego a partir dos atuais
avanos tecnolgicos, proporcionados principalmente pelas tecnologias
de informao e de comunicao. A expresso Tecnologia de Informa-
o designa toda forma de gerar, armazenar, processar e reproduzir a
informao, assim como a Tecnologia de Comunicao designa toda
forma de veicular informao. Como meios de veiculao com maior
crescimento na atualidade tm-se os computadores e a Internet.
No Brasil, principalmente na ltima dcada do sculo passado, a
educao a distncia tem ocupado um grande espao nas discusses so-
Introduo Educao a Distncia
30
bre a possibilidade de incluso de pessoas em idade adulta que querem
estudar, principalmente em cursos superiores.
Nordeste
Sudeste
Centro-Oeste
9,5% das matr. pas368.706 matrculas
7,5% da populao
Brasil 20033.887.022 matrculas176.506.041 habitantes
230.227 matrculas5,9% matr. pas7,7% da populao
624.692 matr.16,1% matr. pas27,8% da populao
745.164 matr. pas19,2% das matr. pas14,7% da populao
1.918.033 matr.49,3% das matr. pas42,4% da populao
Norte
Sul
Figura 2.1 - Matrculas do Ensino Superior.
Fonte: INEP
As atuais tecnologias de informao e de comunicao provocaram
a criao de novos hbitos de pensamento e de vida, ao mesmo tempo
em que criaram novas perspectivas educacionais. A partir de inmeros
campos de aplicao, as novas tecnologias oferecem ricas possibilidades
para o ensino superior e a pesquisa, assim como para a promoo e a di-
vulgao do saber (MAYOR,1997). Tendo como ponto de partida uma
formao bsica, o indivduo estimulado ou compelido pelas atuais
transformaes do mundo do trabalho a complementar seus estudos,
processo que recebe diferentes denominaes: formao continuada,
Refl exes Sobre Educao a Distncia
31
CAPTULO 02
educao permanente, formao ao longo da vida, mas todas com o
mesmo sentido: a necessidade de aprendizagem constante.
Em 1993, quando a globalizao e a mundializao suscitadas pelo
crescente desenvolvimento tecnolgico se manifestavam de forma con-
tundente, a Unesco (Organizao das Naes Unidas para a Cultura e a
Educao) constituiu a Comisso Internacional sobre Educao para o
Sculo XXI. Essa Comisso, organizada por meio de um colegiado, ti-
nha como responsabilidade de nir a misso dos educadores e do ensino
de maneira geral na passagem do milnio, considerando, basicamente,
a internacionalizao da economia e a necessidade de democratizar o
conhecimento para reduzir as desigualdades. A equipe foi liderada pelo
francs Jacques Delors, ex-presidente da Comisso Europia. As conclu-
ses da Comisso, conhecidas como Relatrio Delors, foram apresenta-
das em 1996. O texto reconhece o ensino como direito fundamental dos
homens e mulheres, o que se constitui em avano conceitual importante
para o novo sculo. Em outro segmento indica que, mais do que nunca,
necessrio buscar respostas e cientes para pr m angstia do pro-
ssional diante do avano ininterrupto e cada vez mais veloz das tecno-
logias e do conhecimento. O prprio Delors responde, de forma incisiva,
a esta questo: O conceito de educao ao longo de toda a vida aparece
como uma das chaves de acesso ao sculo XXI. Ou seja, a educao con-
tinuada fator condicionante do sucesso dos indivduos na nova ordem
econmica mundial (JULIO, 2002). Em conseqncia, o ensino a distn-
cia tem avanado exponencialmente em todo o mundo. Esta modalidade
apontada como a forma capaz de conciliar a necessidade da educao
continuada com a falta de tempo e as di culdades cada vez maiores de
um pro ssional estar sicamente presente em uma sala de aula.
no interior destas consideraes que se impe a discusso sobre a
educao a distncia, pois ela se apresenta como a possibilidade de extra-
polar a educao realizada no espao da sala de aula, face a face, dando
A globalizao e amundializao
O termo globalizao refere-se homogenei-zao de procedimentos e sentidos da economia entre os pases, o que en-volve tecnologias de pro-duo e sistema fi nanceiro transnacionais. Quanto mundializao, usado em referncia aos proces-sos de homogeneizao de valores, usos e costu-mes, isto , tem relao com a cultura.
a globalizao e a mundializao suscitadas pelo suscitadas pelo
DELORS, Jacques (Coord.). Os quatro pilares da edu-cao. In: Educao: um tesouro a descobrir. So Paulo: Cortez, 1998.
Introduo Educao a Distncia
32
conta das necessidades atuais de formao contnua. Ainda na dcada
de 60 do sculo XX, Marshall McLuhan, no seu artigo Aula sem pare-
des (1968), apostava que a universalizao dos meios eletrnicos faria
do mundo uma grande sala de aula sem paredes, em que todos apren-
deriam ao longo de toda a sua vida: A escola-clausura est a ponto de
tornar-se escola-abertura, ou melhor ainda, escola-planeta (p. 23). Estas
necessidades de escolaridade ultrapassam o formato da escola conven-
cional, nascida em poca histrica distinta, com diferentes necessidades,
e que hoje est sendo repensada, diante dos desa os contemporneos.
H um consenso entre os pesquisadores da rea que a educao
no pode mais car con nada ao ambiente de uma sala de aula, com o
professor como nica fonte de conhecimento e experincia educativa.
preciso enfrentar os desa os postos pelo mundo do trabalho e que es-
to afetando fortemente os pro ssionais de todas as reas, exigindo-lhes
atualizao constante e acesso a novas fontes de informao que possibi-
litam a criao de novos conhecimentos. Assim, de um lado esto os pro-
ssionais procura de novos conhecimentos, e de outro as instituies
educativas buscando novas formas de veicular estes conhecimentos. No
entanto, a educao a distncia no pode ser vista como sendo apenas
uma complementao ou como substituio educao presencial. De
modo geral, esta modalidade de educao oferece condies para atender
tanto parcela da populao que tem menos possibilidade de freqentar
um curso de graduao convencional quanto para manter a populao
altamente quali cada. Este nos parece ser o signi cado da educao a
distncia no atual momento histrico. Assim, a Educao a Distncia,
muito mais do que ser um complemento ou substituio, deve ser conce-
bida como uma aliada potencializadora do sistema educacional.
Mas, o que diferencia a educao a distncia da educao presen-
cial, j que ambas podem fazer parte do mesmo processo? Qual sua ori-
gem? Como de ni-la? Quais suas principais caractersticas?
Refl exes Sobre Educao a Distncia
33
CAPTULO 02
Para que voc possa entender a constituio terica desta rea de
conhecimento - a educao a distncia - importante conhecer a sua
constituio histrica, assim como visitar alguns dos conceitos dos
principais estudiosos sobre essa forma de educao.
2.2 Defi nies e caractersticas da Educao a Distncia
Os autores da rea apontam como diferena entre a educao pre-
sencial e a educao distncia a interao entre a fonte do estmulo edu-
cativo e o destinatrio deste estmulo. Em ambas, a fonte de estmulo
educativo o professor, e o destinatrio, o aluno. Entretanto, na educao
presencial o professor est presente maioria das atividades do aluno,
na educao a distncia, o professor se faz presente pelo uso de algum
meio de comunicao: o dilogo educativo no direto e imediato, mas
mediado.
Ao descrever as caractersticas do ensino a distncia, Holmberg
(1985) defende que toda a aprendizagem basicamente uma atividade
individual, isto , um trabalho pessoal do aluno, com um maior ou me-
nor grau de independncia e envolvimento com professores e tutores.
Nesse sentido, a base do sucesso em cursos a distncia o auto-estudo.
Segundo ele, o aluno a distncia tem muito mais possibilidades de sele-
cionar a que se dedicar do que os alunos da educao presencial, para
quem a assistncia s aulas obrigatria. Isto ocorre porque provido
de material auto-instrucional com o qual o aluno pode trabalhar sozi-
nho, geralmente, acompanhado por vasta indicao bibliogr ca, assim
como por instrues mais detalhadas sobre como estudar os contedos.
Em conseqncia, Holmberg vai de nir a educao a distncia
como um mtodo de conversao didtica guiada, idia que introduz
Introduo Educao a Distncia
34
em 1960 e ainda no superada nos dias atuais, com base no princpio
de que o carter da boa educao a distncia o de assumir o estilo de
conversao guiada, orientada para a aprendizagem, em que a presen-
a de tal conversao facilita a aprendizagem (1985, p. 23). Para que
ocorra esta conversao guiada, defende uma relao pessoal entre os
alunos e os professores, a utilizao de um material auto-instrucional
bem elaborado e uma adequada comunicao a distncia de ida e volta,
tambm chamada de comunicao bidirecional. Este termo utilizado
em ambientes de educao a distncia para caracterizar a comunicao
em que h dilogo entre o aluno e o professor ou instituio, possibili-
tando um maior apoio no processo de aprendizagem. Esse tipo de co-
municao, no ensino a distncia, torna-se possvel atravs das tutorias,
dos materiais didticos e das ferramentas de cooperao, que devem
estabelecer uma intermediao tutor-aluno. O aspecto inovador do tra-
balho de Holmberg a idia de que a aprendizagem pode ocorrer sem a
presena direta do professor. A relao entre o professor e o aluno seria
mediada pelos textos impressos e os meios de comunicao utilizados.
Alm de Holmberg, outros autores se dedicaram ao estudo e de ni-
o do que seja educao a distncia, salientando um ou outro aspecto,
como por exemplo Aretio, 1987; Fainholc, 1994; Maroto, 1995; Moore,
1996; Belloni, 1999; Barreto, 2001; Alava, 2002.
So diferentes concepes, o que di culta uma de nio mais pre-
cisa que contemple as caractersticas bsicas desta modalidade. Entre-
tanto, Aretio (1987), aps analisar um conjunto de de nies, observa
que alguns conceitos se repetem. Estes so pontos que, segundo ele, apa-
recem em quase todas as de nies, quando se intenta de nir e caracte-
rizar um curso realizado na modalidade a distncia:
1. a separao professor-aluno;
2. a utilizao sistemtica de meios e recursos tecnolgicos;
A educao a distncia um sistema tecnolgico de
comunicao de massa e bidirecional, que substitui
a interao pessoal, em aula, de professor e aluno, como meio preferencial de
ensino, pela ao sis-temtica e conjunta de di-versos recursos didticos e o apoio de uma organiza-o tutorial que propiciam a aprendizagem autnoma
dos estudantes.
Educao a distncia a aprendizagem planejada
que geralmente ocorre em lugar diverso do professor
e, por causa disso, re-quer tcnicas especiais de
desenho de curso, tcnicas especiais de instruo, mtodos especiais de
comunicao atravs de vrias tecnologias bem
como arranjos essenciais organizacionais e adminis-
trativos.
Refl exes Sobre Educao a Distncia
35
CAPTULO 02
3. a aprendizagem individual;
4. o apoio de uma organizao de carter tutorial;
5. a comunicao bidirecional.
A separao professor-aluno considerada a caracterstica bsica que
diferencia a educao a distncia da educao presencial, convencional.
No entanto, admite Aretio, estas caractersticas tambm podem ocorrer
na educao presencial. Nesse sentido, no correto estabelecer de nies
de educao a distncia que possam induzir a concepes excludentes.
Na educao a distncia, o distanciamento em tempo e espao
entre as atividades de ensino e as atividades de aprendizagem, o que
na prtica se traduz na separao professor-aluno, pode ser amenizada
com momentos presenciais, em que h interao do grupo entre si e
do professor e/ou tutor com os alunos. Nestes momentos, so realiza-
das diversas atividades e as provas individuais. Os estudiosos da rea
partem do pressuposto de que os alunos que procuram esta modalida-
de de educao no so to jovens, j possuem uma certa autonomia
de ao e no necessitam de tanta assistncia para realizar suas ativi-
dades. Nos encontros presenciais e nas atividades a distncia, o pro-
fessor da disciplina e/ou o tutor atua como mediador da aprendizagem
ao incentivar e auxiliar os alunos para superarem suas di culdades e
prosseguirem seus estudos.
A partir de meados da dcada de 1970, no Brasil, comea-se a fa-
lar em ensino centrado nos alunos, atribuindo-se ao professor, cada vez
mais, um papel de gestor das atividades da sala de aula em vez do seu
papel tradicional de centralizador do processo educativo. O termo fa-
cilitador tornou-se expresso comum para caracterizar este papel do
professor, mas a literatura disponvel hoje aponta a necessidade deste
papel ser muito mais de um mediador entre o conhecimento e as neces-
sidades e expectativas dos alunos. Por isso, estudam-se cada vez mais
Introduo Educao a Distncia
36
as formas de interao entre o professor/tutor e o aluno, para que este
seja um interlocutor ativo. Assim, pode ser superada a distncia entre as
atividades de ensino e as de aprendizagem.
A utilizao de vrios meios de comunicao a partir de diferen-
tes recursos tecnolgicos permite criar condies para a motivao do
aluno e constitui-se em um apoio de nitivo para o seu aprendizado.
A variedade de meios de comunicao objetiva tanto a complemen-
tao quanto o enriquecimento do processo educacional e depende
dos objetivos a que se destina o programa ou curso e a populao a
atingir. Assim, na educao a distncia podem ser utilizados o vdeo,
a televiso, o rdio, o fax, o computador e, pelo menos por enquanto,
o material impresso.
A educao a distncia est profundamente relacionada aos meios
de comunicao de massa pela sua caracterstica de apresentar-se como
democrtica ao proporcionar o acesso ao conhecimento a pessoas geo-
gra camente distantes ou com outro impedimento para freqentar a es-
cola presencial. A partir dessa caracterstica, os meios de comunicao
de massa so considerados recursos inestimveis para o trabalho edu-
cativo a distncia. Ao analisar as potencialidades das novas tecnologias
de informao e de comunicao, Arieto complementa: embora nem
sempre disponvel, mas pela sua caracterstica de meio de transporte
de informao verstil e muito veloz, o computador conectado rede
Internet apresenta-se hoje como um dos meios mais e cientes para se
fazer educao a distncia (2001, p. 60).
Segundo Trindade (1992), ao proporcionar ao aluno adulto a mo-
tivao para que adquira novos conhecimentos e ao colocar ao seu dis-
por os materiais adequados, lhe sero oferecidas as condies de levar
a efeito atividades de estudo de um modo autnomo e independente,
sem a presena fsica do professor. A presena do professor estaria
Comunicao de massa
Representados pelos meios de comunicao
chamados de populares, ou seja, o rdio, a televi-
so e o jornal.
comunicao de massa pela sua caracterstica de apresentar-se como pela sua caracterstica de apresentar-se como
Refl exes Sobre Educao a Distncia
37
CAPTULO 02
no material impresso produzido assim como em outros contedos ou
atividades disponibilizadas em diferentes meios de comunicao, tais
como vdeos e o ambiente virtual de aprendizagem.
Nesse sentido, o aluno, distncia, quem determina local e hor-
rio que melhor lhe convm para estudar, pelo tempo que for mais con-
veniente e de acordo com suas habilidades, possibilidades e preferncias
pessoais. ele quem determina o seu ritmo de aprendizado, o seu pro-
gresso educacional, assim como quem de ne quando precisa estudar
mais. O uso do termo aprendizado ao invs de ensino coloca a nfase no
usurio (o aluno) e no nos elementos que proporcionam a educao (a
organizao, o professor, o tutor). Portanto, segundo Trindade (1992), a
nfase deve ser colocada em quem aprende e no em quem ensina, pois
a aprendizagem autodirigida.
No sentido amplo, aprendizagem autodirigida descreve o proces-
so no qual os indivduos tomam a iniciativa de, com ou sem a ajuda
de outros, diagnosticar suas necessidades de aprendizagem, formular
objetivos de estudo, identi car os recursos humanos e materiais para
aprender, escolher e implementar as estratgias apropriadas e avaliar os
resultados obtidos nessa atividade. Estudiosos tm optado por essa ex-
presso por ser identi cada com a expresso inglesa self-directed lear-
ning, atribuda com mais freqncia aos projetos de aprendizagem de-
senvolvidos por adultos fora do sistema educativo formal. Dessa forma,
ao procurarem adquirir competncias, conhecimentos e investigaes,
os adultos contam com livros, revistas, programas de computador etc.,
todos eles criados com a nalidade de facilitar o desenvolvimento de
competncias ou a aquisio de saberes.
Atualmente, a expresso aprendizagem autodirigida tem sido bas-
tante utilizada como uma caracterstica do indivduo sintonizado com
as rpidas transformaes do mundo contemporneo e no que se con -
Ambiente virtual de aprendizagem
Termo utilizado em edu-cao a distncia para caracterizar ambientes de aprendizagem acessados por meio de redes digitais de computadores que permitem a interao en-tre os alunos, professores e tutores.
ambiente virtual de aprendizagem
Introduo Educao a Distncia
38
gurou como aprender a aprender, reconstruindo conhecimentos per-
manentemente. A Internet tem sido considerada, nesse contexto, fer-
ramenta essencial para a aprendizagem autodirigida. Diversos autores,
no entanto, acentuam que a aprendizagem autodirigida no centrada
exclusivamente no indivduo como ser isolado, podendo, inclusive, ser
promovida no espao escolar.
Apresentamos, at aqui, os atores principais do ensino realizado
distncia: o aluno, o professor e o tutor. Nesse momento, vamos destacar
um pouco a gura do tutor em um curso de educao a distncia.
A tutoria surge na educao presencial dentro do mtodo que cou
conhecido como ensino mtuo ou sistema monitoral e propunha que
um aluno treinado ou mais adiantado (decurio) deveria ensinar um
grupo de dez alunos (decria), sob a orientao e superviso de um ins-
petor. Ou seja, os alunos mais adiantados deveriam ajudar o professor
na tarefa de ensino. Essa idia resolveu, em parte, o problema da falta de
professores no incio do sculo XIX no Brasil, pois a escola poderia ter
apenas um educador com vrios monitores ou tutores. Esse mtodo,
criado pelos ingleses Andrew Bell e Joseph Lancaster, foi implantado
o cialmente no Brasil pela Lei de 15 de outubro de 1827, e vigorou at
meados do sculo XIX. Mais tarde, com o desenvolvimento do ensino
superior, a gura do monitor incorporada a este nvel de ensino. Era
exercida por alunos veteranos para auxiliar os alunos novos no estudo
das disciplinas dos cursos superiores, prestando atendimento individu-
al a cada aluno em particular ou a grupos de alunos. Com o passar do
tempo, esta funo de tutoria ganhou importncia e o aluno veterano foi
substitudo por um professor.
A tutoria passou a ser parte constitutiva da modalidade a dis-
tncia, onde ocupa um lugar fundamental no desenvolvimento de
Refl exes Sobre Educao a Distncia
39
CAPTULO 02
cursos nesta forma de fazer educao. por meio dela que est sen-
do mediado, orientado e acompanhado o trabalho pessoal do aluno.
Professor, orientador de ensino, orientador de aprendizagem, orien-
tador acadmico, tutor, professor-tutor, assessor pedaggico so de-
nominaes utilizadas para identificar o profissional que faz a me-
diao entre o aluno e os meios didticos. Cabe tutoria, portanto,
a mediao entre o aluno e os meios necessrios para a efetivao da
conversao didtica.
Na educao a distncia, as estratgias e os meios de comunica-
o como a correspondncia por correio postal e eletrnico, o telefone,
o fax, os ambientes virtuais de aprendizagem, a videoconferncia e a
teleconferncia so utilizados de forma a proporcionar a comunicao
bidirecional entre o aluno e o seu professor ou a instituio educativa
qual est vinculado. necessria essa via de mo dupla para que se esta-
belea uma comunicao contnua entre esses sujeitos e no s durante
os encontros presenciais.
Das primeiras experincias de ensino por correspondncia, expandi-
das e consolidadas no sculo XX, at o desenvolvimento de novas meto-
dologias e tcnicas a partir do advento das novas tecnologias de informa-
o e de comunicao, muito se fez no campo da educao a distncia.
Pelas suas caractersticas, a educao a distncia, ao prescindir do pro-
fessor como nica fonte de experincia educativa, por no car con nada
ao ambiente de uma sala de aula e permitindo ao aluno organizar o seu
aprendizado, apresenta-se como uma alternativa aos problemas da educa-
o convencional em um pas de dimenses continentais como o Brasil.
Atualmente, algumas tendncias esto se consolidando no cam-
po de estudos da educao a distncia, conforme ressalta Lobo Neto
(1998), ao analisar que:
No captulo 3 deste mate-rial discutiremos com mais detalhes esses meios de comunicao.
Introduo Educao a Distncia
40
a. apesar de uma extensiva utilizao como reposio de escolarida-de perdida - ou, mais propriamente, negada pela falncia das po-lticas pblicas de educao - nos dois ltimos decnios do sculo passado ntida a tendncia de relacionar a educao a distncia com a educao ps-secundria e a educao continuada;
b. passado um primeiro entusiasmo ingnuo com as potencialida-des das novas tecnologias, o campo de estudos da educao a distncia parece ter encontrado seu lugar em cuidadosos estu-dos de viabilidade, mais centrados nos objetivos educacionais a atingir do que no avano metodolgico proporcionado pelo uso de produtos tecnolgicos de ltima gerao;
c. o sentido de cooperao interinstitucional e internacional neste campo vem se concretizando por meio de redes e consrcios, tan-to promovendo o intercmbio de informaes como o de aes.
No momento, h uma vasta literatura a respeito de educao a dis-
tncia, tanto em nvel nacional quanto internacional, como resultado
dos muitos estudos e experincias realizadas. No dizer de Mata Maroto
(1995, p.56), importante reconhecer que a EAD tem uma histria,
com acertos e desacertos, xitos e fracassos, que precisa ser conhecida
para se entender hoje, com mais clareza, seu alcance e suas possibilida-
des.
2.3 Organizao e operacionalizao de cursos na modalidade a distncia
Podemos dizer que, de um modo geral, um curso de educao a
distncia precisa conter os seguintes elementos na sua estrutura:
a. estrutura de planejamento, assim como de preparao e veicu-lao de materiais didticos (impressos, audiovisuais ou online);
b. estrutura para servios de apoio aprendizagem dos cursistas (tutoria, servios de comunicao, encontros presenciais);
c. servios de comunicao entre alunos/alunos, alunos/professor, aluno/tutor, tutor/tutor;
d. avaliao continuada;
Refl exes Sobre Educao a Distncia
41
CAPTULO 02
e. estrutura fsica, tecnolgica e de pessoal compatvel com a abran-gncia da atuao da instituio e o tipo de curso oferecido;
f. estrutura de monitoramento e avaliao do sistema de EaD pro-posto.
Ao analisar diferentes sistemas de formao a distncia, Linard
(2002) constata que trs pontos so essenciais:
1. uma relao de gesto institucional estreita e constante com os aprendentes;
2. uma apresentao dos contedos concebida em funo das necessidades da conduta de aprendizagem e de autonomia do aprendente e no apenas dos contedos;
3. um acompanhamento pedaggico permanente dos estudantes.
Na EaD, mais do que na educao presencial, o planejamento
crucial para o bom andamento e qualidade do curso a ser realizado. A
distncia geogr ca entre alunos e instituio de ensino exige que haja
uma organizao e projeo das atividades acadmicas para um perodo
maior do que aquele necessrio para atividades educacionais presen-
ciais. No entanto, essa necessidade no deve fazer com que o planejado
se torne algo imutvel, impossvel de ser alterado.
Em um sistema de educao a distncia, devemos ter em conta di-
versos aspectos que precisam ser gerenciados: os recursos nanceiros,
as pessoas envolvidas no projeto de curso, a necessidade de formao, a
produo e distribuio de materiais didticos, a tecnologia empregada,
os processos acadmicos, o monitoramento e a avaliao das aes pos-
tas em andamento para a execuo do curso.
Os cursos a distncia, da mesma forma como funcionam os cur-
sos presenciais, necessitam de uma organizao para o registro da vida
acadmica do aluno. Isso pode incluir desde o modo como o aluno se
inscreve nos cursos oferecidos, processo de seleo, e o registro de sua
efetiva participao at a avaliao e certi cao. Estamos levantando
Introduo Educao a Distncia
42
1728
1833
1840Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.
Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na
Inglaterra.
Estudo de redao distncia na Sucia.
estes aspectos para que voc tenha uma idia do signi cado da orga-
nizao de cursos na modalidade a distncia e que esto presentes na
operacionalizao do que voc est iniciando neste semestre.
Lembre-se:
A aula no um espao determinado, xo, mas tempo e espao contnuos de aprendizagem, que podem ser de nidos pelos dife-rentes estilos de professores e alunos, tecnologias e contedos. O importante aprender e no impor um padro nico sobre onde e como ensinar (MORAN, 2001, p. 56).
2.4 Histrico da Educao a Distncia
Para que voc possa visualizar a constituio e o desenvolvimento
da educao a distncia, optamos por apresentar uma linha de tempo,
na qual so destacados perodos histricos, seus eventos, iniciativas
que no conjunto ajudam a entender as diferentes formas de fazer esta
educao. Queremos assinalar inicialmente as duas criaes humanas
que foram as grandes responsveis pela ampliao e divulgao da
educao a distncia, assim como a motivao central para a consoli-
dao deste modelo de formao: a primeira foi a inveno da prensa
de tipos mveis, que viabilizou a impresso em escala, permitindo a
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Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.
Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na
Inglaterra.
1858 Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.
Estudo de redao distncia na Sucia.
Em Berlim, ensino de francspor correspondncia. 1856
Sociedade para a promoo do estudo
em casa (EUA)
educao de contingentes cada vez maiores de pessoas; a segunda foi
a criao de um sistema regular e barato de correio postal, que permi-
tiu a expanso dos cursos realizados na modalidade a distncia, como
veremos a seguir.
1728 - A Gazeta de Boston, em sua edio de 20 de maro, publi-
ca anncio com os seguintes dizeres: Toda pessoa da regio, desejosa
de aprender esta arte [taquigra a], pode receber em sua casa vrias li-
es semanalmente e ser perfeitamente instruda, como as pessoas que
vivem em Boston, enviado pelo taqugrafo Cauleb Phillips oferecendo
ensino a distncia.
1833 - O nmero 30 do peridico sueco Lunds Weckoblad traz
um anncio comunicando a mudana de endereo, durante o ms
de agosto, para as remessas postais dos que estudam Composio
por correspondncia.
1840 - Um sistema de ensino de taquigra a com base em chas e
intercmbio postal com os alunos criado pelo ingls Sir Isaac Pitman
(1813-1897); funda a Phonographic Correspondence Society, encarre-
gada de corrigir os exerccios dos alunos. Apesar de j existir um siste-
ma de taquigra a na poca, proposto por Taylor considerado o pai da
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Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.
Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na
Inglaterra.
1858 1893Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.
Universidade porcorrespondncia (EUA)
1893 Ensino em casa para moradores das zonasrurais na Austrlia.
Estudo de redao distncia na Sucia.
Em Berlim, ensino de francspor correspondncia. 1856
Sociedade para a promoo do estudo
em casa (EUA) 1856
Escola Calvert (Baltimore, EUA)cria um Departamento de Formao em
casa.
taquigra a moderna , ele criou um sistema prprio que passou a ser
considerado mais til e seguro. Em 1837, Pitman lana a obra Stenogra-
phic Soundhand, em que explica seu mtodo taquigr co, considerado
por ele a arte-cincia de escrever rapidamente por meio de sinais con-
vencionais, de acordo com regras preestabelecidas e de forma manual.
Curiosidade: Na era romana, um homem chamado Tiro (nascido
no ano 103 A.C.) foi o inventor/precursor da escrita taquigr -
ca. Vrios historiadores tm lembrado de Tiro como o secretrio
de Marco Tlio Cicero. No entanto, Tiro inventou um mtodo
taquigr co para escrever as cartas ditadas por Cicero. Quantos
sculos passaram desde o ano 63 antes de Cristo at 1837 de nossa
era, quando o ingls Isaac Pitman inventou sua taquigra a?
Fonte: (WILLIAMS, 2005, p. 1)
1856 -Em Berlim, a Sociedade de Lnguas Modernas patrocina os
professores Charles Toussain e Gustav Laugenschied para que se dedi-
quem ao ensino de francs por correspondncia.
1858 - A Universidade de Londres passa a conceder certi cados a
alunos externos que recebem o ensino por correspondncia.
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Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.
Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na
Inglaterra.
1858 1893Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.
Universidade porcorrespondncia (EUA)
1893 Ensino em casa para moradores das zonasrurais na Austrlia.
1919 Ensino por correspondncia
tem 350.00 alunos na Europa.
Estudo de redao distncia na Sucia.
Em Berlim, ensino de francspor correspondncia. 1856
Sociedade para a promoo do estudo
em casa (EUA) 1856
Escola Calvert (Baltimore, EUA)cria um Departamento de Formao em
casa. 1914 Na Noruega fundada a
Norst Correspondanseskole 1922Criao da New Zeland Correspondece School
para atender alunos do meio rural.
1873 - Surge, em Boston, EUA, a Sociedade para a Promoo do
Estudo em Casa. O que em 1873 era uma necessidade devido s grandes
distncias e precariedade do sistema educacional, atualmente ado-
tado por muitas famlias como uma outra opo de estudo, a partir do
apoio dos computadores e da rede Internet.
Fonte: (REINALDO FILHO, 2005)
Nos EUA, cerca de 15.000 famlias esto hoje educando seus lhos
em casa, um aumento de 50% em relao ao ano de 2004, ou seja,
a cada ms, mais de cem crianas esto deixando a sala de aula.
Isso representa de 450.000 a um milho de crianas que esto sen-
do educadas pelo homeschooling. Os motivos citados pelos pais
para no enviarem seus lhos escola so os mais diversos, mas
entre eles destacam-se: a) as escolas no mais se adequam atual
sociedade virtual criada pelos meios tecnolgicos; b) a criana ao
ir para a escola est exposta a uma grande gama de violncia e ali-
ciamento; c) o governo reconhece e certi ca o estudo em casa, no
sendo, portanto, necessrio ir para a escola.
1883 - Comea a funcionar, em Ithaca, no Estado de Nova Iorque,
EUA, a Universidade por Correspondncia. Em 1892, o Reitor da Uni-
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Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.
Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na
Inglaterra.
1858 1893Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.
Universidade porcorrespondncia (EUA)
1893 Ensino em casa para moradores das zonasrurais na Austrlia.
1919 Ensino por correspondncia
tem 350.00 alunos na Europa.
1923 Fundao da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro.
1934 Instituto Monitor 1938 Primeira Conferncia Internacional sobre
a Educao por Correspondncia.
Estudo de redao distncia na Sucia.
Em Berlim, ensino de francspor correspondncia. 1856
Sociedade para a promoo do estudo
em casa (EUA) 1856
Escola Calvert (Baltimore, EUA)cria um Departamento de Formao em
casa. 1914 Na Noruega fundada a
Norst Correspondanseskole 1922Criao da New Zeland Correspondece School
para atender alunos do meio rural. 1928A BBC de Londres oferece curso
distncia para adultos. 1937A rdio Sorbonne (Frana)
oferece curso na rea de Letras. 1937 criado o Centro Nacional de
Teleducao na Franca.
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Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.
Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na
Inglaterra.
1858 1893Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.
Universidade porcorrespondncia (EUA)
1893 Ensino em casa para moradores das zonasrurais na Austrlia.
1919 Ensino por correspondncia
tem 350.00 alunos na Europa.
1923 Fundao da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro.
1934 Instituto Monitor
Estudo de redao distncia na Sucia.
Em Berlim, ensino de francspor correspondncia. 1856
Sociedade para a promoo do estudo
em casa (EUA) 1856
Escola Calvert (Baltimore, EUA)cria um Departamento de Formao em
casa. 1914 Na Noruega fundada a
Norst Correspondanseskole 1922Criao da New Zeland Correspondece School
para atender alunos do meio rural. 1928A BBC de Londres oferece curso
distncia para adultos.
versidade de Chicago, William R. Harper, que j havia experimentado
a utilizao da correspondncia na formao de docentes para as esco-
las dominicais, cria uma Diviso de Ensino por Correspondncia no
Departamento de Extenso daquela Universidade. Na Universidade de
Wisconsin, os professores do Colgio de Agricultura mantm corres-
pondncia com alunos que no podem abandonar seu trabalho para
voltar s aulas no campus. Nesse mesmo perodo, so criadas as Escolas
Internacionais por Correspondncia, nos Estados Unidos da Amrica.
1903 - Julio C. Baviera abre, em Valncia, na Espanha, a Escola
Livre de Engenheiros.
As Escolas Calvert de Baltimore, EUA, no mesmo ano, criam um
Departamento de Formao em Casa, para acolher crianas de escolas
primrias que passam a estudar sob a orientao dos pais. Inexistem
registros precisos acerca da criao da EAD no Brasil. Tem-se como
marco histrico a implantao das Escolas Internacionais em 1904,
representando organizaes norte-americanas. Entretanto, o Jornal do
Brasil, que iniciou suas atividades em 1891, registra na sua primeira edi-
o da seo de classi cados, anncio oferecendo pro ssionalizao por
correspondncia, curso de datilgrafo.
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Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.
Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na
Inglaterra.
1858 1893Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.
Universidade porcorrespondncia (EUA)
1893 Ensino em casa para moradores das zonasrurais na Austrlia.
1919 Ensino por correspondncia
tem 350.00 alunos na Europa.
1923 Fundao da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro.
1934 Instituto Monitor 1938 Primeira Conferncia Internacional sobre
a Educao por Correspondncia.
Estudo de redao distncia na Sucia.
Em Berlim, ensino de francspor correspondncia. 1856
Sociedade para a promoo do estudo
em casa (EUA) 1856
Escola Calvert (Baltimore, EUA)cria um Departamento de Formao em
casa. 1914 Na Noruega fundada a
Norst Correspondanseskole 1922Criao da New Zeland Correspondece School
para atender alunos do meio rural. 1928A BBC de Londres oferece curso
distncia para adultos. 1937A rdio Sorbonne (Frana)
oferece curso na rea de Letras. 1937 criado o Centro Nacional de
Teleducao na Franca.
1910 - Professores que atuam no curso primrio, em regies rurais,
comeam a receber material de educao secundria pelo correio, em Vit-
ria, Austrlia. Ainda na Austrlia, com a inteno de minorar os problemas
das enormes distncias, a Universidade de Queensland comea adesenvol-
ver uma experincia de estudo a distncia para solucionar essa di culdade.
1914 - Na Noruega, fundada a Norst Correspondanseskole e, na
Alemanha, a Fernschule Jena. Em 1920, na antiga URSS, implanta-se
tambm este sistema de educao a distncia por correspondncia.
1919 - Com o nal da Primeira Guerra Mundial, surgem novas ini-
ciativas de ensino a distncia em virtude de um considervel aumento
da demanda social por educao. William Harper, reitor da Universida-
de de Wisconsin, j em 1886 escrevia: Chegar o dia em que o volume
da instruo recebida por correspondncia ser maior do que o trans-
mitido nas aulas de nossas academias e escolas, em que o nmero dos
estudantes por correspondncia ultrapassar o dos presenciais. Nesse
perodo, o ensino por correspondncia envolve em torno de 350.000
usurios s na Europa.
1922 - A New Zeland Correspondence School comea suas ativi-
dades com a inteno inicial de atender a crianas isoladas ou com di -
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Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.
Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na
Inglaterra.
1858 1893Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.
Universidade porcorrespondncia (EUA)
1893 Ensino em casa para moradores das zonasrurais na Austrlia.
1919 Ensino por correspondncia
tem 350.00 alunos na Europa.
1923 Fundao da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro.
1934 Instituto Monitor 1938 Primeira Conferncia Internacional sobre
a Educao por Correspondncia.
1950 SENAC desenvolve, no RJ e SP, a Universidade do Ar SENAC,
educao distncia pelo rdio.
1941 Instituto Universal Brasileiro
Estudo de redao distncia na Sucia.
Em Berlim, ensino de francspor correspondncia. 1856
Sociedade para a promoo do estudo
em casa (EUA) 1856
Escola Calvert (Baltimore, EUA)cria um Departamento de Formao em
casa. 1914 Na Noruega fundada a
Norst Correspondanseskole 1922Criao da New Zeland Correspondece School
para atender alunos do meio rural. 1928A BBC de Londres oferece curso
distncia para adultos. 1937A rdio Sorbonne (Frana)
oferece curso na rea de Letras. 1937 criado o Centro Nacional de
Teleducao na Franca. 1946A Universidade de Sudafrica comea
a ensinar por correspondncia.
culdade de freqentar as aulas convencionais. A partir de 1928, atende
tambm a alunos do ensino secundrio. No Brasil, em 1923, ocorre a
criao da Fundao da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro, por um gru-
po liderado por Henrique Morize e Roquete Pinto, iniciando a educao
pelo rdio. Em 1936, a Fundao doada ao Ministrio da Educao e
Sade, que a transforma, em 1937, no Servio de Radiodifuso Educati-
va do Ministrio da Educao.
1928 - A Britsh Broadcasting Corporation (BBC), de Londres, ofe-
rece cursos a distncia para a educao de adultos por meio do rdio.
1934 - O Instituto Monitor inicia suas atividades. Primeira empre-
sa de difuso de cursos a distncia no Brasil, criada em 1939 para a
oferta de aulas pro ssionalizantes na modalidade de ensino por corres-
pondncia. Os primeiros cursos oferecidos relacionavam-se eletrnica
e formao de radiotcnicos. O Instituto Monitor adaptou-se s novas
tecnologias e, atualmente, passou a oferecer vdeo aulas e a apresentar
seus cursos pela Internet.
1937 - Por meio da Radio Sorbonne so transmitidas aulas de quase
todas as matrias literrias da Faculdade de Letras e Cincias Humanas
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Inglaterra.
1858 1893Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.
Universidade porcorrespondncia (EUA)
1893 Ensino em casa para moradores das zonasrurais na Austrlia.
1919 Ensino por correspondncia
tem 350.00 alunos na Europa.
1923 Fundao da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro.
1934 Instituto Monitor 1938 Primeira Conferncia Internacional sobre
a Educao por Correspondncia.
1950 SENAC desenvolve, no RJ e SP, a Universidade do Ar SENAC,
educao distncia pelo rdio.
1960 fundado o Beijin Television College, na China.
1941 Instituto Universal Brasileiro
Estudo de redao distncia na Sucia.
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em casa (EUA) 1856
Escola Calvert (Baltimore, EUA)cria um Departamento de Formao em
casa. 1914 Na Noruega fundada a
Norst Correspondanseskole 1922Criao da New Zeland Correspondece School
para atender alunos do meio rural. 1928A BBC de Londres oferece curso
distncia para adultos. 1937A rdio Sorbonne (Frana)
oferece curso na rea de Letras. 1937 criado o Centro Nacional de
Teleducao na Franca. 1946A Universidade de Sudafrica comea
a ensinar por correspondncia. 1959Movimento de Educao de Base:
EaD no formal no Brasil. 1962Bacharelado Radiofnico
na Espanha.
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Universidade porcorrespondncia (EUA)
1893 Ensino em casa para moradores das zonasrurais na Austrlia.
1919 Ensino por correspondncia
tem 350.00 alunos na Europa.
1923 Fundao da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro.
1934 Instituto Monitor 1938 Primeira Conferncia Internacional sobre
a Educao por Correspondncia.
1950 SENAC desenvolve, no RJ e SP, a Universidade do Ar SENAC,
educao distncia pelo rdio.
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casa. 1914 Na Noruega fundada a
Norst Correspondanseskole 1922Criao da New Zeland Correspondece School
para atender alunos do meio rural. 1928A BBC de Londres oferece curso
distncia para adultos. 1937A rdio Sorbonne (Frana)
oferece curso na rea de Letras. 1937 criado o Centro Nacional de
Teleducao na Franca. 1946A Universidade de Sudafrica comea
a ensinar por correspondncia.
de Paris. A Sorbonne, em Paris, inaugurou em 1927 o Institut radio-
phonique dextension universitaire, considerado como precursor da r-
dio educativa e da educao a distncia. A Radio-Sorbonne deixou de
funcionar pouco tempo depois, com o incio da Guerra. Hoje, Radio-
Sorbonne o nome dado a um site da Internet, a partir do qual podemos
ouvir gratuitamente aulas proferidas por professores de cursos de Letras.
1938 - No Canad, na cidade de Victria, realiza-se a Primeira
Conferncia Internacional sobre a Educao por Correspondncia.
1940 - Surge o Centro Nacional de Teleducao na Frana (CNTE),
atualmente Centre National dEnseignement Distance (CNED), des-
tinado ao ensino por correspondncia. um centro pblico subor-
dinado ao Ministrio da Educao Nacional. Nessa dcada, diversos
pases do centro e do leste europeu iniciam projetos e criam espaos
de educao a distncia. Nesse perodo, os avanos tcnicos possibili-
tam outras perspectivas que no s o ensino por correspondncia: o
rdio e o videocassete comeam a ganhar espao como veiculadores
dos contedos dos cursos a distncia. Em 1995, contava com 350.000
estudantes matriculados, da Frana e de outros 170 pases, em Progra-
mas de Educao a distncia.
http://www.francelink.com/radio_stations/sorbonne/srfgrille.html
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Inglaterra.
1858 1893Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.
Universidade porcorrespondncia (EUA)
1893 Ensino em casa para moradores das zonasrurais na Austrlia.
1919 Ensino por correspondncia
tem 350.00 alunos na Europa.
1923 Fundao da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro.
1934 Instituto Monitor 1938 Primeira Conferncia Internacional sobre
a Educao por Correspondncia.
1950 SENAC desenvolve, no RJ e SP, a Universidade do Ar SENAC,
educao distncia pelo rdio.
1960 fundado o Beijin Television College, na China.
1963 Ensino Universitrio por meio de rdio (Frana)
1967 Criao da FundaoPadre Anchieta.
1941 Instituto Universal Brasileiro
Estudo de redao distncia na Sucia.
Em Berlim, ensino de francspor correspondncia. 1856
Sociedade para a promoo do estudo
em casa (EUA) 1856
Escola Calvert (Baltimore, EUA)cria um Departamento de Formao em
casa. 1914 Na Noruega fundada a
Norst Correspondanseskole 1922Criao da New Zeland Correspondece School
para atender alunos do meio rural. 1928A BBC de Londres oferece curso
distncia para adultos. 1937A rdio Sorbonne (Frana)
oferece curso na rea de Letras. 1937 criado o Centro Nacional de
Teleducao na Franca. 1946A Universidade de Sudafrica comea
a ensinar por correspondncia. 1959Movimento de Educao de Base:
EaD no formal no Brasil. 1962Bacharelado Radiofnico
na Espanha. 1965
Comisso para Estudos e Planejamento da Radiofuso
Educativo no Brasil.
1941 - No Brasil, surge o Instituto Universal Brasileiro objetivando a
formao pro ssional de nvel elementar e mdio. O seu mtodo de ensi-
no a distncia envolvia cursos de iniciao pro ssional em reas tcnicas,
sem exigncia de escolaridade anterior, por correspondncia. Seu forte
so os cursos supletivos. At hoje, quando a Internet vista como a prin-
cipal ferramenta da EAD, o Instituto ainda opta por transmitir suas aulas
por apostilas enviadas pelo correio. O motivo o per l do pblico aten-
dido, segundo seus responsveis: So pessoas na maior parte emprega-
das, com certa escolaridade [ensino mdio], mas que buscam um registro
pro ssional. O computador restringe a possibilidade de estudo. Com as
apostilas, o aluno pode estudar no nibus, por exemplo, declaram.
1946 - A Universidade de Sudafrica (UNISA) comea a ensinar
por correspondncia. Atualmente a nica Universidade a distncia na
frica que se dedica exclusivamente a desenvolver cursos a distncia,
atingindo diversos pases. No mesmo perodo, o Servio Nacional de
Aprendizagem Comercial - SENAC inicia suas atividades e desenvolve,
no Rio de Janeiro e So Paulo, a Universidade do Ar, ensino a distncia
pelo rdio, sendo que, em 1950, j atingia 318 localidades. Em 1973, o
SENAC inicia cursos por correspondncia, seguindo o modelo da Uni-
versidade de Wisconsin/USA.
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1858 1893Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.
Universidade porcorrespondncia (EUA)
1893 Ensino em cas
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