UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - FACULDADE DE EDUCAÇÃO – FAE – UFMG - CURSO PEDAGOGIA
PÓLO TEOFILO OTONI
MARIA OZÂNIA DA CONCEIÇÃO LIMA
Alfabetização e Letramento: Desafios da pratica docente.
Ladainha
2014
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MARIA OZÂNIA DA CONCEIÇÃO LIMA
TCC Sob a orientação da professora
Denise Araújo. Como requisito para a
graduação do curso de pedagogia
UAB/UFMG.
Ladainha
2014
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DEDICATÓRIA
Dedico aos: Meus pais, Otacílio e Adelícia, exemplos de pessoas, de caráter, de luta e
determinação, que sempre me incentivaram nesta caminhada, especialmente “minha
mãe, grande mestra na vida, amiga, companheira de muita garra, que deste de cedo,
abraçou comigo esta missão sublime de educar.”
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AGRADECIMENTOS
“A beleza das pessoas está na capacidade de amar e de encontrar no próximo o seu ser...
E, também, em reconhecer que nessa vida você estará sempre precisando de alguém e
sempre terá alguém precisando de você!”
Toda obra empreendida é um trabalho conjunto. Por isso agradeço: A Deus, ser
supremo, que sempre restabeleceu e revigorou minha energia, quando me sentia sem
força. Esteve comigo, me animando nos momentos difíceis, em que tive vontade de
desistir. Sempre restabelecendo minha fé e restaurando meu ser, para enfrentar os
desafios sem perder o foco. A Ele toda honra, glória e louvor, para sempre. “Em tudo
dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”
Agradeço de modo fraternal, a toda a minha família, meus pais, irmãos, irmãs, tios, tias,
primos e primas pelo apoio e incentivo, durante essa jornada.
Agradeço de forma especial ao meu companheiro, pela paciência “as vezes”, apoio e
compreensão pela ausência durante os estudos.
Agradeço o acolhimento e o carinho dos gestores, professores e supervisores das escolas
em realizei estagio.
De forma carinhosa agradeço a todos os meus colegas e as amigas que conquistei da
turma pedagogia 2011, por me acrescentarem saberes e experiências durante esses 04
anos em que estivemos juntos na luta para almejarmos os nossos objetivos. Em especial
a Audileia, Tarcisia, Terezinha, Sandra, por sempre escutar meus desabafos, com
carinho e atenção, aliviando minhas dores levantando minha autoestima.
Agradeço a dedicação das professoras Formadoras: Denise Alves e Edilene Eras e as
tutoras: Denise Moraes, Silvia Tomich, Lucineide e Dilneide. Pelos conhecimentos
partilhados proporcionando-me a base para minha formação.
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Agradeço de um modo especial e admirável ao minha orientadora a Tutora a distancia:
Salomé sem o qual a realização desse trabalho se tornaria difícil, pois pude contar com a
sua colaboração, paciência, compreensão e dedicação tempo, todas as vezes em que
precisei ser orientada, mesmo a distancia, via e-mail ou pela plataforma, esteve sempre
presente. Não teria palavras para descrevê-lo, pois é um grande exemplo de sabedoria,
simplicidade e humildade o que o torna uma pessoa especial, um profissional singular,
um modelo e referencial de Educadora extraordinária, e indescritível. Minha eterna
gratidão.
E por fim agradeço a todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente pela minha
formação não só profissional, mas também por me tornar uma pessoa consciente, critica
e reflexiva, sabendo que para mediar uma educação mais humana, precisamos sempre
buscar novos conhecimentos, rever nossa pratica e cantar a beleza de ser um eterno
aprendiz.
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Todos estão sendo sujeitos de uma educação que será tão mais plena
quanto mais esteja sendo um ato de conhecimento, um ato político, um
compromisso ético e uma experiência estética. (Freire,1993:117)
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SUMARIO
01 - 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................06
02 - 1.1 Objetivos ..........................................................................................................07
03 -1.2 Relevância do estudo.......................................................................................... 08
04 -1.3 Metodologia .......................................................................................................09
05 -2. A ESCOLA E SUAS DIVERSAS DIMENSOES.............................................10
06 - 2.1 Espaço físico, ambiente educativo e a gestão escolar.......................................10
07- 2. 2 O ensino-aprendizagem na escola.................................................................... 12
08 - 2.3 Reflexões sobre a prática pedagógica................................................................13
09 – 3. O DILEMA DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO.............................14
10 - 3.1 Compreender o mundo: comparando sentidos por meio da leitura e da escrita.14
11 - 3.2 Planejamento e avaliação do ensino e aprendizagem........................................16
12-4 . DESAFIOS DA PRATICA DOCENTE............................................................18
13 - 4.1As praticas escolares de alfabetização e letramento .........................................18
14 - Bibliografia ..............................................................................................................22
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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho de conclusão de curso tem como enfoque principal os
desafios da pratica docente no processo de Alfabetização e Letramento, no ciclo inicial e
de alfabetização, em uma escola da rede municipal do município de Ladainha.
O tema desta pesquisa é algo que me incomoda, pois nos últimos anos, tenho
convivido, como o grande dilema por parte de alguns educadores das escolas municipais
e estaduais em que atuei como professora e realizei o estagio. Eles alegam que a base
principal do analfabetismo escolar é a implantação das metodologias de ensino baseadas
na proposta construtivista e no conceito de letramento. Alguns demonstram não saber
como se efetiva o processo de alfabetização e letramento, estão perdidos sem saber qual
caminho trilhar.
Baseando nestas afirmações, percebi que a abordagem construtivista trouxe
muitas contribuições para alfabetização, mas, partindo para o ensino aprendizagem na
sala de aula, é notável um confronto entre teoria e prática. Durante muito tempo a
alfabetização foi entendida como mera sistematização do bê-á-bá, isto é, como a
aquisição de um código fundado na relação entre fonemas e grafemas. Por trás deste
processo há um problema grave: O fracasso escolar, são inúmeras crianças que chegam
no final do ciclo complementar de alfabetização apresentando dificuldades na leitura e
na escrita. Sem adquirir as capacidades adequadas para usar a língua em praticas
sociais. Estas dificuldades vêm sendo agravadas tanto pela herança do analfabetismo e
das desigualdades sociais, quanto pela ampliação do conceito de alfabetização e das
expectativas que a sociedade tem em relação aos seus resultados.
Com este trabalho pretendo adquirir novos conhecimentos sobre a alfabetização
e letramento como processos diferentes, cada um com suas especificidades, mas
complementares e inseparáveis. Assim como propõem Freire e Macedo (1990) que
alfabetização é “a relação entre o educando e o mundo, mediada pela pratica
transformadora deste mundo” e o letramento que segundo Soares(2000), é o estado em
que vive o individuo que não só sabe ler e escrever, mas exerce as praticas sociais de
leitura e escrita que circulam na sociedade em que vive”.
Aprender ler e escrever é muito significativo, pois as pessoas quando cultivam
os hábitos de leitura e escrita, respondem aos apelos da cultura grafocentrica, podendo
inserir-se criticamente na sociedade. A aprendizagem da língua escrita neste contexto
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deixa de ser uma questão estritamente pedagógica para alçar-se à esfera política, isso
evidencia e representa o que é investido na formação humana. Emília Ferreiro em sua
palavras, afirma que: A escrita é importante na escola, porque é importante fora dela e
não o contrário. (2001).
Dentro do contexto educacional várias são as abordagens que podemos destacar
sobre o processo de ensino aprendizagem em relação à pratica educativa, sei que não é
uma tarefa fácil, mas pretendo buscar nos autores que tem bastante competência para
palavra prática.discutir determinados temas relacionadas a pratica docente. Fazem-se
necessários estudos significativos que contribuam aprendizagens significativas de forma
que possibilitem a inserção do sujeito na sociedade, de maneira competente, critica e
autônoma.
Sabendo que os conhecimentos sobre uso e funções sociais da escrita na cultura
escolar são imprescindíveis para o desenvolvimento de uma trabalho articulado de
alfabetização e letramento envolvendo toda equipe escolar no âmbito coletivo, e por
viver em um município com um total de 3329 analfabetos, 29,91 % da população,
segundo dados do IBGE em 2010, me senti motivada a pesquisar esta temática.
Alfabetização e letramento: desafios da pratica docente.
O processo da leitura e da escrita na escola, é um fator importante que move
todo o sistema educacional a fim de possibilitar o aluno a adquirir habilidades
competências para exercer sua cidadania em um mundo letrado.
1.1 Objetivos
Objetivo geral
Identificar os desafios para efetivar as práticas pedagógicas significativas e
produtivas, necessárias ao processo de alfabetização e letramento na perspectiva
construtivista.
Objetivos específicos
Analisar as práticas de leitura e escrita e o papel do professor como mediador
desse processo.
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Analisar a seleção e organização dos procedimentos para realização das práticas
alfabetizadoras identificando os principais desafios que os professores
enfrentam.
Conhecer e distinguir os métodos utilizados no processo de alfabetização e
entender como se efetiva o uso destes métodos.
Identificar as dificuldades nos processos de aprendizagem da leitura e da escrita.
1.2 Relevância do estudo
A relevância deste estudo está no fato de a alfabetização um processo primordial
para as demais aprendizagens no decorrer da escolarização. Trata-se de um processo
continuo e fundamental para a vida social, principalmente em nossa sociedade emque há
uma valorização da língua escrita. A maioria das atividades que realizamos em nosso
cotidiano, gira em torno da leitura e da escrita, por isso essa é uma cobrança da
sociedade grafocêntrica. O individuo que não possui esse domínio, principalmente em
um mundo em crescente desenvolvimento tecnológico, passa a ser excluído e impedido
de exercer plenamente sua cidadania.
O problema da alfabetização e do letramento no contexto atual, não se restringe
apenas ao ambiente escolar. É uma questão social e política muito forte em nosso país
devido às desigualdades sociais e à inexistência de uma política de alfabetização, tanto
das crianças quanto dos adultos.
No Brasil, os governos não têm priorizado à Educação, haja visto a precária
situação das escolas e da profissão docente. Desenvolver politicas públicas e projetos
educacionais contextualizados de acordo com a necessidade de cada região, deveria
fazer parte da pauta de ações dos governos municipais, estaduais e federal
Neste aspecto, podemos perceber que são muitos os problemas que os
professores enfrentam no seu dia a dia na sala de aula. Por isso o objetivo deste trabalho
é identificar os desafios da pratica no processo de alfabetização e letramento,
procurando explicitar a sua complexidade e a dificuldade em aliar teoria e pratica com
base na metodologia construtivista. Minha intenção não é fazer uma analise critica,
apontar possíveis erros, mas sim fazer uma auto reflexão através de estudo e pesquisa de
campo. Levantar questionamentos sobre a prática pedagógica e entender porque ainda
são utilizados frequentemente os métodos denominados tradicionais, localizar os
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desafios de como desenvolver a didática da alfabetização é a importância do professor
como mediador neste processo.
Desejo que com esta pesquisa eu possa adquirir conhecimento sobre o processo
de aquisição da leitura e escrita para poder contribuir com compreensão dessas práticas
e dos possíveis prejuízos decorrentes do uso de métodos tradicionais e, com isso,
discutir novas possibilidades pedagógicas, e planejamento e de organização da dinâmica
no cotidiano das salas de aula em nossas escolas que possibilite o sucesso escolar dos
alunos. Além disso, com este trabalho busco um melhor entendimento dos processos de
alfabetização e letramento na perspectiva da pratica docente, motivando novas
discussões para um repensar de nossa atuação enquanto educadores diante das
dificuldades aqui mencionadas.
1.3 Metodologia
Em um primeiro momento foi realizada uma pesquisa bibliográfica (que é uma
análise teórica quer resulta do estudo de um conjunto de trabalhos científicos,
selecionados a partir do problema a ser investigado) através de leitura sistemática, com
fichamento de livros, artigos científico documentos referentes ao tema, com referência
em autores como Magda Soares, Emília Ferrero, Jean Piaget e Paulo Freire. Esses
autores vão ajudar a elucidar questões que dizem respeito à Alfabetização e o
Letramento, à aprendizagem, às relações entre o sujeito e a escola.
Para investigar o processo de ensino aprendizagem e as praticas de alfabetização
e letramento utilizadas pelos professores foram realizados aplicação de um questionário
com 11 professores que atuam no 1º ao 5º ano: O objetivo é coletar dados referentes à
pratica de professores que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental, conhecer um
pouco do perfil desses profissionais e levantar indícios dos principais desafio que
enfrentam no processo de alfabetização e letramento.
2. A ESCOLA E SUAS DIVERSAS DIMENSÔES
2.1. Espaço físico, ambiente educativo e a gestão escolar.
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Escolhi para fazer minha observação de estagio em uma escola da rede
municipal do município de Ladainha. Por ter trabalhado como professora do 4º ano
durante dois anos e já conhecer um pouco da realidade da escola.
A Escola fica situada no Povoado da Brejaúba, fundada em 1945, com a lei de
Criação n0 45/46 de 01/04/1946, portaria n0 35/82 de 23/04/1946, com o ensino de 1ª a
4ª série do fundamental. Funcionavam em um pequeno prédio, coom apenas uma sala
de aula, cantina e banheiro. Atendendo somente alunos do povoado em dois turnos. Em
1998 foi inaugurado o novo prédio, a escola passou a atender alunos das comunidades
vizinhas, funcionando nos dois turnos com um total de 8 turmas. A extensão de série –
5ª a 8ª série, de forma gradativa, iniciou em 2006. Com a construção de mais 06 salas de
aulas. A oferta da educação infantil, iniciou em 2009, para crianças de 3 a 5 anos. Neste
ano está matriculados 60 alunos, em 3 turmas. São 10 turmas de 10 ao 50 ano, com um
total de 232 alunos, na faixa etária de 06 a 15 anos.
Verifiquei que a escola aumentou sua demanda de trabalho, atendendo a
Educação Infantil e o Ensino Fundamental, mas sua estrutura física não foi ampliada e
equipada. Foram improvisadas salas, o que tem causado um grande desconforto para os
alunos, principalmente na Educação Infantil, que não tem um espaço adequado.
Atende alunos na faixa etária de 03 a 14 anos e possui um total de 505 alunos,
distribuídos em turmas conforme quadro abaixo:
Educação Infantil Anos inicias do Ensino Fundamental Anos inicias do Ensino Fundamental Total
1º período 1º período 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano
14 16 42 40 39 63 22 107 60 59 43 505
O prédio escola possui 11 salas de aulas, 01 biblioteca, 01 secretaria, 01 sala de
professores, 01 sala de direção e ainda refeitório, cantina, deposito, lavanderia,
banheiros, pátio e quadra. Neste ano facionam 21 turmas nos turnos matutino e
vespertino. Atendidos por 02 professores na educação Infantil, 09 professores regente
de turma e 02 professores eventuais, nos anos iniciais do ensino Fundamental. Nos anos
finais são 17 professores. Seu quadro administrativo comporta: 01 diretora, 01 vice
diretor, 02 auxiliares de secretaria, 02 supervisores e 07 auxiliares de serviços gerais.
O pátio da escola é muito pequeno, é utilizado os espaços que fica entre um
prédio e outro, para realizar as atividades pedagógicas, de recreação e motivação dos
alunos, como estas áreas não são cobertas os alunos, ficam exposto ao sol e sereno, o
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piso é de bloquete e não oferece nenhuma segurança, as crianças podem cair e se
machucar. É o único local além da quadra que os alunos têm para brincar. Não existe
um espaço recreativo, uma área de lazer com balanços, escorregadores e brinquedos
para as crianças, principalmente da educação infantil.
A quadra é bem aproveitada pelos alunos e professores, para o ensino e pratica
de esportes. Os banheiros são limpos e bem higienizados, mas não são adaptados para
crianças pequenas, ou com deficiência. Há lavabos disponíveis dentro dos banheiros e
um fora, próximo a quadra, em boas condições de uso, onde os alunos lavam as mãos,
rosto e faz escovações.
A água utilizada, vem de um posso artesiano, é tratada e potável. Existem filtros
e bebedouros com boas condições de uso. Todas as pessoas que frequentam a escola
tomam água filtrada. As instalações de água estão em boas condições de funcionamento.
O sistema de esgotamento sanitário da escola é feito através das fossas sépticas, estão
instaladas em local apropriado.
Existe na escola um trabalho de conscientização dos alunos da importância do
tratamento primário de esgoto doméstico, na zona rural, na utilização das fossas sépticas
que são unidades nas quais são feitas a separação e transformação da matéria sólida
contida no esgoto.
Mas não são discutidas com a comunidade, o que considero uma pena, porque as fossas
sépticas, são uma estrutura complementar e necessária às moradias, sendo fundamentais
no combate a doenças, verminoses e endemias (como a cólera), pois diminuem o
lançamentos dos dejetos humanos diretamente em rios, lagos, nascente ou mesmo na
superfície do solo. O seu uso é essencial para a melhoria das condições de higiene das
populações rurais e de localidades não servidas por redes de coleta pública de esgotos.
O ambiente escolar e muito silencioso, não há nenhum nível de ruído ou barulho
que atrapalhe as atividades escolares.
Verifiquei que os espaços entorno da escola são bem limpos e arejados. Estão
bem organizados. Há lixeira espalhadas por toda a escola, os alunos são conscientizados
para não jogar lixo no chão, mas não existe nenhum trabalho pedagógico sobre a
separação, reciclagem e destinação adequada do lixo, que é jogado tudo junto em um
buraco.
A pintura do prédio escolar está bem conservada, as paredes ficam mais
coloridas com a exposição de trabalhos realizados pelos alunos e materiais educativos e
de informações. Não é discutida pedagogicamente com a comunidade escolar e não há
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iniciativas para preservar a aparência da escola e a estética do ambiente, levando em
consideração o aproveitamento dos espaços, para organizarem brinquedos alternativos
para as crianças.
Observei que existem poucas arvores e plantas na área, a escola poderiam
desenvolver um trabalho de jardinagem, com os alunos, no sentido de aprender a cuidar
de plantas, árvores e flores, tornando a escola bem mais bonita e o ambiente escolar
mais agradável.
A escola elabora o seu calendário letivo, mas fica restrito aos professores e
gestores. Não há nenhuma agenda de atividades fixada em local visível, para informar
eventos a todos os interessados.
Os equipamentos existentes são adequados a realidade da escola, mas
insuficiente. Existem um computador e uma impressora, para atender a demanda da
escola, secretaria, professores e supervisores. Os professores ainda utilizam
mimeógrafos, que está em péssimas condições de uso.
Os alunos utilizam o livro e outros materiais didáticos, que ainda não são
suficiente, falta jogos, brinquedos, mapas e outros materiais pedagógicos, para auxiliar
e dinamizar o trabalho dos professores, que estão sempre reivindicando materiais, para
atender de forma eficiente e poder melhorar sua prática.
Há televisão, som e dvd na escola em boas condições de uso, os conteúdos dos
dvds respeita a diversidades humana e é trabalhado muito bem por alguns professores os
valores e a igualdade, através de palestras, musica, dança. Não é utilizado nenhum outro
recurso tecnológico, como programa de televisão, tv escola e outros recursos
tecnológico.
Os alunos recebem cadernos, lápis, borracha e livro gratuitamente, são
orientados para o bom uso e conservação. Todos os servidores da escola têm um
cuidado e zelo com os materiais, equipamentos e aproveitam de forma adequada, sem
esperdício.
Percebi que não houve muitos avanços significativos, nestes últimos anos.
Foram poucos os recursos investidos em equipamentos e na melhoria da rede física, os
espaços de aprendizagens se restringem a sala de aula. Há ausência de Biblioteca,
cantinho de leitura, sala de professores, de coordenação pedagógica. O pátio da escola,
não é coberto. As crianças tem pouco espaço para brincar e interagir nos arredores das
salas de aulas.
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Compreendendo o espaço como decorrente das relações estabelecidas em uma
comunidade de aprendizagem, da qual fazem parte o aprendiz, o educador, os recursos
pedagógicos, analisei que alguns educadores da escola, estão desmotivados e não têm
consciência que ao buscar um processo mais significativo e pratico para o aluno, a
aprendizagem passa a ser compreendida e estimulada em um contexto mais dinâmico,
real e motivador. O espaço pedagógico não mais se restringe a sala de aula. Ele pode ser
um local qualquer da escola ou fora dela, no qual as pessoas interagem para produzir
conhecimento.
Não há iniciativas por parte da gestão e da equipe pedagógica, em atender os
alunos portadores de necessidades especiais, no sentido de buscar conhecimentos para
promover ambientes inclusivos de aprendizagem. Percebi que é uma competência
necessária a ser desenvolvida e aprimorada pelos educadores, não só em respeito a
diversidade humana, mas também em respeito as determinações, estabelecidas em
nossas leis, acerca dos direitos reservados as crianças deficientes, à educação,
preferencialmente, na rede regular
A gestão escolar é uma importante dimensão da educação, entendida como meio
e não como fim do processo educativo, cuja atuação deve voltar-se tanto para o
desenvolvimento profissional dos professores como para a aprendizagem dos alunos,
numa atuação democrática.
Conversando com a direção da escola e analisando os projetos educacionais,
verifiquei que a gestão escolar, prioriza apenas as questões administrativas e
burocráticas, não atua de maneira autônoma, fundamentando sua prática em processos
participativos, democráticos, em que o coletivo da escola contribua para a definição das
tomadas de decisão e formulação do projeto político-pedagógico, dos objetivos
educacionais e institucionais.
Nesta perspectiva, a escola não consegue articular a construção de uma Proposta
Pedagógica, coerente com sua realidade, que reúne propostas e ações concretas a serem
executadas durante um determinado período de tempo. Que considere a escola como um
espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos, que atuarão
individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir.
Enfim que defina a organização de atividades e projetos educativos necessários ao
processo de ensino e aprendizagem. Porque o PPP deve configurar-se, como uma
ferramenta de planejamento e avaliação, que deve ser consultados por todos os
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membros de forma coletiva a cada tomada de decisão. E não simplesmente ser um
documento para ficar engavetado.
A gestão democrática é uma variável determinante na articulação da ação
educativa da escola. Todos são coadjuvantes de um mesmo processo, sem desrespeito às
suas funções específicas. Considero o projeto pedagógico fundamental para estimular e
reforçar a participação na gestão e construção da escola como ambiente educativo
autônomo.
2. 2 O ensino-aprendizagem na escola
Entendemos que os processos de desenvolvimento da prática profissional dos
professores estão associados a uma participação ativa na organização coletiva do
trabalho escolar, bem como na articulação entre a prática exercida e a formação
continuada.
Quanto aos alunos, cujas aprendizagens devem ser reais e significativas, a gestão
escolar e os professores devem dar oportunidades para que as competências
demandadas pela sociedade sejam desenvolvidas: criatividade, criticidade, autonomia,
iniciativa, capacidade de tomar decisões fundamentadas, de resolver conflitos do
cotidiano, além de saber expressar-se com clareza, tanto na forma oral como escrita, e
outras competências que lhes possibilitem a prática responsável da cidadania.
No contexto da sala de aula um fator fundamental é a motivação, pois move
essencial. O que vale é intencionalidade aliada a um plano de trabalho construído por
meio de intervenções fundamentadas, dentro da realidade em que o aluno está inserido.
O planejamento é uma atividade de reflexão acerca de nossas opções e ações,
pois se não pensarmos sobre o rumo que devemos dar ao nosso trabalho, ficaremos
entregues aos interesses dominantes da sociedade. Assim o trabalho docente é uma
atividade consciente e sistemática, em cujo centro está a aprendizagem dos alunos.
Assim como afirma Pedro Demo (2005)
O ato de planejar não é uma tarefa simples, exige estudo, pesquisa. O professor precisa inter-relacionar e ser capaz de assegurar os elementos que compõe o processo de ensino: os objetivos (para que ensinar) os conteúdos (o que ensinar), os alunos e suas possibilidades (a quem ensinar) os métodos e técnicas (como ensinar) e avaliação que está intimamente relacionada aos demais. (p.45)
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A escola é um cenário de conhecimento e descobertas do que vem a ser
importante na vida do aluno para que use lá fora no meio social em que vive e não um
transmitir de conteúdos sem importância. É fundamental que o professor tenha clareza e
conhecimento do que se ensina como se ensina e para que se ensina, as vezes, sem
intervenção para se tornar claro por que serve e como iremos utilizar. Ainda Demo
(2005)
Neste sentido a feitura de material didático próprio não deságua no aperfeiçoamento da aula, ainda que isto possa ocorrer, porque o maisnatural será sua revisão radical. Em vez da exposição copiada, por ser inútil e imbecilizante, torna se necessário o trabalho conjunto, dinâmico, critico e criativo. E é preciso pois recolocar as questões tendo como parâmetro a competência que é mister forjar na escola. Se queremos um cidadão competente, formal e politicamente, a aula meramente expositiva, apenas atrapalha, e faz da escola acentuadamente uma perda de tempo. Será mister preferir didáticas reconstrutivas, que sejam mais aptas a estabelecer o relacionamento fecundo de sujeitos. (p. 46).
O professor precisa dar respostas a estes elementos, deve cuidar de planejar os
procedimentos de ensino, de forma a estimular no aluno a leitura, a criatividade, a
observação, a escrita e a investigação, visando a busca solucionar problemas, com vista
a uma participação ativa na construção de seus conhecimentos e a transformação de si
próprio e do meio em que vivem.
2.3 Reflexões sobre a prática pedagógica
Durante o estágio constatei que os projetos e planos de trabalho dos professores,
não estão coerentes com a realidade e de acordo com as necessidades aprendizagem dos
alunos. A maioria dos profissionais encontra dificuldade para fazer o diagnóstico de sua
turma e planejar seu trabalho partindo dos conhecimentos prévios de sue alunos, devido
a inexperiência, à ausência de suporte técnico e pedagógico. Principalmente cursos de
capacitação permanente. Este para mim é um grande desafio, que precisa ser refletido
no contexto da pratica dos educadores, para elaboração e execução de um bom plano de
ensino, que vise um melhor resultado do processo ensino- aprendizagem.
Nestes últimos anos percebo que a educação vem sofrendo algumas mudanças, e
que nós educadores temos que adequar vários métodos e pospostas de ensino, sem
profissionais capacitados e com experiências para nos orientar. Existem poucos projetos
de capacitação processos de formação continuada, que deveria ser visto como uma
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prioridade, dentro do contexto educacional contemporâneo. E talvez uma tentativa de
resgatar a figura do mestre, tão carente do respeito devido a sua profissão, tão
desgastada em nossos dias. Como educadores precisamos, dispor sempre de mais teorias
e nutrientes, continuar o processo de gestação de aprender, conhecer e ser.
Assim como afirma o grande mestre "Ninguém nasce educador ou marcado para
ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador,
permanentemente, na prática e na reflexão da prática". (FREIRE, 1991: 58).
O profissional consciente sabe que sua formação não termina na Universidade.
Esta lhe aponta caminhos, fornece conceitos e ideais, a matéria-prima de sua
especialidade. O resto é por sua conta. Muitos professores, mesmo tendo sido assíduos,
estudiosos e brilhantes, tiveram de aprender na prática, estudando, pesquisando,
observando, errando muitas vezes, até chegarem ao profissional competente que hoje
são.
Está consciência de formação precisa ser estimulada, para que alguns educadores
saia do modismo e do tradicional. E preciso inovar sempre, estarmos atentos à
criticidade, à criatividade e ao espírito investigativo que queremos desenvolver em
nossos educandos. O planejamento da escola precisa ter vida, ser coerente com a
realidade do aluno, de forma a dar significado à aprendizagem, e voltado para uma
educação humanista. Assim, estaremos concorrendo para uma melhor atuação docente
na nossa pratica didática.
Alguns educadores encontram muitas dificuldades de gerenciar um ambiente
cada vez mais complexo é instável, de trabalhar em equipe, de abstrair, de improvisar,
de utilizar novas tecnologias, e não tem disposição para assumir responsabilidade
voltada para a melhoria da qualidade do processo educativo. Pelo fato do gestor ser um
articulador de todo processo educacional, deveria ser requerido pela secretaria
municipal, um profissional com uma graduação especifica ou uma oportunidade de
formação continuada em gestão escolar, assim evitaria o rodizio de diretores na escola.
Há uma carência de liderança que saiba articular e mediar o diálogo, garantindo
a participação e o processo democrático, de modo a valorizar a aproveitar as diversas
opiniões, ideias e ideais em jogo no coletivo de pessoas da escola.
Analisando a partir do que tenho estudado e pesquisado, constatei que a maioria
dos educadores, tanto da escola que faço estagio, como da escola que trabalho não tem
consciência clara e conhecimento da importância e do significado do Projeto politico-
pedagógico; no sentido de construí-lo com entusiasmo, superando a cômoda ideia de
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apenas cumprir uma exigência burocrática e assumindo realmente o projeto, como uma
ferramenta que orienta as transformações necessárias para a maioria da qualidade de
ensino da escola, com compromisso, responsabilidade e o envolvimento de toda
comunidade escolar.
3. O DILEMA DA ALFABETIZAÇÃO E DO LETRAMENTO
3.1 Conceituando Alfabetização e Letramento
Desde a época em que cursava o magistério compreendia que a alfabetização
consistia no aprendizado do alfabeto e de sua utilização como código, para ler, escrever
e se comunicar. Para mim isso bastava para o aluno prosseguir seus estudos. Com o
tempo fui percebendo que vários alunos mesmo com a aquisição dessas habilidades
mecânicas (codificação e decodificação) apresentavam dificuldades de compreender e
interpretar textos. Então percebi que de um modo mais abrangente, a alfabetização é
definida como um processo no qual o indivíduo não apenas decodifica o que está
escrito, mas compreende e produz sentidos e significados passando a fazer usos sociais
da leitura e da escrita.
Em nossa vivencia na sala de aula, enquanto professores alfabetizadores
precisaram descortinar alguns saberes e perceber os diferentes caminhos, não
previsíveis da aprendizagem, faz-se necessário compreender melhor algumas teorias de
ordem conceitual sobre alfabetização e letramento que vem emergindo nas últimas
décadas.
Soares (2006) discute os conceitos de alfabetização e letramento em suas
diversas facetas. De acordo com a autora, o ato de aprender a ler e escrever traz
consequências sociais, culturais, politicas, econômicas, cognitivas e linguísticas para o
educando ou para o contexto social em que vive. A autora define a palavra letramento s
para designar aquele indivíduo que sabe utilizar a competência alfabética, isto é, a
capacidade de ler e escrever, como instrumento para favorecer melhores condições de
vida, por meio da pratica social.
Partindo dessa análise conclui-se que “alfabetizado” é aquele indivíduo que sabe
ler e escrever; “letrado” é aquele que não apenas sabe ler e escrever, mas que responde
adequadamente às demandas sociais da leitura e da escrita. “Alfabetizar letrando”, é
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ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita. Assim o
educando deve ser alfabetizado e letrado.
Nesse contexto podemos dizer que o letramento desenvolve a habilidade de
utilizar a capacidade de leitura e de escrita para responder às exigências que a sociedade
determina constantemente. Uma pessoa letrada realiza o processo de meta cognição, ou
seja reflete de maneira crítica sobre o conhecimento adquirido e sobre o seu processo de
aprendizagem. Por meio desta ação, é capaz de melhorar seu desempenho sociocultural
e, também, escolar. Essa condição proporciona uma mudança na relação com o outro e
com o meio em que está inserido. Portanto, podemos inferir que letramento está
diretamente ligado à manifestação da cidadania.
Já a alfabetização se relaciona ao ato de aprendizagem do processo de leitura e da
escrita. Diz respeito ao desenvolvimento de capacidades relacionadas à percepção, a
memorização e ao conjunto de habilidades psicomotoras para se chegar à codificação da
linguagem falada (leitura) e a decodificação dos símbolos que representam esta fala
(escrita).
Não quero com essas colocações afirmar que devemos desconsiderar ou dar
menos importância ao processo de alfabetização. Ao longo do tempo tenho aprendido
que é um processo importante e necessário para a criança. Mas não podemos ficar
presos somente a ele. Como educadores temos que nos preocupar com a formação
integral do individuo para o exercício da cidadania, ou seja, nos preocupar também com
o letramento e este é uma grande desafio.
Um fator interessante que Soares (2006) ressalta é que há diferentes níveis de
letramento que estão diretamente ligados às necessidades do individuo, do seu contexto
social e cultural. Uma pessoa pode ser considerada letrada e não saber decodificar a
escrita. Em minha experiência de vida, por exemplo, observo que minha avó tinha muita
habilidade para culinária e faziam comidas deliciosas. Quando alguém pedia a receita,
ela ditava os ingredientes e a pessoa escrevia, aliando à escrita a sua habilidade. Nesse
momento, ela demonstrava conhecer a estrutura daquele gênero textual. Essa
“limitação” não a impedia de exercer e aprimorar sua prática como exímia cozinheira.
Contudo, certamente ela enfrentou diversas situações em que a alfabetização precária
causou impactos negativos.
Cada individuo demonstra sua capacidade de compor sentidos e interpretar o
contexto em que vive, de acordo com suas condições sociais, culturais e econômicas. Da
mesma forma que o sentido dado a um texto é determinado pela interpretação da pessoa
20
que o lê. O letramento vem das relações sociais para dentro do contexto escolar,
enriquecendo-o, dando-lhe vida.
Para finalizar estes diferentes conceitos transporto aqui a fala da Professora
Hamze que afirma que:
A alfabetização deve se desenvolver em um contexto de letramento como início da aprendizagem da escrita, como desenvolvimento de habilidades de uso da leitura e da escrita nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, e de atitudes de caráter prático em relação a esse aprendizado; entendendo que a alfabetização e letramento, devem ter tratamento metodológico diferente e com isso alcançar o sucesso no ensino aprendizagem da língua escrita, falada e contextualizada nas nossas escolas. Letramento é informar-se através da leitura, é buscar notícias e lazer nos jornais, é interagir selecionando o que desperta interesse, divertindo-se com as histórias em quadrinhos, seguir receita de bolo, a lista de compras de casa, fazer comunicação através do recado, do bilhete, do telegrama. Letramento é ler histórias com o livro nas mãos, é emocionar-se com as histórias lidas, e fazer, dos personagens, os melhores amigos. Letramento é descobrir a si mesmo pela leitura e pela escrita, é entender quem a gente é e descobrir quem podemos ser. (2004, p.1)
Então a criança precisa internalizar, apreender este processo por meio da
experimentação, da manipulação do objeto de conhecimento, dando-lhe sentido e
significado. Pode-se afirmar que as relações de mediação feitas pelo professor durante
as atividades no processo de alfabetização e letramento devem ser sempre acolhedoras,
dinâmicas e significativas.
3.2 Compreender o mundo: comparando sentidos por meio da leitura e da escrita
O dilema da Alfabetização e Letramento me proporcionou uma reflexão sobre o
processo de alfabetização da criança e os diversos aspectos envolvidos nessa aquisição.
Também foi possível compreender que os processos da leitura e escrita vão além da
codificação ou decodificação e são dotados de sentido, tanto para quem lê quanto para
quem escreve. Considerei alguns aspectos abordados como fundamentação teórica no
processo de alfabetização muito importante:
O primeiro é que Emília Ferreiro, desenvolveu sua pesquisa baseando nos
estudos de Piaget e deu inicio a corrente construtivista. Para ela o desenvolvimento
cognitivo é um processo que se desenvolve com uma determinada sequencia marcando
as diferentes etapas mentais. Em cada uma dessas etapas a maneira de compreender os
problemas e resolvê-los depende da estrutura mental que a criança apresenta naquele
21
momento. O desenvolvimento parte do individual para o social.
O segundo é que para o estudioso Henri Wallon, médico, psicólogo e filosofo
francês, diz que o desenvolvimento intelectual envolve quatro elementos básicos, que se
comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu
como pessoa.
De acordo com esse teórico, as emoções são fundamentais para o
desenvolvimento humano. Elas são uma forma de o educando exteriorizar seus anseios
e suas vontades. Normalmente, são poucos estimulados na educação tradicional.
Ao realizar estudos com crianças entre seis e nove anos, Henri Wallon percebeu
que o desenvolvimento da inteligência depende essencialmente de como cada uma faz
suas diferenciações da realidade exterior. Tal percepção ocasiona um conflito
permanente entre os dois mundos: o interior, povoado de sonhos e fantasias, e o
exterior, cheio de símbolos, códigos, valores sociais e culturais. É na solução dos
confrontos que a inteligência evolui.
Neste sentido a utilização de jogos e brincadeiras no contexto escolar é
extremamente importante para que a criança faça a conexão entre o real e o imaginário,
além de promover e favorecer o desenvolvimento da afetividade. E é por meio deste que
a criança inicia seu contanto com as representações e os símbolos e desenvolve sua
identidade e autonomia para viver em sociedade.
No decorrer do tempo várias pesquisas ampliaram as ideias sobre o ato de educar
e principalmente de alfabetizar. Atualmente tenho analisado que temos vários desafios
em relação ao desenvolvimento do processo ensino aprendizagem, que implica em
mudanças de comportamentos, de concepções e de práticas pedagógicas.
Nessa perspectiva faz-se necessário entender que a alfabetização se relaciona ao
ato de aprendizagem do processo da leitura e da escrita. Diz respeito ao
desenvolvimento de capacidades relacionadas à percepção, à memorização e ao
conjunto de habilidades psicomotoras para chegar à codificação da linguagem falada
(leitura) e a decodificação dos símbolos que representam esta fala (escrita).
A atuação pedagógica precisa ser planejada, organizada e transformada em um
objeto de reflexão no sentido de buscar não só avanços cognitivos dos alunos, mas de
propiciar as condições afetivas para adquirir capacidade para utilizar a leitura escrita nas
praticas sociais.
3.3 A psicogênese da língua escrita
22
Com base nas teorias de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, saliento que uma das
primeiras formas de compreensão da leitura do mundo, pela criança pode ser
representado pelo desenho, que expressa o seu pensamento. A segunda forma de
representação é o jeito que a criança escrever. Seus estudos são relevantes, sobre às
construções originais da criança sobre, o processo de aquisição da língua escrita,
denominado psicogênese da leitura e escrita.
De acordo com os estudos realizados sobre os aspectos da alfabetização em
âmbito internacional, Ferreiro e Teberosky (1991) concluíram que a criança constrói seu
conhecimento por meio das interações entre o sujeito e o objeto de conhecimento. Nessa
construção a criança passa por diferentes períodos, nos quais levanta hipóteses lógicas
de representação para escrita, denominadas por Emília Ferreiro de hipóteses pré-
silábica, silábica e alfabética.
É possível constatar que a psicogênese da língua escrita trouxe aos educadores
um novo desafio, já que a alfabetização envolve um complexo processo de elaboração
de hipóteses sobre a representação linguística, processo que se dá pelo uso efetivo,
respeitando-se os níveis pelos quais se encontram os sujeitos que aprendem. A forma de
aquisição e momento em que a criança consegue transpor o que está aprendendo, o jeito
de escrever de acordo com o sistema convencional, o alfabético. Então, o utiliza como
forma de melhorar sua qualidade de vida, ampliando o processo de letramento que seria
a terceira forma.
Nesta perspectiva alfabetizar deixa de ser um ato mecânico, mas um processo
ativo e criativo em que aquele que aprende, reflete e age sobre a leitura e a escrita.
Segundo Ferreiro, os conceitos de prontidão, imaturidade, habilidades motoras e
perceptuais, deixam de ter sentido isoladamente como costumam ser trabalhado pelos
professores. Estimular aspectos motores, cognitivos e afetivos, são importantes, mas
vinculados ao contexto da realidade sociocultural dos alunos. Essa nova concepção de
alfabetização ficou conhecida como construtivista e explica que o aprendizado da
escrita segue uma linha de evolução regular, independente das condições sociais do
educando e de seus conhecimentos prévios, quando inicia o ciclo de alfabetização.
Ferreiro e Teberosky (1991) destacam que os problemas que a criança enfrenta na
aprendizagem durante o processo de alfabetização estão relacionados ao sistema de
escrita e à compreensão entre a correspondência sonora e o sinal gráfico que representa.
23
Seu problema é compreender a natureza do sistema de escrita que a sociedade lhes oferece. Para compreendê-lo enquanto sistema está obrigado a reconstruí-lo internamente, em vez de recebê-lo como um pré-elaborado (FERREIRO; REBEROSKY, 1991, P.95)
Considero que a criança necessita compreender necessita compreender o uso e
o significado da simbologia no meio cultural, favorecendo assim o processo de
reconstrução interna na alfabetização.
Ao observar o contexto social e as diversas facetas do desenvolvimento do
desenvolvimento humano, percebemos que a educação e o desenvolvimento são
processos presentes ao longo de todo ciclo da vida humana. A escola se revela como o
espaço o espaço institucionalizado que proporciona a oportunidade de acesso às
diferentes aprendizagens sobre os diferentes conhecimentos.
Cabe à instituição escolar, na pessoa do professor educador, ampliar e
consolidar tal processo. Uma das estratégias que poderá ser utilizada é o uso das artes
cênicas, como forma de explorar as potencialidades do educando.
A utilização dos jogos e das brincadeiras é extremamente significativa neste
processo para que a criança faça conexão com real e o imaginário. Estes procedimentos
tornam-se “intimo” do objeto do conhecimento, utilizando símbolos e
operacionalizando sua vida em sociedade. Com isso, ela experimenta, cria, recria e vai
adquirindo segurança para interagir com a realidade e desenvolver sua afetividade.
O ponto de partida para a aprendizagem da leitura e da escrita é o conflito
cognitivo, atividades que façam o sujeito pensar, buscar soluções. Neste sentido a
linguagem oral precisa ser estimulada, porque a criança chega a escola com um notável
conhecimento de sua língua materna como forma de comunicação.
O processo de aquisição da leitura e escrita é gradual e cumulativo. A
linguagem oral é espontânea, neste caso a escrita deve ser pensada, analisada e
codificada. O educando deve perceber esta diferença. Para tanto é necessário oferecer-
lhes condições de intenções com os diferentes portadores de textos, para que descubram
as diferentes funções da leitura e da escrita, por meio da vivencia de um ambiente
letrado.
3.4 A linguagem oral no processo de alfabetização
24
É importante salientar que a população brasileira fala de diferentes formas, em
função dos espaços geográficos que ocupa, da classe social, da idade e do gênero a que
pertence. Se Analisarmos do ponto de vista linguístico, todas essas variedades são
legítimas e corretas, já que não temos uma gramática normativa da linguagem oral como
a que existe para a linguagem escrita. Aqui em nosso município as crianças chegam a
escola com uma variedade linguística própria, aprendida em seu meio, família e
comunidade. Muitas vezes isso não reconhecido pela escola, as crianças sofre
preconceito. Assim com afirma Gagliari.
A escola, incorporando esse comportamento preconceituoso da sociedade em geral, também rotula seus alunos pelos modos diferentes de falar. (...) Em outras palavras, um se torna o aluno “certinho” porque é falante do dialeto de prestígio, o outro é um aluno carente (“burro”) porque é falante de um dialeto estigmatizado pela sociedade. (CAGLIARI, 1993, p. 82).
Sabendo-se que a linguagem oral abrange a fala, a escuta e a compreensão
acompanha todas as interações estabelecidas pelas crianças em suas práticas sociais. É
assim que meninos e meninas se apropriam da cultura escolar, desde o ingresso na
instituição. É também por meio da fala que as crianças adentram na escola, levando
consigo as marcas de sua classe social, de sua origem e identidade cultural, constituída
por conhecimentos, crenças e valores. Trazem, portanto, a variedade linguística do
grupo social a que pertencem. Que precisam ser levando em consideração nas praticas
de alfabetização.
3.5 Contribuições da abordagem construtivista para a alfabetização
A necessidade política e social do século passado suscitou novos
questionamentos e ideias, fazendo com que o conceito de alfabetização fosse ampliado.
Segundo Soares (2003, p. 10-11), alfabetizado é “aquele que sabe usar a leitura e a
escrita para exercer uma pratica social em que escrita é necessária”.
Nessa perspectiva, veremos que a ampliação deste conceito se manifestou
também nas instituições escolares. Até recentemente considerava que o ingresso do
aluno no mundo da escrita se fazia apenas pelo desenvolvimento das habilidades de
decodificação e codificação. Seria numa etapa posterior, que se trabalharia com uso da
língua escrita, como praticas sociais.
25
Se analisarmos bem, veremos que são varias as dificuldades encontradas hoje
na alfabetização, que retrata uma herança cultural enraizadas em métodos ultrapassados,
que não condizem com a realidade dos nossos educandos que vivem em uma sociedade
em crescente evolução, devido aos apelos das tecnologias, que tiram muito o foco das
nossas crianças para os jogos de multimídias. Alguns educadores alegam que a base
fracasso escolar é a implantação de metodologias baseadas na proposta construtivista e
no conceito de letramento e não entendem que estamos vivendo em um mundo de
crescentes mudanças: culturais, de relações sócias, de uma nova concepção de família e
tecnológicas.
A abordagem construtivista trouxe inúmeras contribuições para a
alfabetização como apontadas pela autora Magda Soares (2003) em um trecho do seu
artigo “letramento e alfabetização: as muitas facetas”. Segundo ela, o construtivismo
[...] alterou profundamente o processo de construção da representação da língua escrita pela criança, que deixa de ser considerada como dependente de estímulos externos para aprender o sistema de escrita, concepção presente nos métodos de alfabetização até então em uso, hoje designados “tradicionais”, e passa a sujeito ativo capaz de progressivamente (re)construir esse sistema de representação, interagindo com a língua escrita em seus usos de pratica sociais, isto é, interagindo com material “para ler”, não com material artificialmente produzido para “aprender e ler”; os chamados pré-requisitos para aprendizagem da escrita, que caracterizariam a criança “pronta” ou “madura” para ser alfabetizada- pressuposto dos métodos de “tradicionais” de alfabetização-, são negados por uma visão interacionista, que rejeita uma ordem hierárquica de habilidades, afirmando que a aprendizagem se dá por uma progressiva construção do conhecimento, na relação da criança com objeto “língua escrita”; as dificuldades da criança, no processo de construção do sistema de representação que é a língua escrita- consideradas “deficiências” ou “disfunções” nas perspectiva dos métodos “tradicionais”-, passam a ser vistas como “erros construtivos” resultados de constantes reestruturações.
Apesar dessas contribuições, é preciso reconhecer que abordagem
construtivista e o letramento levaram alguns educadores a diferentes equívocos. Um
deles é achar que apenas através do intenso convívio com o material escrito que circula
socialmente a criança alfabetiza, e o outro é que antes tinham-se métodos e nenhuma
teoria. Portanto é muito comum muitos afirmarem, que temos uma teoria que não
26
funciona na pratica e nenhum método e alguns ainda confundem está abordagem como
um método de alfabetização inovador.
Os estudos de Piaget, Ferreiro e Teberosky mostram que outras propostas de
ensino funcionam, mas não desenvolvem o aluno cognitivamente e a proposta
construtivista pretende sanar essa necessidade.
Segundo eles, grande vantagem é que a criança é o principal agente da
aprendizagem, gerando um maior interesse por parte dela, e o professor sente uma
maior necessidade de se manter atualizado. Segundo o texto, alfabetizar nesta
perspectiva e levar em consideração o tempo da criança o que torna mais difícil a
compreensão dos pais, pois a aprendizagem não é imediata, respeita a fase da criança; e
a insegurança do professor por não trabalhar com uma plano fechado.
O construtivismo se refere ao processo de aprendizagem, que coloca o sujeito
da aprendizagem como alguém que conhece e que o conhecimento é algo que se
constrói pela ação deste sujeito. Nesse processo de aprendizagem o ambiente também
exerce seu papel, pois, o sujeito que conhece faz parte de um determinado ambiente
cultural.
Para que a proposta construtivista seja realizada, portanto, também é preciso
modificar o ambiente alfabetizador, incorporando materiais que estimulem o desejo pela
leitura, porém, também é preciso que o professor esteja preparado para utilizar-se desses
materiais adequadamente.
4. DESAFIOS DA PRATICA DOCENTE
4.1 As praticas escolares de alfabetização e letramento
Para o sucesso do processo educacional, faz se necessário saber que a
natureza das atividades e das relações escolares deve ser marcada pela intencionalidade
da ação educativa. O planejamento deve atender a necessidades do educando e o
conhecimento tem que ser sistematizado de modo a promover o desenvolvimento de sua
formação humana e intelectual.
Portanto nós educadores devemos focar nosso centro de atenção: em como o
aluno aprende. Perceber a criança como um ser social, que chega a instituição de ensino
com uma enorme bagagem sociocultural, que jamais deve ser desconsiderada pelo
professor no momento de seu planejamento.
27
Segundo Vygotsky (apud Fontana: cruz, 1997), linguagem não é apenas uma
expressão do conhecimento adquirido pela criança, é o resultado da relação
internalizada do ser individual com o meio sociocultural. É preciso compreender as
relações entre pensamento e linguagem, para que se entenda o processo de
desenvolvimento intelectual.
O processo de aquisição da leitura e escrita é gradual e cumulativo. A linguagem
oral é espontânea. Já a escrita tem que ser pensada, analisada e codificada. O educando
deve perceber essa diferença. Para tanto, necessário oferecer-lhes condições de
interação com os diversos portadores de textos, para que descubram as diferentes
funções da leitura e escrita, por meio da vivencia de um ambiente letrado.
Neste contexto o grande desafio é alfabetizar letrando. Para Soares 2000.
Alfabetizar letrando significa orientar a criança para que aprenda ler e a escreve,
levando a conviver com as praticas reais de leitura e de escrita: substituindo as
tradicionais e artificiais cartilhas por livros didáticos, por revistas, por jornais, enfim
pelo material de leitura que circula na escola e na sociedade, e criando situações que
tornem necessárias e significativas as praticas de produção de textos.
Dessa forma, o educando aprende, interagindo com a escrita, estabelecendo
relações entre fonemas e grafemas, codificando e decodificando o signo linguístico. Dar
oportunidades a isso é tarefa do processo de alfabetização. A criança apropria-se do
sistema de escrita, juntamente ao letramento, quando sistematiza o conhecimento.
A organização do tempo e do espaço é de fundamental importância no processo
de alfabetização e letramento e para construção da identidade pessoal e do grupo. A
rotina quando bem definida, é elemento essencial neste processo. As atividades
realizadas dia a dia dão oportunidades às crianças de praticar seus hábitos, num clima
flexível.
Thiago de Melo expressa, por meio do seu poema Canção para os fonemas da
alegria, o mundo da alfabetização. Para ele ao unir palavras, o homem, aos poucos,
acaba por unir a própria vida e descobre que o mundo é seu também. Em pedaços de
palavras há uma trama do processo de alfabetização. Uma visão holística deverá ser
incorporada na formação do professor alfabetizador. Ele precisa estar contaminado de
paixão, poetizando a sua pratica. (Texto em anexo II)
28
Thiago de melo dedicou este poema a Paulo Freire, que em seu legado, incitou –nos a
pensar na educação como pratica libertadora. Para Freire (1975, p.83). “ O homem
deveria aprender a pronunciar sua própria palavra e não repetir, simplesmente, a do
outro, pois uma sociedade alienada não tem consciência do seu próprio existir.
Estamos vivendo um novo paradigma na educação onde o analfabetismo
funcional é um problema bem comum, este ocorre quando a pessoa que mesmo tendo
aprendido a decodificar a escrita, geralmente frases curtas, não desenvolve a habilidade
de interpretação de textos. Alfabetização e letramento não deve ser uma
responsabilidade somente do professor dos anos iniciais do Ensino Fundamental, mas
sim de toda a escola, gestores e equipe pedagógica. Todos os educadores deveriam se
preocupar com estas questões e de forma coletiva debater este assunto e ver possíveis
soluções e não apontar somente as falha.
A alfabetização, neste sentido, visa a tomada de consciência critica do sujeito,
lhe permitindo a organização reflexiva de seu pensamento e procurando resgatar sua
dignidade. Dentro desta perspectiva de construir uma educação libertadora, Freire
enfatiza que é preciso que se compreenda a educação como um processo de formação
humana. Desta forma Freire (2000), afirma que ensinar não é somente transmitir
conhecimento e sim, proporcionar que o aluno aprende de dentro para fora.
Analisando a luz dessa afirmação, fica claro perceber, que é de extrema
relevância o ensino e práticas pautadas no objetivo de levar o aluno a utilizar o que foi
aprendido, de maneira satisfatória e eficiente, pois deve ser esse o papel primordial da
escola. Pedro Demo (2005) enfatiza:
Mais do que nunca, deve ficar claro que o conhecimento reconstruído é a base da intervenção, não só na cabeça, mas igualmente na vida concreta. Assim é decisivo saber mostrar por que matemática é necessário para a cidadania das pessoas, ou por que falar bem a língua materna faz parte do cidadão participativo, ou por que alfabetizar-se é questão chave do combate à pobreza política da população (p. 46).
As deficiências encontradas e percebidas na aprendizagem e na atuação do aluno
em contextos sociais, são percebidas de maneira clara, especialmente quanto a
habilidade de leitura e escrita, pois é possível perceber desde as séries iniciais, que os
alunos apresentam inúmeras dificuldades quanto a compreensão e interpretação do que
se lê, apenas decodificando, na maioria das vezes, o que não torna um aluno letrado e
atuante.
29
4.2 Planejamento e avaliação do ensino e aprendizagem
Retomando da questão do planejamento, procurando analisar criticamente o que
já refletimos desde o início do curso de graduação em Pedagogia no qual construí este
trabalho, no sentido de aperfeiçoar e sistematizar conhecimentos teóricos e práticos
relativos ao planejamento de diferentes situações de aprendizagem para alcance dos
objetivos e à seleção de métodos ou técnicas de ensino adequados para atingir a
proposta de ensino aprendizagem em nossa pratica docente.
Em nosso cotidiano estamos sempre planejando. Mas nem sempre esse
planejamento é formalizado. No entanto, quando realizamos uma atividade incomum
em nosso dia a dia, aí sim procuramos sistematizá-la em busca do alcance daquele
desejo. Então podemos observar que planejamento será sempre um meio para atingir
determinados fins. Um processo inacabado, criado pelo homem para o seu crescimento,
no exercício de busca e de transformações permanente, e se tratando do planejamento
no âmbito escolar, o processo de construção deve ser coletivo e dinâmico.
Ao identificar os três níveis de planejamento: educacional, escolar e na sala de
aula. Percebi que mesmo ocorrendo em instancias diferentes, eles tem uma relação entre
si e deve ter inicio com um diagnostico, tanto da comunidade escolar, como da turma e
do aluno. O planejamento precisa ter vida, ser coerente com a realidade do aluno, de
forma a dar significado a aprendizagem.
Planejar é um ato que exige um momento de pensar, refletir com um olhar sobre
a escola, a realidade em que o aluno está inserido. Requer uma discussão sobre os
problemas, as dificuldades, as possibilidades de mudanças e as possíveis soluções.
Os procedimentos de ensino na minha concepção enfatizam as ações do
professor de forma geral e especifica, ou seja, podem ser a metodologia que o professor
usa para realizar a sua aula, como podem ser as ações concretas expressadas por meio
das atividades, das estratégias, das dinâmicas, dos recursos e materiais didáticos
utilizados, e as relações desses materiais com os diversos fatos e experiências e
aprendizagens do alunos.
Esses meios que o professor utiliza para facilitar aprendizagem do aluno,
identificados como técnicas de ensino, se bem selecionadas e usadas adequadamente,
criam nos alunos motivos para o alcance dos objetivos propostos no planejamento.
Assim é preciso haver uma relação entre os procedimentos, os objetivos e os conteúdos
da natureza de aprendizagem para o aluno.
30
Nesse sentido, o professor deve cuidar de planejar escolhendo as técnicas de
ensino de forma a estimular o aluno a leitura, a criatividade, a observação, a escrita a ser
provocado a investigação, a situações problemas, com vista a uma participação ativa na
construção de seus conhecimentos.
É importante ressaltar que, assim como as técnicas e recursos didáticos auxiliam
o professor na ação docente, eles também podem atrapalhar o processo de
aprendizagem, quando mal empregado se selecionados de forma inadequada. É preciso
que o professor use o senso critico, o conhecimento que tem da sua turma em relação a
idade, perfil, comportamento, gosto, interesse, para assim julgar o que mais propício
utilizar naquele momento. Adaptar as técnicas as necessidades de sua classe,
percebendo as diferenças as habilidades e competências dos alunos.
A avaliação neste aspecto constitui em um instrumento importante para êxito da
aprendizagem. Esses procedimentos envolvem tanto técnicas quanto recursos, pois ao
avaliarmos os resultados do ensino aprendizagem dos alunos, procuramos avaliar
também a qualidade do nosso plano, da nossa habilidade como professora e da
contextualização do nosso trabalho educativo e didático em relação ao sistema escolar
como um todo.
5. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
5.1 Formação e experiência na área da educação
Os questionamentos elaborados tiveram como objetivo, coletar dados referentes
à pratica dos professores, levantando os desafios e dificuldades encontrados no
processo de alfabetização e letramento na perspectiva construtivista. Foram coletadas
opiniões de 11 professores que atuam no Ciclo inicial e Complementar em uma escola
da rede municipal de ensino. Somente 02 professores não têm graduação especifica, um
está cursando pedagogia e outro cursou licenciatura em matemática, mas ambos
concluíram o curso normal de magistério. Todos possuem mais de três anos de
experiência como professores alfabetizadores.
Quando se perguntou sobre contribuição para sua pratica em sala de aula, dos
conteúdos disciplinas específicas de alfabetização estudadas durante sua formação
técnica ou acadêmica. Apareceu com maior frequência, que os conteúdos estudados têm
31
contribuído muito pouco. Outra pergunta foi sobre a participação em cursos de
capacitação e seminários, oficinas e outras atividades de formação acadêmica. A maioria
respondeu que participa dos cursos de capacitação oferecido semestralmente pela
Secretaria Municipal de Educação. Podemos salientar, que os processos de formação
destes professores, deixaram a desejar em relação ao estudo sistematizado dos
conteúdos de alfabetização e letramento. Também foi possível perceber, que os cursos
oferecidos semestralmente, têm pouco proporcionados mudanças em relação ao
processo de ensino aprendizagem. Apesar de que nada substitui a pratica e que nenhum
curso faz mágica. Porém o embasamento teórico é fundamental para que possamos
avaliar a nossa pratica diária. Percebi Acentuar a palavra prática.
que a maioria dos professores têm esta consciência.
5.2 Desafios da pratica no contexto da alfabetização e letramento
Em relação aos recursos tecnológicos utilizados. Somente 04 responderam que
utilizam computador e a internet para pesquisar vídeos e atividades. 06 professores não
utilizam nenhum recurso. Neste sentido a escola precisa avançar para proporcionar um
ambiente com os recursos tecnológicos tanto para alunos e professores.
A respeito dos métodos de alfabetização, perguntei se lembravam do método
utilizado em sua alfabetização, quais os métodos de alfabetização que conhecia e quais
utilizam em sua pratica na sala de aula. E se considera o método eficaz. A maioria
respondeu que foram alfabetizados com método silábico e utilizam em sua sala de aula,
por considerar que o método silábico parte das silabas mais simples para as complexas e
com isso o aluno consegue ler as palavras, juntando as silabas. Em relação aos métodos
que conhecem a maioria responderam: fônico, sintático, analítico, alfabético, global,
construtivista e silábico.
Podemos perceber que há indícios que alguns professores, têm pouco
conhecimento sobre os métodos de alfabetização e talvez seja por isso que utilizam o
mesmo método em que foram alfabetizados, por sentirem mais seguros e considerar que
terá resultado. Aparece com pouca frequência a falta de entendimento que o
construtivismo é uma teoria e não um método de alfabetização. Portanto, alfabetizar
crianças numa perspectiva construtivista não significa usar um método especifico, mas
sim desenvolver uma pratica pedagógica de alfabetização, que é muito diferente das
32
praticas de alfabetizações desenvolvidas, que iniciam o trabalho ás vezes pelo método
silábico, global de contos e outros.
Realizar um trabalho de alfabetização na proposta construtivista é preciso
primeiramente avaliar em que fase a criança se encontra e o que faz parte da realidade
dela, para que seja possível realizar um trabalho a partir deste universo. Então, o
educador realizará atividades desafiadoras para que as crianças possam pensar e gerar
conflitos cognitivos, desenvolvendo um senso de responsabilidade, por seu próprio
aprendizado, entende o mundo espontaneamente por assimilação, organizando os dados
do exterior de uma maneira própria. As ideias de Piaget garantiram que havia um
mecanismo natural de aprendizagem e que a escola deveria acompanhar a curiosidade
da criança, propondo atividades com temas que a interessassem naquele momento, sem
se prender a um currículo rígido.
Quando perguntou sobre qual o tipo de planejamento, como é realizado e quais
referenciais utilizadas. E se há orientação pedagógica. A maioria respondeu que realiza
o planejamento quinzenal, sozinho e utilizam como referencia as revistas de orientação
ciclo, matrizes de referencia e livros didáticos e somente um acrescentou os PCNs.
Segundo a maioria a orientação pedagógica, deixa muito a desejar pela falta de tempo.
Quanto as atividades que o professor considera motivadora para o ensino
aprendizagem no processo de alfabetização. A que os professores mais citaram foi
jogos, brincadeiras, musica, parlendas, trava língua. Apareceu com menos frequência
atividades lúdicas e corporais e dinâmicas. É possível observar que os professores com
mais tempo magistério apresentam o mesmo repertório de atividades, comparando com
os menos experientes. Indagados sobre quais recursos e materiais utilizam para
desenvolver o processo de alfabetização eles responderam que utilizam: Dvs, vídeos,
jornais, livros e revistas. Foi citado somente por dois professores, tintas, pinceis, palitos
e outros.
Percebe-se que ainda são poucos os recurso literários que os professores utilizam
para dinamizar o trabalho, como os contos, as historias e dramatizações, que são
atividades lúdicas e significativas, desafiadoras e produtivas, que possibilitam o
desenvolvimentos de outras habilidades, como a imaginação, a representação do real e
do imaginário, imprescindíveis no processo de alfabetização e letramento.
Se tratando dos questionamentos a respeito do que se entende sobre
alfabetização e letramento se é possível alfabetizar letrando. A maioria conceituou
muito bem o seu entendimento e afirmou que possível alfabetizar letrando, mas que se
33
tratando da possibilidades do nosso município, alguns consideram que é muito
desafiante aliar teoria e prática, proporcionando ao aluno uma diversidade de atividades,
que estimule a aprendizagem, para levar o aluno a ser protagonista do seu processo de
alfabetização e letramento.
Uma das questões principais da minha pesquisa foi: Quais os maiores desafios
que você enfrenta na sala de aula no processo de alfabetização e letramento? A falta de
tempo para melhor planejar as aulas e uma equipe pedagógica mais capacitada para
orientar, foi o que apareceu com maior evidencia. Ainda foi citado, falta de apoio das
famílias, falta de materiais didáticos próprios para alfabetizar. Infraestrutura inadequada,
capacitação técnica, desmotivação profissional e não conhecimento de qual melhor
método a ser utilizado.
Outra questão foi: A que você relaciona as dificuldades apresentadas pelos
alunos no processo de alfabetização e letramento? A utilização dos métodos tradicionais
já ultrapassadas, falta de capacitação para aprender novas metodologias, que seja
desafiante e interessante para o alunos. Alguns ainda pontuaram falta de afeto e
participação da família, falta de uma equipe pedagógica para fazer um diagnóstico e
orientar novos métodos, comodismo profissional e falta de criatividade para motivar o
aluno.
Diante destas duas questões é possível perceber que os professores estão
conscientes em ralação a sua postura profissional, porque os desafios apontados,
evidenciam que ambos estão preocupados com a pratica pedagógica e apontam dois
elementos que são fundamentais que é a capacitação e uma equipe pedagógica que dê
suporte aos trabalhos a serem desenvolvidos e sistematizados. Acredito que a maioria
dos professores alfabetizadores percebe a importância de uma reflexão de como estão
alfabetizando as crianças e de suas reais condições de trabalho.
Diante desta pesquisa e refletindo sobre minha experiência, nestes 23 anos de
magistério e pelo fato de sabermos que, a criança constrói o seu conhecimento e se
desenvolve dentro de um ritmo individual, e que o alfabetizador não ensina apenas
estimula o educando a ser o protagonista de sua própria aprendizagem. Constatei que
existe uma grande dificuldade, de muitos educadores em trabalhar nas turmas de
alfabetização dentro de uma perspectiva construtivista, por não ser possível nesta
pratica, trabalhar com objetivos bem definidos, terminais e quantificados, prazos
definidos e talvez com um único método de alfabetização para todos os alunos de uma
34
mesma turma, sem levar em consideração a bagagem e a caminhada de cada um durante
o processo.
35
BILIOGRAFIA:
AMELIA HAMZE: www.brasilescola.com/equipe/ amelia - hamze .htm
FERREIRO, E. & TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre:
Artmed, 1999
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. Em três artigos que se completam. São
Paulo: Cortez, 1987.
SOARES, Magda, Letramento: um tema em três gêneros. 2. ed. Belo Horizonte:
Autentica, 2006.
VIGOTSKY. L.S Pensamento e linguagem. São Paulo Martins Fontes, 1993.
COARACY,J. O planejamento como processo. Revista educação, n. 4 ano 1, Brasília,
1972.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística. São Paulo: Scipione, 1993.
CAVALCANTE, Meire. Alfabetização – Todos podem aprender. Revista Nova Escola,
São Paulo, edição 190, mar/2006. Disponível em:
FERREIRO, Emília. Reflexões sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez, 2001.
______. Alfabetização em Processo. 8ª ed. – São Paulo: Cortez, 1992.
FRANCHI, Eglê Pontes. Pedagogia da Alfabetização: da oralidade à escrita. São
Paulo: Cortez, 2001.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
http://revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 20 out. 2007.
36
ANEXO I
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
Pesquisa para elaboração de TCC: Alfabetização e Letramento: Desafios da
prática docente.
Pesquisadora: Maria Ozania da Conceição Lima
Orientadora: Maria Salomé Coelho Ribeiro
Esta pesquisa tem como objetivo coletar dados referentes à pratica de professores
que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental para fomentar meu TCC,
requisito básico para a conclusão do Curso de Graduação em Pedagogia pela
Universidade Federal de Minas Gerais. Solicito sua colaboração respondendo às
questões abaixo.
Atenção: o anonimato será preservado através da utilização de pseudônimos.
1- IDENTIFICACÃO
1.1) Ano de Nascimento: ................................... Sexo: ( ) Fem. ( ) Mas
1.2) Estado civil: ................................................ N º de Filhos: .................
1.3) Funções que desenvolve na área da
educação: ............................................................................................................................
.....
1.4) Desenvolve outra atividade profissional?
Qual? ................................................................................................................................
2- FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA NA ÁREA DA EDUCAÇÃO
2.1) Ensino médio
Curso:...................................................................................................................................
Instituição: .........................................................................................................................
Local: ..............................................................................................................................
Ano de Conclusão: ........................................................................................................
2.2) Ensino superior ( ) Sim ( ) Não ( ) Cursando
37
Curso:..................................................................................................................................
Instituição: ..........................................................................................................................
Local: ..................................................................................................................................
Ano de Conclusão:...............................................................................................................
O curso foi ( ) presencial ( ) a distância
2.3) Pós-Graduação – Especialização ( ) Sim ( ) Não ( ) Cursando
Curso:..................................................................................................................................
Instituição: ..........................................................................................................................
Local: ................................................................................................................................
Ano de Conclusão:.............................................................................................................
2.4) Pós Graduação – Especialização ( ) Sim ( ) Não ( ) Cursando
Curso:..................................................................................................................................
Instituição: ..........................................................................................................................
Local: .................................................................................................................................
Ano de Conclusão...............................................................................................................
2.5) Durante sua formação acadêmica, você cursou disciplinas especificas sobre alfabetização e letramento? Os conteúdos estudados têm contribuído com sua prática em sala de aula. .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
2.6) Você procura participar de cursos de capacitação, seminários, oficinas e outras atividades de formação continuada anualmente? Quais?...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
2.7) Há quantos anos você atua como professor alfabetizador?
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
2.8) Possui computador e acesso a internet e quais recursos tecnológicos você utiliza para planejar e realizar o seu trabalho.
.............................................................................................................................................
38
.............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
3. DESAFIOS DA PRATICA NO CONTEXTO DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
3.1) Você lembra qual o método de alfabetização utilizado no processo de sua alfabetização e quais recursos didáticos utilizados?.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
3.2) O que você entende sobre alfabetização e letramento?.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
3.3) Na sua opinião é possível alfabetizar letrando? Defina um aluno alfabetizado-letrado.....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
3.4) Descreva abaixo os métodos de alfabetização que você conhece?.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
3.5) Qual o método você utiliza na sua pratica em sala de aula? Você considera este método eficaz? Justifique........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
3.6) Como você realiza o seu planejamento? Sozinho ou em equipe?.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
3.7) Qual é o tipo de planejamento elaborado e quais as referencias utilizados? Há uma orientação pedagógica (especialistas, analistas e orientadores educacionais)?.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
39
.............................................................................................................................................
3.8) Quais atividades você considera motivadora para o ensino aprendizagem no processo de alfabetização?.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
3.9) Para desenvolver o processo de alfabetização e letramento, quais recursos didáticos e materiais você utiliza?.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
3.10) Quais os maiores desafios que você enfrenta na sala de aula no processo de alfabetização e letramento?.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
3.11) A que você relaciona as dificuldades apresentadas pelos alunos no processo de alfabetização e letramento?.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
40
ANEXO II
CANÇÃO PARA OS FONEMAS DA ALEGRIA
Thiago de Mello
A Paulo Freire
Peço licença para algumas coisas.
Primeiramente para desfraldar
este canto de amor publicamente.
Sucede que só sei dizer amor
quando reparto o ramo azul de estrelas
que em meu peito floresce de menino.
Peço licença para soletrar,
no alfabeto do sol pernambucano
a palavra ti-jo-lo, por exemplo,
e pode ver que dentro dela vivem
paredes, aconchegos e janelas,
e descobrir que todos os fonemas
são mágicos sinais que vão se abrindo
constelação de girassóis gerando
em círculos de amor que de repente
estalam como flor no chão da casa.
Às vezes nem há casa: é só o chão.
Mas sobre o chão quem reina agora é um homem
diferente, que acaba de nascer:
porque unindo pedaços de palavras
41
aos poucos vai unindo argila e orvalho,
tristeza e pão, cambão e beija-flor,
e acaba por unir a própria vida
no seu peito partida e repartida
quando afinal descobre num clarão
que o mundo é seu também, que o seu trabalho
não é a pena que paga por ser homem,
mas um modo de amar - e de ajudar
o mundo a ser melhor
Peço licença
para avisar que, ao gosto de Jesus,
este homem renascido é um homem novo:
ele atravessa os campos espalhando
a boa-nova, e chama os companheiros
a pelejar no limpo, fronte a fronte,
contra o bicho de quatrocentos anos,
mas cujo fel espesso não resiste
a quarenta horas de total ternura.
Peço licença para terminar
soletrando a canção de rebeldia
que existe nos fonemas da alegria:
canção de amor geral que eu vi crescer
nos olhos do homem que aprendeu a ler.
Santiago do Chile, primavera de 1964.
©Thiago de Mello
In, Faz Escuro Mas Eu Canto, 1998
42
Editora Bertrand Brasil Ltda.
Rio de Janeiro - RJ - Brasil
ANEXO III – TABELA SÍNTESE DOS DADOS PESQUISADOS
Tabela 01
Idade Nível de Formação
Ano de conclusão
Função e tempo de
experiência na educação.
Tempo de experiência como professor
alfabetizador
01 43 Normal Médio
Cursando pedagogia
Professor e ATB 06 anos
02 28 Curso Pedagogia Uniube
2012
Professor 03 anos
03 45 Normal médio e Licenciatura
em Matemática 2003
Professor 15 anos
04 36 Pedagogia Veredas
2003
Professor 05 anos
05 42 Normal Superior 2008 Professor 22 anos
06 25 Normal Superior 2008 Professor 05 anos
07 28 Pedagogia Uniube
2013
Professor 03 anos
08 48 Normal Superior 2008 Professor 18 anos
09 58 Pedagogia Veredas
2003
Professor 28 anos
10 33 Pedagogia Uniube
2003
Professor 08 anos
11 28 Normal Superior 2008 Professor 03 anos
Tabela 02
Cursou disciplinas específicas sobre alfabetização? Os conteúdos estudados têm contribuído com sua pratica na sala de aula.
Participa de cursos de capacitação seminários oficinas e outras atividades de formação acadêmica.
Quais recursos tecnológicos utilizam?
01 Sim. Os conteúdos estudados têm ajudado com a prática na sala de aula.
Sim. Cursos de capacitação oferecido semestralmente pela SME. Oficinas, seminários oferecidos pela faculdade.
Computador e internet, pesquisando em sites que possuem conteúdos específicos sobre alfabetização.
02 Sim. Utilizo muito pouco. Sim. Cursos de capacitação oferecido semestralmente pela SME.
Nenhum.
03 Sim. Mas não assimilei muito. Sim. Cursos de capacitação oferecido semestralmente pela SME e Pacto
Computador.
04 Sim. Vi o conteúdo muito resumido. Sim. Cursos de capacitação oferecido semestralmente pela SME.
Nenhum.
05 Sim. Mas as explicações deixaram a desejar.
Sim. Cursos de capacitação oferecido semestralmente pela SME e Pacto
Computador e internet para pesquisar atividades, vídeos.
06 Sim. Tem contribuído pouco Sim. Cursos de capacitação oferecido semestralmente pela SME.
Computador e internet para pesquisar atividades, vídeos e filmes.
07 Sim. Enriquecendo meu aprendizado. Sim. Cursos de capacitação oferecido semestralmente pela SME.
Nenhum.
08 Sim. Utilizo muito pouco. Sim. Cursos de capacitação oferecido semestralmente pela SME.
Nenhum.
09 Sim. Utilizo muito pouco. Sim. Cursos de capacitação oferecido semestralmente pela SME.
Nenhum.
10 Sim. Utilizo pouco o que aprendi na sala Sim. Cursos de capacitação oferecido Computador e internet para pesquisar
43
de aula. semestralmente pela SME. atividades, vídeos.11 Sim. Mas as explicações deixaram a
desejar.Sim. Cursos de capacitação oferecido semestralmente pela SME.
Nenhum.
Tabela 03
Você lembra qual o método de alfabetização utilizado no processo de sua alfabetização e quais recursos didáticos utilizados?
O que você entende sobre alfabetização e letramento? Na sua opinião é possível alfabetizar letrando? Defina um aluno alfabetizado-letrado.
01 Método silábico Alfabetização é o ato de ensinar, ou seja, o processo de ensino aprendizagem da escrita e leitura. O letramento é um pouco mais vai além da simples leitura e escrita, avançando sobre a compreensão mais abrangente das práticas sociais que envolve a leitura e a escrita.
Sim. Alfabetizar letrando é deixar que a criança possa entender o mundo através da leitura.
02 Não lembro Alfabetização é um indivíduo que saber ler é escrever e letramento, ele sabe ler produzir texto.
Sim. Onde o individuo é capaz de mesmo não sabendo a ler escrever, pode pedir alguém que escreva por ele, uma noticia de jornal, uma receita um bilhete.
03 Método silábico Alfabetizar é decodificar os códigos (ler e escrever) e letramento é usar a leitura e a escrita no uso social.
Sim. Apesar de ser desafiante, temos que proporcionar uma condição através do processo de leitura e escrita, onde a criança seja capaz de interpretar sua realidade.
04 Método silábico Alfabetização é o processo de aquisição da leitura e escrita por meio da codificação e decodificação dos grafemas e fonemas. Já o letramento é a capacidade de interpretação que o aluno vai adquirindo em seu cotidiano.
Sim. Considero um processo difícil poi, não fomos ainda capacitados para enfrentar esta dificuldade. O aluno alfabetizado e letrado
05 Método silábico Alfabetização consiste no aprendizado do alfabeto e de sua utilização como código para ler escrever e se comunicar. Letramento e a capacidade de usar a leitura e escrita em sua vida social.
Sim. Mas é muito desafiante porque Alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever. Já letrado é aquele que sabe ler e produzir textos e interpretar o mundo em sua volta.
06 Não lembro Alfabetização é a capacidade de codificar e decodificar as letras para ler e escrever. Letramento é capacidade que o indivíduo tem em usar a competência alfabética.
Sim. Mas em nosso município é desafiante, porque as crianças não têm acesso em casa a este processo de aprendizagem da leitura e escrita.
07 Método silábico Alfabetização é o processo de aquisição da leitura e escrita por meio do alfabeto. Letramento é a capacidade de interpretar.
Sim. Mas em nossa escola se torna um pouco difícil, porque Alfabetizar letrando é, portanto, ensinar a ler e escrever o mundo, ou seja, no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita.
08 Método silábico Alfabetização é a aquisição da habilidade de ler e escrever e letramento é capacidade de interpretar, compreender e utilizar a escrita nas praticas sociais.
Sim. Aluno alfabetizado e letrado é aquele que tem domínio da leitura e da escrita e sabe utilizá-la em sua vida.
09 Método alfabético Alfabetização é a capacidade de aprender a codificar e decodificar os códigos linguísticos, que são as letras. Letramento é a capacidade de socializar a leitura e escrita nas práticas sociais.
Sim. São processos que se completam e o aluno nessa condição precisa ler, escrever e interpretar o mundo em sua volta.
10 Método silábico Alfabetizar é codificar e decodificar os signos linguístico, as letras. Letramento é uso da linguagem oral e escrita na vida social.
Sim. Na teoria é fácil mas na prática é um pouco desafiante, pois o aluno neste contexto deve saber ler, escrever e interpretar qualquer texto.
11 Método silábico Alfabetizar é ensinar a ler e escrever através dos códigos linguísticos. Letramento é saber usar a leitura e a escrita em nosso dia a dia. Saber interpretar.
Sim. È a aprendizagem da leitura e da e da escrita nas práticas sociais.
44
Tabela 04
Descr
eva
abaix
o os
méto
dos
de
alfab
etiza
ção
que
você
conh
ece?
Qual o método você utiliza na sua pratica em sala
de aula? Você considera este método eficaz?
Justifique.
01 Fônico, analítico, global sintético, alfabético e
construtivista.
Método Construtivista. Porque é mais global e o aluno vai
identificando melhor a leitura e a escrita
02 Fônico, sintético, analítico, alfabético. Método Alfabético, porque ensino o alfabeto a partir dos nomes,
os alunos vão identificando as letras e formando palavras
03 Fônico, analítico, global sintético, silábico
alfabético.
Método Silábico parte das silabas mais simples para complexas e com isso o aluno consegue ler as palavras, juntando as silabas.
04 Fônico, sintético, analítico, alfabético. Método Silábico. Ensino as silabas, eles vão juntando e
formando as palavras.
05 Fônico, analítico, global sintético, alfabético,
construtivista.
Método Silábico. Parte das sílabas simples para as complexas.
06 Fônico, sintético, analítico, alfabético, silábico. Método Silábico. Parte das sílabas simples para as complexas.
07 Fônico, analítico, global sintético, silábico
alfabético e construtivista.
Método Construtivista. Constrói a partir dos conhecimentos
prévios dos alunos.
08 Fônico, sintético, analítico, alfabético, silábico. Método Alfabético. Aprende as letras do alfabeto e vai juntando
umas com as outras, formam as sílabas e depois o alfabético.
09 Fônico, analítico, global sintético, alfabético e
construtivista.
Método Global. Porque parte do texto e as crianças sentem mais
motivadas, destaco as palavras, há uma maior compreensão.
10 Fônico, sintético, analítico, alfabético, silábico. Método Silábico. Parte das sílabas simples para as complexas
11 Fônico, analítico, global sintético, silábico alfabético
e construtivista.
Método Global. Porque tem o texto como unidade de sentido é
mais motivador e possibilita uma compreensão. Tenho mais
controle e sequência.
Tabela 05
45
Como você realiza o seu planejamento?
Sozinho ou em equipe Qual é o tipo de
planejamento elaborado e quais as referencias
utilizados?
Há uma orientação pedagógica (especialistas analistas e
orientadores educacionais)?
01 Sozinho, utilizo como referência as revistas do
ciclo e as matrizes de referência.
Sim. Mas muito pouca, pela supervisão e direção.
02 Sozinho e às vezes em equipe utilizo como
referência cadernos de orientações do ciclo e
livros didáticos.
Sim, pela supervisão, direção e a equipe pedagógica da SME.
03 Sozinho. Utilizo como referência as revistas do
ciclo, as matrizes de referência e livros didáticos.
Sim, pela supervisão e direção. Mas muito pouca.
04 Sozinho e em equipe utilizo como referência as
revistas do ciclo e as matrizes de referência.
Sim, pela supervisão, direção e a equipe pedagógica da SME.
05 Sozinho e partilho alguns materiais com colegas.
Utilizo como referência as revistas do ciclo e as
matrizes de referência e alguns livros.
Sim, pela supervisão e direção. Mas deixa muito a desejar.
06 Sozinho, utilizo como referência as revistas do
ciclo e as matrizes de referência.
Sim, pela supervisão e direção. Com poucos recursos.
07 Sozinho, e utilizo como referência as revistas do
ciclo e as matrizes de referência, livros didáticos
e o PCNs.
Sim, pela supervisão, direção e a equipe pedagógica da SME.
08 Sozinho, utilizo como referência as revistas do
ciclo e as matrizes de referencias livros didáticos.
Sim, pela supervisão e direção. Deixa muito a desejar.
09 Sozinho e utilizo como referência as revistas do
ciclo e as matrizes de referência.
Sim, pela supervisão, direção e a equipe pedagógica da SME.
10 Sozinho e utilizo como referência as revistas do
ciclo e as matrizes de referência.
Sim, pela supervisão, direção e a equipe pedagógica da SME.
11 Sozinho e utilizo como referência as revistas do
ciclo e as matrizes de referência.
Sim, pela supervisão e direção. Deixa a desejar pela falta de
tempo.
Tabela 06
Quais atividades você considera motivadora
para o ensino aprendizagem no processo de
alfabetização?
Para desenvolver o processo de alfabetização e letramento, quais
recursos didáticos e materiais você utiliza?
01 Atividades lúdicas jogos e dinâmicas. Dvds, vídeos.
46
02 Jogos educativos. Livros, Dvds, vídeos, jornais e revistas.
03 Parlendas e trava língua, musicas, dinâmicas, Revistas, livros, tintas, palitos e outros.
04 Brincadeiras, atividades corporais, dinâmicas e
música.
Dvds s, vídeos, livros, jornais e revistas.
05 Música e jogos Vídeos, livros e revistas.
06 Musica, jogos, parlendas e trava língua. Livros, Dvds, vídeos, jornais e revistas
07 Brincadeiras musica, dinâmicas, parlendas e trava
língua.
Vídeos, livros, jornais e revistas
08 Música, jogos, parlendas e trava língua. Livros, Dvds, vídeos, jornais e revistas
09 Música, brincadeiras, dinâmicas, parlendas e trava
língua.
Revistas e livros.
10 Jogos, parlendas e trava língua. Vídeos jornais e revistas.
11 Música, jogos, parlendas e trava língua. Jornais, literários, tintas, pinceis.
Tabela 07
Quais os maiores desafios que você enfrenta na
sala de aula no processo de alfabetização e
letramento
A que você relaciona as dificuldades apresentadas pelos alunos no
processo de alfabetização e letramento.
01 Falta de apoio das famílias. Poucos materiais
didáticos disponíveis e capacitação
As praticas tradicionais. Metodologia inadequadas
02 Falta de materiais didáticos adequados e
capacitação permanente.
Falta de Afeto e participação da família. Novos métodos
03 Desmotivação profissional e não conhecimento de
qual melhor método a ser utilizado. Falta de
capacitação.
A falta de uma equipe pedagógica para orientar novas metodologias de
trabalho.
04 Maior envolvimento da família e materiais
didáticos próprios para alfabetizar e equipe
pedagógica mais capacitada para orientar.
Falta de apoio por parte da equipe pedagógica no sentindo de fazer um
diagnóstico e orientar novas metodologias.
05 Infraestrutura inadequada, apoio pedagógico. Aprendermos novos métodos que seja desafiante e interessante para o
aluno;
06 Falta de tempo para melhor planejar as aulas.
Equipe pedagógica mais capacitada para orientar.
Falta matérias adequados. Novas metodologias e materiais.
07 Materiais adequados e infraestrutura. Equipe
pedagógica mais capacitada para orientar.
Métodos tradicionais ultrapassados.
08 Comodismo para buscar novas metodologias. Falta
de capacitação.
Envolvimento da família.
09 Falta de uma equipe pedagógica para acompanhar e
dar suporte.
Falta de curso de capacitação para aprendermos novos métodos.
47
10 Suporte de um profissional com experiência e
conhecimento do processo de alfabetização e
letramento.
Comodismo profissional e a falta de criatividade para motivar o aluno no
processo ensino aprendizagem.
11 Falta de tempo para melhor planejar as aulas e
organizar matérias que desperte a motivação do
aluno. Capacitação técnica.
Falta de cursos de capacitação para conhecer como trabalhar dentro
perspectiva construtivista.
48