CUSTOS
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CUSTOS GRÃOS | DEZEMBRO - 2019G
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CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP
Na safra 2019/20, o sojicultor enfrentou custos mais elevados, mas, apesar disso, o poder de compra melhorou, devido à va-
lorização da soja. Considerando-se o período de aquisição de insumos (de abril a agosto), nas pra-ças do Cerrado levantadas pelo Cepea, o Custo Operacional Efetivo (COE) médio da temporada 2019/20 foi 5% superior ao do mesmo período de 2018 e, na região Sul, a elevação foi de 3%. Nas regiões de Sorriso (MT), Rio Ver-de (GO), Uberaba (MG), Primavera do Leste (MT) e Luís Eduardo Magalhães (BA), o desem-bolso com defensivos (herbicida, inseticidas e herbicidas) foi 6% superior na temporada 2019/20 frente à anterior, e o custo com fer-tilizantes subiu 3% na mesma comparação. Apesar desses aumentos, o dispêndio mé-dio com adubos da safra 2019/20 foi 14% menor em relação a setembro/18 – quando o desembolso com fertilizantes foi o maior, em termos nominais, desde janeiro de 2010. Já nas praças do Centro-Sul (Dourados/MS, Passo Fundo/RS, Londrina/PR, Cascavel/PR, Guarapuava/PR, Ponta Grossa/PR e Cha-pecó/SC), na temporada passada, devido ao tabelamento de fretes e da forte valorização dos fertilizantes ao longo de 2018, sojiculto-res que adquiriram os insumos em agosto da-quele ano registraram aumento de 6 pontos percentuais no COE (Custo Operacional Efeti-vo) frente aos que realizaram as compras em abril. Isso porque, naquele período, o custo com
fertilizantes havia aumentado cerca de 21%. Vale ressaltar que, na temporada 2018/19, a elevação dos preços dos insumos, principalmente dos fertilizantes, impulsionou o Custo Operacional Efetivo (COE) da soja no Brasil. O movimento de alta se intensificou a partir de maio/18, quando o tabelamen-to de fretes foi aprovado. Em setembro/18, o COE foi o maior daquele ano no Cerrado, por exemplo. Apesar da queda nas cotações dos adubos nos meses seguintes, o COE ini-ciou 2019 ainda em patamares elevados. Em 2019, o dispêndio com fertilizantes apresentou leve queda, mas o aumento do gas-to com defensivos, a valorização do dólar frente ao Real e a elevação do preço do diesel impul-sionaram os custos totais. Assim, apesar do au-mento frente ao ano anterior, os custos da safra 2019/20 ficaram praticamente estáveis em 2019. No entanto, os altos custos em 2019 contrastaram com a melhora na produtividade de nivelamento (PN) nos últimos meses do ano. Em novembro/19, com o aumento nos preços da oleaginosa, seriam necessárias 39,6 sc/ha para quitar o COE na região central do País – 3,07 sacas a menos em relação ao mesmo mês do ano passado. Nas regiões sulistas, no mesmo comparativo, as constantes valorizações da ole-aginosa resultaram em produtividade de nivela-mento para o COE de 39,10 sc/ha – 3,29 sacas a menos em relação ao mesmo período de 2018.
Apesar de custos mais altos, poder de compra do
sojicultor aumenta em 2019
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CUSTOS GRÃOS | DEZEMBRO - 2019G
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CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP
Figura 1 - Evolução do Custo Operacional Efetivo e Desembolso Médio com Insumos no Cerrado. Fonte: Cepea e CNA, 2020.
Informativo Trimestral sobre custos de produção agrícola elaborado pela equipe Cepea em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) – Projeto Campo Futuro.
COORDENADOR: Prof. Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros
EQUIPE TÉCNICA CEPEA: Dr. Mauro Osaki, Prof. Dr. Lucilio Rogerio Aparecido Alves, Fábio Francisco de Lima, Renato Garcia Ribeiro, Karen Bermúdez e Gabriel Diniz Faleiros.
CONTATOS: (19) 3429-8837 • [email protected] INFORMAÇÃO: www.cepea.esalq.usp.br
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Fertilizantes Defensivos Sementes COE
Figura 2 - Evolução do Custo Operacional Efetivo e Desembolso Médio com Insumos no Sul. Fonte: Cepea e CNA, 2020.
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