ESCOLA SECUNDÁRIA DE
SAMPAIO
Prof.ª Catarina Labisa
Frei Luís de Sousa
Ato II
Cenas VI – X
1. «Telmo que vá com
ela; não o quero cá.»
• 1.1. Quais os atos de fala presentes
na transcrição?
– «Telmo que vá com ela» ato ilocutório
diretivo (constitui uma ordem)
– «não o quero cá.» ato ilocutório
assertivo (corresponde a uma afirmação
do falante)
1. «Telmo que vá com
ela; não o quero cá.»
• 1.2. Em que medida o segundo
reforça a intenção do primeiro?
–O segundo ato ilocutório serve de
justificação, de explicação
relativamente ao primeiro.
1. «Telmo que vá com
ela; não o quero cá.»
• 1.3. Em tua opinião, o que motiva o
desejo de D. Madalena?
–Ela teme que Telmo, com a sua presença
e os seus agoiros, venha exacerbar
ainda mais os temores que já lhe
ensombram o coração.
2. Na cena VII, aponta as
palavras, gestos, atitudes,
que contribuem para o
adensar da tensão dramática.
• Segunda fala de Maria: «Minha mãe! (abraçando-a) Então, se chorais assim, não vou.» (l. 6)
• Segunda fala de Manuel: «Nem eu, Madalena. Ora pois! Eu nunca te vi assim.» (l. 7)
• Primeira fala de Madalena: «Porque nunca assim estive… — Vão, vão… adeus! — Adeus, esposo do meu coração!» (ll. 8-9)
• A última didascália: «(Abraçam-se outra vez; Maria sai apressadamente, e para a mãe não ver que sai sufocada com choro.) (ll. 16-17)
2. Na cena VII, aponta as
palavras, gestos, atitudes,
que contribuem para o
adensar da tensão dramática.
• Em suma, a profunda perturbação de D. Madalena, o seu choro repercutido no de sua filha e na preocupação do marido, as despedidas demoradas e dolorosas, os cuidados da mãe e da filha uma com a outra constituem elementos determinantes para o adensar da tensão dramática.
QUESTÃO EXTRA:
Na cena VIII, aponta outras
palavras, gestos, atitudes, que
contribuam igualmente para o
adensar da tensão dramática.
• Primeira fala de D. Madalena: «Cuidados!... Eu não tenho já cuidados. Tenho este medo, este horror de ficar só… de vir a achar-me só no mundo…» (ll. 1-3)
• Quarta fala de D. Madalena: «[…] e separar-se cada um para a sua cova! Verem-se com a mortalha já vestida […] condenarem-se a morrer longe um do outro — sós, sós! — e quem sabe se nessa tremenda hora… arrependidos!»
• Segunda fala de frei Jorge: «Que horrível coisa seria!»
3. Manuel e Madalena
lembram a história de
Soror Joana, na Cena VIII
• 3.1. Qual a história da Condessa de Vimioso?
– D. Joana de Castro, casada com D. Luís de Portugal, familiar de D. João de Portugal e quarto conde de Vimioso, separou-se de seu marido e ingressaram os dois na vida religiosa (ela, no convento do Sacramento, do qual foi prioresa; ele, no convento de S. Paulo, em Almada).
3. Manuel e Madalena
lembram a história de
Soror Joana, na Cena VIII
• 3.2. Na fase da ação em que ocorre, o
que sugere esta referência?
–Esta referência constitui um indício
trágico que prefigura o que irá suceder a
D. Madalena e a Manuel de Sousa
Coutinho.
4. No monólogo, frei Jorge
volta a desempenhar
função idêntica à do Coro
da tragédia clássica.
• Explica porquê.
• Na cena IX, frei Jorge anuncia a
iminência do desaire, dizendo: «A
todos parece que o coração lhes
adivinha desgraça… E eu quase que
também já se me pega o mal.»
5. «Mas a volta… quem
sabe? O tempo muda
tão depressa…»
• Comenta a ambiguidade da segunda frase.
• Pelo contexto, a passagem poderia referir-se ao tempo atmosférico («Não há vento, e o dia está lindo.» — l. 3), mas, na verdade, se esse não lhe causava inquietação («não tenho sustos com a viagem» — l. 3), os volte-faces do destino suscitam-lhe pânico e é esse segundo sentido que se associa aqui à palavra «tempo», que representa uma metáfora dos acontecimentos humanos, não meteorológicos.
6. «Hoje… hoje!»
• Por que razão é tão fatídico este dia, para D. Madalena?
• Trata-se de um dia em que confluem trágicas coincidências: – É o aniversário do primeiro casamento de D.
Madalena;
– A data da derrota de Alcácer Quibir;
– O momento em que D. Madalena e Manuel de Sousa pela primeira vez se avistaram e se apaixonaram, estando ela ainda casada com D. João de Portugal.
7. Finalmente a
protagonista revela a
causa do sofrimento
manifestado desde o início
da peça.
• De que crime se acusa?
• Ela culpabiliza-se por ter amado outro homem quando se encontrava casada com D. João de Portugal, vendo na sua morte uma tentação que a viera incitar ao pecado: «Permitiu Deus… quem sabe se para me tentar?... Que naquela funesta batalha de Alcácer, entre tantos, ficasse também D. João.» (ll. 17-18)
8. Cometeu D. Madalena
um crime? Qual a tua
opinião? E a do autor, qual
seria? Justifica a resposta.
• Para o autor, o amor (na perspetiva já
expressa pela protagonista no Ato I, cena
II: «Não está em nós dá-lo, nem quitá-lo,
amigo.» — l. 148) é uma fatalidade, não
surge por vontade nem pode ser
cancelado por conveniência, daí que não
possa ser encarado como um crime.
8. Cometeu D. Madalena
um crime? Qual a tua
opinião? E a do autor, qual
seria? Justifica a resposta.
• Porém, essas leis do coração entram
em choque com as convenções
sociais, com os dogmas religiosos,
com os interesses alheios até,
tornando proscrito um sentimento que
não encerrava iniquidade.
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