Simone Vieira de Melo Simone Vieira de Melo SHIMAMOTOSHIMAMOTO
Gestão Escolar Democrática: Gestão Escolar Democrática: discursos de transformação ou discursos de transformação ou conservação?conservação?
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Prof. Dr. Paulo Gomes LimaProf. Dr. Paulo Gomes Lima
Mestrando Ralf Hermes SiebigerMestrando Ralf Hermes Siebiger
Dourados, MS – outono/2011Dourados, MS – outono/2011
Universidade Federal da Grande DouradosFaculdade de EducaçãoPrograma de Pós-graduação em Educação - Mestrado
IntroduçãoIntrodução
ee
Capítulo 1Capítulo 1
Gestão Escolar Democrática: Gestão Escolar Democrática: para além da legitimação para além da legitimação
instrumentalinstrumental
Simone SHIMAMOTO
Simone SHIMAMOTO
Dissertação de Mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em 2011.
Linha de Pesquisa: Política e Gestão em Educação
Orientador: Prof. Dr. Antônio Bosco de Lima
Objetivo: problematizar questões concernentes a Políticas Públicas e Gestão Escolar, tendo como foco a práxis da gestão escolar democrática (GED) no Brasil, analisando como esta tem se constituído a partir dos anos de 1980.
Simone SHIMAMOTO
2 eixos de análise
existiriam hoje, substancialmente estruturados,
fios teóricos que fundamentassem as condições
concretas e as possibilidades de materialização de uma política educacional escolar com raiz
democrática?
como, no modelo societal instalado, se concebe a GED,considerando-se as matrizes
conceituais e as políticas educacionais desenvolvidas?
Simone SHIMAMOTO
pilares concepções basilares
descentralização
transparência
gestão
autonomia
participação
= descortinar transformações semânticas
Simone SHIMAMOTO
Alguns referenciais:
Bobbio: processo democrático é a via da participação dos sujeito nas decisões com vistas ao bem comum
Estrutura social neoliberal: contradição de interesses e disputas que afetam a participação e a construção da autonomia
Boron: na América Latina a democracia genuína nunca existiu
Simone SHIMAMOTO
Pressuposto
Existe GED em contexto capitalista neoliberal?
GED é processo inexistente
Análise baseada no materialismo histórico-dialético, de consciência ante a práxis social
Focoanalisar as concepções de GED a partir de autores de renome que publicam na área
Contextosociedade capitalista, sujeito alienado de seu trabalho; cidadão flexível que se adapta às demandas do mercado; impacto na concepção de escola e da administração da educação: perfil gerencial: normativa, prescritiva, legalista e autoritária
Simone SHIMAMOTO
GED
Autores 'otimistas' Autores críticos
Heloísa LÜCK
Moacir GADOTTI
José Carlos LIBÂNEO
Victor PARO
Dermeval SAVIANI
Maurício TRAGTENBERG
Possibilidade de se implantar a GED no tecido social contemporâneo
Autores 'otimistas'
Heloísa LÜCK
Moacir GADOTTI
José Carlos LIBÂNEO
GED a partir da gestão conciliadora
Pseudoparticipação
Pseudodemocratização
Democracia aparente
Heloísa LÜCK
Necessidade de descentralização para efetivação da GEDDes
Pseudoparticipação: negação do conflito para construir a ideia de 'pertença'
Gestão inovadora, compartilhada com a comunidade
Autonomia relacionada à tendências mundiais de globalização
Descentralização de poder
Realização de parcerias, cooperativismo
Flexibilização de experiências
Autores 'otimistas'
José Carlos LIBÂNEO
Adota o termo 'organização': unidade social com estrutura e processos próprios; a organização escolar como cultura constituída por seus próprios membros
Entende gestão como mais abrangente que administração
Gestão participativa mediante valorização da competência profissional e da qualificação de seus gestores
Autonomia entendida como fundamento para a concepção de gestão democrático-participativa
Pseudoautonomia: ações educacionais autossustentáveis
Autores 'otimistas'
Moacir GADOTTI
Gestão da escola deve ser assumida pela comunidade, que deve, além de fiscalizar e ser receptora de serviços educacionais, assumir sua responsabilidade no projeto de escola como um todo
Escola cidadã: autonomia e gestão democrática como parte da natureza do ato pedagógico
Autonomia pressupõe descentralização
Autores 'otimistas'
Simone SHIMAMOTO
Problemas das concepções 'otimistas'
Discursos democratizantes submersos em mecanismos de desconcentração mascarados de democratização, que domesticam e entorpecem ações que interfiram na raiz da estrutura social
Gestão participativa/compartilhada como sinônimo de gestão democrática
Discurso de participação e democratização mantém a reprodução dos fundamentos capitalistas de hierarquia e divisão do trabalho
Incidência de modelos de organização e planejamento da escola de fundo gerencial, permanecendo a burocratização
Ausência de instrumentos de democratização da educação
Capítulo 2Capítulo 2
Gestão Escolar Democrática: Gestão Escolar Democrática: espaço de contestaçãoespaço de contestação
Simone SHIMAMOTO
Autores críticos
Dermeval SAVIANI
Victor PARO
Maurício TRAGTENBERG
Visão crítica e dialética da Educação
descentralização transparência
PILARES
gestão participação autonomia
Dermeval SAVIANI
Pesquisa “Gestão e Gestor da Educação em Teses e Dissertações no período 2003-2006:de 383 trabalhos analisados, apenas 10 tratavam de gestão escolar
Brzezinski
Crítica à estruturasocial de classe
Conselho Escolar garante a GED na escola?
Questão: se não há discussão,o modelo vigente está atendendo
bem ao projeto social?
Dermeval SAVIANI
Educação é integrante da estrutura social, e instrumento de transformação social = busca superar os antagonismos de classe
Dimensão políticada educação
DiscursoDemocrático
PráticaAutocrática≠
Processo Eleitoral
Na sociedade e na educação
Superar o modelo de gestão escolar autocrática implica em mudança da estrutura social = compreender a educação e política como inseparáveis
Superar a visão crítico-mecanicista para a crítico-dialética
Victor PARO
Utilização racional de recursos para realização de fins determinados
Concepção deadministração
escolar
Práxis Criadora
Práxis Reiterativa
Questionar a estrutura social em que acontece a administração escolar
Criticar a reificação do homem = coisa = sociedade capitalista = administração permeada pela divisão social do trabalho (classes)
Victor PARO
Trabalho Manual
Trabalho Intelectual
flexível, empreendedor, disponível
divisãoUnidade
concepção-execução
diluição
Bom profissional
Autonomia
Escola = Empresa
margem de liberdade para atender objetivos do capital = competitividade
Braverman
Victor PARO
Superação da sociedade de classes
Como existir GED sem transformação da estrutura social?
Educação para atransformação social
Superação do Estado-coerção = classe dominante que utiliza o Estado como instrumento de dominação
Dialética: compreender a escola como reprodutora e transformadora da estrutura social
IndissociabilidadeEducação e Política
Victor PARO
Autoritário
Democrático(opção pessoal)
Gestor
Crítica: GED é materializada como burocracia para gerenciamento da escola com vistas à eficiência (gerência)
Responsável pelo sucesso ou fracasso da
escola
Não considera condicionantes estruturais, sociais, econômicos, e políticos = problemas da escola entendidos como de ordem técnica
Individualidade do neoliberalismo: dificuldade de compreensão da totalidade
Victor PARO
Necessidade: retomar a natureza dialética da instituição escolar
constituinte e fruto da estrutura social
Educadores têm dificuldade em responder:O que é
qualidade do ensino?
Superar modelo gerencialista da administração escolar
Nós saberíamos?
Maurício TRAGTENBERG
= acomodação de profissionais e da estrutura de poder
Sociedade sem exploração, sem administradores ouadministrados, sem partidos, sem Estado
BUROCRACIA
AUTONOMIA = compreender os condicionantes sociais, políticos e econômicos, numa concepção
LIBERTÁRIA de educação
superar
defender
Maurício TRAGTENBERG
Modelo de dominação fundado na exploração
BUROCRACIA
análise da Ideologia do consenso
Enfraquecimento das lutas
Produz ilusão de colaboração = superação de conflitos e conciliação amistosa
Restringe discussão sobre classes = aumenta alienação mediante a ausência de luta de classes
Maurício TRAGTENBERG
Formação contínua para a ascensão social, para conquistas pessoais, distanciada da responsabilidade ética e social para com os cidadãos
Educação
análise da
Flexibilidade e adaptabilidade às demandas do mercado de trabalho
Escola reprodutora da estrutura social, não concebendo possibilidade de mudança
Escola que socializa a subordinação, esquecendo-se de seu lugar social
Maurício TRAGTENBERG
… em que pensar e fazer são inseparáveis
Escola...
defende, portanto:
… em que o ato político é inerente à responsabilidade intelectual e social
… libertária e dialética
“apenas uma real participação dos assalariados nos processos de decisões fundamentais da sociedade permitirá uma democratização real do ensino. São impossíveis oportunidades educacionais iguais para todos se as oportunidades econômicas e sociais são desiguais.”
Simone SHIMAMOTO
Constatação: ante as críticas, o inevitável sentimento de sermos mais um - “another brick in the wall”
Considerações sobre os autores críticos
Qual o objetivo da pesquisa, da crítica?
Quais os processos e instâncias de participação?
Organização da vida para a autonomia,independentemente dos espaços edemandas sociais que assumimos
Capítulo 3 – Forma/conteúdo: Capítulo 3 – Forma/conteúdo: componentes de conservação ou componentes de conservação ou
transformaçãotransformação
ConclusãoConclusão
Simone SHIMAMOTO
Simone SHIMAMOTO
LückGadottiLibâneo
= mesmo defendendo projetos ditos transformadores, vêem na aliança GED e sociedade capitalista neoliberal a possibilidade da GED: postura conflitante
LückGadottiLibâneo
= GED só se materializa com a transformação da estrutura social
Diferenças entre as concepções = forma/conteúdo
Simone SHIMAMOTO
Pontos nodais da democratização
atitudes tendencialmente neutras
atitudes transformadoras: compromisso político(Nosella)
Ausência de indignação Inconformismo
Queixa frágil e descontextualizada
Esvaziamento da Democracia(se torna processual,instrumental e vazia)
(Gentili)
Simone SHIMAMOTO
Forma + importanteque Conteúdo
Práticas educacionaismecânicas e despolitizadas
Homem adequadoao status quo(conformado)
atende à lógicado mercado
(neoliberalismo)
= Não se concretizam práticas educacionais por meio de decretos, uma vez que mantém-se a dicotomia planejamento/ação
Simone SHIMAMOTO
GED
na sociedade atual
individualismo
A proposta educacional de cada sociedade possui, em sua metodologia, instrumental teórico-prático e caráter político inerente
= democracia neoliberal: “igualdade de oportunidades” de acordo com a capacidade individual, e não igualdade real
= capacidade de construir-se independentemente da estrutura social (ilusão)
= sem efetividade ante contexto social de desconcentração; participacionismo sem transparência, sem autonomia, mesmo prevendo-se mecanismos aprimorados para a GED
inviável = negação da democracia
Simone SHIMAMOTO
Elementos para transformação
Tragtenberg Saviani
O autodidatismo no ensino; a antiburocracia pedagógica; o poder de decisão constituído em assembleias; o desatar de amarras em relação à política partidária para efetivação de uma politização humana consciente; e a compreensão da complexidade social, econômica, política e cultural por parte de cada um dos sujeitos sociais
1. indissociabilidade educação e política > compromisso para a transformação social;
2. escola como local de problematização da prática social;
3. não desvincular conteúdos das práticas sociais mais amplas > educação das consciências > atuar na existência do sujeito (consciência histórica) para constituir sujeitos autores
Simone SHIMAMOTO
Burocracia
= gerencialista: fragmenta e descaracteriza ações democratizantes; democracia se resume à prestação de contas, elaboração de PPP, eleição de diretores, sem mudar a estrutura
GED
Motiva as lacunasFormalismo eFragmentação
Individualidade
Prejuízo da consciênciade totalidade
Competição no mercado
Concepção neoliberalde poder e ter
Globalizaçãoexcludente
Simone SHIMAMOTO
Lück, Libâneo, Gadotti
GED
= ilusão de GED
= análise das condições reais buscando transformação social para a GED poder efetivar-se
= escola como espaço de consciência, construção da cidadania (Paro);= escola como investigadora de práticas sociais, desvelando aspectos macrossociais identificados em contextos microssociais (Saviani); = escola dialética, alterando-se a estrutura social e se abrindo à discussão a política das relações de poder para um estado de consciência (Tragtenberg)
Saviani, Paro, Tragtenberg
Simone SHIMAMOTO
Considerações finais
Participação
= dialeticamente: continuidade da discussão
= subverte-se em participacionismo, pensada num contexto em que:
Impossibilidade da existência de GED no contexto social atual
Descentralização Desconcentração≠redistribuição
de podercentralização
do poderilusão democrática
em tecido autocrático
Simone SHIMAMOTO - Conclusão
GED
= estrutura democráticaneoliberal
Concepção Conciliadora Concepção Transformadora
= pseudoparticipação; pseudoautonomia
= forma + conteúdo; conceber + realizar
= transformação da raiz estrutural da
sociedade
Não existe e não há possibilidade de seconstituir a GED na estrutura social atual
Para existir a GED = discutir e tratar a estrutura socialPara existir a GED = discutir e tratar a estrutura socialna dialética do ser uno e socialna dialética do ser uno e social
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