CHAUNECY EMILIO AMADEU
INFLUENCIA DA FAMiLIA NO PROCESSOENSINO APRENDIZAGEM ESCOLAR
Monografia apresentada paraobten9ao do titulo de Especialista noCurso de Pos- Gradua9iio emPsicopedagogia da UniversidadeTuiuti do Parana.Orientadora: ProF Rosilda dosSantos Dallagassa
CURITIBA2001
r,:;ORI;\i. BhRiGUIt::~~rr'~:SULTA......'N~\:ERNA
SUMARIO
1 INTRODUI:;AO.. . 01
2 FUNDAMENTAI:;AO TEORICA . . 03
21 APRENDIZAGEM ESCOLAR..... ..03
2.1.1 CARACTERisTICAS DA APRENDIZAGEM.. . ..... 06
2.2 A CRIAN<;A .....09
2.30 DESENVOLVIMENTO DO SER HUMANO.. . 11
2.3.1 FASES DO DESENVOLVIMENTO... .. 13
2.4 FAMiLIA E SUAS RELA<;OES.. . 29
2.4.1 FAMiLIA - 0 INiclO DA EDUCA<;AO INFANTIL 30
2.4.2 FUN<;OES SOCIAlS DA FAMiLIA 33
2.4.3 FAMiLIA E ESCOLA ...
2.4.4 HARMONIA ENTRE FAMiLIA E ESCOLA ..
. 39
. .46
2.4.5 GRUPO DE INTERA<;AO ESCOLAIFAMiLlA ...
3 DESENVOLVIMENTO ..
. ..49
. 51
3.10S L1MITES DA INFLUENCIA DA FAMiLIA NA APRENDIZAGEMESCOLAR.. .... .54
3.2 EXPECTATIVAS, OBJETIVOS E TECNICAS ..
3.3 A L1<;AO DE CASA ..
. ... 57
. 59
3.4 OS DEZ MANDAMENTOS DA BOA L1<;AO 61
3.5 ADMINISTRAR AS EMO<;OES.
4 CONCLUSAO ...
. 63
. 68
5 REFERENCIAS BIBUOGRAFICAS 69
RESUMO
Enquanto houver grupo social estabelecendo relac;:oes sociais,
construindo cultura, existira a busca pelo conhecimento. Da aquisi<;a,o,
apropria~o, assimilag8o, divulgayao do conhecimento se embasa a
existencia da educac;ao, aqui vinculada com 0 fen6meno de ensina e embora
toda diversidade e tecnologia educacional, pressupoe a relayao escola -
familia; aluno - escola; aluno - familia.
A familia interferindo na aprendizagem vern fundamentar a importancia
da educac;ao no lar como esparyo fundamental na extensao do ensina. E uma
reflexao que permite perceber que a malaria dos alunos que tern problemas
na aprendizagem, nao e origem patol6gica e sim, desencadeada par
questoes familiares.
Percebe-se, que muitas infiuencias a familia exerce sabre 0 educando
no processo ensino-aprendizagem escolar , com isso a pesquisa aprofundou-
se nessa rala<;80, observando suas contribui<;oes e consequemcias para
criant;a.
III
1 INTRODU<;:AO
A fase inieial de aprendizagem das relar;6es interpessoais de urna crianC;8
ocorre no lar, e suas primeiras experiencias com a familia, particularmente com as
pais, revestem-se da maior importancia para determinar a atitude da crianya em
rela<;ao a outros individuos e a eseela. E em casa que a crian<;a aprende modelos de
relagoes e tracas interpessoais, formando as bases S8 deus comportamentos para a
vida em sociedade.
o Jar e para a crianC;:8 0 lugar onde ela exercitara interac;:oes constantemente,
e a constancia de suas relac;:6es com as modelos originais (pai/mae/irmaos)
sedimentara os prototipos para as li9896e5 posteriores.
Oeste 1890 emocional entre a crianC;8 e seus pais originaram-se aprendizagens
que tendem a perpetuar-se na vida do individuo.
E no lar que se constitui a base dos comportamenlos infanlis de livre
expressao, dependencia ou independencia, e posteriormente a Escola sera
continuamente ° prolongamento da casa para a crian9a exercita-Ios, estendendo as
institui90es comportamentos aprendidos com a familia, a medida que VaG surgindo
caracterizados °grupo escolar, °mundo social e suas exigencias.
Segundo VALLE (1972).
Basicamente cabe a familia educar e formar. Como nao
seria possivel a familia preparar inteiramente 0 jovem, alguns de seus
deveres sao atribuidos a escola, que atua par sua delegayao. As
caracteristicas essenciais da personalidade sao moldadas na familia e
aperfei<;:oadosna escola.
Se fez necessario repensar as influencias da familia no processo enslno
aprendizagem escolar, pois atualmente a escola acumula tarefas que nao cabem a
ela e as dificuldades de aprendizagem estao crescendo.
Com isso dois assuntos foram enfocados nessa pesquisa. 0 primeiro foi a
forma pela qual se realiza a aprendizagem e 0 segundo e dedicado a crianya e as
relayoes familia res. contribui<;oes e influencias que a familia exerce no
desenvolvimento do individuo.
2 FUNDAMENTAC;:AO TEORICA
2.1 APRENDIZAGEM ESCOLAR
o sistema educacional tern como finalidade principal prom over mudany8s
desejaveis e relativamente permanentes nos individuos, modificando
comportamentos nas areas cognitiva, afetiva e pSicomotora. Normalmente aquele
que esta sob a influencia de urn sistema, adquire comportamentos novas e 0
incorpora a seu modo de viver particular, apresentando, desse modo, capacidades e
habilidades nao existentes anteriormente e consequentemente modifica aqueles
comportamentos ja existentes.
Segundo LIMA (1990). "a escola existe na sociedade com fun90es especificas,
sendo que a mais clara e a de proporcionar aos individuos que a freqQentam 0
acesso 80 conhecimento formal".
A aprendizagem que a criam;a realiza na escola apresenta algumas
caracteristicas que a distinguem daquelas realizadas em outras instancias da sua
vida. Na escola a crianc;a estabelece uma relavao com 0 proprio conhecimento, a
partir das situac;6es de que participa.
GAGE (1963) diz "que do ponto de vista psicopedagogico, considera-se
educayao como urn processo de ensino-aprendizagem, ou seja, um processo de
interac;:ao entre professor (ensino) e aluno (aprendizagem , com 0 objetivo de
produzir mudanyas comportamentais no aluno".
GAGNE (1974), define a aprendizagem como "uma modifica9ao na disposi9ao
ou na capacidade do homem, modificayao essa que pode ser retida e que nao pode
ser simplesmente atribuida ao processo de crescimento"
Para CAMPOS (1972), a "aprendizagem e uma modiflca<;ao sistematica do
comportamento au da conduta, pelo exercicio da repetityao, em fun~o de condic;oes
ambientais e condic;oes organicas"
HILL citado por GALLOWAY (1981), diz que "a aprendizagem e considerada
como uma mudanva relativamente permanente tendencia de comportamento que
resulta da pratica refor<;ada"
Portanto, a que S8 aprende nao precisa ser correto au incorreto (tanto S8
aprende os bons habitos quanta as maus); nao precisa ser consciente nem
deliberado e nao precisa envolver algum ato manifesto, pOis tanto S8 pode aprender
atitude e emoc;oes quanta conhecimentos ou habilidades.
De acordo com FERREIRA (1980),
Aprendizagem e mais do que a aquisi9c3o de informac;ao,
de conhecimento. Eta e compreendida como determinante de toda a
modificac;.ao de comportamento que resulta da experiencia da pratica,
au ainda, como determinante de um potencial do respostas atraves
do qual ha predisposic;ao para modificac;ao.
HILGARD (1973) apresenta a seguinte definiyao:
Aprendizagem e 0 processo pele qual uma atividade tern
origem au e modificada pela reac;ao a uma situa~o encontrada desde
que as caracteristicas da mudan<;:a da atividade nao possam ser
explicadas par tendencias inatas de respostas, matura<;:ao ou
estadas temporarios do organismo.
Segundo BIGGE (1977), "a essencia da aprendizagem nao e a substituio;;ao do
estimulo, mas a modificar;ao da resposta. Em aprendizagem, ha urn feedback do
estimulo que refofya a resposta anterior.
GUTHRIE citado por BIGGE (1977) considerou "a aprendizagem cemo
processo repentino, e naD gradual, e 0 mecanisme do condicionamento como
mudan<;:a de estimulos e naD como uma redu<;:ao de impulsos.
o que S8 percebe com esta definic;ao e que 0 condicionamento e 0 ponto
central da aprendizagem. mas naD considera 0 refon;:onecessaria para que aCorra 0
condicionamento.
Ja HILL citado por BIGG (1977) pen sou na "aprendizagem em termos de
conex6es receptoras-geradoras de redu980 de necessidade au de estimulo"
Torna-S8 evidente que a aprendizagem envolve 0 usa e desenvolvimento de
todos os poderes, capacidades e potencialidades do ser humano, tanto fisicos,
quanta mentais ou afetivos. Isto S8 efetua a partir do nascimento e S8 desenvolve no
decorrer da vida do individuo.
Entao, pode-se considerar a aprendizagem como uma muda permanente de
comportamento que ocorre como resultado da pratica vivenciada em qualquer
circunstancia.
Segundo SCHMITZ (1984), qualquer experiencla de aprendizagem contem,
alguns elementos fundamentais:
- uma situatyEio problematica ou conflituosa, ou um desejo ou aspira9ao;
- motivos para tentar superar tal situa~o ou alcan9a 0 objetivo;
- tentativas de resposta: corretas umas; de ensaio outras;
- res posta adequada e com isso tranquiliza9ao da pessaa au comportamenta
novo adquirida.
Naturalmente, como a aprendizagem e um processo, nem sempre essas
eta pas sao muito definidas e de fadl observagao. Nem se requer sempre uma
situac;ao de desequilibrio, mas antes um desejo de ser mats au de aprender mais.
Basta que existam aspirac;oes e procura consciente de novas mod os de perceber,
pensar, ser ou agir e havera candic;oes para a aprendizagem.
E esta sempre constitui uma tomada de decisao perante algo que apareya
como valioso.
2.1.1 CARACTERISTICAS DA APRENDIZAGEM
Segundo CAMPOS (1972), a aprendizagem apresenta as seguintes
caracteristicas basicas·
1. Processo dinamico: a aprendizagem nao e um processo de absorgao
pass iva. sua caracteristica mais importante e a atividade daquele que aprende.
Portanto, a aprendizagem 56 se faz atraves da atividade do aprendiz. A
aprendizagem escolar depende nao 56 do conteudo dos livros, nem s6 do que os
professores ensinam, mas muito mais da reac;ao dos alunos e fatores, tais como
livros, mestres e ambiente social da escola.
2. Processo continuo: desde 0 inicio da vida, a aprendizagem acha-se
presente. A familia, a escola e enfim todos os agentes educacionais precisam
selecionar os conteudos e comportamentas a serem exercitados, porque sendo a
aprendizagem urn processo continuo, 0 individuo poderc3 aprender algo que venha
prejudicar seu aJustamentoe 0 bom desenvolvimento de sua personalidade.
3. Processo global ou "compos ito"· qualquer comportamento humano e global
ou "composite"; inciui sempre aspectos motores, emocionais, ideativos ou mentais
Portanto, a aprendizagem, envolvendo uma mudanya de comportamento, tera que
exigir a participaC;8o global do individuo, para que todos os aspectos constitutivos de
sua personalidade entrem em atividade no ato de aprender, a fim de que seja
restabelecido 0 equillbrio vital, rompido pelo apareclmento de uma situagao
problematica.
4. Processo pessoal: ninguem pode aprender por outrem pois a
aprendizagem e intransferivel de um individuo para outro, no entanto, a maneira de
aprender e a pr6prio ritmo da aprendizagem variam de individuo para individuo, face
ao carater pessoal da aprendizagem.
5. Processo gradativo: a aprendizagem e um processo que se realiza atraves
de operagoes crescentemente complexas, porque, em cada nova situagao, envolve
maior numero de elementos. Cada nova aprendizagem acresce novos elementos a
experiencia anterior, sem idas e vindas, mas numa serie gradativa e ascendente.
6. Processo cumulativo: com um sentido progressiva adaptagao e ajustamento
social: analisando-se 0 ato de aprender, verifica-se que, alem da maturat;ao,
aprendizagem resulta de atividade anterior, ou seja, experiencia individual. Ninguem
aprende senao por si e em si mesmo, pela automodificag8o. Desta maneira, a
aprendizagem constitui urn processo cumulativo em que a experiEmcia atual
aproveita-se das experiencias das anteriores.
SCHMITZ (1984) acrescenta alem das ja citadas por CAMPOS (1972) as
seguintes caracteristicas:
a) a aprendizagem e urn processo intencional: todo agente atua tendo em
vista urn tim. Se nao houver flnalidade naquilo que 58 propoe, ou se representar
apenas urna agao diferente, ou mais urna a9aO, a aprendizagem nao se realiza;
b) a aprendizagem implica discernimento e compreensao aprendizagem nao e
um processo mecimico de reac:;ao automatica e inconsciente a estimulos, que ocarre
automaticamente. 0 simples exercicio pode produzir uma habilidade. Mas, se for
apenas mecanico, nao havera verdadeira aprendizagem;
c) a aprendizagem exige diferenciagao e integrac:;ao: muitas vezes ela nao se
realiza, parque aquilo que se propunha nao e verdadeira aprendizagem. Par
exemplo, urn professor tenta ensinar a urn aluno certas n090es que este nao
conseguiu entender de maneira alguma. De nada valera repetir essas tentativas
indefinidamente, pois, talvez D aluno naD tenha condigoes de aprende-Ias precisa
introduzir novos elementos, mais significativos e ja entendidos, para a partir deles,
tarnar claro 0 que antes era obscuro.
A aprendizagem sempre se refere a algo novo, seja como informagao, seja
como situ8c:;ao;
d) a aprendizagem parte da explora9iio ou investiga~ao: qualquer nova
aprendizagem parte sempre de uma explarac:;ao, de uma investiga~o, de uma
tentativa;
e) a aprendizagem e auto realizac:;ao: a aprendizagem representa um processo
interior e consciente de aquisic:;ao de novas disposic:;oes e de urn novo modo de
perceber, ser, pensar e a9ir, de toda a pessoa humana.
De acordo com MANIS (1973), "um dos mais notaveis aspectos do
comportamento humane e a sua maleabilidade a uma quase infinita capacidade de
adaptac:;ao comportamental do individuo a situac:;oes diversas", portanto, na pratica
escolar, cabe ao professor escolher aspectos, ou teorias que melhor se adaptem aa
seu entendimento e que melhor 0 conven9am na sua tarefa de ensinar.
Nas palavras de BRUNER (1966),
Aprendizagem, desenvolvimento e ensino estao intimamente
relacionados" Para ele, a maneira de ensinar ira depender nao
apenas do que se souber como se aprende, mas tambem dos
conhecimentos relativos ao estagio de desenvolvimento cognitivo, em
que 0 aluno se encontra, do entendimento sobre a estrutura do
conhecimento, e da consequente abordagem e sequenciar;ao, a ser
dada as lir;6es, bern como do arranjo das situar;6es ambientais que
irao predispor 0 aluno para a aprendizagem.
Apos breve retrospectiva sabre aprendizagem, apresentar-se-a consideragoes
sobre a mala propulsora sobre a qual a mesma se processa a criancya e as fases de
desenvolvimento do ser humano.
2.2 A CRIANl;A
A infancia, periodo que vai do nascimento a puberdade, e uma fase do
desenvolvimento humano, processo continuo entre urn organismo biopsiquico e seu
meio fisico-social. Trata-se de urn processo complexo de integragao e organizagao
de eventos e experiencias em que componentes fisicos, emocionais, intelectuais e
socia is acham-se intima mente relacionados. Portanto, 0 ser humano e urn individuo
distinto e unico que produz sua propria organizagao a partir dos fatores que
contribuem para 0 desenvolvimento do eu e da personalidade.
10
A infElncia pode ser dividida em eta pas que S8 caracteriza em funyao de
determinados acontecimentos significativDS assim considerados par causa do
importante papel que desempenham no comportamento posterior.
Na primeira inffmcia e muito importante 0 relacionamento entre a crianc;:a e a
mae. Inicia-se 0 processo de socializ8gao, pelo qual a criang8 assimila valores,
motivDs e comportamentos do grupo em que ViV8.
No processo de socializ8g8o, os pais comegam a impor restrigoes em
atividades agradaveis a crianc;a.
o desenvolvimento fisico ainda e rapido e sua capacidade para dar respostas
motoras ampliada.
E na segunda infancia que surge 0 fapido progresso na linguagem e
capacidades intelectuais, curiosidade sexual, identificaC;80 com modelos paternos,
aparecimento de urn superego ou consciencia e comportamento defensivo diante de
situac;oes que provocam ansiedade.
Na fase escolar (terceira inf~mcia), desenvolve-se as habilidades escolares e a
crianc;a aprende a interagir com os companheiros. A socializaC;80 na escola age
como complemento de socializac;ao familiar, ela se sente mais capaz de assumir
responsabilidades. Sua coordenac;ao motora ja Ihe permite atividade bern rna is
complexa. Intelectualmente, a crianc;a passa do estagio intuitivo para 0 estagio das
opera,oes concretas (BOLSANELLO, 1989),
JACQUIN (1962) define a crian,a como "um ser essencialmente alivo, sempre
alerta, sernpre em movimento e tambern urn ser receptivo, aberto, penetravel"
BOLSANELLO (1989) salienta que crian",s devem brincar, para elas 0 brincar
e como 0 trabalho para 0 adulto. Necessitam tanto do brinquedo como da
alimentagao. A crianc;a descarrega sua tensao, atraves do brinquedo, por isso
"satisfaz exigencias que passam a ser necessidades. 0 brinquedo traz a crianC;:8
verdadeira alegria e satisfac;:ao.
o brincar e par demais importante, mas e preciso preocupar, S8 as crian<;as
estaD usanda brinquedos que realmente Ihes sao importantes, tanto como atividade
de recreac;ao como para 0 seu born desenvolvimento.
"Nao e 56 0 corpo da crian<;:a que vive em movimento. 0 espirito tambem! 0
material aprendido pelos sentidos e largamente aproveitado tern uma imaginar:;:8o
viva e suas brincadeiras sao cheias de peripecias pitorescas". (JACQUIN, 1962).
2.30 DESENVOLVIMENTO DO SER HUMANO
o ser humane 8Sta em constante desenvolvimento. Duas questoes principais
interessam aos estudiosos do comportamento humano: 0 que 0 individuo faz em
cada idade e porque faz isso.
Considerando os diversos aspectos do desenyolvimento humano, podem-se
distinguir quatro tipos principais de maturidade, pois esta significa 0 nivel de
desenvolvimento em que a pessoa se encontra, em comparayao com a maioria das
pessoas de sua idade.
Os quatro tipos de maturidade intelectual, social, emocional e fisica, estao
intimarnente relacionadas a urn tjpo nao 5e desenvolve sem 0 desenvolvimento
simultimeo do outro. A maturidade intelectual, refere-se ao desenvolvimento da
jnteligencia, ou seja, do conhecimento que a pessoa tem de si me5ma e do mundo
que a cerca.
12
A crianc;:a amplia seu conhecimento para urn espatyo sempre maior, saindo de
51 mesma. A maturidade social e a superayao do egocentrism a infantll. A crian~
passa a abranger urn numera crescente de pessoas em suas relac;oes, deixa de
brincar sozinha para brincar com as outros.
A maturidade emocional e aquela em que a pessoa com 0 desenvolvimento,
vai aprendendo a conhecer suas emoc;:6es, e aceita-Ias, a naD deixar que elas
prejudiquem Dutras pessoas.
Ao crescer, a crian~ passa a compreender e respeitar 0 ponto de vista dos
Qutros e isse e muito importante para que possa haver aprendizagern. Mas 0 mais
importante do que controlar ou reprimir as emoc;6es e ajudar a crianya a encontrar
meiDs de manifestar suas emoc;oes e para iS50, a escola pode proporcionar
oportunidades atraves de atividades artisticas, danc;a, etc. A rnaturidade fisica vai
englobar 0 desenvolvirnento das caracteristicas fisicas: estatura, peso, etc.
Se a escola reservar urn tempo para proporcionar a crianc;a atividades que a
desenvolvarn, estara contribuindo para urn desenvalvimento integral da mesma.
Nenhum aspecto da maturidade pode ser esquecido pela escola, pois todos
sao igualmente irnportantes para a desenvalvimento e para a formac;:ao da pessoa
adulta (PILETTI, 1986).
o ser humane vai mudando seus compartamentas com a crescimento, au
seja, com 0 crescimento do organismo, e essas mudan9as comportamentais ocorrem
sob a influemcia de fateres internes e externos. Entre os fatores internes e externos
tern-s8 a hereditariedade e a maturac;80.
A primeira consiste na heranya individual, que cada crianc;a recebe de seus
pais aD ser concebida
13
determinado de dentro para fora: como 0 desenvolvimento de habilidades no andar,
no correr, etc.
Nenhuma mudanc;a ocorre sem qualquer contribuiyao do ambiente, porque os
falares externos VaG influenciar de uma maneira muito acentuada 0 comportamento
da crianc;a. 0 ambiente social e urn fator externo importante, pois dependendo da
classe social em que a crianrya nasee podera ter uma grande influencia no seu
desenvolvimento.
Se a criancya fizer parte da minoria privilegiada tera lodos as recursos para
desenvolver·se satisfaloriamenle, casa contrario, S8 fizer parte da maiaria que
permanece marginalizada dentro da sociedade, enfrentara dificuldades de lodes os
tipos.
A preservaryao da natureza tambem deve ser considerada urn fator importante
para a desenvolvimento humano, pais a homem depende da natureza para
sobreviver e destruindo-a, a ser humano esta destruindo a si mesmo (GESELL,
1977).
2.3.1 FASES DO DESENVOLVIMENTO
Os "naos" frequentes ditos pel os pais, convencem a crianga de que descobrir
par si as coisas e perigoso, que a mundo esta cheio de perigos incompreensiveis
onde, a segura e nada fazer au fazer apenas 0 que as pais permitem. A crianga
convence-se por tim de que e descobrir, por si propria.
,-,"A mae que estraga 0 filho de mimos para mostrar a vizinhanc;:a como e boa
mae, freqOentemente magoara tanto a crianc;a. como S8 fosse indiferente~.
(BETTELHIM, 1976).
Viver dia ap6s dia entre adultos que fornecem a crianc;a imagens de uma vida
razoavel e ordenada, torna-S8 urn desafio para ela aceitar 0 seu exemplo . primeiro
na sua vida exterior e depois na sua vida interior. Nem a ideia do born
comportamento deve ser imposta nela a fon;a. Deve ser apresentada de tal modo
que a propria crianc;a comeya a compreender que esta maneira de viver e mais
razoavel e mais vantajosa para e18.
Segundo BETTELHEIM (1976),
Mesma crian<;as que devido a press6es excessivas tenham
sido fOfyadas a submissao aparente e a comportamento a primeira
vista educados, revelam mais tarde que a delicadeza constituia
apenas uma mascara sob a qual reside uma aversao a todas as
outras pessoas que as impediram de estabelecer relac;6es.
Crianc;:as com estes problemas deixarn cair a mascara e faz surgir as seus
6dios. Transferem para seus brinquedos (bonecas, ursos de pelucia) toda a raiva e
os contrala, como ela fora contralada no passado.
Deve-se criar para a crianc;:a urn ambiente que estimule 0 cresci mento, urn
ambiente que ensine a crianc;:a a dar maior valor a integrac;:ao emocional do que ao
sucesso visivel da competicyao. As crianc;:as que receiam a competicyao numa sala de
aula, deverao ser ensinadas individual mente. A competicyao deve ser reduzida de
forma a evitar a situac;:ao de insucesso escolar.
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A criany8 deve aprender a dar-S8 bern consigo pr6pria. Deve ser encorajada a
nao depender dos Qutros e a preparar 0 proprio entretenimento, uma experiencia que
eslimu!a a esperang8 de que afinal sera capaz de agir sabre 0 seu ambiente, de
modifica-Io para nele viver melhor. Para todas as suas dificuldades deve-s8 sempre
aguardar que seja a criang8 a tomar a iniciativa de discutir 0 que e mais importante
para ela.
Quanta met her S8 conhecer 0 pensamento de urn pre-eseelar torna-S8 mais
faeil planejar-lhe uma educ89ao adequada. E muito importante que as pais tambem
len ham esta compreensao, porque 56 assim terae base para saber 0 que podem
esperar que seus filhos enlendam, nas diferentes idades.
No sEkula XX, varios cientistas se destacaram, no entanto, Freud, Piaget e
Vygotsky os quais mereeem uma ateny80 especial.
Fase do Desenvolvimento Segundo Freud:
Para Sigmund Freud (1856-1939) fundador da Psicanalise. todas as pessoas
naseem eom uma eerta quantidade de energia biologica, chamada libido. No inieio da
vida esse libido esta eentrada no proprio indivfduo assim durante 0 primeiro ano de
vida, 0 bebe sente prazer em sugar 0 peito da mae, uma ehupeta ou pr6prio dedo.
Na adoleseeneia, passa a eoncentrar-se em outra pessoa geralmente do sexo
oposto, ou seja, transforma-se de libido orientada para 0 proprio eu em libido
orientada para outra pessoa.
A energia biologica vai se manifestar atraves de impulso e desejos, que todas
as pessoas tern. Quando estes sao reprimidos para 0 ineonsciente, eles nao sao
realizado5 e vao procurar realizar-se atraves dos sonhos ou atividades permitidas
soeialmente.
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Para Freud, os dais instintos basicos que levarn a pessoa a agir sao 0 instinto
sexual, que e 0 instinto de vida e 0 instinto de agressao, que leva a destruit;8o.
Se a pessoa for muito reprimida e seus desejos naD puderem ser satisfeitos,
provavelmente tera problemas mais tarde. A maior parte dos problemas psicol6gicos
que os adultos enfrentam sao decorrentes da regressao que sofreram na infancia.
De acordo com a teoria psicanalitica de Freud, 0 desenvolvimento humano
ocorre na medida em que a energia biol6gica e canalizada para a realizayao, e na
medida em que a sexualidade deixa de ser centrada no eu para orientar-se para os
outros (PILETTI, 1986).
o quadro a seguir e retirado de PFROMM NETO (1971) e encontram-se as
principais fases do desenvolvimento humano, as caracteristicas e significa<;:oes de
cada urn a, de acordo com a teoria psicanaHtica de Freud.
Idade Fase
1° ana Oral
Fonte do Prazer Significado para 0 Desenvolvimento daPersonalidade
Prazer derivado dos Base para a dependEmcia dos oulros.labios e da boca; "Incorporac;:ao oral" como fator nasugar, comer, chupar 0 identificac;:ao,aquisic;:aode conhecimenlos,dedo. Mais tarde, com posses, cren~. ~Agressividade oral", basea erupc;:aodos dentes, para sarcasmo, discussao, etc.prazer de morder.
3°. ana Fatica,ao 5° edipianaano
Prazer derivado da "Carater retentivo anal": obstinado, avarento,retenyao e expuJsao compulsivo. "Carater expulsivo anar· cruel,das fezes e tambem destrutivo, desordenado. Em circunstanciasdo controle muscular favoraveis, 0 modo pelo qual as pais criam
habitos de excreyao conduz a criatividade eI produtividade.
Prazer derivado da Identificac;oes com os pais emergem aestimula980 genital e medida que 0 complexo de Edipo e resolvido.fantasias associadas. Oesenvolve-se 0 superego (consciencia).Complexo de Edipo: Muitas consequencias importantes para ainteresse sexual do aceitayao de papeis adequados com respeitomenino pela mae e da a idade e ao sexo.menina peto pai.
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6° ana La1encia Com a repressao tem- Periodo da escola prima ria, muito importanteao 12°. poraria dos interesses no desenvolvimento social da crianc;:a, naana sexuais, 0 prazer de- aquisiyao de conhecimentos e habilidades
riva do rnundoexterno, necessarias para se ajustar ao mundo doda curiosidade, do trabalho diario.conhecimento. etc.como gratificac;:6es5ubstitutas
12'ana ateidadeadulta
Prazer derivado das 0 arnor por si mesmo (narcisismo) dorelat:;6es sexuais com periodo pre-genital se converte em arnor acompanheiro do sexo Qutrem, e indui motivos aftruisticos. Emanci-000510 pacao da dependencia dos pais.
Genital
Oesenvolvimento Segundo Piaget:
Jean Piaget, naseeu em Neuchatel (Sui,a) em 1896 e hi! mais de quarenta
anos dedicou-se ao estudo e pesquisa no campo da Psicologia Genetica do
Conhecimento.
atitudes cientificas, ineditas, seja a concepc;:ao de uma genese para as estruturas
Grande estudioso da Epistemologia Genetical, admite que uma de sua
operatorias de inteligencia, apoiada em caracteristicas de necessidade e
universalidade onde consegue conciliar a ideia de estrutura biologica cuja evolu980
implica numa genese do pensamento e da inteligencia do homem.
Os estudos de Piaget abrangem 0 desenvolvimento psiquico a partir da sua
Teoria do desenvolvimento da Inteligencia que Ihe apresenta em fases
caracteristicas segundo fatores de: maturac;:ao do sistema nervoso; ambiente fisico; e
ambiente social paralelamente a equilibrac;ao progress iva de Uestruturas mentais que
vao desde 0 pensamento intuitivo ou pre-simb6lico ao pensamento concreto au
t Epistfnologia Genetica: Psicologia Evolutiva Aplicada, que estuda os mecanismos do crescimento edo desenvolvimenlo.
18
16glco ate 0 pensamento formal ou abstrato" (PIAGET, 1967).
Criou Piaget uma Epistemologia Gene-tiea Que envolve pesquisa no campo da
Biologia, da Filosofia, da Matematica, da Fisica, da PSicologia e das Ciencias
Sociais.
Assim, uma Teoria que explica como se constr6i e como funciona a
inteligencia humana, nao poderia deixar de envolver todos os aspectos da educa<;:ao,
especial mente a natureza do processo de aprendizagem.
o estruturalismo e essencialmente uma ~Atividade~, isto 90, a sucessao
regulada de urn certo numero de Operac:;:oes Mentais.
Sua finalidade e reconstruir 0 "objeto" de maneira a manifestar nessa
reconstitui<;ao as regras de funcionamento (fun~6es) desse objeto (CABISTANI,
1978).
o homem toma 0 real, 0 decomp6e, depois recompoe; entre os dois tempos
S8 produz "algo", de novo que e 0 inteligivel gera!, isto e, 0 intelecto unido ao "objeto"
(BARNEWITZ, 1974).
Piaget, usa a na~aa do Equilibria para explicar a genese das estruturas
operatorias e a passagem das regula~6es Pre-Operatorias para as Opera~6es
propriamente ditas.
o Equilibria em PSicalogia, e uma propriedade intrinseca e constituida da vida
organica e mental.
Os desequilibrios num organisma constituem estadas patol6gicas: organicos
ou mentais. Alem dissa, existem no organismo, 6rgaas especiais de equilibria. 0
mesmo acontece com a vida mental, ande as 6rgaos de equilibrio sao constituidas
par mecanismos regularizadores especiais em todos os niveis: regularizar;oes
elementares da Motiva~ao (necessidades e interesses), ate a vontade, no que diz
19
respeito a vida afetiva, e regulariz890es perceptiv8S e senso-motoras ate as
Opera,oes propria mente ditas, no tocante a vida cognitiva (CABISTANI, 1978).
o equilibria dura toda a adolescencia e define a estruturag80 propria deste
periodo da existEmcia entre os mecanismos da Assimilac;ao e da Acomodac;ao (tanto
biol6gicas como intelectu8is) 80 meio ffsico au it realidade do pensamento.
~A adaptaC;80 intelectual e, entaD, 0 equilibria entre a assimila~o da
experiemcia as estruturas dedutivas e a acomoctaC;80 dessas aos dados da
experiencia". (PIAGET, 1972).
Se cada indivfduQ tentasse viver como S8 naD estivesse inserido em urn meio
social, isto e, nao procurasse modificar-se para ajustar-se melhor 80 meio ambiente
au S8 naD S8 esforyasse em mudar pela ayao, 0 mundo exterior, para adapta-lo a
sua personalidade, a sociedade como um todo e 0 individuo em particular, estariam
em conflito.
Sem duvida nenhuma, Piaget procura mostrar que atraves da adapta9ao;
assimilac;ao e acomodac;ao, 0 individuo penetra no universo e cria a imagem que faz
do mesmo. Para isto, operam continuamente na sua capacidade, os dados e
estruturas que conseguiu desenvolver atraves de um determinado tempo psiquico e
num ritmo proprio.
Segundo Cruz (s.d.), todo comportamento e ~a9ao estruturada e estruturante,
uma organiza,ao para a adaptagiio e uma adapta,ao para a organizagiio, ° que
constitui um processo continuo de estrutura9ao"
Os trabalhos e pesquisas de Jean Piaget, sao particularmente valiosas no
campo escolar, porque oferecem uma substancia que se origina numa estrategia
particular de ensino/aprendizagem: tende a modelos operatorios de uma Metodologia
francamente inserida na agiio (CABISTANI, 1978).
20
Etapa evolutiva, para Piaget, e 0 periodo do desenvolvimento que apresenta
modific8c;oes fundamentais e significativas para 0 individuo.
As caracteristicas da etapa evolutiva sao:
• ordem constante de sucessao das aquisic;oes;
• integrac;ao de seus elementos;
• estrutura do conjunto;
• fase preparat6ria do estagio seguinte, apresentando patamares de equilibrio.
Por exemplo de 1 a 3 an os ha predominancia das func;oes motoras que
preparam as subsequentes aplicac;oes da crian<;:8 no terre no intelectuaL
Segundo Piaget a crianya aprende atraves da inteligemcia, mas tambem pelo
trabalho, pel a ayao, airaves de Estagios sucessivos.
o desenvolvimento da inteligencia infantil implica num constante intercambio
com a ambiente social; sendo a mente humana farmada de dais elementos: quando a
crianc;a e capaz de sentir e perceber.
De acordo com BALDWIN (t973) Piaget divide 0 desenvolvimento da crian,a
em quatro periados principais:
• a inf2lncia;
• 0 periodo pre-operacianal;
• 0 perioda das aperac;oes concretas;
• 0 periodo das operac;oes forma is.
1°, Estagio Sensoria Motor - Do nascimento aos dois anos.
21
o periodo sense-motor de desenvolvimento corresponde, no tempo, aos
limites comumente definidos para a infancia. isto e, os dais primeiros anos de vida.
Esse estagio tern como caracteristicas:
• grande desenvolvimento mental que sera decisivo para 0 curs~ da evoluyao
psiquica e assimila980 senso-motora:
• nesta epoca naD he grande diferenc;:a entre 0 ~Eu" e 0 "Mundo";
• inicio do egocentrismo;
• estagio dos reflexos, dos primeiros habitos motores, inteligencia senso-
motora au pratica (anterior a linguagem);
• as vivencias da crian98 sao provenientes dos 6rg805 do sentimento (visual,
olfativD, gustativo, auditivo, etc.);
• as percep90es e habitos S8 estruturam a partir de uma discriminacyao de
ouv;r, othar, sugar e manipular;
• estabelecem-se as primeiros esquemas de a~o do individuo.
2°. Estagio: Pensamento Pre-operacional - dos dais anos aos 7 anos
Depots do periodo da infancia, existe, segundo Piaget, urn periodo de varios
anos, em que 0 quadro cognitivo interno, que a crianya tern do mundo externo, esta
gradual mente crescendo com suas numerosas leis e rela90es (BALDWIN, 1973).
Nesta fase a linguagem modifica 0 comportamento infantil, dando novas
tonalidades aos aspectos afetivos e intelectual.
• continua 0 egocentrismo;
• ao desequilibrio senso-motor da fase anterior, sucedem-se novas
desequilibrios;
22
• aqui ha a soeializayao da a<;80: a interioriza~80 da a~80:
• primeiras formas de pensamento; jogo simb61ieo ou de imagina<;ao e a
imita<;80:
• inteligemeia intuitiva (ela sente as eoisas mais do que explica, adivinha). Aqui
se efetua 0 proeesso Ensaio-Erro;
• sentimentos interindividuais espontaneos e das rela~6es de submiss80 ao
adulta;
• falta neste estagio de desenvolvimento Pre-operat6rio a ~Reversibilidade~;
•e a fase dos "porques"
3°. Estagio: Das Operac;6es Concretas au Operac;6es Logicas - Dos sete aos
doze anos - abrange a 2<1. infimcia.
Neste estaglo a criam;a apresenta as seguintes caracterfsticas:
• por volta dos sete anos, os proeessos de pensamento formal da erian98 se
tornam muito mais estaveis e razoaveis;
• surgem novas formas e organizagoes que completam as construgoes
cognitivas e afetivas desenvolvidas no estagio anterior, provocando um
equilibrio mais estavel e abrindo caminho para constru90es mais complexas;
• aos poucos abandona 0 egocentrismo e e capaz de cooperar com os outros;
• conquista as nogoes de tempo, espago, velocidade, grandeza, peso, por
meio das operagoes racionais. A nocyao de volume se realizara a partir dos 11
anos;
• inicio da assimilagao radonal:
23
• as operac;:6es de pensamento envolvem grande carga de intuic;ao, mas ja
aparecem os aspectos de operagao racional;
• ha nesta fase au periodo a "Reversibilidade" - que e a possibilidade de se
executar determinada agao numa direc;ao oposta.
4°. Estagio - Operac;;:6es Formais OU Abstratas - Dos onze anos em diante - e 0
periodo da adolescencia.
Sao caracteristicas dessa fase:
• a pensamento passa do concreto para a formal, alcanc;ando as niveis de
abstrac;ao cada vez mais elaborados e refinados;
• possibilidade de estabelecer principios de sistemas e Teorias mentais que
trac;:arao as linhas de comportamento dos individuos;
• a personalidade alcanya novas dimensoes;
• apresenta novas formas de comportamento.
Algumas Aplicac;oes Didaticas a Teoria Piagetiana:
Para Piaget (1969) citado por WADSWORTH (1984),
Educar e adaptar a crian98 a um ambiente social adulto,
em outras palavras, e mudar a constituiyao pSicobiol6gica do individuo
em termos de totalidade das realidades coletivas as quais a
comunidade conscientemente atribui urn certo valor. Ha, portanto, dois
termos na relac;a.oconstituida pela educayao: por um lado 0 individuo
em crescimento: par outro as valores sociais, intelectuais e morais nos
quais 0 educador esta encarregado de iniciar 0 individuo.
24
Na concepyao piagetiana de aprendizagem:
• toda a aprendizagem deve partir da atividade e criatividade do a!uno;
• 0 atuno e 0 agente da aprendizagem; atividade objet iva; 0 professor 0
orientador; afirma-se e produz 0 aluno:
• 0 professor parte de varias situ890es/problemas para a partir da; aplicar 0
ensino/aprendizagem, proporcionando a transformac;.ao das atividades
exteriores ern simbolos mentais;
• deve-s8 utilizar Metodos e Tecnicas que possibilitem a realizac;ao eficiente
de aprendizagem. Ex: pesquisa, estudo/dirigido, aprendizagem por
descoberta, etc.;
• frente as atividades do aluno, he avan90 na Evoluyao do Ensino.
Oesenvolvimento do Comportamento Segundo Vygotsky:
Segundo Vygotsky, ha duas linhas mestras no desenvolvimento do
comportamento da crianya: a que esta intimamente relacionada com os processos de
crescimento flsico e maturayao da crianya e a outra, a do desenvolvimento cultural
das fungoes psico16gicas, a realiza9ao de novos metodos de raciocfnio e 0 dominio
dos metodos culturais do comportamento.
Estas duas linhas mestras na verdade sao profundamente interligadas, 0 que
significa que nao se pode falar de uma isoladamente da outra, a menos que haja urn
retardamento de uma delas. Vygotsky atribui, assim, a cultura, urn papel
preponderante no processo de constituiyao do individuo.
Trata-se nao somente de mod os e costumes, mas de formas de pensar, de
categorias de analise. A cultura, diz ele, nao produz nada alem do que esta na
natureza, mas transforma para que ela atenda as necessidades humanas. A mesma
25
eoisa se verifica no desenvolvimento cultural do comportamento. pois ele consiste
em mudanc;as internas de desenvolvimento natural do comportamento, que foi, par
sua vez. estabelecido pela natureza (VYGOTSKY. 1929).
o desenvolvimento cultural consiste em dominar metodos de comportamento
que se baseiam no uso de sinais como meio para realizar qualquer opera~o
psicologica em particular. Por mais complexo que ele seja, entretanto, comporta
alguns processes pSicologicos elementares.
Vygotsky considera a progressao de quatro estagios no desenvolvimento
cultural da crian<;:a.
o primeiro seria 0 estagio do comportamento primitiv~ ou psicologia natural. A
crianc;a procura memorizar as informa<;oes que Ihe foram dadas utilizando sua
aten~o, sua memoria individual e seu interesse.
As difieuldades encontradas neste nivel levarn a crian<;a a procurar outra
forma para memorizar, alem dos recursos de sua memoria natural. Ha, entretanto,
uma confusao pela rna compreensao de seu processo psicologico e a crian<;:a
considera a conexao entre eoisas cemo se fosse conexao entre ideias. Este estagio
e chamado por Vygotsky de psicologia ingenua.
No exercicio deste estagio, entretanto, a crianya chega a compreender como
se utilizar dos elementos de que dispoe, passando para a terceiro estagio, que e 0 do
Metodo Cultural externo, ou seja, ela procura realizar 0 processo de rnemoriza<;ao
atraves de uma atividade externa complexa.
Passa, entao, para urn quarto est8gio, 0 da atividade interna, posslvel pela
compreensao da estrutura intrinseca a atividade externa. Ao realizar esta atividade
"externa" a crian<;a, atraves da compreensao, internaliza a agao - podendo entao,
a partir dai, realizar a mesma a<;ao sem os elementos externos que a constituiram.
26
Uma vez constituida, mesma que sejam modificadas radical mente as condi<;6es
externas, esta atividade interna S8 mantern.
Vygotsky apresenta duas ideias principais sabre construc;ao do conhecimento
formal na escola. Uma a que ela S8 refere como pre-hist6ria da aprendizagem e Dutra
como 0 da area de desenvolvimento potencial au zona proximal de desenvolvimento,
como tern side mais comumente denominada em algumas tradu90es.
De acordo com WGOTSKY (1987), toda aprendizagem da crian,a na escola
tern uma pre-historia, pois a aprendizagem da criam;a come9<3 muito antes da
aprendizagem escola. Equivale dizer que aD trabalhar com determinado conteudo na
escola, em matematica, par exemple, a crianya naD estara tendo seu primeiro
cantato com este conteudo, pois ja desenvolveu algumas aprendizagens
matematicas proprias no cotidiano. No entanto. diz ele, "a existemcia desta pre-
historia da aprendizagem escolar nao implica uma direta continuidade entre as duas
etapas do desenvolvimento aritmetico da crianc;a".
Esta no,ao discutida por Vygotsky, segundo a qual a aprendizagem escolar da
crianc;a nao e "continuar:;:ao direta do desenvolvimento pre-escolar" tern uma profunda
significar:;:ao para a discussao sobre 0 processo de constrUt;,ao de conhecimento da
crian9a na escola. uma vez que menciona a especificidade da aprendizagem que
ocorre em ambito escolar e sugere a necessidade de articular:;:ao interna entre 0
conhecimento do cotidiano e 0 conhecimento formal.
Tern sido apontado 0 fato de que a aprendizagem na escola e sistematica e
que a pre-escolar nao e sistematica. Vigotsky defende, entretanto, a ideia de que a
distincyao entre ambas vai alem da questao da sistematicidade, pois a uaprendizagem
escolar traz algo de completamente novo ao curso do desenvolvimento da crianr:;:a"
Ete distingue, assim, a aprendizagem que aconteee antes da vida escolar da
aprendizagem que ocorre durante 0 ensino escolar,
adquire 0 dominic de noc;oes que sao basicas para a aquisiC;ao de conteudos
forma is.
Entretanto, e justa mente 0 trabalho com estes conteudos que permitira 0
dominio nas n090es (quantidade, tempo, espa90, etc,) e seria esta uma das
especificidades do ensino na escola. Observa-se aqui a relar;ao de forma e
conteudo.
Vygotsky apresenta, assim, a nOC;ao de aprendizagem escolar que tem uma
pre-hist6ria. Esta questao, ele diz, e duplamente complexa e divide-se em dois
problemas separados. Urn seria a relac;ao entre aprendizagem e desenvolvirnento em
geral e outro seria 0 das caracteristicas especificas desta inter-relayao na idade
escolar (VYGOTSKY, 1978),
Na concepr;ao de Vygotsky, 0 curso de desenvolvimento e afetado pela
aprendizagem que 0 individuo realiza.
Ao discutir a relayao entre aprendizagem e desenvolvimento e como ela se da
na escola, Vygotsky considera que atividade independente da crianc;a nao e 0 unico
indicativo possivel de seu grau de desenvolvimento, colocando a imitac;ao como
possibilidade de compreensao.
Isto nos leva diretamente ao conceito de area de desenvolvimento potencial
ou zona proximal de desenvolvimento, que foi formulado a partir da constatac;ao de
Vygotsky de que nao ha somente um nivel de desenvolvimento mas, pelo menos -
como ele mesmo diz - dais. Um e 0 nrvel de desenvolvimento efetivo, que eaquele obtido como resultado de urn processo de desenvolvimento ja realizado
(pensando em termos de desenvolvimento das func;oes psicointelectuais) e 0 outro eo nivel, ou area, de desenvolvimento potencial, que e aquele que a crianc;a
28
con segue realizar com 0 auxilio dos adultos. Esta n0980 impliea que os processos
que estao ocorrendo (amadurecendo e desenvolvendo-se, como diz Vygotsky)
podem ser identificados, 0 que altera significativamente a concepcyao de ac;ao
pedag6gica.
A aprendizagem escolar apresenta-se, nesta 6tica, com a especificidade de
orientar e estimular processos internos de desenvolvimento, processos estes que
nao S8 poderiam desenvolver par si mesmas sem a aprendizagem. A aprendizagem,
assim, e fonte de desenvolvimento.
o conceito de area de desenvolvimento potencial recoloca a questao do papel
do adulto no processo. Nao e um facilitador, mas parte integrante da rela9aOdialetica
que se estabelece entre educador e educando, sendo que dele dependera, tambem,
a conquista, pela crianya, do conhecimento.
Esla n0980 de conhecimento historicamente construido e de conhecimento
que S8 constr6i no individuo a partir dessa historicidade, au seja, do significado
coletivamente posta, e central no pensamento de Vygotsky. Ela levanta,
naturalmente, a questao da fungao dos processos interacionais e de como se
articulam as elementos envolvidos no processo de canstruir conhecimento.
Ela aponta, igualmente, para a complexidade do ato de aprender e sugere que
sua compreensao deve, necessaria mente, passar pela historicidade da constituigao
do indiv[duo, que se realiza par sua participagao em um grupo, 0 qual Ihe da sentido
a existencia e da constituigao do grupo, que tira 0 significado de sua existencia como
grupo das experiencias de seus membros que sao historicamente partilhadas.
A seguir, argumentar-se-a sabre a impartancia da familia na saciedade e 0
papel representada par ela na aprendizagem da crianc;a em idade escolar.
29
2.3 FAMiLIA E SUAS RELAqOES
Segundo PRADO (1984), "a palavra familia, no sentido popular. significa
pessoas aparentadas que vivem em geral na mesma casa, particularmente 0 pai, a
mae e os filhos. Ou ainda, pessoas do mesma sangue, ascendencia, linhagem,
estirpe au admitidas par ado~ao".
DURKHEIM, citado por AVILA (1964) define familia como "uma institui~iio ou
sociedade cujos membros sao unidos par vinculos religiasos, juridicos e morais",
Os elementos principais da familia sao 0 casamento e a paternidade. 0
casamento estabelece as regras que orientam as rela90es, os direitos e deveres
reciprocos dos conjuges: continuidade, dissolu~ao e obriga~6es de cada parte; a
paternidade regulamenta 0 parentesco, que nao limita a 18905 de sangue.
De acordo com LAKATOS (1979), "a familia, de modo geral, e considerada
como uma unidade social basica e universal. B85ica, porque del a depende a
sociedade; universal, pais em todas as sociedades humanas encontra-se, do uma
forma ou autra, a familia"
Em tadas as saciedades existe a principia de que urn pai e indispensavel para
a recanhecimenta do Who perante a sociedade, caso contra rio a filho e considerado
ilegitimo.
Toda a sociedade segue 0 que MALINOWSKI citado por LAKATOS (1979)
denominou principio de legitimidade: "E a regra social universal de que nenhuma
crianya pode vir ao mundo sem que um homem - e um unico homem - assuma 0
papel de pal sociol6gico: guardiao, protetor, layo masculino entre a crianya e 0 resto
da comunidade"
30
As fungoes de cada familia dependem, em grande parte, da sociedade a que
pertencem.
Tocta e qualquer familia exerce sempre inumeras fungoes, sendo que para
algumas ha apoio e interferencia de instituic;oes sociais, enquanto Qutras func;oes
elas assumem com exclusividade. Urn exemplo tipico e 0 que diz respeito a
socializa<;ao das crian9<3s que e de responsabilidade da familia e das instituic;:6es
educacionais (PRADO, 1984).
2,4.1 FAMiLIA - 0 INICIO DA EDUCAI;:AO INFANTIL
Pai e mae proporcionam a atmosfera na qual a crianc;a realiza suas primeiras
experiencias e reconhece os valores e convenc;oes da vida social. Sua orientac;ao em
relac;:ao a vida social escolar deriva das diretrizes que recebe e que desenvolve sob
as condic;oes das caracterfsticas de sua familia, as influencias exercidas pelos pais
traduzem sua postura de ordem economica, religiosa, cultural, social e atingem a
crianya, quer pela expressao desses valores de urn conjuge para com 0 outro, quer
de ambos para com a crianya,
As rela<;oes entre pai e mae estabelecem 0 padn3:o para as rela<;oes
interpessoais no seio da familia. Caso sejam competitivos entre sf, 0 espirito de
competir;ao caracterizara as relar;oes da familia. Par outro lado, quando os pais sao
cooperativos e cordiais entre si, os filhos tem melhor oportunidade para desenvolver
tendencia no mesma sentido e, mais tarde, em relayaa as autras pessoas nao
pertencentes a familia, no grupo social ou escolar. Se os pais sao ordeiros ou
desorganizados, cooperadores au antagonicos, participantes au distantes, a
31
atmosfera da familia apresentara aos filhos tais pad roes de comportamento ca-
racteristicos como padrao generalizado de vida. Portanto, 0 modelo familiar pode
induzir os filhos a inclinac;ao para comportamento idfmtico aD do modele,
desenvolvendo valores caracterlsticos e conceitos, especial mente quando estes sao
aceitos e refon;:ados pelos pais.
A unicidade e irrepelibilidade do relacionamento com as pessoas manifesta-
se, de modo mais evidente, na crianya. A sua primeira relac;ao e muito importante; se
falhar, podera acarretar dan os irreparaveis. A familia e, par este motivD, 0 lugar mais
apropriado para a crianc;:a poder encontrar -se com 0 Dutro, tanto par causa da
estrutura subjetiva da crianya como da propria familia. E, portanto, ° local mais
favorecedor da humanizayao da crianya.
Sempre existiu a convicyao de que a crianya so pode desenvolver-se
integralmente, no seio da familia. Apesar das dificuldades que esta vern enfrentando
em seu papel de educadora basica, ainda assim a crianya continuou a ela exposta.
Estudos tern mostrado que esta infiuencia e vital a crianya e que, sem ela,
comportamentos patoJogicos, tais como disturbios psicossociais, sao causados e/ou
justificados. C~am-se hipoatividade, doen9as organicas psiquicamente
condicionadas, dificuldades no contato, inseguranya, agressividade, habilidade,
dependencia, sentimentos de culpa, etc. Sem duvida, a propria incapacidade de
estabelecer e aprofundar layos torna prejudicado 0 emprego de metodos corretivos e
a propria educayao, 0 que inegavelmente surgira na escola.
A reJayao da crianya com as pais estara frequentemente dependente do
desempenho e resultado escolares.
Os desejos inconscientes dos pais, que utilizam as press6es educativas para
press80 propria, encontram nas exigencias do trabalho escolar um meio de ay80.
32
Assim como os pais utilizam os dominios da alimenta~o, da higiene, do contrale
muscular da saude fisica, do lazer, para inftuenciar a crian~a, tambem 0
comportamento escolar pode se tornar objeto para chantagem afetiva. Ha diversos
exemplos que caracterizam a importancia do meio familiar nas dificuldades
escolares. Desentendimento dos pais, exigencias excessivas ou profundos
desinteresse, chantagens, afetiva, ansiedade, intervencionismo sufocante, ciume
fraterno, inferioridade, conflitos sobre a li98.0 de casa, a crian9a encarada como
adulto, etc., sao fatores que podem perturbar os alunos. De modo que, em rela9aO
aos comportamentos citados, nao sao as sintomas nem as perturbac;:6es escolares
aparenles que devem alender, mas a sua causa familiar; e particularmente
necessario compreender 0 que a crianc;a representa na vida e na expectativa dos
pais, e 0 que 0 aluno quer representar com suas dificuldades.
Abafada a crianc;a na sua personalidade e sentindo-se ligada aos pais e
culpada por nao Ihes corresponder, reage por meio de perturba90es de
comportamento pessoal e/ou escolar. Isto e evidente, pais, qualquer situac;ao
dramatica que venha perturbar 0 clima familiar, como 0 luto, 0 div6rcio, choque
sexual, etc., ativam a angustia infantil, podendo leva-Ia a comportamentos
regressivos. Neste caso, inevitavelmente se alteram as atividades sociais e
escolares da crianc;:a. 0 professor devera lembrar-se sempre de que qualquer
dificuldade de urn alune pode ter uma causa afetiva e familiar.
Inicialmente, e na familia que as necessidades fundamentais da crianya
encentram plena satisfac;:§.e. Ela e e espac;:o humane em que 0 ser da crianya pede
desenvolver-se, sem sofrer restric;:oes OUcarencias. Desde 0 ponto de vista biel6gice
ou psico-social, a crianc;:a. como pessoa incompleta e finita, necessita da comunidade
para que suas capacidades possam desenvolver. Assim S8 estabelecem relac;:oes
33
originarias das tracas familiares. A mae apresenta-se no primeiro plano, e aos
poucos 0 horizonte se amplia aos pais e irmaos. Tudo e aprendizado, e a cada
primeira relagao como um membra parental incluem-se outras sucessivas, nurn
gradiente que se generaliza. Oesde 0 principio existem outras figuras, que em maior
ou menor grau, exercem sua influencia. E 0 grupo se amplia, a medida em que a
crian<;a cresce, surgindo uma continuidade de novas associa<;oes e comunidades.
Atinge a idade escolar, e com 0 novo grupo surge urna nova luta, e de auto-
afirmacyao e empenho na reproducyao das relacyoes familia res num campo exterior ao
lar.
2.4.2 FUNC;:OES SOCIAlS DA FAMiLIA
A respeito das fun,5es sociais da familia DAVIS (1964) fez as seguintes
colocacy6es:
Uma sociedade somente podera sobreviver se seus
membros, pelas suas atividades, exercerem determinadas funyoes
socials. Essas funyees nao poderao ser exercidas sem que as
atividades estejam convenientemente organizadas. A familia, por
exemplo, e uma institui9iio adaptada a satisfayao da exigencia social
relativa a substituiyao continua dos membros da propria sociedade.
Esse processo de substitui9ilo apresenta diversos aspectos. Envolve
a produy<3o fisica de novos lndividuos. a sua alimentayao e
manutenyao durante a infancia e a puberdade e sua coloC8yao no
sistema das posi1foessociais.
34
Sobre 0 processo de socializayao. DAVIS (1964). enfatiza a importancia da
familia, como se segue:
Em primeiro lugar a familia gera a filho. Os passos iniciais
come~m dentro do lar. A familia e 0 fator mais persistente na vida da
crian~. A familia e um grupo primario. Nela ha a identificac;ao do
"n6s", A familia e ligada a satisfac;ao de todas as necessidades da
crianc;:a.desde as materiais. as espirituais. A familia proporciona os
dais tipos de relac;:6es- a autoritaria (entre pai e filhos) e a igualitiuia
(entre irmaos) Os membros da familia sao identificados entre si e
pela comunidade (....) 0 fato de ser a primeira, a mais persistente,
a mais intima e a rnais completa jnstjtui~o a tratar da crianc;:a
explica porque a familia e tao essencial na formac;:ao da
personalidade,
SICHES (1968) apresentando as fun<;6es da familia. afirmam que na
configurac;:aoe regulac;:aomoral, religiosa. social e juridica, intervem cansiderac;:6es
sabre a maralidade dos individuas, sabre os interesses materiais e espirituais das
crianc;as e sabre a boa constituic;:aoe 0 born funcionamento da sociedade. A
sociedade sera assim como sejam as familias. Se as famllias estao bem
estabelecidas, bem ordenadas e funcionam bern, elas serao a fonte de bem-estar,
grandeza e prosperidade sociais
BELTRAO (1970) diz que:
a profunda transformac;:ao de uma saciedade de parco
ensino formal. mormente para as classes populares, para uma nova
sociedade caracterizada pela escolaridade obrigat6ria e crescente e
ainda pela progressiva intervenc;:ao do Estado no setar escolar, nao
35
poderia deixar de mudar substancialmente as condi90es da fun980
educativa, cultural, estratificada e integrativa da familia (...)
Segundo PFROMM NETO (1971), a socializal'ilo e continua·
Inicia-se nos primeiros anos de vida e prossegue ao 10ngo
da vida adulta, nela intervindo numerosos agentes. Ocorre tanto em
virtude da influencia das pessoas mais velhas, como tambem atraves
das pessoas que tern a mesma idade e "status" social de quem esta
sento socializado; pode ser espontsmea, inconsciente OUdeliberada. A
familia e 0 principal agente de socializa~o do individuo. Cuidando dos
filhos, amanda-os, recompensando-os, castigando-os e educando-os,
as pais procuram modelar as crianc;:asde acordo com a imagem que
construiram, do que elas devem ser. A medida que a crianc;a se
desenvolve, entretanto, amplia-se a influencia de um grupo
competitivo, e dos companheiros da mesma idade e sexo. Mais tarde,
a escolha de um companheiro do sexo oposto, levando ao
estabelecimento de uma nova familia, e a participac;ao de um grupo
ocupacionaJ, operarao no processo de mudanc;as ligadas a
socializac;ao
Na cole~o "Nossas Criancas" (1972, v. 7), encontram-se as seguintes
afirmativas:
Se a familia e 0 ponto de partida para a socializayao da
crian<;a, deja depende 0 grau da sociabilldade que 0 filho tera. Se a
atmosfera do Jare tranqOila a crian~ tern mais possibilidades de
desenvolver atitudes sociais favoraveis. Se 0 clima e transtornado
por brigas e tensoes, ela provavelmente crescera tendo dificuldades
de relacionamento fora de casa (...) crianc;as nascidas numa familia
cujo nivel s6cio-econ6mico possibilita urn born desenvolvimento fisico
36
e psico16gico, tornam-5e adultos mais sociaveis do que aquelas que
pertencem a familias de nivel mais baixo. Par outro lado, as resul-
tados da educayao naQ 5e apresentam de imediato. E na medida
em que a crianc;:a interionza e assimila as ensinamentos tarnando-os
pad roes de conduta. e que as resultados 5e fazem sentir.
Continuando, no mesmo volume da mesma coleyao, encontra-se:
Geralmente, filhos de pais autoritarios, sao bem
comportados, porem tolhidos em sua curiosidade, imaginayao
e fantasia. Crianc;as que recebem educac;:ao indulgente
demais, mostram falta de habilidade em atividades fisicas e
sao retraidas fora de casa. As que vivem em urn ambiente
democratico tern mais possibilidades de serem extrovertidas.
Em urn Jar onde existe, nao apenas liberdade, mas
principalmente born entendimento entre pais e filhos, as
crianyas sao mais participativas, curiosas intelectualmente e
primam pela originalidade.
Para demonstrar que 0 relacionamento existente entre os membros da familia
tambem depende da classe social a que a mesma pertence, CAMPOS (1970) diz
que, as diferen<;as de classe social determinam importantes diferen.yas nas
expectativas e no desenvolvimento de cada crianc;a. No Estado da Guanabara, uma
pesquisa patrocinada pela Ford Fundation verificou que a administrac;ao de merenda
durante as ferias escolares, para as crianc;as das classes sociais menos favorecidas,
impedia que 0 rendimento escolar baixasse, no inicio de cada periodo escolar.
Considerando, a autora da rnesma obra, afirma:
37
o vocabulario dos pais da etasse media e mais rico e correta,
do que 0 vocabulario dos pais da classe baixa; a atitude de
valorizac;ao da escola pelos pais da dasse media e transmitida para os
filhes, que ingressarao na escola rnais motivados para realiz89aO de
SUBStarefas. As crianc;a de classe mais pobre, cujos pais sao
analfabetos, nao chegarao a vivenciar as valores comunicados pela
escola.
GREEN (1968), em estudos realizados sobre as diferen<;as culturais e
instruyao, chegou a conclusao de que a influ€mcia da ansiedade sabre 0
aproveitamento eseolar, e um reflexo do padrao das praticas de orientayao e criayao
dos tithes pelos pais; as crianc;as de ciasse media sao mais ansiosas sabre 0 seu
aproveitamento escolar do que as crianc;as de classes inferiores.
Sabre a relayao existente entre a aprendizagem da leitura e ~status"socio-
econ6mico da familia, GREEN (1968) apresenta os seguintes resultados de urn
estudo realizado com alunos que possuiam de 103 a 109 Q.1. Os alunos que
pertenciam a ciasse Baixa Media obtiveram 18 pontos; os que pertenciam a classe
Media obtiveram 22 pontos; e os alunos da classe Alta Media, conseguiram 38
pontos. 0 autor conclui dizendo:
Na nossa sociedade, alguns grupos estao severamente
limitados em suas oportunidades de aprenderem muito dos
conceitos e habilita¢es que constituem requisites previos para e
exito na escola, outros grupos auferem oportunidades (micas para tal
aprendizagem. Essas varia~oes de oportunidade resultam, em
primeiro lugar, das condic;oes do lar e na vizinhanc;a, sendo os
maiores contrastes entre as areas residenciais dos suburbios e as
areas faveladas das grandes cidades. As escolas, em grande
medida exemplificam esse contraste pelo menos em parte. vista que
as escalas tendem a refletir as comunidades a que servern
NERICI (1967), ressalta a influencia do meio social especifico, isto e, das
classes socia is, sobre 0 comportamento do adolescente, dizendo:
A adolescencia recebe maior ou menor atenyao, segundo a
posiyao s6cio-econ6mica a que pertence. As classes rnais favorecidas
cornumente proporcionam uma fase mais longa de preparac;;ao ao
adolescente do que as menDs favorecidas. Pode-se distinguir os
adolescentes de dasse rica, de classe proletaria, de ciasse rural e
agrupamentos marginais ou favelas.
o autor aeima citado apresenta caracteristicas dos adolescentes das classes:
rica, media, proletaria, rural e de grupos marginalizados.
Os adolescentes da classe rica costumam ter uma adolescencia mais long a e
mais cheia de problemas; sao rna is desenvolvidos soeialmente, rebeldes, autoritarios
e independentes. Em media sao rna is inteligentes, pelas condic;6es de vida material,
intelectual e social que desfrutam.
Os adolescentes da classe media, de modo geral, sao mais bem comportados,
mais timidas, menos independentes do que os da classe rica. Sao porem rna is
esforc;ados, pelo que costumam brilhar nos estudos e mesmo no trabalho.
Apresentam. tanto no lar, como na escola, um comportamento social mais ajustado.
Sao, via de regra, mais cordatas, obedientes e respeitadares.
Os adolescentes das classes proletarias aparentam urna idade social
adiantada, sabre a idade evalutiva. Came<;am cedo a trabalhar, por necessidade,
tornam-se adultos rna is cedo, corn encargos econ6micos de ajudar em casa. Sao,
39
quase sempre, pouco sociaveis, urn tanto agressivos e sem preocupa90es espirituais
au intelectuais. Geralmente, sao carentes de afeta e de proteyBo par parte da familia.
Segundo JESILD (1967) e muito importante 0 amor na vida do adolescente.
"a experiemcia do amor e ser amado e urna das condi96es
essenciais para 0 desenvolvimento sadie do homem". A afeit;:ao que
as pais sentem pelos pr6prios filhos, vice-versa, raramente deixa de
ser mesclada com Qutras emo90es. Todavia, urn solido alicerce do
amor paterno, durante a inf~lncia da ao jovem recursos incalculaveis
quando ele ingressa na adolescencia. Mais ainda, a garantia do amor
paterno e urna riqueza incalculavel durante a adolescencia.
De acordo com a mesma autor, 0 jovem que pade contar com 0 8m or de seus
pais, com 0 interesse pela sua vida, suas relagoes, pelo seu futuro, tem uma
liberdade muito maior para aventurar-se, para explorar, para ser 0 que e, para
encontrar-se a si pr6prio, para par a prova as suas capacidades, para cultivar a seu
pr6prio julgamento de fazer escolhas e de planejar 0 seu futuro.
2.4.3 FAMiLIA E ESCOlA
Ha um conhecimento comum e universal de que seja a familia, e do que seja a
escola. Todo homem nasce numa familia, pelo menos 0 hom em civilizado, conhece
uma escola porque por ela, sem duvida, passou.
40
Entretanto, este conhecimento superficial 56 do mundo, urn valor particular e
subjetivD.
Para que haja uma consciencia social da educ8CY80 e necessaria que haja:
1) a conhecimento da funy80 social da familia;
2) 0 conhecimento da func;ao social da escola;
3) a reconhecimento, ou conhecimento reciprocQ, entre a familia e a escola,
da respectiva fung80 social.
De acordo com VIER (1967):
o lar e a primeira escola de virtudes sociais de que
precisam todas as sociedades. E al que as crianc;as fazem a pri-
meira experiencia tanto de uma sociedade humana sadia quanta da
Igreja. Pela familia sao as crianC;8s gradual mente introduzidas no
convivio civil dos homens e no Povo de Deus. Par 1550as pais MID
de considerar-se como as primeiros e principais educadores.
A familia e a escola sao as duas institui<;oes fundamentais da sociedade
para a educa9ao progressiva das novas gera90es. A familia forma a individualidade
do homem. A escola desenvolve-Ihe 0 espirito de soeiedade, eOOpera9aO e de servi-
90. Ao passe que a familia Ihe da ° corpo, forma-Ihe ° carater e deixa-o
simplesmente eonhecer a vida; a escola aprimora-Ihe 0 espirito, afei90a-o a
sociedade, e prepara-o para a vida, dando-l he todas as probabilidades para veneer.
Conquanto distintas, sao todavia, complementares as tarefas que incumbem a familia
e a escola; uma nao deve ignorar a outra. A familia nao pode suprir a escola, nem
tao pouco, esta substituir-se aquela no papel especial que a cada uma deve
41
executar. A obra educativa da familia 56, como unicamente a da escola seria urna
obra incompleta. Uma e Dutra devem comportar-se como institui«;oes aut6nomas,
mas solidarias na tarefa comum da formayao integral do homem. 0 mesmo espirito
social deve penetrar e ani mar a ambas, como dois estadios indispensaveis para a
auto-realiz89ao do ser.
Pois, a maior necessidade do hom em nao e a sua prosperidade no
isolamento, talv8Z, de todo impassivel ~ mas a sociedade, a vida em
comunidade, como unico meio de progresso certa. Alias, corresponde i550 a uma
tendencia natural - 0 homem nasce, par predisposir;80 da natureza, para a vida
social. E tanto e exato i550, que seu aparecimento no planeta nao pade dar-s8 senaa
par intermedio desta sociedade - a familia.
E tal e a imperiosidade da vida social, no hom em, que nao contente s6 com
a familia, ainda inventou a escola, como meio de se aproximar ainda mais
intirnarnente da sociedade (KASSEF, 1963),
Segundo NERICI (1967), a escola, 6rgao especifico de educagao, tern sua
vida orientada Dor dois p610s a que sao a sua razao de existir: a familia e a
sociedade. Nao tern sentido a escola cuja acyao se divorcia da familia, uma vez que
seus alunos, antes do mais, pertencem a ela. 0 que a escola faz e ajudar a familia,
com suas atuais deficiencias e Iimita~6es, na educagao dcs filhos.
Ainda, segundo 0 autor,
Todas os atividades escolares devem calcar-se na
sodedade porque, em ultima analise, para ela e que sao
desenvotvidos os educandos. Ainda mais se considerando a propria
familia, como instituic;:ao social que e, tern seus motivos de
sobrevivencia na sociedade... A escola tende a voltar-se para 0
42
educando, procurando ve-Io em que reatidade humana, como
criatura que sofre timita90es, que e portador de virtudes a que
aspira a realizar um plano do vida
AZEVEDO (1950), cita que quando a fun\,ao educacional se deslocou da
familia e da classe sacerdotal para um grupo especializado, estabeleceu-se um lato
entre a familia e a escola, e entre a escola e a religiao, e 0 desenvolvimento desse
grupo nao se tern processado senao mediante conflitos entre a escola e a essas
duas institui90es, cujo papel educativo nunca sera demais encarecer. Certamente,
dada a multiplicidade das tarefas e exigencias que 0 mundo modemo criou, a familia,
par incapacidade natural de se especializar em todos as misteres, tern necessidade
de mandar as filhos para centros especializados onde possam ter uma prepara980
adequada. Mas como a familia continua a ser a primeira escola da crianya e e
grande, principalmente em nosso meio, a influencia que a familia ainda exerce em
materia de educayao, as duas instituic;6es sociais, - a escola e a familia, que
frequentemente trabalham em sentidos divergentes, e as vezes opostas, deveriam
aproximar-se e articular-se para 0 entendimento e a ayao necessaria a uma obra 00-
mumde educac;:ao.
Da obra de EBY (1962) intitulada Historia da Educayao, extraiu-se as ideias
sobre a importancia da familia no processo educativo dos seguintes educadores:
Segundo COM EN IUS:
o tar e a primeira escola. 0 poder da educac;.ao e a
humaniz89ao. Desejamos que todos as homens sejam formados em
todas as virtudes. especialmente na modestia. sociabilidade e polidez.
e e portanto indesejilVel criar distin90es de classes em tao tenra idade
43
au dar algumas crianc;:as a oportunidade de considerar sua propria
sorte com satisfac;ao e a de Dutra com desprezo.
De LOCKE,
Aquila que todo gentil homem ... deseja para seu tilho, alem dos
bens que ele the deixa, esla contido nessas qualro coisas; virtude,
sabedoria. educat;ao e conhecimento.
Conforme ROUSSEAU,
Nos nunea sabemos como nos colocarmos no lugar das
crianr;:as: naa penetramos nas suas ideias, mas imputamo-Ihes as
nossas. Ensinar e formar consistem, nao em inculcar ideias, mas em
fornecer a crianc;:a as oportunidades para 0 funcionamento daquelas
atividades que sao naturais da fase.
PESTALOZZI afirma que:
o desenvolvimento do homem comecya na familia. Jamais
vacilou quanta a convicc;ao de que alar e uma instituic;:ao educacional
ideal, a mela mais eficaz para a experi€mcia social, a alicerce de toda
vida moral, politiea e religiosa.
"Nossa engrenagem educacional", declarava, ~s6 tern valor
enquanto se aproxirna da natureza de urna casa bern organizada, em
todos as seus pormenares"
o lar domestico e a escola da humanidade. E a ponto central
onde se reune tudo quanta ha de divino na natureza.
44
FROEBEL diz que,
A familia e 0 centro de todo esfon;;o humano. Biol6gica,
instrumental. religiosa e educacionalmente, assim como social mente,
e a primordial instituic;ao hum ana.
Somente 0 tranquil0 reciusD santuario pode nos devolver 0
bem-estar da humanidade ... Com a constituic;.c30de cada familia nova,
e lanr;ado 0 apelo a humanidade e a cada 5er humano individual para
representar a humanidade em puro desenvolvimento, para
representar 0 homem de sua pureza individual.
A finalidade e objetivo dos pais com a crianc;.a, no circulo
dome-stico e familiar, e, pois, despertar e desenvolver. estimular todos
as membros e 6rg805 do homem a satisfazer as exigencias dos
poderes e dons da crianc;:a.
DEWEY, revelou que sao situa90es da familia que primeiro despertam os
poderes da crianga para a atividade:
A verdadeira educa~o vem atraves do estimulo dos poderes
da crianva pelas exigencias das situac;6es sociais, nas quais ela se
encontra.. A crianc;:a empreende atividades domesticas porque
descobre que tem um significado social ou trazem satisfaC;ao para si e
para os oulros. No inicio de sua vida as capacidades da crianva ainda
nao eslao desenvolvidas. Sao expressas e desenvolvidas a medida
que a crianc;:a estabelece relac;6es com outras pessoas. 0desenvolvimento dos poderes do individuo lem inicio, par
conseguinte, ao se estabefecerem as relac;6es sociais no far.
45
Na cole<;ao "Nossas Crianyas", (1972, v.7), encontra-se a posi<;ao de GESELL
a respeito da familia e educa/yao.
A familia e a unidade mais importante da cultura modema, na
medida em que a agao e biol6gica e cultural. Biologica, porque supre
as necessidades de sobrevivencia da crianc;a. Cultural porque haassocia1(oes entre as pessoas de idades diferentes que renovam e
transmitem as valores da sociedade em que nasceram.
DURKHEIM (1968) apresenta a seguinte defini<;ao de educa<;ao:
A educa9glO e a a9ilo exercida, pelas gera¢es adultas, sabreas gerac;:oes que naD encontram ainda, preparadas para a vida social;
tem por objeto suscitar e desenvolver, na crianya, certo numero de
estados fisicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade
politica, no seu conjunto, e pelo melo especial a que a crian9a,
particularmente. se destine.
DURKHEIM condui que a educa.,ao consiste numa a<;ao met6dica de novas
gera<;6es.
DURKHEIM (1968) apresenta 0 conceito do ser humane e 0 fim da educa<;ao,
da seguinte maneira:
Em cada urn de nos, existem dois seres. Urn, constituido de
todos os estados mentais que nao se relacionam senao conosco
mesmo e com os acontecimentos de nossa vida pessoal: e 0 qe se
46
poderia chamar de ser individual. 0 outro e um sistema de ideias,
sentimentos e habitos, que exprimem em nos, naD a nossa
individualidade, mas 0 grupo OUas grupos diferentes de que fazemos
parte; tais sao as crenc;as reJigiosas, as cren«;:as e as praticas morais,
as tradiyoes nacionais ou profissionais. as opinioes coletivas de teda a
especie. Seu conjunto forma 0 ser social. Constituir esse ser em cada
um de nos - tal e 0 tim da educayao.
2.4.4 HARMONIA ENTRE A FAMiLIA E A ESCOLA
o conhecimento recfproco do valor social que cad a urna dessas in5tltui<;085, -
a familia e a escola, - representam, implica na harmonia que deve reinar entre
ambas.
Harmonia, parem, naD quer dizer "viver em paz", A harmonia entre a familia e
a eSGola significa, uniao de interesses, coordena<;ao de esfor<;os, co-participa<;ao dos
mesmos problemas, das mesmas lutas, e, por conseguinte, das mesmas aspira<;6es,
das mesmas vit6rias das mesmas alegrias. Enfim, harmonia-cooperayao.
Esta harmonia tao encarecida e tao louvada tem sempre tropeyado ante 0
primeiro obstaculo. Considerando, pon§m, que a harmonia vale mUlto mais de que os
ObStc3culos, faz-se mister lutar incansavel e inteligentemente por conseguir a
harmonia, apesar dos obstaculos.
Dai, conclui-se que a harmonia entre a familia e a escola tera que ser:
a) harmonia consciente;
b) harmonia espontimea:
c) harmonia operante;
'I'
d) harmonia eficiente.
"A escola e 0 prolongamento do lar. eis 0 que ouvimos frequentemente,
parem, podemos verificar muitas vezes que tal naG se da: muito a miudo trabalham
em sentido contra rio e deste antagonismo sa; prejudicada a crianc;a, que se procura
educar" (LACOMBE, 1967).
AVANZINI (s.d.) ao focalizar os insucessos globais no en sine, analisa 0 clima
cultural da familia, dizendo:
...0 clima cultural quotidiano depende largamente da sua
format;ao. Assim, e mais ou menDS favoravel ao estimulo intelectual
da crianc;;ae ao seu desejo de assimilar as conhecimentos fornecidos.
Ajuda au nac, a sensibiliza-Ia aos interesses escolares e consolidar
nela bases que serao mais au menDS propicias ao seu exito. A
informa\f80 da crianya diferira consoante 0 nivel cultural dos pais: se
for vasto. 0 contributo escolar situar-se-a em continuidade com 0 da
familia: no caso contrario, haven3. descontinuidade, e por conseguinte,
a informa~o recebida na aula parecera muito artificial.
Sobre a relag30 existente entre 0 insucesso escolar e clima afetivo, AVANZINI
(s.d.), apresenta: "h;j familias cuja qualificayao cultural e perfeitamente satisfat6ria;
nao obstante, os filhos de inteligencia comprovada, obtem resultados deveras fracos.
E, pois, sem duvida 0 clima afetivo que deixa a desejar".
De acordo com SANTOS (1968), a familia e a escola, longe de se oporem,
auxiliam-se e completam-se. Oevem manter um intimo convivio e uma estreita
colaboragao. A eficiencia. 8 elev8gao e a dignidade da educac;ao de novas gerac;6es,
48
muito depend em dessa harmonia e solidariedade que devem unir e identificar a
familia e a escol8.
o auxilio que efetivamente 0 lar pode prestar a escola e a colaboragao da
escola com a familia 56 poderao ser clara mente compreendidos quando estiver
estabelecido e delimitado 0 campo de 8980 que cabe a cada uma destas instituic;oes.
Mas a definic;ao precisa a estes campos de 89aO nao e indispensavel para formular
urn certa numera de principios gerais de colaborac;ao:
a) a escola precisa conhecer e levar em conta a educac;ao e a instruC;80 que a
crianc;a recebeu no seio de sua familia;
b) a escola deve manter as pais ao par das observac;6es feitas a respeito dos
alunos e do auxilio que pod em prestar na formac;.3o de bons habitos;
c) a escola deve influir, quando 0 caso e apresenta, para 0 melhoramento das
condi¢es higienicas e dieteticas do lar;
d) a familia e a escola devem combinar os programas de atividades
recreativas e artisticas das crian~s na escola e fora dela;
e) a escola deve auxiliar os seus alunos nos trabalhos que por ventura
estejam interessados em casa, e possivelmente leva-los em conta;
f) a familia e a escola devem igualmente se interessar pela salide da crian~
e tomar neste sentido medidas de combina9ao;
g) aos pais cabem prestigiar e nao diminuir os mestres e aos mestres cabe
tambem robustecer nas crian~s.
49
2.2.5 GRUPO DE INTERACAO ESCOLA/FAMiLiA
CHINOY (1967). relacionando a familia e escola. afirma:
Na realidade, tao dependente se acha a escola da familia
que ingentes esforc;os se fazem constantemente, atraves da criac;ao
de associaGoes de pais e mestres, da institui980 de visita para as pais,
e de numerosas outras maneiras, para impedir a conflito au a
desaven~ e manter a escola e 0 lar em harmonioso acordo.
LIMA (1970). ao apresentar sugest6es para 0 estabelecimento de rela~6es da
escola com as familias, ressalta que ao entregar as filhos ao colegio, nao devem as
pais renunciar 0 direito de continuar a orientar-Ihes a educayao, mesma porque a real
influenci8 da escola e minima com relayao a familia.
SCHMIDT (1967). assim se manifesta:
Cumpre aos pais assegurar a 5i mesma a aos filhos
desenvolvimento pleno fisico, emocional, mental social e espirttual.
Conhecer a interdepende!ncia desses varios pianos: 0 estudo, por
exemplo, depende muito da criatividade, do estlmuto recebido em
casa, e nao apenas da aptidao para compreender (...) Criar
"ambiente-crescimento" no tar, de modo a permitir 0
desenvolvimento pieno do grupo, e a cada pessoa dentro do grupo,
na direyao exigida pela questionac;:aoeterna e no ritmo exigido pela
acelera<;aoda historia.
50
Continua ainda a autora: "os pais precisam saber que 0 fator humano e a
chave do desenvolvimento. Par iSSQ, necessitam expandir-se aDs seus dons afim de
atuarem mais adequadamente e obterem plena rendimento do educandoH SCHMIDT
(1967).
51
3DESENVOLVIMENTO
Toda e qualquer familia exerce sempre inumeras fun90es, sendo que para
algumas hi! apoio e interierencia de instituit.;6es sociais. enquanto autras funyoes
elas assumem com exclusividade.
Pai e mae proporcionam a atmosfera na qual a crian98 realiza suas primeiras
experiemcias e reconhece as valores e conven<;oes da vida social. Sua orientayao em
relac;ao a vida social e escolar deriva das diretrizes que recebe e que desenvolve sob
as condic;oes das caracteristicas de sua familia, as influencias exercidas pelos pais
traduzem sua postura de ordem economica, religiosa, cultural, social e atingem a
crianya, quer pela expressao desses valores de urn conjuge para com 0 Dutro, quer
de ambos para com a crianya.
As relay6es entre pai e mae estabelecem 0 padrao para as rela90es
interpessoais no seio da familia, a atmosfera da familia apresentara aos filhos tais
padroes de comportamento caracterfsticos como padrao generalizado de vida.
Portanto, 0 modelo familiar pode induzir os filhos a inclina9ao para comportamento
idemtico ao do modelo, desenvolvendo valores caracterfsticos e conceitos,
especialmente quando estes sao aceitos e refor9ados pelos pais.
Sempre existiu a conviC9aO de que a criancya s6 pode desenvolver-se
integralmente, no seio da famflia. Apesar das dificuldades que esta vern enfrentando
em seu papel de educadora basica, ainda assim a crian9a continuou exposta.
Estudos tern mostrado que esta influencia e vital a criancya e que, sem ela,
comportamentos patologicos, tais como disturbios psico-sociais, sao causados e/ou
justificados.
Muitas caracterfsticas basicas da aprendizagem englobam 0 ambiente social,
pois qualquer comportamento humane e global; incluindo aspectos motores,
emocionais, ideativos ou mentais. Portanto, se um desses aspectos nao tiver
"funcionando" de forma adequada 0 equillbrio vital, sera rompido pelo aparecimento
de uma situayao problematica.
E inegavel que a familia exerce muita influencia no processo en sino
aprendizagem escolar da criam,::a. Estudos tem comprovado, principal mente na area
humana-social da psicologia que a ocorrencia de fatos registrando dificuldades e
fracasso escolar, como repetencia, evasao, etc., estao certamente ligadas as
dificuldades estruturais familia res, tais como:
• idade das crian~s e adultos que convivem na mesma casa;
• constituiyao ffsica;
• ambiente cultural;
• conduta e personalidade dos pais e irmaos;
• tens6es e traumas da vida cotidiana aos quais a crianc;a fica exposta;
• tendencia internas e defesas psiquicas do ego infantil;
• influencia de press6es externas e internas;
• meiosfmecanismos da adaptayao a essas press6es;
• processos envolvidos na maturayao da personalidade infantil;
• fatores externos de ordem financeira, de organizayao familiar, problemas
circunstanciais, etc ... que afetam no comportamento do educando
53
E. fundamental a presenc;a dos pais para formar e consolidar a seguranc;a e a
identidade da crian<;a, que somente assim estabelece 0 equilibrio em lidar com
dificuldades e frustrayoes.
A 16gica filos6fica da sociedade capitalista atual nao nega que 0 direito e 0
dever maximo e primeiro de educar pertencem sem duvida a familia.
Mediante as inumeras impossibilidades de diversas areas, quer sejam
economicas, morais, socia is, psicol6gicas, historicas au mesmo pedag6gicas, a
familia absolutamente delega a escola a participaC;ao e muitas vezes a determinac;:ao
das func;oes formativas. Todavia a certo e que de fato a famnia continua a ultima
responsavel pela educayao de seus filhos.
Cabe a escola, enquanto auxiliadora, igualmente na educayao, de imprimir
competencia e clareza no desempenho de suas fum;6es pedagogicas. Oesta feita,
certamente cabe a escola informar e participar as conflitos, capacidades vocac;6es e
dificuldades detectadas nos seus educandos.
Uma familia comprometida com uma solidaria educayao de seus tilhos, deve-
se munir do maior numero de esclarecimentos para em parceria com a escota,
colaborar na efetiva, plena e total formayao de seus filhos.
Na familia, no entanto, deve ser primordial a formaC;:8o do carater de seus
filhes. A real intimidade do lar deve ser pro pi cia para que se alicereem noc;:oes do
mundo, de vida, de soeiedade, de cren<;as, de preferencias e concepy6es espirituais.
Esses ensinamentos morais devem reeeber os primeiros ensaios filos6ficos em casa,
dai a grande importaneia da presenc;a dos pais. Talvez esta seja 0 maior desatio da
educayao.
54
3.1 OS LlMITES DA INFLUENCIA DA FAMiLIA NA APRENDIZAGEM
ESCOLAR
A educayao hoje, 56 pode ser entendida como a formac;ao integral do ser
humano. oesta concep98o dialetica, 56 pode S8 pensar em educar corn sendo a
possibilidade de descortinar horizontes. (SCHIMIDT, 1967)
A apropriay8o do saber ocorr8 em todo caminhar humano, em toda rela980
social. E urn dever constante, em cria90es e destruiy6es. a questeo que S8 colcca, e
que sociedade S8 pretende? Pois a formaryao consciente de cidactaos criticos,
8ut6nomos, sujeitos dig nos, capazes de ausar romper e construir novas paradigmas,
pressupoe urna clareza de postura e de tamadas de decis6es.
Assim a responsabilidade da escota e dos profissionais de educac;ao reside
principalmente na investiga98.o das situ890es problemas, nas caracteristicas
manifestadas pelos alunos na escola e participar aos familia res, os principais
envolvidos, nesta parceria se buscar entendimento, encaminhamento aos
profissionais competentes.
Familia e escola nao podem se posicionar em lados opostos e assumir
acirrada competiyao na resoluyao ou autoridade sobre as dificuldades de
aprendizagem.
Familia e escola devem ter ciencia da dimensao do educando - crianya: E
necessario que haja certeza na identifica<;ao da situ8<;80 - quais caracteristicas,
dificuldades apresentadas. Na avaliayao criteriosa da conjuntura pode se
diagnosticar 0 quadro de normalidade ou patologia. Escola em acordo com a familia
e profissionais especializados, precisam identificar as fases de desenvolvimento do
55
educando, para nao se cometer excesso ou erro e reconhecer aspectos pr6prios do
comportamento infantil, enquanto crises, dificuldades ou patologias breves ou
passageiras.
Somente em consonancia familiar e escola, pode-se priorizar um ambiente
afetivamente equilibrado favoravel a satisfac;ao das necessidades proprias do seu
estagio socio, cognitiv~ e emocional.
Situacyoes problematicas familia res tendem a interferir na leitura do mundo e
consequente relacionamento com este meio social. As criancyas passam a manifestar
dificuldades:
• emocionais;
• supersensibilidade;
• sentimento de rejei~o;
• sensacyao de panico em determinadas situacyoes ou circunstancias;
• ansiedade;
• regressao;
• infantilizac;:ao;
• baixa estima pessoal;
• insegurancya;
• dificuldade de concentracyao;
• apatia;
• isolamento;
• sonolE§ncia;
• hiperatividade e demais comportamentos atipicos.
Quando essas reagoes apresentam-se com evidencia, com regularidade,
deve-se considerar 0 quadro com preocupa<;:ao pois tende-se para a anormalidade
ou patologia. Sendo assim havera agravamento nas atitudes com:
• maneiras compulsivas;
• medo excessivo de tudo;
• extrema agitayao;
• torporlsonolencia/apatia;
• desintegra<;:§.o ou isolamentol ausencia de relacionamento pessoal.
Estes sintomas podem ter comprometimento de fator genetico (propria
crian<;:a) ou no ambiente (fator social). A escola na pessoa de seus docentes e
especialistas deve ap6s seria observa<;:§.o, devidamente documentada, participar de
imediato a familia. As decis6es devem ser tomadas de modo que haja supera<;:§.o dos
momentos dificeis pais no caso de se detectar dificuldades de aprendizagem que
aparecem em sala de aula, a investiga<;:§.o deve se ater as causas de forma mais
ampla, tais como:
• aspectos organicos;
• aspectos neurologicos;
• aspectos menta is;
• aspectos psicologicos.
Fatores estes que estejam associados a problematica ambiental em que a
crian<;:a vive. Estes casos postulam um encaminhamento a servi<;:o de especialistas,
57
pois esses condicionantes acabam par desencadear problemas ou disturbios de
aprendizagem.
Fatores orgimicos :::::> saude fisica deficiente. Falta de integridade neurologica
(sistema nervoso doentio), alimenta980 inadequada, etc.
Fatores psicol6gicos => inibiyao, fantasia, ansiedade, angustia, inadequayao a
realidade, sentimento generalizado de rejei98o, doenyas psicossomaticas, etc.
Fatores ambientais ::::::> 0 tipo de educac;ao familiar, 0 grau de estimulac;ao
cultural recebida pela crianya desde os primeiros dias de vida, influencia dos meiDs
de comunicayao, condic;oes econ6micas determinantes (moradia, transporte,
alimentayao, vestuario, acesso a recursos ludicos estimulantes, etc.).
Eis porque os pais sao 0 referencial basi co da crianya, sobre 0 qual e inegavel
a importimcia do convivio maximo, duradouro e permanente. (VASCONCELOS,
1995).
3.2 EXPECTATIVAS, OBJETIVOS E TECNICAS.
Expectativas realistas:
• A crian<;:a torna-se muito mais equilibrada.
• Desenvolve a 16gica
• Esta apta a diferenciar 0 cerio do errado de forma nunca antes possive!.
• Compreende melhor os regulamentos gerais e impessoais.
• Con segue adaptar-se melhor ao grupo.
• Desenvolve habilidades basicas de aprendizagem.
• Fica fascinada com os rituals e a organiza<;ao
• Esta sujeita a varia<;6es emocionais durante esse periodo de crescimento.
Objetivos dos Pais:
• Estimule seu filho a aceitar responsabilidades.
• Estimule a autodisciplina.
• Ajude-o a se adaptar, quando necessario.
• De-Ihe oporlunidades para julgar
• Permita que ele vivencie as consequencias de seus atos
• Ajude-o a compreender 0 conceito de acordo.
• Ajude-o a relacionar-se.
Tecnicas:
• Investigue as origens dos comportamentos indesejaveis.
• Advirta seu fitho das consequencias dos comportamentos inaceitaveis ou de
responsabilidades nao-cumpridas, e faya acordos em que ambos - voce e
ele - concordem quanto as consequencias.
• Retire os privilegios ou deixe-o de castigo em casa, se necessaria.
• Seja urn modelo de controle.
• Propicie discuss6es familia res frequentes sobre problemas e valore, a fim de
familiariza-Io com 0 processo democratico.
• Use de humor sempre que passive!.
• Estabeler;a limites claros.
59
3.3 A LlC;:AO DE CAS A
Muitas pesquisas hOje em dia indicam que a liyao de casa e muito uti I para as
crianyas, e que os pais podem e devem envolver-se com ela. A ligao de casa permite
a crianga aprender em seu pr6prio ritmo e ir ahem dos limites do que e feito em sala
de aula. Ela pode ensinar a autodisciplina e ajudara a crianga a desenvolver bons
habitos de estudo. Ela da ao aluno mais lento a oportunidade de se igualar ao
restante do grupo, caso tenha perdido tarefas de classe, e de compensar suas
dificuldades.
Se a li<;8ode casa nao tor meramente "tarefista", podera melhorar as notas da
crianga em sala de aula. Contudo, saber ate que ponto os pais devem se envolver
nesse aspecto da aprendizagem e uma questao bastante controvertida.
Os pais devem ficar atentos Ii li930 de casa do filho, de modo a demonstrar
interesse em ajuda-Io a organizar seu trabalho e estabelecer bons habitos de estudo,
mas nao devem importuna-Ia. Evitando fazer promessas do tipo Mquando voce
terminar", ou dizer a crianga que ela naa poderc~ sair para brincar antes de terminar a
tarefa. Tentem nao usar a linguagem da "pressa" Interessem-se por ver a tareta
terminada, toctavia nao assumam a responsabilidade que e dele.
A crianc;a podera ficar com a impressao de que nao e capaz 0 suficiente de
tazer a tarefa que 1he fai designada.
Para ajudar a crianc;a a fazer a liyaa de casa e para torna-Ia uma experiencia
agradavel, devera demonstrar interesse pelo que a crianc;a esta aprendendo. Se
possivel, os pais devem ver a ligao com antecedencia e conversar com ele sabre a
que devera ser feita. Ern seguida deve·se elabarar urn roteiro diilrio de estudos.
60
Cuidado para que ahara estipulada para a li980 de casa nao seja muito pr6xima a
sua volta da escola, e tambem nao 0 tire de uma brincadeira para faze-Ia.
E importante estabelecer retinas para que a crianr;a consiga estudar todos as
dias aproximadamente a mesma hara e no mesma lugar, e, ajudar a planejar urn
roteiro de estudos.
Sugere-se ainda que a lir;ao de casa seja feita com pequenos intervalos, para
que, durante as mesmas, a crianya possa esticar as pernas, tamar urn lanche au
conversar. Reservar algum tempo para rever a licrao de casa quando estiver
terminada, e resistir a tenta~o de ficar em cima da crianya enquanto ela estiver
estudando. Confira a li~o, porem nao seja critico demais. Elogiar 0 trabalho quando
passivel, mesma que seja um comentario simples como: ~Estou contente par voce ter
terminada aquele paragrafa".
Refletir sabre 0 fato de se constituir um exemplo para a crianc;:a fazenda
atividades paralelas durante 0 horario de estudos. Terminar algum trabalho que
tenha trazido do eserit6ria DU planejar pagar algumas contas.
Lembrar-se de que ao ajudar a criancya a organizar a 1iC;aode easa e orientar
de outras formas, a responsabilidade deve ser dela. Dizer que se interessa em ver a
erianc;a fazer 0 que esta sendo pedido. Alerta-Ia para que se nao 0 fizer, nao
aprendera nem desenvolvera habilidades importantes. Se fiear atrasada, sera mais
dificil ela compreender as 1ic;oes futuras. Tentar mostrar boa vontade em ajuda-Ia.
Ao se preoeupar com algum aspeeto referente a li9aO de easa, e melhor
esperar ate que a professora fac;:a cantato. Assim, sera passivel diseutir com a
crianya 0 fato da professora ter feito algumas reclamayoes sobre 0 trabalho
apresentado por ela. Ao se oferecer ajuda nesse sentido, a crian9a percebera que se
esta do lado dela, e que nao se e colaborador do inimigo~.
61
Nao S8 faz tude de uma vez 56. Cancentra-se em urn aspecto de cada vez:
assim, sera passivel progredir gradualmente. Estimular a crian98 a explicar as
novidades que esta aprendendo. Oessa forma, a criang8 podera tentar dominar a
materia para conseguir discuti-Ia. E born lembrar-se que a liryao de casa e uma 6tima
maneira de 58 iniciar 0 treino da independencia.
3.4 OS DEZ MANDAMENTOS DA BOA Ll9AO
1- Jamais fac;a a lic;ao pela crianc;a au permlta que outros fac;am (avos.
empregadas, irmao rna is velho ou amigo). Tenha clareza de que a lig80 e
de seu filho e nao sua. Portanto, ele tern urn compromisso e naD voce.
Oeixe-D fazendo a sua tareta e va tazer algo seu. Ele precisa sentir que 0
momento da tarefa e dele.
2- Organize urn espa<;o e urn horario apropriado para ele fazer as tarefas
lange do som, da televisao, do telefone e da circulac;ao da casa.
3- Troque ideias ou promova perguntas para ajudar no raciocinio, mas s6 se
for requisitado. Nao de respostas, fac;:a perguntas, provoque 0 raciocinio.
4- Nao corrija e nao aponte erros. Corrigir e tarefa do professor. Como 0
professor sabera as dificuldades da crianc;:a, se voce se adiantar a ele e
corrigir a tarefa? Importante: nao vale apagar 0 erro da crianc;:a. Se alguem
tiver que apagar alga. que seja a crian~a.
5- Diga "tente nova mente" , diante da queixa. Refac;:a. Recomece. Caso a
crian9a perceba que errou. incentive-o a buscar a acerto au uma nova
62
resposta. Demonstre, com exemplos, que voce costuma tazer isso. Nesse
casa, valem aS itens anteriores para reforc;ar este.
6- Tome erro construtivo. Erro faz parte do processD de aprender (8 de viver).
Converse enfatizando a importancia de reconhecermos as nossos erros e
aprendermos com eles. Conte historias que estao relacionadas a
equivQcos.
7 - Lembre-se de que fazem parte das tarefas escolares duas eta pas: as 1i90es
e 0 estudo para rever os conteudos. As responsabilidades escolares nao
findam quando 0 aluno termina as li90es de casa. Aprofundar e fixar 0
conteudo e fundamental.
8- Nac misture as eoisas. Liyao e estudar sao tarefas relacionadas a escola.
Lavar a lou~, arrumar 0 quarto, guardar brinquedos, sao tarefas
domesticas. Os dois sao trabalhos, no entanto, de natureza diferente. Nao
vincule um trabalho ao outro, e s6 avalie as obrigagoes domesticas.
9- Nao julgue a natureza, a dificuldade au a relevancia da tarefa de casa. A
li<;iio faz parte de um processo de aprendizagem que come~ou em sala de
aula e deve terminar la. Se voce nao entendeu e nao concordou, procure a
escola e informe-se. Seu julgamento pode desmotivar seu tithe e ate
mesma despotencializar a professora e, conseqOentemente, a tarefa de
casa e seus objetivos.
10- Demonstre que voce confia em seu filho e respeita suas iniciativas, seus
limites e conhece suas possibilidades, erie um clima de camaradagem e
consciencia na familia, mas nao deixe de dar Iimites e ser rigoroso, com os
relapsos e irresponsabilidades.
63
3.5 ADMINISTRAR AS EMOC;:OES
Vive-s8 momento dificeis para os filhos e para as pais. Para educar as filhos
as pais nae podem viver perdidos nos labirintos de duvidas, inseguranc;as, medos e
ansiedades.
Hoje e mais dificil para as crian93s aprencter as h90es basicas do corayao.
As habilidades emocionais e sociais basicas da crianC;8 vern decaindo no dia-
a-dia. Hoje em geral, as crianC;8s estao mais nervosas e irritadic;as, mal-humoradas,
deprimidas e solitarias, mais impulsivas e desobedientes Ha crianyas lange dos pais
e parentes, nao podendo brincar na rua, com Qutras crianc;.as, gastando muito tempo
diante da tela da TV ou do computador.
as pais precisam treinar as filhos no exercicio de habilidades humanas chaves
como compreender sentimentos perturbadores e lidar com eles, autocontrole e
empatia. E preciso dar importancia aos sentimentos que estao por tras tambem do
mau comportamento. Por isso nao basta estar presente, amar, ser carinhoso, enecessario os pais serem preparadores emocionais para ensinar a lidar com os
sentimentos negativos como raiva, tristeza e medo, construindo elos de lealdade e
afeic;ao, indispensaveis para a educac;8o.
A aceitac;ao, obediemcia e responsabilidade vem do amor e da Iigac;ao que a
crianC;8 sente em sua familia, podendo os pais transmitir valores e a farmac;ao
correta.
A chave da educac;ao se baseia em seus sentimentos mais profundos de amor
e afeicyao par seus filhos e e demon strada de maneira simples atraves de empatia e
compreensao. (Os pais comec;:am agindo com 0 corac;:ao, e assim continuam a cada
momento, segurando os filhos quando os animos se exaltam, quando eles estao
64
tristes, irritados ou com medo, 0 que supoe presen«;8 assidua e amorosa dos pais no
dia-a-dia.
Por que a tendencia mundial da atual gerar;ao infantil esta mais sujeita a
perturbat;oes emocionais que a gerag30 anterior: rna is solitaria e deprimida, mais
revoltada e rebelde, rnais nervosa e prepensa a preocupar-se, rna is impulsiva e
agressiva?
Como agir com as emogoes extremadas e renitentes, e quando S8 tornam
patol6gicas, como na depressao paralisante, na ansiedade que aniquila, na raiva
demente e na agitayao maniaca?
Como desenvolver a capacidade para detectar e intuir sentimentos, motivQs e
preocupal):oes das pessoas? Como ter a capacidade de manter 0 autocontrole,
suportar as emoc;oes inumeras e nao S8 tornar escravo das paixoes?
Como desenvolver a capacidade da empatia? Como monitorar as proprias
sentimentas negativas, nao agindo impulsivamente, mas parar e pensar como reagir?
Par que estamos acostumados a reagir em funyao das sugestoes do nasso
meio ambiente e nao segundo 0 sentir diretamente das nossas emo90es?
Par que duvidamos de nos mesmos a ponto de acreditar que, se nos referimos
a nos mesmos seremas submergidas por uma multidaa de impulsos que escaparao
ao nosso controle? Por que e tao dificil referir-se a si mesmo?
Por que e tao dificil deixar de lada as racionaliza90es defensivas e acolher
aquilo que se agita em nosso interior, as vezes tao violento como um tufao,
ocasionado pela emotividade bloqueada? Por que os movimentos de impaciencia,
imediatamente reprimidos, continuam a escapar-nos?
65
Para conseguir que as emo90es desagradaveis que nos dominam
desapare<;am e deem lugar a sentimentos positivQS precisamos reconciliar-nos
conasco mesmas.
Ha muito, as cientistas sociais vern mostrando que as crianC;:8s adquirem um
comportamento anti-social e delinquente em virtude de problemas familiares, como
conflito entre as pais, divorcio, ausencia ffsica ou afetiva de urn pai, violencia
domestica, descaso dos pais, abandono, abuso e pobrez8.
As emoc;:oes sao muito importantes e decisivas para as pessoas.
Emo~o e uma reac;ao intensa e breve do organismo a urn lance inesperado, aqual acompanha urn estado afetivo de conotac;ao penosa au agradavel.
Ha centenas de emo90es, juntamente com muitas combinac;:oes, variac;:6es,
muta96es, matizes e sutilezas com dificuldades para defini-Ias com palavras.
Segundo GOLEMAN (1995). 0 controle das emo90es EO fator essencial para 0
desenvolvimento da inteligencia do indivfduo. E a incapacidade de lidar com as
proprias emo96es pode destruir vidas e acabar com carreiras promissoras.
As emo90es primarias como fontes de outras. segundo GOLEMAN (1995).
podem ser:
1 - Ira: furia, revolta, ressentimento, raiva, exaspera980, indigna980, vexame.
Acrimonia, animosidade, aborrecimento, irritabilidade, hostilidade e, talvez no
extremo, 6dio e violencia patol6gicos.
2 - Tristeza: sofrimento, desanimo, desalento, melancolia, autopiedade,
solidao, magoa, desamparo, desespero e, quando patol6gica, severa
depressao.
66
3 - Medo; ansiedade, apreensao, nervosismo, preOCUpaC;80, consternac;:ao,
cautela, escrupulo, inquietac;ao, pavor, 5USto, terror; e, como psicopatologia,
fabia e panico.
4 - Prazer: felicidade, alegria, aHvio, contentamento, deleite. diversao,
orgulho, prazer sensual, emor;;ao, arrebatamento, gratificac;ao, satisfac;ao, born
humor, euforia, extase e, no extrema, mania.
S - Amor: aceitac;ao, amizade, confianC;8, afinidade, dedic8r;80, adorac;ao,
paixao, agape.
6 - Surpresa: choque, espanto, pasmo, maravilha.
7 - Naja: desprezo, desdem, antipatia, aversao, repugnancia, repulsa.
S - Vergonha: culpa, vexame, magoa, remorso, humilhayao, arrependimento,
mortificac;ao e contriy8o.
Continua, parem, 0 debate cientffico sabre como classificar as em090es.
Os pais que lidam com as emoc;:oes sao mais bern sucedidos na arte de
educar.
Faz parte da aprendizagem emocional as crianc;:as desde cedo saber distinguir
sentimentos dos atos.
Sao elementos basicos da inteligencia emocional: aprender a reconhecer,
controlar e canalizar as sentimentos; ter empatia; lidar com os sentimentos que
afloram nos relacionamentos com as pessaas. A inteligencia emocional come9a n
berc;:o e continua pela vida afora.
Pais agindo com agressividade, arbitrariedade, muito severos, de mau humor
nao podem estranhar filhos encrenqueiros e agressivos, com sentimento de
inutilidade e desamparo, com terriveis custos para a vida emacional.
67
Esta provado que as crian~s com express6es ferazes, ameayadoras, com
frieza, brutalidade e inclinadas a depressao foram espancadas, traumatizadas,
ficando com marcas duradouras no cerebro.
"As crueldades perpetradas pelos homens gravam na memoria de suas
vitimas uma predisposiyao para 0 medo em relayao a qualquer caisa que evoque,
ainda que vagamente, a agressao sofrida"
As emoyoes enriquecem e sao contagiantes. A agress;vidade, par exemplo,
passa de gerac;ao a ger8980. Os pais que 8gem com implacavel severidade, tornam
os filhos agressivos.
Causam grandes males os pais que agem com mau humor, castigando nao
tanto pelas faltas, mas levados pelas emo90es do momento.
Os filhos que herdaram agressividade manifestam isso muito cede nas
brincacteiras, na escola e na vida social.
Os pais precisam compreender seu proprio estilo de lidar com a emoc;:ao e 0
modo como este estilo afeta os filhos, para criar filhos emocionalmente inteligentes.
Precisamos de pais espertos para ensinar as filhos noc;:oes emocionais e
sociais basicas. Necessitamos de pais emocionalmente inteligentes para termos um
novo seculo com jovens emocionalmente inteligentes. (GOLEMAN, 1995).
6'
4CONCLUSAO
A familia e tida como uma instituir;ao social universal, como 0 primeiro e mais
fundamental de todos os grupos sociais. Ela representa 0 nuc!eo basico de toda a
organiz8t;:ao social. A familia e 0 primeiro clrculo de expanseo do homem na
sociedade. NeJa 0 individuo nasce, desenvolve-se e educa-S8.
Pela funyao educativa a familia transmite a cultura traduzida pelas normas,
atitudes, conceitos, crenC;:8se valores, permitindo a sua prole os meies necessarios
para participar da vida social.
Quando algo nao vai bern, par diferentes motivDs, a crian~ reflete no seu
desempenho escolar, causando varios danos no seu processo de aprendizagem .
Verificou-se que as dificuldades de aprendizagem, muitas vezes naD provem
de problemas patol6gicas e sim do ambiente social e familiar que a crianc;a esta
inserida.
Educar e uma ARTE e requer renuncias, sacrificios esclarecimentos e
paciencia para que a mesma efetue-se de maneira adequada, evitando transtarnas
na vida escolar, como tambem em outros aspectos do individuo.
Precisa-se sonhar com uma nova educa~o em que as pais nao sejam
manarcas absolutas e nem ausentes, onde os mesmos comprometam-se e sejam
exemplos denlro do lar .
Eevidente que varios fatores culturais e s6cio-econ6micos estao diretamente
ligados a essa questao, mas a luta par esse ideal deve permanecer e/au came9ar na
mentalidade dos pais e principalmente nos profissionais da educayao que sao
valiosos instrumenlos para efetiva~ao desse sonho.
69
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