Página
Jornal de Escola - Fundado em 1990 - Nº 16 - III Série - Dezembro /2011 Agrupamento de Escolas Mestre Martins Correia Periodicidade: Trimestral (Período Letivo)
Entrevista com Ricardo Chibanga
Ricardo Chibanga, figura incon-tornável do toureio nacional e internacional, esteve na nossa
Escola para falar com o ENCONTRO
ENCONTRO - Onde nasceu?
Ricardo Chibanga - Em Moçambique.
ENCONTRO – Com que idade começou
a tourear?
Ricardo Chibanga – Comecei a gos-
tar de touros em Moçambique: havia
uma praça de touros onde iam os tou-
reiros portugueses, espanhóis, mexica-
nos. Comecei a gostar da festa brava.
Não tinha condições para vir para a
metrópole, nós não dizíamos Portugal.
Na altura chamava-se metrópole por-
que Portugal tinha colónias africanas
como Guiné, Angola, Moçambique,
Cabo Verde. Dessas colónias todas
aquela da qual eu gostava mais era de
Moçambique porque tinha uma praça
de touros. Era lá que encontrávamos
touros, cavaleiros… e iam também
toureiros portugueses, espanhóis, me-
xicanos. Foi por causa disto que eu
comecei a ser conhecido destes senho-
res … (Página 3)
Poesia ou talvez não… (Página 9)
”O Poeta é um fingidor”, Fernan-do Pessoa Página 10)
Deambulando pelas ruas de Sin-tra… Percurso Queirosiano (Página 12)
Agromais atribui prémio monetá-rios a alunos.
No dia 30 de Setembro, designado pelo
Ministério da Educação por Dia do Di-
ploma, decorreu a cerimónia de entre-
ga dos diplomas de Quadros de Valor e
de Excelência, de conclusão dos Cur-
sos CEF, Profissional e Secundário
relativos ao ano letivo 2009/2010. Foi
também entregue o Diploma de Mérito
ao melhor aluno do Ensino Secundário
e do Curso Profissional que fo-
ram,respectivamente,Adriana Filipa
Soares Narciso e Bruno Alexandre
Félix Vedor. … (Página 16)
Henrique Bento*João Mendes*Catarina Almeida
Testemunhos de antigos alunos da Escola Mestre Martins Correia
(Páginas 7 e 8)
E porquê o Desenho e a Pintu-ra? ... (Página 17)
“Terramoto de 1755, Os Quês e Porquês” (Página 18)
"Dia Internacional da Pessoa com Deficiência" (Página 22)
Mensagem de despedida Aos colegas que, por
mim, manifestaram algu-
ma amizade, respeito e
consideração durante a
minha carreira profissio-
nal nesta escola, agrade-
ço sinceramente a sua amabilidade e
companheirismo. Aos restantes cole-
gas peço desculpas por não ter sabido
cativar-lhes tão nobres sentimentos. ...
(Página 2)
Página 2
Coordenadores
(Deste número)
Professores:
Fernanda Silva
Lurdes Marques
Manuel André
Alunos:
(Os mais assíduos)
5º Ano -Turma B
Francisca Alcobia
Ana Luísa Ferreira
Laura Oliveira
João Mota
Beatriz Santos
Duarte Cerdeira
6º Ano -Turma c
Bernardo Ferreira
7º Ano -Turma C
Manuel Nunes
Daniel Santos
8º Ano - Turma A
Ricardo Carvalho
Rodrigo Ferreira
8º Ano - -Turma B
André Moreira
Reprodução
Luís Farinha
Propriedade
Agrupamento de Escolas Mestre Martins Correia
(Golegã, Azinhaga e Pombalinho)
Sede:
Escola Mestre Martins Correia
Rua Luís de Camões - Apartado 40
2150 GOLEGÂ
Telefone: 249 979 040
Fax: 249 979 045
E-mail: [email protected]
Página Web: www.agrupamentoegap.pt
Moodle: moodle.agrupametoegap.pt
Biblioteca: biblioteca.agrupamentoegap.pt
Jornal: encontro.agrupamentoegap.pt
Tiragem
50 exemplares - Papel
100 exemplares - Digital
Caros leitores,
Cá estamos de novo para vos dar a conhecer o que foi
acontecendo na nossa escola ao longo do primeiro perío-
do.
Como é hábito, temos uma entrevista, desta vez a uma
grande figura do toureio, Ricardo Chibanga. Julgamos que
não devem perder esta entrevista, uma vez que é um gran-
de testemunho de vida, vida construída a pulso. Para além
disso, numa época em que muitos valores que considera-
mos fundamentais tendem a desaparecer é gratificante fa-
lar com uma pessoa que pauta a sua vida pela boa educa-
ção, pelo reconhecimento, pela gratidão e que não se quei-
xa, antes agradece tudo o que a Vida e Deus, dado que é
um homem de fé, lhe proporcionaram.
Temos ainda outras pequenas entrevistas que pensamos
que gostarão de ler, uma vez que são testemunhos de anti-
gos alunos que frequentaram esta escola.
O restante é aquilo a que estão habituados, e que mostra
que este Jornal é feito sobretudo pelos alunos.
É impossível fugir à repetição, por isso deixamos aqui os
nossos desejos de umas Boas Festas, de um bom descan-
so para retomar forças para o segundo período e uma vez
que esta época é de contenção financeira não se esque-
çam que podem sempre esbanjar Amizade, Compreensão,
Solidariedade…
Os dinamizadores da Oficina de Jornalismo
Mensagem de despedida
Aos colegas que, por mim, manifestaram alguma amizade, respeito e conside-
ração durante a minha carreira profissional nesta escola, agradeço sincera-
mente a sua amabilidade e companheirismo. Aos restantes cole-
gas peço desculpas por não ter sabido cativar-lhes tão nobres
sentimentos.
Aos funcionários da nossa escola agradeço toda a colabo-
ração prestada e a paciência que tiveram em me aturar ao
longo de todos estes anos.
Aos meus alunos mais decentes e educados desejo-lhes muitos suces-
sos na vida e faço votos para que, no futuro, ajudem a salvar este país.
A todos muito obrigado e até sempre.
Prof. António Braz
Ficha Técnica Editorial
Página 3
Entrevista com Ricardo Chibanga
amigo, de nos trazerem de Moçambique aos dois. Quando
chegámos à metrópole, em Setembro de1962, nós não tínha-
mos bem a noção do que era o toureio; nós tínhamo-nos apai-
xonado pelo traje de luzes
ENCONTRO – Mas este traje não se pode vestir logo, pois não?
Ricardo Chibanga – Não. Foi muito tarde. Chegámos numa
quinta-feira, em Setembro de 1962 e no dia seguinte eram as
festas da Nazaré, nessa sexta-feira toureavam Manuel dos
Santos e Dimantino Viseu e no sábado Manuel dos Santos e
António dos Santos, que eram naturais da Golegã. No domin-
go, sem termos noção do que era o toureio, pois nós quería-
mos ser toureiros mas não tínhamos a noção exata do que
era ser toureiro, gostávamos da festa em si, vestiram-nos de
toureiros para uma vacada, uma brincadeira. Entrámos e co-
mo nessa altura em Portugal os africanos eram futebolistas e
estudantes foi uma grande surpresa, a alegria das pessoas ao
verem-nos, dois africanos numa vacada. Nessa vacada as
pessoas riram, brincaram, acharam graça. Nós tínhamos vin-
do para ficar três meses, setembro, outubro e Novembro e era
para voltarmos novamente para África. No entanto, ficámos
cá a treinar. Levaram-nos para Torres Novas para uma escola
aprender toureio com o senhor Mário Leão. Quando saímos
de Torres Novas ficámos cá dois anos e depois eu fui para a
tropa. Quando acabei a tropa e como gostava da festa, vim
para a Golegã. Na Golegã, foi o senhor Patrício Sousa Cecílio
que nos ensinou a tourear, a mim e a outro amigo. Quando
viram que eu estava em condições, foi nessa altura que eu
comecei a vestir o traje de luzes. Aprendi, tive muita ajuda de
muita gente, de
ENCONTRO - Onde nasceu?
Ricardo Chibanga - Em Moçambique.
ENCONTRO – Com que idade começou a tourear?
Ricardo Chibanga – Comecei a gostar de touros em Mo-
çambique: havia uma praça de touros onde iam os toureiros
portugueses, espanhóis, mexicanos. Comecei a gostar da
festa brava. Não tinha condições para vir para a metrópole,
nós não dizíamos Portugal. Na altura chamava-se metrópole
porque Portugal tinha colónias africanas como Guiné, Angola,
Moçambique, Cabo Verde. Dessas colónias todas aquela da
qual eu gostava mais era de Moçambique porque tinha uma
praça de touros. Era lá que encontrávamos touros, cavalei-
ros… e iam também toureiros portugueses, espanhóis, mexi-
canos. Foi por causa disto que eu comecei a ser conhecido
destes senhores que gostavam da festa brava; nós, na altura,
em Africa, era mais futebol. Na minha zona os jogadores de
futebol eram famosos na metrópole.
ENCONTRO - Qual era a sua zona?
Ricardo Chibanga – É Mafalala onde nasceu o Coluna, o Hilá-
rio, o Matateu, o Vicente, o Eusébio, onde nasceram grandes
jogadores da bola. Eu comecei a ir às touradas e aos toiros
de Portugal, comecei a apaixonar-me pela roupa de toureio o
traje de luzes, apaixonei-me por aquilo, comecei a gostar.
ENCONTRO – Tinha que idade?
Ricardo Chibanga – Tinha 12, 14 anos. Depois tive a sorte
de aqueles senhores gostarem de mim, ajudava a limpar as
praças de toiros, quando havia corridas em Moçambique, no
fim do ano, na Páscoa, nas festas da cidade em Julho. Come-
cei a gostar daquilo, e aqueles senhores também gostaram de
mim, foram grandes senhores na minha vida. Gostaram de
mim e também de um grande amigo meu. Então, foram falar
com o governador geral, que na altura era Sarmento Rodri-
gues, para nos trazer para a metrópole. Quando chegámos cá
eu tinha 18 anos. Vim de avião, da força área de Portugal, no
avião do governador geral. Tive a sorte, assim como o meu
Foto Jornal Expresso
Continua
Página 4
grandes senhores da terra, da Golegã,
que têm touros e ganadarias (é difícil
citar todos e não quero esquecer-me
de nenhum), muitos goleganenses e do
resto do país também Quando viram
que eu estava em condições fui para
Espanha. Em Espanha consegui vitó-
rias. Lutei e houve muitas tardes de
glória, muitas… como também tive
outras tardes difíceis, levei muitas cor-
nadas, mas com êxito. O difícil é quan-
do sentimos que temos de ter valor
para vencer o difícil e eu venci. Conse-
gui ser toureiro e doutorei-me no tou-
reio mundial em 15 de agosto de 1971
em Sevilha, onde tomei a minha alter-
nativa que é o doutoramento de tou-
reio. A minha vida foi espetacular, triun-
fei nos quatro continentes, África, Euro-
pa, América e Ásia, e na Ásia nunca
tinha havido touradas, como por exem-
plo na Indonésia e em Macau. Fui para
muitos países, Moçambique, Angola,
Portugal, Espanha, França, Colômbia,
Venezuela, México, Canadá, Estados
Unidos… Estes são alguns dos países
onde tive a sorte de estar e tive a sorte
de triunfar. E nos momentos difíceis, as
Ricardo Chibanga – São dois animais
que se enfrentam, um racional e o ou-
tro irracional. A paixão faz-nos dominar
o irracional e vencer o medo. Nunca
sacrifiquei nenhum touro como nenhum
nunca me sacrificou. São dois seres
vivos que se enfrentam para que vença
o mais forte, mas por vezes o mais
fraco também pode vencer o mais for-
te. Para mim, era a minha paixão, a
minha glória, era algo que me dava
prazer, que me fazia feliz. Sentir, não
olhar ao perigo. Enfrentar o touro é
também um teste à nossa capacida-
de… capacidade de enfrentar o “mais
forte”.
ENCONTRO – Quando se conhece al-
guém e se convive com essa pessoa,
poder-se-á dizer que existe amizade. O
que significa amizade para si?
Ricardo Chibanga – Amizade existe
quando as pessoas são afáveis e
quando há respeito. Deve existir res-
peito e quando me faltam ao respeito
eu afasto-me. As pessoas são boas,
mas por vezes…são humanas, e quan-
do falta o calor humano… O calor hu-
mano é a base de qualquer pessoa. A
base principal do ser humano é respei-
tar o próximo e quando vejo que uma
pessoa não sabe respeitar o outro eu
afasto-me. Respeito todo o ser huma-
no.
pessoas reconheciam o meu valor e
ajudavam-me.
Tive momentos difíceis, quando levava
cornadas, estive várias vezes às portas
da morte, levei uma cornada no pesco-
ço, estive 18 dias em coma em Espa-
nha. Levei essa cornada quando esta-
va a tourear de joelhos, porque as pes-
soas gostavam de me ver tourear de
joelhos. Tinham simpatia e afeto para
comigo e eu dava tudo por tudo. O Dr
Isabelinha de Santarém, um grande
senhor e um grande médico, ajudou-
me muito porque essa cornada atingiu-
me a vista e tive de ser operado. Pas-
sados uns anos fui operado duas vezes
e colocaram-me uma lente que me
danificou a vista e tive de fazer um
implante da córnea. Tenho de reconhe-
cer que era a minha profissão e não
posso dizer mal porque todas as profis-
sões têm o bom e o mau. E eu, graças
a Deus, estou feliz e consegui o que
nunca tinha conseguido e Portugal deu
-me tudo. Sou o primeiro toureiro negro
mundial e da história. Obrigado Portu-
gal, nunca pensei na minha vida vencer
o que venci, tive todos os apoios, tanto
do governo português como do povo
português. Deram-me tudo.
ENCONTRO - Nunca teve medo quando
enfrentava o touro ajoelhado?
Ricardo Chibanga – Toda a gente
tem medo, mas domina-se. A ambição
de querer vencer faz-nos dominar o
medo. Não há nenhum toureiro que
não tenha medo. Toda a gente tem
medo e cada um tenta dominá-lo para
vencer.
ENCONTRO - Estar frente ao touro, olhar
para ele olhos nos olhos…
Entrevista com Ricardo Chibanga
Página 5
ENCONTRO - Por que motivo é que os
toureiros usam trajes coloridos, brilhan-
tes, dourados e prateados?
Ricardo Chibanga – O traje dourado
é para os matadores de touros e o pra-
teado para os subalternos, isto é, para
os bandarilheiros. E nós como somos
cabeça de cartaz, nós é que somos a
base da festa, por isso a roupa doura-
da, com luzes. Os bandarilheiros usam
a cor prateada.
ENCONTRO – E o significado do capote
vermelho, qual é?
Ricardo Chibanga – O touro não vai
ao vermelho, segue o vulto. O touro
tem uma visão a preto e branco e o
que ele segue é a sombra, o vulto.
ENCONTRO – Não é então a cor verme-
lha que atrai o touro?
Ricardo Chibanga - Não. Pode usar-
se outra cor porque o touro, como já
disse, segue o vulto. O touro vai ao
engano, segue o vulto e o movimento.
Usa-se esta cor por ser mais apelativa,
mais viva.
ENCONTRO – Por isso é que se uma
pessoa estiver parada o touro não rea-
ge?
Ricardo Chibanga – O toureiro não se
mexe, está parado e quando o touro se
aproxima, mexe, abana o capote para
atrair o animal, e este vai ao engano.
ENCONTRO – Quais as características
necessárias para exercer a sua profis-
são?
conhecidos em Portugal e pensava que
gostaria também de ser alguém. Tive a
sorte de poder seguir esta minha pai-
xão e estou cá! Mas tive de lutar para
poder vencer naquilo que eu gostava.
ENCONTRO – Já lhe devem ter colocado
esta questão, gosta de ser toureiro.
Ricardo Chibanga – Adoro, é a minha
paixão. Se voltasse atrás faria tudo da
mesma forma.
ENCONTRO – Se não tivesse sido tou-
reiro, qual teria sido a sua profissão?
Ricardo Chibanga – Não sei. A vida
em África era bastante difícil e não
tinha futuro. Era jovem e não sabia
quais eram as minhas ambições. A
pobreza que existia na minha família,
nessa altura não tinha condições de
vencer, mas tive a sorte de concretizar
o meu sonho, concretizar a minha pai-
xão e ser toureiro. E se não o fosse,
não sei o que iria fazer na minha vida.
ENCONTRO – O que sente quando che-
ga à arena?
Ricardo Chibanga – Quando chego à
arena peço a Deus Todo Poderoso que
me ajude para poder triunfar, para que
o público aprecie o espetáculo e para
que eu possa retribuir a simpatia desse
público.
Ricardo Chibanga – É preciso gostar,
ter paixão, boa forma física e treinar.
Mas a base principal é ter pujança e
querer vencer.
ENCONTRO – São necessárias quantas
horas diárias de treino?
Ricardo Chibanga – Não há horas
específicas. Deve fazer-se ginástica
diariamente, uma hora ou duas horas,
pegar nas muletas, nas bandarilhas.
Mas o principal é a pessoa sentir-se
forte e poderoso. Levei algumas corna-
das quando não me sentia fisicamente
forte, o próprio touro sentia que eu es-
tava mais fraco fisicamente. Quando eu
estava mais forte não sentia medo e
sentia o impacto e confiança para en-
frentar o touro.
ENCONTRO – É necessário ter cuidado
com a alimentação?
Ricardo Chibanga – Não necessaria-
mente.
ENCONTRO – Mas é preciso ter muita
coragem?
Ricardo Chibanga – Lógico mas to-
dos nós temos de ter coragem, mas é
preciso gostar, sentir paixão. Se gos-
tarmos ultrapassamos tudo. Para se
ser toureiro é necessário sentir paixão,
sentir-se feliz na vida. No meu caso, eu
queria vencer. Eu via os toureiros em
África, com aqueles trajes e apaixonei-
me pelos trajes, pela beleza, pelo artis-
ta na praça de touros. Ouvia falar dos
jogadores de futebol que ficaram
Entrevista com Ricardo Chibanga
Continua
Página 6
ENCONTRO – A Fé é muito importante?
Ricardo Chibanga – É a base princi-
pal porque Deus dá tudo.
ENCONTRO – Tem algum hábito que
cumpre antes de entrar na arena?
Ricardo Chibanga – Deus é a minha
base, tenho os meus santos. Faço as
minhas orações, acredito que vou ser
feliz e peço a Deus que me dê tudo de
bom.
ENCONTRO – Nunca se sentiu revolta-
do? Quando recuperou do coma?
RC – Nunca me revoltei com Deus
porque Ele protegeu-me, a profissão
em si é que me traiu. Foi Deus que me
trouxe pessoas que me ajudaram a
recuperar e que me deram calor. Foi
Deus que trouxe essas pessoas que
me deram mais “garra” para voltar à
arena.
ENCONTRO – Como se sente por ser o
primeiro toureiro negro?
Ricardo Chibanga – Sinto muita hon-
ra e muito orgulho, não é vaidade é
muito orgulho por ter vencido, por ter
sido o primeiro e por Portugal ter muito
orgulho em mim. Obrigado Portugal por
me ter trazido de África e por me ter
feito toureiro. Sinto muito orgulho por
ser o primeiro toureiro negro da Histó-
ria. Os portugueses deram-me tudo de
bom. Triunfei, fui levado por pretos e
brancos em ombros desde a praça de
touros do Campo Pequeno até ao Sal-
danha. Senti-me muito feliz. Nunca
senti problemas de cor, de raça, nem
em Portugal, nem em nenhum outro
do, feliz. Consegui vencer o que nunca
pensei.
ENCONTRO – Em quantas touradas
participou?
Ricardo Chibanga – Não sei, foram
muitos anos…
ENCONTRO – Pensa reformar-se um
dia?
Ricardo Chibanga – Já estou refor-
mado há perto de cinco anos.
ENCONTRO – Sabemos que tem uma
praça desmontável. Continua a correr o
mundo com a sua praça?
Ricardo Chibanga – É o mundo do
qual eu gosto e enquanto eu puder irei
continuar a fazer aquilo que gosto. Es-
tou e estarei sempre apaixonado pela
festa brava.
ENCONTRO – Sabemos que já é
avô… O seu neto tem o seu nome.
Como se sente?
Ricardo Chibanga – Tenho muito
orgulho e estou muito feliz. Peço a
Deus que o meu neto estude e siga na
sua vida.
ENCONTRO – Gostava que o seu
neto seguisse os seus pisadas?
Ricardo Chibanga – Não, não…
foram muito duras. Mas se ele gostar,
eu estarei cá para o acompanhar no
mundo da festa brava. De modo algum
vou fechar as portas da felicidade ao
meu neto, e estarei cá para a ajudar
naquilo que precisar, pedindo sempre a
Deus que o ajude a estar no bom cami-
nho.
país por onde passei. Quando as coi-
sas corriam bem tinha aplausos, quan-
do corriam mal tinha assobios, mas
sempre me senti feliz. Lutei, trabalhei,
sinto-me muito honrado.
ENCONTRO – Tem alguma praça de
touros que o tenha marcado mais?
Ricardo Chibanga – Não. Todas es-
tão todas no meu coração, no entanto
a de Sevilha tem um lugar especial, foi
lá que fui doutor em toureio. Lisboa,
Sevilha, Madrid, Nîmes… Todas estão
no meu coração. Em Jacarta toureei
num campo de futebol, estavam lá cem
mil pessoas, e também me senti lá
feliz.
ENCONTRO – Tem algum toureiro de
eleição?
Ricardo Chibanga – Tenho respeito e
admiração por todos os meus colegas.
Sinto o valor, as dificuldades com que
enfrentamos os touros. Cada toureiro
sabe lidar o touro, tem a sua arte, tem
a sua forma de enfrentar o touro e ad-
miro todos e tenho respeito por todos
eles.
ENCONTRO – E a nova geração de tou-
reiros?
Ricardo Chibanga - Em Portugal,
estão a fechar as portas ao toureio a
pé. Os novos toureiros a pé não conse-
guem vencer na vida, uma vez que
lhes estão a fechar a porta. Há muitos
que nunca tourearam na praça do
Campo Pequeno; sentem-se desiludi-
dos.
ENCONTRO – Com que idade tirou a
alternativa?
Ricardo Chibanga – Tinha 25 anos,
foi no dia 15 de agosto de 1971.
ENCONTRO – Como se sente ao come-
morar 40 anos de alternativa?
Ricardo Chibanga – Sinto-me honra-
.
Entrevista com Ricardo Chibanga
Página 7
IDENTIFICAÇÂO
Henrique Manuel Lima Bento
ENCONTRO - Estudou aqui até
que ano?
Não me lembro – talvez 90
ENCONTRO - Quando acabou
aqui os seus estudos, estudou
mais ou foi trabalhar? Para
onde é que foi estudar?
Que curso tirou ou está a tirar?
Quando terminei o curso técnico profissional de agricultura fui
fazer o Arco em fotografia (2 anos), depois fui para Macau
trabalhar como fotógrafo da Câmara das ilhas da Taipa
(Macau). Quando voltei inscrevi-me na licenciatura de Cinema
(4 anos), após terminar a licenciatura em cinema fiquei a tra-
balhar na Universidade como professor de Fotografia. Um
ano depois, fiz o Mestrado em Filosofia (estética), na Universi-
dade Nova de Lisboa. Actualmente estou a frequentar o Dou-
toramento em Comunicação e Artes na Universidade Lusófo-
na.
ENCONTRO - Que profissão tem? – Gosta do que faz? Por-
quê?
Dou aulas, faço fotografia para exposições e realizo curtas
metragens.
ENCONTRO - Gostou de andar nesta escola, porquê?
Que coisas o marcaram nesta escola?
Aconteceu-lhe alguma coisa de especial nesta escola,
que queira partilhar connosco?
Gostei de frequentar a escola secundária da Golegã, é sim-
ples dizer porquê os meus colegas eram camaradas, os pro-
fessores eram bons professores mas sinceramente tenho
uma saudade enorme de sentir o cheiro da terra logo de ma-
nhã, aqui em Lisboa não consigo cheirar senão o fumo dos
carros.
Os acontecimentos surgem na minha cabeça, gostava de
estar a ouvir música sozinho perto dos feijoeiros, talvez por-
que estes me inspiravam histórias que só acontecem dentro
da minha cabeça.
IDENTIFICAÇÂO
João Henrique de Jesus Mota Martins Mendes - 31 anos
ENCONTRO - Estudou aqui até
que ano?
Estudei até ao nono ano, tendo
ido depois para outra escola.
Voltei para esta escola, já no 12º
para terminar o secundário.
ENCONTRO - Quando acabou aqui os seus estudos, estu-
dou mais ou foi trabalhar?
Continuei a estudar.
ENCONTRO - Para onde?
CECOA - Centro de Formação Profissional para o Comércio e
Afins em Lisboa.
ENCONTRO - Que curso tirou ou está a tirar?
Curso Técnico de Gestão de PMEs.
ENCONTRO - Que profissão tem? - Gosta do que faz? Por-
quê?
Director Comercial numa Multinacional ligada ao Turismo não
comunitário. Gosto imenso do que faço. O contacto constante
com pessoas, realizar negociações, desenvolver novos pro-
jectos e ter uma função mentalmente activa são as algumas
das razões que me levam a gostar do que faço.
ENCONTRO - Gostou de andar nesta escola, porquê?
Sim, gostei bastante. O facto de ter encontrado bons profes-
sores e ter conhecido pessoas que marcaram a minha vida
são as razões essenciais, mesmo que algumas delas nem se
apercebam que o tenham feito.
ENCONTRO - Que coisas o marcaram nesta escola?
A entrega de alguns professores ao ensino e o facto de acre-
ditarem em nós, fazendo-nos ter a certeza que com trabalho
tudo é possível e alcançável, independentemente do meio de
onde se vem.
Aconteceu-lhe alguma coisa de especial nesta escola,
que queira partilhar connosco?
A que mais me recordo foi um professor de Matemática, em
concreto (Manuel André), que sem dúvida influenciou as mi-
nhas escolhas em termos de continuidade dos estudos.
Testemunhos de antigos alunos da Escola Mestre Martins Correia
Página 8
IDENTIFICAÇÂO
Catarina Almeida – 28 anos
ENCONTRO – Estudou aqui até que
ano?
Frequentei a Escola Secundária Mestre
Martins Correia, que naquela altura se
designava por Escola C+S da Golegã
até ao 9º Ano.
ENCONTRO – Quando acabou aqui os
seus estudos, estudou mais ou foi
trabalhar?
Quando terminei o 9º Ano, por não
haver na escola a área de artes, conti-
nuei os meus estudos noutra escola,
em Torres Novas.
ENCONTRO – Para onde foi estudar?
Fui para a Escola Secundária Maria
Lamas frequentar a área de artes até
ao 12º Ano, porque na época queria
“ser Arquitecta”. Coloquei de parte a
hipótese de que para alcançar melho-
res resultados para ingressar no ensino
superior com que sonhava, talvez con-
tinuar na “minha escola”, fosse a me-
lhor opção, mas com 15 anos pensava
lá eu nisso! Então lá fui eu para a Es-
cola Secundária Maria Lamas, que não
desvalorizo, tem bons professores e
um bom sistema de ensino, no entanto,
as relações interpessoais entre profes-
sor/aluno não correspondiam às que
estava habituada até ao meu 9º ano.
Carinho, preocupação e atenção por
parte dos professores, que muitas ve-
zes julguei e critiquei ao ponto de pen-
sar ser uma maneira de me controla-
rem…e que hoje constato que estava
tão enganada….
eram interessados, preocupados e
atentos, se tivesse continuado
cá….talvez o meu percurso tivesse
sido bem diferente.
ENCONTRO – Que coisas a marcaram
nesta escola?
Tantas coisas me marcaram nesta es-
cola….foi uma transição da primária
para o ciclo, que se fez sem qualquer
tipo de problema, as “ tias” como nós
chamávamos, eram umas queridas,
apesar de haver algumas que nós
tínhamos prazer em irritar (risos), o
grupo de amigas sempre muito unido,
as cartas, os diários que escrevíamos
umas às outras, que ainda guardo reli-
giosamente e quando bate a nostalgia,
folhei-os e farto-me de rir…. Mas aquilo
que realmente ficou, foi a relação extra-
ordinária que se construiu com alguns
professores, relação que perdura até
hoje com aqueles que continuam a
leccionar na escola, infelizmente outros
foram transferidos para agrupamentos
longínquos, acabando por lhes perder
o rasto, mas que estão presentes na
minha memória.
ENCONTRO – Aconteceu-lhe alguma
coisa de especial nesta escola? Que
queira partilhar?
Penso que já foi tudo dito….Resta a
saudade desta escola, dos professores
que deixei, dos amigos que se perde-
ram e outros que se ganharam. Quero
apenas deixar uma mensagem aos
alunos da Escola Secundária Mestre
Martins Correia “a minha escola”, apro-
veitem ao máximo a escola, os amigos,
as aulas e aqueles que vos ensinam,
porque pode não ser claro para vós
agora, mas …AQUI TÊM TUDO PARA
ALCANÇAR OS VOSSOS SONHOS!!!!
ENCONTRO – Que curso tirou ou está
a tirar?
Entrei para Arquitectura em 2000, fre-
quentei até 2003 acabando por desistir,
porque realmente não era o que eu
gostava, mas com 18 anos sabemos lá
nós o que queremos ser no futuro?!
Daí a importância da Orientação Voca-
cional, para nos auxiliar nas nossas
escolhas que poderão ser para sem-
pre, mas a que não damos importância
na altura em que nos confrontamos
com milhares de opções para o nosso
futuro. No entanto, tive a oportunidade
de mudar de curso porque a minha
família o permitiu, apesar de muito re-
sistente ao início,. Assim em 2004 en-
trei para o ISPA (Instituto Superior de
Psicologia Aplicada), onde tirei a Licen-
ciatura em Ciências Psicológicas e
Mestrado em Psicologia, área de espe-
cialização Psicologia Clínica.
ENCONTRO – Que profissão tem?
Gosta do que faz?
Depois do meu percurso académico se
não gostasse do que faço estava tra-
mada (risos), seria uma pessoa infeliz
certamente. Sou Psicóloga Clínica,
adoro o que faço, apesar de achar que
a Psicologia em Portugal ainda não é
bem entendida e valorizada pela popu-
lação em geral, o que acaba por ser
um desafio para nós Psicólogos de
última geração, construindo e mostran-
do o que realmente é a Psicologia e o
trabalho de um Psicólogo, independen-
temente do contexto de intervenção.
ENCONTRO – Gostou de andar nesta
escola, porquê?
Se me tivessem colocado essa questão
quando tinha 14/15 anos, a minha res-
posta seria não, mas com essa idade
apesar de acharmos que sabemos
tudo, não sabemos nada….achava que
era um ambiente muito controlado,
toda a gente sabia o que fazia e o que
não fazia (risos). Hoje respondo que
Gostei e Muito e no meu interior existe
um arrependimento de não ter continu-
ado até ao 12º ano na escola da Gole-
gã, onde o ambiente era acolhedor, os
professores
Testemunhos de antigos alunos da Escola Mestre Martins Correia
Página 9
Sombras
Existi num momento do qual ficou apenas uma sombra
Que sentimentos regista esta imagem? Nenhuns! É apenas
uma sombra, um registo de alguém que existiu no momento.
Não é possível ler rosto no conjunto. Nem uma réstia de olhar
ficou, apenas uma mancha no meio de folhas mortas que não
voltará a repetir-se. Quantas sombras passaram entre aque-
las folhas?
Quantos risos passaram por aquele caminho?
Que resta de mim naquele lugar? Nada! Nem a sombra ficou.
Resolveu seguir-me mas perdeu-me logo que apanhei outra
sombra maior que a minha. Esta sombra nunca mais existirá.
Ficou no passado decidindo não me seguir para o presente…
E eu?! O que sou? Uma sombra? Não! Claro que não. Sou
apenas um fazedor de sombras…
Manuel André
A melhor amiga do homem
A melhor amiga do homem é aquela que sempre esteve ali
mesmo ao seu lado
sem que por vezes tenha dado por ela
virgem, imaculada
nua mas vestida de branco
uma simples folha de papel
Encontramo-la normalmente em estado puro
sem nada escrito
Nela lavramos as nossas emoções, os nossos desencantos e
dores
amores e desamores
Nada diz mas tudo ouve
Consente que nela despejemos os nossos segredos
sem reclamar
sem criticar
apenas aceitando
Para ela é uma dádiva
deixou de ser uma folha em branco
já não é virgem, mas continua pura
agora tem conteúdo
emoções que pode perpetuar até à eternidade
A palavra pensada e depois nela escrita passou a ser a sua
alma
O homem aqui encontra uma grande amiga
quase a namorada perfeita
Dão prazer um ao outro
trocam sentimentos
os que o homem escreve
os que o homem lê
os que o homem recorda
Após a morte a namorada mantém vivo o espírito de quem a
namorou
de quem dela se serviu para desabafar
enfim
amigos
até que a morte os separe
M. André
Poesia ou talvez não...
Página 10
Se não sinto
É porque minto,
Se o pensar é mentira, por não sentir
Então todos mentimos enquanto vivemos a sor-
rir.
Se o senti em tempos,
Posso agora repetir
E tudo o que direi não será mentir
Ou serei assim tão louco para fingir?
Alexandre Santos - 12ºA
Uma das dores
É a sentida
Graças ao leitor
No texto, ela está contida.
Filipe Feijão - 12ºA
Tardes passadas
A sentir dor,
Faço tudo
Para esconder este ardor.
Fingir não serve,
Pois permite-me perceber
Que estou “verde”
De dar a entender.
Joana Bexiga - 11ºA
”O Poeta é um fingidor”, Fernando Pessoa
Para fingir
Por vezes, é preciso mentir
Sem pensar
No que se está a sentir
Quando penso,
Na mentira que pronuncio
Começo a sentir
A dor que queria afastar.
E agora só me resta,
Deixar de pensar
Nesta dor que sinto
Para esta quadra acabar.
Miguel Santiago - 12ºA
A vida a passar
Um ser a sentir
Com vontade de brincar
Num momento a sorrir.
Escrever com poucas palavras
A dor que o tempo cura
Tentar sentir às claras
Com imensa ternura.
Num momento de inspiração
Poderei sentir sem a razão
Dando chama ao coração
Para não sofrer uma ilusão.
Carlos Medinas – 12ºA
Página 11
Pensar é sentir
Tudo o que se sente
Para refletir
Sobre quem não mente
Quem sabe fingir
É porque dor não tem
ão é que saiba mentir
Mas quer enganar alguém
Para vidas transformadas
É preciso viver
Não pensar nas passadas
E sobreviver
Joana Dias - 12ºA
Eu que tenho esta dor
Esta dor que é sentida
Tenho de me esquecer dela
Para esquecer uma dor fingida
Pensam que é mentira
Mas não compreendem
Eu modelo, crio e transformo
Tudo o que vejo na vida
O que vejo só eu sei
O que os outros pensam não quero saber
O que eu escrevo é a fingir
Ficando o outro a perder
Luís Rainha - 12ºA
Ouvi dizer que poesia é fingir
Fiquei então a perceber
Que na poesia não há mentir,
O poeta apenas a sensação quer fornecer.
A poesia trabalha
Com sentimentos transmitidos,
Uns confusos
Outros divertidos.
O poeta é um fingidor
Tem na base o inteleto
Quer fingir a dor
Esperemos que fique atento.
José Júlio - 12ºA
Por eu fingir
Há muita coisa que não sinto
Mas por vezes deixo-me ir
Por vontade do destino
Querer é sentir
É sinal que não minto
Quando não me apetece fugir
Daquilo que sinto
Logo, se sentir
Não estou a mentir
E como não vou fugir
O melhor é fingir
Catarina Alves - 11ºA
”O Poeta é um fingidor”, Fernando Pessoa
Página 12
Deambulando pelas ruas de Sintra… Percurso Queirosiano
No passado dia 21 de novembro, os alunos do Ensino Secun-
dário e dos Cursos Profissionais “deambularam” pelas ruas de
Sintra, seguindo os passos de Carlos da Maia, herói da famo-
sa obra Os Maias de Eça de Queirós. Foram acompanhados
por uma responsável do Departamento de Cultura, Turismo,
Juventude e Desporto da Câmara Municipal de Sintra que, ao
longo da “deambulação”, foi relembrando excertos da obra.
Esta visita de estudo teve como objectivos promover o desen-
volvimento integral dos alunos, alargando os seus conheci-
mentos e forma de apreensão do mundo; tomar contacto com
autores e obras da Literatura Portuguesa; desenvolver nos
alunos diversas competências entre as quais, a capacidade
de observação, de análise e o espírito crítico; estimular a rela-
ção do aluno com espaços naturais e o interesse pela nature-
za; desenvolver o sentido estético; desenvolver competências
sociais, de forma a promover um convívio saudável entre to-
dos.
A ação d' Os Maias pas-
sa-se em Lisboa, na se-
gunda metade do séc.
XIX. Conta-nos a história
de três gerações da fa-
mília Maia.A ação inicia-
se no outono de 1875,
altura em que Afonso da
Maia, nobre e rico propri-
etário, se instala no Ra-
malhete. O seu único filho – Pedro da Maia – de carácter fra-
co, resultante de uma educação extremamente religiosa e
protecionista, casa-se, contra a vontade do pai, com a negrei-
ra, Maria Monforte, de quem tem dois filhos – um menino e
uma menina. Mas a esposa acabaria por o abandonar para
fugir com um napolitano, levando consigo a filha - Maria Edu-
arda - de quem nunca mais se soube o paradeiro. O filho –
Carlos da Maia – viria a ser entregue aos cuidados do avô,
após o suicídio de Pedro da Maia.
Carlos passa a infância com o avô, formando-se depois, em
Medicina, em Coimbra. Carlos regressa a Lisboa, ao Rama-
lhete, após a formatura, onde se vai rodear de alguns amigos,
como o João da Ega, Alencar, Dâmaso Salcede, Euzébiozi-
nho, o maestro Cruges, entre outros. Seguindo os hábitos dos
que o rodeavam, Carlos envolve-se com a Condessa de Gou-
varinho, que depois irá abandonar. Um dia fica deslumbrado
ao conhecer Maria Eduarda, que julgava ser mulher do brasi-
leiro Castro Gomes. Carlos segue-a algum tempo sem êxito,
mas acaba por conseguir uma aproximação quando é chama-
do por Maria Eduarda para visitar, como médico a governanta
- Miss Sarah. Começam então os seus encontros com Maria
Eduarda, visto que Castro Gomes estava ausente. Carlos
chega mesmo a comprar uma casa onde instala a amante.
Castro Gomes descobre o sucedido, através de uma carta
enviada por Dâmaso Salcede e procura Carlos, dizendo que
Maria Eduarda não era sua mulher, mas sim sua amante e
que, portanto, podia ficar com ela.
Entretanto, chega de Paris um emigrante, Sr Guimarães, que
diz ter conhecido a mãe de Maria Eduarda e que a procura
para lhe entregar um cofre que, segundo ela lhe disse, conti-
nha documentos que identificariam e garantiriam para a filha
uma boa herança. Essa mulher era Maria Monforte – a mãe
de Maria Eduarda e também a mãe de Carlos. Os amantes
eram irmãos...Contudo, Carlos, inicialmente, não aceita este
facto e mantém abertamente a relação – incestuosa – com a
irmã. Afonso da Maia, o velho avô, ao receber a notícia morre
de desgosto. Ao tomar conhecimento, Maria Eduarda, agora
rica, parte para o estrangeiro, e Carlos, para se distrair, vai
correr o mundo.
Continua
Página 13
"Só ao avistar o Paço descerrou os
lábios:
- Sim senhor, tem cachet!
E foi o que mais lhe agradou - este
maciço e silencioso palácio, sem flo-
rões e sem torres, patriarcalmente as-
sentado entre o casario da vila, com as
suas belas janelas manuelinas que lhe
fazem um nobre semblante real, o vale
aos pés, frondoso e fresco, e no alto as
duas chaminés colossais, disformes,
resumindo tudo, como se essa residên-
cia fosse toda ela uma cozinha talhada
às proporções de uma gula de rei que
cada dia come todo um reino."
"Eram duas da tarde quando os dois
amigos saíram enfim do hotel, a fazer
esse passeio a Seteais - que desde
Lisboa tentava tanto o maestro. Na
praça, defronte das lojas vazias e silen-
ciosas, cães vadios dormiam ao sol:
através das grades da cadeia, os pre-
sos pediam esmola.(...)
O romance termina com o regresso de
Carlos a Lisboa, passados dez anos, e
o seu reencontro com Portugal e com
Ega, que lhe diz: - "Falhámos a vida,
menino!".
Sintra e Os Maias
" Era uma linda manhã muito fresca,
toda azul e branca, sem uma nuvem,
com um lindo sol que aquecia, e punha
nas ruas, nas fachadas das casas,
barras alegres de claridade dourada."
Os Maias, Cap.VIII
" De vez em quando aparecia um boca-
do da serra, com a sua muralha de
ameias correndo sobre as penedias, ou
via-se o Castelo da Pena, solitário, lá
no alto.”
"Defronte do hotel da Lawrence, Carlos retardou o passo, mostrou-o ao Cru-ges. - Tem o ar mais simpático..."
Deambulando pelas ruas de Sintra… Percurso Queirosiano
Continua
Página 14
seu grande escudo de armas."
(...) Iam ambos caminhando por uma
das alamedas laterais, verde e fresca,
de uma paz religiosa, como um claus-
tro feito de folhagem."
"Quando passaram o arco,encontraram
Carlos sentado num dos bancos de
pedra, fumando pensativamente a sua
cigarrette. (...) do vale subia uma fres-
cura e um grande ar; e algures, em
baixo, sentia-se um prantear de um
repuxo."
“(...) o maestro declarou que preferia
estar ali, ouvindo correr a água, a ver
monumentos caturras...
- Sintra não são pedras velhas, nem
coisas góticas... Sintra é isto, uma pou-
ca de água, um bocado de musgo...
Isto é um paraíso!...”
" - Vejam vocês isto!- gritou o Cruges,
que parara, esperando-os, isto é subli-
me.
Era apenas um bocadito de estrada,
apertada entre dois velhos muros co-
bertos de hera, assombreada por gran-
des árvores entrelaçadas, que lhe fazi-
am um toldo de folhagem aberto à luz
como uma renda: no chão tremiam
manchas de sol: e, na frescura e no
silêncio, uma água que se não via ia
fugindo e cantando."
" Mas ao chegar a Seteais, Cruges
teve uma desilusão diante daquele
vasto terreiro coberto de erva, com o
palacete ao fundo, enxovalhado, de
vidraças partidas, e erguendo pompo-
samente sobre o arco, em pleno céu, o
"Cruges, no entanto, encostado ao
parapeito, olhava a grande planície de
lavoura que se estendia em baixo, rica
e bem trabalhada, repartida em qua-
dros verde-claros e verde-escuros, que
lhe faziam lembrar um pano
feito de remendos assim que ele tinha
na mesa do seu quarto. Tiras brancas
de estrada serpeavam pelo meio(...)
O mar ficava ao fundo, numa linha uni-
da esbatida na tenuidade difusa da
bruma azulada: e por cima arredonda-
va-se um grande azul lustroso como
um belo esmalte,(...)”
" -Agora Cruges, filho, repara tu naque-
la tela sublime.
O maestro embasbacou. No vão do
arco, como dentro de uma pesada mol-
dura de pedra, brilhava, à luz rica da
tarde, um quadro maravilhoso, de uma
composição quase fantástica, como a
ilustração de uma bela novela de cava-
laria e de amor. Era no primeiro plano o
terreiro, deserto e verdejando (...) e
emergindo abruptamente dessa copa-
da linha de bosque assolhado, subia no
pleno resplendor do dia, destacando
vigorosamente num relevo nítido sobre
o fundo do céu azul-claro, o cume airo-
so da serra.”
Deambulando pelas ruas de Sintra… Percurso Queirosiano
Página 15
“Lá fora - Cá dentro”
A paragem seguinte foi o Centro de
Ciência Viva de Sintra que aguardava e
era aguardada, com ansiedade, pelos
alunos dos 7ºs anos de escolaridade e
3º ano do Curso Profissional.
Pisando o palco … in English
“I spy with my little eye”
Na manhã do passado dia 21 de no-
vembro, os alunos do 3º Ciclo do Ensi-
no Básico, do Ensino Secundário e dos
Cursos Profissionais tiveram a oportu-
nidade de assistir e participar numa
representação teatral em inglês.
Após a representação, seguiram direta-
mente para Sintra, tendo almoçado no
jardim da vila. Aproveitaram esta pausa
para respirar o “micro-clima”, conviver
… e ainda percorrer algumas ruas da
vila, esperando encontrar as famosas
queijadas e os deliciosos travesseiros
da Piriquita…
Esta visita de estudo teve como objecti-
vos promover o desenvolvimento inte-
gral dos alunos, alargando os seus
conhecimentos e forma de apreensão
do mundo; desenvolver nos alunos
diversas competências entre as quais,
a capacidade de observação, de análi-
se e o espírito crítico; estimular a rela-
ção do aluno com espaços naturais e o
interesse pela natureza; desenvolver o
sentido estético; desenvolver compe-
tências sociais, de forma a promover
um convívio saudável entre todos; esti-
mular os alunos para a aprendizagem
da língua estrangeira e desenvolver as
competências de oralidade/
comunicação nas línguas mãe e es-
trangeira.
Página 16
Notícias
Agromais atribui prémio monetários a
alunos
No dia 30 de setembro, designado pelo Ministério da Educa-
ção por “Dia do Diploma”, decorreu a cerimónia de entrega
dos diplomas de Quadros de Valor e de Excelência, de con-
clusão dos Cursos CEF, Profissional e Secundário relativos
ao ano letivo 2010/2011. Foi também entregue o Diploma de
Mérito ao melhor aluno do Ensino Secundário e do Curso
Profissional que foram, respetivamente, Adriana Filipa Soares
Narciso e Bruno Alexandre Félix Vedor.
O Ministério atribuía um prémio monetário de 500€ a cada
curso. De acordo com o documento da DRELVT recebido no
dia 27/11/2011, a Escola foi informada que “este ano não será
atribuído o prémio monetário de 500 euros a cada aluno de
mérito no dia da entrega dos respectivos diplomas, dia 30 de
Setembro… “.
A Agromais, Entreposto Comercial Agrícola C.R.L., organiza-
ção de agricultores com sede em Riachos - Torres Novas,
fundada em 1987 com o objetivo de consolidar e defender os
interesses dos produtores agrícolas da Região do Norte do
Vale do Tejo, ofereceu-se para atribuir os prémios monetários
a estes alunos. A cerimónia decorreu no dia 25 de novembro,
na sala multiuso, e contou com a presença do Presidente da
Direção da Agromais – Engenheiro LuisVasconcellos e Sou-
za, outros membros da Direção, o Diretor Executivo da Agro-
mais – Dr Jorge Neves, um dos fundadores da Agromais –
Engenheiro Alfredo Orvalho e ainda com o Presidente da
Agrotejo – Engenheiro António José Carvalho. Em represen-
tação da autarquia esteve o Senhor Vereador Rui Medinas. O
Diretor do Agrupamento agradeceu esta decisão da Agro-
mais. De seguida, falou o Presidente da Agromais que fez um
pequeno historial desta organização, da sua importância na
região, salientando a importância da formação das gerações
futuras e manifestou ainda o desejo de haver um estreitar de
relações entre o Agrupamento e a Agomais. O Presidente do
Conselho Geral agradeceu a generosidade e o gesto de me-
cenato.
O aluno Constantino Diky proporcionou um agradável mo-
mento musical com a sua flauta transversal
Página 17
E porquê o Desenho e a Pintura? ...
E porquê o Desenho e a Pintura? Por-
quê levar as crianças a aprender a
cortar papel e a colá-lo criando algo
novo? A utilizar uma régua ou um com-
passo para traçar linhas que revelam o
certo e o errado? Porquê levá-las a
representar o mundo que as rodeia ou
a expressar no papel ou na tela o seu
olhar crítico e sonhador.
Fala-se que alguns dos senhores que
governam, ou pretendem governar este
país, consideram a hipótese de fazer
desaparecer a disciplina ou em limitar
os tempos de aula onde a aprendiza-
gem de técnicas de trabalho, exploran-
do o concreto ou imaginário, pode ser
feita. Pois bem, não se esqueçam eles
que muitas das competências no âmbi-
to da motricidade fina, de autoconfian-
ça e de integração das crianças em
grupo são desenvolvidas nas discipli-
nas sempre menosprezadas de Educa-
ção Visual e Tecnológica, Educação
Visual e Educação Tecnológica. É atra-
vés do trabalho plástico, na comunica-
ção expressiva das artes/ofícios que se
No dia 31 de Outubro, (véspera do Dia
de todos os Santos) a Escola Básica
2,3/S Mestre Martins Correia comemo-
rou o Halloween (abreviatura de All
Hallows Even - Véspera de Todos os
Santos), um evento tradicional e cultu-
ral dos Estados Unidos e do Reino
Unido, e sinalizou o Dia de todos os
Santos (All Hallows Day), comemorado
em Portugal no dia 1 de Novembro.
Nas aulas de E.V.T. e de Inglês, os
alunos dos 2º e 3º ciclos empenharam-
se na criação de motivos alusivos a
esta festividade,
tendo posteriormente a oportunidade
de exporem os seus trabalhos.
Bruxas, monstros, fantasmas, esquele-
tos, morcegos, aranhas, abóboras
transformadas em Jack O’Lanterns,
Dráculas e Frankesteins fizeram, as-
sim, parte de um cenário com símbolos
alusivos ao evento e alteraram a deco-
ração da sala polivalente. A par disso,
podiam visualizar-se diapositivos sobre
a origem e a tradição da comemoração
do Dia de Todos os Santos, iniciativa
tomada pela BE/CRE.
A quem brincou ao “Trick or Treat –
Travessura ou Doçura”, não faltou um
docinho, não fosse alguém lembrar-se
de pregar uma partida.
Os alunos consideram que esta iniciati-
va deve ter continuidade, por permitir
conhecer aspetos culturais nacionais e
estrangeiros.
pequenos talentos que, a não serem
desenvolvidos em tenra idade, se po-
derão perder bons designers, artistas
plásticos, arquitetos e engenheiros, já
para não falar das simples profissões
que no dia-a-dia precisam de conheci-
mentos transmitidos nestas disciplinas.
Haverá algo melhor que o deleite do
nosso olhar pelos trabalhos dos alunos
expostos pelos corredores das escolas
ao longo do ano? A mim sabe-me bem
observar os seus sorrisos quando o
seu trabalho é valorizado. Mais ainda
quando é destacado num espaço públi-
co. Algo como alguém disse um
dia….deixem-nos trabalhar, deixem-
nos criar….
Cristina Rodrigues
Comemoração do Hallowe`en
Página 18
Atividade desenvolvida pelo Serviço Municipal de Proteção Civil em articulação com
o "Projeto Viagem no Tempo".
O objectivo desta acção de sensibilização foi a introdução a medidas de protecção
durante sismos, incêndios e inundações, tendo como base os acontecimentos de 1 de
Novembro de 1755. Foram explicados cada um dos fenómenos e as ações tomadas
para mitigar a situação. A atividade / ação de sensibilização destinou-se aos alu-
nos dos 3º e 4º anos das escolas do 1º ciclo, no aniversário do terramoto de 1755.
Foram apresentados slides alusivos ao terramoto de 1755, de modo a motivar os alu-
nos e a suscitar discussão sobre as atitudes a tomar em caso de sismo, incêndio ou
inundação; seguiu-se um momento de esclarecimento de dúvidas e conversa com os
alunos sobre ações e agentes de protecção civil.
O que deves fazer:
▲Não te precipites para as saídas;
▲Mantém-te afastado das janelas, espelhos, chaminés, candeeiros ou móveis.
▲Protege-te no vão de uma porta interior, canto de uma sala, debaixo de uma mesa
ou mesmo de uma cama
▲Não corras nem andes a vaguear pelas ruas.
▲Mantém-te afastado dos edifícios, sobretudo dos antigos, altos ou isolados, dos pos-
tes de eletricidade, dos taludes ou muros.
▲Liga para o 112 ou avisa os Bombeiros.
▲Anda de gatas se houver fumo.
▲Não corras se a tua roupa começar a arder.
▲PARAR-DEITAR-ROLAR.
▲Antes de abrires uma porta verifica, com a palma da mão, se ela está quente.
▲Se não conseguires sair em segurança procura uma janela ou varanda de onde pos-
sas ser visto.
▲Afasta-te das zonas inundadas para não seres arrastado pela corrente.
▲Não brinques nem nades nas águas da inundação, pode ser muito perigoso!
▲Fica junto dos adultos.
▲Não fiques perto de cabos de eletricidade que estejam caídos no chão. Podes ficar
elecrocutado.
▲A água da inundação pode estar contaminada com substâncias perigosas. Podes
ficar doente se a beberes ou se comeres alimentos que estiveram em contacto com
ela.
▲Procura abrigo num sítio alto. Para pedires socorro usa um pano, a lanterna a pilhas,
ou aquilo que tiveres à mão.
Em caso de terramoto:
Em caso de incêndio:
Em caso de inundação:
“Terramoto de 1755, Os Quês e Porquês”
Página 19
Espaço do 6º C
O Presente de Natal
Faltava um mês para o Natal.
- Vou tricotar um cachecol para a Nádia
– disse Helena.
- Que boa ideia! – observou a mãe da
Helena – um presente feito por nós é
sempre especial.
- A Nádia vai gostar de um às riscas –
decidiu Helena, enquanto a mãe esco-
lhia os novelos de lã e as agulhas de
tricot.
Enquanto ia fazendo o trabalho domés-
tico, a mãe de Helena foi ensinando à
Helena como se tricotava. Helena sen-
tou-se com Marmelada, a sua gata, e
começou lentamente a primeira fiada.
Tricotou, tricotou e tricotou. Não viu
televisão nem saiu de casa para brin-
car. E não contou à Nádia o seu segre-
do.
A Nádia também estava a pensar no
Natal.
- Vou tricotar um cachecol para a Hele-
na – disse ela à mãe.
- Um presente feito por nós é sempre
especial – comentou a mãe de Nádia.
– Boa ideia!
- A Helena gosta de riscas – disse Ná-
dia, enquanto a mãe escolhia os nove-
los de lã e as agulhas de tricot.
Helena embrulhou o cachecol da Nádia
em papel vermelho e atou-o com um
grande laço verde. Depois correu à
procura de Nádia.
Por fim, o cachecol de Nádia também
ficou bastante comprido. Tricotou mais
uma fiada.
- Porque gosto muito da Helena, mais
este bocadinho – afirmou ela rindo-se.
A mãe rematou-o.
Nádia embrulhou o cachecol de Helena
em papel verde e atou-o com um gran-
de laço vermelho. Depois correu à pro-
cura de Helena.
Helena e Nádia abriram os seus pre-
sentes, no meio de um confusão de
papel, laços e muitos nervos.
Depois de verem os presentes puse-
ram os cachecóis ao pescoço e abra-
çaram-se.
- Vou usar sempre o meu cachecol –
disse Helena.
- E eu nunca o vou tirar – retorquiu
Nádia.
Nádia Sofia Lopes— 6º C
Sopa de letras
A mãe de Nádia, por entre o seu traba-
lho, mostrou-lhe como se fazia. A se-
guir a Nádia sentou-se com o seu gato
Tom e continuou a fazer lentamente a
primeira fiada. Nádia tricotou,
tricotou e tricotou. Não viu televisão,
nem saiu de casa para ir brincar. E não
contou a Helena o seu segredo.
O cachecol de Helena estava cada vez
mais comprido. O da Nádia também ia
aumentando cada vez mais.
Na véspera de Natal, Helena achou
que o cachecol já estava bem comprido
e pediu à mãe que o rematasse.
- Ainda não chega! Tem de ser mais
comprido – disse-lhe a mãe.
Por isso, Helena continuou a tricotar
pela noite dentro e na manhã de Natal
ainda estava a tricotar.
- Deves gostar muito da Nádia – obser-
vou a mãe.
- Pois gosto – respondeu Helena.
Na véspera de Natal, Nádia também
achou que o cachecol já estava muito
comprido e pediu à mãe que o rema-
tasse.
- Ainda não chega – disse-lhe a mãe.
Tem de ser mais comprido.
Nádia tricotou a noite toda e na manhã
de Natal ainda estava a tricotar.
- Deves gostar muito da Helena – co-
mentou a mãe.
- Pois gosto – confirmou Nádia.
Finalmente o cachecol da Helena ficou
bem comprido. Ainda assim tricotou
mais uma fiada antes de a mãe o re-
matar.
- Porque gosto da Nádia, mais este
bocadinho – disse ela rindo-se.
Página 20
Espaço do 6º C
Natal
O Natal é o aniversário do nascimento
de Jesus Cristo, filho de Deus.
Para o celebrarmos fazemos a partilha
de presentes à volta de um pinheiro
enfeitado e de um presépio. As crian-
ças mais pequenas acreditam que um
senhor gordo, de longas barbas bran-
cas e de vestes vermelhas, chamado
Pai Natal, percorre o mundo distribuin-
do presentes por todas as crianças. No
entanto, em alguns países, só se dão
os presentes no Dia de Reis (6 de Ja-
neiro) e não no dia 25 de Dezembro.
Para mim, a partilha de presentes é
uma homenagem a Jesus Cristo, apro-
veitando-se a reunião de toda a família
para celebrar o seu nascimento. Mas
antigamente, há muitos séculos atrás,
a Igreja Católica não comemorava o
Natal. Foi em meados do século IV d.
C. que se começou a festejar o nasci-
mento do Menino Jesus, quando o Pa-
pa Júlio I determinou a data de 25 de
Dezembro para esse efeito, já que se
desconhece a verdadeira data do seu
nascimento. Assim, o Natal é dedicado
a Cristo, pelos cristãos, e é uma das
festas mais importantes da Igreja, tal
como a Páscoa.
No dia 24 de Dezembro, véspera de
Natal, à noite, há a ceia de Natal
Dia do Não Fumador
No dia 17 de novembro, nós, a turma C
do 6º ano, comemorámos o “Dia do
Não Fumador”.
Para esse efeito, fizemos trabalhos
individuais, em pares e em grupo, com
a intenção de alertar os restantes alu-
nos, funcionários e professores para os
malefícios causados pelo tabaco e su-
as consequências. Para facilitar tal
divulgação, os referidos trabalhos fo-
ram expostos no Centro de Recursos
da Escola.
Para reforçar o conhecimento das do-
enças provocadas pelo tabaco, recebe-
mos a visita do senhor enfermeiro Fer-
nando Graça, que nos mostrou radio-
grafias de pulmões de fumadores e de
não fumadores, sendo evidente nas
primeiras o efeito das toxinas inaladas.
Com tudo isto ficámos mais conscien-
tes de que o tabaco prejudica a saúde
de todos, quer sejamos fumadores,
quer não, pelo que fumar é um ato
irresponsável.
Os alunos do 6º C
(chamada consoada) Nesta ceia serve
-se bacalhau cozido com couves e os
doces tradicionais: rabanadas, sonhos,
coscorões, o tronco de Natal e muitos
outros doces deliciosos que sabore-
amos, enquanto conversamos e joga-
mos em família pela noite dentro. Ainda
no dia 24, no final da ceia, há a missa
do galo, à meia-noite. É também tradi-
ção haver um presépio e um pinheiro
enfeitado que se transforma numa linda
e luminosa árvore de Natal (que só se
desfazem no dia 6 de Janeiro) e a troca
de presentes. No entanto, apesar de
tudo isto ser importante, a verdade é
que o verdadeiro significado do Natal é
o nascimento de Cristo, que veio ao
mundo com uma mensagem de paz e
amor. Por isso, o Natal não é só boni-
tas decorações e presentes, sendo a
sua essência o festejo do nascimento
de Cristo, que deu a sua vida por nós.
Esta é uma época que tem um brilho
especial, porque para além da luz pró-
pria dos enfeites e das iluminações,
uma outra luz brilha mais: a generosi-
dade que sentimos uns pelos outros,
nesta altura do ano.
Laura Gonçalves - 6º C
Página 21
Espaço do 6º B
Dia da Alimentação
Como comemorámos o Dia da Ali-
mentação?
Formámos grupos de trabalho
E começámos a trabalhar
Com muito empenho e dedicação
O fomos realizar
Uns fizeram panfletos
Outros cartazes
E, todos nós mostrámos
Daquilo que somos capazes
Maçãs e pêras fomos dar
A quem quisesse
Mais saudável ficar
Uma boa alimentação
É algo essencial
Para a nossa saúde
É o ideal! Filipa e Carolina
No Dia da Alimentação
Alimentação que é necessária
Necessária à vida
Vida de todos nós
Nós que participámos nas atividades
Atividades propostas pelos professores
Professores que nos deram uma tarefa
Tarefa importante
Importante de explicar
Explicar às pessoas a importância
Importância daquele dia
Dia em que todos os grupos
Grupos de trabalho
Trabalho sobre a alimentação
Alimentação que demonstrámos
Em cartazes e slogans
Slogans e panfletos
Panfletos que muitos receberam
Receberam uma peça de fruta
Fruta saudável
Saudável à nossa vida! Ana Beatriz e Leonor
Dia do Não Fumador
No dia 17 de Novembro, nós, a turma
C do 6º ano, comemorámos o “Dia do
Não Fumador”.
Para esse efeito, fizemos trabalhos
individuais, em pares e em grupo, com
a intenção de alertar os restantes alu-
nos, funcionários e professores para os
malefícios causados pelo tabaco e su-
as consequências. Para facilitar tal
divulgação, os referidos trabalhos fo-
ram expostos no Centro de Recursos
da Escola.
Para reforçar o conhecimento das do-
enças provocadas pelo tabaco, recebe-
mos a visita do senhor enfermeiro Fer-
nando Graça, que nos mostrou radio-
grafias de pulmões de fumadores e de
não fumadores, sendo evidente nas
primeiras o efeito das toxinas inaladas.
Com tudo isto ficámos mais conscien-
tes de que o tabaco prejudica a saúde
de todos, quer sejamos fumadores,
quer não, pelo que fumar é um ato
irresponsável.
Os alunos do 6º C
Dia do Não Fumador
Cigarro, cigarrinho
Vai-te embora
Seu mauzinho!
Ana Sofia e Beatriz Costa
Adivinha
O que é que faz mal à nossa saúde,
polui o ar e que enegrece os pulmões?
R: O cigarro.
Ana Sofia e Beatriz Costa
O tabaco faz mal à saúde
E todos nós o deveríamos saber.
O nosso objetivo é explicar,
O que muitos não conseguem perce-
ber.
Fizemos cartazes e um PowerPoint
sobre o tabagismo
E logo ficámos a perceber,
Este assunto é sério
Em relação ao nosso viver.
Um enfermeiro ensinou
Como incentivo
Incentivo que aprendemos
Com entusiasmo. Alunos do 6ºB
Página 22
"Dia Internacional da Pessoa com Deficiência"
No âmbito do Projeto "Partilhar para
Inovar - Gerir Comportamentos/Educar
para Incluir", o Grupo de Educação
Especial organizou em parceria com o
CRIT (Centro de Reabilitação e Inte-
gração Torrejano) a Comemoração do
"Dia Internacional da Pessoa com
Deficiência".
O evento teve o seu início no dia 30 de
novembro com a abertura da exposi-
ção/venda de artigos realizados pelos
alunos do CRIT da Valência Profissio-
nal. No dia 5 de dezembro contou com
a boa colaboração dos alunos e técni-
cos do CRIT, que nos trouxeram a
equipa de BOCCIA (modalidade des-
portiva paralímpica), um grupo de dan-
ça e um grupo de teatro.
Porquê comemorar o "Dia Internaci-
onal da Pessoa com Deficiência"?
Esta atividade, de grande importância,
teve como principal objetivo sensibilizar
a Comunidade para a Educação Inclu-
siva. A Educação Inclusiva não é uma
utopia, podemos torná-la realidade,
basta cooperar, participar em tudo da
vida de uma Escola, dizendo a todos
os alunos e agentes educativos que
vale a pena ver e fazer acontecer o
sonhado.
A inclusão não é um privilégio é um
direito. É um exercício de cidadania da
comunidade educativa.
Um agradecimento muito GRANDE a
todos os docentes, assistentes operaci-
onais e alunos que participaram e cola-
boraram.
Partilhamos algumas fotografias do
evento e dois trabalhos dos alunos do
1.º Ciclo do Ensino Básico da Golegã.
Exposição/venda 30/11 a 5/12
Continua
Por Cristina Matos Docente de Educação Especial
Modalidade de BOCCIA, dança e teatro 5 de dezembro
Página 23
"Dia Internacional da Pessoa com Deficiência"
Página 24
Viagem do passadao ao presente...
No ano letivo de 1990 /91 foi criado na
Escola C+S da Golegã o Jornal EN-
CONTRO, experiência partilhada por
alunos, professores e pessoal não do-
cente. Depois de uma pausa de dois
anos lectivos (1991 /93), foi retomado
no ano lectivo de 1993 /94, tendo so-
brevivido até ao ano lectivo de 1994/95
graças ao empenho de alguns profes-
sores que, mesmo sem a atribuição de
horas de redução para o efeito, segui-
ram em frente, com a colaboração in-
dispensável de outros professores, de
alguns elementos do pessoal não do-
cente, de vários alunos, da Associação
de Pais e Encarregados de Educação e
ainda do apoio do Conselho Directivo.
Nos anos lectivos de 1995/98 o Clube
de Jornalismo funcionou, porém com a
atribuição de créditos horários. Seguiu-
se uma nova pausa e, no ano lectivo
de 2006/2007 retomou de novo a sua
actividade que se manteve ininterrupta-
mente até hoje.
No jornal Encontro pode encontrar tudo
sobre o nosso Agrupamento e também
sobre a Comunidade Educativa em que
se insere: atividades, notícias, traba-
lhos de alunos, entrevistas, textos de
opinião da Comunidade Educativa.
Incluimos aqui algumas das capas de
números publicados entre 1990 -
2007.apresentadas por ordem cronoló-
gica. O trabalho mais recente quase
toda a gente conhece.
Oficina de Jornalismo - Metas e Finalidades 2011/13 Envolver 15 alunos dos vários níveis de
Ensino nas atividades desenvolvidas
no âmbito da redação;
Envolver três professores nas activida-
des desenvolvidas no âmbito da reda-
ção;
Envolver 20% dos alunos e 20% dos
professores do Agrupamento em activi-
dades nomeadamente elaboração de
trabalhos e/ou artigos e dinamização
de grupos/turma em participações cole-
tivas;
Publicação trimestral do Jornal EN-
CONTRO – 50 exemplares em suporte
papel e 100 exemplares (formato PDF)
distribuídos por email, por trimestre;
Será enviado um exemplar do jornal às
várias entidades do concelho (C. Muni-
cipal, Juntas de Freguesia, Santa Casa
da Misericórdia, …) e TIC existentes na
escola.
Nota final
Os dinamizadores de Clubes/Oficinas
que pretendam ver o seu trabalho pu-
blicitado com igual destaque podem
fazê-lo remetendo para à redação do
jornal ENCONTRO artigo(s) com títulos
em arial 11 negrito e textos a arial 9
com espaçamento entre linhas entre
espaço simples a 1,5 ocupando o
artigo final no máximo uma página A4.
Página 25
Acontece...
Feira dos Minerais
Nos próximos dias 14 e 15 de dezem-
bro vai realizar-se, mais uma vez, a
Feira dos Minerais. Esta atividade, di-
namizada pelo Grupo 520 (Ciências
Naturais/Biologia) é dirigida a toda a
comunidade educativa e terá lugar na
sala polivalente do bar.
A feira apresenta amostras de mine-
rais, fósseis, rochas e bijuterias.
Lá, poderás encontrar um presente
especial para uma pessoa especial!
Para assinalar o
Ano Internacional
da Floresta, o
Continente, em
parceria com a
Quercus, lançou a
iniciativa “Rolhas
que dão folhas”.
Este projecto tem
como objectivo
sensibilizar as
comunidades escolares, familiares e amigos para a reciclagem de rolhas de cortiça e
para o apoio à reflorestação de Portugal.
As escolas que juntarem mais rolhas, proporcionalmente ao número de alunos, ga-
nham prémios.
As rolhas recolhidas serão depois enviadas para reciclagem e o valor angariado com
esta recolha vai permitir à Quercus realizar acções de reflorestação, através do pro-
jecto Green Cork. Este projecto tem como objectivo promover a cortiça enquanto ma-
terial ecológico e a reflorestação com árvores autóctones.
A Escola B. 2,3/S Mestre Martins Correia já está inscrita!
Esta iniciativa apenas poderá ter êxito se toda a comunidade educativa se empenhar.
Recolhe o maior número de rolhas de cortiça junto de familiares, amigos e restauran-
tes que queiram aderir a esta iniciativa.
XVII Olimpíadas do Ambiente
Realizam-se, este
ano lectivo, as
XVII Olimpíadas
do Ambiente. O
tema central das
XVII Olimpíadas
do Ambiente é o
Mar, focando as
ameaças globais,
conservação da
natureza, estilos
de vida, política
ambiental, polui-
ção, realidade
nacional e recursos naturais.
O Mar é, para muitos, uma fonte de rendimento e, para outros, uma fonte de inspira-
ção. Para todos é, no entanto, o berço da vida, onde as primeiras moléculas se asso-
ciaram para constituir os organismos que deram origem à vida que hoje conhecemos
e que devemos preservar.
A Escola já está inscrita na edição deste ano das Olimpíadas do Ambiente, na modali-
dade "Ambiente à Prova" (3º ciclo).
Esta modalidade tem por objetivo avaliar os conhecimentos e incentivar o interesse
pela temática, e será disputada em duas eliminatórias e uma Final Nacional.
A primeira eliminatória terá lugar no dia 10 de Janeiro de 2012, a segunda será a 16
de Março de 2012, e a Final Nacional terá lugar em Lisboa, nos dias 4, 5 e 6 de Maio
de 2012.
Mostra que tens consciência ecológica – Inscreve-te e participa!
Página 26
Ferramentas gratuitas Microsoft educação
A Suite de Aprendizagem Microsoft é
uma combinação de aplicações e
ferramentas interativas com conteú-
dos formativos, destinados tanto a
professores como a alunos, facilitan-
do a organização e o planeamento
das aulas, e permitindo torná-las
mais interativas e interessantes. Po-
de fazer download em
http://www.microsoft.com/portugal/
educacao/Educacao.aspx?id=601,
estas podem ser utilizadas sem limi-
tações. Ficam alguns exemplos:
Comunicação e Colaboração
Ferramentas que potenciam a comu-
nicação e a partilha entre toda a co-
munidade educativa, dentro e fora da
sala de aula.
Imagine um único local online atra-
vés do qual pode usufruir de conver-
sações instantâneas com os seus
colegas, da partilha de fotografias e
ficheiros com os seus alunos, do
contacto direto com toda a comuni-
dade educativa.
Criatividade
Recursos para a promoção da criati-
vidade e do conhecimento dos alu-
nos, tornando as aulas e o trabalho
escolar mais estimulantes.
vimento de Software (SDKs) muito
completos para o desenvolvimento
de software diverso.
Alunos e Professores dos cursos
tecnológicos de Informática e progra-
mação dos Ensinos Secundário e
Universitário podem ficar a conhecer
um leque muito variado de Ambien-
tes Integrados de Programação que
abarcam as necessidades do progra-
mador inexperiente até ao programa-
dor sénior.
Microsoft Office 2010
As aplicações do Microsoft Office
são das ferramentas mais úteis den-
tro e fora da sala de aula. Seja para
realizar uma apresentação interativa
com o Microsoft PowerPoint®, escre-
ver com o Microsoft Word®, ou tirar
notas com o Microsoft OneNote® - o
Office é parte essencial do processo
de ensino e aprendizagem.
Iniciativas Microsoft
para a Educação
A Microsoft colabora com os parceiros
educativos locais, nacionais e internaci-
onais com o objetivo de disponibilizar
tecnologias, ferramentas, programas e
soluções que ajudam a enfrentar os
desafios da educação bem como a
melhorar as oportunidades de ensino e
aprendizagem. Colaborou também com
o nosso Agrupamento cedendo-nos
gratuitamente a sua plataforma para
alojar o nosso servidor de correio elec-
trónico.
Augusto Ramos
Imagem e Vídeo
Ferramentas de visualização, criação
e edição de vídeos e imagens que
permitem produzir apresentações
multimédia e interativas no âmbito de
qualquer disciplina ou atividade não
curricular.
Recursos
Conjunto muito variado de ferramen-
tas para a sala de aula, orientadas
para envolver alunos e professores
na dinamização e exploração de con-
teúdos curriculares de forma mais
atrativa e estimulante.
Segurança
Proteger o computador e as crianças
e jovens contra software malicioso e
conteúdos indesejáveis é uma preo-
cupação de qualquer Pai, Professor
ou Profissional de Educação.
Nesta secção encontrará algumas
das ferramentas e recursos para me-
lhorar a segurança do computador,
ajudar a proteger as informações
pessoais dos utilizadores e promover
uma utilização consciente e segura
da Internet.
Software de Desenvolvimento
Esta secção apresenta um conjunto
de ambientes integrados de progra-
mação (IDEs) e de Kits de Desenvol-
Página 27
Escola Básica do 1º Ciclo - Golegã
Página 28
Escola Básica do 1º Ciclo - Golegã
O terramoto de 1755
O terramoto de 1755 foi um dos mais
marcantes de Portugal. Diz-se que foi
de 9 na escala Richter. Depois do ter-
ramoto houve réplicas, originando a
queda de edifícios e outros problemas
graves como os incêndios. Era Dia de
Todos os Santos e muita gente morreu
dentro das igrejas por estar na hora da
missa. Outros estavam a fazer o almo-
ço e os fogões de lenha incendiaram
as casas. Pensando ser mais seguro,
algumas pessoas foram para a foz do
rio Tejo. Mas, não contavam que o rio
transbordasse criando uma enorme
onda gigante, um maremoto que atin-
giu os 30 metros de altura, varrendo as
pessoas e grande parte da cidade.
Minutos depois toda a cidade estava
destruída. Os ladrões aproveitaram
para roubar o que encontraram pelo
caminho. Os sobreviventes ficaram a
viver em tendas, parecidas com as de
campismo, e a família real também
teve a sua.
O rei D.José I ordenou ao seu primeiro-
ministro, Sebastião José de Carvalho e
Melo, Marquês de Pombal, que dirigis-
se a reconstrução da cidade. A frase
do Marques de Pombal que mais se
destacou na altura foi: «Cuidar dos
vivos e enterrar os mortos».
A nova cidade nasceu com avenidas largas, modernas e prédios anti-sísmicos.
Francisco Luz Sala dos Papagaios de Papel - 4ºano
O meu dia-a-dia
Eu de manhã acordo, tomo o pequeno-
almoço, lavo os dentes e penteio-me.
Vou para a escola e faço os trabalhos
das várias disciplinas: Língua Portu-
guesa, Matemática ou Estudo do Meio
nos livros ou na folha do dia.
fingir-se de morta.
Pela manhã, o lavrador foi lá espreitar
e viu a raposa, pensou matá-la, mas
ela parecia-lhe morta, ele agarrou-a
pelo rabo e atirou-a para o meio da
horta.
De repente, e para seu espanto, a ra-
posa levantou-se, pôs a cauda virada
para o ar e fugiu…
O pobre lavrador jurou que nunca mais
confiaria em raposas.
A GALINHA VERDE
Num belo dia a Galinha Verde levantou
-se com muito cuidado para não acor-
dar os pintainhos que ainda dormiam.
Foi buscar um avental e começou a
varrer a capoeira. Nisto alguém bateu à
porta. A galinha Verde abriu a janela e
viu a Galinha Amarela que lhe pergun-
tou se tinha roupa para engomar. A
Galinha Verde explicou-lhe que fazia
tudo em casa e fechou-lhe a janela no
bico.
A galinha Amarela foi embora a res-
mungar.
A Galinha Amarela foi bater à porta da
Galinha Preta, que era gorda, dizendo
que tinham de expulsar dali a Galinha
Verde porque era tão esquisita que
lhes podia fazer mal.
Foram as duas à esquadra da polícia
falar com o Galo Vaidoso. De seguida
foram todos para casa da Galinha Ver-
de.
Bateram à porta e a Galinha Verde
ficou assustada. Quando abriu a porta
eles entraram e estiveram a conversar.
Quando acabaram a conversa o galo
defendeu a galinha Verde e as outras
foram embora zangadas.
A Galinha Verde convidou o Galo Vai-
doso para beber um licor e ver os seus
filhotes (pintainhos) brincar.
O Galo e a Galinha combinaram ficar
amigos para sempre.
O SEGREDO DO RIO (um aluno ima-
ginou-se como uma das persona-
gens)
Eu e o rapaz que vivia numa casa no
campo junto do ribeiro brincávamos
Quando toca a campainha vou ao inter-
valo e brinco com as minhas amigas e
os meus amigos. Volto para a sala de
aula e faço outra coisa.
A campainha toca novamente e vou
almoçar com o centro, vou para o
“comboio” à espera do meu par. Às
vezes vou de carro por causa da chu-
va.
Almoço sopa, carne ou peixe e fruta.
No fim de almoçar vou ver televisão
para o salão e depois vou fazer o
“comboio” outra vez.
Quando chego à escola, vou fazer ou-
tras coisas diferentes e a professora
marca os trabalhos de casa.
Toca novamente, arrumo o material
saio da escola e vou para o centro lan-
char. Lancho pão com manteiga e leite
com chocolate. Vou para a minha sala
fazer os trabalhos de casa e a seguir
vou brincar. À noite, vou jantar a casa
da minha avó.
Quando a minha mãe quer, vamos ao
café ou à feira.
Adoro o meu dia-a-dia!
Carolina Carvalho Turma dos Amiguinhos - 2º Ano
A leitura é muito importante!
Os alunos desta turma gostam muito
de ler!
Na turma fizemos algumas leituras.
Aqui ficam resumos de algumas
das nossas leituras e a recriação de
uma personagem.
A RAPOSA NO GALINHEIRO
Numa noite de primavera uma raposa
entrou num galinheiro através de um
buraco.
Lá, viu tantas galinhas que acabou por
comê-las todas, ficou inchada e depois
não conseguia sair.
Estava a amanhecer e a raposa decidiu
Continua
Página 29
Escola Básica do 1º Ciclo - Golegã
juntos sempre que podíamos. Nós gos-
távamos muito de ir ver as árvores de
fruto e de comer maçãs, laranjas, pêras
e pêssegos.
O nosso sítio favorito era junto ao ribei-
ro que tinha muitos peixes.
Nós jogávamos à bola e xadrez, brincá-
vamos com os peixes, atirávamos pe-
dras ao ribeiro e subíamos às árvores.
A mãe do rapaz fazia compotas com
fruta que havia no pomar ao longo de
todo ano e dava-nos ao lanche.
Uma vez, ao fim do dia o rapaz apre-
sentou-me o peixe e ficámos no ribeiro
a contar e a recordar histórias da nossa
vida. Foi maravilhoso!
Por fim concluímos que gostaríamos de
“ser peixes para nadar e descer ao
fundo do ribeiro sem precisar de vir à
tona respirar”
.Turma de 4º ano “Patitos”
-
Página 30
Jardim de Infância - Golegã - ala Amarela
Feira do Outono
No passado mês de novembro realizámos uma Feira do Outono no nosso Agrupa-
mento.
Com os doces que nós fizemos e também com os das nossas avós, com as broinhas
e muita fruta da época que as mães ofereceram, decorámos um “carrinho do Outono”
muito divertido.
Superámos as nossas expectativas.
Os meninos e meninas da sala amarela agradecem muito a colaboração de todos.
Palavras Cruzadas
Página 31
Jardim de Infância - Golegã
Sabem quem somos?
Somos o grupo de crianças da Sala
Verde do Jardim de Infância de Go-
legã! Alguns já frequentámos a Sala
Verde no ano passado. Outros, viemos
do Centro Social e Paroquial da Go-
legã. Um dos nossos colegas veio de
mais longe: Lisboa. E os mais pe-
queninos vieram dos miminhos dos
avós!
Todos nós nos adaptámos muito bem.
Só chorámos um bocadinho nos
primeiros dias. Parece que faz parte da
nossa idade, como diz a nossa Educa-
dora Tina!
Ao longo destes meses já aprendemos
muitas coisas na Sala Verde. Em
primeiro lugar fomo-nos conhecendo
uns aos outros, através de jogos e de
canções. Depois de estarmos adapta-
dos construímos e trabalhámos as re-
gras da nossa Sala. Com as regras
aprendemos algumas palavras mági-
cas: “desculpa”, “por favor”, “com licen-
ça” e “obrigado”.
Fizemos a Festa da Fruta através das
atividades da Semana da Alimentação.
Aprendemos que todos os alimentos
fazem bem ao nosso organismo, mas
uns devem-se comer em mais
quantidade e outros menos.
Vivemos a tradição do Dia do Bolinho,
com a expressão ‘Bolinho, bolinho, à
porta do seu vizinho’. Enfeitámos com
abóboras pintadas por nós os
saquinhos dos bolinhos, que levámos
para os nossos Pais!
Nestas últimas semanas temos estado
a falar e a trabalhar sobre o Outono.
Construímos a Árvore do Outono, que
tem cores muito bonitas como o ver-
melho, o amarelo, o castanho e cor de
laranja!
E agora a seguir vem o Natal! Durante
o mês de dezembro vamos decorar a
nossa sala com muitos motivos de Na-
tal feitos por nós e, ainda, queremos
preparar a Festa de Natal para fazer-
mos em conjunto com os nossos Pais!
Só nos resta desejar a todos um Feliz
Natal!
Meninos e Meninas da Sala Verde do
Jardim de Infância de Golegã
Página 32
Última hora...
Vai realizar-se na Escola, no dia 16 de dezembro (6ª-feira) a
atividade “Cantar o Natal”. Haverá uma sessão de abertura
com a apresentação de um momento musical, pelos alunos
do Grupo de Flautas de Bisel da Oficina da Música.
Os alunos terão oportunidade de conhecer e entoar canções
de Natal de vários pontos do mundo.
Esta atividade destina-se aos alunos do 5º e 6º anos.
Os alunos interessados em participar nesta atividade devem
inscrever-se previamente, junto dos respetivos Delegados de
turma e da professora Maria do Carmo Lopes, até ao dia 9 de
Dezembro.
No dia dezasseis de dezembro, os alunos inscritos devem
deslocar-se às salas de aula de acordo com o seu horário,
para marcarem a presença junto do respetivo professor. De
seguida devem dirigir-se à sala 6, para participarem nesta
atividade e entoarem canções de Natal. O horário de partici-
pação das turmas é o seguinte:
Vai decorrer no dia 5 de janeiro, a atividade “Cantar as Ja-
neiras”, prevista no Plano Anual de Atividades do Agrupa-
mento, através do projeto da oficina da música, em articula-
ção com a professora Teresa Cruz da E.B.1 da Golegã. O
grupo das Janeiras percorrerá as ruas do concelho a cantar
as janeiras seguindo um percurso previamente definido e di-
vulgado.
A atividade terá início às 18.00 horas, na Escola Sede do
Agrupamento.
Esta atividade encontra-se aberta à comunidade educativa,
devendo os interessados proceder à sua inscrição até ao dia
13 de dezembro, junto das professoras Maria do Carmo Lo-
pes e Teresa Cruz.
Preveem-se dois ensaios gerais, na escola sede do agrupa-
mento (sala 9), nos seguintes dias:
14 de dezembro (4ª feira), das 15.40h às 17.10 h;
4 de janeiro (4ª feira), no mesmo horário.
Horas Anos/Turmas
10.20h-11.05h 6ºA/6ºC/6ºD
12.00h-12.45h 5ºA/5ºC
12.45h-13.30h 5ºB/5ºC