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maisseguro EDITADO POR SNIA BEXIGA
o objetivo de aferir se a pro-
do seguro automvel e de res-
abilidade civil insiste em ga-
ir o mnimo por um preo
lmente mnimo ou se comea
r sinais de querer pagar mais e
oberturas extra, o OJE ouviu
vasto e diversificado grupo de
adores deste setor que, osci-
o nos seus nveis de otimismo,
nhecem quase que os condu-
s portugueses j conhecem
hor os riscos que correm e pro-
m acautel-los.raJoo Gama, diretor de Mar-
ng e Comunicao da Mapfre,
tuao socioeconmica que
ugal viveu nos ltimos anos e
nsequente impacto no poder
ompra explicam porque conti-
m os clientes a procurar solu-
econmicas, mesmo que
suponha uma reduo das ga-
ias, frisa. Quer a opo seja
nuir as coberturas contrata-
ou franquias mais elevadas, o
tivo obter uma reduo no
o do seguro, acrescenta o res-
vel. Uma situao que leva a
fre, com os seus parceiros da
iao a ssumir aqui um papel
rminante, a analisar a situa-concreta de cada cliente e as
necessidades de proteo pa-
nto encontrar uma soluo de
lbrio. Existem situaes em
importante o cliente fazer
pequeno esforo e ficar mais
egido. Pocuramos fazer esse
selhamento de forma a evitar
aes inesperadas e incmo-
Normalmente, temos em con-
antiguidade, utilizao do ve-
e o perfil do condutor para
rir a incluso de uma garantia
a que possa fazer sentido.
uestionado sobre se os condu-
s mostram ser realmente co-
cedores de todos os cenrios
que podero ser responsabili-
s, Joo Gama defende que o
ro automvel , de todos os
utos, um dos que mais co-
nhecido e bem percecionado pelo
pblico em geral, facto a que no
ser alheia a prpria utilizao.
Mas, ainda assim, continua a exis-
tir um desconhecimneto de algunsaspetos importantes do funciona-
mento das coberturas, franquias,
etc. Existe alguma falta de cultu-
ra seguradora por parte das pes-
soas e, a, o setor tem tambm a
sua quota-parte de responsabilida-
de, j que muitas vezes a forma co-
mo comunicamos no ajuda, sub-
linha, e acrescenta que, apesar do
esforo que o setor tem feito nos
ltimos anos, a linguagem ainda
muito tcnica e no adaptada ao
comum dos cidados, no ajudan-
do nada a desmistificar os concei-
tos da atividade. Por exemplo, exis-
te ainda algum desconhecimento
ou confuso relativamente s co-
berturas de fenmenos da nature-za, assistncia e veculo de substi-
tuio que muitas vezes importa
esclarecer, at porque existem nu-
ances quanto o modo de funciona-
mento de companhia para compa-
nhia, conclui.
Na sua anlise a este assunto,Jo-
s Pedro Incio, administrador da
Logo, remonta ao pico da crise
(2012/2013), altura em que clara-
mente, os clientes queriam apenas
o seguro obrigatrio, isto , contra-
tar o seguro pelo preo mnimo
possvel. No entanto, atualmente,
considera ter sido possvel regres-
sar aos nveis pr-crise, notando
mesmo uma evoluo na penetra-
o das coberturas extras. Com
efeito, em 2015, ficmos acima
dos valores de 2010 em termos da
penetrao das coberturas extra e
muito acima dos valores mnimos
de 2012/2013, acrescenta. Em seu
entender, os consumidores com-
preendem o valor do seguro, o va-
lor que tem a proteo da sua vida
e da vida de quem consigo viaja,
bem como dos seus bens. No es-
tranhamos, neste cenrio, que seja
muito raro um cliente s querer o
seguro mnimo e de a grande mai-
oria querer outras coberturas,
como Proteo do Condutor e ou-
tros Ocupantes (POC) ou Quebra
Isolada de Vidro (QIV) e, cada vez
mais, Danos Prprios.
Em matria de conhecimento,
por parte dos condutores, de todos
os cenrios em que podero ser
responsabilizados, nota que, mui-
tas vezes, existe um desconheci-
mento do detalhe das regras do
Cdigo da Estrada e, portanto, da
atribuio da responsabilidade pe-
los acidentes. Dando como exem-
plos quem tem prioridade e como
se circula nas rotundas ou as im-
plicaes de estar estacionado, en-
tre outros. H situaes no co-
bertas, como acidentes em gara-
gem prpria ou com familiares,
que, por vezes, so desconhecidas
e que s podem ser cobertas com
outro tipo de seguros que no de
o tnues os sinais de que os condutores portugueses procuram gastar mais para assegurar coberturas extra.uando nos limitamos ao mnimo e obrigatrio, as surpresas podem, de facto, deixar fortes marcas.
GURO AUTOMVEL E RC DE TERCEIROS
Quando no poupar pode mesmono estar o ganho
DR
NIA BEXIGA
[email protected] Quebra de vidros, atosmaliciosos e catstrofes
naturaos esto entreas preocupaes que
esto a ganhar terreno
entre os condutores
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automvel. Mesmo assim, e gene-
ricamente, a nvel do seguro auto-
mvel, nota-se uma evoluo mui-
to positiva no conhecimento que
as pessoas tm sobre o que esto a
segurar, remata.
Na tica de Carlos Braga Lemos,
diretor central de Mercado de Par-
ticulares e membro da Comisso
Executiva da Groupama Seguros,
no seguro automvel, dada a sua
obrigatoriedade, continua a verifi-
car-se uma heterogeneidade na
procura de solues. Se, por um
lado, h clientes que visam garan-
tir-se acima do mnimo obrigat-
rio, chegando mesmo, em alguns
casos, a pretenderem manter ou
contratar coberturas de Danos
Prprios para viaturas com capital
j manifestamente baixo, pela sua
antiguidade, outros pretendem
uma tipologia de seguro minima-
lista, que responda apenas ao le-
galmente exigvel, explica.
Considerando que as solues
hoje existentes do, genericamen-
te, resposta maioria das preocu-
paes, com um bom equilbrio
entre o conjunto de garantias e o
respetivo prmio, chama a aten-
o para o facto de, num futuro
relativamente prximo, poderem
comear a surgir inovaes espec-
ficas, que iro influenciar a tipolo-
gia de garantias, a formao do
preo, bem como o modelo de con-
tratao. Essa evoluo resultar
do desenvolvimento que se est a
verificar, desde logo ao nvel da se-
gurana passiva e ativa das novas
viaturas, com conexo e recolha
de informaes que iro permitir
respostas do lado das seguradoras
mais adaptadas, em funo da ti-
pologia de utilizao, quilmetros
efetivamente percorridos, condu-
o, etc. Carlos Braga coloca ain-
da a tnica nas viaturas sem con-
dutor, j em fase de testes, e que
constituiro uma importante mu-
dana de paradigma. Tudo isto
ir determinar novas conceptuali-
zaes no mbito das solues pa-
ra o seguro automvel, com influ-
ncia no modelo de formao do
preo, conclui.
As j referidas razes de ndole
financeira tambm so para Rita
Rosrio, da direo de Design e
Gesto de Produto e gestora de
produto da Liberty, o que mais
pesa para a grande maioria dos
proprietrios de veculos autom-
veis, ao optarem por assegurar
apenas a responsabilidade civil
legalmente obrigatria. Alguns
desses segurados solicitam anual-
mente informao sobre os nveis
dos prmios praticados por vrios
seguradores tendo em vista fins
comparativos, escolhendo o segu-
ro de menor preo, sem olhar
qualidade do produto e do servio
do segurador. A responsvel frisa
ainda que provm deste grupo os
segurados que, tendo sido envolvi-
dos em sinistro no garantido (e
por isso obrigados a suportar os
prejuzos), optam s pelo alarga-
mento das garantias inicialmente
contratadas. Mas, por outro lado,
no deixa de salientar a existncia
de um leque de clientes que reco-
nhece a necessidade e o interesse
em contratar outras garantias, no-
meadamente, quebra de vidros, as-
sistncia em viagem, proteo ju-
rdica, furto ou roubo e atos mali-
ciosos. Esse leque preocupa-se
com a segurana de pessoas e bens
e escolhe criteriosamente o con-
junto de garantias, dentro dos li-
mites da sua capacidade financei-
ra. Nem todos o fazem voluntaria-
mente, na medida em que, em
caso de aquisio de veculo com
base em financiamentos obtidos
no mercado financeiro, a entidade
financiadora impe uma larga co-
bertura de garantias.
Para Rita Rosrio, no h dvi-
das de que a esmagadora maioria
dos condutores tm perfeita cons-
cincia dos riscos em que incorre.
Porm, ressalva, muitos veculos, a
maior parte deles em estado de
manuteno deficitria, so pos-
tos a circular sem seguro vlido,
numa situao de risco iminente,
para os respetivos proprietrios,
de responsabilidade pelos aciden-
tes que provoquem, envolvendo
valores indemnizatrios elevados
que no estaro em condies de
satisfazer.
Para a seguradora Generali,
atualmente, verifica-se uma pro-
cura pelo mdulo de coberturas
mais baixo, associado ao preo m-
nimo. Ou seja, os condutores pri-
vilegiam a contratao do mdulo
mais baixo de Responsabilidade
Civil, o qual inclui a garantia mni-
ma obrigatria em vigor de 6 mi-
lhes de euros (5 milhes para da-
nos corporais e 1 milho para da-
nos materiais), sendo que este
normalmente acompanhado pelas
coberturas de Assistncia em Via-
gem, Acidentes Pessoais e Proteo
Jurdica. Adicionalmente, h mui-
tos clientes que j no prescindem
da cobertura de Quebra Isolada de
Vidros. Em paralelo, a seguradora
tem registado uma diminuio da
procura e contratao das cobertu-
ras de danos prprios, bem como reduo das coberturas includas
nas aplices j contratadas. Uma
situao que decorre da recesso
econmica e do envelhecimento
do parque automvel, justifica.
Avaliando o conhecimento dos
condutores sobre as suas responsa-
bilidades, a seguradora frisa que
apesar de em caso de sinistro, os
condutores poderem ser responsa-
bilizados pelos danos causados a
terceiros, contando para tal com
uma garantia de responsabilidade
civil automvel cujos valores mni-
mos esto definidos na lei, existem
muitos e diversos riscos que no
esto cobertos por esta cobertura e
que, muitas vezes, so desconheci-dos. Nomeadamente, os danos
causados a terceiros por carga mal
acondicionada ou os danos em
consequncia de operaes de car-
ga e descarga. Para a Generali,
tambm no que respeita aos limi-
tes da prpria garantia de respon-
sabilidade civil, se verifica um
desconhecimento, designadamen-
te de os condutores poderem vir a
ser responsabilizados por valores
indemnizatrios acima dos valores
mnimos legais, embora a grande
maioria dos sinistros sejam indem-
nizados dentro dos valores mni-
mos legais.
Tambm para Lus Tavares, co-
ordenador nacional da DS Seguros,
o preo continua a ter especial n-
fase. Existe ainda uma grande fal-
ta de informao por parte dos cli-
entes, desconhecendo que, na mai-
oria dos casos, o que garantem de-
terminadas coberturas, a impor-
tncia das mesmas e as conse-
quncias de no as ter contempla-
das em caso de surgir um impre-
visto, defende. A seu ver, a forma
de trabalhar da maioria dos me-
diadores s agrava este problema,
pois, pressionados eventualmen-
te pelo cliente, permitem que a
tnica na discusso e na deciso se
centre no preo, o que prejudica
gravemente o cliente. O preo ,
obviamente, um fator importante,
mas, se muitos clientes soubessem
o que realmente esto a contratar,
acredito que prefeririam pagar
mais 10 ou 20 euros por ano e, des-
ta forma, ter um seguro auto com
melhores coberturas, permitindo,
em caso de sinistro ou imprevis-
tos, poupar muitas centenas ou
mesmo milhares de euros.
Avaliando at que ponto os con-
dutores esto devidamente escla-
recidos, Lus Tavares principia
afirmando que, no que toca res-
ponsabilidade sobre terceiros, a co-
bertura obrigatria e definida
por lei, mas o cliente pode optar
por ter o valor de responsabilidade
civil de seis milhes de euros, mais
frequente at hoje, ou de 50 mi-
lhes (mais aconselhada). Uma si-
tuao que decorre dos montantes
de indemnizao que os tribunais
comeam a fixar em alguns pro-cessos, em que os 6 milhes po-
dem mesmo no chegar em al-
guns tipos de sinistros, especial-
mente quando envolve morte ou
invalidez de vrias pessoas. Por ou-
tro lado, entende que importa sa-
lientar o desconhecimento que
existe em termos de coberturas de
assistncia em viagem, quebra de
vidros e franquias, onde os clien-
tes, evitando pagar um pouco
mais, arriscam ter de suportar mi-
lhares de euros de despesas no
cobertas.
JAna Cardoso, diretora da MDS
Affinity, faz tambm depender do
perfil do condutor e da idade do
veculo, o tipo de coberturas queso contratadas no seguro auto-
mvel. Os clientes com veculos
mais recentes, at 3-4 anos, prefe-
rem investir um pouco mais e ha-
bitualmente subscrevem um pro-
duto mais completo (vertente Da-
nos Prprios) que em caso de per-
da total garante um valor da in-
demnizao ainda relevante. Natu-
ralmente que, para veculos com
mais idade e onde o valor comer-
cial muito inferior, a procura re-
cai para seguros com as coberturas
mnimas. Como em 2015 se regis-
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um aumento na venda de via-
s novas, sentiu-se uma maior
ura de seguros de Danos Pr-s, elucida a responsvel.
o que respeita ao preo, senteo cliente nem sempre procura
eo mnimo, pois sabe que asdies das coberturas ofereci-so tambm muito limitadas.
ma de tudo, procura uma boao num nvel de preo que
idere justo e equilibrado. Adi-
almente, temos tambm veri-do que, fruto dos acontecimen-
ocorridos no setor bancrio erador, o tema da credibilidade
stentabilidade cada vez mais
fator adicional de preocupaoclientes.
na Cardoso considera ainda ser
ito difcil que os condutoresham o total conhecimento do
ito das coberturas que subs-
em, pelo que o papel dosetores e das seguradoras fun-
ental no sentido de clarificar eicar o que est coberto. Mas
ou mais importante explicar ono est coberto dando exem-
das situaes mais comuns de
uso. E alerta para o facto dedos temas que tem surgido
s recentemente o fenmenotetos panormicos das viatu-
e o seu enquadramento na co-
ura de Quebra Isolada de Vi-. Existem seguradores que
uem os tetos panormicos no
ito desta cobertura e, muitases, os condutores desconhecem
situao at ao momento emo sinistro ocorre. Dado o cres-
ento de viaturas com este tipo
eto, torna-se premente alertarlientes desta situao antes de
creverem o seguro, bem comoecessrio que as seguradoras
ondam rapidamente a estas
dades e tendncias das viatu-
fechar, d ainda conta de umo tema, sobre o qual nem to-
os condutores tm conheci-
nto completo e do mbito dartura de Acidentes Pessoais,
garmente designada por Ocu-tes e onde, mais uma vez, as
radores tm polticas distin-Existem seguros que conside-que o condutor um ocupan-
por isso, est abrangido por
cobertura mas outros apenasegem os acompanhantes. En-
o que esta cobertura deveriamais promovida pois oferece
a boa proposta preo/qualida-
rtur Lucas, diretor de Desen-
imento de Solues de Merca-
a Zurich em Portugal, comea
salientar que a j to mencio-
a preferncia pelo preo emimento de uma proteo ajus-
aos riscos que lhe esto asso-os muitas vezes responsvel
elevados prejuzos, com im-
o direto no acervo patrimonial
de cada um. Ainda assim, compre-ende que nem sempre seja fcil
ajustar o seguro s reais necessida-
des - por desconhecimento do le-que de coberturas disponveis no
mercado e das propostas maisajustadas -, pelo que recomenda
sempre, o recurso mediao
profissional, para que a deciso sefaa de forma esclarecida e infor-
mada.Tendo em conta o atual padro
de compra de coberturas, o res-
ponsvel conclui que existem hojenovos riscos que so, muitas vezes,
relegados para segundo plano.
Referimo-nos aos riscos catastr-ficos da natureza, nomeadamente
os que resultam de inundaes etempestades. Mas muitos portu-
gueses ainda no interiorizaram o
facto de que estes acontecimentospodem afetar os seus bens, neste
caso, o automvel, que, no caso deestar na via pblica, v aumentado
o grau de risco, elucida. Na suaopinio, tambm os riscos relacio-nados com atos de terrorismo,
vandalismo e maliciosos no de-vem tambm ser ignorados e me-
recer mesmo uma especial aten-
o.A experincia de Sofia Toms,
responsvel da Oferta e Segmento
Mass Market da AXA Portugal, diz-
-nos que, neste momento, os clien-
tes procuram um seguro autom-vel que lhes garanta, para alm do
seguro mnimo obrigatrio, outras
coberturas, nomeadamente Assis-tncia em Viagem, Proteo Jurdi-
ca, Acidentes Pessoais e Quebra de
Vidros. E a responsvel reala ain-da que, os segmentos de cliente
com maior poder de compra con-sideram tambm a compra de co-
berturas de Danos Prprios comoChoque, Coliso ou Capotamento,
Furto ou Roubo e Incndio, Raio
ou Exploso. E por estas razes aseguradora passou a disponibilizar
uma cobertura de Seguro de Pneuque, sendo opcional, est a ter
uma procura acima do previsto,
frisou.Quanto ao conhecimento dos
condutores, apesar de considerar
que o seguro automvel um pro-duto bem conhecido pela genera-
lidade, alerta para o facto de exis-tirem ainda muitas dvidas no
que diz respeito s coberturas e o
seu mbito de garantia, sobre Atos
de Vandalismo ou Fenmenos daNatureza.
Para Lusa Nunes, subscritora
automvel da Victoria Seguros, apalavra de ordem para a procura
exigncia. Atualmente, quando
subscrevem o seguro obrigatrio
de responsabilidade civil, os clien-tes, esto mais exigentes no preo
e tambm na contratao de co-berturas adicionais, esclarece. Re-
lembrando que, no seguro auto-
mvel, a nica cobertura obrigat-ria a responsabilidade civil, mas
que esta s responde pelos seus da-nos perante terceiros, sublinha
que cada vez mais, e perante a
crescente variedade de riscos comque os condutores se deparam nas
estradas, insuficiente. Lusa Nu-
nes revela ainda que particular-mente os proprietrios de veculos
novos, pretendem contratar omximo de coberturas adicionais
com o objetivo de assumir o mni-mo de prejuzos em caso de aci-dente e, por sua vez, transferi-los
para a seguradora.Lanando igualmente o desafio
de avaliar o quanto sabem os
condutores sobre as suas responsa-bilidades, defende que os conduto-
res mostram ser cada vez mais co-nhecedores do mbito das cober-
turas existentes. Embora no dia a
dia ainda apaream situaes queo condutor desconhea e das quais
no poder ser indemnizado, pois
determinadas situaes encon-tram-se excludas do mbito dos
seguros contratados, salvaguar-
da.Neste contexto, aponta como
um dos cenrios mais comuns, acobertura de Furto ou Roubo
aquando da ocorrncia de um fur-to na bagagem pessoal, revelando
desconhecer que garante apenas a
indemnizao em consequnciade desaparecimento, destruio ou
deteriorao por motivo de furto,roubo do veculo seguro e no o
simples furto da sua bagagem.
Outro dos cenrios o da cober-tura de Choque, Coliso e Capota-
mento, na qual so participados
danos, por exemplo, nas jantes epneus sem que tenha ocorrido
qualquer choque, coliso ou capo-tamento que condio para fazer
funcionar a garantia da aplice.
AUTO E RC TERCEIROS. CONCORRNCIA
Ficar o clientesempre a ganhar?
Que saudvel e salutar, todos defendem. Mas sobrequem ganha e a que preo, as opinies j se dividem.
Motor consensual do desenvolvi-mento de um qualquer setor, a
concorrncia, tambm se agigan-
ta no setor segurador e particu-
larmente no universo Auto e daRC de Terceiros.
Principalmente nos ltimos 10
anos, Joo Gama, diretor de Mar-
keting e Comunicao da Map-fre, considera que se tem assisti-
do a um aumento da concorrn-cia que pressionou muito a que-
da dos preos. Facto a que no se-
r alheia, na sua opinio, a pr-pria estrutura e concentrao do
mercado. Podemos dizer que, aoter permitido uma queda to
acentuada nos preos, ela benefi-
ciou os consumidores, apesar dotrabalho notvel que nos ltimos
anos se fez no setor segurador,
em que, no obstante o contextoeconmico adverso, consegui-
mos otimizar as operaes. De-fende ainda que vamos assistir a
uma recuperao no preo.
Jos Pedro Incio, administra-dor da Logo, defende, convicta-
mente que o preo dos segurosdeve derivar de uma cuidada
anlise de risco e no de uma
guerra de preos. A primeirafavorece claramente o consumi-
dor, uma vez que assegura que aseguradora ser estvel e susten-
tvel e, quando for necessrio,
ter dinheiro para pagar o sinis-tro. J a segunda, poder colocar
em causa a solvabilidade da segu-
radora e a capacidade de fazer fa-ce s responsabilidades. Em sua
opinio, importa entender, por
um lado, qual a situao das se-guradoras em termos de solvabi-
lidade e, por outro, qual a evolu-
o em termos de sinistralidadee custos de reparao.
Tambm Carlos Braga Lemos,
diretor central de Mercado deParticulares e membro da Comis-
so Executiva da Groupama Se-guros considera que a concorrn-
cia salutar e favorece, quase
sempre, o cliente. Contudo,alerta: h limites a partir dos
quais se pode desvirtuar e poten-ciar efeitos perniciosos a mdio
prazo. Depois de uma fase de
melhorias evidentes na sinistrali-dade, que permitiram contempo-
rizar com a presso concorren-cial, admite que possamos estar
a entrar num ciclo inverso.Rita Rosrio, da direo de De-
sign e Gesto de Produto da Li-
berty, para alm de reconhecer oquanto salutar a concorrncia,
advoga que pode trazer benef-
cios para todas as partes. Nomercado portugus, a concorrn-
cia no ramo automvel muito
forte, levando as seguradoras aesmagar os prmios. O prmio
mdio tem vindo a baixar comoconsequncia da concorrncia,
mas tambm de outros fatores,
como a diminuio da sinistrali-dade, a menor circulao rodovi-
ria e algumas seguradoras ope-rarem, em exclusivo ou predomi-
nantemente, atravs de canais
online e telefonicamente.
DR
DR
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