Jornal OJE - Seguro Automóvel

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  • 7/25/2019 Jornal OJE - Seguro Automvel

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    maisseguro EDITADO POR SNIA BEXIGA

    o objetivo de aferir se a pro-

    do seguro automvel e de res-

    abilidade civil insiste em ga-

    ir o mnimo por um preo

    lmente mnimo ou se comea

    r sinais de querer pagar mais e

    oberturas extra, o OJE ouviu

    vasto e diversificado grupo de

    adores deste setor que, osci-

    o nos seus nveis de otimismo,

    nhecem quase que os condu-

    s portugueses j conhecem

    hor os riscos que correm e pro-

    m acautel-los.raJoo Gama, diretor de Mar-

    ng e Comunicao da Mapfre,

    tuao socioeconmica que

    ugal viveu nos ltimos anos e

    nsequente impacto no poder

    ompra explicam porque conti-

    m os clientes a procurar solu-

    econmicas, mesmo que

    suponha uma reduo das ga-

    ias, frisa. Quer a opo seja

    nuir as coberturas contrata-

    ou franquias mais elevadas, o

    tivo obter uma reduo no

    o do seguro, acrescenta o res-

    vel. Uma situao que leva a

    fre, com os seus parceiros da

    iao a ssumir aqui um papel

    rminante, a analisar a situa-concreta de cada cliente e as

    necessidades de proteo pa-

    nto encontrar uma soluo de

    lbrio. Existem situaes em

    importante o cliente fazer

    pequeno esforo e ficar mais

    egido. Pocuramos fazer esse

    selhamento de forma a evitar

    aes inesperadas e incmo-

    Normalmente, temos em con-

    antiguidade, utilizao do ve-

    e o perfil do condutor para

    rir a incluso de uma garantia

    a que possa fazer sentido.

    uestionado sobre se os condu-

    s mostram ser realmente co-

    cedores de todos os cenrios

    que podero ser responsabili-

    s, Joo Gama defende que o

    ro automvel , de todos os

    utos, um dos que mais co-

    nhecido e bem percecionado pelo

    pblico em geral, facto a que no

    ser alheia a prpria utilizao.

    Mas, ainda assim, continua a exis-

    tir um desconhecimneto de algunsaspetos importantes do funciona-

    mento das coberturas, franquias,

    etc. Existe alguma falta de cultu-

    ra seguradora por parte das pes-

    soas e, a, o setor tem tambm a

    sua quota-parte de responsabilida-

    de, j que muitas vezes a forma co-

    mo comunicamos no ajuda, sub-

    linha, e acrescenta que, apesar do

    esforo que o setor tem feito nos

    ltimos anos, a linguagem ainda

    muito tcnica e no adaptada ao

    comum dos cidados, no ajudan-

    do nada a desmistificar os concei-

    tos da atividade. Por exemplo, exis-

    te ainda algum desconhecimento

    ou confuso relativamente s co-

    berturas de fenmenos da nature-za, assistncia e veculo de substi-

    tuio que muitas vezes importa

    esclarecer, at porque existem nu-

    ances quanto o modo de funciona-

    mento de companhia para compa-

    nhia, conclui.

    Na sua anlise a este assunto,Jo-

    s Pedro Incio, administrador da

    Logo, remonta ao pico da crise

    (2012/2013), altura em que clara-

    mente, os clientes queriam apenas

    o seguro obrigatrio, isto , contra-

    tar o seguro pelo preo mnimo

    possvel. No entanto, atualmente,

    considera ter sido possvel regres-

    sar aos nveis pr-crise, notando

    mesmo uma evoluo na penetra-

    o das coberturas extras. Com

    efeito, em 2015, ficmos acima

    dos valores de 2010 em termos da

    penetrao das coberturas extra e

    muito acima dos valores mnimos

    de 2012/2013, acrescenta. Em seu

    entender, os consumidores com-

    preendem o valor do seguro, o va-

    lor que tem a proteo da sua vida

    e da vida de quem consigo viaja,

    bem como dos seus bens. No es-

    tranhamos, neste cenrio, que seja

    muito raro um cliente s querer o

    seguro mnimo e de a grande mai-

    oria querer outras coberturas,

    como Proteo do Condutor e ou-

    tros Ocupantes (POC) ou Quebra

    Isolada de Vidro (QIV) e, cada vez

    mais, Danos Prprios.

    Em matria de conhecimento,

    por parte dos condutores, de todos

    os cenrios em que podero ser

    responsabilizados, nota que, mui-

    tas vezes, existe um desconheci-

    mento do detalhe das regras do

    Cdigo da Estrada e, portanto, da

    atribuio da responsabilidade pe-

    los acidentes. Dando como exem-

    plos quem tem prioridade e como

    se circula nas rotundas ou as im-

    plicaes de estar estacionado, en-

    tre outros. H situaes no co-

    bertas, como acidentes em gara-

    gem prpria ou com familiares,

    que, por vezes, so desconhecidas

    e que s podem ser cobertas com

    outro tipo de seguros que no de

    o tnues os sinais de que os condutores portugueses procuram gastar mais para assegurar coberturas extra.uando nos limitamos ao mnimo e obrigatrio, as surpresas podem, de facto, deixar fortes marcas.

    GURO AUTOMVEL E RC DE TERCEIROS

    Quando no poupar pode mesmono estar o ganho

    DR

    NIA BEXIGA

    [email protected] Quebra de vidros, atosmaliciosos e catstrofes

    naturaos esto entreas preocupaes que

    esto a ganhar terreno

    entre os condutores

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    automvel. Mesmo assim, e gene-

    ricamente, a nvel do seguro auto-

    mvel, nota-se uma evoluo mui-

    to positiva no conhecimento que

    as pessoas tm sobre o que esto a

    segurar, remata.

    Na tica de Carlos Braga Lemos,

    diretor central de Mercado de Par-

    ticulares e membro da Comisso

    Executiva da Groupama Seguros,

    no seguro automvel, dada a sua

    obrigatoriedade, continua a verifi-

    car-se uma heterogeneidade na

    procura de solues. Se, por um

    lado, h clientes que visam garan-

    tir-se acima do mnimo obrigat-

    rio, chegando mesmo, em alguns

    casos, a pretenderem manter ou

    contratar coberturas de Danos

    Prprios para viaturas com capital

    j manifestamente baixo, pela sua

    antiguidade, outros pretendem

    uma tipologia de seguro minima-

    lista, que responda apenas ao le-

    galmente exigvel, explica.

    Considerando que as solues

    hoje existentes do, genericamen-

    te, resposta maioria das preocu-

    paes, com um bom equilbrio

    entre o conjunto de garantias e o

    respetivo prmio, chama a aten-

    o para o facto de, num futuro

    relativamente prximo, poderem

    comear a surgir inovaes espec-

    ficas, que iro influenciar a tipolo-

    gia de garantias, a formao do

    preo, bem como o modelo de con-

    tratao. Essa evoluo resultar

    do desenvolvimento que se est a

    verificar, desde logo ao nvel da se-

    gurana passiva e ativa das novas

    viaturas, com conexo e recolha

    de informaes que iro permitir

    respostas do lado das seguradoras

    mais adaptadas, em funo da ti-

    pologia de utilizao, quilmetros

    efetivamente percorridos, condu-

    o, etc. Carlos Braga coloca ain-

    da a tnica nas viaturas sem con-

    dutor, j em fase de testes, e que

    constituiro uma importante mu-

    dana de paradigma. Tudo isto

    ir determinar novas conceptuali-

    zaes no mbito das solues pa-

    ra o seguro automvel, com influ-

    ncia no modelo de formao do

    preo, conclui.

    As j referidas razes de ndole

    financeira tambm so para Rita

    Rosrio, da direo de Design e

    Gesto de Produto e gestora de

    produto da Liberty, o que mais

    pesa para a grande maioria dos

    proprietrios de veculos autom-

    veis, ao optarem por assegurar

    apenas a responsabilidade civil

    legalmente obrigatria. Alguns

    desses segurados solicitam anual-

    mente informao sobre os nveis

    dos prmios praticados por vrios

    seguradores tendo em vista fins

    comparativos, escolhendo o segu-

    ro de menor preo, sem olhar

    qualidade do produto e do servio

    do segurador. A responsvel frisa

    ainda que provm deste grupo os

    segurados que, tendo sido envolvi-

    dos em sinistro no garantido (e

    por isso obrigados a suportar os

    prejuzos), optam s pelo alarga-

    mento das garantias inicialmente

    contratadas. Mas, por outro lado,

    no deixa de salientar a existncia

    de um leque de clientes que reco-

    nhece a necessidade e o interesse

    em contratar outras garantias, no-

    meadamente, quebra de vidros, as-

    sistncia em viagem, proteo ju-

    rdica, furto ou roubo e atos mali-

    ciosos. Esse leque preocupa-se

    com a segurana de pessoas e bens

    e escolhe criteriosamente o con-

    junto de garantias, dentro dos li-

    mites da sua capacidade financei-

    ra. Nem todos o fazem voluntaria-

    mente, na medida em que, em

    caso de aquisio de veculo com

    base em financiamentos obtidos

    no mercado financeiro, a entidade

    financiadora impe uma larga co-

    bertura de garantias.

    Para Rita Rosrio, no h dvi-

    das de que a esmagadora maioria

    dos condutores tm perfeita cons-

    cincia dos riscos em que incorre.

    Porm, ressalva, muitos veculos, a

    maior parte deles em estado de

    manuteno deficitria, so pos-

    tos a circular sem seguro vlido,

    numa situao de risco iminente,

    para os respetivos proprietrios,

    de responsabilidade pelos aciden-

    tes que provoquem, envolvendo

    valores indemnizatrios elevados

    que no estaro em condies de

    satisfazer.

    Para a seguradora Generali,

    atualmente, verifica-se uma pro-

    cura pelo mdulo de coberturas

    mais baixo, associado ao preo m-

    nimo. Ou seja, os condutores pri-

    vilegiam a contratao do mdulo

    mais baixo de Responsabilidade

    Civil, o qual inclui a garantia mni-

    ma obrigatria em vigor de 6 mi-

    lhes de euros (5 milhes para da-

    nos corporais e 1 milho para da-

    nos materiais), sendo que este

    normalmente acompanhado pelas

    coberturas de Assistncia em Via-

    gem, Acidentes Pessoais e Proteo

    Jurdica. Adicionalmente, h mui-

    tos clientes que j no prescindem

    da cobertura de Quebra Isolada de

    Vidros. Em paralelo, a seguradora

    tem registado uma diminuio da

    procura e contratao das cobertu-

    ras de danos prprios, bem como reduo das coberturas includas

    nas aplices j contratadas. Uma

    situao que decorre da recesso

    econmica e do envelhecimento

    do parque automvel, justifica.

    Avaliando o conhecimento dos

    condutores sobre as suas responsa-

    bilidades, a seguradora frisa que

    apesar de em caso de sinistro, os

    condutores poderem ser responsa-

    bilizados pelos danos causados a

    terceiros, contando para tal com

    uma garantia de responsabilidade

    civil automvel cujos valores mni-

    mos esto definidos na lei, existem

    muitos e diversos riscos que no

    esto cobertos por esta cobertura e

    que, muitas vezes, so desconheci-dos. Nomeadamente, os danos

    causados a terceiros por carga mal

    acondicionada ou os danos em

    consequncia de operaes de car-

    ga e descarga. Para a Generali,

    tambm no que respeita aos limi-

    tes da prpria garantia de respon-

    sabilidade civil, se verifica um

    desconhecimento, designadamen-

    te de os condutores poderem vir a

    ser responsabilizados por valores

    indemnizatrios acima dos valores

    mnimos legais, embora a grande

    maioria dos sinistros sejam indem-

    nizados dentro dos valores mni-

    mos legais.

    Tambm para Lus Tavares, co-

    ordenador nacional da DS Seguros,

    o preo continua a ter especial n-

    fase. Existe ainda uma grande fal-

    ta de informao por parte dos cli-

    entes, desconhecendo que, na mai-

    oria dos casos, o que garantem de-

    terminadas coberturas, a impor-

    tncia das mesmas e as conse-

    quncias de no as ter contempla-

    das em caso de surgir um impre-

    visto, defende. A seu ver, a forma

    de trabalhar da maioria dos me-

    diadores s agrava este problema,

    pois, pressionados eventualmen-

    te pelo cliente, permitem que a

    tnica na discusso e na deciso se

    centre no preo, o que prejudica

    gravemente o cliente. O preo ,

    obviamente, um fator importante,

    mas, se muitos clientes soubessem

    o que realmente esto a contratar,

    acredito que prefeririam pagar

    mais 10 ou 20 euros por ano e, des-

    ta forma, ter um seguro auto com

    melhores coberturas, permitindo,

    em caso de sinistro ou imprevis-

    tos, poupar muitas centenas ou

    mesmo milhares de euros.

    Avaliando at que ponto os con-

    dutores esto devidamente escla-

    recidos, Lus Tavares principia

    afirmando que, no que toca res-

    ponsabilidade sobre terceiros, a co-

    bertura obrigatria e definida

    por lei, mas o cliente pode optar

    por ter o valor de responsabilidade

    civil de seis milhes de euros, mais

    frequente at hoje, ou de 50 mi-

    lhes (mais aconselhada). Uma si-

    tuao que decorre dos montantes

    de indemnizao que os tribunais

    comeam a fixar em alguns pro-cessos, em que os 6 milhes po-

    dem mesmo no chegar em al-

    guns tipos de sinistros, especial-

    mente quando envolve morte ou

    invalidez de vrias pessoas. Por ou-

    tro lado, entende que importa sa-

    lientar o desconhecimento que

    existe em termos de coberturas de

    assistncia em viagem, quebra de

    vidros e franquias, onde os clien-

    tes, evitando pagar um pouco

    mais, arriscam ter de suportar mi-

    lhares de euros de despesas no

    cobertas.

    JAna Cardoso, diretora da MDS

    Affinity, faz tambm depender do

    perfil do condutor e da idade do

    veculo, o tipo de coberturas queso contratadas no seguro auto-

    mvel. Os clientes com veculos

    mais recentes, at 3-4 anos, prefe-

    rem investir um pouco mais e ha-

    bitualmente subscrevem um pro-

    duto mais completo (vertente Da-

    nos Prprios) que em caso de per-

    da total garante um valor da in-

    demnizao ainda relevante. Natu-

    ralmente que, para veculos com

    mais idade e onde o valor comer-

    cial muito inferior, a procura re-

    cai para seguros com as coberturas

    mnimas. Como em 2015 se regis-

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    um aumento na venda de via-

    s novas, sentiu-se uma maior

    ura de seguros de Danos Pr-s, elucida a responsvel.

    o que respeita ao preo, senteo cliente nem sempre procura

    eo mnimo, pois sabe que asdies das coberturas ofereci-so tambm muito limitadas.

    ma de tudo, procura uma boao num nvel de preo que

    idere justo e equilibrado. Adi-

    almente, temos tambm veri-do que, fruto dos acontecimen-

    ocorridos no setor bancrio erador, o tema da credibilidade

    stentabilidade cada vez mais

    fator adicional de preocupaoclientes.

    na Cardoso considera ainda ser

    ito difcil que os condutoresham o total conhecimento do

    ito das coberturas que subs-

    em, pelo que o papel dosetores e das seguradoras fun-

    ental no sentido de clarificar eicar o que est coberto. Mas

    ou mais importante explicar ono est coberto dando exem-

    das situaes mais comuns de

    uso. E alerta para o facto dedos temas que tem surgido

    s recentemente o fenmenotetos panormicos das viatu-

    e o seu enquadramento na co-

    ura de Quebra Isolada de Vi-. Existem seguradores que

    uem os tetos panormicos no

    ito desta cobertura e, muitases, os condutores desconhecem

    situao at ao momento emo sinistro ocorre. Dado o cres-

    ento de viaturas com este tipo

    eto, torna-se premente alertarlientes desta situao antes de

    creverem o seguro, bem comoecessrio que as seguradoras

    ondam rapidamente a estas

    dades e tendncias das viatu-

    fechar, d ainda conta de umo tema, sobre o qual nem to-

    os condutores tm conheci-

    nto completo e do mbito dartura de Acidentes Pessoais,

    garmente designada por Ocu-tes e onde, mais uma vez, as

    radores tm polticas distin-Existem seguros que conside-que o condutor um ocupan-

    por isso, est abrangido por

    cobertura mas outros apenasegem os acompanhantes. En-

    o que esta cobertura deveriamais promovida pois oferece

    a boa proposta preo/qualida-

    rtur Lucas, diretor de Desen-

    imento de Solues de Merca-

    a Zurich em Portugal, comea

    salientar que a j to mencio-

    a preferncia pelo preo emimento de uma proteo ajus-

    aos riscos que lhe esto asso-os muitas vezes responsvel

    elevados prejuzos, com im-

    o direto no acervo patrimonial

    de cada um. Ainda assim, compre-ende que nem sempre seja fcil

    ajustar o seguro s reais necessida-

    des - por desconhecimento do le-que de coberturas disponveis no

    mercado e das propostas maisajustadas -, pelo que recomenda

    sempre, o recurso mediao

    profissional, para que a deciso sefaa de forma esclarecida e infor-

    mada.Tendo em conta o atual padro

    de compra de coberturas, o res-

    ponsvel conclui que existem hojenovos riscos que so, muitas vezes,

    relegados para segundo plano.

    Referimo-nos aos riscos catastr-ficos da natureza, nomeadamente

    os que resultam de inundaes etempestades. Mas muitos portu-

    gueses ainda no interiorizaram o

    facto de que estes acontecimentospodem afetar os seus bens, neste

    caso, o automvel, que, no caso deestar na via pblica, v aumentado

    o grau de risco, elucida. Na suaopinio, tambm os riscos relacio-nados com atos de terrorismo,

    vandalismo e maliciosos no de-vem tambm ser ignorados e me-

    recer mesmo uma especial aten-

    o.A experincia de Sofia Toms,

    responsvel da Oferta e Segmento

    Mass Market da AXA Portugal, diz-

    -nos que, neste momento, os clien-

    tes procuram um seguro autom-vel que lhes garanta, para alm do

    seguro mnimo obrigatrio, outras

    coberturas, nomeadamente Assis-tncia em Viagem, Proteo Jurdi-

    ca, Acidentes Pessoais e Quebra de

    Vidros. E a responsvel reala ain-da que, os segmentos de cliente

    com maior poder de compra con-sideram tambm a compra de co-

    berturas de Danos Prprios comoChoque, Coliso ou Capotamento,

    Furto ou Roubo e Incndio, Raio

    ou Exploso. E por estas razes aseguradora passou a disponibilizar

    uma cobertura de Seguro de Pneuque, sendo opcional, est a ter

    uma procura acima do previsto,

    frisou.Quanto ao conhecimento dos

    condutores, apesar de considerar

    que o seguro automvel um pro-duto bem conhecido pela genera-

    lidade, alerta para o facto de exis-tirem ainda muitas dvidas no

    que diz respeito s coberturas e o

    seu mbito de garantia, sobre Atos

    de Vandalismo ou Fenmenos daNatureza.

    Para Lusa Nunes, subscritora

    automvel da Victoria Seguros, apalavra de ordem para a procura

    exigncia. Atualmente, quando

    subscrevem o seguro obrigatrio

    de responsabilidade civil, os clien-tes, esto mais exigentes no preo

    e tambm na contratao de co-berturas adicionais, esclarece. Re-

    lembrando que, no seguro auto-

    mvel, a nica cobertura obrigat-ria a responsabilidade civil, mas

    que esta s responde pelos seus da-nos perante terceiros, sublinha

    que cada vez mais, e perante a

    crescente variedade de riscos comque os condutores se deparam nas

    estradas, insuficiente. Lusa Nu-

    nes revela ainda que particular-mente os proprietrios de veculos

    novos, pretendem contratar omximo de coberturas adicionais

    com o objetivo de assumir o mni-mo de prejuzos em caso de aci-dente e, por sua vez, transferi-los

    para a seguradora.Lanando igualmente o desafio

    de avaliar o quanto sabem os

    condutores sobre as suas responsa-bilidades, defende que os conduto-

    res mostram ser cada vez mais co-nhecedores do mbito das cober-

    turas existentes. Embora no dia a

    dia ainda apaream situaes queo condutor desconhea e das quais

    no poder ser indemnizado, pois

    determinadas situaes encon-tram-se excludas do mbito dos

    seguros contratados, salvaguar-

    da.Neste contexto, aponta como

    um dos cenrios mais comuns, acobertura de Furto ou Roubo

    aquando da ocorrncia de um fur-to na bagagem pessoal, revelando

    desconhecer que garante apenas a

    indemnizao em consequnciade desaparecimento, destruio ou

    deteriorao por motivo de furto,roubo do veculo seguro e no o

    simples furto da sua bagagem.

    Outro dos cenrios o da cober-tura de Choque, Coliso e Capota-

    mento, na qual so participados

    danos, por exemplo, nas jantes epneus sem que tenha ocorrido

    qualquer choque, coliso ou capo-tamento que condio para fazer

    funcionar a garantia da aplice.

    AUTO E RC TERCEIROS. CONCORRNCIA

    Ficar o clientesempre a ganhar?

    Que saudvel e salutar, todos defendem. Mas sobrequem ganha e a que preo, as opinies j se dividem.

    Motor consensual do desenvolvi-mento de um qualquer setor, a

    concorrncia, tambm se agigan-

    ta no setor segurador e particu-

    larmente no universo Auto e daRC de Terceiros.

    Principalmente nos ltimos 10

    anos, Joo Gama, diretor de Mar-

    keting e Comunicao da Map-fre, considera que se tem assisti-

    do a um aumento da concorrn-cia que pressionou muito a que-

    da dos preos. Facto a que no se-

    r alheia, na sua opinio, a pr-pria estrutura e concentrao do

    mercado. Podemos dizer que, aoter permitido uma queda to

    acentuada nos preos, ela benefi-

    ciou os consumidores, apesar dotrabalho notvel que nos ltimos

    anos se fez no setor segurador,

    em que, no obstante o contextoeconmico adverso, consegui-

    mos otimizar as operaes. De-fende ainda que vamos assistir a

    uma recuperao no preo.

    Jos Pedro Incio, administra-dor da Logo, defende, convicta-

    mente que o preo dos segurosdeve derivar de uma cuidada

    anlise de risco e no de uma

    guerra de preos. A primeirafavorece claramente o consumi-

    dor, uma vez que assegura que aseguradora ser estvel e susten-

    tvel e, quando for necessrio,

    ter dinheiro para pagar o sinis-tro. J a segunda, poder colocar

    em causa a solvabilidade da segu-

    radora e a capacidade de fazer fa-ce s responsabilidades. Em sua

    opinio, importa entender, por

    um lado, qual a situao das se-guradoras em termos de solvabi-

    lidade e, por outro, qual a evolu-

    o em termos de sinistralidadee custos de reparao.

    Tambm Carlos Braga Lemos,

    diretor central de Mercado deParticulares e membro da Comis-

    so Executiva da Groupama Se-guros considera que a concorrn-

    cia salutar e favorece, quase

    sempre, o cliente. Contudo,alerta: h limites a partir dos

    quais se pode desvirtuar e poten-ciar efeitos perniciosos a mdio

    prazo. Depois de uma fase de

    melhorias evidentes na sinistrali-dade, que permitiram contempo-

    rizar com a presso concorren-cial, admite que possamos estar

    a entrar num ciclo inverso.Rita Rosrio, da direo de De-

    sign e Gesto de Produto da Li-

    berty, para alm de reconhecer oquanto salutar a concorrncia,

    advoga que pode trazer benef-

    cios para todas as partes. Nomercado portugus, a concorrn-

    cia no ramo automvel muito

    forte, levando as seguradoras aesmagar os prmios. O prmio

    mdio tem vindo a baixar comoconsequncia da concorrncia,

    mas tambm de outros fatores,

    como a diminuio da sinistrali-dade, a menor circulao rodovi-

    ria e algumas seguradoras ope-rarem, em exclusivo ou predomi-

    nantemente, atravs de canais

    online e telefonicamente.

    DR

    DR