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Curso de Preveno de Acidentes Aeronuticos
Manuteno de Aeronaves S U M R I O
SUMRIO
CURSO DE PREVENO DE ACIDENTES AERONUTICOS MANUTENO DE AERONAVES 7
1.1 ABERTURA...................... ........................................................................................................................................................ 7
1.2 ESTRUTURA DO CURSO .................................................................................................................................................... 7
1.3 VDEO DE APRESENTAO .............................................................................................................................................. 7
1.5 SEGURANA DE VOO ........................................................................................................................................................ 8
1.6 APRIMORAMENTO DE PROFISSIONAIS ....................................................................................................................... 8
1.7 APRESENTAO DO CURSO ............................................................................................................................................ 9
1.8 ASSUNTOS ABORDADOS ................................................................................................................................................. 9
MDULO 1 A PREVENO NA MANUTENO DE AERONAVES .......................................... 11
APRESENTAO ........................................................................................................................................................................ 11
UNIDADE 1 INTRODUO ............................................................................................................... 11
1.1 MANUTENO................................................................................................................................................................... 11
1.2 ENCARGO DA MANUTENO ...................................................................................................................................... 11
1.3 CUSTOS ................................................................................................................................................................................ 11
1.4 TRANSMISSO DE CONHECIMENTOS FUNDAMENTAIS .................................................................................... 12
SNTESE ....................................................................................................................................................................................... 12
UNIDADE 2 PRINCPIOS BSICOS DE MANUTENO ..................................................................... 12
2.1 CONTIGNCIAS .................................................................................................................................................................. 12
2.2 ASPECTOS DA MANUTENO DE AERONAVES ..................................................................................................... 12
2.3 NECESSIDADE DE CONSERVAO ............................................................................................................................. 132.4 ESTADO INICIAL ................................................................................................................................................................. 13
2.4.1 ENGENHARIA DE SEGURANA DE SISTEMAS..................................................................................................... 14
2.4.2 ESPECIFICAES DA ENGENHARIA ........................................................................................................................ 14
2.4.3 FINALIDADES DA MANUTENO ........................................................................................................................... 14
2.5 CORRER DO TEMPO .......................................................................................................................................................... 14
2.5.1 TEMPO DE DETERIORAO ....................................................................................................................................... 15
2.5.2 PROGRAMAO DA MANUTENO ...................................................................................................................... 15
2.5.3 AVALIAO DA FUNO DE DETERIORAO .................................................................................................... 15
2.5.4 ADAPTAO DAS PROGRAMAES ....................................................................................................................... 16
2.6 LIMITE PARA A DETERIORAO ................................................................................................................................... 16
2.6.1 ALTERAES NOS LIMITES INICIAIS ....................................................................................................................... 162.6.2 LISTA DE REQUISITOS MNIMOS .............................................................................................................................. 17
2.7 OBJETIVO PRIMORDIAL .................................................................................................................................................. 17
2.7.1 MANUTENO PREVENTIVA ..................................................................................................................................... 17
2.7.2 ATIVIDADES DO PROCESSO DE MANUTENO ................................................................................................ 18
2.7.3 CLASSIFICAO DOS SERVIOS .............................................................................................................................. 18
2.8 PROCESSO HT ..................................................................................................................................................................... 18
2.9 MANUTENO SOB CONDIO OC ...................................................................................................................... 19
2.9.1 ITENS CLASSIFICADOS NA CATEGORIA OC ......................................................................................................... 19
2.9.2 RESSALVA .......................................................................................................................................................................... 19
2.10 MANUTENO COM MONITORAMENTO DA CONDIO CM................................................................... 20
2.10.1 MANUTENO NO PROGRAMADA.................................................................................................................... 20
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UNIDADE 5 CONDIES AMBIENTAIS ............................................................................................. 36
5.1 ATIVIDADE CONSTANTE ................................................................................................................................................. 365.2 VANTAGENS DE UM TCNICO DE MANUTENO............................................................................................... 36
5.3 SITUAES A SEREM OBSERVADAS........................................................................................................................... 36
5.4 CONDIES QUE FAVORECEM OCORRNCIAS DE ACIDENTES ...................................................................... 36
SNTESE ....................................................................................................................................................................................... 37
UNIDADE 6 CONCLUSO ................................................................................................................. 37
6.1 ASPECTOS IMPORTANTES DE MANUTENO ....................................................................................................... 37
6.3 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................................................................................... 38
AUTOAVALIAO ..................................................................................................................................................................... 38
MDULO 2 UNAPPROVED PARTS......................................................................................... 39
APRESENTAO ........................................................................................................................................................................ 39
UNIDADE 1 INTRODUO ............................................................................................................... 39
1.1 UNAPPROVED PARTS ....................................................................................................................................................... 39
1.2 UNAPPROVED PARTS EXEMPLO 1........................................................................................................................... 39
1.3 TIPOS DE PARAFUSO ....................................................................................................................................................... 40
1.4 EXEMPLO 2 .......................................................................................................................................................................... 40
SNTESE ....................................................................................................................................................................................... 40
UNIDADE 2 DOCUMENTOS E DEFINIES IMPORTANTES ............................................................. 41
DOCUMENTOS E DEFINIES IMPORTANTES .............................................................................................................. 41
2.3 TERMOS IMPORTANTES .................................................................................................................................................. 42
2.4 PRODUTOS AERONUTICOS......................................................................................................................................... 42SNTESE ....................................................................................................................................................................................... 43
UNIDADE 3 CONTROLE DA ORIGEM DAS PEAS ............................................................................ 43
3.1 CONTROLE DA ORIGEM DAS PEAS....... ................................................................................................................... 43
3.2 ORIGEM DAS UNAPPROVED PARTS ........................................................................................................................... 43
SNTESE ....................................................................................................................................................................................... 46
UNIDADE 4 APROVAO ................................................................................................................ 46
4.1 APROVAO DA PEA ..................................................................................................................................................... 46
4.2 APROVAO DA PEA PELA APAA .............................................................................................................................. 46
4.3 EXEMPLOS ........................................................................................................................................................................... 47
SNTESE ....................................................................................................................................................................................... 47
UNIDADE 5 PROCEDIMENTOS DE RECEBIMENTO ........................................................................... 475.1 DETALHAMENTO DOS PROCEDIMENTOS ................................................................................................................ 47
5.2 DESCRIO DE PROCEDIMENTOS .............................................................................................................................. 48
5.3 DOCUMENTOS VERIFICADOS ...................................................................................................................................... 48
5.4 INSPEO FSICA DA PEA ........................................................................................................................................... 48
5.5 PROCEDIMENTOS-PADRO PARA O RECEBIMENTO DE MATERIAL AERONUTICO........ ......................... 49
SNTESE ....................................................................................................................................................................................... 49
UNIDADE 6 EXEMPLOS DE PARTES NO APROVADAS ................................................................... 49
6.1 EXEMPLOS ........................................................................................................................................................................... 49
SNTESE ....................................................................................................................................................................................... 50
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UNIDADE 7 CONCLUSO ................................................................................................................. 51
7.1 LEITURA RECOMENDADA .............................................................................................................................................. 517.2 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................................................................................... 51
AUTOAVALIAO ..................................................................................................................................................................... 51
MDULO 3 CUIDADOS COM COMBUSTVEIS E LUBRIFICANTES ........................................ 53
APRESENTAO ........................................................................................................................................................................ 53
UNIDADE 1 INTRODUO ............................................................................................................... 53
1.1 PROGRESSO DA INDSTRIA AERONUTICA ........................................................................................................ 53
1.2 COMPLEXIDADE DAS ETAPAS DA AVIAO ........................................................................................................... 53
1.3 FATORES CONTRIBUINTES PARA ACIDENTES ......................................................................................................... 54
SNTESE ....................................................................................................................................................................................... 54
UNIDADE 2 COMBUSTVEIS E LUBRIFICANTES AERONUTICOS ................................................... 54
2.1 DESTILAO ....................................................................................................................................................................... 54
2.2 REFINAO DO PETRLEO............................................................................................................................................ 54
2.3 PRINCIPAIS COMBUSTVEIS DE AVIAO ................................................................................................................ 55
2.4 GASOLINA MOTORES CONVENCIONAIS .............................................................................................................. 56
2.4.1 GASOLINA DE AVIAO .............................................................................................................................................. 56
2.4.2 GOMA ................................................................................................................................................................................ 56
2.5 QUEROSENE ........................................................................................................................................................................ 57
2.6 UBRIFICANTES DE AVIAO ......................................................................................................................................... 57
2.7 LEOS PARA MOTORES CONVENCIONAIS .............................................................................................................. 57
2.8 LEOS PARA REATORES .................................................................................................................................................. 582.8.1 CUIDADOS ESPECIAIS .................................................................................................................................................. 58
2.9 FLUIDOS HIDRULICOS ................................................................................................................................................. 59
2.10 GRAXAS PARA AERONAVES ......................................................................................................................................... 59
SNTESE ....................................................................................................................................................................................... 59
UNIDADE 3 SEGURANA ................................................................................................................. 60
3.1 ELETRICIDADE ESTTICA ............................................................................................................................................... 60
3.1.1 USO DO ADITIVO DISSIPADOR ................................................................................................................................. 60
3.1.2 PERIGO ............................................................................................................................................................................... 60
3.1.3 REGRAS DE SEGURANA ............................................................................................................................................ 61
3.2 CONTAMINAO ............................................................................................................................................................... 61
3.2.1 CONTAMINAO DE COMBUSTVEL PELA GUA............................................................................................. 623.2.2 VERIFICAO DA GUA EM TANQUES ................................................................................................................. 62
3.2.3 PROCEDIMENTOS .......................................................................................................................................................... 63
3.3 CONTAMINAO POR IMPUREZAS ............................................................................................................................ 63
3.4 CONTAMINAO ENTRE PRODUTOS MISTURADOS................................................ ............................................ 63
3.4.1 PARTICULARIDADES ..................................................................................................................................................... 64
3.5 CONTAMINAO POR ATIVIDADE MICROBIOLGICA..................... ................................................................... 64
3.5.1 DESENVOLVIMENTO DE FUNGOS........................................................................................................................... 65
3.5.2 IDENTIFICAO E COMBATE DA ATIVIDADE BIOLGICA .......................................................................... 65
3.6 TENSOATIVOS ..................................................................................................................................................................... 66
3.6.1 QUESTIONAMENTOS .................................................................................................................................................... 66
3.7 INTOXICAO .................................................................................................................................................................... 67
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3.8 MEDIDAS PREVENTIVAS ................................................................................................................................................. 67
SNTESE ....................................................................................................................................................................................... 67UNIDADE 4 ARMAZENAMENTO ...................................................................................................... 67
4.1 ARMAZENAMENTO DE COMBUSTVEIS GRANEL ............................................................................................. 67
4.2 ARMAZENAMENTO DE COMBUSTVEIS TAMBOR ............................................................................................ 68
4.2.1 CARACTERSTICAS DO ARMAZENAMENTO ......................................................................................................... 68
4.2.2 CUIDADOS............................................. ........................................................................................................................... 68
4.2.3 ANLISE DOS COMBUSTVEIS DE AVIAO ....................................................................................................... 69
4.3 ARMAZENAMENTO DE LUBRIFICANTES LATAS E BALDES ............................................................................ 69
4.3.1 VIDA TIL DOS LUBRIFICANTES .............................................................................................................................. 69
4.4 ARMAZENAMENTO DE LUBRIFICANTES TAMBORES ...................................................................................... 70
4.4.1 PERIGO DE INCNDIO .................................................................................................................................................. 70
SNTESE ....................................................................................................................................................................................... 70
UNIDADE 5 ACIDENTES E PROCEDIMENTOS DE INVESTIGAO ................................................... 70
5.1 ACIDENTES .......................................................................................................................................................................... 70
5.2 PERIGO DE FOGO .............................................................................................................................................................. 71
5.3 OBTENO DE AMOSTRAS ........................................................................................................................................... 71
5.3.1 PRECAUES ................................................................................................................................................................... 72
5.3.2 ENVIO DE AMOSTRAS PARA ANLISE .................................................................................................................... 72
5.3.3 CUIDADOS............................................. ........................................................................................................................... 73
5.3.4 RETIRADA DO COMBUSTVEL ................................................................................................................................... 73
5.3.5 INSTRUES PARA ACIDENTES ................................................................................................................................ 74
5.3.6 OUTRAS INSTRUES .................................................................................................................................................. 745.4 AMOSTRAS DE AERONAVES COM MOTORES A PISTO ..................................................................................... 74
5.4.1 RECOLHIMENTO DE AMOSTRAS .............................................................................................................................. 75
5.5 AMOSTRAS DE AERONAVES A JATO ........................................................................................................................... 75
5.5.1 RECOLHIMENTO DE AMOSTRAS DE AERONAVES A JATO .............................................................................. 75
5.6 AMOSTRAGEM DE FLUIDOS, GRAXAS OU COMPOSTOS ................................................................................... 76
5.7 CONSIDERAES E INFORMAES IMPORTANTES ............................................................................................. 76
SNTESE ....................................................................................................................................................................................... 77
UNIDADE 6 CONCLUSO ................................................................................................................. 77
6.1 CONCLUSES ..................................................................................................................................................................... 77
6.2 ALERTAS ................................................................................................................................................................................ 78
6.3 INVESTIGAO DE ACIDENTES ................................................................................................................................... 78SNTESE ....................................................................................................................................................................................... 78
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................................................................................... 78
AUTOAVALIAO ..................................................................................................................................................................... 79
ENCERRAMENTO ................................................................................................................................ 79
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CURSO DE PREVENO DE ACIDENTES AERONUTICOS MANUTENO DE
AERONAVES
1.1 ABERTURA
Vamos dar incio a mais um curso?
Esse o Curso de Preveno de Acidentes Aeronuticos Manuteno de Aeronaves CPAA-
MA.
Veja, na prxima tela, os assuntos que sero abordados.
1.2 ESTRUTURADOCURSO
Este curso est dividido em trs mdulos.
So eles...
Mdulo 1 A Preveno na Manuteno de Aeronaves
Mdulo 2 Unapproved Parts
Mdulo 3 Cuidados com Combustveis e Lubrificantes
1.3 VDEODEAPRESENTAO
Antes de mergulharmos no contedo deste curso, vamos ouvir as palavras que o Ten Cel R1 Esp
Av Jocelyn Santos dos Reis tem a nos dizer.
O desenvolvimento da indstria aeronutica como consequncia dos avanos da engenharia
que ocorreram nas ltimas dcadas...
...proporcionou a produo de aeronaves cada vez mais sofisticadas.
Como consequncia desse desenvolvimento, as aeronaves da atualidade deixam estupefatas as
velhas guiasdos anos 1940 e 1950.
Ol! Seja bem-vindo!
Ele preparou um vdeo para ns.
Assista-o no ambiente on-line
Em funo de uma engenharia ainda incipiente, as falhas mais comuns
naquela poca que tinham sua origem no fator material, passaram a ter como
principal fator contribuinte ofator humano, centrado na interface homem-
mquina.
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1.5 SEGURANADEVOO
A Segurana de Voo ou segurana das operaes areas uma virtualidade sustentada por um
trip formado por trs integridades...
1.6 APRIMORAMENTODEPROFISSIONAIS
Nessa poca, todas as reas do conhecimento humano envolvidas na fabricao de aeronaves
eram apenas sombra do que so hoje.
Tendo esse cenrio como pano de fundo e como meta o desenvolvimento da segurana na
atividade aeronutica...
...tornou-se fundamental o investimento na capacitao e no aprimoramento do
homem que trabalha nesse fascinante campo profissional.
Como a Qualidadeno um ponto a ser atingido, mas uma direo a ser tomada e mantida...
...a formao de profissionais da rea de Segurana de Voo tambm requer um contnuo
aprimoramento.
Em todas essas integridades, o elemento-chave est centralizado no
homem.
A despeito de todo o progresso cientfico-tecnolgico empregado na
manufatura das aeronaves de hoje, o homem continua cometendo as mesmasfalhas desde os anos 1930 e 1940.
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1.7 APRESENTAODOCURSO
Em consonncia com o progresso dos meios de transmisso do conhecimento, o CENIPA vem
ministrando o Curso Bsico de Preveno de Acidentes Aeronuticos na modalidade de Ensino a
Distncia EAD.
Como, no presente curso, o foco a integridade da manuteno, esta introduo
dirigida aos alunos do Curso de Preveno de Acidentes Aeronuticos-Manuteno de
Aeronaves CPAA-MA.
1.8 ASSUNTOSABORDADOS
Vejamos, com mais detalhes, o foco de cada um dos assuntos abordados neste curso...
O item Preveno na Manuteno de Aeronavesaborda os conhecimentos e as prticas
fundamentais que regem todas as atividades de preveno nos trabalhos de
manuteno aeronutica.
O item Unapproved Parts enumera, principalmente, todas as prticas preventivas contra
a aquisio de peas Parts ou componentes falsificados ou adulterados para emprego
em aeronaves.
Esse rendoso mercado constitui um grande perigo para a operao de aeronaves.
O item Cuidados com Combustveis e Lubrificantesdiz respeito s normas e s prticas
padronizadas com relao ao manuseio de combustveis e lubrificantes de aviao.
Vrios acidentes aeronuticos j ocorreram tendo como principal fator contribuinte as
falhas humanas no manuseio de combustveis e lubrificantes de aviao.
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MDULO 1 A PREVENO NA MANUTENO DE AERONAVES
APRESENTAO
Este mdulo est dividido em seis unidades...
Unidade 1 Introduo
Unidade 2 Princpios Bsicos de Manuteno
Unidade 3 Sistema de Manuteno
Unidade 4 Vulnerabilidades da Manuteno
Unidade 5 Condies Ambientais
Unidade 6 Concluso
UNIDADE 1 INTRODUO
1.1 MANUTENO
A funomanutenocompreende uma srie de aes executadas para conservar todo o material
existente em condio de uso...
...ou restaurar esses materiais condio de uso.
As aes executadas para atingir tais objetivos compreendem...
...assistncia tcnica, inspees, testes, medidas de conservao e classificao quanto
ao estado, ao reparo, ao acondicionamento, recuperao e ao salvamento.
1.2 ENCARGODAMANUTENO
Em uma concepo mais ampla, a manuteno tem por encargo o conjunto de aes ou de
medidas necessrias para...
preservar o material, a fim de mant-lo em servio;
restituir suas condies de utilizao, em caso de deteriorao;
prover a mxima segurana em sua operao;
estender a sua vida til tanto quanto seja desejvel e vivel tcnica eeconomicamente.
1.3 CUSTOS
Na atividade area, a exemplo de quase todas as atividades que pratica, o homem sempre avalia
a relao custo-benefcio.
Em aviao, entre os custos eventuais, temos...
...os acidentes que podem significar perdas de vidas humanas...
Os custos podemser normais ou eventuais.
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...os prejuzos materiais...
...alm do comprometimento da imagem da Organizao.
1.4 TRANSMISSODECONHECIMENTOSFUNDAMENTAIS
Quando ocorre um acidente aeronutico cujas causas no se evidenciam de imediato, certamente
o setor de manuteno da empresa ou organizao ser investigado.
Em funo disso, o objetivo deste mdulo transmitir os conhecimentos fundamentais
que norteiam as atividades de preveno nos trabalhos de manuteno de aeronaves.
SNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a sntese desta unidade.
UNIDADE 2 PRINCPIOS BSICOS DE MANUTENO
2.1 CONTIGNCIAS
Embora as atividades de manuteno sejam comuns a qualquer tipo de trabalho em que haja
instalaes, equipamentos e veculos...
...a manuteno de aeronaves recebe uma nfase toda especial que deriva de trs
contingncias.
Tais contingncias so...
A preservao de vidas humanas est intimamente ligada perfeita execuo da
manuteno das aeronaves.
Por consideraes de limitao de peso, os chamados coeficientes de segurana
dentro da conceituao de resistncia dos materiais precisam ser os menores possveis
nas aeronaves.
As estruturas das aeronaves ficam sujeitas a condies ambientais de variaes muito
amplas e a complexos esforos dinmicos, que implicam condies de fadiga estrutural
de difcil compreenso e controle.
2.2 ASPECTOSDAMANUTENODEAERONAVES
A manuteno de aeronaves como a manuteno de qualquer outro equipamento fundamenta-
se nos seguintes aspectos...
Estado inicial...Constituio do novo na condio de operao.
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Correr do tempo...
Alterao da condio do equipamento e sua deteriorao em funo da atuao deforas sobre ele.
Limite para a deteriorao...
Condio em que, embora alterado o estado inicial, temos uma deteriorao dentro
de limites permissveis, preestabelecidos.
Objetivo primordial...
Impedimento, sustao ou correo do processo de deteriorao, de modo a manter o
padro de aceitao sempre dentro dos limites permitidos.
2.3 NECESSIDADEDECONSERVAO
Em toda a organizao, os sistemas de manuteno, os mtodos e as normas adotadas so
estabelecidos no pressuposto da validade dos princpios vistos.
Nesse sentido, convm examinarmos esses princpios e sua possvel contestao, ou
seu grau de maior ou menor relatividade.
Como o prprio vocbulo indica,manter no criar, alterar, modificar, suprimir...
Manter conservar!
2.4 ESTADOINICIAL
Vamos conhecer, mais detalhadamente, os aspectos da manuteno de aeronaves...
1 Aspecto O Estado Inicial
A manuteno pressupe a validade do primeiro aspecto o estado inicial.
Nesse sentido, o estado inicial representa o padro ideal, e a finalidade da manuteno
conserv-lo.
No caso de aeronaves, o estado inicial resulta, fundamentalmente, da concepo do projeto e da
fabricao fator material.
Dessa forma, se objetivamos ter uma aeronave segura, essa segurana tem de ser
implementada no projeto de fabricao.
Os aperfeioamentos que derivam de modificaes do estado inicial
constituem, basicamente, uma atividade pautada no conhecimento tcnico e
realizada ou determinada pelo setor de engenharia competente.
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2.4.1 ENGENHARIADESEGURANADESISTEMAS
Com a implementao da segurana no projeto de fabricao, o avio e o helicptero, em seu
estado de novo, iro corresponder ao padro de segurana almejado.
Alm disso, ser possvel manter esse padro e conserv-lo por meio da manuteno.
Da a relevante posio da chamada engenharia de segurana dos sistemas, na fase de projeto, e
do controle de qualidade, na fase de fabricao.
No entanto, em muitos casos, a experincia indicar falhas ou deficincias no projeto ou fabricao.
2.4.2 ESPECIFICAESDAENGENHARIA
Eventualmente, quando a falha ou a deficincia inicial tiverem sua causa no controle de qualidade...
...a correo dessas falhas e deficincias representar uma atividade da manuteno.
No entanto, quando a falha inicial tiver como causa uma ou mais deficincias de projeto, a
atividade caber engenharia.
As especificaes originais so um trabalho da engenharia.
Consequentemente, as alteraes dessas especificaes tambm sero trabalho daengenharia.
2.4.3 FINALIDADESDAMANUTENO
A engenharia de qualquer organizao tcnica de aviao deve estar permanentemente atenta
para descobrir possveis falhas no que chamamos o estado inicial.
Dessa forma, todo o trabalho da manuteno deve ter como objetivo conserv-lo,
mant-lo, preserv-lo, mas no modific-lo.
2.5 CORRERDOTEMPO
A deteriorao do estado inicial com o correr do tempo a contingncia universal do
envelhecimento, com as suas consequncias.
No s os organismos vivos envelhecem...
...o desgaste, a fadiga e a corroso tambm ocorrem na matria sem vida, nos
mecanismos inanimados.
As modificaes s podem advir como resultado do trabalho da engenhariado operador ou do fabricante que atuam por meio de Ordens Tcnicas, Boletins
de Servio, Boletins Tcnicos...
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Do ponto de vista daSegurana de Voo, expressamente importante conhecer as leis de variao
das deterioraes com o tempo cronolgico.
2.5.1 TEMPODEDETERIORAO
Como em certos tipos de corroso, muitas vezes o tempo de inatividade mais importante do
que o tempo de atividade.
O inverso se d com a fadiga e com o desgaste.
Quando a operao da aeronave constante como no caso das companhias areas , h uma
interligao entre o tempo de atividade e o tempo de inatividade.
Nesse contexto, possvel simplificar o problema da deteriorao com o tempo,
referindo-nos apenas ao tempo de atividade ou, como costumamos dizer, s horas de
voo.
2.5.2 PROGRAMAODAMANUTENO
J em outros tipos de operao menos constantes, como o caso o da aviao geral ou da aviao
militar...
...o problema de equacionarmos a deteriorao em funo do tempo cronolgico
pode ser extremamente difcil e complexo.
Em funo disso, na programao da manuteno, sempre faremos referncia aos dois tempos...
o tempo ocorrido pura e simplesmente;
o tempo de funcionamento ou horas de voo.
Na maioria das vezes, condicionaremos os trabalhos de manuteno ao prazo que primeiro
ocorrer meses, anos ou horas de funcionamento.
2.5.3 AVALIAODAFUNODEDETERIORAO
A avaliao da funo de deteriorao do estado inicial com o tempo um requisito bsico parao estabelecimento de qualquer programao de manuteno.
Alm disso, em face da complexidade do problema, que no comporta um tratamento
terico simples, tal avaliao fundamentalmente emprica.
Essa avaliao pressupe uma experincia anterior, que se transfere, por analogia, a situaes
comparveis.
Por isso, o estabelecimento de programaes de manuteno originais s deve ser
feito por organizaes que possuam o back-ground, a experincia e o know-howindispensveis.
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2.5.4 ADAPTAODASPROGRAMAES
O trabalho dessas organizaes ter de ser o de adaptao de programas estabelecidos por
organizaes mais aptas s condies que lhes so peculiares...
...pois nisso que elas diferem das organizaes do modelo copiado.
Em grande parte, o xito do transplante de programaes de manuteno consiste na adaptao
correta dessas programaes.
2.6 LIMITEPARAADETERIORAO
O terceiro aspecto que assinalamos tambm necessrio para a implantao de um programa de
manuteno.
J vimos que o processo de deteriorao um processo contnuo...
...ele flui com o prprio tempo.
Consequentemente, h uma tendncia ao agravamento da deteriorao.
Se, no projeto inicial, na concepo do projeto, os limites adequados j tiverem sido incorporados...
...a deteriorao poder progredir at esses limites sem que o funcionamento e a
segurana dos sistemas fiquem comprometidos.
2.6.1 ALTERAESNOSLIMITESINICIAIS
A existncia dos limites adequados indispensvel praticabilidade da manuteno.
Se no houvesse limites deteriorao, seria impossvel estruturarmos a manuteno,j que impossvel evitar o processo de deteriorao.
A grande maioria dos limites permissveis estabelecida pelos prprios fabricantes, outros derivam
da prpria experincia do operador.
Muitas vezes, a experincia recomenda alteraes nos limites iniciais.
Boa parte dos chamados Boletins de ServiosouOrdens Tcnicasse ocupa dessas alteraes.
As pequenas organizaes, as organizaes novas e com pouca
experincia no se devem lanar na elaborao de programaes originais.
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2.6.2 LISTADEREQUISITOSMNIMOS
ainda dentro deste aspecto dos limites que se situa a chamada lista de requisitos mnimos.
Tal lista permite a continuao da operao ou o retorno base principal...
...quando determinados equipamentos, acessrios e instrumentos esto defeituosos
ou inoperantes.
Geralmente, a lista de requisitos mnimos elaborada, conjuntamente, pela Engenharia prpria
ou do fabricante por Operaes e pela Manuteno.
No entanto, a lista de capital importncia para a Manuteno, em face da simplificao
que pode permitir em sua organizao.
2.7 OBJETIVOPRIMORDIAL
S com medidas preventivas podemos impedir alguma coisa.
Manuteno Preventivaconsiste no conjunto de procedimentos e aes antecipadas
que visam manter o equipamento livre de falhas ou evitar a queda do seu desempenho,
sua degradao e, ainda, reduzir a possibilidade de avarias.
2.7.1 MANUTENOPREVENTIVA
Se o objetivo a ser atingido a segurana do voo e a manuteno executada antes do voo,
nunca durante o voo...
...devemos dar especial ateno manuteno preventiva, do ponto de vista dasegurana.
Quando bem executada, a manuteno preventiva minimiza, consideravelmente, a manuteno
corretiva.
No entanto, entendemos que a manuteno como atividade que visa enquadrar a deteriorao
dentro de um limite admissvel...
..., basicamente, uma atividade que verifica e aceita tal limite, ou verifica e corrige o
limite ultrapassado.
A lista dispensa extensos recursos de bases longnquas, que teriam de ser
providas caso ela no estivesse disponvel.
Impedir no permitir, no tolerar, epressupe preveno.
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2.7.2 ATIVIDADESDOPROCESSODEMANUTENO
O processo de manuteno pressupe duas atividades bsicas e distintas...
verificao ou inspeo;
correo de limites inadmissveis.
Se as inspees se processarem de forma que qualquer processo de deteriorao possa ser
corrigido antes que o limite admissvel seja ultrapassado...
...ento estaremos executando uma programao de manuteno preventiva.
Se a correo vier aps a ultrapassagem do limite permissvel...
...a manuteno ser corretiva.
2.7.3 CLASSIFICAODOSSERVIOS
A dificuldade prtica de se conseguir uma manuteno efetivamente preventiva fez derivar-se a
garantia da segurana de voo para a chamada redundncia dos sistemas.
Com isso, no que diz respeito aos sistemas de um modo geral...
...a segurana de voo fundamenta-se tambm na duplicao ou na triplicao de
alguns sistemas.
Conforme o sistema de Manuteno Orientada, os servios ou componentes so, primariamente,
classificados como...
2.8 PROCESSOHT
O processo HT Hard-Time um processo preventivo contra falhas em que se requer que o
item pea, componente seja...
...removido da aeronave para ser revisado total ou parcialmente...
...ou descartado, antes de ultrapassar um intervalo preestabelecido pelo fabricante ou
por outro setor competente.
O intervalo ou limite pode ser um nmero de horas de voo, ciclos ou determinado de acordo comoutro parmetro.
Dentro dessas definies, o ideal de toda programao de manuteno
que ela permita uma manuteno preventiva.
Processos HT, OCe CM.
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O processo HT tambm pode ser aplicado a um item que, mesmo no tendo atingido o limite
demarcado...
...tenha sofrido alguma situao adversa que tenha comprometido a sua integridade,
pondo em risco a segurana do voo.
2.9 MANUTENOSOBCONDIO OC
A manuteno sob condio OC um processo de manuteno por meio do qual possvel
a verificao das condies fsicas ou funcionais das peas...
...enquanto elas permanecem instaladas na aeronave ou no equipamento.
As peas mantidas sob condio somente so removidas quando for constatada...
...uma deteriorao de seus parmetros crticos, alm dos limites previstos pelos
respectivos manuais ou pelas especificaes do setor de engenharia de manuteno.
2.9.1 ITENSCLASSIFICADOSNACATEGORIAOC
A manuteno sob condio se aplica ainda a itens que podem ser utilizados at a falha, desde
que no afetem a segurana do voo.
De acordo com esse conceito, somente so classificados na categoria sob condioos itens...
...redundantes mais de um item ou equipamento com a mesma funo...
...de importncia secundria.
importante ressaltar que as verificaes on conditionnem sempre predizem existncia ou
iminncia de falha.
2.9.2 RESSALVA
A inspeo de desgaste da banda de rodagem de um pneu uma verificaoon condition...
...mas no garante a vida do pneu.
Um pneu novo pode apresentar falha no primeiro pouso.
Podemos citar como exemplo os equipamentos de VHF e VOR.
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2.10 MANUTENOCOMMONITORAMENTODACONDIO CM
A manuteno com monitoramento da condio CM no um processo de manuteno
preventivo contra falhas.
Nenhuma tarefa de manuteno necessria para avaliar a expectativa de vida ou a substituio
do item antes que ele falhe...
...ou seja, os itens CM so operados at que ocorra a falha.
2.10.1 MANUTENONOPROGRAMADA
No h tarefa de manuteno conhecida que possa julgar a condio ou que estimule o
melhoramento da expectativa de vida de um item.
Desse modo, todas as remoes de componentes caracterizam aes de manuteno
no programada.
2.10.2 FLUXOGRAMA
Dentro dessa filosofia bsica, muitos componentes, instrumentos e acessrios no so substitudos...
...desde que estejam funcionando corretamente.
Quando deixarem de funcionar fato que poder ocorrer no solo ou em voo , os itens sero
substitudos e recuperados.
Nem tempo nem condies previamente estabelecidas podem controlar
os itens CM com confiabilidade.
A manuteno de itenscondition monitoring ou on condition o tipo de
manuteno corretiva executada para determinados itens classificados como tal.
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Para compreendermos melhor esse assunto, vamos analisar a figura abaixo...
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2.11 CONCEPES
A partir da figura da tela anterior, notamos que a convenincia das chamadas revises gerais de
um grande nmero de componentes...
... transferida para o terreno das indagaes de ordem meramente econmica.
Com isso, deixa de haver a motivao de revis-los em certo tempo de sua vida til a fim de
evitar que eles falhem quando em uso para revis-los aps a falha.
Para aqueles que tanto labutaram na manuteno de aeronaves mais antigas, essas concepes*
indicam o caminho acertado na direo de uma maior segurana do voo.
No que diz respeito aos esforos dos engenheiros e tcnicos, o puro conceito de
manuteno preventiva uma dessas utopias difceis de serem atingidas.
2.12 FAILSAFE
No setor da estrutura, a concepo de projeto conhecida for fail safetambm foi outro grande
passo para permitir uma manuteno corretiva eficaz e oportuna...
...isto , realizada em pocas e condies mais favorveis.
Isso ocorre porque a construo fail safepermite tolerncias muito maiores para as rachaduras de
estruturas...
...propiciando que os trabalhos de manuteno de estrutura se efetuem, praticamente,
s por ocasio das grandes revises.
2.13 SAFELIFEVERSUSSAFELIFEDe acordo com o cientista alemo Walter Schtz, autor deA Histria da Fadiga...
Safe life...
Significa que o componente aeronutico em questo tem de ser descartado quando
atinge o final de sua vida, que foi previamente estabelecida horas, ciclos, meses ou
anos.
Fail Safe...
Significa que a falha de um membro fundamental no deve comprometer a segurana
do voo por fadiga ou qualquer outra razo.
*essas concepes...
Tais concepes se tornaram realidade pelo progresso tecnolgico, que
permitiu duplicaes de sistemas sem comprometimento abusivo do peso.
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2.14 DTA
No fim dos anos 1960, surgiu o DTA Damage Tolerance Analyss.
O DTA um acompanhamento na forma de inspees peridicas...
...e tem por objetivo a deteco da falha estrutural antes de ela se tornar catastrfica.
SNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a sntese desta unidade.
UNIDADE 3 SISTEMA DE MANUTENO
3.1 ASPECTOSDOSISTEMADEMANUTENO
Vistos os aspectos bsicos que permitem a estruturao de um sistema de manuteno,
examinemos os aspectos mais relevantes desse sistema.
Nesse sentido, o sistema de manuteno abrange...
planejamento programa de manuteno;
execuo organizao e mtodos de trabalho de manuteno;
superviso anlise, controle; atualizao reprogramao por meio da realimentao derivada da anlise.
3.2 PLANEJAMENTO
Normalmente, o planejamento precede a operao da aeronave...
...uma vez que a aeronave deve operar com uma programao de manuteno
previamente estabelecida.
Tratando-se de um equipamento novo, introduzido na organizao que o opera, o planejamento
pode ser feito de duas formas...
por meio do manuseio das informaes bsicas fornecidas pelos fabricantes e com
adaptao de uma experincia anterior anloga, feita pelo setor competente;
transplantando um programa elaborado por outra organizao e procurando adapt-
lo s condies que divergirem das originais.
Vamos examinar melhor cada um desses aspectos?
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3.3 PROGRAMAGLOBALDEMANUTENO
J vimos que a primeira maneira de programar requer uma organizao com muito mais know
howtcnico do que a segunda.
Desse modo, apenas as organizaes mais experientes esto em condies de adot-la.
Na programao de manuteno, buscamos expressar, de forma concreta e objetiva, a estimativa
da deteriorao da aeronave em funo do tempo.
A partir disso, definem-se os intervalos em que devem ser realizadas as inspees ou
as substituies, a fim de que no sejam ultrapassados os limites estabelecidos.
O programa global de manuteno de aeronaves umapeaextraordinariamente vasta e complexa.
Por essa razo, tal programa deve ser realizado por uma elaborada organizao de manuteno.
3.4 EXECUO
Para a execuo do programa, a organizao dever prover...
recursos humanos devidamente capacitados para a perfeita execuo dos servios;
infraestrutura inteligente, na forma de instalaes, equipamentos e ferramental
adequado; suprimento, ou seja, peas de reposio em quantidades necessrias e com a
devida antecedncia.
Para dispor de pessoal capacitado, a organizao ter de contar com um setor de seleo e
treinamento.
3.5 ORGANIZAO
A organizao tambm tem de estabelecer a forma, o mtodo e a disciplina com que os tcnicos
iro executar a programao de manuteno com equipamentos, ferramentas ou materiais.
A separao e a independncia entre a execuo e o controle inspetoria uma disciplina de
trabalho universalmente preconizada.
Tal prtica est fundamentada em duas constataes bsicas que envolvem as fraquezas da
natureza humana...
quatro olhos veem melhor do que dois;
ningum bom juiz em causa prpria.
Em geral, esse setor bastante amplo e ativo, em face do incessante avano
da tecnologia aeronutica, que requer permanente atualizao dos tcnicos.
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3.6 MTODOZERODEFECT
O espetacular sucesso da atividade aeroespacial americana constatada pela mdia e o alto
grau de confiabilidade de seus engenhos aeronuticos...
...devem-se, em grande parte, utilizao da disciplina de trabalho zero defect na
fabricao dos equipamentos.
O mtodozero defect contesta a validade do mtodo seguido e recomendado na aviao o
dualismo inspetor-executor.
A filosofia bsica dozero defect a de que a perfeio pode ser obtida diretamente do executor,
quando ele estiver fortemente motivado para produzi-la.
3.7 DEFENSORESDOMTODOZERODEFECT
Os defensores do mtodo zero defect alegam que o dualismo inspetor-executor aumenta o
senso de responsabilidade, porque...
...o executor sabe que, se errar, seu erro dever ser detectado pelo inspetor...
...por outro lado, o inspetor sabe que o executor deve e costuma sempre executar
corretamente o servio. Caso contrrio, ser apanhado em falta pelo inspetor.
A experincia continuada na atividade de mecnico-executor e de inspetor confirma a validade
de tais pressupostos.
Nesse contexto, em momentos de crise, de tenso, de execuo tende a haver um relaxamento
nas relaes mecnico-inspetor, de forma que um confie no outro.
A falha poder resultar, ento, do mal-entendido de confiana recproca.
3.7.1 EXECUO
Advogam os propugnadores do mtodo zero defect que a assuno da responsabilidade integral
motiva, fortemente, o senso de responsabilidade do indivduo.
claro que o mtodo pressupe uma preparao de motivao de relevante importncia.
No entanto, se tivermos de julgar pelos resultados, basta constatar os frutos colhidos
no espetacular sucesso da atividade aeroespacial.
Demoramo-nos um pouco nessa discusso para que fique claro que...
...quando o objetivo final a perfeio, at os dogmas mais fundamentados como odualismo inspetor-executor devem ser contestados.
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A adoo incontestada de dogmas por muito tempo pode limitar os resultados a valores inferiores
aos que poderiam ser obtidos por meio da adoo de outra soluo.
3.8 ASPECTOSDAMANUTENO
A experincia verificada em campos diversos da atividade embora anlogos no transplantada
sempre com xito para outros campos.
Por isso, a prudncia manda que qualquer mudana seja feita com muita cautela.
Com seus mritos e demritos, o dualismo inspetor-executor tem dado resultados positivos na
manuteno de aeronaves at o momento.
No combate a certas fraquezas humanas, o importante a existncia de um perfeito registro,
vinculando execuo e controle aos executores e controladores inspetoria.
Ao se fixarem as normas e os mtodos de trabalho, os responsveis pela execuo e pelo controle
das tarefas executadas devem ser registrados em documentos apropriados para referncia futura.
A possibilidade de apurao a posteriori das responsabilidades envolvidas muito importante em
aviao...
...visto que, muitas vezes, o conhecimento dessa possibilidade motiva um elevadosenso de responsabilidade.
No vamos entrar em pormenores da organizao de manuteno, j que as boas organizaes
so aquelas que se adaptam s particularidades prevalecentes.
Por essa razo que existe uma enorme variedade de organizaes conforme a
convenincia.
Vamos focar em dois aspectos de manuteno...
...a manuteno executada na prpria aeronave, em intervalos adequados de sua
operao continuada...
...a manuteno executada nos componentes ou partes removidas da aeronave, que
so levadospara oficinas de manuteno.
Esses dois aspectos de manuteno so bastante distintos.
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3.9 CARACTERSTICASDEPERSONALIDADESREQUERIDAS
As caractersticas de personalidade requeridas dos profissionais que trabalham na pista ou rampa
no so as mesmas requeridas dos homens de oficinas.
O Homem de pista...
...sente o frmito da aviao...
...trabalha sob a tenso do apronto da aeronave...
...enfrenta as intempries do tempo e o rudo dos motores...
...pode, a qualquer momento, participar de um voo de experincia, de um voo especial
ou de carreira para atender uma aeronave em pane em outra localidade.
J o homem de oficina um especialista, um sedentrio.
Durante longos anos, o homem de oficina poder revisar, com esmero, instrumentos e
giroscpicos...
...sem nunca ter experimentado o valor da tarefa que executa a bordo de uma aeronave,
em meio forte turbulncia.
3.10 PRINCIPALPEADASORGANIZAESDEMANUTENO
Em que pese a importncia da infraestrutura instalaes , dos equipamentos, das ferramentas
e dos materiais...
...o elemento humano a pea principal das organizaes de manuteno, sem dvida
alguma.
Desse modo, a ateno permanente dos diretores e chefes seleo, ao treinamento e ao
aperfeioamento dos homens de manuteno so providncias indispensveis ao xito da
manuteno.
3.11 SUPERVISO, CONTROLEEANLISE
O programa de manuteno posto em execuo pela organizao de manuteno.
Como consequncia dessa execuo, colhem-se os resultados.
A anlise desses resultados aspecto essencial ao aperfeioamento do sistema de manuteno.
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Nesse sentido, o programa elaborado visando consecuo de certos objetivos.
assegurar permanentes condies de aeronavegabilidade airworthiness dasaeronaves;
assegurar o mximo de disponibilidade;
obter o menor custo possvel na satisfao dos dois requisitos anteriores.
3.12 ANLISEDOSRESULTADOS
A anlise dos resultados deve permitir verificar se os objetivos do programa esto sendo observados.
Em geral, essa anlise exercida de maneira casustica e estatstica.
Na anlise casustica, dada nfase a um caso especfico, e todos seus aspectos so examinados.
Na anlise estatstica*, umapopulao examinada, e procura-se determinar, por exemplo...
...a taxa de aceitao de remoo, a taxa de alerta, as horas provveis entre falhas, alm
de outros aspectos.
3.13 DIVULGAESDERESULTADOS
Os fabricantes colaboram com a divulgao dos resultados das anlises nos setores de suas
organizaes, conhecidas por servios de aps venda...
...fazendo as informaes colhidas circularem entre os diversos operadores.
A IATA International Air Transportation Association , tambm por meio de relatrios padronizados,
estimula a troca de informaes entre os operadores...
...de modo a permitir um sentido mais estatstico da anlise.
Em geral, as frotas de cada operador so pequenas, a fim de permitir um tratamento estatstico de
valor.
*anlise estatstica...
Para a anlise estatstica, so tomadas como referncia taxas obtidas em outras
conjunturas (em outra poca, na prpria organizao) ou taxas de outras
organizaes.
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3.14 ATUALIZAODOPROGRAMA
A atualizao do programa feita por meio da anlise e do controle dos resultados.
Nessa atualizao, a par da informao da prpria experincia adquirida, enquadram-se...
os Boletins de Servio BS;
as Revises dos Manuais dos Fabricantes;
as Ordens Tcnicas;
as Modificaes Mandatrias, provenientes da experincia de outros operadores.
Nesse caso, o intercmbio de informaes internacional, e atuam no s os praticantes...
...mas tambm as agncias governamentais e os veculos de circulao e transmissodas experincias adquiridas em qualquer parte da Terra.
um belo exemplo de cooperao internacional feita semtrombetas e outros alardes que
contribui decisivamente para aumentar a segurana do voo.
SNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a sntese desta unidade.
UNIDADE 4 VULNERABILIDADES DA MANUTENO
4.1 VULNERABILIDADESDOSISTEMADEMANUTENO
Vamos analisar, sem maiores apronfudamentos, as vulnerabilidades do sistema de manuteno.
O enfoque ser dado s vulnerabilidades que podem afetar um dos elos indispensveis cadeia
de eventos que conduzem a um acidente.
4.2 CORROSOMICROBIOLGICA
A questo da corroso microbiolgica ilustra bem certas falhas do sistema de manuteno.
Sabemos que tal corroso tem-se mostrado mais acentuada em pases como o Brasil e
a ndia, devido a suas peculiaridades climticas.
Quando a corroso microbiolgica foi descoberta no Brasil nas aeronaves de uma empresa ,
certos limites de tolerncia da estrutura j tinham sido ultrapassados...
...o que levou execuo de extensos reparos estruturais na asa.
Por que isso ocorreu se essa empresa possua uma manuteno exemplar?
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4.3 EVIDNCIAS
Alinhamos as razes para o caso ocorrido com a empresa brasileira e observamos as evidncias
de vulnerabilidades do sistema de manuteno.
A primeira premissa bsica do sistema ...
...o estado inicial constitui-se no padro ideal das condies da aeronave.
Ora, a experincia indicou que esse no era o caso da proteo da chapa dos tanques.
O revestimento protetor base de butadieno no se mostrou resistente penetrao dos agentes
corrosivos derivados do metabolismo das bactrias...
...que se multiplicam no querosene com algum teor de gua.
4.4 INOBSERVNCIADAPREMISSABSICA
A inobservncia da premissa bsica para o estabelecimento de um sistema adequado de
manuteno somada a sua admisso tcita para a elaborao de programa...
...gerou uma programao com intervalos inadequados entre as grandes inspees.
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4.5 TRATAMENTO
Com a resistncia estrutural da asa fragilizada, possvel que ela fraturasse se a aeronave tivesse
enfrentado condies de voo com valores limites de acelerao.
Uma vez verificada a gravidade do problema, o fabricante deu a ele um tratamento de
anlise e estudo de emergncia.
Em seguida, por meio de um Boletim de Servio, o fabricante preconizou o tratamento dos tanques
com uma soluo de Bicromato de Potssio, de acordo com a tcnica que estabeleceu com
mincia.
4.6 EXEMPLO
Outra empresa, em um mesmo tipo de aeronave com muito menos horas de voo , executou
o tratamento com a soluo de Bicromato de Potssio como providncia preventiva de
manuteno.
Dessa forma, a empresa evitou o ocorrido com a aeronave da outra companhia.
A mesma aeronave que havia feito o tratamento em um tanque...
...teve parada sbita de um dos motores por quebra do eixo da bomba de combustvel,em um voo na altura de Ilhus.
As investigaes do incidente revelaram um complicado mecanismo de supersaturao com
cristalizao sbita por efeito mecnico...
...de modo que cristais residuais do bicromato fizeram grimpar a bomba de combustvel.
O fabricante cancelou o Boletim de Servio.
4.7 SOLUOFINALDOPROBLEMA
A soluo final do problema de proteo contra a corroso foi obtida por meio de...
...um conjunto de providncias de melhoria das condies do combustvel...
...aliado ao recobrimento do interior dos tanques com um produto base de Poliuretano.
Subsequentemente, as aeronaves passaram a sair da fbrica com os tanques protegidos com
poliuretano em vez de butadieno...
...e restabeleceu-se a validade do princpio de queo estado inicial constitui-se no padroideal das condies da aeronave.
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4.8 VERIFICAODAVULNERABILIDADEDAMANUTENO
No exemplo relatado, verificamos uma vulnerabilidade de manuteno por...
Programao inadequada...
Em razo do pressuposto de uma boa condio inicial corrigida por nova programao.
Inadequabilidade de uma proteo estrutural...
Corrigida pelo Boletim de Servio e pela modificao da especificao bsica da
aeronave.
Inadequabilidade ou falta de portas de inspeo...
Permisso da inspeo visual em certas reas corrigida por BS e modificao na
especificao bsica da aeronave.
Inadequabilidade da soluo proposta...
Consequncia da anlise dos resultados BS emitido e cancelado.
Podemos verificar que, embora o sistema de manuteno implique vulnerabilidade...
...ele contm os elementos de autocorreo, indicando que atinge suas finalidades.
Nesse caso, a vulnerabilidade teve sua causa na programao de manuteno, que falhou na
premissa bsica em que se fundamenta.
4.9 VULNERABILIDADEDAEXECUO
Vejamos agora a vulnerabilidade na execuo.
No sistema de manuteno, h uma programao correta, mas a execuo da programao
feita com imperfeio.
Esse caso mais frequente do que o anterior.
Acesse, no ambiente on-line, um exemplo de falha de execuo.
4.10 SOLUODEPROBLEMASDECOMUNICAO
O exemplo real citado importante para chamar a ateno para dois pontos que, por vrias vezes,
tm sido os responsveis por acidentes que tiveram origem na manuteno...
deficiente comunicao nas passagens de servio;
movimentao de aeronave em manuteno para permitir manobras com outras
aeronaves.
O sistema procura solucionar o problema de comunicao em passagem de servio exigindo...
...maior mincia nos registros escritos...
...um contato pessoal entre os responsveis que se retiram e os que recebem o servio.
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4.11 PROCEDIMENTOS
Apesar das precaues tomadas, as investigaes de acidentes que tiveram a manuteno como
fator contribuinte...
...indicam elevada percentagem da ocorrncia de mal-entendidos decorrentes de
passagem de servio como fator primrio ou agravante.
Quanto movimentao de aeronaves em servio, ela deve ser evitada e, de qualquer maneira,
proibida com a simultaneidade da passagem de servio.
Esse procedimento inadequado muito frequente e tem feito com que etapas de
trabalho, com montagens provisrias, passem despercebidas no apronto final.
4.12 EXEMPLOS
Acesse, o ambiente on-line, para ler mais um exemplo de falha de execuo.
4.12.1 FALHASDASUPERVISO
Analisando o caso, percebemos que a determinao das verdadeiras causas das ocorrncias
fundamental para a preveno.
Por meio de providncias eficazes, podemos evitar a repetio do ocorrido.
Se o evento indesejvel o acidente, a anlise de um acidente motivado por falha de manuteno
o ponto-chave para reduzir as vulnerabilidades do sistema de manuteno.
Entretanto, a anlise mais fcil, mais barata e mais fecunda em resultados a anlise do quase-
acidente incidente.
4.13 QUASE-ACIDENTE
O quase-acidente entendido como sinal iminente de um acidente, ou seja, corresponde a um
acidente que esteve prximo de acontecer, mas que, por algum motivo ou uma rpida tomada de
deciso julgamento , no aconteceu.
4.14 IMPORTNCIADAANLISEDOQUASE-ACIDENTE
H vrios anos, um comit especial para estudar o problema da coliso no ar foi criado nos Estados
Unidos.
Desse modo, as organizaes de manuteno precisam prever a forma de
caracterizar, identificar e analisar o quase-incidente.
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Para colher dados fidedignos, o comit motivou as tripulaes antecipando iseno de
culpabilidade...
...e solicitou que reportassem, com a maior sinceridade, as manobras que precisaram
fazer para evitar colises potenciais.
Havia trs quase-colises por dia.
Comparando esse resultado com as colises reais que, felizmente, so rarssimas...
...fica evidente a importncia da anlise do quase-acidente como pea relevante na
implantao de uma eficaz mentalidade de preveno de acidentes.
4.14.1 ALTAINCIDNCIADAFALHAPESSOAL
A alta incidncia da chamada falha pessoal nas concluses das investigaes de acidentes
aeronuticos mostra que no fcil obter dados dosquase-acidentes.
Isso faz com que a anlise para descobrir as causas dos quase-acidentes seja ainda mais
esmerada.
Costumamos dizer que o pesquisador precisa ter muito em comum com o pescador de guas
poucas piscosas...
...ou seja, tem de ter paixo pelo que faz, ter pacincia, estar disposto a recomear tudo
outra vez, ainda que no pesque nada.
Por outro lado, deve sentir imensa alegria quando fisgar o peixe.
Sem homens qualificados para pesquisa e anlise, elas se tornam muito pouco propensas a
produzir frutos.
No entanto, quando conseguimos atender ao chamado princpio da designaohomognea da administrao homem certo no lugar certo , os resultados obtidos
so surpreendentes.
4.14.2 FALHASDAATUALIZAO
Em geral, a vulnerabilidade do sistema de manuteno quanto aos resultados da anlise decorre
de concluses erradas ou incompletas.
O caso do tratamento dos tanques pelo bicromato foi tpico.
Poderamos citar alguns casos tpicos que envolvem Boletins de Servio suspensos, anulados oumesmo modificados.
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Por exemplo, certa vez houve uma modificao das lockplates de uma turbina
recomendada pelo fabricante que se revelou muito pior do que a original.
4.15 ATUALIZAODAPROGRAMAO
Via de regra, a anlise e seus resultados diminuem a vulnerabilidade do sistema de manuteno,
longe de agrav-la.
Nesse sentido, a anlise da manuteno conduz atualizao da programao.
O sistema de manuteno poder tornar-se vulnervel se essa atualizao no se processar, ou se
processar com morosidade.
Certas descobertas de defeitos graves so, normalmente, comunicadas por telegramas ou fax
em alguns casos, bastante extensos.
4.15.1 REPROGRAMAODEMANUTENO
Nesses casos, os operadores devem dar imediata ateno ao alerta, porque podem ter
uma configurao do estado da frota semelhante da fonte que originou a descoberta.
Recentemente, descobriu-se uma rachadura por fadiga em uma pea importante do trem de
pouso de um avio, aps um acidente no pouso em que a perna fraturou.
O fabricante divulgou por telegrama o resultado das investigaes.
As inspees programadas, como consequncia dessas descobertas, revelaram muitas condies
anlogas no mundo todo.
Se no tivesse havido uma reprogramao de manuteno* em funo da anlise das ocorrncias,muitos acidentes semelhantes ocorreriam.
SNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a sntese desta unidade.
Neste caso, a soluo proposta no corrigiu a condio preexistente.
Em vez de contribuir para uma melhoria, a anlise causou uma piora.
*reprogramao de manuteno...
As organizaes com estruturas deficientes dificilmente absorvem essas
informaes e adotam as providncias recomendadas.
Em decorrncia disso, os setores de manuteno sofrem as consequncias
das vulnerabilidades.
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UNIDADE 5 CONDIES AMBIENTAIS
5.1 ATIVIDADECONSTANTE
fato que as organizaes objetivam suprimir ou minimizar as vulnerabilidades.
No entanto, essa luta tem de ser constante, j que a atividade de manuteno uma
atividade concreta, que busca preservar a vida humana.
A experincia nos diz que os trabalhos de manuteno, quando no se desenvolvem sob os
estigmas da tenso...
...podem levar a solues mais ponderadas e, consequentemente, menos sujeitas aerros de julgamento.
5.2 VANTAGENSDEUMTCNICODEMANUTENO
Diante de um problema em pleno voo, o piloto precisar solucion-lo corretamente em fraes
de segundos, em muitos casos.
Diante de um problema tcnico no solo, o tcnico de manuteno ter tempo para meditar e
fazer as consultas necessrias.
Desse modo, o tcnico tem mais chances de acertar do que o piloto.
5.3 SITUAESASEREMOBSERVADAS
Quando nosso objetivo examinar mais fragilidades no quesito segurana...
...convm lembrarmos de situaes menos normais e menos calmas com que as
manutenes das diversas organizaes se defrontam muitas vezes.
5.4 CONDIESQUEFAVORECEMOCORRNCIASDEACIDENTES
Para que uma atitude sadia de preveno seja praticada, destacamos algumas condies que
favorecem a ocorrncia de acidentes...
deficincias de comunicao entre os participantes da execuo de uma tarefa
completa dificuldades de idioma, escrita, audio;
confiana demais na memria, com relaxamento de consulta aos manuais tcnicos;
excesso de camaradagem entre os componentes de uma equipe tcnica, gerando
relaxamento de responsabilidade recproca;
excesso de boa vontade para encontrar solues por meio do chamado macete; mudana de equipes durante a execuo de um mesmo trabalho de manuteno;
Tais situaes podem representar condies mais favorveis ao aparecimento
de um dos elos indispensveis em uma cadeia de eventos que leva ao acidente.
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condies meteorolgicas adversas chuva e frio intensos , que prejudiquem os
trabalhos dos mecnicos; perda de acuidade sensorial de mecnico e inspetores, motivada por idade ou
fadiga;
introduo de novo tipo de aeronave na frota, com deslocamento de equipes mais
treinadas de um equipamento para outro;
situao financeira difcil da organizao, com reflexos na aquisio de peas e
componentes, ausncia de programas de treinamento dos recursos humanos,
instalaes, equipamentos e ferramentas inadequadas;
sbito e substancial aumento da utilizao mdia de horas de voo de uma frota,
decorrente da indisponibilidade crtica de aeronaves, quer por motivo de falta de
peas de reposio, quer por motivo de acidentes;
apronto sob tenso de aeronaves com partidas adiadas por motivos tcnicos e
outros.
Algumas dessas condies so raras, outras so mais frequentes.
No entanto, quando prevalecem, a manuteno realizada em um clima inadequado
e mais propenso ao erro.
No podemos esquecer! Dentro de uma preocupao de preveno, tais condies devero ser
sempre evitadas.
SNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a sntese desta unidade.
UNIDADE 6 CONCLUSO
6.1 ASPECTOSIMPORTANTESDEMANUTENO
Agora, veremos alguns pontos importantes para um programa de preveno de acidentesaeronuticos, referentes aos aspectos de manuteno...
consagrar, por meio de instrues escritas - manuais, notcias tcnicas e outros -, as
frases j consagradas pela tradio oral;
manter em dia os manuais tcnicos e demais publicaes tcnicas pertinentes a
equipamento de voo;
estabelecer um sistema de incentivo e verificao de consulta de manuais
fundamentais, tais como o Manual de Manuteno e o Manual de Voo;
por meio de publicaes, palestras e conferncias, realar, permanentemente, a
importncia da rigorosa observncia das regras, das normas e dos procedimentos
opcionais;
No Curso de Preveno de Acidentes ou de Segurana de Voo , o foco
das atenes foi a manuteno.
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aperfeioar os meios de divulgao de notcias tcnicas, de modo que isso seja
feito o mais rpido possvel; incentivar, com todos os meios disponveis, os programas de formao, reciclagem
e aperfeioamento dos recursos humanos da organizao - tanto os de voo quanto
os de apoio;
efetuar recheques dos inspetores de manuteno e mecnicos;
aferir, periodicamente, os instrumentos de avaliao de medies mecnicas,
pneumticas, hidrulicas, eletroeletrnicos, de temperatura e outros, que
funcionando com unidade independente, quer integrando equipamentos de teste
utilizados na manuteno;
procurar dar sempre mais nfase manuteno preventiva como meta bsica, e
aceitar a deteco de defeitos e falhas insipientes como segunda alternativa -conceito fail safe;
analisar, de maneira sistemtica e rotineira, as ocorrncias de voo que tenham
marginalizado a segurana de voo, de modo a tomar providncias visando impedir
sua recorrncia;
analisar os resultados das investigaes de acidentes aeronuticos, a fim de extrair
ensinamentos que contribuam para melhorar a preveno de acidentes.
Acreditamos que um programa de preveno de acidentes consubstancia os principais pontos
analisados neste trabalho!
O fracasso o sucesso quando aprendemos com ele.Forbes
6.3 REFERNCIASBIBLIOGRFICAS
BRASIL. Ministrio da Aeronutica. Centro de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos.
A Preveno de Acidentes na Manuteno de Aeronaves. Braslia: CENIPA, 1985.
KINNISON, Harry. A.Aviation Maintenance Management. New York: McGraw-Hill Professional, 2004.
AUTOAVALIAO
Acesse, no ambiente on-line, a autoavaliao deste mdulo.
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Muitos desses acidentes tiveram consequncias trgicas.
MDULO 2 UNAPPROVED PARTS
APRESENTAO
Este mdulo est dividido em sete unidades...
Unidade 1 Introduo
Unidade 2 Documentos e definies importantes
Unidade 3 Controle da origem de peas
Unidade 4 Aprovao
Unidade 5 Procedimentos de recebimento
Unidade 6 Exemplos de partes no aprovadas
Unidade 7 Concluso
UNIDADE 1 INTRODUO
1.1 UNAPPROVEDPARTS
Unapproved partsso peas no aprovadas para uso aeronutico.
As unapproved partsso um problema que tem sido discutido no mundo inteiro...
...em funo de vrios acidentes aeronuticos envolvendo peas no prprias para
uso.
Acesse, no ambiente on-line, um exemplo real do que seja uma pea de aeronave no aprovada,
caso que ocorreu com uma aeronave Cessna 310.
1.2 UNAPPROVEDPARTS EXEMPLO1
Ao analisarmos os fatos ocorridos com a aeronave Cessna 310, podemos chegar a algumas
hipteses...
1...
O mecnico utilizou o parafuso errado por falta de experincia.
Nesse caso, o servio no foi acompanhado por um inspetor, e o controle de material
e a superviso dessa oficina no eram adequados.
2...
O parafuso teria sido fornecido pela prpria empresa aeronutica, mesmo sabendo
dos riscos da utilizao de peas no aprovadas.
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Nesse caso, a empresa estaria em desacordo com as legislaes do rgo regulador.
3...
O parafuso utilizado no teve sua origem rastreada pela empresa.
Em outras palavras, ocorreram falhas durante o processo de aquisio, recebimento,
inspeo e aceitao do parafuso.
Casos como esse so comuns...
...e mostram a importncia dos cuidados que o operador ou mantenedor deve ter para
evitar o uso de peas no aprovadas para uso aeronutico.
1.3 TIPOSDEPARAFUSO
Alguns parafusos utilizados na raiz das asas, no trem de pouso e no bero de motores possuem
um preo de aquisio alto.
Por essa razo, possvel encontrar parafusos similares, no mercado paralelo, por preos mais
baratos...
...mas sem garantia de qualidade e rastreabilidade de sua origem.
A questo que mais chama a ateno a suposta quantia em dinheiro economizada no uso
desses componentes no aprovados...
...uma vez que as consequncias so perdas de equipamentos e aeronaves, falncia
de empresas e, at mesmo, perda de vidas.
1.4 EXEMPLO2
Vejamos outro exemplo da utilizao culposa ou dolosa de peas no aprovadas.
Em 1989, um Convair 580 foi protagonista de um grave acidente por consequncia da
falha dos pinos de fixao do estabilizador vertical.
As peas no eram aprovadas e falharam.
SNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a sntese desta unidade.
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Manuteno de Aeronaves
RBCA 43 trata de Manuteno, Manuteno Preventiva,
Recondicionamento, Modificaes e Reparos.
RBCA 145 trata de Empresas de Manuteno de Aeronaves.
UNIDADE 2 DOCUMENTOS E DEFINIES IMPORTANTES
DOCUMENTOSEDEFINIESIMPORTANTES
Na aviao civil, existe uma regulamentao extensa sobre todo sistema de SEGVOO.
Vamos citar apenas as regulamentaes e os termos mais importantes.
importante mencionar que as legislaes que vamos citar tambm so de extrema
importncia para a aviao militar...
...visto que todas utilizam os servios de aquisio de peas ou servios de
empresas civis.
Vejamos os dois principais RBCA Regulamento Brasileiro de Aviao Civil , antigo RBHA...
CHT...
Certificado de Homologao de Tipo.
APAA...
Atestado de Produto Aeronutico Aprovado.
CHST...
Certificado de Homologao Superior de Tipo.
CHE...
Certificado de Homologao de Empresa.
OTP/TSO...
Ordem Tcnica Padro Technical Standard Order.
MPI...
Manual de Procedimentos de Inspeo.
C of C...
Certificado de Conformidade.
IPC...
Catlogo Ilustrado de Peas.
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Manuteno de Aeronaves
PMA...
Part Manufacturer Approval.
DSAA...
Direct Ship Authority Authorization.
2.3 TERMOSIMPORTANTES
Agora vejamos alguns termos importantes...
Componentes...
Materiais processados, peas e conjuntos integrantes de uma aeronave, um motor de
aeronave ou uma hlice, que sejam empregados em sua fabricao.
Tambm so componentes os dispositivos e os acessrios instalados na aeronave,
cuja falha ou funcionamento incorreto possa afetar a segurana do voo ou de
seus ocupantes - RBHA 10.
Peas...
Partes integrantes de uma aeronave ou hlice, que sejam empregadas em sua
fabricao.
Produto aeronutico...Uma aeronave, um motor ou uma hlice, bem como seus componentes e suas partes
integrantes.
Inclui ainda qualquer instrumento, mecanismo, pea, aparelho, pertence, acessrio e
equipamento de comunicao, desde que...
sejam usados - ou que se pretenda us-los - na operao e no controle de
uma aeronave em voo;
sejam instalados ou fixados aeronave;
no sejam parte de uma aeronave, um motor ou uma hlice.
Por fim, inclui materiais e processos usados na fabricao de todos os itens anteriores.
2.4 PRODUTOSAERONUTICOS
Alguns dos produtos aeronuticos so...
Produto Aeronutico Classe I...
Aeronave, motor ou hlice completos.
Produto Aeronutico Classe II...
Componente maior de um produto Classe I, cuja falha pode prejudicar a segurana doproduto Classe I.
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Podemos citar como exemplos as asas, as fuselagens, os conjuntos de empenagens, os
trens de pouso, as transmisses de potncia, as superfcies de comando, entre outros.
Produto Aeronutico Classe III...
Qualquer pea ou componente no enquadrado como produto Classe I ou II, incluindo
peas padronizadas, como...
Army/ Navy Specification AN;
National Aerospace Standard NAS;
Society of Automotive Engines SAE;
Military Specification MIL.
SNTESEAcesse, no