OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
II
Produção Didático-pedagógica
Turma – PDE/ 2014
Título: PESQUISAR, LER, INTERPRETAR E EXPERIMENTAR PARA VALORIZAR A CULTURA E ARTE AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA NO ENSINO FUNDAMENTAL.
Autor: LÍGIA MA RA PRETO RAEL.
Disciplina/Área: ARTE
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
COLÉGIO ESTADUAL CARMELA DUTRA E.F.M.
RUA: JUÍZ DE PAZ ANTÔNIO FERREIRA SOBRINHO, 325.
Município da escola: GUARACI
Núcleo Regional de Educação: LONDRINA
Professor Orientador: CARMEN FABIANA BETIOL - UEL
Instituição de Ensino Superior: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
Relação Interdisciplinar: HISTÓRIA
Resumo:
Pretendo esclarecer que a seguinte unidade didática visa buscar teorias e práticas da cultura Africana e Afro-brasileira como possibilidades de conhecimentos e práticas da Arte no Ensino Fundamental, proporcionando ao aluno o pesquisar, ler, interpretar, e experimentar, através de um conhecimento mais expressivo dessa cultura com atividades práticas vinculadas, no intuito de que essas atividades contribuam e façam gerar maior interesse por essa cultura a partir de oficinas de confecção de máscaras. As oficinas proporcionaram momentos de pesquisas, leituras, interpretações e experimentações. Interessante se faz mencionar nesse momento a importância do professor no papel de mediador desse processo. Tendo em vista que a avaliação será formativa, processual e contínua, teremos como ponto mais importante dessa ação o Portfólio, que é a parte do processo de aquisição de conhecimento.
Palavras-chave: ARTE AFRICANA – AFRO-BRASILEIRA – MÁSCARAS.
Formato do Material Didático: UNIDADE DIDÁTICA
Público: ALUNOS DO 9° ANO A
UNIDADE DIDÁTICA PESQUISAR, LER, INTERPRETAR E EXPERIMENTAR PARA VALORIZAR A CULTURA
E ARTE AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA NO ENSINO FUNDAMENTAL. EPÍGRAFE Minha tarefa pode ser comparada à obra de arte de um explorador Que penetra numa terra desconhecida. Descobrindo um povo, Aprendo sua língua, Decifro sua escrita E compreendo cada vez melhor sua civilização. Acontece o mesmo com todo adulto que estuda a arte infantil. Arno Stern
I APRESENTAÇÃO
A presente proposta de unidade didática está baseada na execução de oficinas de
confecção de máscaras, visando buscar teorias e práticas da cultura Africana e Afro-
brasileira, como possibilidades de conhecimentos e experiências de arte no âmbito do
ensino fundamental com alunos do Colégio Estadual Carmela Dutra E.F. M da cidade de
Guaraci, e tem como objetivo geral oportunizar ao aluno, pesquisar, ler, interpretar, as
cores, os símbolos, as formas de arte visual dessa cultura, proporcionando momentos de
experimentá-la e experiência-la.
Num primeiro lance, convém ressaltar que as atividades de arte são necessárias
para que os alunos possam através da ação sobre conhecimento, ou conhecimento
seguido da experimentação das práticas visuais, organizar seus conhecimentos, suas
experiências, o próprio fazer, nesse processo de criação o aluno trabalha, além, do
conhecimento sua própria emoção, desenvolve a percepção estética, a imaginação, a
sensibilidade, a habilidade e assim a aprendizagem torna-se significativa, pois estabelece
relações entre a criação pessoal, a apreciação, o conhecimento da Arte da cultura
Africana e Afro-Brasileira e principalmente esse objeto: máscaras que envolvem
expressivas e criativas práticas artísticas.
É oportuno dizer agora que, todo esse trabalho do ensino da História da Arte
Africana e Afro-brasileira vem sendo desenvolvido no decorrer de todos esses anos a
partir da sanção dessa lei, trabalho esse que na maioria das vezes é feito apenas de
forma teórica onde não conseguimos detectar muito interesse por partir do aluno dá-se
então a necessidade da articulação teoria-prática.
Para você professor, uma observação do que consta na lei n° 10.639 de 9 de janeiro de 2003.
Já temos consciência da obrigatoriedade do ensino da cultura Africana em nossas
aulas e porque não fazer com que nossos alunos ampliem seus conhecimentos teóricos e
experimentem o fazer sobre o dado assunto, tornando-o mais significativo para si mesmo.
Deste modo professor percebe-se a necessidade de incluir em nossos conteúdos,
atividades práticas como considera as DCE (2008, p.53, 71).
[...] o conhecimento da produção artística está relacionado aos processos do fazer
e da criação, toma em consideração o artista no processo da criação das obras
desde suas raízes históricas e sociais, as condições concretas que subsidiam a
produção, o saber científico e o nível técnico alcançado na experiência com
materiais; bem como o modo de disponibilizar a obra ao público, incluindo as
características desse público e as formas de contato com ele, próprias da época
da criação e divulgação das obras, nas diversas áreas como artes visuais [...]
A prática artística – o trabalho criador – é expressão privilegiada, é o exercício da
imaginação e criação. Apesar das dificuldades que a escola apresenta para
desenvolver essa prática, ela é fundamental, pois a arte não pode ser apreendida
somente de forma abstrata. De fato, o processo de produção do aluno acontece
quando ele interioriza e se familiariza com os processos artísticos e humaniza
seus sentidos. (PARANÁ, 2008, p. 53,71).
Vamos falar um pouco sobre o fazer artístico, o experimentar nas aulas de arte,
segundo alguns autores.
Nessa linha de análise e estudo vale dizer que a Arte-Educação se torna grande
aliada das práticas artísticas valorizando o fazer, a estética, o sentimento e a imaginação
deixando de fundamentar o conhecimento apenas com a transmissão de conteúdos e
instrumentalizando o conhecimento também por meio da criação, como explica Duarte
(2003, p. 66).
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório
o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e
dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade
nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à
História do Brasil.
§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o
currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileira.
Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’.
A arte é, por seguinte, uma maneira de despertar o indivíduo para que este dê
maior atenção ao seu próprio processo de sentir. O intelectualismo de nossa
civilização – reforçado no ambiente escolar - torna relevante apenas aquilo que é
concebido racionalmente, logicamente. Deve-se aprender aqueles conceitos já
“prontos”, “objetivos”, que a escola veicula a todos, indistintamente, sem levar em
conta as características existenciais de cada um. Nesse processo, os educandos
não têm oportunidade de elaborar sua “visão de mundo”, com base em suas
próprias percepções e sentimentos. Através da arte pode-se, então, despertar a
atenção de cada um para sua maneira particular de sentir, sobre a qual se
elaboram em todos os outros processos racionais.
Interessante se faz mencionar que muitos professores deixam de exercitar práticas
artísticas por não terem locais adequados e apropriados para o trabalho prático de Arte na
escola, se são desenvolvidos no pátio, “acham” que estamos tirando a ordem comum da
escola, e muitos colegas de trabalho pensam que a Arte “nem é tão” importante assim,
existem disciplinas “mais sérias”, sem contar com a carga-horária. Como diz Duarte
(2003, p. 81, 82).
A arte continua a ser encarada, no interior da própria escola, como um mero lazer,
uma distração entre as atividades “úteis” das demais disciplinas. O próprio
professor de arte é visto como “pau pra toda obra”, como um “quebra-galho”.
Frequentemente ele é obrigado a ceder suas aulas para “aulas de reposição” de
outras disciplinas, quando não lhe é delegada a incumbência de “decorar” a escola
e os “carros-alegóricos” para as festividades cívicas. Neste sentido faz-se
totalmente inócua a disciplina “educação artística”, já que toda a estrutura física,
burocrática e ideológica da escola está organizada na direção da imposição e do
cerceamento da criatividade.
Salienta-se ainda que a oficina proporcione para os alunos acima de tudo
momentos agradáveis de conhecimento e criação, onde o próprio poderá demonstrar
através de sua prática sua espontaneidade, seu conhecimento, sua imaginação e
criatividade, utilizando-se de materiais reutilizáveis para enriquecer a construção das
máscaras. Como expressa Luise Weiss (1989, p. 18).
É preciso lembrar, entretanto, que a questão do uso criativo, rico e diversificado
desses materiais depende muito da imaginação e da sensibilidade de quem os
manipula e de quem os propõe enquanto atividade artística expressiva. Não basta
ter os materiais, possuir muitas ferramentas e dispor de salas especiais. Claro,
trabalhar nessas condições ajuda, mas a questão do uso da sucata como material
expressivo extrapola a questão da própria sucata. Torna-se necessário pensar
criativamente esse material, caso contrário ele se torna limitado ou, ainda pior, vira
uma receita, uma fórmula (exemplo não falta). Não é somente a sucata que corre
o perigo de virar modelo, fórmula, mas qualquer material ou técnica, como argila, a
pintura, a gravura, o desenho. Dependendo da manipulação, as propostas podem
se restringir limitar, ou então se ampliar e enriquecer. Ao projetar este trabalho,
uma de minhas preocupações era exatamente não transformá-lo num receituário
de objetos e brinquedos de sucata para serem copiados fielmente, mas sobre tudo
mostrar a possibilidade de utilização de materiais tão diversificado e variado nas
texturas, cores, tamanhos, e origens para incentivar a pesquisa da construção de
objetos/brinquedos.
Roborando o assunto, sabemos que o aluno não chegará e criará sua máscara,
seu objeto e sim ele passará por alguns processos de criação com esclarece Luise Weiss
(1989, p. 63)
Perceber que, até chegar a um resultado determinado, a criança precisa passar
por diversas etapas, desde o aparecimento da primeira ideia (projeto inicial):
associar formas, relacionar materiais, mudar às vezes o significado de um objeto,
sintetizar um projeto. Dessa forma, valoriza-se o projeto artístico, desmistificando-
se a suposição de que ele “cai do céu”, como uma inspiração momentânea,
privilégio de poucos.
Porém a que se levantar aqui a importância do professor no que diz respeito às
metodologias utilizadas no processo teórico-prático de ensino aprendizagem, como
salienta Ferraz e Fusari (1999 p. 98,99).
A metodologia educativa na área artística inclui escolhas profissionais do professor
quanto aos assuntos em arte, contextualizados a serem trabalhados com os
alunos nos cursos. Referem-se também à determinação de métodos educativos,
ou seja, de trajetórias pedagógicas (com procedimentos técnicos e proposições de
atividades) para os estudantes fazerem, apreciarem e analisarem os conteúdos de
arte. Referem-se ainda às escolhas de materiais e meio de comunicação para
produção artística e estética nas aulas. A metodologia do ensino e aprendizagem
nos cursos de Arte refere-se, então, aos encaminhamentos educativos que visam
a ajudar os alunos na apreensão viva e significativa de noções e habilidades
culturais em arte. São noções a respeito de produções artísticas pessoais e
apreciações estéticas ou análises mais críticas de trabalhos de arte, nas diversas
modalidades (artes visuais, verbais, música, teatro, dança, artes audiovisuais,
dentre outras), dependendo da formação do professor.
É através da arte que o aluno poderá ter um conhecimento mais abrangente e
poderá enriquecer o seu ”repertório individual, um conjunto de valores, conceitos, ideias,
sentimentos e emoções que vão tecendo uma rede de significações para si”, como afirma
Martins (2010, p.19).
Com isso o aluno perceberá que segundo Duarte Junior (1981, p.15, 16).
A arte é sempre produto de uma cultura e de um determinado período histórico.
Nela se expressam os sentimentos de um povo com relação às questões
humanas, como são interpretadas e vividas em seu ambiente e em sua época.
Através da arte temos acesso a essa dimensão da vida cultural não explicitamente
formulada nas demais construções “racionais” (ciências, filosofia). Por outro lado,
quando se pensa na dimensão estética da educação, esta expressão envolve um
sentido para além dos domínios da própria arte. Porque o termo estético supõe
certa harmonia, um certo equilíbrio de elementos. E, em nossa civilização, vem
sendo sobre maneira difícil o encontro de um equilíbrio entre os sentidos que
damos à nossa ação concreta no cotidiano. Talvez se possa consideram que nas
culturas ditas “primitivas” a vida seja mais esteticamente vivida, na medida em que
cada ação do indivíduo faz parte de um universo de valores e sentidos, do qual ele
tem uma visão abrangente. Enquanto que nós, civilizados, estamos mergulhados
num oceano de significações, entre as quais devemos eleger aquelas que pautem
o nosso agir diário; e nem sempre é possível que este agir diário se coadune com
nosso esquema de valores e significados. Assim, a própria educação possui uma
dimensão estética: levar o educando a criar os sentidos e valores que
fundamentem sua ação no seu ambiente cultural, de modo que haja coerência,
harmonia, entre o sentir, o pensar e o fazer. Caso contrário, estamos frente à
tendência “esquizoide” de nossos tempos: a dicotomia entre o falar e o fazer, entre
o pensar e o agir, entre o sentir e o atuar.
O portfólio é uma construção individual, contendo registros de uma sequencia do
que foi pesquisado no percurso do conhecimento. Ainda esclarece Hernandez (2000 p.
165,166).
[...] um portfólio pode conter: artefatos, reproduções, testemunhos e produções.
Assim, artefatos são os trabalhos produzidos durante as atividades em sala e os
trabalhos realizados por iniciativa própria, ou ainda por sugestão do professor;
reproduções são trabalhos ou documentos realizados fora da sala – a gravação de
uma entrevista, uma página da internet com informação importante para o assunto
da aula, etc; atestados são comentários realizados por outras pessoas, pelo
professor ou coordenador, por exemplo; produções são os documentos
elaborados pelo aluno para dar sentido ao seu portfólio, cabendo aqui a
explicação sobre as metas do curso, as reflexões que acontecem durante a
montagem do portfólio e as anotações ou títulos dados a cada parte do portfólio.
Será o portfólio uma ferramenta importante no momento da avaliação do trabalho
final, do resultado da execução da Oficina de Confecção de Máscaras.
Professor, como remate é importante fazer um estudo breve sobre o portfólio que será parte importante da avaliação desse processo de conhecimento.
II MAPA CONCEITUAL
Na sequência pensaremos agora a partir do rizoma que apresenta uma grande
variedade de territórios que podem ser pensados, repensados e modificados de acordo
com o andamento do trabalho proposto. Referindo-se aos mapas, que fazem parte do
rizoma, escrevem Deluze e Guatarri (1995, p. 22).
O mapa é aberto, é conectável em todas as suas dimensões, desmontável,
reversível, suscetível de receber modificações constantemente. Ele pode ser
rasgado, revertido, adaptar-se a montagens de qualquer natureza, ser preparada
por um indivíduo, um grupo, uma formação social. Pode-se desenhá-lo em uma
parede, concebê-lo como obra de arte, construí-lo como uma ação política ou
como uma mediação. Uma das características mais importantes do rizoma talvez
seja a de ter sempre “múltiplas entradas”.
PERCORRENDO TERRITÓRIOS DO PESQUISAR AO EXPERIMENTAR.
Não se pode perder de vista que esses percursos ou mapas podem ter sempre vários
caminhos conforme a vontade ou necessidade do professor e dos alunos.
Saberes Estéticos e Culturais:
História da Arte Africana e Afro-Brasileira.
Linguagens Artísticas:
Artes Visuais;
Objetos: mascaras e esculturas.
Processo de Criação:
Ação criadora: poética pessoal, experimentação e esboços.
Forma-Conteúdo:
Elementos visuais: espaço, superfície, textura, cor, simetria, simplificação;
Tema: Mascaras, geometrização bidimensional e tridimensional.
Materialidade:
Procedimentos, transformações e técnicas;
Materiais: ataduras gessadas, massa corrida, reutilizáveis, jornais, papelão,
madeira, argila, metais, etc.
III MATERIAL DIDÁTICO
O material didático é um conjunto de ações que acontecerão no decorrer da
implementação do projeto com os alunos do 9° ano, ações essas que permearão o
pesquisar, ler, interpretar e o experimentar. E oportuno se torna dizer agora que todas
essas ações serão mediadas pelo professor.
PRIMEIRA ETAPA: do pesquisar ao ler e interpretar.
1°-Pedir aos alunos que façam uma pesquisa sobre alguns artistas que utilizaram-se de
máscaras, esculturas, signos e artefatos africanos em seus trabalhos
2°-Nesse momento faremos uma exposição de imagens de obras de artistas que
dialogam as máscaras, os signos e os artefatos africanos em seus trabalhos agregando
com os artistas pesquisados pelos alunos.
Para você professor
Leitura das seguintes imagens.
Picasso 1881- Les demoselles d’ Avignon, 1907.
Óleo sobre tela, 243,9x233, 7 cm, Museu de Arte Moderna, Nova York.
Disponível em:
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=287&evento=1/ Acesso
dia 04/11/2014.
Autorretrato, 1972.
Pastel sobre papel, 65,7x50, 5 cm, Fuji Television Gallery, Tóquio.
Disponível em:
http://www.templodeatena.com/View/Arte/Editorial/ArteDasTrevasParte2.cshtml /Acesso dia 04/11/2014.
Nolde- Figura e Máscara, Museu de Arte Brasileira.
Disponível em:
http://melbourneblogger.blogspot.com.br/2009/09/emil-nolde-troubling-artist.html Acesso
em 05/11/2014.
Nolde - Mask Still Life III, 1911
74x78 cm.
Disponível em:
http://www.wikiart.org/en/emil-nolde/mask-still-life-iii-1911/ Acesso dia 05/11/2014.
Rubem Valentim: Geometria Sagrada.
Emblema – logotipo – Poético, 1975
Acrílica sobre tela, 35x50 cm
Disponível em:
http://artenaescola.org.br/uploads/dvdteca/pdf/arq_pdf_24.pdf / Acesso em 05/11/2014,
imagens p.6 e 7.
Professor nesse momento passar o vídeo da DVDteca, Rede Arte na Escola- Rubem Valentim: Geometria Sagrada. agrada.
Faremos uma exposição das Máscara
Não se pode perder de vista que nosso maior objetivo são as Máscaras Africanas,
portanto agora é o momento de estarmos Pesquisando e lendo estes objetos.
Máscara de gu. Madeira, latão. A. 30 cm. Baulê; região de Ara, Costa do Marfim. Milão, coleção
particular.
Fonte: As Máscaras Africanas – Martins Fontes
Máscara comemorativa. Latão. A. 19 cm. Bron; Gana. NNova York, Museum of Primitive Art.
Fonte: As Máscaras Africanas – Martins Fontes
Máscara de madeira coberta de cobre. Madeira, cobre, cauris. A. 44 cm. Bamum; região de Fumban,
Camarões, Paris, Musée de I’Homme.
Fonte: As Máscaras Africanas – Martins Fontes
Máscara de iniciação. Madeira, cobre, cairis, contas. A. 32,8 cm. Bakuba; região do Kasai, Congo.
Tervuren, Musée Royal de I’Afrique Centrale.
Fonte: As Máscaras Africanas – Martins Fontes
Além destas obras e artistas referenciados: Picasso, Nolde e Valentin que foram
influenciados pelas máscaras e Cultura Africana utilizarei como recurso visual o livro As
Máscaras Africanas, de Monti, usarei com os alunos durante todo o projeto, bem como
disponibilizar tal banco de imagens para que os professores possam também acessá-la.
Imagens Digitalizadas de: MONTI, Franco- As Máscaras Africanas: [tradução Luís Eduardo de
Lima Brandão]- São Paulo: Martins Fontes 1992.- (Os estilos na arte).
LER E INTERPRETAR AS IMAGENS
Neste momento serão feitos questionamentos aos alunos diante das obras, com devido
registros no portfólio.
Seguiremos os passos para o trabalho de leitura das imagens segundo Robert Willian Ott
“Como possibilidade de fruir e ir se inteirando da obra de arte passo a passo, passando
pela apreciação, observação, interpretação e culminando numa produção” e sua
exposição.
1- Descreva o que você vê nas seguintes imagens e liste em seu portfólio citando o nome
do artista e da respectiva obra, exemplo:
-cores mais utilizadas;
-formas;
-texturas;
-linhas;
-formas;
- composição;
-temática;
2- Analise e tente descobrir como foi produzida a obra:
-materiais utilizados;
-técnicas desenvolvidas;
3- Chega a hora da interpretação da imagem:
-como se sente a respeito da obra (imagem);
-que primeiras sensações a imagem lhe provoca?
-o que as obras tem em comum?
-todas as imagens foram feitas com técnicas semelhantes?
-esses trabalhos foram feitos por um mesmo povo em um mesmo momento histórico? Por
uma mesma cultura?
4- Agora você fará uma pesquisa sobre a biografia dos artistas estudados.
-pesquisas na internet com registros através de textos, desenhos e pintura no portfólio.
Os artistas que dialogam com máscaras, artefatos e símbolos da
arte africana, valorizaram uma arte “primitiva”. Como explica, Harrison, Francina e Perry
(1998, p.3, 5).
... Pensava-se, portanto, que as características das fontes “primitivas” não
inspiravam simplesmente os interesses mutáveis dos artistas modernos, mas sim,
conformavam-se a eles. Em outras palavras, uma tendência “primitiva” já
estava se produzindo internamente à arte moderna, e na verdade deveria tornar-
se um aspecto distintivo do “moderno”. Como veremos, essa ideia também teve
Atividade para o aluno de leitura de imagens
Para você professor
implicações importantes para a autoimagem do artista, no sentido de que ela
contribuiu para o mito de que artistas de vanguarda como Gauguin e Picasso
estavam de algum modo de expressão artística puro e direto...
...Argumentou-se que pelo simples fato de usarmos a palavra “primitivo”, em vez
de uma que dê uma designação geográfica da cultura em questão (como
“africana”, “egípcia”, “polinésia”), estamos definindo essa cultura como diferente da
nossa ocidental do que é civilizado. Usar o termo é fazer implicitamente um juízo
de valor, mesmo que ele possa assumir diferentes disfarces...
Nesse sentido cabe agora discorrer sobre Arte Africana e a influência da cultura que os
africanos reconstruíram em terra brasileira, professor você encontrará Arte Africana
disponível em:
Não se esquecendo de que os registros dos conteúdos serão feitos pelos alunos nos
portfólios.
Ainda antes de partimos para o experimentar, onde os alunos serão incentivados a
começarem suas próprias produções, primeiro faremos produções bidimensionais, com
apoio do vídeo da DVD teca. Arte na Escola Autorretrato, sua história e presença nas
obras de artistas através dos tempos.
http://historiasdopovonegro.wordpress.com/talento/maos-negras/
http://www.portaldarte.com.br/arteafricana.htm
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/#!/q=arte%20africana
http://www.webquestbrasil.org/criador/webquest/soporte_mondrian_w.php?id_acti
vidad=12052&id_pagina=1
http://anaeducarte.blogspot.com.br/2010/11/mascaras-africanas.html
http://www.infoescola.com/artes/mascara/
http://artesvisuaisnaescolaclasse4.blogspot.com.br/2009/05/o-artista-pablo-picasso-
e-arte-africana.html
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/buscaGeral.html?q=arte%20africana
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=28332
https://www.faecpr.edu.br/site/portal_afro_brasileira/2_V.php
https://www.youtube.com/watch?v=RPzxt1iZGiA&feature=related
Atividade extraclasse para o aluno
Faça experimentos de desenho fazendo seu autorretrato, através de reprodução de fotos
e reflexo em espelhos, não se esqueça de utilizar o portfólio para essa atividade.
Em duplas os alunos sentarão um de frente para o outro e através da observação se
desenharão.
SEGUNDA ETAPA: do ler e interpretar ao experimentar.
Em seu portfólio faça uma pesquisa sobre Máscaras Africanas destacando através de
desenhos:
- Forma das máscaras;
- Linhas encontradas;
- Texturas gráficas;
- Figuras geométricas;
- Cores.
Farão também pesquisa no laboratório de informática destacando:
- Cores utilizadas em máscaras, artefatos,e pinturas africanas;
- Texturas gráficas encontradas em estampas africanas;
- Desenhos geométricos e linhas, contidas nas máscaras africanas.
OBS- Todos os registros serão feitos no portfólio.
Atividade para o Aluno
Professor
Proposta de atividade para o aluno em sala de aula
Professor Agora você poderá passar para os alunos o vídeo
n°10 da DVDteca rede arte na escola Autorretrato.
Após essa pesquisa os alunos serão incentivados a começarem suas próprias produções,
primeiro fazendo produções bidimensionais e coloridas para após partirem para a
execução através de oficinas de práticas artísticas de produção de suas próprias
máscaras utilizando-se de materiais como: argila, madeira, gesso, papelão, jornais,
objetos reutilizáveis, entre outros. O professor deverá nesse momento ser apenas o
mediador, não podendo interferir diretamente nas práticas dos alunos, cada um tem sua
limitação. Pois diz Luise Weiss (1989, p. 39)
Quanto ao acabamento desses brinquedos, sua forma final, há um lado tosco,
meio “bruto” às vezes dando ideia de um acabamento “imperfeito”, rústico. Tal fato,
no caso das crianças, está relacionado com dois aspectos:
• a criança atua de acordo com a sua capacidade físico-motora, no estágio em
que se encontra;
• a criança não tem, como o adulto, a mesma preocupação de acabamento dos
objetos; o brinquedo é construído pra ser imediatamente utilizado.
É chegada a hora da execução da oficina de construção de máscaras e esculturas a partir
de práticas artísticas de suas próprias produções, serão objetos feitos pelas mãos dos
próprios alunos apenas com a mediação do professor no que diz respeito a meios e
formas de executar técnicas para a produção das máscaras e esculturas como explica
Paz (1914, p.51).
Feitos com as mãos, o objeto artesanal conserva, real ou metaforicamente, as
impressões digitais de quem o fez. Essas impressões são a assinatura do artista,
não um nome; nem uma marca. São antes um sinal: a cicatriz quase apagada que
comemora a fraternidade original dos homens. Feito pelas mãos, o objetom
artesanal está feito para as mãos: não só podemos ver como apalpar. A obra de
arte nós vemos, mas não tocamos. O tabu religioso que nos proíbe tocar nos
santos – “quem toca na custódia queima as mãos” , diziam-nos quando éramos
pequenos – se aplica também aos quadros e às esculturas. Nossa relação com
objeto industrial é funcional; com a obra de arte semirreligiosa; com o artesanato,
corporal.
È óbvio que devemos respeitar as criações e execuções de cada aluno.
Dividir a sala em equipes onde cada uma desenvolverá o trabalho seguindo uma técnica,
a mesma estará descrita no portfólio. Acesse os seguintes sites.
Mãos à obra – chegou o momento da execução das oficinas de confecção de máscaras
de acordo com as técnicas estudadas e conhecidas.
TERCEIRA ETAPA: do experimentar ao expor
Como resultado faremos uma exposição coletiva dos trabalhos realizados nas
oficinas, aberta a toda comunidade escolar, professores e alunos, onde serão expostas as
máscaras produzidas pelos alunos. A exposição será de responsabilidade da professora
juntamente com os alunos envolvidos no projeto, contanto com a colaboração da equipe
pedagógica e do diretor da escola, e será aberta a visitação dos pais.
Como educadores, professores, pais, e visitantes de exposições de trabalhos de
alunos, devemos ter certo cuidado no que diz respeito a comentários e julgamentos. Luise
Weiss (1989, p. 47) manifesta seu entendimento quando expressa:
O trabalho de sucata feito pela criança às vezes mostra um lado rudimentar, que o
adulto pode considerar “imperfeito” . (Quantas vezes já pude observar crianças
trabalhando horas em projetos, vendo-lhes depois os rostos decepcionados,
quando os pais os acham “feios”.) ...
... O arte-educador, a meu ver, não precisa ser obrigatoriamente um artista plástico
profissional, mas uma pessoa com sensibilidade, curiosidade e flexibilidade. Pois
como é possível ao estimular a curiosidade nas crianças se ele manifestar frente
aos objetos, receio, desinteresse ou uma atitude passiva?
http://educacao.uol.com.br/planos-de-aula/fundamental/artes-mascaras.htm
http://pt.wikihow.com/Fazer-uma-M%C3%A1scara-de-Gesso
http://www.ehow.com.br/mascara-africana-3d-como_20623/
http://www.ehow.com.br/mascaras-argila-como_39405/
http://oficinademascaras.blogspot.com.br/p/confeccao-das-mascaras.html
http://artenormal.blogspot.com.br/2013/08/mascaras-africanas-601-eja.html
http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteu
do=331
https://www.youtube.com/watch?v=P4CBlL6wLNw
https://www.youtube.com/watch?v=u1KfvAJND5g
https://www.youtube.com/watch?v=317tX3WqJxA
Professor muito cuidado com exclusões e julgamentos
AVALIAÇÃO
A avaliação será formativa, processual e contínua no decorrer da implementação do
projeto, tendo como registro dos momentos de ensino-aprendizagem o portfólio. A
avaliação é ferramenta indispensável na verificação de objetivos propostos atingidos.
REFERÊNCIAS
DUARTE JÚNIOR, João Francisco. Por que Arte-educação? 14. ed. Campinas, SP:
Papirus, 2003.
FREIRE, Paulo- Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25.
ed.São Paulo: Paz e Terra, 1996. (coleção leitura).
PAULA, Carlos Alberto de, LIMA Jackson César de, SANTOS, Marcelo Cabarrão,
PADUIM, Viviane (Org.) Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Arte. Secretaria
do Estado da Educação – Governo do Paraná, 2008.
MONTI, Franco- As Máscaras Africanas: [tradução Luís Eduardo de Lima Brandão]- São
Paulo: Martins Fontes 1992.- (Os estilos na arte).
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