PESQUISAS EM AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO DO TRÂNSITO
Joneia Mayumi Tawamoto CRP08/06460
Na avaliação psicológica no contexto do trânsito, as investigações dos fenômenos psicológicos, ou seja, das capacidades gerais, bem como das específicas do indivíduo, são de suma importância, pois proporcionam indicadores para a tomada de decisões em relação às condições de esse indivíduo estar apto ou inapto para dirigir. Essa constatação nos remete à necessidade de uma preocupação, por parte dos profissionais de psicologia, em atuar de forma preventiva e preditiva, buscando inferir de uma forma que os motoristas não se exponham a situação de perigo a si e aos outros (LAMOUNIER; RUEDA, 2005).
CONTEXTO:
Exames psicotécnico para redução de acidentes:
Rio de Janeiro, em 2 de abril de 1951 - Tenente Coronel Geraldo de Menezes Cortês Primeiras avaliações no Rio de Janeiro, como método para redução de acidentes.
1951 -Instituto de Seleção e Orientação Profissional (ISOP) da Fundação Getúlio Vargas – Primeiras avaliações . Levantamento Profissiográfico (normas para a população brasileira).
Testes da França e Espanha. França, o sistema de Lahy; “Tempo de reação”,
“Exame da sugestibilidade motriz”, “Exame da atenção difusa”, “Irritabilidade”, “Avaliação da velocidade e distância”, “Resistência à fadiga motriz”, “Rapidez de compreensão de imagem” e o “Teste da plataforma”
Espanha, “Avaliação de distância, com o perceptotaquímetro de Mira”, “Inteligência mecânica: o ‘puzzle’ mecânico de Heider”, “Inteligência mecânica, com as polias de Moede”, “Coordenação óculo-manual, com o ambidextrógrafo de Moede”, “Memória articular, aparelho de Zimmermann”, “Prova de direção, de Klemm” e a “Prova de direção global, de Rupp”
Em 8 de junho de 1953, o CONTRAN torna obrigatório o exame psicotécnico para todo aspirante à profissão de motorista.
Ascensão da indústria automobilística. No ano de 1962 aprovada pelo CONTRAN a
extensão do exame a todos os candidatos à CNH .
1964 -1985: Ditadura Militar
Década de 80 : questões sobre o resultado do psicotécnico. Reprovações e acidentes de trânsito.
Estudos sobre testes psicológicos : O CFP, em 1988, criou a Comissão Especial do Exame Psicológico para Condutores sob a presidência do psicólogo Reinier Rozestraten acompanhado de Efrain Rojas-Boccalandro e J. A. Della Coleta.
Após 30 da implantação do psicotécnico 6 artigos são sobre validade do exame psicológico publicados (Spagnhol, 1985).
Autor / Ano Tema de investigação Instrumento Delineamento
Andrade (1983) Estudo sobre o nível de inteligência e a relação com o conhecimento para dirigir.
Teste de Matrizes Progressivas (Raven)
Descritivo-exploratório.
Miranda et al. (1984)
Estudo sobre validade e padronização.
Aptitude Tester for Automobile Drivers (Simulador TKK)
Descritivo-exploratório.
Andrade (1985) Análise e elaboração de modelo para análise de teste psicológico.
Teste de Inteligência Não –Verbal – Forma C (INV-C)
Pesquisa fatorial (classificação de itens em agrupamentos verificando o poder explicativo).
Rozestraten (1990)3.ppt
Estudos de validade e padronização.
Teste de Atenção Difusa, Teste de Atenção Concentrada (AC), Aptidão para Motorista Militar, Tempo de Reação, Reprodução de Figuras, Disco de Walter, Group Embedded Figures Test, Testes dos 3 Labirintos, Teste de Interesse (Kuder), Teste de Inteligência Não –Verbal – Forma C (INV-C).
Pesquisa comparativa (divisão de participantes em dois grupos)
Chiança & Chiança (1999a). 4.pptx
Construção de normas de padronização (tabelas normativas).
Teste Não Verba de Inteligência (R-1)
Descritivo-exploratório.Verificação de resultado em um grupo
Chiança & Chiança (1999b)
Construção de normas de padronização .
Teste de Atenção Concentrada (AC)
Descritivo-exploratório.
Fonte: Silva e Alchieri (2008)
Autor / Ano Temas de Investigação Instrumento Métodos Delineamentos
Hashimoto e Ribeiro (1991).
Estudos de Validade e Padronização.
Bender Projetivo
Um grupo de sujeitos e verificação do resultado no(s) instrumento(s).
Grisci (1991). Relação entre acidentes, infrações e variáveis de personalidade.
Bender Projetivo
Divisão dos participantes em dois ou mais grupos comparando-os.
Alves e cols (1998) .
Relação de traços de personalidade e gênero, idade e/ou nível educacional.
PMK Divisão dos participantes em dois ou mais grupos comparando-os.
o No novo Código de Trânsito Brasileiro, a partir da
Resolução nº. 80/98 a avaliação psicológica passa a ter
quesitos específicos a serem avaliados.
o Título de Perito Examinador do Trânsito : curso de
capacitação 120 horas.
o Avaliação Psicológica – Entrevista
o Anexo II .”5.6. O psicólogo credenciado deve reciclar-
se periodicamente, elevando o nível de conhecimento
e a contribuição a oferecer aos sistemas de Trânsito a
critério dos setores de Psicologia de cada Unidade da
Federação”.
o Veto Presidencial
Autor / Ano Temas de Investigação
Instrumento
Métodos Delineamentos
Bardella e cols (2001).
Construção de tabelas padronizadas. Relação entre traços de personalidade e gênero, idade e/ou nível educacional.
PMK Divisão dos participantes em dois ou mais grupos comparando-os.
Costa (2001). Construção de tabelas padronizadas. Relação entre traços de personalidade e gênero, idade e/ou nível educacional.
PMK Divisão dos participantes em dois ou mais grupos comparando-os.
Frasson e Souza (2002).
Relação entre acidente, infrações e variáveis de personalidade.
Rorschach Um grupo de sujeitos e verificação do resultado no(s) instrumento(s).
Pressa (2002). Relação entre acidente, infrações e variáveis de personalidade.
STAXI Divisão dos participantes em dois ou mais grupos comparando-os.
o Em 2003, o CFP publicou a Resolução
n°002/2003, definindo a
regulamentação pela qual o instrumento
deve ser construído de acordo com os
princípios reconhecidos pela
comunidade científica, especialmente os
desenvolvidos pela Psicometria. o Ênfase as pesquisas.
Autor / Ano Temas de Investigação Instrumento Métodos Delineamentos
Sisto et al. (2005).TCR.pptx
Estudo sobre validade e padronização.
Nível de inteligência e a relação com conhecimento para dirigir
Teste Conciso de Raciocínio (TCR). Estudo correlacional (um grupo de participantes, observando em relação as variáveis).
Ávila & Benezik (2005).
Relação entre acidentes, infrações e variáveis de habilidade, inteligência e personalidade
Teste de Atenção Concentrada (AC) e Teste Não Verbal de Inteligência (R1)
Estudo de caso
Montiel et al. (2006).1.ppt
Estudo sobre validade e padronização
Teste de Atenção Concentrada Toulosse-Piéron e Teste de Atenção Concentrada para Motorista – forma A (Tacom A)
Estudo correlacional (um grupo de participantes, observando em relação as variáveis).
Noronha et al. (2006).2.ppt
Estudo sobre validade e padronização
Teste de Atenção Concentrada (AC) e Teste de Atenção Sustentada (AS)
Estudo correlacional.
Sisto el al. (2006).
Estudo sobre validade e padronização
Teste Não Verbal de Inteligência (R1) e Teste Conciso de Raciocínio (TCR)
Estudo correlacional.
Rueda (2006). Estudo sobre validade e padronização.
Teste Conciso de Raciocínio (TCR) e Teste Pictórico de Memória (TEPIC-M).
Estudo correlacional.
Autor / Ano Temas de Investigação Instrumento Métodos Delineamentos
Esteves e cols. (2004).
Comparação de tabelas padronizadas em diferentes estados.
PMK Comparação entre amostras de diferentes contextos brasileiros.
Alves e Esteves (2004)
Estudos sobre validade e padronização.
Teste Palográfico.
Divisão dos participantes dois ou mais grupos comparando-os.
Lamounier e Rueda (2005a)
Estudos sobre validade e padronização.
PMK Divisão dos participantes dois ou mais grupos comparando-os.
Ávila e Benczik (2005)
Relação entre acidentes, infrações e variáveis de personalidade.
PMK Estudo de Caso
Ral e cols (2005)
Construção de tabelas padronizadas. Estudos sobre validade e padronização.
PMK-RD Estudo transcultural
Ral e cols (2006)
Estudos sobre validade e padronização.
PMK-RD Estudo transcultural
Lamounier e Rueda (2006)
Relação entre traços de personalidade e gênero, idade e/ou nível educacional
PMK Divisão dos participantes dois ou mais grupos comparando-os.
Autor / Ano
Temas de Investigação
Instrumento Métodos Delineamentos
Lamounier e Villemor-Amaral (2006)
Estudos sobre validade e padronização.
Rorschach Divisão dos participantes dois ou mais grupos comparando-os.
Tawamoto (2008)
Estudos sobre validade e padronização.
Pfister Divisão dos participantes dois ou mais grupos comparando-os.
CRÍTICAS EM RELAÇÃO AS PESQUISAS
Amostra não representa motoristas e sim candidatos a CNH.
Pouco estudos relacionado a amostra que apresentam comportamento de risco no trânsito.
Tabelas normativas de candidatos a CNH com grupos que não motoristas.
Estudos indicam fraca evidencia de validade.
Maioria dos Estudos descritivos e não correlacional.
RESULTADOS PARA APROVAÇÃO E INAPTIDÃO
Critérios para a aprovação: Preocupação no resultado do teste e não no
que o teste avalia. Foco no teste. Desconhecimento do construto avaliado. Será que tem um critério?
PESQUISAS Primi e Nunes, 2010 - Pesquisas com grupos:
Acidentados ou infrator contumaz? Hoffman, 2005 – Conhecer fenômenos psicológicos
envolvidos na atividade de conduzir o veículos. Silva e Alchieri (2008)- Estudos de delineamento
logintudinal. Resolução CFP nº 009/2011 “ os estudos
considerados mais importantes no que se refere à base científica do instrumento são os de validade de critério que procuram demonstrar que determinado construto (atenção, por exemplo) está associado a algum evento importante do contexto social que se pretenda prevenir (acidentes causados por imprudência) e/ou reforçar (direção segura e respeito às leis)”.
Fim!
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