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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS, COMUNICAÇÃO E ARTES - ICHCA
CURSO DE LICENCIATURA EM FILOSOFIA
EDUCAÇÃO: EMANCIPAÇÃO HUMANA OU ALIENAÇÃO?
ANTONIO GILSON DUARTE DE OLIVEIRA
Maceió
2014
ANTONIO GILSON DUARTE DE OLIVEIRA
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EDUCAÇÃO: EMANCIPAÇÃO HUMANA OU ALIENAÇÃO?
Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado à Universidade Federal deAlagoas como requisito parcial para
obtenção do Grau de Licenciatura emFilosofia
!rientador "a#$ %rof& Artur 'ispo (antos )eto
Maceió
2014
Folha de Aprovação
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AUTOR: ANTONIO GILSON DUARTE DE OLIVEIRA
TITULO: EDUCAÇÃO: EMANCIPAÇÃO HUMANA OU ALIENAÇÃO?
Trabalho de o!cl"#$o de "r#o #"b%e&ido ao cor'o doce!&e do "r#o deLice!cia&"ra e% (ilo#o)ia da U!i*er#idade (ederal de Ala+oa# e a'ro*ado
e% ,,,,,,de ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,de 2014
Banca Examinadora:
PROFº. MS. ARTUR BSPO
EP!"RAFE
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... Oh# Me$ %e$
%e$& '$e livre voc(& de $ma e&cola
em '$e )enham '$e copiar pon)o&.%e$& '$e livre voc(& de decorar
&em en)ender* nome&* da)a&* +a)o&...
%e$& '$e livre voc(& de acei)arem
,onhecimen)o& -pron)o&
mediocremen)e em/alado& no&
livro& did0)ico& de&car)0vei&
E$ )am/1m '$eria $ma e&cola '$e
en&ina&&e voc( a conviver* a cooperar*
a re&pei)ar* a e&perar* a &a/er viver
n$ma com$nidade* em $nião.
2$e voc( aprende&&e a )ran&+ormar
e criar
2$e lhe de&&e m3l)iplo& meio& de voc(&
expre&&arem cada &en)imen)o*
cada drama* cada emoção.
Ah# E an)e& '$e e$ me e&'$eça:
%e$& livre voc(& de $m pro+e&&or
ncompe)en)e.
,arlo& %r$mmond de Andrade
I- RESUMO
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! presente trabalho ob*eto da conclusão do curso de licenciatura em filosofia tra+ como
refle,ão quest-es referentes ao papel da educação num conte,to emancipat.rio em
contraposição a uma educação baseada na alienação com vi/s ideologicamente
capitalista A principio faremos um resgate hist.rico da evolução da educação no
sentido de compreender os processos e os caminhos percorridos pela educação ao longo
dos s/culos0 at/ se constituir em sistema de ensino (abemos que a educação não tinha o
mesmo sentido que tem nos dias atuais0 porque os fins da educação eram outros !
educar não tinha a intencionalidade e a sistem1tica *1 preestabelecida e estruturada
como temos ho*e Assim0 para uma maior compreensão deste processo iremos percorrer
inicialmente a tra*et.ria do educar grego at/ a modernidade com os sistemas de ensino e
surgimento da escola Atrav/s deste estudo analisaremos como a educação se
caracteri+ou pelo vi/s ideol.gico capitalista e alienante em detrimento do abandono das
capacidades dos indiv2duos e de uma educação para emancipação humana )este
sentido0 temos como premissa0 à analise hist.rica do processo educacional e social0 bem
como as capacidades individuais e coletiva0 al/m do conhecimento livre que contribuem
para uma formação humani+ada em contraposição ao modelo ideologicamente
capitalista e monopoli+ado %ara tanto0 este estudo se basear1 no modelo de educação
das comunidades primitivas0 levando em conta fundamentalmente uma educação com
bases nas condiç-es ob*etivas em contraposição a uma educação predefinida pelo
capital
%alavras Chaves$ 3ducação0 alienação0 emancipação0 capital
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6 =4>
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@ @)TB!UDE!
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! processo educacional sempre foi tema de intensos debates ao longo de nossa
hist.ria e continua sendo ob*eto de muitos estudos e discurs-es !s enormes desafios a
serem enfrentados fi+eram deste tema ob*eto constantes refle,-es na academia e em
outros segmentos da sociedade0 numa busca cont2nua por respostas e aperfeiçoamento
dos m/todos e de resultados esta forma0 o presente trabalho recorre aos pressupostos
te.ricos sobre a hist.ria da educação0 para melhor compreender at/ onde a educação
pode promover a emancipação do homem ou a sua alienação %ara compreender melhor
o que significa uma educação emancipat.ria0 / importante destacar que a necessidade
desta discussão encontrase no resgate de uma concepção educacional que ultrapasse o
simples ensino de competncias
)as comunidades primitivas a educação tinha um car1ter voltado para o sentido
mais profundo da vida0 levando em conta sua condição ob*etiva0 mas0 com o passar do
tempo isso foi gravemente se distanciando cedendo espaço h1 interesses meramente
ideol.gicos e mercadol.gicos0 distantes da realidade da vida0 do trabalho e do conv2vio
social Criase dessa forma um va+io entre os processos educacionais e a vida0 o que se
percebe são fragmentos de interesses ideol.gicos estruturados para disputa de interesses
individuais ou de pequenos grupos0 afastando o individuo de sua condição real e
impondolhe elementos estranhos a ob*etividade da vida0 redu+indo a convergncia do
trabalho como elemento nucleador do processo de conhecimento
%ara o professor @vo Tonet0 o trabalho / o fundamento ontol.gico do ser social0 a
comple,idade resultante do pr.prio trabalho fe+ com que a reprodução do ser social
e,igisse o surgimento de esferas de atividade0 com uma especificidade e uma legalidade
pr.prias "T!)3T0 7547# 3ntre estas esferas de atividades condicionadas pelo trabalho
encontrase a educação0 afetada pelo mesmo dilema das demais0 a comple,a relação de
uma sociedade em permanente conflito e disputas @sso tem gerado um sentimento de
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que as discurs-es a respeito dos processos educacionais não produ+em resultados
satisfat.rios na formação dos indiv2duos
A crise educacional vigente tem provocado o aprofundamento da mis/ria
intelectual0 material e as discrepantes e vergonhosas diferenças entre as classes sociais0
tornase um alerta a autodestruição humana esta forma / urgente repensar quais os
pilares que sustenta os processos educacionais no mundo contemporHneoI 3 o que tem
intensificado a crise na formação humana e nas relaç-es sociaisI !s processos
educacionais vigentes trabalham para emancipação humana ou para a alienaçãoI
A educação0 não diferente de outras 1reas0 segue as transformaç-es de uma
sociedade influenciada pelo capitalista0 que convergem com o aprofundamento da
mis/ria do trabalhador em detrimento do sucesso e da manutenção do capital de forma
sutil0 travestida das melhores intenç-es0 enquanto a educação / redu+ida a mercadoria
esta forma0 a educação tornase atrav/s de um processo de alienação uma das
principais ferramentas para o fortalecimento das bases do capital em detrimento ao
aprofundamento da mis/ria humana ! processo de alienação na educação se concreti+a
na mera reprodução do sistema capitalista0 que à medida que avança em seus prop.sitos
redu+ a capacidade do individuo e desumani+a o humano
%ara @stv1n =/s+aros$
Jivemos sob condiç-es de uma desumani+ante alienação e deuma subversão fetichista do real estado de coisas dentro daconscincia "muitas ve+es tamb/m caracteri+ada comoKreificação# porque o capital não pode e,ercer suas funç-essociais metab.licas de ampla reprodução de nenhum outro modo"=/s+aros0 755?0 p 68#
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Atrav/s do processo de alienação gerase o consenso ou submissão as regras do
capital0 invertendo dessa forma a logica de um processo educacional baseado no
trabalho0 na liberdade individual e nas relaç-es sociais a partir das condiç-es ob*etivas
%ara romper com tal logica / necess1rio constitui na critica e na proposta de luta a
construção de uma organi+ação social mais elevada como acreditava Marl =ar, N
necess1rio para al/m de romper com a forma capitalista de educação0 superar este
processo atrav/s da organi+ação social0 do resgate aos valores socialistas e da
compreensão de homem0 como possibilidade para a construção de uma nova maneira de
produção da vida e da sociedade de forma elevada e humani+ada
A humanidade s. enfrenta as tarefas que pode resolver0 pois0 sese considera mais atentamente0 se chegar1 à conclusão que a
pr.pria tarefa s. aparece onde as condiç-es mat/rias de suasolução *1 e,istem0 ou0 pelo menos0 são captadas no processo deseu devir "=ABO0 75550 p67#
esta forma0 a /tica mar,ista caminha na direção da necessidade e possibilidade
da construção de um processo vital0 que condicione a intervenção humana no
desenvolvimento hist.rico0 atrav/s do e,erc2cio da liberdade como possibilidade
transformadora da realidade %or outro lado0 o mar,ismo se pro*eta na direção da
emancipação humana0 sendo o protagonismo humano uma das principais condiç-es para
superar o processo de alienação capitalista Assim0 a /tica mar,ista tem sua pratica
moral baseada numa conscincia social determinada economicamente0 atrav/s de um
vinculo pratico com os processos da vida social
%ara %latão a educação grega baseada na %aideia0 pode ser assim definida$ KPQ a
essncia de toda a verdadeira educação0 ou %aideia0 / a que d1 ao homem o dese*o e a
Hnsia de se tornar um cidadão perfeito e o ensina a mandar e a obedecer0 tendo a *ustiça
como fundamento ";A3G3B - 1../- ',14# )este conte,to0 a %aideia significa cultura
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@@ 3UCADE!$ C!)R3C@=3)T! L@JB3 !U AL@3)ADE!
!s processos educacionais tem mostrado que / imposs2vel separar a educação
dos condicionamentos econSmicospoliticocultural0 pois estes fa+em com que não
e,ista um processo neutro0 mas comprometido com o movimento social e hist.rico
'aseado nisto0 / importante verificar as praticas educacionais0 como possibilidade de
entender onde a educação melhor se enquadra para a humani+ação do homem e como
ela se reprodu+ como mera reafirmação das bases do capital e a consequente
desumani+ação do homem
! trabalho educativo / o ato de produ+ir0 direta eintencionalmente0 em cada indiv2duo singular0 a humanidade que/ produ+ida hist.rica e coletivamente pelo con*unto dos homensAssim0 o ob*eto da educação di+ respeito0 de um lado0 aidentificação dos elementos culturais que precisam ser
assimilados pelos indiv2duos da esp/cie humana para que estesse tornem humanos e0 de outro lado e concomitantemente0 adescoberta das formas mais adequadas para atingir esse ob*etivo"(AJ@A)@0 48840 p49#
=ediante tais condiç-es a educação tem a missão de uma profunda critica aos
modelos de educação e praticas educacionais baseadas na logica do capital A educação
sobre o vi/s capitalista tem como ob*etivos0 a reprodução0 legitimação e manutenção da
ordem dominante vigente que impede que se ultrapassem os limites do capital Aqui
encontramos a *ustificativa para a proposta do filosofo hngaro @stv1n =/s+1ros0 de
uma Keducação para al/m do capital Uma educação que pre+e pela condição de um
conhecimento livre e transformador deve antes de qualquer coisa trabalhar para o debate
te.rico refle,ivoanal2tico0 de esclarecimento racional e uma pratica consciente que
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produ+a no ser humano as possibilidades para ser su*eito0 podendo intervir nos
processos de produção da vida e da sociedade
A educação para al/m do capital visa uma ordem socialqualitativamente diferente Agora não s. / fact2vel lançarse
pelo caminho que nos condu+ a essa ordem0 como o / tamb/mnecess1rio e urgente %ois as incorrig2veis determinaç-esdestrutivas da ordem e,istente tornam imperativo contrapor aosirreconcili1veis antagonismos estruturais do sistema do capitaluma alternativa concreta e sustent1vel para regulação dareprodução metab.lica social0 se quisermos garantir ascondiç-es elementares da sobrevivncia humana "=3(AB!(0
75560 p>4#
N comum nas obras de Marl =ar, a defesa de uma compreensão total social
humana0 capa+ de denunciar a educação burguesa como despoliti+ação dos
trabalhadores0 tratandoos como mercadorias Como ele mesmo afirma0 KCom a
valori+ação do mundo das coisas0 aumenta em proporção direta a desvalori+ação do
mundo dos homens "=ABO0 755:0 p?5# Vuanto mais o homem / educado para o
capital0 menos humani+ado ele fica0 fa+endo com que o capital se*a a base para a pr.pria
vida =ar, chama atenção ainda0 sobre a clare+a que devemos ter em relação ao
processo de emancipação do homem destacando os elementos sociais e pol2ticos
(. ser1 plena a emancipação humana quando o homem real eindividual tiver em si o cidadão abstratoW quando como homemindividual0 na sua vida emp2rica0 no trabalho e nas relaç-esindividuais0 se tiver tornado um segmento gen/ricoW e quandotiver reconhecido e organi+ado as suas pr.prias forças "forces
propes# como forças sociais0 de maneira a nunca mais separar desi esta força social como força politica "=ABO0 755#
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N consenso entre aqueles que desempenham alguma tarefa no conte,to
educacional0 sobre as resistncias para superar as condiç-es alienadas e desumani+ante
do sistema educacional %ara muitos / prefer2vel a resignação que mantem o modo
tradicional de organi+ação do processo educativo Contudo0 deve prevalecer a
resistncia a uma atitude coerente0 reagindo a toda forma ou tentativa de redu+ir o
homem a mercadoria ou destinado a servir ao capitalismo
! papel da educação / soberano0 tanto para elaboração deestrat/gias apropriadas e adequadas pra mudar as condiç-esob*etivas de reprodução0 como para automudança consciente dos
indiv2duos chamados a concreti+ar a criação de uma ordemsocial metab.lica radicalmente diferente "=3(AB!(0 75560 p
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condiç-es ob*etivas e o dese*o de transformação )este sentido0 o ser humano / um ser
inacabado que se constr.i atrav/s da pr.pria dinHmica da vida0 se refa+endo à medida
que interage com sua realidade ob*etiva e social