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S O D E C I A G UA R DA
S O C I E D A D E I N D U S T R I A L D E M E T A L U R G I A D A G U A R D A , S . A
ELISABETE MARTINS FARIAS
Outubro/2007
RELATÓRIO FINAL PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO
EM GESTÃO
I N S T I T U T O P O L I T É C N I C O D A G U A R D A E S C O L A S U P E R I O R D E T E C N O L O G I A E G E S T Ã O
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Relatório de Estágio
Relatório Final para Obtenção do
Grau de Licenciatura em Gestão
Elisabete Martins Farias
Nº 6599
Dezembro 2007
Instituto Politécnico da Guarda
Escola Superior de Tecnologia e Gestão
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Sociedade Industrial de Metalurgia da Guarda
Relatório de Estágio
Estagiária: Elisabete Martins Farias
Nº de aluno: 6599
Curso: Gestão
Orientadora de estágio: Professora Ascensão Braga
Estabelecimento de ensino: Escola Superior de Tecnologia e Gestão
Empresa: Sodecia Guarda – Sociedade Industrial de Metalurgia da
Guarda, S.A
Parque Industrial da Guarda
6300 Guarda
Site: www.sodecia.com
Orientador na empresa: Eng.º Nuno Isidro
Duração de estágio: 13 Semanas
Inicio de estágio: 15 Julho de 2007
Conclusão de estágio: 12 Outubro de 2007
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Relatório de Estágio
Dedicatória
Aos meus pais, por me darem a oportunidade de tirar um curso superior, por todo o sacrifício
que passaram, por toda a dedicação, força e amor que me deram ao longo da minha vida
académica.
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Relatório de Estágio
Agradecimentos
Queria apresentar os mais sinceros agradecimentos a todos aqueles que me ajudaram directa
ou indirectamente no meu percurso académico.
De um modo muito especial aos meus Pais, Irmão, Cunhada e Namorado por estarem sempre
do meu lado nos momentos mais difíceis e me terem dado todo o apoio que precisei nos
momentos em que as forças se desvaneciam.
Gostaria de expressar também os meus agradecimentos sinceros, à minha Orientadora de
Estágio, Professora Ascensão Braga, pelo acompanhamento, cordialidade, disponibilidade,
compreensão, paciência e empenho que demonstrou e depositou na elaboração deste relatório.
Agradeço igualmente aos colaboradores da empresa Sodecia Guarda, S.A, nomeadamente ao
meu orientador Eng.º Nuno Isidro e à responsável das tarefas que desempenhei, D. Ondina
Gomes.
À Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda pela forma que
me acolhem e em especial a todos os docentes do curso de Gestão pelos conhecimentos que
me transmitiram.
Agradeço ainda a todos os meus amigos e colegas de curso que de alguma forma me
ajudaram, nomeadamente às minhas amigas “Beta” e Diana, por todo o companheirismo nas
horas de estudo e folia.
A todos, o meu
MUITÍSSIMO OBRIGADO!!!
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Relatório de Estágio
Índice
(pág.) Glossário de Siglas IV Glossário de Termos VI Índice de Anexos IX Índice de Figuras XI Índice de Tabelas XII INTRODUÇÃO 1
CAPITULO I – Sodecia Guarda 2
1.1 – O Grupo Sodecia 3
1.1.1 – Historial 3
1.1.2 – Política de Qualidade 6
1.2 – A Sodecia Guarda 8
1.2.1 – Historial 8
1.2.2. – Caracterização de Sodecia Guarda 8
1.2.2.1 – Localização/Instalações 8
1.2.2.2 – Estrutura Organizacional 9
1.2.2.3 – Produtos 10
1.2.2.4 – Recursos 11
1.2.2.5 – Política/Sistema de Gestão 13
1.2.2.6 – Política de Qualidade 15
CAPITULO II – Plano de Integração 20 2.1 – Departamento Recursos Humanos 22
2.1.1 – Organização interna da área (Estrutura e Procedimentos) 22
2.1.2 – Plano Director de Recursos Humanos (PDRH) 23
2.1.3 – Plano mentor 23
2.1.4 – Recrutamento e selecção 24
2.1.5 – Plano director de saúde, segurança, e meio ambiente 24
2.1.6 – Funções e responsabilidades 25
2.1.7 – Análise de acidentes/incidentes 25
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2.2 – Departamento Produção 26
2.2.1 – Organização interna da área (estrutura e procedimentos) 26
2.2.2 – Absentismo 28
2.2.3 – OEE’s (Overall Equipement Effectiveness) 29
2.2.4 – PPM’s (Parte por milhão) 30
2.2.5 – Mudança de turnos 30
2.2.6 – Limpeza e arrumação 31
2.2.7 – Controlo do processo produtivo 31
2.3 – Departamento de Operações 32
2.3.1 – Organização interna da área (Estrutura e Procedimentos) 32
2.3.2 – Planeamento e controlo de produção 33
2.3.3 – Plano mestre 34
2.3.4 – Controlo de materiais 34
2.4 – Departamento Compras 35
2.4.1 – Organização interna da área (Estrutura e Procedimentos) 35
2.4.2 – Processo de compras 36
2.4.3 – Como fazer uma encomenda 36
2.4.4 – Avaliação de fornecedores 37
2.5 – Departamento de Manutenção 37
2.5.1 – Manutenção de máquinas e de edifícios 37
2.5.1.1 – Organização interna da área (Estrutura e Procedimentos) 37
2.5.1.2 – Área, funções e responsabilidade 38
2.5.1.3 – Objectivos 39
2.5.2 – Manutenção de Ferramentas 39
2.5.2.1 – Organização interna da área (Estrutura e Procedimentos) 39
2.5.2.2 – Área, funções e responsabilidades 40
2.5.2.3 – Objectivos 41
2.6 – Departamento Comercial 41
2.6.1 – Organização interna da área (Estrutura e Procedimentos) 41
2.6.2 – Conhecimento do negócio 42
2.6.3 – Documentos do cliente 43
2.6.4 – Objectivos 44
2.7. – Departamento Engenharia 45
2.7.1 – Organização interna da área (Estrutura e Procedimentos) 45
2.7.2 – Explicação genérica da área, funções e responsabilidade 46
II
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2.7.3 – Aprovação de peças de produção no cliente (PPAP) 47
2.7.4 – Planeamento avançado da qualidade 47
2.8 – Departamento de Qualidade 48
2.8.1 – Organização interna da área (Estrutura e Procedimentos) 48
2.8.2 – Área, funções e responsabilidades 49
2.8.3 – Qualidade do produto e análise de não Conformidades 52
2.8.4 – Critério de qualidade dos processos ou produtos 55
2.8.5 – Controlo de matéria-prima 56
2.8.6 – Avaliação de fornecedores 56
2.8.7 – Laboratório de metrologia 57
CAPITULO III – Tarefas Desempenhadas 58
3.1 – Recepção Técnica de Material 60
3.2 – Pedido de Certificações 65
3.3 – Avaliação Contínua dos Fornecedores 66
3.3.1 – Índice de Avaliação de Fornecedores (IAF) 67
3.3.2 – Sistema da Qualidade e Ambiente do Fornecedor (IQAF) 68
3.3.3 – Qualidade dos Produtos Fornecidos (IQF) 68
3.3.4 – Desempenho nas Entregas dos Fornecedores (IDF) 71
3.3.5 – Competitividade do Fornecedor (ICF) 72
CONCLUSÃO 74
BIBLIOGRAFIA 75
ANEXOS 77
III
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Glossário de siglas
Abs – Absentismo
AI – Amostras Iniciais
Conhec. – Conhecimento
DMM’s – Dispositivo de Medição e Monitorização
EPC – Equipamento de Protecção Colectivo
EPI – Equipamento de Protecção Individual
FIFO – First In First Out (o primeiro a entrar é o primeiro a sair.)
Fin. – Financeira
h – Hora
IACM – Indústria de Acessórios e Componentes Metálicos
IAF – Índice de Avaliação do Fornecedor
IATF – Força Tarefa Internacional Automotiva
ICF – Índice de Competitividade do Fornecedor
IDF – Índice de Desempenho do Fornecedor
IMBE – Indústria Mecânica Brasileira de Estampos
IMDS – Inveronemental Material Data Sheet
IQF – Índice de Qualidade do Fornecedor
ISO – International Organization for Standardization (Organização Internacional de
Padronização)
ISQA – Sistema de Qualidade e Ambiente do Fornecedor
Kg – Quilograma
MP – Matéria-Prima
Min. – Minuto
OEE – Overall Equipement Effectiveness
Op. – Operários
Oper. – Operações
PA – Produtos Acabados
PAQ – Planeamento Avançado da Qualidade
PDRH – Plano Director de Recursos Humanos
IV
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PLC – Plano de Controlo
PnP – Paragens não Planeadas
PP – Paragens Planeadas
PPAP – Production Part Approval Process
PPM’s – Parte Por Milhões
PPT – Produto, Pessoas e Tecnologia
Qt – Quantidade
Qualid. – Qualidade
RAQ – Relatório de Auditoria da Qualidade
RCP – Registo de Controlo de Produção
RFQ – Request Font Quotecion (Pedido de cotação)
RMP – Recepção de Matéria-Prima
RNC – Registo de Não Conformidade
RTM – Recepção Técnica de Material
SGPS – Sociedade Gestora de Participações Sociais
SIMG – Sociedade Industrial de Metalurgia da Guarda
TT – Tempo total de horas do funcionamento da máquina
5PB’s – Cinco Perguntas Básicas
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Relatório de Estágio
Glossário de Termos
Acção correctiva – Acção implementada para eliminar causas de não conformidades
existentes ou de situações indesejável de maneira a evitar a sua reocorrência.
Acção preventiva – Acção implementada para eliminar as causas de uma possível não
conformidade. Auditores Internos – Pessoa qualificada para efectuar auditorias internas, ou seja,
auditores que não envolvem nenhum órgão, cliente, ou fornecedor externo.
Auditoria Interna – É uma actividade de investigação rigorosa, formal e documentada,
executada por pessoal interno habilitado, qualificado e que não possui responsabilidade
directa sobre as actividades em avaliação. Esta actividade utiliza a colheita de evidências
objectivas e imparciais, para verificar se o sistema de gestão para garantir a qualidade é
adequado em relação aos padrões especificados e se as actividades são executadas de
acordo com as instruções documentadas existentes.
Capabilidade – É a amplitude total da variação inerente a um processo estável.
Certificação – Tem por objectivo, testar publicamente e, por escrito, que um produto,
processo, serviços ou sistemas está em conformidade com requisitos específicos, normas
ou regulamentos técnicos.
Componentes – Material que vai ser incorporado sem qualquer transformação no produto
final.
Compra – Processo de aquisição aos fornecedores de matéria-prima ou subsidiárias a partir
das quais se obtém o produto final.
Inspecção e ensaio – Estabelece o estado ou condição que o produto apresenta quando há
inspecção e ensaio.
VI
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Relatório de Estágio
Lote – Quantidades de peças/componentes de uma guia de recepção vinda de um
fornecedor.
Manual de Sistemas – Documento que especifica o sistema de gestão da
Qualidade/Ambiente de uma organização.
Manutenção – Conjunto integrado de actividades que se desenvolve em todo o ciclo de vida
de um equipamento, sistema ou instalação e que visa mater ou repor a sua
operacionalidade nas melhores condições de qualidade, custo e disponibilidade, com total
segurança.
Manutenção correctiva – Serviços prestados pela manutenção num momento, inesperado,
de alguma anomalia das máquinas, edifícios, etc.
Manutenção preventiva – São todos os serviços prestados pela manutenção em intervalos
regulares e de forma sistemática visando a não ocorrência de emergências.
Mão-de-obra Directa – São todos aqueles que trabalham mesmo directamente na
produção.
Matéria-Prima – Material que vai ser transformado antes de ser incorporado no produto
final.
Material não conforme – Material que não cumpre os requisitos especificados.
Normas – São documentos para estabelecimento de regras, directrizes ou características
técnicas a serem aplicadas em materiais, produtos, processos e serviços, visando a garantia
dos seus resultados adaptados aos seus propósitos.
Plano de controlo – Documento que descreve o sistema de controlo do produto e/ou
processo ao longo das diversas fases de fabrico da vida do produto.
Política de Gestão – Conjunto de intenções e de orientações de uma organização
relacionada com a qualidade/ambiente, formalmente expressas pela gestão.
VII
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Relatório de Estágio
Processo – Uma cadeia de actividades interrelacionadas e inter actuantes que transformam
entradas e saídas. Geralmente a saída de um processo pode ser a entrada de um outro
processo.
Processo produtivo – Combinação de pessoas, equipamentos, matérias-primas, método e
circunstâncias em que se produz um determinado produto ou serviço.
Produto – Engloba desde matérias-primas, subsidiárias e outras, componentes já
trabalhados e componentes acabados.
Protótipo – É um produto que ainda não foi comercializado, mas está em fase de testes ou
de planeamento.
Recepção de Material – Controlo de entrada de produtos vindos dos fornecedores. Pode
ser quantitativa ou qualitativa.
Retrabalho – Produtos que necessitam de ser trabalhados para serem aprovados conforme
as especificações.
RNC – Formulário que estabelece um método disciplinado de solução de problemas,
incluindo a utilização do diagrama de causa e efeito.
Segregação – Separação de material para um zona bem identificada, de modo a evitar a
sua utilização e/ou montagem.
Set-up – Tempo utilizado para fazer a troca de ferramentas e para um outro produto em um
determinado equipamento. É medido da última unidade produzida de um determinado
produto até a produção da primeira unidade de novo produto.
Sistema de Gestão Integrado – Sistema para o estabelecimento da política e dos
objectivos e para a concretização desses objectivos nos domínios da qualidade e ambiente.
Sucatar – É o acto de mandar peças para a sucata que já não podem ser retrabalhadas,
seleccionadas e reclassificadas.
VIII
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Relatório de Estágio
Índice de Anexos (pág.)
ANEXO 1: Produtos do Grupo Sodecia 78
ANEXO 2: Política de Gestão 80
ANEXO 3: Plano de integração 82
ANEXO 4: Reunião programa mentor 85
ANEXO 5: Acompanhamento de implementação 87
ANEXO 6: Análise 89
ANEXO 7: Modelo 5PB’s 91
ANEXO 8: Plano de controlo 96
ANEXO 9: Registo de controlo de produção 98
ANEXO 10: Matriz polivalência 100
ANEXO 11: Relatório de performance 102
ANEXO 12: Etiqueta de produto não conforme 104
ANEXO 13: Plano mestre 106
ANEXO 14: Etiqueta de identificação da caixa do PA 108
ANEXO 15: Checklist de expedição 110
ANEXO 16: Ficha de controlo da saída do PA 112
ANEXO 17: Request for quotacion 114
ANEXO 18: Team freasibility commitment 116
ANEXO 19: Pesquisa satisfação do cliente 119
ANEXO 20: Aceitação de protótipos/amostras iniciais 121
ANEXO 21: Plano global de acções 123
ANEXO 22: Relatório de auditoria de qualidade 126
ANEXO 23: Relatório de não conformidade 128
ANEXO 24: Plano de controlo de recepção do material 131
IX
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Relatório de Estágio
ANEXO 25: Ficha de recepção técnica de material 133
ANEXO 26: Etiqueta de identificação de material “APROVADO” 136
ANEXO 27: Etiqueta de identificação de material “NÃO CONFORME” 138
ANEXO 28: Guia de devolução 140
ANEXO 29: Reclamação 142
ANEXO 30: Ficha de trabalho 144
ANEXO 31: Requisição de compra 146
ANEXO 32: Carta 148
ANEXO 33: Índice de qualidade de fornecedores 150
ANEXO 34: Índice de desempenho de fornecedores 152
ANEXO 35: Índice de avaliação de fornecedores 154
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Índice de Figuras
(pág.) Figura 1: Estrutura organizacional do Grupo Sodecia 5
Figura 2: Localização geográfica do Grupo Sodecia 6
Figura 3: Certificações do Grupo Sodecia 7
Figura 4: Instalações da Sodecia Guarda 9
Figura 5: Estrutura organizacional geral da Sodecia Guarda 10
Figura 6: Produtos da Sodecia Guarda 11
Figura 7: Principais clientes da Sodecia Guarda 12
Figura 8: Percentagem de venda para os clientes 12
Figura 9: Ciclo de melhoria contínua 15
Figura 10: Certificações da Sodecia Guarda 18
Figura 11: Fluxograma geral da Sodecia Guarda 19
Figura 12: Organigrama do Departamento de Recursos Humanos 22
Figura 13: Organigrama da estrutura do Departamento de Produção 27
Figura 14: Organigrama do Departamento de Operações 32
Figura 15: Organigrama do Departamento Compras 35
Figura 16: Organigrama da área de manutenção de máquinas e edifício 38
Figura 17: Ferramenta 39
Figura 18: Organigrama da área de ferramentas 40
Figura 19: Organigrama do Departamento Comercial 41
Figura 20: Organigrama do Departamento de Engenharia 45
Figura 21: Diagrama do processo 48
Figura 22: Organigrama do Departamento de Qualidade 49
Figura 23: Fluxograma de recepção técnica de materiais 60
Figura 24: Equipamento de medição 62
Figura 25: Armazéns de matéria-prima e componentes 64
XI
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Relatório de Estágio
Índice de Tabelas
(pág.) Tabela 1: Fornecedores da Sodecia Guarda 13
Tabela 2: Frequência de inspecção dos lotes 62
Tabela 3: Tamanho da amostra 63
Tabela 4: Classificação dos certificados 67
Tabela 5: Nível de PPM’s 68
Tabela 6: Nível de ocorrências/reclamações 68
Tabela 7: Nível de reincidências 69
Tabela 8: Nível de tempo de resposta (dias úteis) 69
Tabela 9: Tempo de funcionamento da máquina 70
Tabela 10: Preços de produtos 71
Tabela 11: Condições de pagamento 72
XII
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Relatório de Estágio
Introdução
Terminado o meu percurso lectivo, no curso de Gestão, impôs-se a prática do estágio
curricular de duração de três meses e por sua vez o presente relatório.
O estágio decorreu, essencialmente no Departamento de Qualidade, na empresa Sodecia
Guarda – Sociedade Industrial de Metalurgia da Guarda, S.A., uma empresa pertencente ao
Sector Metalúrgico.
O presente relatório tem como objectivo mostrar todo o meu percurso efectuado durante o
estágio. Este inicia-se com uma breve apresentação do Grupo Sodecia onde a Sodecia
Guarda está integrada (Capítulo I), seguido da apresentação desta. No Capítulo II,
apresento o plano de integração na empresa, que constitui um elemento importante para a
compreensão do trabalho realizado dentro da Sodecia Guarda.
No Capítulo III, apresento as tarefas que me foram propostas para acompanhar, no qual se
desenrolou a grande parte do estágio.
Para terminar o relatório, apresento uma breve conclusão sobre a minha vivência, no
período de estágio.
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Relatório de Estágio
SODECIA GUARDA CAPITULO I
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Relatório de Estágio
1.1 – O Grupo Industrial Português Sodecia1
1.1.1 – Historial
O Grupo Sodecia2 é um grupo industrial português com sede na cidade da Maia. Este
desempenha um papel importante no sector automóvel e dedica-se à produção de
componentes para automóveis, tais como, Small and Médium Stamping, Cross Car Bean,
Engine Components, Body Hardware, Boby Structures, Pedal Boxes, Seat Frame e Impact
Beam (ver Anexo 1).
Este teve início no ano 1980, quando foi fundada a IACM (Industria de Acessórios e
componentes Metálicos) na cidade de Matosinhos – Porto.
O Grupo conta com a colaboração de aproximadamente 1350 colaboradores, para garantir o
fornecimento à maioria dos construtores automóveis. As produções das unidades do Brasil,
Argentina e Portugal são exportadoras para: Estados Unidos da América, Argentina,
Alemanha, Espanha, França, Inglaterra, Polónia e Turquia.
Em 1988, foi construída no interior norte do país, na cidade da Guarda, a SIMG (Sociedade
Industrial de metalurgia da Guarda), com o objectivo de produzir estruturas metálicas de
bancos para a indústria automóvel.
Em 2001, deu-se a fusão industrial entre a IACM e a SIMG, de onde originou a formação
Sodecia Guarda, ficando esta situada na Guarda, devido à sua boa situação geográfica,
junto da Espanha e Europa Central.
O Grupo Sodecia, como fornecedor da Indústria Automóvel, adquiriu uma consolidada
experiência em desenvolvimento e produção de componentes metálicos, estampados,
conjuntos soldados, pedaleiras, estruturas de bancos, freios de mão e bancos estufados.
O Grupo tem cinco unidades de negócio na América do Sul, quatro fábricas no Brasil e uma
na Argentina, que de igual forma, têm localizações estratégicas para atender todos os
1 Este capítulo foi elaborado com base em informação fornecido pelo Sodecia Guarda, nomeadamente no Manual de Sistemas desta. 2 Abreviatura usada ao longo do Relatório
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Relatório de Estágio
pedidos dos clientes. A Sodecia IMBE (Indústria Mecânica Brasileira de Estampos) foi
fundada em Julho de 1953 e integraram no Grupo Sodecia em Outubro de 1997 – S. Paulo,
Sodecia da Bahia e Sodecia Industria Auto Peças Jardim – Salvador da Baia, Sodecia da
Amazónia – Manaus e por fim na Argentina, mais concretamente em Buenos Aires, a
Sodecia da Argentina.
A Sodecia Centro Tecnológico, fundada em 2005 e sedeada na Maia, é o centro de
desenvolvimento de novos produtos ou já existentes e de matéria-prima de forma a poder
dar soluções/alternativas aos clientes.
A Sodecia da Argentina – Buenos Aires, foi fundada em 2006 com o intuito de expandir a
sua actividade e de reforçar a capacidade de resposta para os seus clientes. É uma unidade
que produz estruturas soldadas para montagem de motos.
Também nesse mesmo ano de 2006, o Grupo Sodecia adquiriu a maioria do capital social
da empresa Rigorosa localizada nos arredores de Lisboa. A aquisição desta empresa
permite ao Grupo o desenvolvimento de Know How interno e de novas tecnologias na área
de estampagem.
A estrutura organizacional do Grupo Sodecia, bem como a sua localização pode ser
observada nas Figuras 1 e 2.
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Relatório de Estágio
Figura 1 – Estrutura Organizacional do Grupo Sodecia
Fonte: Grupo Sodecia
Sodecia Guarda
IMBE
Sodecia Argentina
Sodecia Amazónia
Sodecia Bahia
Sodecia Serviços
Sodecia Europa
Sodecia SGPS
Div. Ferramenta A Rigorosa
Sodecia América do Sul
Sodecia Centro Tecnológico
Ind. Auto Peças Jardim
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Relatório de Estágio
Figura 2 – Localização Geográfica do Grupo Sodecia
Fonte: www.sodecia.com
1.1.2 – Politica de Qualidade
A política de qualidade de uma empresa é a optimização sistemática dos processos,
recorrendo ao correcto planeamento e à plena utilização dos recursos técnicos e humanos.
Neste sentido, a política de qualidade seguida pelo Grupo Sodecia consiste em:
Optimizar e reduzir custos;
Trabalhar com eficiência e dentro dos prazos;
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Inovar produtos, processos e serviços;
Motivar e estimular os colaboradores;
Ampliar e consolidar a relação com os clientes.
O Grupo Sodecia engloba um conjunto de empresas possuidoras de diversos certificados de
qualidade como se pode observar na Figura 3.
Para este Grupo a certificação da qualidade além de aumentar a satisfação e a confiança
dos clientes, reduzir custos internos, aumentar a produtividade, melhorar a imagem e os
processos continuamente, possibilita ainda o fácil acesso a novos mercados. Estas
certificações permitem avaliar as conformidades determinadas pela organização através de
processos internos, garantindo ao cliente um produto concebido conforme padrões,
procedimentos e normas.
Figura 3 – Certificações do Grupo Sodecia
Fonte: Elaboração Própria
Centro Tecnológico
ISO 9001:2000
IMBE
ISO/TS 16949
Sodecia da Amazónia
ISO 9001:2000
Ind. Auto Peças Jardim
ISO/TS 16949:2002
Sodecia da Bahia
ISO 14001:2004 ISO/TS 16949:2002
Sodecia da Guarda
ISO:14001 ISO 14001:2004 ISO/TS 16949:2002
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Relatório de Estágio
1.2 – A Sodecia Guarda
1.2.1 – Historial
A Sodecia Guarda, S.A é uma das empresas do Grupo Industrial Português Sodecia, com
sede na cidade da Maia.
A história desta, como referido anteriormente, teve início na cidade do Porto, mais
concretamente em Matosinhos, com a fundação da empresa IACM (Indústria Mecânica
Brasileira de Estampos) em 1980 e a constituição da empresa com a denominação social
SIMG (Sociedade Industrial de metalurgia da Guarda, S.A.), em 1988, onde começou por
produzir estruturas e bancos para a indústria automóvel.
Em 2001 deu-se a fusão entre ambas dando origem à Sodecia Guarda. Esta união teve
como consequência a transferência da produção de peças da IACM para a SIMG, o que se
veio a traduzir numa diversificação nos produtos produzidos e a um maior leque de clientes.
1.2.2 – Caracterização da Sodecia Guarda
1.2.2.1. – Localização/Instalações
A Sodecia está instalada na zona industrial da cidade da Guarda, num edifício próprio e bem
estruturado. É um edifício com dois pisos, onde toda a entrada, movimentação de material e
saída dos produtos acabados se faz no rés-do-chão e a parte administrativa no 1ºandar.
As instalações da Sodecia Guarda ocupam uma área total de 15 600 m2, sendo a parte
coberta de 8 050 m2 onde se insere a manufactura com 7 650 m2.
As várias secções da fábrica localizadas no rés-do-chão estão distribuídas da seguinte
forma (ver Figura 4):
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Relatório de Estágio
Figura 4 – Instalações fabris da Sodecia Guarda
Fonte: Elaboração Própria
1.2.2.2. – Estrutura Organizacional
A estrutura organizacional da empresa Sodecia Guarda pode ser apresentada de uma forma
objectiva através do organigrama da Figura 5. Trata-se de uma estrutura pouco complexa
que simplesmente abrange as áreas funcionais mais clássicas, daí haver simplicidade e
rapidez na transmissão da informação nos diferentes níveis hierárquicos.
A Sodecia Guarda está organizada em três Direcções interligadas ao Director Geral e cada
uma delas subdivididas em vários departamentos: Direcção administrativa/financeira
(finanças, contabilidade, informática e serviços gerais), Direcção Manufactura (engenharia,
produção, manutenção e operações) e Direcção Comercial (vendas e compras). Está ainda
reportado ao Director Geral o departamento de Recursos Humanos e o Sistema Qualidade e
Ambiente.
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Figura 5 – Estrutura Organizacional Geral da Sodecia Guarda
Fonte: Sodecia Guarda
1.2.2.3. – Produtos
Actualmente, a Sodecia Guarda produz peças estampadas, conjuntos metálicos soldados
para a indústria automóvel (ver Figura 6).
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Finanças
Contabilidade
Informática
Serviços Gerais
Direcção comercial
Higiene e Segurança
Direcção Administrativa / Financeira
Direcção Manufactura
Engenharia
Produção
Manutenção
Operações
Vendas
Compras
Director Geral
Recursos Humanos Sistema Qualidade e Ambiente
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Figura 6 – Produtos da Sodecia Guarda
Fonte: www.Sodecia.com
1.2.2.4. – Recursos
Neste momento a empresa Sodecia Guarda encontra-se com 119 colaboradores, dos quais
65 são mão-de-obra directa. Este número de operários tende a aumentar, devido à recente
aquisição da empresa A Rigorosa, cuja transferência ainda está a decorrer.
A produção da Sodecia Guarda destina-se essencialmente ao mercado interno, embora
também tenha uma vasta cadeia de exportações, nomeadamente para países da Europa
(Espanha, França, Alemanha, etc.), da América do Sul (Brasil, Argentina) e para os Estados
Unidos da América.
Os seus principais clientes aos quais se destinam os produtos acabados são
nomeadamente: Renault, Visteon, Volkswagen, PWO, Mitsubishi, Ford, Isringhausen,
General Motors, Antolin, Teko, Huf, Magna, entre outros (ver Figura 7).
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Figura 7 – Principais Clientes da Sodecia Guarda
ANTOLIN
SCHNELLECKE
AUTOEUROPA
RENAULT
FORD
PWO
GENERAL MOTORS VISTEON
HUF
MITSUBISHI
ISRINGHAUSEN
MAGNA DONNELLY
Fonte: Sodecia Guarda
A repartição das vendas da Sodecia Guarda por cliente está representada na figura seguinte
(ver Figura 8), de onde se pode concluir que os dois clientes com maior volume de vendas
(em %) da Sodecia Guarda são a Visteon e Renault e com menor percentagem a PWO e
Mitsubishi.
Figura 8 – Percentagem de vendas para os Clientes
10% 5%8%
10%
8%7%10%
15%
1%
18%1% 7%
AntolinAutoeuropaFordGeneral MotorsHufIsringhausenSchnelleckeRenaultPWOVisteonMitsubishiMagna
Fonte: Sodecia Guarda
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A empresa Sodecia Guarda dispõe, para um melhor funcionamento, de uma lista de
fornecedores de matéria-prima e componentes, nacionais e internacionais, como está
disposto na Tabela 1.
Tabela 1 – Fornecedores da Sodecia Guarda
NACIONAIS INTERNACIONAIS
Slem
Gonvarri
Moreira Oscacer
Modisprem
MangualTécnica
Electrofer
Chemmetal
Beirafer
Acerol
Ase
Incompol
Tormetais
Industria 3 Marcos
Sinflex
Tintas Lemes
Kyoshin Europa
Vinco-Espanha
CDC-Hiacre-europa
Arania-europa
Hydro Aluminium-europa
Fonte: Elaboração Própria
1.2.2.5. – Politica/Sistema de Gestão
A Sodecia Guarda possui um Manual de Sistemas, onde define a Politica, Organização e o
Sistema de Gestão Integrado desta. Todos os intervenientes têm de assegurar o
cumprimento que está disposto nesse manual.
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A Politica de Gestão é definida pela Direcção Geral e implementada por todos os
colaboradores da Sodecia Guarda. Foi elaborada com o intuito de atingir objectivos, tanto a
nível de qualidade como ambiente e necessidades dos clientes (ver Anexo 2).
O Sistema de Gestão aplica-se a todos os produtos e serviços realizados, para assegurar a
satisfação plena do cliente e das partes interessadas, através do cumprimento dos
requisitos especificados. O Sistema de Gestão está arquitectado para uma melhor filosofia
contínua, isto é, garantir cada vez mais o sucesso nos negócios, como se pode verificar na
Figura 9.
O ciclo de melhoria contínua começa pelo Planeamento, de seguida pela Implementação e
Operação onde as acções planeadas são executadas, verifica-se o que foi feito e se está
consoante o planeado na Verificação e Acções correctivas. Por último, na Revisão pela
Direcção e Politica de Gestão encontra-se uma acção para eliminar ou pelo menos
minimizar defeitos no produto ou processo produtivo.
No Planeamento, define-se a missão, a visão, e estabelece-se as metas/objectivos a
alcançar, bem como os procedimentos e os processos necessários para atingir os melhores
resultados, enquanto que na Implementação e Operação realizam-se e executam-se as
actividades planeadas.
Na fase da Verificação e Acções Correctivas, vão avaliar-se os resultados confrontando-os
com o Planeamento e definir-se, se necessário, as acções correctivas a aplicar.
Na Revisão pela Direcção conjuntamente com a Política de Gestão, toma-se a decisão
consoante a avaliação feita no passo anterior (verificação e acções correctivas). Estas
decisões são geralmente para determinar e confeccionar novos planos de acções de forma
a melhorar a qualidade, eficiência e eficácia do produto/processo produtivo ou então,
melhorar os planos de acções já existentes e corrigir eventuais falhas.
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Figura 9 – Ciclo de melhoria contínua
Fonte: Sodecia Guarda
1.2.2.6. – Política de Qualidade
A fim de iniciar um longo processo de melhoria contínua de qualidade a Sodecia pretende
satisfazer as exigências dos clientes e simultaneamente, aumentar a sua competitividade.
A Sodecia tem como objecto social, o exercício da indústria metalúrgica, estampagem das
peças e soldadura (junção de algumas peças para a formação de uma só, cravação, etc.), e
tem como objectivo principal, a maximização do lucro, mas nunca descurando que para
atingir este objectivo é necessário alcançar outros, de igual forma importantes, como por
exemplo a qualidade.
A empresa deve ter em consideração que para atingir o sucesso competitivo é necessário
criar uma vantagem competitiva de forma sustentada e duradoura, oferecendo produtos e
serviços diferenciados de uma forma mais eficaz e eficiente.
Os factores que influenciam a competitividade da empresa são:
Política de Gestão
Planeamento
Implementação e Operação
Verificação e Acções Correctivas
Revisão pela Direcção
Sistema de Gestão
Sociedade
Cliente
Envolventes
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Qualidade Grau de satisfação dos requisitos relativos a um conjunto de características
inerentes ao produto.
Custos A produção de um produto ao menor custo possível é um objectivo
permanente de toda e qualquer organização. A dimensão custo, que pode
traduzir-se no menor preço de venda, é o grande factor decisório do
consumidor. Não há dúvida que uma estratégia de redução de custos terá
enorme impacto na vantagem competitiva.
Produtividade Produtividade é o resultado da melhor ou pior gestão dos recursos de uma
qualquer actividade, pelo que a optimização dos mesmos deve ser uma
prioridade de qualquer forma de gestão.
Prazos de entrega Quanto menor for o prazo de entrega de um produto, tanto mais satisfeito
ficará o consumidor. Além disso, quanto menor o prazo de entrega, tanto
menores serão os stocks intermédios, os espaços necessários e os seus
custos relativos.
A Sodecia Guarda tem seguido cada vez mais uma política de constante melhoria qualitativa
dos seus produtos, de forma a proteger-se da sua concorrência. Neste sentido, encontra-se
consciente de que a certificação ajuda a melhorar a sua imagem e credibilidade junto dos
clientes e potenciais clientes. Sendo também por vezes exigido por parte dos clientes
algumas certificações, para que a Sodecia Guarda continue a ser seu fornecedor. Por tudo
isto é certificada (ver Figura 10) e apoia-se nas seguintes normas:
ISO 9000:2005 – fundamentos e vocabulários Esta norma descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade. É
aplicável à organização que procura vantagens através da implementação de
um sistema de gestão da qualidade, por exemplo, procurar dar mais
confiança aos seus fornecedores, de que os requisitos dos seus produtos
serão atendidos.
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ISO 9001:2000 – Sistema de gestão da qualidade – requisitos Especifica requisitos para um Sistema de Gestão da Qualidade, onde uma
organização precisa demonstrar a sua capacidade para fornecer produtos
que atendam aos requisitos do cliente e aos requisitos regulamentares
aplicáveis, e objectiva aumentar a satisfação do cliente.
ISO 9004: 2005 – Linha de orientação para a melhoria de desempenho Esta norma fornece recomendações para as organizações que pretendam ir
além dos requisitos da ISO 9001 e que queiram desenvolver um sistema de
gestão da qualidade que melhore a eficácia, bem como a eficiência
organizacional.
ISO/TS 16949:2002 – Quality Management Systems
Esta norma é a união das normas VDA 6.1, QS 9000, EAQF, AVSQ e ISO
9001:2000, isto é, define requisitos que se encontravam nestas. Como eram
normas muito idênticas a IATF (Força Tarefa Internacional Automotiva)
reformulou-as para ficarem numa só.
Esta norma é aplicável às plantas de organizações onde produtos específicos
pelos clientes são manufacturados pela produção.
ISO 14001:2004/Emenda 2006 – Sistema de Gestão Ambiental Esta Norma especifica os requisitos relativos a um sistema da gestão
ambiental, emitindo a uma organização desenvolver e implementar uma
política e objectivos que levem em conta os requisitos legais e outros
requisitos por ela subscritos e informações referentes aos aspectos
ambientais significativos. Aplica-se aos aspectos ambientais que a
organização identifica como aqueles que possa controlar e aqueles que
possa influenciar.
ISO 19011 – Guidelines for quality and/or environmental management
systems auditing A norma proporciona a orientação sobre a gestão dos programas de
auditoria, as razões de auditoria interna e externa do sistema de gestão de
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qualidade e/ou ambiental, assim como a competência e evolução dos
auditores.
Figura 10 – Certificações da Sodecia Guarda
Fonte: Elaboração Própria
A Sodecia Guarda ao seguir estas normas permite optimizar a sua eficácia e eficiência bem
como responder com perfeição aos requisitos/necessidades dos seus clientes.
Na Sodecia Guarda um produto para ter elevada qualidade necessita de estar organizado
consoante os regulamentos do fluxograma representado na Figura 11. No Plano de
Qualidade Produto é onde se encontra toda a documentação do produto, tais como as
normas e regulamentos que são preparados no Suporte Técnico e Documental e de onde
sai também a ordem de fabricação.
Sempre que a Sodecia Guarda achar conveniente, isto é, se o seu custo de produção de um
componente for superior ao de outra empresa, então recorre-se a subcontratações.
No caso de existir reclamações internas ou externas, é necessário fazer uma acção
correctiva, preditiva para se encontrar a “causa raiz” do problema.
Na Validação é onde o projecto/peça vai ser validado (Amostras Iniciais) para se poder
iniciar a produção Série.
No final da produção do Produto Acabado, este é entregue ao cliente acompanhado pela
respectiva documentação.
ISO 14001 ISO 14001:2004 ISO/TS 16949:2002
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Figura 11 – Fluxograma Geral da Sodecia Guarda
Fonte: Sodecia Guarda
Regulamentação
Suportes Técnicos e Documental
Subcontratações
Documentação
Entrega Clientes
Validação
Reclamações
Normas
PLANO QUALIDADE PRODUTO
ACTIVIDADES COM VALORES
ACRESCENTADOS (Fabricação)
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PLANO DE INTEGRAÇÃO CAPITULO II
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Um estagiário ou um colaborador3 que comece a fazer parte da Sodecia Guarda, tem de
passar por um plano de integração, estruturado e definido pela Sodecia e que se desenvolve
pela passagem nos diversos departamentos desta: Recursos Humanos, Produção,
Operações, Compras, Manutenção, Comercial, Engenharia e Qualidade (ver Anexo 3).
Esta integração tem como objectivo dar a conhecer o funcionamento da empresa e a ligação
dos seus departamentos, mais concretamente, mostrar o quão é importante trabalhar em
conjunto para se atingirem os objectivos definidos.
De seguida apresenta-se de forma sucinta as principais funções de cada departamento, de
acordo com a estrutura do plano de integração cedido pela empresa. De referir que esta
descrição é resultado das observações efectuadas nos vários departamentos e das
explicações dadas por cada responsável dos mesmos. Este plano de integração constitui a
1ªFase do estágio.
3 Nestes colaboradores não estão incluídos os operários fabris.
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2.1 – Departamento de Recursos Humanos
“A nossa Missão é criar e manter um clima saudável, desenvolver e motivar os nossos
colaboradores, identificando, atraindo, retendo talentos, para que possam contribuir para
aumentar ainda mais o sucesso e excelência das nossas actividades.”
(Sodecia Guarda)
2.1.1 – Organização interna da área (Estrutura e Procedimentos)
O Departamento de Recursos Humanos é organizado internamente pela seguinte estrutura
e procedimentos:
Estrutura
A estrutura deste departamento é de dois níveis hierárquicos como se pode verificar na
Figura 12. No topo está a direcção de Recursos Humanos, enquanto que, num nível mais a
baixo se encontra o Responsável de Higiene e Segurança.
Figura 12 – Organigrama do Departamento de Recursos Humanos
Fonte: Sodecia Guarda
Direcção de Recursos Humanos
Responsável de Higiene e segurança
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Procedimentos
É da competência deste departamento tudo o que tenha a ver com a situação do pessoal na
empresa, desde o processamento de salários, os subsídios de férias e natal, as horas
extraordinárias e o absentismo. Tratam-se, também, das demissões, admissões e por sua
vez, da formação dada a cada pessoa que é admitida para colaborar na empresa, qualquer
que seja o posto de trabalho. Assim que uma pessoa é admitida realiza-se uma integração
na empresa, onde é explicado o funcionamento da empresa, como deve ser usado o
equipamento de protecção (bata, óculos, protectores auriculares e sapatos) e as funções
que vão desempenhar.
O cálculo de horas extraordinárias e do absentismo são feitos semanalmente, para
posteriormente ser elaborado um relatório mensal. Todos estes cálculos são realizados
numa folha de Excel com o nome de Relgeste (Relatório de Gestão).
A contagem de horas de trabalho e de faltas é efectuada através do sistema de “picar o
cartão”. O cálculo do subsídio de férias, subsídio de alimentação e o processamento salarial,
são realizados através de um inquérito complementar à estrutura dos ganhos, que vai ajudar
a completar o quadro de pessoal, onde constam todos os dados de cada operário
(trabalhador).
2.1.2 – Plano Director de Recursos Humanos (PDRH)
A cada final do mês é enviado um relatório para o responsável do grupo, para saber em que
situação se encontra a empresa em relação ao número de admissões, faltas, etc.
2.1.3 – Plano Mentor
O Plano Mentor é um instrumento que viabiliza a comunicação entre a empresa e o
colaborador através de Coordenadores/Mentores4, visando estabelecer diálogo entre as
4 Responsável por um determinado colaborador
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partes e consequente levantamento e resolução dos problemas tanto da empresa quanto do
colaborador.
O Plano Mentor funciona através de reuniões informais, com duração de mais ou menos 30
minutos com grupos constituídos, no máximo, por 10 colaboradores, onde os participantes
podem criticar, opinar e dar sugestões de melhorias para ele próprio e para a própria
empresa. Nesta reunião é preenchido uma ficha Lista de Presença, onde constam alguns
dados de cada colaborador.
O Coordenador, que não deve estar ligado hierarquicamente aos participantes, anota todas
as sugestões dos colaboradores no formulário Reunião Programa Mentor (ver Anexo 4) e é
responsável pelo encaminhamento destas e também de criticas recebidas através de um
outro documento Acompanhamento de Implementação (ver Anexo 5).
No final de cada reunião o Mentor transcreve e envia um último documento Análise (ver
Anexo 6) para a área responsável (Departamento de Engenharia), para que sejam
analisadas todas as sugestões apresentadas e encontrada a melhor solução para o
problema.
2.1.4 – Recrutamento e selecção
O recrutamento e selecção na Sodecia Guarda são efectuados de uma forma tradicional,
isto é, é utilizado o método de recrutamento externo.
A Sodecia Guarda dispõe de um “banco de candidatos” que efectuaram uma candidatura
espontânea, de onde é geralmente, seleccionado o elemento que melhor satisfazer os
requisitos da vaga a preencher. No caso de nenhum preencher esses requisitos será
publicado um anúncio de emprego a partir do qual se procede à selecção do candidato mais
adequado.
2.1.5 – Plano director de saúde, segurança e meio ambiente
Este plano serve para garantir a saúde, a segurança e o ambiente.
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O objectivo relativamente à saúde, consiste em colocar à disposição dos trabalhadores um
médico, existente por oposição legal de obrigação de haver médico na empresa.
Relativamente à segurança, existem dois tipos de protecção: EPI (Equipamento de
Protecção Individual) e EPC (Equipamento de Protecção Colectiva). É considerado um EPC,
quando se arranja uma prevenção de perigo a nível colectivo (por exemplo, a colocação de
barreiras de som numa máquina, para proteger a audição de todos os colaboradores da
fábrica) e é considerado um EPI todo o equipamento de uso individual, (por exemplo, batas,
sapatos, óculos, protectores auriculares, etc.).
Um método usado pela Sodecia Guarda para advertir um colaborador que tenha infringido
as regras de segurança é a apresentação de “cartões amarelos”. Após a aplicação de 3
cartões amarelos, as consequências dependem da gravidade da causa e pode levar a
despedimento com justa causa ou suspensão. Este cartão só é aplicado em casos
extremos, visto que as pessoas têm de ter consciência de que manter a própria segurança e
dos outros é um dever e não uma obrigação.
2.1.6 – Funções e responsabilidades Sempre que seja necessário são realizadas auditorias internas efectuadas por um comité de
segurança, com o intuito de detectar problemas de segurança, limpeza, organização, isto é,
situações que sejam inseguras.
No caso de ser encontrada nestas auditorias alguma anomalia é iniciado um plano de
acções, que serve para encontrar soluções e ajudar ou ultrapassar/satisfazer essas
necessidades. Essas soluções surgem após a realização de uma análise de risco, para tal, é
necessário recolher junto do local informações para que se consiga encontrar acções de
segurança recomendadas.
2.1.7 – Análise de acidentes/incidentes
Sempre que ocorrer um acidente, este pode vir a ser classificado de incidente, se não tiver
consequências graves para a saúde.
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Quando acontece um incidente, apenas é desencadeada uma acção correctiva de modo a
não voltar a acontecer; quando acontece um acidente, e envolve baixa médica, deve ser
comunicado ao gestor de recursos humanos e é realizado um estudo, pelo responsável da
área de higiene e segurança, da situação para se chegar ao “porquê” de ter acontecido o
acidente e iniciar as acções correctivas necessárias. Para se chegar à conclusão dos
“porquês” existe na Sodecia um plano designado por 5PB’s (5 perguntas básicas), para ser
encontrada a causa do acidente (ver Anexo 7).
2.2 – Departamento de Produção
“O Departamento de Produção é um dos departamentos com mais responsabilidades, já que
é dele que depende o bom funcionamento da linha de montagem, o cumprimento das datas
de entrega, a conformidade dos produtos, etc.”
(Responsável do Departamento)
2.2.1 – Organização interna da área (estrutura e procedimentos)
O Departamento de Produção é organizado internamente pela seguinte estrutura e
procedimentos:
Estrutura
A estrutura deste departamento tem três níveis hierárquicos como se pode verificar na
Figura 13. No topo está o Supervisor de produção que trabalha em conjunto com o
departamento de planeamento. Num nível mais a baixo estão as chefias de cada linha de
montagem/soldadura e no nível inferior os operários (op.).
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Figura 13 – Organigrama da estrutura do departamento de produção
Fonte: Sodecia da Guarda
Procedimentos
Os procedimentos têm como objectivo definir o processo produtivo de todos os produtos
fabricados na Sodecia Guarda, desde o arranque até se atingir o produto acabado.
Qualquer produto produzido na Sodecia Guarda é acompanhado por um conjunto de
documentos, onde se vai encontrar todo o seu processo de montagem. Os documentos são:
Plano de controlo (PLC) (ver Anexo 8)
Os planos de controlo descrevem as acções necessárias a efectuar em cada
fase do processo, desde a recepção de materiais até à expedição do produto.
Neles está também estabelecido quais os controlos a efectuar para a
verificação da conformidade do processo e/ou produto.
Registo de controlo de produção (RCP) (ver Anexo 9)
Neste registo é mencionado a liberação para a produção e o monitoramento.
Planeamento de produção
Supervisor de produção
(coordenador dos dois turnos)
Chefe de equipa do cliente visteon
Chefe de estampagem
Chefe de soldadura
Responsável de turno
op op op op op op op op op
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No caso de uma mudança de fabrico é necessário no posto Touch5 fazer os
lançamentos das quantidades sucatadas e produções realizadas.
Matriz polivalência (ver Anexo 10)
Na matriz polivalência constam diversas operações, como por exemplo a
segurança, a qualidade e, ao mesmo tempo, ajuda a saber que tipo de
qualificações tem cada operário. No caso de haver necessidade de colocar
um operário numa determinada tarefa basta consultar a matriz e de imediato
temos a informação de qual o operário que está apto para a função.
Relatório de performance (ver Anexo 11)
No caso do aparecimento de peças não conformes, procede-se ao
preenchimento deste relatório, para se saber a causa, o tipo e quantidade de
defeitos, etc., e assim se proceder à resolução do problema.
2.2.2 – Absentismo
A fim de se planear a produção é necessário saber com antecedência a previsão das faltas
dos trabalhadores. Um colaborador sempre que tenha planeado faltar deve comunicar ao
Departamento de Recursos Humanos, para que se tomem medidas para não por em causa
a produção e consequentemente os pedidos dos clientes.
Neste sentido, o absentismo (Abs.) é calculado através da seguinte fórmula:
5 Postos espalhados pela área de produção, para consulta e introdução de dados a nível informático.
Nº horas teóricas que se devia trabalhar 8 × Nº trabalhadores directos Abs =
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2.2.3 – OEE´s (Overall Equipement Effectiveness)
O cálculo das OEE’s permite medir o desempenho, a eficiência das máquinas e mesmo da
própria empresa, isto é, possibilita o controlo das cargas fabris e o
comportamento/funcionamento destas.
Todo este processo é gerado pelo impacto cumulativo de três factores: disponibilidade do
equipamento (percentagem do tempo programado da produção disponível), taxa de
desempenho (percentagem das peças produzidas comparadas como padrão) e qualidade
(percentagem das peças conformes comparando o total de peças produzidas).
O cálculo das OEE’s é processado da seguinte forma:
OEE = Disponibilidade6 × Eficiência × Qualidade
Onde:
TT7 – PP8 – P n P9
TT – PP
Eficiência =
Onde:
Teórico = Tempo de ciclo(hr)10 × (TT – PP - PnP)(hr)
6 O objectivo na disponibilidade é obter um resultado de 100%. 7 Tempo total de horas do funcionamento da máquina. 8 Paragens Planeadas – momentos de set-up’s (programação das máquinas para outra peça) e try-out (ensaios de novas
ferramentas), etc. 9 Paragens não Planeadas. 10 Hora
Disponibilidade =
Real Teórico
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Produção Real
Produção Prevista
Total peças - Sucata11
Total peças
2.2.4 – PPM (Parte Por Milhão)
O PPM é o número de peças não conformes e é controlado consoante a produção das
peças. No caso de o operário detectar peças defeituosas este tem de proceder ao
preenchimento de uma etiqueta de Produto não Conforme (ver Anexo 12). Através dos
dados desta ficha preenche-se uma folha de cálculo, onde se vai calcular o custo de não
conformidade das peças (sucatar), o custo de retrabalho e o custo de selecção a 100% (triar
peça a peça), para se saber qual o caminho das peças mais vantajoso para a empresa.
O cálculo do PPM é realizado através da seguinte fórmula:
Qt. não conforme PA12
2.2.5 – Mudança de turnos
Numa mudança de turnos existe um processo não continuo, o que vai implicar a paragem
das máquinas e, por sua vez, a produção. Esta paragem vai tornar-se num processo nada
lucrativo para a empresa, porque vai haver uma interrupção no processo produtivo.
11 Se a sucata for zero a qualidade dá automaticamente 100%. 12 Produto Acabado
Real =
Qualidade =
PPM = × 1000 000
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Na mudança de turno, também acontece troca de chefia. O chefe do turno que esteve em
funcionamento tem de informar o chefe do turno seguinte de tudo o que aconteceu e o que
está planeado acontecer, isto para não pôr em causa a produção.
2.2.6 – Limpeza e arrumação
“A limpeza e arrumação são o pilar número um das pessoas e produção” (responsável da
produção). A não existência de limpeza pode encobrir uma boa produção, porque ajuda a
gripar os rolamentos das ferramentas. Por sua vez faz com que as pessoas não produzam
tanto, por não se sentirem confortáveis num ambiente impróprio.
Quando o Departamento de Produção se deparar com um caso destes, vai ter de informar o
Departamento de Manutenção para que estes procedam à sua conservação.
2.2.7 – Controlo do processo produtivo
O controlo do processo é aplicável a todo o processo produtivo da Sodecia Guarda. Este
tem como objectivo assegurar a sua identificação e o planeamento das acções de controlo
dos processos, que afectam directamente a qualidade do produto.
Os procedimentos a seguir por este controlo do processo produtivo são:
Estampagem /Soldadura O controlo do processo na estampagem/soldadura é efectuado a partir da
verificação do produto, segundo o estabelecido no plano de controlo de cada
peça.
Pintura O controlo do produto pintado é feito recorrendo aos registos de ensaio de
nevoeiro salino, ensaio de recticulagem e espessura de tinta, conforme
previsto no plano de controlo.
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Manutenção preventiva Para este procedimento foram descritos planos de manutenção preventiva de
forma a ajustar os vários equipamentos aos diferentes processos.
2.3 – Departamento de Operações
Gestão de Operações “Pode ser definida como a gestão de recursos directos necessários
para produzir os bens e serviços fornecidos para uma organização”.
(Chase; Aquilano, 1995,pág.8)
2.3.1 – Organização interna da área (Estrutura e Procedimentos)
O Departamento de Operações é organizado internamente pela seguinte estrutura e
procedimentos:
Estrutura
A estrutura deste departamento tem dois níveis hierárquicos como se verificar na Figura 14.
No topo está o supervisor de operações e no nível a baixo as compras, expedição e
armazém.
Figura 14 – Organigrama do Departamento de Operações
Fonte: Sodecia Guarda
Supervisor de operações
Compras Expedição Armazém
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Procedimentos
No Departamento de Operações basicamente tratam-se de:
Encomendas dos clientes
Planeamento da matéria-prima (MP)
Processamento/trabalhar a matéria-prima
Contratação de transportadoras
Expedição das encomendas Guia de transporte
Facturação
2.3.2 – Planeamento e Controlo de Produção
O planeamento é um acto obrigatório e é efectuado constantemente, desde o pedido do
cliente até à realização da encomenda aos fornecedores.
No controlo de produção são efectuados cálculos para se chegar à quantidade de matéria-
prima necessária para satisfazer o pedido do cliente, para daí se processar a encomenda da
mesma. É necessário, também, estipular uma data de início de produção para que se tenha
uma ideia de quando é obrigatório ter a recepção do material. Para tal, é necessário avisar
os fornecedores para que estes procedam à entrega do material na data indicada, para que
se processe a ordem de fabrico.
Durante o processo de produção é realizado um controlo de produção rigoroso de modo a
não prejudicar o bom funcionamento da elaboração das peças. Para além do planeamento
inicial da matéria-prima, ao longo do processo produtivo, diariamente são controladas as
quantidades produzidas e o material existente em stock para assim efectuar ajustes, se
necessário, e não por em risco a satisfação do pedido do cliente.
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2.3.3 – Plano mestre
O plano mestre é um documento (ver Anexo 13) realizado semanalmente onde constam
todas as encomendas dos clientes.
Neste plano está também descrito todos os dados referentes à morada do cliente, à
quantidade em stocks dos relaeses13, quando estes são expedidos e são entregues ao
cliente.
2.3.4 – Controlo de materiais
Sempre que os produtos estejam finalizados, isto é, Produtos Acabados, são embalados em
caixas, sendo-lhes colocado uma etiqueta (ver Anexo 14) que serve para as identificar,
segundo o tipo de produtos, a quantidade, destinatário, local de entrega, etc.
À medida que um determinado número de caixas vão ficando completas são armazenadas
em paletes num local próprio, bem identificado e protegido de humidades e poeiras. O
manuseamento das paletes é efectuado por um empilhador e de uma forma cautelosa de
modo a não deteriorar o produto e a embalagem que o contém.
O produto armazenado é controlado diariamente pelo “fiel de armazém” para que haja um
controlo mais profundo das encomendas que ainda não foram expedidas e as que vão ser
nesse mesmo dia e assegurando sempre o cumprimento do critério FIFO (First In First Out).
Para que o “fiel de armazém” tenha um melhor controlo é-lhe entregue um documento de
apoio denominado por checklist de expedição (ver Anexo 15).
Até ao momento da expedição do Produto Acabado e mesmo no seu transporte até ao
cliente é necessário garantir a sua conservação, para isso deve-se ter em atenção se o
transporte é adequado e se garante a sua conservação até ao momento da sua descarga.
Sempre que necessário é realizada uma auditoria de transporte no cliente.
No momento do carregamento dos camiões, o produto acabado é controlado pelas
referências e pela quantidade que consta nas etiquetas. Neste acto é utilizado um
13 O relaese é uma forma de o cliente efectuar uma encomenda.
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documento em Excel (ver Anexo 16) feito pela responsável desta área, para se precaver
numa possível reclamação do cliente.
2.4 – Departamento de Compras
“A missão do departamento de compras é perceber as prioridades competitivas necessárias
para cada produto importante e desenvolver planos de compras para cada produto
importante que sejam coerentes com as estratégias de operações”.
(Gaither; Frazier, 1999, pág.432)
2.4.1 – Organização interna da área (Estrutura e Procedimentos)
A organização interna do Departamento de Compras tem a seguinte estrutura e
procedimentos:
Estrutura A estrutura deste departamento tem dois níveis hierárquicos como se pode observar na
Figura 15. No topo está o responsável de compras, enquanto que, no nível a baixo se
encontra o assistente de compras.
Figura 15 – Organigrama do Departamento de Compras
Fonte: Sodecia Guarda
Responsável de compras
Assistente de Compras
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Procedimentos
2.4.2 – Processo de compras
O processo de compras é um acto realizado logo após à recepção de um planeamento da
ordem de fabrico.
Sempre que haja uma ordem de fabrico é necessário conhecê-la ao pormenor para que se
consiga cumprir o objectivo da Sodecia Guarda, de manter o mínimo de stock em armazém
mas sem entrar em ruptura. Este stock mínimo é calculado da seguinte forma:
O processo de compras incide essencialmente sobre a matéria-prima chapa (electrozincado,
decapada e alumínio) e componentes (parafusos, porcas, arame, rebites, caixas de cartão,
sacos, etc.).
2.4.3 – Como fazer uma encomenda
Para se fazer uma encomenda é necessário consultar o departamento de planeamento e
consoante a ordem de fabrico planeada, assim se vai encomendar o material necessário.
No momento em que se decide que é imprescindível fazer a encomenda deve-se ter em
conta o tipo de fornecedores a contactar. Esta preocupação deve-se ao facto de existirem
dois tipos de fornecedores: os que fazem entregas de encomendas de 15 em 15 dias e os
que fazem entregas de 8 em 8 dias. É muito importante que se tenha isto em atenção para
que não surjam enganos ou eventuais atrasos destes que ponham em causa a produção.
Uma encomenda só pode ser feita a um fornecedor devidamente classificado e aprovado de
acordo com a listagem fornecida pela gestão da qualidade e de acordo com o procedimento
× 4 Qt. de saída mensal 22 Dias Stock Mínimo =
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“avaliação contínua de fornecedores”. Nas situações em que existe uma lista de
fornecedores aprovados/escolhidos pelos clientes, é obrigatória a compra a esses
fornecedores.
2.4.4 – Avaliação de fornecedores
Os pontos principais sobre o que incide a avaliação dos fornecedores são o cumprimento de
prazos de entrega e as quantidades encomendadas.
Se um fornecedor não cumprir as entregas das encomendas nas datas acordadas e as
quantidades pretendidas é considerado um mau fornecedor. Na Sodecia Guarda só se
admite excepções para os fornecedores de chapa e de cartão, visto tratar-se de materiais
onde é difícil obter uma medida exacta. Por exemplo, se for encomendado uma “chapa
banda” de 1500 kg (Quilogramas) nunca se consegue cortar numa bobine exactamente esse
peso.
2.5 – Departamento de Manutenção
O Departamento de Manutenção é subdividido em duas áreas: Manutenção de máquinas e
do edifício e Manutenção de ferramentas.
2.5.1 – Manutenção de máquinas e do edifício
2.5.1.1 – Organização interna da área (Estrutura e Procedimentos)
A área de Manutenção de máquinas e edifício é organizado internamente pela seguinte
estrutura e procedimentos:
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Estrutura
A área de manutenção de máquinas e do próprio edifício dispõe de um chefe de
manutenção, que é responsável pelos dois turnos e dispõe de quatro operários (op.), dois
em cada turno, como se pode observar na figura seguinte (Figura 16).
Figura 16 – Organigrama da área de manutenção de máquinas e edifício
Fonte: Sodecia Guarda
Procedimentos
2.5.1.2 – Área, funções e responsabilidades
O Departamento de Manutenção emite no início de cada ano os planos de manutenção de
máquinas e equipamentos. Estes incluem as intervenções de rotina, a efectuar a cada
máquina ou equipamento, em função da sua especificidade.
É da responsabilidade deste departamento dar assistência técnica às máquinas, manter o
seu bom funcionamento e manter a conservação da estrutura física da empresa, tais como a
iluminação, a limpeza, a pintura, etc.
O supervisor desta área tem como função, calcular mensalmente os custos totais da secção
de manutenção, tendo em conta os trabalhos subcontratados ao exterior.
Op. 2º Turno
Op. 2º Turno
Chefe da manutenção de máquinas
Op. 1º Turno
Op. 1º Turno
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Outra responsabilidade/cuidados desta área consiste em afixar num local bem visível, um
dístico com a informação constante: “Equipamento em Manutenção” durante o período de
intervenção nas máquinas e equipamentos.
2.5.1.3 – Objectivos
Um dos grandes objectivos da manutenção do sector das máquinas é manter a produção
sem parar. Para isso é necessário não menosprezar a manutenção e realizá-la com alguma
regularidade.
2.5.2 – Manutenção de ferramentas
A ferramenta é um equipamento essencial para o funcionamento da máquina na produção
de cada produto. Estas, dependendo do tipo de peça a produzir, são de grande porte e para
serem deslocadas é necessário o uso de um empilhador, o que se torna complicado o seu
manuseamento. (ver Figura 17)
Figura 17 – Ferramenta
Fonte: Elaboração Própria
2.5.2.1 – Organização interna da área (Estrutura e Procedimentos)
A área de Manutenção de Ferramentas é organizada internamente pela seguinte estrutura e
procedimentos:
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Estrutura A organização interna desta área é idêntica à da manutenção de máquinas e do edifício.
Como se pode observar na Figura 18, existe no patamar principal o chefe de manutenção de
ferramentas e num nível mais a baixo os operários, existindo dois elementos em cada turno.
Figura 18 – Organigrama da área de ferramentas
Fonte: Sodecia Guarda
Procedimentos
2.5.2.2 – Área, funções e responsabilidades
Para garantir uma boa manutenção e evitar uma paralisação prolongada das ferramentas
afectando a produção, o serviço de ferramentas mantém uma margem mínima de stocks de
materiais essenciais ao funcionamento das ferramentas.
A função desta área é ao nível da manutenção correctiva e preventiva das ferramentas, bem
como na definição dos documentos a serem preenchidos e por quem.
As responsabilidades da área de ferramentas são manter a conservação, o bom
funcionamento das ferramentas e garantir a segurança do operador que as vai utilizar. Para
evitar eventuais acidentes foi criado um método de segurança na própria ferramenta, que
consiste em fazer vários cortes com uma determinada distância entre eles. Durante o
processo produtivo se um dos cortes não for detectado pela máquina, esta pára
automaticamente.
Chefe da manutenção de ferramentas
Op. 1º Turno
Op. 1º Turno
Op. 2º Turno
Op. 2º Turno
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2.5.2.3 – Objectivo
O grande objectivo da ferramentaria é fazer com que não diminua as OEE’s, para que não
ponha em causa as entregas das encomendas aos clientes.
2.6 – Departamento Comercial
“Neste departamento o principal papel é o de associar-se aos clientes e um dos pontos mais
importantes é avaliá-los.”
(Responsável do Departamento)
2.6.1 – Organização interna da área (Estrutura e Procedimentos)
O Departamento Comercial é organizado internamente pela seguinte estrutura e
procedimentos:
Estrutura
A estrutura deste departamento tem dois níveis hierárquicos como se verifica na Figura 19.
No topo está a direcção comercial e no nível a baixo os responsáveis das compras e
vendas.
Figura 19 – Organigrama do Departamento Comercial
Fonte: Sodecia Guarda
Direcção Comercial
Responsável Vendas
Responsável Compras
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Procedimentos
2.6.2 – Conhecimento do negócio
A Sodecia Guarda dedica-se essencialmente ao fabrico de componentes metálicos para a
indústria automóvel e assegura o processo de estampagem, soldadura e pintura.
Os produtos produzidos na Sodecia Guarda classificam-se por Tipos A, B, C e D e
preferencialmente evidencia em produtos do Tipo A, porque estes são deliberados para
serem comercializados em todos os mercados e para todos os tipos de clientes.
Nos produtos do tipo A, incluem-se os produtos: Cross car beam, Suportes da suspensão e
Depósito de combustível. Os produtos deste tipo são produtos de muita responsabilidade, a
existência de defeitos não detectados, num automóvel, pode pôr em risco a vida de um
pessoa num possível acidente.
Nos Tipo B, incluem-se os produtos com impacto regional podendo ser utilizados noutra
região para além daquela onde foram desenvolvidos, mas não tem carácter global, por
exemplo as varetas de óleo.
Os produtos do Tipo C são produtos específicos, desenvolvidos para um Cliente. Estes
tendem a ser melhorados, para ter mais sucesso no futuro (por exemplo Garfo para a Honda
na Unidade da Amazónia).
Para além destes três tipos principais, existe um outro produto, com designação de produto
do Tipo D, onde se incluem todos os outros produtos chamados Build-to-Print, cujas
iniciativas de melhoramento deverão partir de cada Unidade de Negócio, nomeadamente ao
nível do processo e tecnologia de materiais.
No último tipo de produto são os clientes que apresentam e fornecem o desenho do produto
e solicitam o respectivo orçamento da produção. Para se proceder ao decurso de
orçamentação, é necessário conhecer o custo de matéria-prima, o custo de transformação,
o custo de embalagem e o custo de transporte. Todos estes resultados de custos são
introduzidos na folha de cálculos “orçamento”:
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Custo matéria-prima Custo de matéria-prima é calculado com base nos preços de mercado de
acordo com o tipo de matéria-prima que é utilizada e o consumo previsto.
Para o custo de componentes como porcas, parafusos, anilhas, etc., são
utilizados custos de fornecedores actuais e só na ausência destes é que é
feita uma consulta ao mercado.
Custos de transformação Para se determinar o custo de transformação é definido o fluxograma do
processo. Para tal fica definido: a máquina a utilizar, as cadências previstas,
os tempos de set-up14, o lote económico e os operadores.
Custos de embalagem De acordo com o tipo de embalagem pretendida pelo cliente, isto é, de que
material é feito, de que tamanho, etc., é definido o custo total e calculado o
custo unitário.
Custo transporte De acordo com o volume/quantidade de material a entregar é efectuado o
cálculo do custo de transporte, que poderá ser subcontratado ou efectuado
por transporte próprio da Sodecia Guarda.
É da responsabilidade do Departamento Comercial manter os clientes satisfeitos, o que por
sua vez beneficia a própria empresa. Para a Sodecia Guarda ter clientes satisfeitos, significa
ter um bom posicionamento a nível de competitividade e mesmo ao nível da Margem Bruta.
2.6.3 – Documentos do cliente
De entre os vários documentos do cliente, destaca-se o Request For Quotacion (RFQ),
Team Feasibility Commitment (TFC) e Pesquisa e Satisfação do Cliente.
No RFQ (ver Anexo 17) constam as informações que servem de base à elaboração da
proposta/orçamento do pretendido pelo cliente.
14 Tempo de programação das máquinas para outra peça.
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Quanto ao Team Feasibility Commitment (ver Anexo 18), este é preenchido no momento da
adjudicação do produto. Neste documento consta todos os requisitos da peça que vai ser
produzida. Se todos os requisitos estiverem “OK” é dada a autorização para a produção da
peça em causa.
Foi elaborado pela Sodecia Guarda um outro documento que serve para a avaliar o grau de
satisfação dos clientes. Este é designado por Pesquisa e Satisfação do Cliente (ver Anexo
19) e tem como objectivo saber a satisfação dos clientes em relação ao trabalho
desempenhado pela Sodecia Guarda, através de um conjunto de questões relacionados
com o seu atendimento, pontualidade, qualidade, etc.
2.6.4 – Objectivos
A Sodecia Guarda está integrada num objectivo de grupo que é o PPT 300 07, como forma
de competir e fazer a diferença no negócio, de modo a ser líder de mercado. A sigla PPT
significa Produto, Pessoas, Tecnologias e o número 300 07, quer dizer que ao fim de 2007 o
grupo pretende ter 300.000.000 € de facturação.
Pessoas – Comprometidas com os valores da Sodecia Guarda;
Orientadas por objectivos; Motivadas por resultados.
Produto – Conhecimento das tendências do produto; Competências
na concepção de produtos manufacturáveis e serviços vendáveis;
Desenvolver soluções e produtos inovadores.
Tecnologias – Desenvolvimento permanente da melhoria contínua;
Eliminação das operações que não agrega valor; Cultura abrangente
de redução permanente de custos.
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2.7 – Departamento de Engenharia
Engenharia é “Conjunto de tarefas de concepção, preparação e elaboração de um projecto
de realização industrial. A função dos serviços de engenharia é em especial estudar a
proposta, a planificação…estudar os processos de fabricação, seleccionar os equipamentos
e instrumentos, etc.”.
(Montcel, 1973, pág.127)
2.7.1 – Organização interna da área (Estrutura e Procedimentos)
O Departamento de Engenharia é organizado internamente pela seguinte estrutura e
procedimentos:
Estrutura A estrutura deste departamento tem três níveis hierárquicos como se pode analisar na
Figura 20. No topo está a direcção industrial, no nível mais a baixo o supervisor de
engenharia e no último os coordenadores de células.
Figura 20 – Organigrama do Departamento de Engenharia
Fonte: Sodecia Guarda
Supervisor de Engenharia
Direcção Industrial
Coordenador de Células
Coordenador de Células
Coordenador de Células
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Procedimentos
2.7.2 – Explicação Genérica da área, funções e responsabilidade
Uma das funções do Departamento de Engenharia é a de apresentar protótipos dos
produtos que irão ser produzidos e amostras iniciais de matérias-primas e componentes dos
fornecedores.
Para as amostras iniciais a incorporar em produtos para determinadas marcas, aplica-se o
manual PPAP (Production Part Approval Process), a menos que o cliente autorize outra
situação. As amostras iniciais de matéria-prima e componentes dos fornecedores são
apresentadas pelo Departamento de Engenharia e em conjunto com o Departamento de
Qualidade, isto é, o fornecedor passa a informação aos dois departamentos para estes
informarem o Departamento de Produção, com que tipo de material os produtos são
manufacturados.
A quantidade mínima a fornecer para as amostras de componentes é de 10 peças e no caso
de matéria-prima a quantidade mínima é negociada com o fornecedor.
As amostras iniciais são acompanhadas pelos seguintes documentos:
Certificado de matéria-prima
Relatório Dimensional
Relatório de Apresentação de Protótipos/Amostras Iniciais
Testes Funcionais ou outros
Sinóptico do Processo
Plano de Controlo
Estudo de Capabilidade
Relatório IMDS (Inveronemental Material Data Sheet)
As amostras iniciais são sujeitas a uma avaliação interna, que é efectuada pela
Departamento de Engenharia e serviço de qualidade. O resultado dessa avaliação é
registado no modelo de Aceitação de Protótipo/Amostras Iniciais (AI) (ver Anexo 20). No
caso das amostras não estarem conformes, o fornecedor é avisado e tem que definir quais
as acções a desencadear e os prazos para efectuar as correcções.
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2.7.3 – Aprovação de peças de produção no cliente (PPAP)
Sempre que é necessário dar início a um processo de aprovação de amostras iniciais para o
cliente, o Departamento de Engenharia deve dar o início e “pilotar” todo o processo.
Este processo tem início com o planeamento da realização das amostras. Este deve ser
seguido pelo Departamento de Engenharia e pelo Departamento de Qualidade, os quais
devem estar presentes no posto de trabalho (linha de produção), para verificar as
dificuldades que possam surgir durante o processo.
Depois de realizadas as amostras devem ser verificadas tanto a nível visual, como a nível
metrológico15 pelo Departamento da Qualidade. Os resultados encontrados pela Qualidade
são comunicados ao Departamento de Engenharia, o qual deve proceder ao preenchimento
dos formulários respectivos, tendo em conta as indicações do cliente.
Conforme o cliente, o processo deve ser conduzido segundo a sua exigência. Caso este não
especifique, o processo deve ser conduzido segundo o manual PPAP.
O manual de aprovação das peças devem ser utilizado conforme a exigência do cliente.
Caso o cliente não especifique o pretendido, a Sodecia Guarda, parte do princípio que o
pretendido será o manual PPAP.
2.7.4 – Planeamento avançado da qualidade
Sempre que seja pedido o desenvolvimento de um novo produto ou processo ou até mesmo
alterações, deve ser tratado conforme o diagrama de processo que se apresenta na figura
seguinte (Figura 21), onde se deve ter em atenção às perguntas, “O quê?” (garantir a
qualidade, a entrega e custos do processo), “Quem?” (quem acompanha o processo),
“Medição?” (onde se questionam todos os custos e riscos que irá causar) e “Como?” (como
o processo/produto deve ser alterado ou desenvolvido). Para que todas estas perguntas
seja “respondidas” o processo deve ter um input de todas a normas, requisitos e dados
internos a seguir, para que o seu output seja a aprovação do processo.
15 Medição das peças.
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Figura 21 – Diagrama do processo
Fonte: Sodecia Guarda
2.8 – Departamento de Qualidade
Qualidade, é o “grau de excelência de um produto ou serviço. Traduz o nível de satisfação
das especificações previamente definidas, ou seja, em que medida um produto ou serviço
faz aquilo que é suposto fazer”.
(Teixeira, 1998, pág.196)
2.8.1 – Organização interna da área (Estrutura e Procedimentos)
A organização interna da área do Departamento de Qualidade tem a seguinte estrutura e
procedimentos:
Medição? Reunião de Follow up Prazo, custos e riscos
Como? Através das actividades do check list do PAQ
Input output
Desenvolvimento /Alteração
O Quê? Garantir que o processo e produto, atinjam a qualidade, prazos e custo esperados.
Quem? ° Coordenação da engenharia ° Equipa de apoio do Check List ° PAQ (Planeamento Avançado da Qualidade)
° Amolgação de A.I. (Amostras iniciais) ° Validação do processo ° Custos reais previstos ° Doctos definitivos ° Plano de acção
° Requisitos específicos ° Normas e regulamentos ° Dados internos
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Estrutura A estrutura deste departamento tem três níveis hierárquicos como se pode verificar na
Figura 22. No topo está a direcção Industrial, num nível mais a baixo encontra-se o
responsável da engenharia da qualidade, bem como no último nível se encontra o
responsável pelos fornecedores, pela metrologia, recepção técnica de materiais (RTM) e os
auditores do processo.
Figura 22 – Organigrama do Departamento de Qualidade
Fonte: Sodecia Guarda
Procedimentos
2.8.2 – Área, funções e responsabilidades
É da responsabilidade do Departamento de Qualidade manter uma boa qualidade na
recepção de matéria-prima e componentes, nos produtos produzidos e Subcontratados. É,
também, da responsabilidade deste departamento eliminar as causas ou potenciais causas
das não conformidades.
Sempre que é detectada uma não conformidade ou outro problema e até mesmo se opte por
fazer uma potencial análise de falhas, elabora-se um plano global de acções (ver Anexo 21)
Responsável RTM
Direcção Industrial
Responsável da Engenharia da Qualidade
Responsável Fornecedores
Responsável Metrologia
Auditores do Processo
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onde são desenvolvidas acções correctivas, acções preventivas, auditorias internas e
externas, entre outras, de modo a resolver a situação.
a) Acções correctivas Sempre que for detectado qualquer problema desencadeiam-se acções
correctivas para eliminar as causas da não conformidades de modo a não
voltarem a surgir.
b) Acções preventivas As acções preventivas são desencadeadas e desenvolvidas no seguimento
de uma análise potencial de falhas.
c) Auditorias Internas
O Departamento de Qualidade sempre que detecte alguma não conformidade
a nível dos sectores, turnos, produtos ou processos têm o poder de realizar
Auditorias Internas.
As auditorias internas são realizadas por uma equipa de auditores internos, cuja composição
deve considerar a independência do auditor, ou seja, os auditores não devem ter
responsabilidade directa em relação às actividades/funções auditadas.
Uma das responsabilidades da equipa de auditores é a de preparar a auditoria e para isso
devem ter conhecimento prévio de toda a documentação das actividades do sector a ser
auditado, bem como o conhecimento dos resultados de auditorias anteriores.
Após tudo estar preparado a equipa dá inicio à Auditoria. Em primeira-mão é necessário
realizar uma rápida reunião com os responsáveis dos sectores/processos a serem auditados
de modo a:
Estabelecer o clima adequado para o desenvolvimento do trabalho;
Confirmar os objectivos da auditoria;
Apresentar a equipa auditora;
Confirmar a agenda de trabalho;
Agendar a reunião final;
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O desenrolar da auditoria é baseado em observações que possam ser comprovadas,
portanto, a equipa deve ter o cuidado de fazer as avaliações junto dos locais onde os
trabalhos são executados; devem ter a certeza das conclusões obtidas e nunca opiniões;
devem registar as não conformidades à medida que são observadas; devem avaliar
aspectos relevantes que comprometam o desempenho do item auditado e as constatações
devem ser feitas em conjunto por auditores e auditados.
A auditoria terá termo com uma reunião de fecho coordenada pelos auditores, onde são
apresentadas as não conformidades verificadas e, se necessário, esclarecer eventuais
dúvidas.
Após esta reunião será elaborado um relatório onde os resultados da auditoria devem ser
documentados pelo auditor interno através do RAQ – Relatório de Auditoria da Qualidade
(ver Anexo 22) e RNC’s – Relatório de Não Conformidade (ver Anexo 23). A elaboração dos
documentos deve ter por base os registos e anotações de não conformidades e nestes não
devem ser incluídas quaisquer situação que não tenham sido apresentadas e discutidas na
reunião de fecho.
Em resposta às não conformidades detectadas na auditoria é elaborado um plano de acções
para detectar a “causa raiz” da não conformidade, bem como as acções correctivas a
implementar de modo a que a não conformidade não volte a ocorrer.
Uma das funções do Departamento de Qualidade é o tratamento de dados de modo a
verificar a capacidade do processo, para isso são utilizadas técnicas estatísticas. As mais
utilizadas na Sodecia Guarda são:
Estudos preliminares de capabilidade
Estudos de capabilidade
Cartas de controlo variáveis
Repetibilidade e reprodutibilidade
Em caso de necessidade é possível utilizar outras técnicas de análises estatísticas,
nomeadamente desenhos de experiências, gráficos de paretos, estudos de normalidade,
entre outros.
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2.8.3 – Qualidade do produto e análise de não conformidade
Cabe ao Departamento de Qualidade o controlo do produto não conforme, bem como a
análise de não conformidade.
Sempre que determinado produto não esteja conforme com os requisitos definidos no plano
de controlo, estes são armazenados na “Zona de Rejeitados” a fim de aguardar uma
definição de tratamento. Nestas situações são sempre desencadeadas acções para avaliar
o produto e posteriormente definir as acções correctivas. Os produtos não conformes após a
aplicação das acções correctivas, são de novo inspeccionados segundo os requisitos do
plano de controlo.
Podem-se considerar vários modos de controlo do produto não conforme, tais como:
A) Não Conformidade na Recepção de matéria-prima e Componentes
Na inspecção da recepção de matéria-prima e componentes, se forem encontradas não
conformidades no produto recebido pelo responsável da recepção, este deve segregar o
material na “Zona de Rejeitados” e identificá-lo com a etiqueta “Produto não Conforme”.
Após este processo os produtos podem seguir três caminhos:
Material Reprovado Neste caso o responsável da recepção deve, para além da identificação do lote do produto
reprovado, segregar o material, emitir o RNC (Relatório de Não Conformidade) e enviar para
o fornecedor para que este análise a não conformidade e tome as medidas necessárias. Se
num prazo de cinco dias o fornecedor não disser nada, a Sodecia Guarda sucateia as peças
não conformes.
O responsável deve, também, comunicar ao departamento das operações que o lote se
encontra reprovado, para que este tenha em conta as quantidades disponíveis e proceda ao
planeamento que achar necessário.
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Aprovação Condicional
Quando a não conformidade for detectada durante o processo, fica ao critério do
Departamento de Engenharia analisar e aceitar tal condição. Uma outra hipótese, quando a
não conformidade não interferir no funcionamento do produto acabado, deve-se comunicar
ao cliente e se este aceitar as peças nas condições em que se encontram, procedendo-se à
formalização da situação junto do mesmo.
Selecção ou Retrabalho pelo Fornecedor
Esta situação deve estar assinalada no lote por uma etiqueta de “Produto não Conforme”. O
lote retrabalhado ou triado pelo fornecedor deve ser considerado como um lote novo
recebido, pelo que, na recepção do lote este deve ser de novo inspeccionado.
B)- Identificação de produtos não conforme ou Suspeito
Sempre que for detectado um produto não conforme ou suspeito em qualquer etapa
produtiva (recepção, processo ou expedição) os colaboradores de cada secção devem
identificá-lo com a etiqueta de “Produtos não Conformes” e segregar o produto para que o
mesmo seja submetido a análise, inspecção e em consequência destas dar uma decisão
final ao mesmo.
C)- Não conformidade durante o processo de fabrico
Sempre que for detectada uma não conformidade durante a produção, seja através de
liberação, monitorização ou reinspecção, cabe ao operador ou auditor que detectou a não
conformidade: identificar os produtos não conformes com a etiqueta “Produto não Conforme”
e segregá-los; reavaliar as peças produzidas, garantindo que apenas os produtos aprovados
passem para a operação seguinte. No caso de matéria-prima não conforme detectada
durante a produção, devem-se identificar as peças, fazer a sua segregação dando
conhecimento à RTM (Recepção Técnica de Material) para que esta, por sua vez, proceda
de acordo com o descrito no ponto anterior.
D) – Não conformidade detectada pelo cliente
Para todas as não conformidades reclamadas pelo cliente, o Departamento da Qualidade
deve registá-las e analisá-las criteriosamente verificando a abrangência das mesmas;
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reinspeccionar os produtos que estiveram em processo, expedição ou em stock; abrir uma
RNC e gerar mensalmente um gráfico de não conformidade detectadas no cliente. Para o
caso de o produto ser devolvido, ao dar entrada, ele deve ser identificado com a etiqueta de
produto não conforme; segregar para a área de rejeitados o produto defeituoso encontrado
após triagem; ser analisado criticamente e dar uma decisão final; abrir instruções de
retrabalho/reparação caso seja necessário; analisar o problema, apurar as “causas raiz” e
elaborar a resposta para o cliente.
Para qualquer uma das não conformidades mencionadas anteriormente a análise de não
conformidade deve ser realizada tendo em conta um método que garanta o encontro das
“causas raiz” dos problemas. A metodologia utilizada pela Sodecia Guarda é os “5Why’s”
(5PB’s) (ver Anexo 7), o que permite, desde que bem elaborado, chegar à “causa raiz” do
problema após encontrar as cinco respostas, às cinco perguntas.
As várias etapas para o tratamento de não conformidade detectadas pelo cliente são as
seguintes:
Ocorrências Nesta etapa descrevem-se as ocorrências a nível da quantidade de não
conformes, data e local da ocorrência e data de fabricação.
Análise da situação
Aqui é descrito o processo de fabrico; é realizada a rastreabilidade do produto
não conforme; são apresentados resultados de verificação e são analisadas
as condições de produção e armazenamento.
Nesta metodologia é também analisada se a situação é reincidente e quais
foram as causas encontradas em situações anteriores, bem como, as acções
implementadas.
Análise de causas
Nesta etapa são analisadas as causas que podem ter originado o problema.
Estas são descritas no diagrama de causa-efeito ou análise de Ishikama.
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Análise dos porquês (5PB’s) Na análise dos porquês são analisadas as razões pelas quais os problemas
acontecem, tendo em conta a detenção das “causas raiz” dos problemas.
Acções correctivas
Aqui são enumeradas as acções correctivas a implementar para a resolução
do problema de uma forma definitiva e tendo em vista a não reocorrência.
Confirmação de resultados
É realizada nesta metodologia a verificação da eficácia das acções através
da demonstração de resultados e o seguimento da performance do processo.
Feed back para a origem
Por último, nesta etapa são descritas as acções que são realizadas em
termos de sistema, nomeadamente a revisão de planos de controlo e análise
de implementação das mesmas acções em processo semelhante.
2.8.4 – Critérios de qualificação dos processos ou produtos
Estes critérios são aplicados aos processos de pintura electrostática a pó e soldadura por
resistência.
A qualificação interna do processo de pintura electrostática é feita de modo contínuo
aplicando os registos de ensaio nevoeiro salino, espessura de tinta e ensaio de
recticulagem. A frequência destes ensaios é feita consoante o estabelecido nos planos de
controlo de cada peça.
Os parâmetros da qualificação interna do processo de soldadura por resistência, são
predefinidos antes de iniciar a produção e a confirmação da sua adequação, é feita através
de testes destrutivos.
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2.8.5 – Controlo de entradas e em fabrico de matéria-prima
A identificação do estado de conformidade do material na Sodecia Guarda é feita do
seguinte modo:
A) Entradas de matéria-prima e componentes
Sempre que a matéria-prima dá entrada na Sodecia Guarda esta é identificada por uma
etiqueta carimbada pelo Controlo da Qualidade.
No caso de o material estar conforme ou não conforme este é identificado devidamente
pelas etiquetas respectivas.
B) Material em curso de fabrico
O estado de conformidade do material em fabrico é assinalado através da rubrica do
operador na ficha de acompanhamento do material.
No caso de existência ou suspeita de alguma não conformidade o “produto alvo” é colocado
em contentores próprios para análise do controlo de qualidade. Uma vez analisado pelo
controlo de qualidade pode retornar à produção, se estiver conforme, ou ser colocado em
contentores próprios para ser sucatado, no caso de ser uma não conformidade.
C) Produto final
A indicação do estado de conformidade do produto final, faz-se através da marcação com
carimbo na etiqueta de expedição e rubricada pelo controlo de qualidade. No caso de o
material se encontrar não conforme este é analisado e posteriormente sucatado ou
retrabalhado.
2.8.6 – Avaliação de fornecedores
A avaliação de fornecedores feita pelo Departamento de Qualidade é efectuada através de
uma avaliação contínua de duração de seis meses. Esta avaliação tem por base: o número
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de reclamações e de PPM’s; as reincidências; o tempo de espera da resposta dos
fornecedores, o tempo de paragem das máquinas, pelas certificações, etc. Por vezes, é
utilizado um questionário de avaliação, que é enviado para o fornecedor e consoante os
resultados obtidos, o departamento vai avaliar o seu desempenho e definir se é um bom
fornecedor e se consegue satisfazer os pedidos da Sodecia Guarda.
2.8.7 – Laboratório de metrologia
Cabe ao laboratório fazer a identificação e gestão dos DMM’s (Dispositivo de Medição e
Monitorização) conforme previsto nos procedimentos da Sodecia Guarda.
Qualquer não conformidade detectada pelo responsável da metrologia deve ser comunicada
ao cliente através da notificação de inadequação, cabendo ao cliente a responsabilidade do
destino a dar ao DMM.
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TAREFAS DESEMPENHADAS
CAPITULO III
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Após o términus do Plano de Integração, iniciei a 2ªfase do estágio onde desempenhei um
conjunto de tarefas associadas ao Departamento de Qualidade, nomeadamente: Recepção
Técnica de Materiais, Pedidos de Certificações (contraprovas) e Avaliação Contínua dos
Fornecedores. Estas tarefas foram esporádicas e não foram mais do que o
acompanhamento do respectivo responsável.
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3.1 – Recepção Técnica de Materiais
A Recepção Técnica de Materiais (RTM) na Sodecia Guarda segue o seguinte Fluxograma
(Figura 23):
Figura 23 – Fluxograma de recepção de Materiais
Fonte: Sodecia Guarda
Chegada de MP e Componentes
Operações
Controlo Quantitativo
Comparar encomenda (Quant. e Data)
Recepção Técnica Materiais
Controlo Qualitativo
Plano de controlo
Aprovado sob condição
Skip-Lote?
Plano de controlo Plano de controlo
Tamanho da Amostra
Aprovado?
Sob Condição
Identificação “sob condição”
Armazém MP e Componentes
Uso material conforme FIFO
OK
Identificação
NOK
Identificação e Segregação
DEVOLUÇÃO
Conhec. Qualid.
Conhec Fin.
Conhec. Oper.
SIM NÃO
- Lançar no Sistema Informático - Emitir Boletim de Recepção
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A recepção técnica de matéria-prima e componentes é um ponto talvez dos mais
importantes para a Sodecia Guarda, pois tem como objectivo assegurar que o produto
comprado esteja conforme com os requisitos especificados e assim não pôr em causa a
entrega da encomenda do cliente.
No início desta tarefa comecei por tomar conhecimento dos produtos produzidos pela
empresa, para assim acompanhar a recepção de matéria-prima e componentes, à qual
dediquei a maior parte do tempo do meu estágio. O tipo de matéria-prima recepcionada pela
Sodecia Guarda é a chapa banda, chapa plana (em formato) e tubos. Estas chapas são de
três tipos: chapa alumínio, chapa electrozincada e decapada. Quanto aos componentes, são
por exemplo parafusos, arames, porcas, Ice clips, lubrificantes, rebites, esponja, etc.
A RMP (Recepção de Matéria-Prima) e componentes tem início com a chegada do material.
Este vai ser controlado a nível quantitativo e lançado a nível informático, com a entrada de
cada lote, pelo Departamento de Operações. Só posteriormente é emitido ao serviço de
qualidade o Boletim de Recepção, para que seja realizado o controlo qualitativo de acordo
com o plano de controlo de recepção do material (ver Anexo 24).
O controlo/inspecção das chapas e componentes é efectuado consoante o exposto no plano
de controlo, isto é, medido/controlado segundo as técnicas de medição.
As técnicas de medição consistem na comparação com o certificado do fornecedor, que
deve sempre ser enviado juntamente com o material, e na medição das peças segundo o
croqui exposto no PLC (Plano de Controlo). Para se efectuar estas medições são utilizados
diferentes equipamentos como está ilustrado na Figura 24:
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Figura 24 – Equipamentos de Medição
Fonte: Elaboração Própria
Após a inspecção o material é registado, bem como os resultados do controlo, no Skip-Lote,
ou seja, é lançado o material e os resultados, no programa informático pelo Departamento
de Qualidade.
O Skip-Lote tem como objectivo descrever a frequência de inspecção utilizada na recepção.
A frequência de inspecção é efectuada de acordo com as indicações da Tabela 2.
Tabela 2 – Frequência de inspecção dos lotes
GRAU Nº Lotes Frequência Lotes Verificados
0 Até ao 5º 1,2,3,4,5 Todos
1 6º ao 10º 2 em 5 7º e 9º
2 11º ao 15º 1 em 5 11º
3 Acima do 15º 1 em 10 16º, 26º, 36º, etc.
4 Qualidade Assegurada de Fornecimento
Fonte: Sodecia Guarda
Paquímetro
Durómetro Máquina tridimensional
Escantilhões de Raios
Projector de PerfisGraminho
Telescópio
Dinamómetro
Fita métrica
Micrómetro
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O critério de aceitação de defeitos perante o Skip-Lote é de zero defeitos. No caso de ser
identificado alguma não conformidade em qualquer um dos graus, a frequência de
inspecção retoma ao grau 0 (zero) e o processo volta a uma amostragem severa, em que
numa frequência de 5 lotes todos são inspeccionados; posteriormente do 6º ao 10º lote a
inspecção é efectuada de 2 em 2 lotes; do 11º a 15º são inspeccionados de 5 em 5 lotes e
para cima do 15º a qualidade do produto fornecido é assegurada, logo passa a ser
inspeccionado 1 em 10 lotes.
Sempre que o Skip-Lote nos indique que num determinado lote é necessário fazer
inspecção, procede-se ao preenchimento de uma ficha de Recepção Técnica de Materiais
(ver Anexo 25), onde consta um quadro para colocar o resultado de cada amostra adquirida
para inspeccionar.
No caso da inspecção ser a componentes, o tamanho da amostra a utilizar é a “Normal”,
assim se um lote contiver 2 a 8 peças, é retirado para inspeccionar 2 peças, se o lote tiver 9
a 15 peças são recolhidas 3, e assim sucessivamente. No caso de ser recepcionado um lote
com existência de não conformidades, passa-se a utilizar a amostragem “Severa”, isto é, de
um lote de 2 a 8 peças retiram-se o dobro de peças em relação à “Normal”, num de 9 a 15
retira-se 6 peças e assim consecutivamente como está definido na Tabela 3:
Tabela 3 – Tamanho da Amostra
Peças TAMANHO DA AMOSTRA
Normal Severa 2 a 8 2 4
9 a 15 3 6
16 a 25 3 6
26 a 50 3 6
51 a 90 5 10
91 a 150 5 10
151 a 280 5 10
281 a 500 10 15
501 a 1 200 10 15
1 201 a 3 200 10 15
3 201 a 10 000 10 15
10 001 a 35 000 10 15
35 001 a 150 000 10 15
150 001 a 500 000 10 15
Acima de 500 001 10 15
Fonte: Sodecia Guarda
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A matéria-prima é inspeccionada da seguinte forma:
Chapa banda e plana Verificar 5 pontos na extremidade da chapa e devem ser verificadas duas
unidades por lote.
Tubos Verificar 5 pontos na extremidade do tubo e devem ser verificadas 2 unidades
por lote.
No final da inspecção se o material estiver conforme é colocado uma etiqueta de
denominação Identificação de Material de modo a ficar bem visível em cada lote a etiqueta
“APROVADO” (ver Anexo 26) e o lote será armazenado no armazém de matéria-prima e de
Componentes (ver Figura 25) pelo “fiel de armazém”. Este tem por obrigação garantir um
bom armazenamento para que o primeiro material a entrar seja o primeiro a sair, ou seja,
seguir o critério FIFO – First in First out.
Figura 25 – Armazéns de Matéria-Prima e Componentes
Fonte: Elaboração Própria
Se na inspecção ou, até mesmo, no processo de fabrico, for encontrada qualquer não
conformidade, o material será de imediato identificado com etiquetas de identificação com a
designação de “NÃO CONFORME” (ver Anexo 27) e uma de “Produto não conforme” (ver
Anexo 12). De imediato comunica-se ao fornecedor as condições em que se encontra o
material para que este tome medidas e encontre soluções conjuntamente com a Sodecia
Guarda para que ambas as partes não saíam lesadas. Posteriormente a este acto, procede-
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-se à devolução do material através de um processo que consiste em: elaborar uma guia de
devolução (ver Anexo 28), dar baixa das existências e comunicar a todos os responsáveis
de cada departamento que estejam ligados ao produto (Departamento de Qualidade,
Operações e Financeiro), o que se está a passar.
Após o envio da devolução é efectuado uma reclamação (Ver Anexo 29), com indicação do
problema da peça rejeitada, bem como todos os dados referentes a ela (N/lote, V/ lote,
quantidade rejeitada, etc.). De seguida e dependendo da gravidade do defeito da peça, se
se tratar de um caso grave, é efectuado um RNC (relatório de não conformidade) (ver Anexo
23). Por último, nos casos de se tratar de componentes e tiver sido efectuado um processo
de triagem, elabora-se uma ficha de trabalho (ver Anexo 30), onde se imputam os
respectivos custos. Estes custos podem ser: administrativos (cargos), transportes, produtos
sucatados, produtos retrabalhados, número de horas que levou a triar, etc.
3.2 – Pedidos de Certificações
Numa outra tarefa que acompanhei, foi-me explicado que o fornecedor é obrigado a enviar
um conjunto de documentação, como, certificados do material, análises dimensionais, entre
outros, a acompanhar o material, ou a serem enviados posteriormente.
Sempre que a empresa achar conveniente (por desconfiança quanto à sua conformidade em
relação aos certificados enviados pelos fornecedores, ou por curiosidade) são pedidos
contraprovas (certificados) em laboratórios externos. Os pedidos de contraprovas são
efectuados a todo o tipo de matéria-prima e componentes.
O processo de requisição de compra de ensaios, para contraprova, começa com a
elaboração de uma requisição de compra (ver Anexo 31), onde é mencionado o tipo de
ensaios pretendidos. Os ensaios mais solicitados pela Sodecia Guarda são:
Ensaios Mecânicos: ensaios de tracção;
Analise Química: ensaio e análise de componentes
Ensaios de aderência de revestimento
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Ensaios de espessura de revestimento
Ensaio de filetes
A seguir à requisição de compra é elaborado uma carta (ver Anexo 32) a explicar o que se
pretende e uma ficha de registo de provetes16 onde é mencionado a “Identidade” e
características do material. Estes três documentos são enviados conjuntamente para o
laboratório, para se proceder à análise.
Ao recepcionar a resposta do laboratório, isto é, os certificados pedidos pela Sodecia
Guarda, procede-se à comparação dos certificados com as Normas, para verificar se o
material está dentro das especificações estabelecidas por lei.
Um dos motivos que levam a Sodecia Guarda a requisitar contraprovas, é o facto de ocorrer
uma possível auditoria à empresa por parte de um cliente e este pedir provas que garantam
a qualidade do material utilizado nas peças fabricadas. A apresentação dos certificados aos
clientes é uma mais valia para a Sodecia Guarda, pois o cliente fica mais confiante em
relação aos produtos encomendados.
3.3 – Avaliação Contínua dos Fornecedores
Numa última tarefa, foi-me proposto o acompanhamento do processo de avaliação de
fornecedores.
Os fornecedores da Sodecia Guarda são fornecedores essencialmente de matéria-prima e
componentes. A avaliação destes é efectuada de uma forma contínua tendo em conta os
índices seguintes:
Sistema da qualidade e ambiente do fornecedor (ISQA)
Qualidade dos produtos fornecidos (IQF)
Desempenho nas entregas dos fornecedores (IDF)
Competitividade do fornecedor (ICF)
16 Pequena peça que serve para fazer experiências
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3.3.1 – Índice de Avaliação de Fornecedores (IAF)
A elaboração dos cálculos dos índices atrás descritos dão, origem a um outro índice, o
Índice de Avaliação de Fornecedores (ver Anexo 35), que nos dá a performance global dos
fornecedores e que é calculado no final de cada mês.
Estes índices devem ser considerados de acordo com o seguinte peso dentro do IAF:
ISQ – índice do sistema da qualidade – 15%
IQF – índice da qualidade do fornecedor – 35%
IDF – índice de desempenho do fornecedor – 35%
ICF – índice de competitividade do fornecedor – 15%
Conjugando todos os índices, obtém-se a avaliação global dos fornecedores a qual deve ser
comunicada de 3 em 3 meses a cada um deles. Esta avaliação é composta por três níveis:
Nível 1- IAF ≥ 90%
Nível 2 - 75% ≤ IAF ≤ 90%
Nível 3 - IAF < 75%
Quando um fornecedor está no nível 1, é considerado um Bom Fornecedor, mas este deve
continuar a trabalhar com o mesmo empenho, para se manter nesse mesmo nível.
Quando um fornecedor se encontra no nível 2, é colocado na lista de fornecedores
qualificados, no entanto este deve ter atenção para não voltar a acontecer novas
ocorrências e passar a nível 1.
Quando os fornecedores se encontram no nível 3, significa que ocorreram vários problemas,
daí deixarem de fazer parte da lista de fornecedores qualificados.
O grande objectivo da Sodecia Guarda em relação aos Fornecedores, é que estes se
posicionem no nível 1, para que os produtos sejam de boa qualidade e assim os clientes
depositar ainda mais confiança na Sodecia Guarda.
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3.3.2 – Sistema da Qualidade e Ambiente do Fornecedor (ISQA)
Neste sistema o fornecedor é avaliado conforme as certificações que possui. Ao fornecedor
é pedido o comprovativo das certificações e assim é classificado de acordo com a
informação da Tabela 4. Se este contiver a certificação ISO/TS 16949 e ambiental, tem uma
classificação máxima de 15 valores que corresponde a 100% na sua avaliação. Se for
certificado pelo ISO/TS 16949, tem uma avaliação de 98% e se tiver ISO 9001:2000 e
ambiental ou ISO 9001:2000, tem uma avaliação de 95% ou 90%, que corresponde em valor
a 14,25 e 13,50. No caso de não possuir qualquer certificação a sua avaliação é nula.
Tabela 4 – Classificação dos certificados
Certificações Avaliação
ISO /TS 16949 e ambiental 15.00 Valores (100%)
ISO /TS 16949 14.70 Valores (98%)
ISO 9001:2000 e ambiental 14.25 Valores (95%)
ISO 9001:2000 13.50 Valores (90%)
Não possui certificado 0 Valores (0%)
Fonte: Sodecia Guarda
3.3.3 – Qualidade dos Produtos Fornecidos (IQF)
Neste factor são registados todos os PPM’s (parte por milhão), reclamações, reincidências,
tempo de resposta, impacto na máquina, durante 6 meses num documento designado por
índice Qualidade de Fornecedores (ver Anexo 33).
Em cada lote recepcionado, pelo responsável da recepção técnica de materiais, faz-se a
avaliação do produto fornecido da seguinte forma:
Em função dos PPM’s:
Nº peças reclamadas
Nº total peças fornecidas
PPM = × 1000 000
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O cálculo de PPM’s é efectuado considerando o mês em curso e os cinco últimos, sempre
tendo em conta todas as referências fornecidas pelo fornecedor.
O peso desta componente dentro do IQF é de 70%, sendo assim, o fornecedor é avaliado a
nível de quantidade de PPM’s da seguinte forma: se a um fornecedor for encontrado 0 a 100
PPM’s tem uma classificação de 24,50 valores correspondentes a 100%; de 101 a 300 tem
uma classificação de 19,60 que corresponde a 80%; de 301 a 600, 601 a 750 e 751 a 1000
corresponde a uma percentagem de 50%, 30% e 10% e em valores 12,25; 7,35 e 2,45.
Finalmente, se for detectada a um fornecedor mais de 1000 PPM’s tem uma avaliação de
zero. (ver Tabela 5):
Tabela 5 – Nível de PPM’s
PPM’s Valores %
0 a 100 24.50 100
101 a 300 19.60 80
301 a 600 12.25 50
601 a 750 7.35 30
751 a 1000 2.45 10
> 1000 0 0
Fonte: Sodecia Guarda
Em termos de Ocorrências/reclamações
Este item está relacionado com a quantidade de reclamações ocorridas durante o último
mês. Este tem um peso de 10% no IQF, sendo feita a avaliação de acordo com a tabela
seguinte (Tabela 6). Se não existir qualquer ocorrência/reclamação em relação ao
fornecedor tem uma avaliação de 100% que corresponde a 3,50 Valores. No caso de haver
mais que uma ocorrência/reclamações o fornecedor tem uma avaliação nula.
Tabela 6 – Nível de ocorrências/Reclamações
Ocorrências/Reclamações Valor %
0 3.50 100
1 1.75 50
>1 0 0
Fonte: Sodecia Guarda
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Em relação as Reincidências
Este componente tem uma influência no IQF de 10% e tem a ver com o número de vezes
que se repete o mesmo problema. A avaliação do fornecedor como se pode verificar na
Tabela 7 é igual à da tabela anterior.
Se houver mais do que uma reincidência, a avaliação do fornecedor é zero e só será de
100% (valor 3,50) quando não existir nenhuma reincidência.
Tabela 7 – Nível de reincidências
Reincidências Valor %
0 3.50 100
1 1.75 50
>1 0 0
Fonte: Sodecia Guarda
Em termos de Tempo de Resposta
O tempo de resposta avalia o tempo que o fornecedor demora a enviar a resposta de uma
determinada reclamação. Este item influencia em 5% o IQF e é avaliado tendo em conta os
prazos constantes na Tabela 8.
Se a resposta demorar entre 1 a 5 dias o fornecedor tem uma avaliação máximo de 100%,
se demorar 6 a 8 dias ou 9 a 11 dias tem uma avaliação de 1,05 ou 0,525, respectivamente
a 60% e 30%. Se demorar mais que 11 dias tem zero na avaliação.
Tabela 8 – Nível de tempo de resposta (dias úteis)
Prazos Valor %
1 a 5 dias 1.75 100
6 a 8 dias 1.05 60
9 a 11 dias 0.525 30
> 11 dias 0 0
Fonte: Sodecia Guarda
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Em termos de Impacto na Máquina
Este componente avalia o não funcionamento da máquina ou linha, que está dependente da
qualidade dos artigos/matéria-prima. O seu peso dentro do item é de 5% e é tido em conta a
Tabela 9 para a sua avaliação.
A classificação é de 100% se não houver paragem da máquina, caso contrário, se a
paragem for entre 1minuto (min.) a 30 minutos tem uma avaliação de 75% (1.3125 valores);
de 31 minutos a 1 hora (hr) é de 50% (0.875 valores), de 1 hora a 1h30 minutos é de 25%
(0.4375 valores) e mais de 1h30 minuto é de 0% (0 valores).
Tabela 9 – Tempo de funcionamento da máquina
Tempo Valor %
0 hrs de paragem 1.75 100
1 min. a 30 min. de paragem 1.3125 75
31 min. a 1 hr de paragem 0.875 50
1hr a 1h30 min. de paragem 0.4375 25
> 1h30 min. de paragem 0 0
Fonte: Sodecia Guarda
3.3.4 – Desempenho nas Entregas dos Fornecedores (IDF)
O desempenho dos fornecedores está directamente relacionado com as encomendas (ver
Anexo 34), isto é, os fornecedores devem entregar os produtos dentro dos prazos
estabelecidos e nas quantidades encomendadas. Assim sendo, os factores a considerar
para a avaliação destes são: quantidade e data de entrega.
Quantidade
A quantidade é o componente do IDF que é calculado em função da quantidade
encomendada e da quantidade fornecida, tem um peso de 50% e é calculado tendo em
conta os últimos 3 meses.
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Para o fornecimento de chapa a Sodecia Guarda considera uma tolerância de mais ou
menos 10%, devido à impossibilidade de exactidão na quantidade cortada da bobine.
Data de entrega
A data de entrega é um componente com um peso de 50% em relação ao IDF. A avaliação
desta é realizada tendo em conta a data estipulada para o fornecimento e a data em que foi
realizada a entrega.
3.3.5 – Competitividade do Fornecedor (ICF)
Este índice tem a ver com a competitividade dos fornecedores, sendo avaliado em função
do preço dos produtos fornecidos e com as condições de pagamento dos mesmos. Assim, a
avaliação é efectuada segundo as tabelas de avaliação que se apresentam a seguir nas
Tabelas 10 e 11:
Preço
Os preços têm um peso de 80% no ICF. Para atingir essa percentagem o fornecedor tem de
conceder um desconto superior a 4%, conseguindo uma classificação máxima de 12
valores. Se reduzir os preços entre 2% e 4% terá uma classificação de 9,6 valores (80%), se
mantiver o preço terá uma correspondência de 4,8 valores (40%) e se aumentar em menos
de 2% ou em mais de 2% terá uma avaliação de 2,4 e 0 valores respectivamente.
Tabela 10 – Preços dos produtos
Preços Valor %
Redução superior a 4% 12 100
Redução compreendida entre 2 e 4% 9,6 80
Preço actual 4,8 40
Aumento menor 2% 2,4 20
Aumento superior que 2% 0 0
Fonte: Sodecia Guarda
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Condições de Pagamento
Este componente tem um peso de 20% no ICF. Se o fornecedor der à Sodecia Guarda um
prazo de pagamento até 90 dias tem uma avaliação de 100% (3 valores), se lhe for
facultado a 60 dias a sua avaliação é de 2,4 valores (80%) e se o pagamento for de 45, 30 e
15 dias a avaliação atribuída é de 1,8; 1,2 e 0,6 valores respectivamente. Se for exigido à
empresa pagamento no acto de entrega da encomenda tem uma avaliação de zero valores
(0%).
Tabela 11 – Condições de Pagamento
Dias Valor %
90 3 100
60 2,4 80
45 1,8 60
30 1,2 40
15 0,6 20
Pronto Pagamento 0 0
Fonte: Sodecia Guarda
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Conclusão
O tempo de estágio é um complemento fundamental na vida de um “aluno finalista”, na
medida em que nos dá a oportunidade de enriquecer a nível pessoal, profissional e social.
O estágio ajudou-me a aplicar os conhecimentos que adquiri ao longo do Curso de Gestão,
bem como, adquirir novos conhecimentos que irão ser importantes futuramente na inserção
no mercado do trabalho.
Fazendo uma retrospectiva do meu estágio, devo dizer que foi uma experiência muito
positiva e gratificante pois, permitiu o contacto com a realidade de uma empresa, inserida no
sector industrial, mais concretamente num sector metalúrgico, totalmente desconhecido para
mim, bem como o mundo empresarial.
Pelo desconhecimento total deste sector, inicialmente pensei que iria encontrar muitos
obstáculos, mas tudo se tornou mais fácil à medida que me fui ambientando às pessoas e à
empresa. Isto tornou-se numa vantagem, pois tinha um “à vontade” para questionar tudo e
mesmo todos sobre aquilo que tinha dúvida. O facto de ser estagiária nunca me
impossibilitou de me sentir como um elemento da organização, pois sempre tentei envolver-
me o mais possível nas tarefas e colaborar com os “meus colegas de trabalho”.
Toda esta experiência que passei, ao longo do curso e do estágio, serviu para me
enriquecer e abrir o gosto por trabalhar futuramente na área em que foi desenvolvido o
estágio: área da qualidade.
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Relatório de Estágio
Bibliografia
Obras consultadas:
Baranger, P.; Huguel, G. (1994). Gestão da Produção – Actores, técnicas e
politicas. Editora Sílabo.
Chase, Richard B.; Aquilano, Nicholas J.(1995). Gestão da Produção e das
operações – perspectiva do ciclo de vida. Monitor – Projectos de edição, Lda.
Gaither, Norman; Frazier, Greg (1999). Administração da produção e operações.
Pioneira – Thomson Learning.
Juran,J.M.; Gryna, Frank M. (1991). Controle da Qualidade – Conceitos, políticas e
filosofia da qualidade (Volume I). McGraw – Hill, Lda.
Manual de Sistemas da Sodecia Guarda
Peyraut, Yves. (s.d.) Gestão racional da qualidade. Rés – Editora, Lda.
Roldão, Vítor Sequeira (2002). Planeamento das operações – Na indústria e nos
serviços. Monitor – Projectos de edição, Lda.
Santos, Rui Coelho; Rebelo, Manuel Ferreira (1990). A Qualidade – Técnicas e
ferramentas. Porto editora.
Teixeira, Sebastião (1998). Gestão das organizações. Mc Graw-Hill de Portugal,
Lda.
Endereços Consultados:
http://pme.aeportugal.pt/Aplicacoes/Documentos/Uploads/2004-10-15_16-33-
11_AEP-Produtividade-Inovacao.pdf (Consultado em Novembro de 2007)
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Sociedade Industrial de Metalurgia da Guarda
Relatório de Estágio
http://pt.wikipedia.org/wiki/ISO_9000 (Consultado em Novembro de 2007)
http://www.apcer.pt/arq/fich/_ltimos_desenvolvimentos_na_s_rie_de_normas_IS
O_9001_Nigel_Croft.pdf (Consultado em Novembro de 2007)
http://www.cagece.com.br/projeto_iso/abnt_2/ (Consultado em Novembro de
2007)
http://www.ensino.uevora.pt/fasht/seminarios/seminario3b.PDF (Consultado em
Novembro de 2007)
www.wikipédia.org – a enciclopédia livre. (Consultado em Outubro de 2007)
http://www.ls.eso.org/lasilla/quality/PDF/biblioteca%20-virtual-%20auditorias.pdf
(Consultado em Novembro de 2007)
www.sodecia.com (Consultado de Julho a Dezembro de 2007)
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Relatório de Estágio
ANEXOS
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Relatório de Estágio
Produtos do Grupo Sodecia
Anexo 1
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Relatório de Estágio
Politica de Gestão
Anexo 2
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Relatório de Estágio
Plano de Integração
Anexo 3
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Relatório de Estágio
Reunião Programa Mentor
Anexo 4
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Relatório de Estágio
Acompanhamento de Implementação
Anexo 5
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Relatório de Estágio
Análise
Anexo 6
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Relatório de Estágio
Modelo 5PB’s
Anexo 7
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Relatório de Estágio
Plano de Controlo
Anexo 8
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Relatório de Estágio
Registo de Controlo de Produção
Anexo 9
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Relatório de Estágio
Matriz Polivalência
Anexo 10
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Relatório de Estágio
Relatório de Performance
Anexo 11
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Relatório de Estágio
Etiqueta de Produto não Conforme
Anexo 12
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Relatório de Estágio
Plano Mestre
Anexo 13
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Relatório de Estágio
Etiqueta de Identificação da Caixa do
Produto Acabado
Anexo 14
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Relatório de Estágio
Checklist de Expedição
Anexo 15
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Relatório de Estágio
Ficha de Controlo da Saída do Produto
Acabado
Anexo 16
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Relatório de Estágio
Request For Quotacion
Anexo 17
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Relatório de Estágio
Team Freasibility Commitment
Anexo 18
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Relatório de Estágio
Pesquisa Satisfação do Cliente
Anexo 19
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Relatório de Estágio
Aceitação de Protótipos/Amostras Iniciais
Anexo 20
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Relatório de Estágio
Plano Global de Acções
Anexo 21
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Relatório de Estágio
Relatório de Auditoria de Qualidade
Anexo 22
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Relatório de Estágio
Relatório de não Conformidade
Anexo 23
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Relatório de Estágio
Plano de Controlo de Recepção do Material
Anexo 24
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Relatório de Estágio
Ficha de Recepção Técnica de Material
Anexo 25
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Relatório de Estágio
Etiqueta de Identificação de Material “APROVADO”
Anexo 26
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Relatório de Estágio
Etiqueta de Identificação de Material “NÃO CONFORME”
Anexo 27
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Relatório de Estágio
Guia de Devolução
Anexo 28
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Relatório de Estágio
Reclamação
Anexo 29
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Relatório de Estágio
Ficha de Trabalho
Anexo 30
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Relatório de Estágio
Requisição de Compra
Anexo 31
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Relatório de Estágio
Carta
Anexo 32
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Relatório de Estágio
Índice de Qualidade de Fornecedores
Anexo 33
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Relatório de Estágio
Índice de Desempenho de Fornecedores
Anexo 34
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Relatório de Estágio
Índice de Avaliação de Fornecedores
Anexo 35
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