editorial
03
notícias
sanidade
marketing
avisulat
legislação
especial 10
entrevista
tributos 20
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destaque 26
sumário
RIISPOA
A revista do Sindilat nasceu para abordar assuntos rela-
cionados ao setor lácteo brasileiro, com destaque para a cadeia
gaúcha. Neste momento em que o agronegócio – como seg-
mento produtivo – passa por uma grande valorização mundial,
é preciso conceder-lhe especial atenção. E a cadeia leiteira está
inserida nesse processo.
A criação da revista tem o objetivo de ampliar as infor-
mações do sindicato aos seus representados. Como segmento
econômico, o agronegócio precisa ser gerido, técnica, econô-
mica e comercialmente, como uma importante atividade empre-
sarial. Nesse aspecto, é indiscutível a importância do segmento
leiteiro para o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto social quanto
econômico e, para tanto, a competitividade é a principal estraté-
gia a ser utilizada para o desenvolvimento autônomo e produti-
vo de toda a cadeia produtiva do leite.
Nossas indústrias estão ampliando seu parque indus-
trial e o Estado está recebendo grandes investimentos de novas
plantas, o que significa que em quatro anos aumentaremos em,
no mínimo, 50% nossa produção estadual, hoje situada em 2,8
bilhões de litros de leite anuais, cerca de 10% do total da produ-
ção nacional. É com essa expectativa de um futuro promissor que
queremos investir na qualificação e na expansão do mercado
externo, que ainda figura como inexpressivo, por ter destinado
apenas 2% da produção brasileira.
Porém, ainda há muito o que fazer! Temos um significa-
tivo potencial de crescimento, mas precisamos atuar em conjun-
to, divulgando os benefícios do consumo de leite e seus deriva-
dos, nas diversas fases de vida das pessoas. O leite é um alimento
saudável e, como tal, merece lugar de destaque na alimentação
dos brasileiros. Temos muito trabalho e oportunidades a nossa
espera!
Gilberto Antônio Piccinini
Presidente do SINDILAT/RS
sanidade
04
Preparando o futuroAções do Fundesa garantem melhores
condições à defesa sanitária
O Fundesa (Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sa-
nitária Animal do Rio Grande do Sul) alcançou uma receita
no primeiro semestre deste ano de R$ 2,042 milhões. De
estrutura privada, é formado pelas cadeias de produção e
genética da Avicultura, Suinocultura, Pecuária de Corte e
Pecuária de Leite com a finalidade de complementar ações
de desenvolvimento de defesa sanitária animal no Estado
e garantir a seus contribuintes indenização por enfermida-
des infecto-contagiosas, sob controle e erradicação, reco-
nhecidas nos programas de sanidade animal.
“O foco do Fundesa é a saúde animal,
apoiando com recursos financeiros as ativida-
des de atenção veterinária integradas à defesa
sanitária animal do Estado”, ressaltou o pre-
sidente do fundo, Rogério Kerber. Ele explica
que para 2008 foi aprovada pelo Conselho De-
liberativo a destinação de recursos para a reali-
zação de curso de atualização em sanidade de
aves, previsto no PNSA (Plano Nacional de Sani-
dade Avícola); investimentos no Ipvdf-Fepagro
(Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério
Finamor, da Fundação de Pesquisas Agrope-
cuárias), com vista ao credenciamento de seu
laboratório no diagnóstico em aves; formação
do banco de dados da pecuária de corte; rea-
lização do georreferenciamento da pecuária
leiteira gaúcha, uma parceria do Fundesa, SFA/
RS (Superintendência Federal de Agricultura),
Seappa (Secretaria da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento do Estado), UFSM (Universida-
de de Santa Maria), Sindilat/RS e empresas do
setor; recursos para a informatização, equipa-
mentos, rede lógica, telefônica, servidor para
a coordenação central do DPA (Departamen-
to de Produção Animal), em continuidade e
complemento à informatização das 250 IVZs
(Inspetorias Veterinárias e Zootécnicas) e 19
supervisões regionais, dentro da parceria Fun-
desa e DPA/Seappa.
Os recursos aprovados, segundo Ker-
ber, estão sendo aplicados em um programa
de controle e acompanhamento das con-
tribuições por cadeia, na informatização do
programa de defesa sanitária estadual e na
capacitação técnica do setor avícola. Revelou
P Ó S - G R A D U A Ç Ã O E M
Passo Fundo, RSMais informações:
(31) [email protected]
www.rehagro.com.br
Realização:
Pecuária Leiteira
ainda que a entidade está trabalhando na
análise situacional de cada cadeia, elaboran-
do diagnósticos e planos de ação para cada
setor. “Queremos conhecer adequadamente
cada cadeia”, observou. A estimativa é que os
recursos do Fundesa possam chegar a cerca
de R$ 3 milhões/ano. O fundo funciona desde
2006 e vem evoluindo na sua arrecadação. A
OIE (Organização Mundial de Saúde Animal)
orienta que existam fundos privados, para
que haja maior agilidade de ação. De acordo
com o último relatório, as saídas efetuadas
no período foram de R$ 425,230 mil, conta-
bilizando um saldo de R$ 8,814 milhões em
30 de junho de 2008. A arrecadação foi de R$
599,080 mil pela cadeia suinícola ao longo
do primeiro semestre; de R$ 296,676 mil pela
cadeia de aves; de R$ 562,048 mil pela cadeia
de leite; de R$ 9,446 mil pelo setor de ovos e
de R$ 303,127 mil pela cadeia de carnes.
Pela sua regulação, conta Kerber, 50%
dos recursos devem ser usados em investi-
mentos na estrutura da defesa sanitária ani-
mal, como os que vem sendo realizados e na
capacitação de técnicos.
No caso específico do setor leiteiro, a forma-
ção do sistema de georreferenciamento da pecuária
de leite vai criar um banco de dados que ajudará na
gestão de produção, pois vai conter na sua base to-
das as propriedades do Estado. Como por exemplo,
vai calcular rotas, buscando distâncias econômicas.
Também sinalizará o mercado que existem meios
de ação imediata e defesa da propriedade. Com isso
o Rio Grande do Sul será o primeiro estado do país
a ter este sistema para o gado leiteiro, diferenciado
em relação ao resto do país.
“O Fundesa complementa as ações oficiais.
Não estamos alcançando dinheiro para custear a
máquina pública, afinal quem decide o investimento
são as cadeias produtoras da agroindústria.” Kerber
lembra ainda que uma cadeia está ligada a outra na
questão da sanidade. “Quando acontece um evento
em uma das cadeias isso acaba criando um descrédi-
to e uma vulnerabilidade da região ou estado. É ruim
para todo mundo, por isso é preciso estar prepara-
do para agir rápido”, esclarece. Além disso, boa parte
das propriedades atua com as três atividades: leite,
aves e suínos. “Por isso, trabalhamos em conjunto
por qualidade e eficiência para assegurar condições
diferenciadas”.
sanidade
marketing
06
Imagem de valor
As indústrias de laticínios associadas
ao Sindilat/RS (Sindicato da Indústria de Lati-
cínios do Rio Grande do Sul) decidiram criar
um fundo para incentivar o consumo de lei-
te e derivados. A proposta é atacar os pontos
que não estão sendo explorados, como expli-
ca o executivo do sindicato, Darlan Palharini.
“Não há uma divulgação correta, por exemplo,
dos benefícios do leite na idade escolar, ou da
importância de se consumir produtos que re-
cebem inspeção, além de manter um canal de
diálogo claro e transparente com o consumi-
dor.”
Com livre adesão dos associados, ele
deverá ser composto por uma arrecadação
de um percentual fixo sobre cada litro de leite
processado pelas empresas associadas. “Nos-
so objetivo único é ter destinação de incenti-
var o consumo de leite e derivados através de
campanhas educacionais.”
A previsão, de acordo com os organi-
zadores, é que será preciso um mês para es-
truturação do Marketing para iniciar os traba-
lhos. “O fundo vai poder trabalhar já com um
mínimo de recursos, não será preciso reunir
uma grande soma para desenvolver a ação
eficiente.”
O que já ficou acertado é o apoio dos
produtores à idéia. O gerenciamento será fei-
to integralmente pela iniciativa privada. O Rio
Grande do Sul industrializa hoje mais de 7,5
milhões de litros por dia e deverá aumentar
esta produção nos próximos quatro anos em,
no mínimo, 50%, para fazer frente à demanda.
O mercado lácteo gaúcho tem um faturamen-
to bruto em torno de R$ 5 bilhões, são quase
400 mil pessoas que dependem do setor no
Rio Grande do Sul.
Com a explosão do mercado lácteo
que se verifica nos últimos três anos e as pers-
pectivas da entrada de grande companhia no
setor também se torna necessária uma mu-
dança de perfil de divulgação.
Esse tipo de ação é necessária, de
acordo com Palharini, porque mesmo que o
Rio Grande do Sul já seja o segundo maior
produtor nacional, o consumo de leite per
capita no Estado, ainda é muito pequeno,
perdendo em muito para os refrigerantes,
por exemplo. Por isso, o setor resolveu inves-
tir em campanhas educativas mostrando os
benefícios do leite.
Apesar de ainda não estar funcionan-
do, o assunto já foi discutido no estado há
algum tempo, servindo inclusive de inspira-
ção para outros estados, como Goiás que já
conseguia instalar e pôs em prática o mode-
lo, colhendo ótimos resultados.
Sindilat/RS cria o fundo do leite
Iniciativa privada cria fundo para
divulgar benefícios do consumo de
leite.
avisulat
08
O Avisulat 2008 que se realiza de 19 a
21 de novembro no FundaParque, em Bento
Gonçalves, tem por idéia principal reunir três
setores do agronegócio (aves, suínos e leite),
uma vez que muitas demandas são de co-
mum interesse, pois diversas agroindústrias e
cooperativas desenvolvem as três atividades
simultaneamente. Além da programação de
palestras e mesas-redondas que discutirão
reivindicações em comum dos segmentos,
será uma excelente oportunidade de conhe-
cer as novidades de insumos e maquinário na
exposição que acontece paralelamente.
Como explica o coordenador-geral do
evento e secretário-executivo da Asgav, José
Eduardo dos Santos, unificar os três setores
num projeto desses é sinônimo de economia,
racionalização de serviços e um aproveita-
mento máximo, tanto na esfera comercial
como na difusão de conhecimento e desen-
volvimento. Inclusive, já está confirmada a
vinda de visitantes de outros países, o que
abre as portas para vislumbrar uma edição de
2010 do AVISULAT como internacional ou do
Mercosul, revela ainda ele.
Para o presidente do Sindilat/RS (Sin-
dicato da Indústria de Laticínios e Produtos
Derivados do Estado do Rio Grande do Sul),
Gilberto Piccinini, o Avisulat quer dar desta-
que ao setor lácteo gaúcho pela importância
na bacia leiteira nacional. “Infelizmente, não
há evento em terras gaúchas que represente
isso.” O segmento pretende se fortalecer para
conquistar mercados mais distantes. “O Rio
Grande do Sul está se tornando um player im-
portante no mercado externo junto com Para-
ná, Minas Gerais e Goiás”, revela Piccinini. Mas
para isso será preciso absorver novas tecnolo-
gias e informações para fazer a diferença para
a agroindústria do ‘ouro branco’. O evento vai
trazer informação para a produção industrial,
sendo um marco referencial também da parte
comercial.
A suinocultura gaúcha busca resgatar
para o Estado o destaque de segundo maior
produtor de carne suína do Brasil e, nos últi-
mos anos, o maior exportador do produto. En-
frenta o desafio de se manter como um dos
grandes produtores nacionais também em
suínos. “Estamos mostrando nossa organiza-
ção, avanço tecnológico, excelência na quali-
dade e aplicação na área de sanidade”, afirma
o presidente Osmildo Pedro Biedeski. “Os três
setores têm tido uma mobilização e reação
muito forte em relação à manutenção das ati-
vidades aqui no Estado, já que é uma vocação
muito consolidada em algumas regiões, prin-
cipalmente no norte gaúcho. Mas não existe
evento que represente e divulgue os três se-
tores para o resto do país”, avalia.
O Avisulat, na cadeia avícola, deve re-
forçar os elos componentes, pois contempla
todos eles. “Estamos trabalhando no Avisulat
desde o início de 2007. Nossa meta é fazer
um evento que se consolide no Rio Grande
do Sul, precisamos de uma forte união entre
os setores, isto revelará a pujança máxima de-
les, evidenciando as cadeias produtivas e os
propósitos dos setores envolvidos”, afirma o
presidente da Asgav, Luiz Fernando Ross. No
segmento avícola serão realizados seminários
e painéis com assuntos que são de relevante
interesse da cadeia produtiva e que são es-
senciais para o desenvolvimento do setor.
União faz a força
Aves,
suínos e leite
se reúnem para
discutir pontos
em comum.
especial
10
Riispoa:alinhado com o mundo
A legislação de inspeção industrial e
sanitária dos produtos de origem animal vai
mudar. Para se tornar claro e alinhado com os
parâmetros internacionais, o Riispoa (Regula-
mento da Inspeção Industrial e Sanitária dos
Produtos de Origem Animal), de âmbito fede-
ral, passa por revisão de conteúdo. Atualmente,
ele já está na fase de consulta pública, que está
estendida até 15 de setembro.
Para este trabalho, o Dipoa (Departa-
mento de Inspeção de Produtos de Origem
Animal), da SDA (Secretaria de Defesa Agro-
pecuária do MAPA – Ministério de Agricultura
Pecuária e Abastecimento), criou um Grupo de
Trabalho composto por fiscais federais agrope-
cuários para coordenar a atualização da lei. O
Ministério da Agricultura quer modernizar a lei
para contemplar as mudanças que ocorreram
nos últimos anos nos laticínios e abatedouros.
No regulamento – introduzido no iní-
cio dos anos 1950 – consta as regras técnicas
para a produção de leite, ovos, carnes e peixes.
Depois de tanto tempo, a tecnologia nas pro-
priedades e nas indústrias avançaram. Por esse
motivo, o governo precisa atualizar a lei. A nova
proposta do Decreto nº 30.961 de 1952 vai atu-
alizar conceitos e exigências higiênico-sanitá-
rias que definem os requisitos para o registro
dos estabelecimentos e a fiscalização tanto
pelo SIF (Serviço de Inspeção Federal) quanto
nas estâncias estadual e municipal.
Dos 811 artigos que compõem o atual
Riispoa (no total seriam 952, contando os que
caíram em desuso), 49% foram alterados e ou-
tros 47% foram revogados por estarem obso-
letos. Apenas 3,4% dos artigos foram preserva-
dos e 290 foram criados. A nova redação possui
748 artigos. Sua modernização vai reunir de
forma clara todas as interferências que têm
sido feitas à legislação ao longo dos anos e que
acabou se tornando uma ‘colcha de retalhos’.
Foram mantidos os artigos que definem as exi-
Está aberta consulta
pública para proposta do novo
regulamento de inspeção
animal.
gências para o registro dos estabelecimentos,
os padrões das instalações das empresas, os
equipamentos, os fluxogramas de produção
e as obrigações para controle da produção de
alimentos.
Já existem algumas definições: ao Minis-
tério da Agricultura não caberá mais a análise
dos rótulos, uma vez que eles já são vistoriados
pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária); será preciso registrar apenas o pro-
cesso produtivo; não será mais obrigatória a
presença de fiscais fixos em todas as empresas
agropecuárias; só nos abatedouros, para exa-
minar os animais.
Nos estabelecimentos de abate de ani-
mais (bovinos, suínos, aves, caprinos, eqüinos e
ovinos), terá continuidade o sistema de fiscali-
zação permanente, em que o fiscal atua dentro
da empresa.
Segundo o diretor do Dipoa, Nelmon
Oliveira da Costa “hoje, as empresas desenvol-
vem programas de autocontrole que permitem
auditar os registros, independente da presença
constante do fiscal no estabelecimento”. O di-
retor se refere a programas como as BPF (Boas
Práticas de Fabricação), oPHO (Plano de Higie-
ne Operacional) e a APPCC (Análise de Perigo
e Pontos Críticos de Controle) que permitem
às próprias empresas e aos fiscais acompanha-
rem o cumprimento das exigências do Riispoa.
Essas mudanças alinharão as regras bra-
sileiras com as que vigoram em mais de 150
país, ampliando o diálogo. A intenção é facilitar
e ampliar as exportações, atendendo às exi-
gências dos compradores. Nelmon esclarece
que até agora não há pontos polêmicos com
as cadeias produtivas na revisão do Riispoa,
apenas pedidos de esclarecimento.
O destaque apontado pelo diretor do
Dipoa é o estabelecimento de novas penali-
dades para empresas infratoras. É que, nos úl-
timos 50 anos, até as fraudes se modernizaram.
“São fraudes que surgiram com a tecnologia.
Por exemplo, a incorporação indevida de água
durante o resfriamento de carcaça de aves; o
excesso de água no congelamento de pesca-
do; a incorporação indevida de substâncias
não permitidas no leite ou do uso de soro do
leite para obter uma fraude econômica. Isso
são práticas com tecnologias que surgiram nos
últimos anos e, por isso, agora estão previstas
na nova versão do Riispoa”, explicou. Ele lembra
que o capítulo sobre infra-estrutura e penalida-
des será significativo, sendo que haverá muito
rigor quanto ao descumprimento de normas.
Já foram realizadas três rodadas do GT.
Após a avaliação final das propostas, será rea-
lizada uma reunião com os representantes de
todos os segmentos envolvidos para a apre-
sentação do formato alcançado. A discussão
com as cadeias produtivas já está fechada. Este
é o momento das contribuições da consulta
pública que só serão avaliadas se tiverem em-
basamento científico, podendo ser acatadas
ou não. Depois de concluída mais esta etapa,
o texto será enviado ao Mapa e para a Casa
Civil, onde passará pelo parecer da assessoria
jurídica, já que o novo regulamento deve ter a
assinatura da Presidência da República. A ex-
pectativa é que até o final do ano, se o texto
não estiver em vigor, ao menos que já esteja
encaminhado para sua homologação.
Harmonização
Com intuito de harmonizar a nova pro-
posta com a realidade atual de segurança ali-
mentar, o GT considerou dispositivos do CDC
(Código de Defesa do Consumidor), as orien-
tações do Codex Alimentarius, as normas do
11
especial
Mercosul, as legislações internacionais e
os acordos sanitários que o Brasil mantém
com mais de 150 países de sua relação co-
mercial.
Segundo o Mapa, as mudanças ti-
veram por base uma “adequação às nor-
mas e exigências técnicas do mercado
interno e internacional, adaptação às con-
dições tecnológicas industriais do mer-
cado nacional, bem como harmonização
técnica com a legislação de outros órgãos
de fiscalização, de defesa do consumidor
e internacionais como Mercosul, União Eu-
ropéia, Estados Unidos e Rússia”.
Entre alterações definidas, destaca-
se a fiscalização periódica das empresas
de beneficiamento de leite e as fábricas de
conserva. A mudança prevê que os fiscais
não serão fixos nem atuarão mais dentro
das empresas em caráter permanente.
Cada fiscal realizará o trabalho de inspe-
ção, aleatoriamente, num determinado nú-
mero de estabelecimentos de uma região.
Está previsto, ainda, que os fiscais de um
estado farão inspeções em fábricas e em-
presas em outras unidades federativas.
Uma das novidades, segundo Nel-
mon, é esta quebra de paradigma. Somen-
te no abate haverá inspeção permanente.
Quanto aos demais aspectos, a inspeção
será periódica. “Quanto mais organizada a
empresa e estruturada, com boas práticas,
desenvolvendo produtos de qualidade,
menos ela será inspecionada”, garantiu. O
Mapa acredita na conscientização do setor
privado. “As empresas deverão ter respon-
sabilidade em relação à liberdade”, adver-
tiu Nelmon.
A nova proposta do Riispoa tam-
bém cumpre o que diz o Código de Defesa
do Consumidor, que atribui a responsabili-
dade primária pela qualidade do produto
à empresa que o produziu. Outra mudan-
ça, segundo o Diretor do Dipoa, é a adoção
de regras mais rígidas para combater as
fraudes, que nos últimos anos têm atingi-
do bastante os consumidores. Segundo
Nelmon, as mudanças também vão pro-
porcionar mais agilidade nos processos de
registro de estabelecimentos e produtos.
Para o superintendente do Mapa
no RS, Francisco Signor, “o Riispoa tem coi-
sa superada e até ridícula. Outras precisam
ser implementadas, a tecnologia trouxe
muitas transformações. Corremos o risco
de estar em desalinho com países para os
quais exportamos ou queremos exportar.”
A verificação da qualidade e dos critérios
especial
12
“Essa parceria vai dar certo!”
14
de fabricação de produtos alimentícios é de suma importância para o suces-
so da atividade agrícola. O respeito às normas vigentes garante ao produtor
rural rentabilidade sem dores de cabeça. Os preceitos de Bem-Estar Animal
(desenvolvidos a partir da década de 1980), também foram observados na
elaboração das novas regras. Os estabelecimentos serão obrigados a tomar
medidas no sentido de evitar maus-tratos aos animais. O novo Riispoa tam-
bém levou em conta normas relativas à Vigilância Sanitária e ao setor de ve-
getais.
Durante a apresentação da revisão do Riispoa, o Mapa esclareceu que
o Grupo de Trabalho se instrumentou na investigação científica, pesquisa,
contribuições de especialistas, de universidades e de outras normas nacio-
nais e internacionais relevantes, além de outras fontes. As contribuições da
sociedade e do setor privado precisam estar acompanhadas do embasamen-
to científico, técnico ou jurídico pertinente para serem analisadas.
As sugestões para o melhoramento da proposta de texto do novo
Riispoa devem ser encaminhadas para o endereço eletrônico: dipoa.riispoa@
agricultura.gov.br. Qualquer pessoa pode fazer sugestões para alterar a lei.
“Uma grande modificação na proposta é que se redefine, de forma bastan-
te clara, qual é o papel da empresa e qual
é o papel do governo. Segundo o CDC, a
empresa é responsável pela qualidade dos
alimentos que produz”, diz Nelmon, o pa-
pel do governo é inspecionar, supervisio-
nar e auditar a empresa para ver se ela está
cumprindo a legislação na elaboração dos
seus produtos.
Para o técnico do SFA/RS (Superin-
tendência Federal de Agricultura) Marco
Antonio Rodrigues dos Santos, o que im-
pressiona é que embora boa parte do Riis-
poa esteja defasada por ser da metade do
século passado, ela teve uma profundida-
de e abrangência que impressionam, uma
visão bem longa. Por isso, serviu por tanto
tempo. “Ela é a nossa Bíblia. Apesar das di-
versas alterações que sofreu merecia uma
reforma no seu bojo.” Há certa pressa para
que esteja em vigor o mais rápido possível,
para que não seja um entrave para novos
negócios no mercado externo.
Grupo de Trabalho
Para a realização da revisão do Riis-
poa, o Dipoa, por meio de uma portaria
ministerial, constituiu o GT do qual parti-
ciparam fiscais do Mapa e convidados de
instituições de ensino e pesquisa, durante
o período de seis meses. A reformulação
considerou aspectos importantes como
reduzir a burocracia, punir de forma mais
severa os fraudadores e usar uma lingua-
gem mais clara e objetiva.
A revisão do Regulamento da Ins-
peção Industrial e Sanitária dos Produtos
de Origem Animal também foi tema da
reunião das Câmaras Setoriais das Cadeias
Produtivas de Carne Bovina, Eqüideocul-
especial
tura, Aves e Suínos, Caprinos e Ovinos, Leite
e Derivados e do Mel e Produtos Apícolas, na
sede da Companhia Nacional de Abastecimen-
to (Conab).
De acordo com Nelmon, o destaque das
mudanças será o maior rigor em relação às em-
presas que cometem fraudes. “Entre as penali-
dades estão: a não-produção de determinado
produto, a perda do registro desse produto e,
num segundo momento, do registro do pró-
prio estabelecimento. Com isso, o consumidor
terá mais garantias de que o alimento que está
no mercado respeita a legislação”, explicou.
A revisão do regulamento também é
considerada importante para a atualização dos
procedimentos e o desenvolvimento das ca-
deias produtivas. “Essa ação permite a melho-
ria da conscientização das empresas no que se
refere à segurança alimentar e à higiene e con-
tribui para que os produtores sejam mais com-
petitivos, tanto no mercado nacional como internacional”, diz Nelmon.
Com o aumento do consumo mundial de alimentos e das exi-
gências de qualidade, o governo tem um papel fundamental de garan-
tir ao consumidor produtos seguros no seu aspecto higiênico-sanitário
e ao mesmo tempo proporcionar condições para que as indústrias de
alimentos possam expandir suas atividades, tanto nacional quanto in-
ternacionalmente, fornecendo alimentos para o mundo, aumentando as
oportunidades de emprego e renda e contribuindo para uma maior par-
ticipação do agronegócio no PIB brasileiro.
Criado pelo Decreto nº 30.691, de 29 de março de 1952 (segundo
mandato de Getúlio Vargas), o Riispoa, em 56 anos de existência, passou,
aparentemente, por apenas três atualizações: em 1962 (Decreto nº 1.255),
em 1996 (Decreto nº 1.812) e em 1997 (Decreto nº 2.244). Mesmo assim,
foram atualizações pontuais, impostas pela ciência e tecnologia (controle
de antigas doenças, surgimento de novos produtos ou de novas técnicas
de produção, etc.), o que dá boa idéia da amplitude e da abrangência
(todos os produtos de origem animal) do Regulamento sob os aspectos
sanitário e industrial. Ou, em síntese, mais de meio século depois de sua
implantação, a maioria dos 952 artigos que compõem o Riispoa original
ainda é aplicável.
15
especial
16
legislação
Alívio na produçãoLDO para 2009 garante manutenção de benefícios
para toda a cadeia do agronegócio
Com a sanção do Executivo da LDO (Lei de Diretrizes Orçamen-
tárias) para 2009, que se tornou a Lei 13.021/08, o agronegócio gaú-
cho passou a ser protegido com estabilidade da carga tributária pela
garantia de não haver redução dos benefícios ou aumento da carga
tributária de forma global para o setor. A emenda que garantiu isso
foi da relatora do então projeto – PL nº 107/08 – a deputada Silvana
Covatti na Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Con-
trole da Assembléia Legislativa do Estado. “O objetivo da emenda é
dar segurança às cadeias produtivas do setor do agronegócio de que
o Estado não irá, no ano que vem, reduzir os benefícios fiscais e com
isso aumentar a carga tributária sobre os produtos agrícolas e agro-
pecuários”, diz a deputada.
Nesse item estão englobadas a agricultura e a pecuária, assim
como os produtos industrializados destes setores que ficaram com
o mesmo tratamento tributário. Alguns setores em especial (lácteo e
pecuário) recebem benefícios fiscais para aumentar a competitivida-
de com outros estados.
Depois de enfrentar cenários de incertezas em torno do corte
de incentivos fiscais, “o setor produtivo poderá trabalhar mais tranqüi-
lo, sem a angústia constante do aumento de tributos”, destaca também
o presidente da Comissão de Agricultura, Pecu-
ária e Cooperativismo da Assembléia Legisla-
tiva, deputado Adolfo Brito. “Precisávamos ofe-
recer segurança à base da economia gaúcha”,
acrescenta o deputado Jerônimo Goergen.
No primeiro semestre deste ano, a re-
dução de incentivos fiscais para setores produ-
tivos resultou em diversas audiências públicas
na Comissão de Agricultura, com representan-
tes do setor agrícola e do governo do Estado.
Desde o início de 2008, as cadeias produtivas
do leite, arroz e carne se mobilizaram para im-
pedir o corte de créditos presumidos, que aca-
bou sendo prorrogado para outubro.
“Foi um estudo muito intenso, avaliamos
emenda por emenda dentro da lei e acredito
que esta LDO é muito consistente”, diz Silvana.
“Conseguimos fazer uma construção muito
positiva com os deputados que apresentaram
as emendas e com o governo”.
entrevista
18
A governadora Yeda Crusius considera o
segmento do leite um futuro muito promissor
e afirma que em sua gestão há metas e desa-
fios para preparar os produtores de leite para
o domínio de tecnologias agropecuárias não-
agressivas ao meio ambiente, que aumentem a
renda de sua propriedade e propiciem susten-
tabilidade da atividade leiteira do RS.
Qual a importância do setor leiteiro
para o Estado?
Indiscutivelmente a atividade leiteira
tem uma importância muito grande para o
desenvolvimento do Estado. A esse respeito,
é preciso lembrar que gera renda mensal no
campo. Cria empregos permanentes (cada R$
1 milhão investido cria em torno de 197 em-
pregos), mais do que a indústria de calçados,
celulose e papel, automotiva, têxtil, siderurgia.
Possui baixa relação capital-trabalho. Além dis-
so, a produção envolve toda a família, abrindo
oportunidade para o jovem permanecer no
campo. A produção é ainda menos suscetível
às intempéries, propicia transferência de renda
urbana para o meio rural, dinamiza a circulação
de bens produtos e serviços. Hoje, o Rio Gran-
de do Sul tem em torno de 72 mil produtores
sob inspeção, em 449 municípios, produzindo
em torno de 8 milhões de litros de leite por
dia. Em 2007 o setor gerou uma receita de 2,96
bilhões de reais, 5,68 bilhões de reais em valor
adicionado e 418 milhões de reais de ICMS nos
demais setores. Envolveu cerca de 730 mil pes-
soas direta e indiretamente na atividade.
O que tem sido feito para incentivar o
crescimento do setor?
No sentido de apoiar o produtor, me-
lhorar a qualidade, preservarmos o nosso reba-
nho para atendermos as exigências sanitárias
dos mercados interno e externo e atingirmos
uma produção de leite suficiente para respon-
der à grande demanda que será criada nos
próximos anos, a Secretaria da Agricultura vem
efetuando uma série de ações, como exten-
são rural e assistência técnica ao produtor de
leite através de plano de trabalho previsto no
convênio com a Emater, visando à melhora da
produtividade e qualidade da matéria-prima,
Promissoras bacias gaúchas
entrevista
19
profissionalização e capacitação dos produ-
tores através dos centros de treinamento. Há
também o Programa Troca-Troca de Milho e
Forrageiras de Inverno para aumentar a ofer-
ta de alimento de qualidade para o rebanho
leiteiro e ações para micro-açudagem e poços
artesianos, além da terraplanagem em terre-
nos para instalação de novas indústrias e ade-
quação dos laticínios com inspeção estadual à
regulamentação federal de inspeção industrial
e sanitária de produtos de origem animal. É
preciso lembrar igualmente o lançamento do
Programa de Monitoramento e Acompanha-
mento da Qualidade do Leite no RS, também
através do CISPOA, o Programa Estruturante
Terra Grande do Sul, com os projetos de Mo-
dernização da Defesa Agropecuária e Certifi-
cação e Rastreabilidade, que criam condições
estruturais e legais para nos diferenciarmos no
mercado interno e acessarmos o cada vez mais
exigente mercado externo e a reativação da
Câmara Setorial Estadual do Leite.
Como o RS pode amenizar os prejuízos
da guerra fiscal?
Continuando a dar condições de com-
petitividade ao setor, tanto na área de produ-
ção, como na área fiscal. Estudos em conjunto,
Sindilat/RS, Cooperativas e Sefaz já vêm sendo
realizados no sentido de tornar o lácteo produ-
zido no RS competitivo na venda para outros
Estados.
A chegada de novas plantas tem atua-
ção do governo estadual?
O crescimento desta atividade e o
grande potencial para a produção de leite que
o RS possui, atraiu e tem atraído várias indús-
trias, além da ampliação de laticínios já instala-
dos no Estado. São investimentos da ordem de
465 milhões de reais que demandarão em tor-
no de 5 milhões de litros de leite a mais por dia.
O Estado tem hoje uma capacidade instalada
para processamento do leite: 9,5 milhões/dia.
Em 2009 terá uma capacidade para processar
14 milhões/dia. Temos, freqüentemente, rece-
bido empresas interessadas em processar leite
no Estado, pelo nosso grande potencial para
produzirmos com custos compatíveis com a
remuneração dos mercados e a qualidade da
nossa matéria-prima. Uma série de critérios
está sendo estabelecida, ainda em análise den-
tro do Conselho do Fundopem, para a conces-
são de benefícios. Queremos que outras regi-
ões do Estado também sejam beneficiadas por
estes investimentos e que as empresas se com-
prometam em fomentar a produção de leite e
desenvolver novas bacias.
Há investimentos previstos para o seg-
mento?
Temos metas e desafios para atender-
mos este promissor cenário futuro. Entre elas
situam-se preparar os produtores de leite para
o domínio de tecnologias agropecuárias não-
agressivas ao meio ambiente, que aumentem a
renda de sua propriedade e propiciem susten-
tabilidade da atividade leiteira do RS. Buscar
melhoria da qualidade do leite e de seus deri-
vados, visando aumentar a competitividade do
setor industrial para a conquista de novos mer-
cados, internos e externos, e satisfação do con-
sumidor. Estimular o consumo do leite e seus
derivados, através da educação alimentar e
nutricional, para a melhoria da saúde da popu-
lação, principalmente jovens em idade escolar.
Finalizando, o governo do Estado, juntamen-
te com suas coligadas, conveniadas e através
de parcerias público-privadas com órgãos de
pesquisa, representações de produtores e in-
dústria e demais interessados no setor lácteo,
tem como meta promover e fomentar ações
integradas para o desenvolvimento harmôni-
co e sustentado da cadeia produtiva do leite,
tendo como fundamento o mercado e como
foco os agentes interativos: produtor, indústria
e consumidor.
tributos
Sistema Tributárioe desenvolvimento Mudanças significativas estão por vir
20
A complexidade e a falta de neutralida-
de do sistema tributário brasileiro representam
um grande entrave ao crescimento. As princi-
pais distorções do sistema tributário brasileiro
estão relacionadas aos tributos indiretos sobre
bens e serviços, que são agora objeto da refor-
ma. Há uma exigência por parte da sociedade
de tratamento justo e igualitário, bem como de
simplificação. Mas gastos do governo e endi-
vidamento público geraram tributos exóticos,
de baixa eficácia econômica e nocivos a deter-
minadas atividades empresariais. Necessidades
de desenvolvimento regionais contribuíram
para gerar um modelo tributário de difícil ope-
racionalização e de alto custo administrativo.
Esta análise é do consultor tributário Antoni-
nho Marmo Trevisan, que trouxe essas avalia-
ções em recente encontro entre os associados
do Sindilat, ocorrido em julho.
O financiamento das três alçadas da
federação brasileira é feito por uma série de
impostos, contribuições e taxas, com diferen-
tes tributos direcionados para cada uma delas
(federal, estadual e municipal), que são respon-
sáveis por sua administração e cobrança. Atu-
almente, além dos 13 tributos, existem outras
nove contribuições, parte baseada na folha
de pagamento e várias destinadas ao finan-
ciamento da Previdência Social. O governo
federal é responsável pela arrecadação de
quase todos. As taxas são cobradas em todos
os níveis do governo e, normalmente, as mais
importantes e comuns são as dos municípios,
para financiar o lixo e a iluminação pública.
A administração dos impostos brasi-
leiros tem como característica básica a mul-
tiplicidade de agências arrecadadoras de
tributos: no âmbito federal, a Secretaria da
Receita Federal tem sob sua competência a
administração de todos os impostos federais
do Brasil; no âmbito estadual, cada um dos 26
estados e o Distrito Federal têm diferentes
formas de administração de impostos; o Bra-
sil tem cerca de 5,6 mil cidades, com compe-
tência constitucional para arrecadar e, dessa
forma, gerenciar os impostos e taxas locais.
Administração de impostos para o
contribuinte representa um alto custo, nem
sempre mensurável. As principais distorções
dos tributos sobre bens e serviços são a com-
plexidade e a multiplicidade de legislações e
competências tributárias. União: PIS, Cofins,
IPI, CIDE-combustíveis; Estados: ICMS; Muni-
cípios: ISS.
Multiplicidade de formas de apuração,
alíquotas e bases de cálculo aplicáveis aos di-
Sistema Tributárioe desenvolvimento
versos tributos: incidências cumulativas, defeitos das incidências sobre o
comércio exterior, Guerra Fiscal. “Há uma forte distorção em concentrar
2/3 da arrecadação sobre a produção e apenas 1/3 sobre os rendimentos”,
diz Trevisan.
Tributos arrecadados (federais, estaduais e municipais) % do PIB,
1987 –2006 mostram o continuado aumento da arrecadação e a pressão
sobre o custo do contribuinte. A carga tributária e renda per capita deve-
riam ser compatíveis.
“Os impostos no Brasil incidem mais sobre o consumo do que so-
bre a renda. Mas o que vai mudar parece pouco, mas não é”, garante o
consultor. A substituição das 27 legislações estaduais do ICMS por ape-
nas uma; neutralização da guerra fiscal cobrando o imposto no Estado
destinatário da mercadoria e não mais na origem; incorporar a CSLL no
Imposto de Renda das pessoas jurídicas; juntar a COFINS, o PIS, o Salário
Educação e CIDE num único tributo, o IVA, Imposto de Valor Adicionado.
Principais características dos novos IVA serão alíquotas em unifor-
midade nacional, regulamentação nacional única, a exemplo do Simples
Nacional.
A mudança nas regras do ICMS pode estender às vendas interes-
taduais o mesmo problema já enfrentado pelas empresas nas exporta-
ções: o acúmulo de créditos tributários sem perspectiva de aproveita-
mento. No entanto, a mudança imediata no
sistema de transações interestaduais não é
recomendável, sendo necessária uma tran-
sição gradual para a tributação do ICMS no
destino, reduzindo-se a alíquota na origem
progressivamente. Se a mudança for imedia-
ta, a proposta da Reforma Tributária terá de
prever mecanismo de compensação para os
benefícios já concedidos.
Principais Características dos Novos
IVA: Sistema de Débito e Crédito (imposto x
imposto); crédito para Bens de Capital; fiscali-
zação especializada segundo a competência
tributária e integrada; o IVA-E migraria da co-
brança na origem para a cobrança no destino,
não-cumulativo. Para o consultor, os debates
com especialistas têm resultado em fortes
críticas e a preocupação é com os detalhes.
“De quanto será a alíquota do IVA? Ainda não
se sabe. Mas a calibragem da Receita Federal
tem sido sempre para cima.”
tributos
notícias
24
O IV Encontro Sindilat/RS-Tetra Pak re-
alizado nos dias 18 e 19 de julho, reuniu mais
de 100 pessoas no Hotel Dall’Onder em Bento
Gonçalves. Contou com a participação de em-
presas associadas ao sindicato, bem como de
funcionários da Tetra Pak no RS, que ouviram as
seguintes palestras: Rastreabilidade Industrial,
com Pedro Gonçalves; Painel Reforma Tributá-
ria com Antoninho Trevisan; Panorama Mun-
dial do Mercado Lácteo, com Gisele Gurgel; e O
agronegócio do RS no Mercado Internacional,
com Ana Amélia Lemos.
EventoIV Encontro SindiLat/RS-Tetra Pak
Ana Amélia LemosMesa de Honra
Gisele GurgelAntoninho Trevisan
Ramiro Ortiz
Ricardo Penof
Pedro Gonçalves
Gilberto Piccinini
Grupo participante do evento
destaque
26
A Cooperativa Santa Clara inova com o lança-
mento do SanBIOS, o primeiro queijo do Brasil com
organismos probióticos, que contribuem para o equilí-
brio da flora intestinal. Do tipo Minas Frescal, o produto
será comercializado nos estados do Rio Grande do Sul,
Santa Catarina e Paraná e chega ao mercado em emba-
lagens de aproximadamente 350 gramas, a um preço
de venda estimado de 20% a mais do que os produtos
tradicionais.
O queijo contém o micro-organismo probiótico
Bifidiobacterium lactis BI-07, que associado a uma ali-
mentação saudável, é capaz de equilibrar a flora intesti-
nal. O produto age de maneira eficaz no trato digestivo
e auxilia no seu funcionamento, combatendo e excluin-
do os micro-organismos indesejados e aumentando o
nível das células de defesa do corpo.
SanBIOSo primeiro queijo do Brasil com
organismos probióticos
ReHAgro e UPFpós-graduação em pecuária leiteira
O ReHAgro – Recursos Humanos no Agronegócio, em parceria com a UPF – Universi-
dade Passo Fundo, lançará na cidade de Passo Fundo - RS o curso de Pós-Graduação em Pe-
cuária Leiteira. Com o objetivo de preparar profissionais de nível superior da área de ciências
agrárias com experiência de atuação no setor, o curso de Pós-Graduação em Pecuária Leiteira
abordará assuntos atuais no tocante a conjuntura política da cadeia produtiva do leite no
Brasil e no mundo, nutrição e alimentação do rebanho leiteiro, gestão estratégica de pesso-
as e equipes, análise de custos de produção, eficiência reprodutiva, entre outros. Além disso,
acontecerão visitas técnicas. Ao final, cada aluno deverá apresentar um trabalho de conclusão
de curso, através do qual desenvolverá um projeto na área de bovinocultura de leite e propor
soluções para problemas de maneira sustentável para uma fazenda real.
Mais informações e inscrições estão disponíveis no portal ReHAgro – www.rehagro.
com.br, através do email [email protected] e também pelo telefone (31) 3343-3800.
De qualidade excepcio-
nal, ele é o primeiro queijo tipo
grana produzido na América
Latina, um trabalho artesanal
que pode chegar a 18 meses,
reunindo antigos rituais a mais
avançada tecnologia. Feito com
leite semidesnatado tem baixo
teor de gordura.
GranFormaggio
27
destaque
As prateleiras dos supermercados do Rio Grande do
Sul já estampam a grande novidade da Piá, uma das líde-
res no mercado de lácteos na região sul do país: o primeiro
leite UHT em embalagem cartonada com tampa-rosca do
mercado gaúcho. O produto foi lançado no dia 10 de agos-
to com filme de um minuto em horário nobre nas redes de
TV Globo e Record. Para mostrar ao trade, a Piá montou um
espaço único na Expoagas 2008, em estande com o dobro
do tamanho que realça a nova performance da Cooperativa.
A nova linha de leites de um litro (integral, semides-
natado e desnatado) é envasada no já consagrado forma-
to combiblocMidi com a prática tampa-rosca combiTwist,
confirmando a vocação de pioneirismo da Piá. Com mais
esta iniciativa, a Piá pretende ampliar o seu crescimento no
mercado.
Leite Piá UHT com tampa-rosca
A Cootall é uma cooperativa industrial formada
pelos ex-funcionários da estatal Corlac, que foi extinta
através da lei 10.000/93. Foi fundada com o objetivo de
operacionalizar a fábrica de leite em pó existente em Ta-
quara, comprando leite e industrializando para terceiros,
principalmente cooperativas. A marca Cootall é muito for-
te no centro do país. Comercializa para São Paulo, Rio de
Janeiro e Bahia. Uma nova estrutura está sendo montada
com investimentos da empresa paulista Leite Mania. Esse
grupo está ampliando a capacidade de produção da fá-
brica com reformas, instalação de novos equipamentos,
reforma de caldeiras, etc. para atingir 8.400.000 litros/mês
(oito milhões de litros de leite ao mês) até o fim de julho.
Em 60, dias atingirão 15 milhões de litros mês.
Cootall amplia seu desempenho em
outros estados do país
destaque
28
Para esta edição da Expoagas 2008,
mais uma vez a Kunzler traz deliciosas no-
vidades. A linha de biscoitos Integrais é uma
deliciosa combinação de saúde e sabor em
cinco versões: Banana e Canela, Nozes, Ger-
gelim, Café e Aveia, e Mel. Já os Amanteiga-
dos são biscoitos finos, com maciez e sabor
incomparáveis desde a primeira mordida, e
possuem 3 versões em uma gostosa combi-
nação: tradicional, amendoim e com goia-
bada. As conhecidas Bolinhas de Polvilho
nas versões tradicional e com queijo rece-
beram novos sabores: bacon e com cebola
e salsa, aumentando as opções deste apelo
saboroso e saudável produzido com óleo de
palma.
Receita consagrada e única no mer-
cado com 13,2% de queijo parmesão Kun-
zler em sua fórmula, o Pão de Queijo Con-
gelado é a novidade pronta para ser levada
ao forno, uma delícia de acompanhamento
para qualquer hora! Em processo de criação
está o Mussarela em Bolinhas para Churras-
co, uma iguaria com sabor marcante para
acompanhar seu churrasco ou qualquer
momento que você escolher para degustar
o sabor único deste queijo.
Outros produtos que recebem um
novo visual são o Queijo de Coalho, com
impressão em toda a área da embalagem
e os tradicionais Queijo Ralado Premium e
Parmezan, ambos em embalagem plástica
sleev de 150g, que são práticas de armaze-
nar e servem de refil e com tampa prática
para servir.
KunzlerDeliciosas novidades
A Perdigão anunciou em 26 de julho a construção da
Unidade de Recepção e Resfriamento de Leite em Bagé, no Rio
Grande do Sul, localizada a cerca de 360 quilômetros de Porto
Alegre. O posto terá capacidade instalada de 100 mil litros/dia.
As obras deverão ser executadas em um período de 10
meses. A Perdigão vai investir mais de R$ 1 milhão no projeto.
Vários fatores levaram a empresa a optar pelo município para
implantar mais um posto de beneficiamento de leite em terri-
tório gaúcho. Entre eles, destacam-se o alto potencial de cresci-
mento de produção leiteira na chamada região da Campanha e
a possibilidade de melhoria na cadeia logística.
A segunda torre de leite em pó, com capacidade de se-
cagem de 450 mil litros de leite/dia, esta em fase de conclusão
com equipamentos de última geração e tecnologias desenvol-
vidas por países europeus. A Cooperativa Sul Rio-grandense de
Laticínios (Cosulati) está investindo R$ 20 milhões na construção
da nova planta industrial. O empreendimento, localizado no mu-
nicípio de Capão do Leão - ao lado da atual fábrica, é destinado à
secagem de leite em pó e deve entrar em funcionamento ainda
neste mês. Após a conclusão, o parque industrial terá capacidade
de industrializar um milhão de litros de leite/dia.
A boa fase dos investimentos da Cosulati vem gerando
reflexos positivos na economia da Metade Sul e promete revolu-
cionar o setor de lacticínios através da automatização completa
dos processos de industrialização – desde o processamento da
matéria-prima até o setor de embalagem, segurança, higiene e
garantia de qualidade dos produtos.
PerdigãoMais uma unidade de
resfriamento de Leite
CosulatiCooperativa gera reflexos
positivos na economia
destaque
Guzerá, ou Bos Indicus, de linhagem zebuína, é
uma raça bovina originária da Índia, animal de grande
porte, ótimo para produção de carne e leite, introduzido
no Brasil com boa seleção. Porte imponente, cabeça alta
e chifres grandes, em forma de lira. Pelagem variando do
cinza claro ao escuro, é admissível fêmea branca. Pele pre-
ta, bem pigmentada, com membros bem desenvolvidos
e musculados, permitem ao guzerá resistir a longas cami-
nhadas sob o sol tropical, à procura de água e alimento.
Produção de leite das vacas garantem o bom desenvol-
vimento dos bezerros na fase de aleitamento. O ganho
em peso dos animais da raça é muito bom, ultrapassando
com facilidade médias superiores a mil gramas/dia no
confinamento. É comum vaca guzerá ultrapassar os 5 mil
kg de leite por lactação. Extremamente fértil, reproduzin-
do-se mesmo em condições adversas, contribuiu muito
para o azebuamento do rebanho nacional.
GuzeráBom de carne e de Leite
O Unianálises é o Laboratório de prestação de servi-
ços da Univates e seu foco de atuação é a realização de aná-
lises em águas e alimentos e, dentre estes, o leite e derivados.
Ele é composto por três laboratórios: Físico-Química, Micro-
biologia e Microscopia – além do Programa de Qualidade e
Segurança dos Alimentos, que presta consultoria para imple-
mentação de BPF e APPCC nas indústrias de alimentos.
Os laboratórios de Físico-química e Microbiologia
são credenciados pela ANVISA e pelo MAPA para realização
de análises de caráter fiscal em águas e alimentos, podendo
realizá-las em produtos alimentícios de origem animal para
importação e/ou exportação.
Além disso, possui convênios com a Coordenadoria
Estadual de Inspeção de Produtos de Origem Animal (CIS-
POA), com diversos Sistemas de Inspeção Municipal (SIM) e
atendem à indústria produtora de alimentos, ofertando o ser-
viço de controle de qualidade para a produção de alimentos.
Unianáliseso Laboratório da Univates
Sindicato da Indústria de Latí-cinios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul
Av. Mauá - n° 2011 - Sala 505 - Cen-tro - Porto Alegre / RS CEP 90030-180 - Fone:(51)3211-1111 - Fax:(51)[email protected]
DIRETORIATITULARESPresidente: Gilberto Antônio PiccininiVice-Presidente: Arno Alfredo Kopereck Mário Antônio FarinaDiretor Secretário: Henrique VontobelDiretor Tesoureiro:Marcos Luiz Zanatta
EDIÇÃO
Francke | Comunicação IntegradaAv. Carlos Gomes, 466 - cj. 07 - Bela VistaFone/Fax: 51 3273.3340www.francke.com.brEditora Responsável: Mariza Franck (Reg. Prof. 8611/RS)Redação: Teresa Maria Schembri (Reg. Prof. 6240/25/91 RS)Diagramação e Arte: Luciano Braga e Hélio de SouzaComercial: Raquel Diniz
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destaque
Quem não quer levar uma vida mais leve? É este o con-
vite que a Perdigão faz aos consumidores com Batavo Pense
Light. A nova linha de iogurtes da marca Batavo foi especial-
mente preparada para quem busca saúde, prazer e bem-estar
sem abrir mão do prazer, do sabor e da praticidade. Ao trazer
uma fórmula com 0% de gordura e sem adição de açúcar, Pense
Light chega como a linha de iogurtes menos calórica do mer-
cado: são 50% de calorias a menos que os produtos regulares
e 10% a 15% de calorias a menos quando comparados com io-
gurtes lights da concorrência. Além do baixíssimo teor calórico,
os produtos Pense Light são enriquecidos com vitaminas A, C,
D e E. Composta por um mix de 23 produtos, a nova linha tam-
bém transmite a leveza da fórmula através da identidade visual
da família, com a predominância da cor azul turquesa.
saúde, prazer e bem-estar
Batavo Pense Light