Revista Sindilat 01

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Edição nº 01 da Revista do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado do Rio Grande do Sul

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editorial

03

notícias

sanidade

marketing

avisulat

legislação

especial 10

entrevista

tributos 20

18

16

08

06

04

24

destaque 26

sumário

RIISPOA

A revista do Sindilat nasceu para abordar assuntos rela-

cionados ao setor lácteo brasileiro, com destaque para a cadeia

gaúcha. Neste momento em que o agronegócio – como seg-

mento produtivo – passa por uma grande valorização mundial,

é preciso conceder-lhe especial atenção. E a cadeia leiteira está

inserida nesse processo.

A criação da revista tem o objetivo de ampliar as infor-

mações do sindicato aos seus representados. Como segmento

econômico, o agronegócio precisa ser gerido, técnica, econô-

mica e comercialmente, como uma importante atividade empre-

sarial. Nesse aspecto, é indiscutível a importância do segmento

leiteiro para o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto social quanto

econômico e, para tanto, a competitividade é a principal estraté-

gia a ser utilizada para o desenvolvimento autônomo e produti-

vo de toda a cadeia produtiva do leite.

Nossas indústrias estão ampliando seu parque indus-

trial e o Estado está recebendo grandes investimentos de novas

plantas, o que significa que em quatro anos aumentaremos em,

no mínimo, 50% nossa produção estadual, hoje situada em 2,8

bilhões de litros de leite anuais, cerca de 10% do total da produ-

ção nacional. É com essa expectativa de um futuro promissor que

queremos investir na qualificação e na expansão do mercado

externo, que ainda figura como inexpressivo, por ter destinado

apenas 2% da produção brasileira.

Porém, ainda há muito o que fazer! Temos um significa-

tivo potencial de crescimento, mas precisamos atuar em conjun-

to, divulgando os benefícios do consumo de leite e seus deriva-

dos, nas diversas fases de vida das pessoas. O leite é um alimento

saudável e, como tal, merece lugar de destaque na alimentação

dos brasileiros. Temos muito trabalho e oportunidades a nossa

espera!

Gilberto Antônio Piccinini

Presidente do SINDILAT/RS

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sanidade

04

Preparando o futuroAções do Fundesa garantem melhores

condições à defesa sanitária

O Fundesa (Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sa-

nitária Animal do Rio Grande do Sul) alcançou uma receita

no primeiro semestre deste ano de R$ 2,042 milhões. De

estrutura privada, é formado pelas cadeias de produção e

genética da Avicultura, Suinocultura, Pecuária de Corte e

Pecuária de Leite com a finalidade de complementar ações

de desenvolvimento de defesa sanitária animal no Estado

e garantir a seus contribuintes indenização por enfermida-

des infecto-contagiosas, sob controle e erradicação, reco-

nhecidas nos programas de sanidade animal.

“O foco do Fundesa é a saúde animal,

apoiando com recursos financeiros as ativida-

des de atenção veterinária integradas à defesa

sanitária animal do Estado”, ressaltou o pre-

sidente do fundo, Rogério Kerber. Ele explica

que para 2008 foi aprovada pelo Conselho De-

liberativo a destinação de recursos para a reali-

zação de curso de atualização em sanidade de

aves, previsto no PNSA (Plano Nacional de Sani-

dade Avícola); investimentos no Ipvdf-Fepagro

(Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério

Finamor, da Fundação de Pesquisas Agrope-

cuárias), com vista ao credenciamento de seu

laboratório no diagnóstico em aves; formação

do banco de dados da pecuária de corte; rea-

lização do georreferenciamento da pecuária

leiteira gaúcha, uma parceria do Fundesa, SFA/

RS (Superintendência Federal de Agricultura),

Seappa (Secretaria da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento do Estado), UFSM (Universida-

de de Santa Maria), Sindilat/RS e empresas do

setor; recursos para a informatização, equipa-

mentos, rede lógica, telefônica, servidor para

a coordenação central do DPA (Departamen-

to de Produção Animal), em continuidade e

complemento à informatização das 250 IVZs

(Inspetorias Veterinárias e Zootécnicas) e 19

supervisões regionais, dentro da parceria Fun-

desa e DPA/Seappa.

Os recursos aprovados, segundo Ker-

ber, estão sendo aplicados em um programa

de controle e acompanhamento das con-

tribuições por cadeia, na informatização do

programa de defesa sanitária estadual e na

capacitação técnica do setor avícola. Revelou

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P Ó S - G R A D U A Ç Ã O E M

Passo Fundo, RSMais informações:

(31) [email protected]

www.rehagro.com.br

Realização:

Pecuária Leiteira

ainda que a entidade está trabalhando na

análise situacional de cada cadeia, elaboran-

do diagnósticos e planos de ação para cada

setor. “Queremos conhecer adequadamente

cada cadeia”, observou. A estimativa é que os

recursos do Fundesa possam chegar a cerca

de R$ 3 milhões/ano. O fundo funciona desde

2006 e vem evoluindo na sua arrecadação. A

OIE (Organização Mundial de Saúde Animal)

orienta que existam fundos privados, para

que haja maior agilidade de ação. De acordo

com o último relatório, as saídas efetuadas

no período foram de R$ 425,230 mil, conta-

bilizando um saldo de R$ 8,814 milhões em

30 de junho de 2008. A arrecadação foi de R$

599,080 mil pela cadeia suinícola ao longo

do primeiro semestre; de R$ 296,676 mil pela

cadeia de aves; de R$ 562,048 mil pela cadeia

de leite; de R$ 9,446 mil pelo setor de ovos e

de R$ 303,127 mil pela cadeia de carnes.

Pela sua regulação, conta Kerber, 50%

dos recursos devem ser usados em investi-

mentos na estrutura da defesa sanitária ani-

mal, como os que vem sendo realizados e na

capacitação de técnicos.

No caso específico do setor leiteiro, a forma-

ção do sistema de georreferenciamento da pecuária

de leite vai criar um banco de dados que ajudará na

gestão de produção, pois vai conter na sua base to-

das as propriedades do Estado. Como por exemplo,

vai calcular rotas, buscando distâncias econômicas.

Também sinalizará o mercado que existem meios

de ação imediata e defesa da propriedade. Com isso

o Rio Grande do Sul será o primeiro estado do país

a ter este sistema para o gado leiteiro, diferenciado

em relação ao resto do país.

“O Fundesa complementa as ações oficiais.

Não estamos alcançando dinheiro para custear a

máquina pública, afinal quem decide o investimento

são as cadeias produtoras da agroindústria.” Kerber

lembra ainda que uma cadeia está ligada a outra na

questão da sanidade. “Quando acontece um evento

em uma das cadeias isso acaba criando um descrédi-

to e uma vulnerabilidade da região ou estado. É ruim

para todo mundo, por isso é preciso estar prepara-

do para agir rápido”, esclarece. Além disso, boa parte

das propriedades atua com as três atividades: leite,

aves e suínos. “Por isso, trabalhamos em conjunto

por qualidade e eficiência para assegurar condições

diferenciadas”.

sanidade

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marketing

06

Imagem de valor

As indústrias de laticínios associadas

ao Sindilat/RS (Sindicato da Indústria de Lati-

cínios do Rio Grande do Sul) decidiram criar

um fundo para incentivar o consumo de lei-

te e derivados. A proposta é atacar os pontos

que não estão sendo explorados, como expli-

ca o executivo do sindicato, Darlan Palharini.

“Não há uma divulgação correta, por exemplo,

dos benefícios do leite na idade escolar, ou da

importância de se consumir produtos que re-

cebem inspeção, além de manter um canal de

diálogo claro e transparente com o consumi-

dor.”

Com livre adesão dos associados, ele

deverá ser composto por uma arrecadação

de um percentual fixo sobre cada litro de leite

processado pelas empresas associadas. “Nos-

so objetivo único é ter destinação de incenti-

var o consumo de leite e derivados através de

campanhas educacionais.”

A previsão, de acordo com os organi-

zadores, é que será preciso um mês para es-

truturação do Marketing para iniciar os traba-

lhos. “O fundo vai poder trabalhar já com um

mínimo de recursos, não será preciso reunir

uma grande soma para desenvolver a ação

eficiente.”

O que já ficou acertado é o apoio dos

produtores à idéia. O gerenciamento será fei-

to integralmente pela iniciativa privada. O Rio

Grande do Sul industrializa hoje mais de 7,5

milhões de litros por dia e deverá aumentar

esta produção nos próximos quatro anos em,

no mínimo, 50%, para fazer frente à demanda.

O mercado lácteo gaúcho tem um faturamen-

to bruto em torno de R$ 5 bilhões, são quase

400 mil pessoas que dependem do setor no

Rio Grande do Sul.

Com a explosão do mercado lácteo

que se verifica nos últimos três anos e as pers-

pectivas da entrada de grande companhia no

setor também se torna necessária uma mu-

dança de perfil de divulgação.

Esse tipo de ação é necessária, de

acordo com Palharini, porque mesmo que o

Rio Grande do Sul já seja o segundo maior

produtor nacional, o consumo de leite per

capita no Estado, ainda é muito pequeno,

perdendo em muito para os refrigerantes,

por exemplo. Por isso, o setor resolveu inves-

tir em campanhas educativas mostrando os

benefícios do leite.

Apesar de ainda não estar funcionan-

do, o assunto já foi discutido no estado há

algum tempo, servindo inclusive de inspira-

ção para outros estados, como Goiás que já

conseguia instalar e pôs em prática o mode-

lo, colhendo ótimos resultados.

Sindilat/RS cria o fundo do leite

Iniciativa privada cria fundo para

divulgar benefícios do consumo de

leite.

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avisulat

08

O Avisulat 2008 que se realiza de 19 a

21 de novembro no FundaParque, em Bento

Gonçalves, tem por idéia principal reunir três

setores do agronegócio (aves, suínos e leite),

uma vez que muitas demandas são de co-

mum interesse, pois diversas agroindústrias e

cooperativas desenvolvem as três atividades

simultaneamente. Além da programação de

palestras e mesas-redondas que discutirão

reivindicações em comum dos segmentos,

será uma excelente oportunidade de conhe-

cer as novidades de insumos e maquinário na

exposição que acontece paralelamente.

Como explica o coordenador-geral do

evento e secretário-executivo da Asgav, José

Eduardo dos Santos, unificar os três setores

num projeto desses é sinônimo de economia,

racionalização de serviços e um aproveita-

mento máximo, tanto na esfera comercial

como na difusão de conhecimento e desen-

volvimento. Inclusive, já está confirmada a

vinda de visitantes de outros países, o que

abre as portas para vislumbrar uma edição de

2010 do AVISULAT como internacional ou do

Mercosul, revela ainda ele.

Para o presidente do Sindilat/RS (Sin-

dicato da Indústria de Laticínios e Produtos

Derivados do Estado do Rio Grande do Sul),

Gilberto Piccinini, o Avisulat quer dar desta-

que ao setor lácteo gaúcho pela importância

na bacia leiteira nacional. “Infelizmente, não

há evento em terras gaúchas que represente

isso.” O segmento pretende se fortalecer para

conquistar mercados mais distantes. “O Rio

Grande do Sul está se tornando um player im-

portante no mercado externo junto com Para-

ná, Minas Gerais e Goiás”, revela Piccinini. Mas

para isso será preciso absorver novas tecnolo-

gias e informações para fazer a diferença para

a agroindústria do ‘ouro branco’. O evento vai

trazer informação para a produção industrial,

sendo um marco referencial também da parte

comercial.

A suinocultura gaúcha busca resgatar

para o Estado o destaque de segundo maior

produtor de carne suína do Brasil e, nos últi-

mos anos, o maior exportador do produto. En-

frenta o desafio de se manter como um dos

grandes produtores nacionais também em

suínos. “Estamos mostrando nossa organiza-

ção, avanço tecnológico, excelência na quali-

dade e aplicação na área de sanidade”, afirma

o presidente Osmildo Pedro Biedeski. “Os três

setores têm tido uma mobilização e reação

muito forte em relação à manutenção das ati-

vidades aqui no Estado, já que é uma vocação

muito consolidada em algumas regiões, prin-

cipalmente no norte gaúcho. Mas não existe

evento que represente e divulgue os três se-

tores para o resto do país”, avalia.

O Avisulat, na cadeia avícola, deve re-

forçar os elos componentes, pois contempla

todos eles. “Estamos trabalhando no Avisulat

desde o início de 2007. Nossa meta é fazer

um evento que se consolide no Rio Grande

do Sul, precisamos de uma forte união entre

os setores, isto revelará a pujança máxima de-

les, evidenciando as cadeias produtivas e os

propósitos dos setores envolvidos”, afirma o

presidente da Asgav, Luiz Fernando Ross. No

segmento avícola serão realizados seminários

e painéis com assuntos que são de relevante

interesse da cadeia produtiva e que são es-

senciais para o desenvolvimento do setor.

União faz a força

Aves,

suínos e leite

se reúnem para

discutir pontos

em comum.

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especial

10

Riispoa:alinhado com o mundo

A legislação de inspeção industrial e

sanitária dos produtos de origem animal vai

mudar. Para se tornar claro e alinhado com os

parâmetros internacionais, o Riispoa (Regula-

mento da Inspeção Industrial e Sanitária dos

Produtos de Origem Animal), de âmbito fede-

ral, passa por revisão de conteúdo. Atualmente,

ele já está na fase de consulta pública, que está

estendida até 15 de setembro.

Para este trabalho, o Dipoa (Departa-

mento de Inspeção de Produtos de Origem

Animal), da SDA (Secretaria de Defesa Agro-

pecuária do MAPA – Ministério de Agricultura

Pecuária e Abastecimento), criou um Grupo de

Trabalho composto por fiscais federais agrope-

cuários para coordenar a atualização da lei. O

Ministério da Agricultura quer modernizar a lei

para contemplar as mudanças que ocorreram

nos últimos anos nos laticínios e abatedouros.

No regulamento – introduzido no iní-

cio dos anos 1950 – consta as regras técnicas

para a produção de leite, ovos, carnes e peixes.

Depois de tanto tempo, a tecnologia nas pro-

priedades e nas indústrias avançaram. Por esse

motivo, o governo precisa atualizar a lei. A nova

proposta do Decreto nº 30.961 de 1952 vai atu-

alizar conceitos e exigências higiênico-sanitá-

rias que definem os requisitos para o registro

dos estabelecimentos e a fiscalização tanto

pelo SIF (Serviço de Inspeção Federal) quanto

nas estâncias estadual e municipal.

Dos 811 artigos que compõem o atual

Riispoa (no total seriam 952, contando os que

caíram em desuso), 49% foram alterados e ou-

tros 47% foram revogados por estarem obso-

letos. Apenas 3,4% dos artigos foram preserva-

dos e 290 foram criados. A nova redação possui

748 artigos. Sua modernização vai reunir de

forma clara todas as interferências que têm

sido feitas à legislação ao longo dos anos e que

acabou se tornando uma ‘colcha de retalhos’.

Foram mantidos os artigos que definem as exi-

Está aberta consulta

pública para proposta do novo

regulamento de inspeção

animal.

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gências para o registro dos estabelecimentos,

os padrões das instalações das empresas, os

equipamentos, os fluxogramas de produção

e as obrigações para controle da produção de

alimentos.

Já existem algumas definições: ao Minis-

tério da Agricultura não caberá mais a análise

dos rótulos, uma vez que eles já são vistoriados

pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância

Sanitária); será preciso registrar apenas o pro-

cesso produtivo; não será mais obrigatória a

presença de fiscais fixos em todas as empresas

agropecuárias; só nos abatedouros, para exa-

minar os animais.

Nos estabelecimentos de abate de ani-

mais (bovinos, suínos, aves, caprinos, eqüinos e

ovinos), terá continuidade o sistema de fiscali-

zação permanente, em que o fiscal atua dentro

da empresa.

Segundo o diretor do Dipoa, Nelmon

Oliveira da Costa “hoje, as empresas desenvol-

vem programas de autocontrole que permitem

auditar os registros, independente da presença

constante do fiscal no estabelecimento”. O di-

retor se refere a programas como as BPF (Boas

Práticas de Fabricação), oPHO (Plano de Higie-

ne Operacional) e a APPCC (Análise de Perigo

e Pontos Críticos de Controle) que permitem

às próprias empresas e aos fiscais acompanha-

rem o cumprimento das exigências do Riispoa.

Essas mudanças alinharão as regras bra-

sileiras com as que vigoram em mais de 150

país, ampliando o diálogo. A intenção é facilitar

e ampliar as exportações, atendendo às exi-

gências dos compradores. Nelmon esclarece

que até agora não há pontos polêmicos com

as cadeias produtivas na revisão do Riispoa,

apenas pedidos de esclarecimento.

O destaque apontado pelo diretor do

Dipoa é o estabelecimento de novas penali-

dades para empresas infratoras. É que, nos úl-

timos 50 anos, até as fraudes se modernizaram.

“São fraudes que surgiram com a tecnologia.

Por exemplo, a incorporação indevida de água

durante o resfriamento de carcaça de aves; o

excesso de água no congelamento de pesca-

do; a incorporação indevida de substâncias

não permitidas no leite ou do uso de soro do

leite para obter uma fraude econômica. Isso

são práticas com tecnologias que surgiram nos

últimos anos e, por isso, agora estão previstas

na nova versão do Riispoa”, explicou. Ele lembra

que o capítulo sobre infra-estrutura e penalida-

des será significativo, sendo que haverá muito

rigor quanto ao descumprimento de normas.

Já foram realizadas três rodadas do GT.

Após a avaliação final das propostas, será rea-

lizada uma reunião com os representantes de

todos os segmentos envolvidos para a apre-

sentação do formato alcançado. A discussão

com as cadeias produtivas já está fechada. Este

é o momento das contribuições da consulta

pública que só serão avaliadas se tiverem em-

basamento científico, podendo ser acatadas

ou não. Depois de concluída mais esta etapa,

o texto será enviado ao Mapa e para a Casa

Civil, onde passará pelo parecer da assessoria

jurídica, já que o novo regulamento deve ter a

assinatura da Presidência da República. A ex-

pectativa é que até o final do ano, se o texto

não estiver em vigor, ao menos que já esteja

encaminhado para sua homologação.

Harmonização

Com intuito de harmonizar a nova pro-

posta com a realidade atual de segurança ali-

mentar, o GT considerou dispositivos do CDC

(Código de Defesa do Consumidor), as orien-

tações do Codex Alimentarius, as normas do

11

especial

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Mercosul, as legislações internacionais e

os acordos sanitários que o Brasil mantém

com mais de 150 países de sua relação co-

mercial.

Segundo o Mapa, as mudanças ti-

veram por base uma “adequação às nor-

mas e exigências técnicas do mercado

interno e internacional, adaptação às con-

dições tecnológicas industriais do mer-

cado nacional, bem como harmonização

técnica com a legislação de outros órgãos

de fiscalização, de defesa do consumidor

e internacionais como Mercosul, União Eu-

ropéia, Estados Unidos e Rússia”.

Entre alterações definidas, destaca-

se a fiscalização periódica das empresas

de beneficiamento de leite e as fábricas de

conserva. A mudança prevê que os fiscais

não serão fixos nem atuarão mais dentro

das empresas em caráter permanente.

Cada fiscal realizará o trabalho de inspe-

ção, aleatoriamente, num determinado nú-

mero de estabelecimentos de uma região.

Está previsto, ainda, que os fiscais de um

estado farão inspeções em fábricas e em-

presas em outras unidades federativas.

Uma das novidades, segundo Nel-

mon, é esta quebra de paradigma. Somen-

te no abate haverá inspeção permanente.

Quanto aos demais aspectos, a inspeção

será periódica. “Quanto mais organizada a

empresa e estruturada, com boas práticas,

desenvolvendo produtos de qualidade,

menos ela será inspecionada”, garantiu. O

Mapa acredita na conscientização do setor

privado. “As empresas deverão ter respon-

sabilidade em relação à liberdade”, adver-

tiu Nelmon.

A nova proposta do Riispoa tam-

bém cumpre o que diz o Código de Defesa

do Consumidor, que atribui a responsabili-

dade primária pela qualidade do produto

à empresa que o produziu. Outra mudan-

ça, segundo o Diretor do Dipoa, é a adoção

de regras mais rígidas para combater as

fraudes, que nos últimos anos têm atingi-

do bastante os consumidores. Segundo

Nelmon, as mudanças também vão pro-

porcionar mais agilidade nos processos de

registro de estabelecimentos e produtos.

Para o superintendente do Mapa

no RS, Francisco Signor, “o Riispoa tem coi-

sa superada e até ridícula. Outras precisam

ser implementadas, a tecnologia trouxe

muitas transformações. Corremos o risco

de estar em desalinho com países para os

quais exportamos ou queremos exportar.”

A verificação da qualidade e dos critérios

especial

12

“Essa parceria vai dar certo!”

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14

de fabricação de produtos alimentícios é de suma importância para o suces-

so da atividade agrícola. O respeito às normas vigentes garante ao produtor

rural rentabilidade sem dores de cabeça. Os preceitos de Bem-Estar Animal

(desenvolvidos a partir da década de 1980), também foram observados na

elaboração das novas regras. Os estabelecimentos serão obrigados a tomar

medidas no sentido de evitar maus-tratos aos animais. O novo Riispoa tam-

bém levou em conta normas relativas à Vigilância Sanitária e ao setor de ve-

getais.

Durante a apresentação da revisão do Riispoa, o Mapa esclareceu que

o Grupo de Trabalho se instrumentou na investigação científica, pesquisa,

contribuições de especialistas, de universidades e de outras normas nacio-

nais e internacionais relevantes, além de outras fontes. As contribuições da

sociedade e do setor privado precisam estar acompanhadas do embasamen-

to científico, técnico ou jurídico pertinente para serem analisadas.

As sugestões para o melhoramento da proposta de texto do novo

Riispoa devem ser encaminhadas para o endereço eletrônico: dipoa.riispoa@

agricultura.gov.br. Qualquer pessoa pode fazer sugestões para alterar a lei.

“Uma grande modificação na proposta é que se redefine, de forma bastan-

te clara, qual é o papel da empresa e qual

é o papel do governo. Segundo o CDC, a

empresa é responsável pela qualidade dos

alimentos que produz”, diz Nelmon, o pa-

pel do governo é inspecionar, supervisio-

nar e auditar a empresa para ver se ela está

cumprindo a legislação na elaboração dos

seus produtos.

Para o técnico do SFA/RS (Superin-

tendência Federal de Agricultura) Marco

Antonio Rodrigues dos Santos, o que im-

pressiona é que embora boa parte do Riis-

poa esteja defasada por ser da metade do

século passado, ela teve uma profundida-

de e abrangência que impressionam, uma

visão bem longa. Por isso, serviu por tanto

tempo. “Ela é a nossa Bíblia. Apesar das di-

versas alterações que sofreu merecia uma

reforma no seu bojo.” Há certa pressa para

que esteja em vigor o mais rápido possível,

para que não seja um entrave para novos

negócios no mercado externo.

Grupo de Trabalho

Para a realização da revisão do Riis-

poa, o Dipoa, por meio de uma portaria

ministerial, constituiu o GT do qual parti-

ciparam fiscais do Mapa e convidados de

instituições de ensino e pesquisa, durante

o período de seis meses. A reformulação

considerou aspectos importantes como

reduzir a burocracia, punir de forma mais

severa os fraudadores e usar uma lingua-

gem mais clara e objetiva.

A revisão do Regulamento da Ins-

peção Industrial e Sanitária dos Produtos

de Origem Animal também foi tema da

reunião das Câmaras Setoriais das Cadeias

Produtivas de Carne Bovina, Eqüideocul-

especial

Page 15: Revista Sindilat 01

tura, Aves e Suínos, Caprinos e Ovinos, Leite

e Derivados e do Mel e Produtos Apícolas, na

sede da Companhia Nacional de Abastecimen-

to (Conab).

De acordo com Nelmon, o destaque das

mudanças será o maior rigor em relação às em-

presas que cometem fraudes. “Entre as penali-

dades estão: a não-produção de determinado

produto, a perda do registro desse produto e,

num segundo momento, do registro do pró-

prio estabelecimento. Com isso, o consumidor

terá mais garantias de que o alimento que está

no mercado respeita a legislação”, explicou.

A revisão do regulamento também é

considerada importante para a atualização dos

procedimentos e o desenvolvimento das ca-

deias produtivas. “Essa ação permite a melho-

ria da conscientização das empresas no que se

refere à segurança alimentar e à higiene e con-

tribui para que os produtores sejam mais com-

petitivos, tanto no mercado nacional como internacional”, diz Nelmon.

Com o aumento do consumo mundial de alimentos e das exi-

gências de qualidade, o governo tem um papel fundamental de garan-

tir ao consumidor produtos seguros no seu aspecto higiênico-sanitário

e ao mesmo tempo proporcionar condições para que as indústrias de

alimentos possam expandir suas atividades, tanto nacional quanto in-

ternacionalmente, fornecendo alimentos para o mundo, aumentando as

oportunidades de emprego e renda e contribuindo para uma maior par-

ticipação do agronegócio no PIB brasileiro.

Criado pelo Decreto nº 30.691, de 29 de março de 1952 (segundo

mandato de Getúlio Vargas), o Riispoa, em 56 anos de existência, passou,

aparentemente, por apenas três atualizações: em 1962 (Decreto nº 1.255),

em 1996 (Decreto nº 1.812) e em 1997 (Decreto nº 2.244). Mesmo assim,

foram atualizações pontuais, impostas pela ciência e tecnologia (controle

de antigas doenças, surgimento de novos produtos ou de novas técnicas

de produção, etc.), o que dá boa idéia da amplitude e da abrangência

(todos os produtos de origem animal) do Regulamento sob os aspectos

sanitário e industrial. Ou, em síntese, mais de meio século depois de sua

implantação, a maioria dos 952 artigos que compõem o Riispoa original

ainda é aplicável.

15

especial

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16

legislação

Alívio na produçãoLDO para 2009 garante manutenção de benefícios

para toda a cadeia do agronegócio

Com a sanção do Executivo da LDO (Lei de Diretrizes Orçamen-

tárias) para 2009, que se tornou a Lei 13.021/08, o agronegócio gaú-

cho passou a ser protegido com estabilidade da carga tributária pela

garantia de não haver redução dos benefícios ou aumento da carga

tributária de forma global para o setor. A emenda que garantiu isso

foi da relatora do então projeto – PL nº 107/08 – a deputada Silvana

Covatti na Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Con-

trole da Assembléia Legislativa do Estado. “O objetivo da emenda é

dar segurança às cadeias produtivas do setor do agronegócio de que

o Estado não irá, no ano que vem, reduzir os benefícios fiscais e com

isso aumentar a carga tributária sobre os produtos agrícolas e agro-

pecuários”, diz a deputada.

Nesse item estão englobadas a agricultura e a pecuária, assim

como os produtos industrializados destes setores que ficaram com

o mesmo tratamento tributário. Alguns setores em especial (lácteo e

pecuário) recebem benefícios fiscais para aumentar a competitivida-

de com outros estados.

Depois de enfrentar cenários de incertezas em torno do corte

de incentivos fiscais, “o setor produtivo poderá trabalhar mais tranqüi-

lo, sem a angústia constante do aumento de tributos”, destaca também

o presidente da Comissão de Agricultura, Pecu-

ária e Cooperativismo da Assembléia Legisla-

tiva, deputado Adolfo Brito. “Precisávamos ofe-

recer segurança à base da economia gaúcha”,

acrescenta o deputado Jerônimo Goergen.

No primeiro semestre deste ano, a re-

dução de incentivos fiscais para setores produ-

tivos resultou em diversas audiências públicas

na Comissão de Agricultura, com representan-

tes do setor agrícola e do governo do Estado.

Desde o início de 2008, as cadeias produtivas

do leite, arroz e carne se mobilizaram para im-

pedir o corte de créditos presumidos, que aca-

bou sendo prorrogado para outubro.

“Foi um estudo muito intenso, avaliamos

emenda por emenda dentro da lei e acredito

que esta LDO é muito consistente”, diz Silvana.

“Conseguimos fazer uma construção muito

positiva com os deputados que apresentaram

as emendas e com o governo”.

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entrevista

18

A governadora Yeda Crusius considera o

segmento do leite um futuro muito promissor

e afirma que em sua gestão há metas e desa-

fios para preparar os produtores de leite para

o domínio de tecnologias agropecuárias não-

agressivas ao meio ambiente, que aumentem a

renda de sua propriedade e propiciem susten-

tabilidade da atividade leiteira do RS.

Qual a importância do setor leiteiro

para o Estado?

Indiscutivelmente a atividade leiteira

tem uma importância muito grande para o

desenvolvimento do Estado. A esse respeito,

é preciso lembrar que gera renda mensal no

campo. Cria empregos permanentes (cada R$

1 milhão investido cria em torno de 197 em-

pregos), mais do que a indústria de calçados,

celulose e papel, automotiva, têxtil, siderurgia.

Possui baixa relação capital-trabalho. Além dis-

so, a produção envolve toda a família, abrindo

oportunidade para o jovem permanecer no

campo. A produção é ainda menos suscetível

às intempéries, propicia transferência de renda

urbana para o meio rural, dinamiza a circulação

de bens produtos e serviços. Hoje, o Rio Gran-

de do Sul tem em torno de 72 mil produtores

sob inspeção, em 449 municípios, produzindo

em torno de 8 milhões de litros de leite por

dia. Em 2007 o setor gerou uma receita de 2,96

bilhões de reais, 5,68 bilhões de reais em valor

adicionado e 418 milhões de reais de ICMS nos

demais setores. Envolveu cerca de 730 mil pes-

soas direta e indiretamente na atividade.

O que tem sido feito para incentivar o

crescimento do setor?

No sentido de apoiar o produtor, me-

lhorar a qualidade, preservarmos o nosso reba-

nho para atendermos as exigências sanitárias

dos mercados interno e externo e atingirmos

uma produção de leite suficiente para respon-

der à grande demanda que será criada nos

próximos anos, a Secretaria da Agricultura vem

efetuando uma série de ações, como exten-

são rural e assistência técnica ao produtor de

leite através de plano de trabalho previsto no

convênio com a Emater, visando à melhora da

produtividade e qualidade da matéria-prima,

Promissoras bacias gaúchas

Page 19: Revista Sindilat 01

entrevista

19

profissionalização e capacitação dos produ-

tores através dos centros de treinamento. Há

também o Programa Troca-Troca de Milho e

Forrageiras de Inverno para aumentar a ofer-

ta de alimento de qualidade para o rebanho

leiteiro e ações para micro-açudagem e poços

artesianos, além da terraplanagem em terre-

nos para instalação de novas indústrias e ade-

quação dos laticínios com inspeção estadual à

regulamentação federal de inspeção industrial

e sanitária de produtos de origem animal. É

preciso lembrar igualmente o lançamento do

Programa de Monitoramento e Acompanha-

mento da Qualidade do Leite no RS, também

através do CISPOA, o Programa Estruturante

Terra Grande do Sul, com os projetos de Mo-

dernização da Defesa Agropecuária e Certifi-

cação e Rastreabilidade, que criam condições

estruturais e legais para nos diferenciarmos no

mercado interno e acessarmos o cada vez mais

exigente mercado externo e a reativação da

Câmara Setorial Estadual do Leite.

Como o RS pode amenizar os prejuízos

da guerra fiscal?

Continuando a dar condições de com-

petitividade ao setor, tanto na área de produ-

ção, como na área fiscal. Estudos em conjunto,

Sindilat/RS, Cooperativas e Sefaz já vêm sendo

realizados no sentido de tornar o lácteo produ-

zido no RS competitivo na venda para outros

Estados.

A chegada de novas plantas tem atua-

ção do governo estadual?

O crescimento desta atividade e o

grande potencial para a produção de leite que

o RS possui, atraiu e tem atraído várias indús-

trias, além da ampliação de laticínios já instala-

dos no Estado. São investimentos da ordem de

465 milhões de reais que demandarão em tor-

no de 5 milhões de litros de leite a mais por dia.

O Estado tem hoje uma capacidade instalada

para processamento do leite: 9,5 milhões/dia.

Em 2009 terá uma capacidade para processar

14 milhões/dia. Temos, freqüentemente, rece-

bido empresas interessadas em processar leite

no Estado, pelo nosso grande potencial para

produzirmos com custos compatíveis com a

remuneração dos mercados e a qualidade da

nossa matéria-prima. Uma série de critérios

está sendo estabelecida, ainda em análise den-

tro do Conselho do Fundopem, para a conces-

são de benefícios. Queremos que outras regi-

ões do Estado também sejam beneficiadas por

estes investimentos e que as empresas se com-

prometam em fomentar a produção de leite e

desenvolver novas bacias.

Há investimentos previstos para o seg-

mento?

Temos metas e desafios para atender-

mos este promissor cenário futuro. Entre elas

situam-se preparar os produtores de leite para

o domínio de tecnologias agropecuárias não-

agressivas ao meio ambiente, que aumentem a

renda de sua propriedade e propiciem susten-

tabilidade da atividade leiteira do RS. Buscar

melhoria da qualidade do leite e de seus deri-

vados, visando aumentar a competitividade do

setor industrial para a conquista de novos mer-

cados, internos e externos, e satisfação do con-

sumidor. Estimular o consumo do leite e seus

derivados, através da educação alimentar e

nutricional, para a melhoria da saúde da popu-

lação, principalmente jovens em idade escolar.

Finalizando, o governo do Estado, juntamen-

te com suas coligadas, conveniadas e através

de parcerias público-privadas com órgãos de

pesquisa, representações de produtores e in-

dústria e demais interessados no setor lácteo,

tem como meta promover e fomentar ações

integradas para o desenvolvimento harmôni-

co e sustentado da cadeia produtiva do leite,

tendo como fundamento o mercado e como

foco os agentes interativos: produtor, indústria

e consumidor.

Page 20: Revista Sindilat 01

tributos

Sistema Tributárioe desenvolvimento Mudanças significativas estão por vir

20

A complexidade e a falta de neutralida-

de do sistema tributário brasileiro representam

um grande entrave ao crescimento. As princi-

pais distorções do sistema tributário brasileiro

estão relacionadas aos tributos indiretos sobre

bens e serviços, que são agora objeto da refor-

ma. Há uma exigência por parte da sociedade

de tratamento justo e igualitário, bem como de

simplificação. Mas gastos do governo e endi-

vidamento público geraram tributos exóticos,

de baixa eficácia econômica e nocivos a deter-

minadas atividades empresariais. Necessidades

de desenvolvimento regionais contribuíram

para gerar um modelo tributário de difícil ope-

racionalização e de alto custo administrativo.

Esta análise é do consultor tributário Antoni-

nho Marmo Trevisan, que trouxe essas avalia-

ções em recente encontro entre os associados

do Sindilat, ocorrido em julho.

O financiamento das três alçadas da

federação brasileira é feito por uma série de

impostos, contribuições e taxas, com diferen-

tes tributos direcionados para cada uma delas

(federal, estadual e municipal), que são respon-

sáveis por sua administração e cobrança. Atu-

almente, além dos 13 tributos, existem outras

nove contribuições, parte baseada na folha

de pagamento e várias destinadas ao finan-

ciamento da Previdência Social. O governo

federal é responsável pela arrecadação de

quase todos. As taxas são cobradas em todos

os níveis do governo e, normalmente, as mais

importantes e comuns são as dos municípios,

para financiar o lixo e a iluminação pública.

A administração dos impostos brasi-

leiros tem como característica básica a mul-

tiplicidade de agências arrecadadoras de

tributos: no âmbito federal, a Secretaria da

Receita Federal tem sob sua competência a

administração de todos os impostos federais

do Brasil; no âmbito estadual, cada um dos 26

estados e o Distrito Federal têm diferentes

formas de administração de impostos; o Bra-

sil tem cerca de 5,6 mil cidades, com compe-

tência constitucional para arrecadar e, dessa

forma, gerenciar os impostos e taxas locais.

Administração de impostos para o

contribuinte representa um alto custo, nem

sempre mensurável. As principais distorções

dos tributos sobre bens e serviços são a com-

plexidade e a multiplicidade de legislações e

competências tributárias. União: PIS, Cofins,

IPI, CIDE-combustíveis; Estados: ICMS; Muni-

cípios: ISS.

Multiplicidade de formas de apuração,

alíquotas e bases de cálculo aplicáveis aos di-

Page 21: Revista Sindilat 01

Sistema Tributárioe desenvolvimento

Page 22: Revista Sindilat 01

versos tributos: incidências cumulativas, defeitos das incidências sobre o

comércio exterior, Guerra Fiscal. “Há uma forte distorção em concentrar

2/3 da arrecadação sobre a produção e apenas 1/3 sobre os rendimentos”,

diz Trevisan.

Tributos arrecadados (federais, estaduais e municipais) % do PIB,

1987 –2006 mostram o continuado aumento da arrecadação e a pressão

sobre o custo do contribuinte. A carga tributária e renda per capita deve-

riam ser compatíveis.

“Os impostos no Brasil incidem mais sobre o consumo do que so-

bre a renda. Mas o que vai mudar parece pouco, mas não é”, garante o

consultor. A substituição das 27 legislações estaduais do ICMS por ape-

nas uma; neutralização da guerra fiscal cobrando o imposto no Estado

destinatário da mercadoria e não mais na origem; incorporar a CSLL no

Imposto de Renda das pessoas jurídicas; juntar a COFINS, o PIS, o Salário

Educação e CIDE num único tributo, o IVA, Imposto de Valor Adicionado.

Principais características dos novos IVA serão alíquotas em unifor-

midade nacional, regulamentação nacional única, a exemplo do Simples

Nacional.

A mudança nas regras do ICMS pode estender às vendas interes-

taduais o mesmo problema já enfrentado pelas empresas nas exporta-

ções: o acúmulo de créditos tributários sem perspectiva de aproveita-

mento. No entanto, a mudança imediata no

sistema de transações interestaduais não é

recomendável, sendo necessária uma tran-

sição gradual para a tributação do ICMS no

destino, reduzindo-se a alíquota na origem

progressivamente. Se a mudança for imedia-

ta, a proposta da Reforma Tributária terá de

prever mecanismo de compensação para os

benefícios já concedidos.

Principais Características dos Novos

IVA: Sistema de Débito e Crédito (imposto x

imposto); crédito para Bens de Capital; fiscali-

zação especializada segundo a competência

tributária e integrada; o IVA-E migraria da co-

brança na origem para a cobrança no destino,

não-cumulativo. Para o consultor, os debates

com especialistas têm resultado em fortes

críticas e a preocupação é com os detalhes.

“De quanto será a alíquota do IVA? Ainda não

se sabe. Mas a calibragem da Receita Federal

tem sido sempre para cima.”

tributos

Page 23: Revista Sindilat 01
Page 24: Revista Sindilat 01

notícias

24

O IV Encontro Sindilat/RS-Tetra Pak re-

alizado nos dias 18 e 19 de julho, reuniu mais

de 100 pessoas no Hotel Dall’Onder em Bento

Gonçalves. Contou com a participação de em-

presas associadas ao sindicato, bem como de

funcionários da Tetra Pak no RS, que ouviram as

seguintes palestras: Rastreabilidade Industrial,

com Pedro Gonçalves; Painel Reforma Tributá-

ria com Antoninho Trevisan; Panorama Mun-

dial do Mercado Lácteo, com Gisele Gurgel; e O

agronegócio do RS no Mercado Internacional,

com Ana Amélia Lemos.

EventoIV Encontro SindiLat/RS-Tetra Pak

Ana Amélia LemosMesa de Honra

Gisele GurgelAntoninho Trevisan

Ramiro Ortiz

Ricardo Penof

Pedro Gonçalves

Gilberto Piccinini

Grupo participante do evento

Page 25: Revista Sindilat 01
Page 26: Revista Sindilat 01

destaque

26

A Cooperativa Santa Clara inova com o lança-

mento do SanBIOS, o primeiro queijo do Brasil com

organismos probióticos, que contribuem para o equilí-

brio da flora intestinal. Do tipo Minas Frescal, o produto

será comercializado nos estados do Rio Grande do Sul,

Santa Catarina e Paraná e chega ao mercado em emba-

lagens de aproximadamente 350 gramas, a um preço

de venda estimado de 20% a mais do que os produtos

tradicionais.

O queijo contém o micro-organismo probiótico

Bifidiobacterium lactis BI-07, que associado a uma ali-

mentação saudável, é capaz de equilibrar a flora intesti-

nal. O produto age de maneira eficaz no trato digestivo

e auxilia no seu funcionamento, combatendo e excluin-

do os micro-organismos indesejados e aumentando o

nível das células de defesa do corpo.

SanBIOSo primeiro queijo do Brasil com

organismos probióticos

ReHAgro e UPFpós-graduação em pecuária leiteira

O ReHAgro – Recursos Humanos no Agronegócio, em parceria com a UPF – Universi-

dade Passo Fundo, lançará na cidade de Passo Fundo - RS o curso de Pós-Graduação em Pe-

cuária Leiteira. Com o objetivo de preparar profissionais de nível superior da área de ciências

agrárias com experiência de atuação no setor, o curso de Pós-Graduação em Pecuária Leiteira

abordará assuntos atuais no tocante a conjuntura política da cadeia produtiva do leite no

Brasil e no mundo, nutrição e alimentação do rebanho leiteiro, gestão estratégica de pesso-

as e equipes, análise de custos de produção, eficiência reprodutiva, entre outros. Além disso,

acontecerão visitas técnicas. Ao final, cada aluno deverá apresentar um trabalho de conclusão

de curso, através do qual desenvolverá um projeto na área de bovinocultura de leite e propor

soluções para problemas de maneira sustentável para uma fazenda real.

Mais informações e inscrições estão disponíveis no portal ReHAgro – www.rehagro.

com.br, através do email [email protected] e também pelo telefone (31) 3343-3800.

De qualidade excepcio-

nal, ele é o primeiro queijo tipo

grana produzido na América

Latina, um trabalho artesanal

que pode chegar a 18 meses,

reunindo antigos rituais a mais

avançada tecnologia. Feito com

leite semidesnatado tem baixo

teor de gordura.

GranFormaggio

Page 27: Revista Sindilat 01

27

destaque

As prateleiras dos supermercados do Rio Grande do

Sul já estampam a grande novidade da Piá, uma das líde-

res no mercado de lácteos na região sul do país: o primeiro

leite UHT em embalagem cartonada com tampa-rosca do

mercado gaúcho. O produto foi lançado no dia 10 de agos-

to com filme de um minuto em horário nobre nas redes de

TV Globo e Record. Para mostrar ao trade, a Piá montou um

espaço único na Expoagas 2008, em estande com o dobro

do tamanho que realça a nova performance da Cooperativa.

A nova linha de leites de um litro (integral, semides-

natado e desnatado) é envasada no já consagrado forma-

to combiblocMidi com a prática tampa-rosca combiTwist,

confirmando a vocação de pioneirismo da Piá. Com mais

esta iniciativa, a Piá pretende ampliar o seu crescimento no

mercado.

Leite Piá UHT com tampa-rosca

A Cootall é uma cooperativa industrial formada

pelos ex-funcionários da estatal Corlac, que foi extinta

através da lei 10.000/93. Foi fundada com o objetivo de

operacionalizar a fábrica de leite em pó existente em Ta-

quara, comprando leite e industrializando para terceiros,

principalmente cooperativas. A marca Cootall é muito for-

te no centro do país. Comercializa para São Paulo, Rio de

Janeiro e Bahia. Uma nova estrutura está sendo montada

com investimentos da empresa paulista Leite Mania. Esse

grupo está ampliando a capacidade de produção da fá-

brica com reformas, instalação de novos equipamentos,

reforma de caldeiras, etc. para atingir 8.400.000 litros/mês

(oito milhões de litros de leite ao mês) até o fim de julho.

Em 60, dias atingirão 15 milhões de litros mês.

Cootall amplia seu desempenho em

outros estados do país

Page 28: Revista Sindilat 01

destaque

28

Para esta edição da Expoagas 2008,

mais uma vez a Kunzler traz deliciosas no-

vidades. A linha de biscoitos Integrais é uma

deliciosa combinação de saúde e sabor em

cinco versões: Banana e Canela, Nozes, Ger-

gelim, Café e Aveia, e Mel. Já os Amanteiga-

dos são biscoitos finos, com maciez e sabor

incomparáveis desde a primeira mordida, e

possuem 3 versões em uma gostosa combi-

nação: tradicional, amendoim e com goia-

bada. As conhecidas Bolinhas de Polvilho

nas versões tradicional e com queijo rece-

beram novos sabores: bacon e com cebola

e salsa, aumentando as opções deste apelo

saboroso e saudável produzido com óleo de

palma.

Receita consagrada e única no mer-

cado com 13,2% de queijo parmesão Kun-

zler em sua fórmula, o Pão de Queijo Con-

gelado é a novidade pronta para ser levada

ao forno, uma delícia de acompanhamento

para qualquer hora! Em processo de criação

está o Mussarela em Bolinhas para Churras-

co, uma iguaria com sabor marcante para

acompanhar seu churrasco ou qualquer

momento que você escolher para degustar

o sabor único deste queijo.

Outros produtos que recebem um

novo visual são o Queijo de Coalho, com

impressão em toda a área da embalagem

e os tradicionais Queijo Ralado Premium e

Parmezan, ambos em embalagem plástica

sleev de 150g, que são práticas de armaze-

nar e servem de refil e com tampa prática

para servir.

KunzlerDeliciosas novidades

A Perdigão anunciou em 26 de julho a construção da

Unidade de Recepção e Resfriamento de Leite em Bagé, no Rio

Grande do Sul, localizada a cerca de 360 quilômetros de Porto

Alegre. O posto terá capacidade instalada de 100 mil litros/dia.

As obras deverão ser executadas em um período de 10

meses. A Perdigão vai investir mais de R$ 1 milhão no projeto.

Vários fatores levaram a empresa a optar pelo município para

implantar mais um posto de beneficiamento de leite em terri-

tório gaúcho. Entre eles, destacam-se o alto potencial de cresci-

mento de produção leiteira na chamada região da Campanha e

a possibilidade de melhoria na cadeia logística.

A segunda torre de leite em pó, com capacidade de se-

cagem de 450 mil litros de leite/dia, esta em fase de conclusão

com equipamentos de última geração e tecnologias desenvol-

vidas por países europeus. A Cooperativa Sul Rio-grandense de

Laticínios (Cosulati) está investindo R$ 20 milhões na construção

da nova planta industrial. O empreendimento, localizado no mu-

nicípio de Capão do Leão - ao lado da atual fábrica, é destinado à

secagem de leite em pó e deve entrar em funcionamento ainda

neste mês. Após a conclusão, o parque industrial terá capacidade

de industrializar um milhão de litros de leite/dia.

A boa fase dos investimentos da Cosulati vem gerando

reflexos positivos na economia da Metade Sul e promete revolu-

cionar o setor de lacticínios através da automatização completa

dos processos de industrialização – desde o processamento da

matéria-prima até o setor de embalagem, segurança, higiene e

garantia de qualidade dos produtos.

PerdigãoMais uma unidade de

resfriamento de Leite

CosulatiCooperativa gera reflexos

positivos na economia

Page 29: Revista Sindilat 01

destaque

Guzerá, ou Bos Indicus, de linhagem zebuína, é

uma raça bovina originária da Índia, animal de grande

porte, ótimo para produção de carne e leite, introduzido

no Brasil com boa seleção. Porte imponente, cabeça alta

e chifres grandes, em forma de lira. Pelagem variando do

cinza claro ao escuro, é admissível fêmea branca. Pele pre-

ta, bem pigmentada, com membros bem desenvolvidos

e musculados, permitem ao guzerá resistir a longas cami-

nhadas sob o sol tropical, à procura de água e alimento.

Produção de leite das vacas garantem o bom desenvol-

vimento dos bezerros na fase de aleitamento. O ganho

em peso dos animais da raça é muito bom, ultrapassando

com facilidade médias superiores a mil gramas/dia no

confinamento. É comum vaca guzerá ultrapassar os 5 mil

kg de leite por lactação. Extremamente fértil, reproduzin-

do-se mesmo em condições adversas, contribuiu muito

para o azebuamento do rebanho nacional.

GuzeráBom de carne e de Leite

O Unianálises é o Laboratório de prestação de servi-

ços da Univates e seu foco de atuação é a realização de aná-

lises em águas e alimentos e, dentre estes, o leite e derivados.

Ele é composto por três laboratórios: Físico-Química, Micro-

biologia e Microscopia – além do Programa de Qualidade e

Segurança dos Alimentos, que presta consultoria para imple-

mentação de BPF e APPCC nas indústrias de alimentos.

Os laboratórios de Físico-química e Microbiologia

são credenciados pela ANVISA e pelo MAPA para realização

de análises de caráter fiscal em águas e alimentos, podendo

realizá-las em produtos alimentícios de origem animal para

importação e/ou exportação.

Além disso, possui convênios com a Coordenadoria

Estadual de Inspeção de Produtos de Origem Animal (CIS-

POA), com diversos Sistemas de Inspeção Municipal (SIM) e

atendem à indústria produtora de alimentos, ofertando o ser-

viço de controle de qualidade para a produção de alimentos.

Unianáliseso Laboratório da Univates

Page 30: Revista Sindilat 01

Sindicato da Indústria de Latí-cinios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul

Av. Mauá - n° 2011 - Sala 505 - Cen-tro - Porto Alegre / RS CEP 90030-180 - Fone:(51)3211-1111 - Fax:(51)[email protected]

DIRETORIATITULARESPresidente: Gilberto Antônio PiccininiVice-Presidente: Arno Alfredo Kopereck Mário Antônio FarinaDiretor Secretário: Henrique VontobelDiretor Tesoureiro:Marcos Luiz Zanatta

EDIÇÃO

Francke | Comunicação IntegradaAv. Carlos Gomes, 466 - cj. 07 - Bela VistaFone/Fax: 51 3273.3340www.francke.com.brEditora Responsável: Mariza Franck (Reg. Prof. 8611/RS)Redação: Teresa Maria Schembri (Reg. Prof. 6240/25/91 RS)Diagramação e Arte: Luciano Braga e Hélio de SouzaComercial: Raquel Diniz

30

destaque

Quem não quer levar uma vida mais leve? É este o con-

vite que a Perdigão faz aos consumidores com Batavo Pense

Light. A nova linha de iogurtes da marca Batavo foi especial-

mente preparada para quem busca saúde, prazer e bem-estar

sem abrir mão do prazer, do sabor e da praticidade. Ao trazer

uma fórmula com 0% de gordura e sem adição de açúcar, Pense

Light chega como a linha de iogurtes menos calórica do mer-

cado: são 50% de calorias a menos que os produtos regulares

e 10% a 15% de calorias a menos quando comparados com io-

gurtes lights da concorrência. Além do baixíssimo teor calórico,

os produtos Pense Light são enriquecidos com vitaminas A, C,

D e E. Composta por um mix de 23 produtos, a nova linha tam-

bém transmite a leveza da fórmula através da identidade visual

da família, com a predominância da cor azul turquesa.

saúde, prazer e bem-estar

Batavo Pense Light

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