5/7/2018 roteiro para relatório de campo - slidepdf.com
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Universidade Federal de Pernambuco
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Departamento de Antropologia e Museologia
Docente: Elaine Müller
Roteiro para apresentação de relatório da observação etnográfica
A partir de seu diário de campo e suas memórias sobre sua observação etnográfica,
construa um relatório que aborde e reflita:
• a escolha do tema e do lugar da observação etnográfica,
• o que observou (faça uma descrição),
• sua postura e como você foi afetado/a pelo exercício (você mudou sua percepção
sobre determinado evento ou lugar?),
•
o que encontrou de inesperado e os padrões de comportamento (descreva o quese repetia).
Faça pontes com a bibliografia do curso, citando, quando possível, as idéias abaixo:
“Mas é mais fácil e ao mesmo tempo mais difícil estudar fatos que se desenrolam sob
nossos olhos, tendo como palco nossa própria sociedade. Mais fácil, porque a continuidade
da experiência está salvaguardada, com todos os seus momentos e cada uma de suas
nuances; e também mais difícil, porque são nessas raríssimas ocasiões que percebemos a
extrema complexidade das transformações sociais, mesmo as mais tênues; e porque as
razões aparentes que atribuímos aos acontecimentos nos quais somos atores são muito
diferentes das causas reais que neles nos determinam algum papel.” (Lévi-Strauss, 2008, p.
14).1
“Em outras palavras, há uma série de fenômenos de grande importância que não podem ser
registrados através de perguntas, ou em documentos quantitativos, mas devem ser
observados em sua plena realidade. Denominemo-los os impoderáveis da vida real. Entre
eles se incluem coisas como a rotina de um dia de trabalho, os detalhes do cuidado com o
corpo, da maneira de comer e preparar as refeições; o tom das conversas e da vida social ao
redor das casas da aldeia (...)” (Malinowski, 1975, p. 55).
“Uma das características da abordagem antropológica é que se esforça em levar tudo em
conta, isto é, de estar atenta para que nada lhe tenha escapado. No campo, tudo deve ser
observado, anotado, vivido, mesmo que não diga respeito diretamente ao assunto que
pretendemos estudar.” (Laplantine, 2007, p. 156).
“Se é possível, e até necessário, distinguir aquele que observa daquele que é observado,
parece-me, em compensação, impensável dissociá-los. Nunca somos testemunhas objetivas
observando objetos, e sim sujeitos observando outros sujeitos. Ou seja, nunca observamos
os comportamentos de um grupo tais como se dariam se não estivéssemos ali ou se os
sujeitos da observação fossem outros.” (Laplantine, 2007, pp. 169-170).
“A suposição de o antropólogo, durante a observação participante, pode se manter neutro
ou, então, ‘pairar’ como uma ‘entidade’ acima da vida dos seus observados e nela não
interferir é, sem dúvida, uma visão pouco condizente com a realidade do trabalho de
campo.” (Silva, 2006, pp. 37-38).
Critérios para avaliação: exercício de observação de campo + domínio da bibliografia + coesão textual do relatório / 3.
1 Este texto não foi trabalhado em sala de aula, mas você pode refletir sobre a facilidade ou dificuldade
que encontrou ao fazer a sua observação etnográfica de algo que era próximo a você, ou então distante.
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