VALORAÇÃO DE UMA PEDREIRA
PELO MÉTODO DO FLUXO DE
CAIXA DESCONTADO
Bruno da Veiga Cabral
Marcelo Freitas de Araujo
Projeto de Graduação apresentado ao Curso de
Engenharia de Produção da Escola Politécnica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Orientador: Régis da Rocha Motta
Rio de Janeiro
Março de 2015
VALORAÇÃO DE UMA PEDREIRA PELO MÉTODO DO FLUXO DE CAIXA
DESCONTADO
Bruno da Veiga Cabral
Marcelo Freitas de Araujo
PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO
DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA ESCOLA POLITÉCNICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO.
Examinada por:
________________________________________________
Prof. Régis da Rocha Motta, Ph. D (Orientador)
________________________________________________
Prof. José Roberto Ribas, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Maria Alice Ferrucio da Rocha, D.Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
Março de 2014
Cabral, Bruno da Veiga
Araujo, Marcelo Freitas de
Valoração de uma Pedreira pelo Método do Fluxo
de Caixa Descontado – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola
Politécnica, 2013.
X, 66 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Regis da Rocha Motta
Projeto Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/
Curso de Engenharia de Produção, 2014.
Referencias Bibliográficas: p.65.
1. Pedreira. 2. Valoração. 3. Fluxo de Caixa
Descontado.
I. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola
Politécnica, Curso de Engenharia de Produção. II.
Valoração de uma Pedreira pelo Método do Fluxo de
Caixa Descontado
iv
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, ao nosso orientador, professor Régis Motta, um agradecimento
especial pela oportunidade de desenvolver este trabalho e pelas diversas orientações. Sem
o seu apoio, disponibilidade e paciência esse trabalho não seria possível.
Ao corpo docente do Departamento de Engenharia de Industrial, pela competência
científica e profissional transmitida, em especial aos professores Luiz Antônio Meirelles,
José Ribas, Maria Alice Ferruccio, Adriano Proença, Vinicius Cardoso, Edilson Arruda,
Renato Cameira e José Miguel.
Temos especial gratidão às nossas famílias, pois sem eles não teríamos percorrido
com tanto afinco toda a trajetória até aqui, para nos tornarmos engenheiros e cidadãos de
caráter moldado aos valores e experiências repassados ao longo dessa trajetória.
v
CABRAL, BRUNO DA VEIGA
ARAUJO, MARCELO FREITAS DE
VALORAÇÃO DE UMA PEDREIRA
PELO MÉTODO DO FLUXO DE
CAIXA DESCONTADO
[Rio de Janeiro] 2014
(DEI-POLI/UFRJ, Engenharia de Produção, 2014)
p. 66, 29,7 cm
Projeto de Graduação – Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Escola Politécnica, Departamento de Engenharia
Industrial, Curso de Engenharia de Produção
1 – Pedreira, 2 – Valoração, 3 – Fluxo de Caixa
Descontado
vi
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro de Produção.
VALORAÇÃO DE UMA PEDREIRA PELO MÉTODO DO FLUXO DE CAIXA
DESCONTADO
Bruno da Veiga Cabral
Marcelo Freitas de Araujo
Março/2014
Orientador: Régis da Rocha Motta
Curso: Engenharia de Produção
Atualmente, os agregados podem ser considerados as matérias primas minerais de
maior importância para o desenvolvimento socioeconômico de um país. O crescimento
populacional e da quantidade de bens e serviços que circulam em uma determinada região
estão diretamente relacionados ao consumo de minerais para o uso direto na construção
civil. A indústria de agregados minerais fornece insumos para a infraestrutura urbana,
industrial e modal. Nesse contexto, este trabalho pretende realizar a valoração da
Pedranorte, uma pedreira localizada na região sul de Minas Gerais.
Palavras-chave: Pedreira, Valoração, Fluxo de Caixa Descontado
vii
Abstract of the Graduation Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Industrial Engineer.
VALUATION OF A QUARRY BY DISCOUNTED CASH FLOW METHOD
Bruno da Veiga Cabral
Marcelo Freitas de Araujo
March/2014
Advisor: Régis da Rocha Motta
Course: Industrial Engineering
At present, minerals aggregates may be considered the raw materials of the most
important for the socio-economic development of a country. Population growth and the
amount of goods and services that circulate in a given region are related directly to the
consumption of minerals for direct use in civil construction. The mineral aggregates industry
provides inputs for urban, industrial and modal infrastructure. In this context, this work
intends to carry out the valuation of Pedranorte, a quarry located in the southern region of
Minas Gerais.
Keywords: Quarry, Valuation, Discouted Cash Flow
viii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12
1.1 Apresentação ............................................................................................... 12
1.2 Objetivos ...................................................................................................... 12
1.3 Metodologia .................................................................................................. 12
1.4 Limitações do Trabalho ................................................................................ 13
1.5 Estrutura do Estudo...................................................................................... 13
2. CONTEXTO HISTÓRICO E ATUAL DO SETOR DE AGREGADOS ................. 15
2.1 Os agregados minerais ................................................................................ 15
2.2 O mercado de agregados internacional ....................................................... 17
2.3 O mercado de agregados brasileiro ............................................................. 20
2.3.1. Brita .............................................................................................................. 23
3. Objeto de Estudo ............................................................................................... 25
3.1 Operações .................................................................................................... 26
3.1.1. Decape ......................................................................................................... 26
3.1.2. Desmonte ..................................................................................................... 27
3.1.3. Transporte Interno ........................................................................................ 28
3.1.4. Britagem ....................................................................................................... 29
3.1.5. Expedição .................................................................................................... 31
3.1.6. Oficina .......................................................................................................... 32
3.1.7. Serviços Auxiliares - Operações .................................................................. 32
3.2 Dados Financeiros ....................................................................................... 33
3.3 Mão de Obra ................................................................................................ 34
4. Método de Análise ............................................................................................. 34
4.1 Valoração Implícita ....................................................................................... 35
4.2 Valoração Relativa ....................................................................................... 38
4.3 Opções Reais ............................................................................................... 38
4.3.1 Modelos Discretos ........................................................................................ 38
4.3.2 Modelos Contínuos ...................................................................................... 39
4.4 Modelo Escolhido ......................................................................................... 40
5. Valoração ........................................................................................................... 41
5.1 Taxa de Desconto ........................................................................................ 41
5.1.1 Beta .............................................................................................................. 41
ix
5.1.2 Retorno Livre de Risco (𝑹𝒇) e Retorno de Mercado (𝑹𝒎) ........................... 45
5.1.3 Taxa de Desconto - Resultado ..................................................................... 47
5.2 Fluxo de Caixa - Premissas ......................................................................... 47
5.2.1 Orçamento ................................................................................................... 48
5.2.2 Faturamento ................................................................................................. 48
5.2.3 Impostos sobre Receita ................................................................................ 49
5.2.4 Custos de Produção ..................................................................................... 50
5.2.4.1 Mão de Obra Direta ............................................................................... 50
5.2.4.2 Manutenção ........................................................................................... 50
5.2.4.3 Combustíveis e Lubrificantes ................................................................. 52
5.2.4.4 Materiais de Desgaste ........................................................................... 53
5.2.4.5 Explosivos e Acessórios ........................................................................ 56
5.2.4.6 Eletricidade ............................................................................................ 57
5.2.4.7 Alugueis e Arrendamentos .................................................................... 58
5.2.4.8 Custo Total de Produção ....................................................................... 58
5.2.5 Despesas Administrativas ............................................................................ 58
5.2.6 EBITDA ........................................................................................................ 59
5.2.7 CAPEX ......................................................................................................... 59
5.2.8 Impostos Sobre o Lucro ............................................................................... 61
5.2.9 Fluxo de Caixa – Resultado ......................................................................... 61
5.3 Valoração – Resultado ................................................................................. 63
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 64
6.1 Conclusões .................................................................................................. 64
6.2 Perspectivas de Encaminhamento Futuro .................................................... 64
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 65
x
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Tipos de brita segundo o tamanho do grão ............................................... 17 Figura 2 - Distribuição da Produção Mineral nos EUA, em 2010 .............................. 18
Figura 3 - Participação da China no consumo mundial de metais de 1990 a 2013 ... 19 Figura 4 - Evolução da construção civil e participação do setor na economia .......... 20 Figura 5 - Variação (%) da produção beneficiada das principais substâncias minerais no Brasil de 2012 para 2013 ..................................................................................... 21 Figura 6 - Principais variações mensais de preços de pedra britada número 2, em 2013 .......................................................................................................................... 24 Figura 7 - Formas de consumo da pedra britada em 2013 ....................................... 24 Figura 8 - Pilha de Estéril .......................................................................................... 26
Figura 9 - Escadeira com Compressor ...................................................................... 27 Figura 10 - Área de Desmonte .................................................................................. 27 Figura 11 - Transporte Interno ................................................................................... 28 Figura 12 - Britador Secundário ................................................................................ 30
Figura 13- Britador Primário ...................................................................................... 30 Figura 14 - Linha de Britagem ................................................................................... 30 Figura 15 – Expedição .............................................................................................. 32 Figura 16 - Árvore de Decisão ................................................................................... 39
Figura 17 - Regressão Martin Marietta ...................................................................... 44 Figura 18 - Regressão Vulcan Materials ................................................................... 44
Figura 19 – Oficina .................................................................................................... 51
Figura 20 - Fluxo de Caixa ........................................................................................ 62
xi
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 - Principais utilizações dos agregados ...................................................... 15 Quadro 2 - Classificação quanto ao tamanho dos grãos de brita .............................. 16
Quadro 3 - Produção de Agregados na Europa, em 2010 ........................................ 18 Quadro 4 - Panorama Economia brasileira 2013 ...................................................... 20 Quadro 5 - Produção beneficiada das principais substâncias minerais no Brasil (2011-2013) ............................................................................................................... 22 Quadro 6 - Equipamentos de Desmonte ................................................................... 28
Quadro 7 - Equipamentos de Transporte Interno ...................................................... 29 Quadro 8 - Equipamentos Britagem .......................................................................... 31 Quadro 9 - Balanço de Massa ................................................................................... 31
Quadro 10- Equipamentos Expedição ....................................................................... 32 Quadro 11 - Faturamento .......................................................................................... 33 Quadro 12 - Funcionários por Área ........................................................................... 34 Quadro 13 - Cálculo do Beta ..................................................................................... 43
Quadro 14 - Cálculo de Beta para Empresas de Referência .................................... 45 Quadro 15- Taxa de Desconto .................................................................................. 47 Quadro 16 - Fatores de Produção ............................................................................. 48 Quadro 17 - Balanço de Massa e Preços .................................................................. 49
Quadro 18 - Impostos e Receita Líquida ................................................................... 49 Quadro 19 - Custos de Manutenção ......................................................................... 51
Quadro 20 - Horas de Operação - Máquinas e Equipamentos.................................. 52
Quadro 21 - Consumo de Diesel ............................................................................... 53
Quadro 22 - Materiais de Desgaste – Britagem ........................................................ 54 Quadro 23 - Metragem Perfurada ............................................................................. 54 Quadro 24 - Materiais de Desgaste – Perfuração ..................................................... 55
Quadro 25 - Materiais de Desgaste – Penetração .................................................... 55 Quadro 26 - Material de Desgaste – Rolamento ....................................................... 56
Quadro 27 - Material de Desgaste - Custo Total ....................................................... 56 Quadro 28 - Custo com Explosivos ........................................................................... 57 Quadro 29 - Custo com Energia ................................................................................ 57 Quadro 30 - Custo de Produção ................................................................................ 58
Quadro 31 - EBITDA Simulado ................................................................................. 59 Quadro 32 - Fluxo de Capex ..................................................................................... 61
Quadro 33 - Fluxo de Caixa ...................................................................................... 62 Quadro 34 - Valuation Final – Pedranorte ................................................................. 63
12
1. INTRODUÇÃO
1.1 Apresentação
Os agregados minerais são os insumos mais consumidos do mundo, para a indústria
da construção civil. Eles possuem diversas utilidades e podem promover a formação, a sua
volta, de polos de manufaturas para a construção civil. A exploração dos agregados se dá,
principalmente, em duas fontes: depósito sedimentar e pedreiras. As pedreiras são locais
abertos, de onde minerais são extraídos.
Paralelamente, hoje, um dos maiores desafios dos gestores das empresas e de
investidores é determinar um valor justo de uma organização. Isso se tornou ainda mais
complexo com o International Financial Reporting Standarts (IFRS), uma série de normas de
contabilidade, com validade internacional, publicadas e revisadas pelo International
Accounting Standards Board (IASB).
Determinar o valor justo de uma determinada empresa é extremamente importante,
pois auxilia na tomada de decisão de investimentos em fusões, aquisições ou, até mesmo,
na bolsa de valores. É relevante, também, para o conhecimento da própria empresa, dada a
necessidade dos sócios conhecerem seu próprio patrimônio. Nesse contexto, o presente
estudo visa fornecer o valor justo de uma pedreira localizada na em Minas Gerais,
denominada de Pedranorte.
1.2 Objetivos
O presente trabalho possui o objetivo de realizar a valoração de uma pedreira,
localizada na região sul de Minas Gerais, com o nome fictício de Pedranorte. Pretende-se
realizar a valoração dessa pedreira na situação atual utilizando o método do fluxo de caixa
descontado.
1.3 Metodologia
O trabalho se inicia com uma pesquisa bibliográfica sobre o tema e, posteriormente,
é realizado o estudo de caso. Para elaboração do estudo, foi necessário estudar a planta da
Pedranorte, operações realizadas para produção de rocha britada e o setor de agregados
minerais como um todo. Além disso, houve o levantamento de dados físicos e econômico-
financeiros, através de visitas ao local e informações fornecidas pelos atuais donos. Por fim,
foi utilizado o método do Fluxo de Caixa Descontado para realizar a valoração da pedreira
em estudo.
Como será exposto adiante, adiante, existem diversos métodos para a valoração de
um negócio. O método escolhido, além de ser o mais utilizado no mercado, foi usado
13
como base devido as limitações expostas adiante, especialmente o pouco volume de
dados no mercado.
1.4 Limitações do Trabalho
Como limitações do estudo são destacadas: a falta de dados consistentes do mercado
de agregados minerais brasileiros e a falta de dados relativos a custos da empresa. Quanto
ao primeiro ponto, essa falta de informação fez que fosse mais prudente realizar um fluxo de
EBITDA constante. Entende-se que, em um negócio que atende um raio pequeno, como o
de agregados, e que tem suas vendas diretamente afetadas pela variação da atividade
econômica nesse raio, é um grande desafio estimar crescimentos de apenas um negócio.
Porém, alguns países, como os EUA, já disponibilizam as vendas de agregados minerais de
cada estado e possuem estimativas de crescimento desses como um todo, no país.
Atualmente, a ANEPAC calcula a quantidade de agregados consumidos como um múltiplo
da quantidade de cimento, controlado pelo SNIC, não calculando o mesmo diretamente e
aumentando a margem de erro desse valor.
Quanto a falta de dados da empresa, isso gera um erro que pode ser significativo quanto
ao custo do produto. Em um processo de aquisição, são realizadas visitas mais frequentes
para reduzir o erro do custo marginal de produção. Porém, vale destacar que o valor
encontrado no fim do trabalho, R$ 11,40, foi considerado bem aderente a uma pedreira de
grande porte como a Pedranorte.
1.5 Estrutura do Estudo
O primeiro capítulo do presente trabalho, já apresentado acima se destina a fazer
uma introdução ao tema, apresentar os objetivos e a metodologia utilizada no projeto.
Em seguida, o segundo capítulo procura dar um overview sobre o setor de
agregados, abordando brevemente o que são os agregados minerais, o mercado
internacional e o mercado nacional, dando maior ênfase à brita, agregado produzido pela
Pedranorte, a pedreira em estudo.
Em seguida no capítulo 3, é apresentado mais detalhadamente o objeto de estudo,
com as operações que são realizadas na pedreira, os dados financeiros e o quantitativo
referente à mão de obra.
No capítulo 4, são apresentados os possíveis métodos de valoração e qual foi o
escolhido para ser aplicado no presente trabalho.
No capítulo 5, a valoração da Pedranorte é, de fato, realizada, sendo dividida no
cálculo da taxa de desconto, na determinação do fluxo de caixa e no resultado da valoração,
em si.
14
Por fim, no capítulo 6, são dadas algumas considerações finais, apresentando
limitações do trabalho e sugestões para encaminhamentos futuros.
15
2. CONTEXTO HISTÓRICO E ATUAL DO SETOR DE AGREGADOS
2.1 Os agregados minerais
Segundo La Serna e Rezende (2009) os agregados minerais para a construção civil
são materiais granulares, que não possuem forma e volume definidos, com dimensões e
propriedades estabelecidas para utilização em obras de engenharia civil. São exemplos de
agregados minerais: pedra britada, areia natural, cascalho, areia obtida por meio da
moagem da rocha, entre outros.
Os agregados minerais podem ser naturais ou artificiais. Bertolino et al. (2012) define
os naturais como aqueles produzidos naturalmente (sem utilização de nenhum processo
industrial) a partir de materiais rochosos consolidados e sedimentares. La Serna e Rezende
(2009) complementam apontando que os agregados naturais se encontram de forma
particulada na natureza e são três os principais: areia, cascalho e pedregulho. Os mesmos
autores, por outro lado, definem os artificiais como aqueles produzidos por algum processo
industrial, possuindo como principais exemplos: pedras britadas, escórias de alto-forno,
areias artificiais, argilas expandidas, entre outros.
Os agregados possuem diversas utilizações. A utilização de areias e britas, por
exemplo, está relacionada ao seu tamanho e granulometria. Podem chegar ao consumidor
final sem nenhuma mistura aglomerante, ou misturados ao cimento (no caso da preparação
do concreto). Abaixo é possível observar um quadro contendo as principais utilizações dos
agregados:
Quadro 1 - Principais utilizações dos agregados Fonte: Adaptado de KULAIF, Yara (2001)
Agregado Utilização
Areia Artificial e Areia Natural
Assentamento de bloquetes, tubulações em geral,
tanques, emboço, podendo entrar na composição
de concreto e asfalto
Pedrisco / Brita 0
Confecção de pavimentação asfáltica, lajotas,
bloquetes, intertravados, lajes, jateamento de
túneis e acabamentos em geral
Brita 1
Intensivamente na fabricação de concreto, com
inúmeras aplicações, como na construção de
pontes, edificações e grandes lajes
Brita 2 Fabricação de concreto que exija maior
resistência, principalmente em formas pesadas
Brita 3 Também denominada pedra de lastro utilizada
nas ferrovias
16
Brita 4 Produto destinado a obras de drenagem, como
drenos sépticos e fossas
Rachão, pedra de mão ou pedra
marroada
Fabricação de gabiões, muros de contenção e
bases
Brita graduada Em base e sub-base, pisos, pátios, galpões e
estradas
A Pedranorte, assim como qualquer pedreira, tem a brita como seu principal produto,
mas também pode vender outros materiais, como saibro, e areia artificial. A brita é um
agregado mineral artificial que pode ser obtida da exploração de jazidas de rochas de
diversos tipos, dependendo das características geológicas locais. Como se pôde observar
no quadro acima, a brita pode ser de vários tipos, de acordo com o tamanho dos grãos.
Quadro 2 - Classificação quanto ao tamanho dos grãos de brita Fonte: Elaboração própria
Numeração Tamanho (mm)
Pó de Pedra Inferior a 5
Número 0 5 a 10
Número 1 10 a 19
Número 2 19 a 32
Número 3 32 a 50
Número 4 50 a 100,0
Rachão/Pedra de mão 100 a 150
Mataco Acima de 150
Brita Corrida Indefinido
De acordo com a numeração a brita possui uma aplicação específica. O Pó de Pedra
é muito usado para massas asfálticas e formação de britas graduadas, que podem servir
futuramente como massa asfáltica ou sub-bases. As britas de número 0 e 1 são utilizadas
para confecção de massa asfáltica, concretos em geral, lajes pré-moldadas, estruturas de
ferragem densa, artefatos de concreto (pré-moldados), chapiscos e brita graduada para
base de pistas. A de número 2 tem aplicação para confecção de concreto em geral e
drenagem. A de número 3 é utilizada para reforço de subleito para pistas de tráfego pesado
e lastros de ferrovias. A brita 4 é usada para fossas sépticas, sumidouros, gabião, reforço de
subleito para pistas de tráfego pesado, lastros de ferrovias e concretos ciclópicos. O Rachão
é a brita que passou apenas pelo britador primário, como será exposto adiante, não tendo
concluído o processo de britagem por completo. Essa pedra é muito usada para muros de
contenção. Os Matacos por muitos não são considerados um produto, pois são pedras que
17
não passam por qualquer processo de britagem, apenas a detonação da bancada. Eles são
usados como pedras de enroncamento, juntamente com rachões, para aterros e portos.
Brita Corrida são materiais menos nobres, usados para fazer aterros e terraplanagens, e são
formados pela rocha que não tem uma granulometria fixa, sendo a mistura de vários tipos de
brita com terra.
A ABNT regulamenta os tamanhos de brita através da NBR 7525, e segundo essa
norma a numeração das britas começaria da brita 1, e teria dimensões similares a
apresentada no quadro 2. Por se tratar de um mercado formado por micro regiões, já que os
transportes da pedreira para o consumidor final são pequenos, as nomenclaturas variam
muito entre as regiões do país. Assim sendo, essa nomenclatura caiu em desuso, e está
sendo revista.
Figura 1 - Tipos de brita segundo o tamanho do grão Fonte: Elaboração própria
2.2 O mercado de agregados internacional
Segundo a United States Geological Survey (USGS) (2011), os agregados minerais
são as matérias primas mais importantes utilizadas na construção civil, tendo o concreto, por
exemplo, como o segundo material mais consumido em volume no mundo, perdendo,
apenas, para a água.
Luz e Almeida (2012) ao analisar, por exemplo, o mercado americano, afirmam que a
produção total de agregados teve um crescimento de 58 milhões de toneladas em 1900,
para 2,5 bilhões de toneladas, pouco menos de 10 anos depois. A importância dos
agregados pode ser observada no gráfico abaixo, que apresenta a distribuição da produção
mineral americana em 2010.
18
Figura 2 - Distribuição da Produção Mineral nos EUA, em 2010 Fonte: Adaptado da United States Geological Survey
Segundo a USGS (2011), a produção de agregados nos EUA, em 2011, era de 4,5
bilhão de toneladas. Cerca de 1600 empresas, responsáveis por um total de 4000 unidades
produtivas (presentes em 50 estados norte americanos) compunham esse mercado.
Ao analisar a Europa, em 2010, segundo a UEPG (2011), foram produzidos 3,25
bilhões de toneladas de agregados, distribuídos por aproximadamente 24 mil unidades
produtivas. Esse é o bem mineral mais consumido no continente europeu.
Um ponto importante de ressaltar é que a Europa, ainda segundo a UEPG (2011), é
o continente que mais recicla entulho proveniente de construções e demolições. Dentre os
países europeus, a Alemanha possui maior destaque nesse quesito. De acordo com a
UEPG (2011), esse país recicla 61 milhões de toneladas, sendo a Inglaterra a segunda
colocada, com 46 milhões de toneladas, seguida pela Holanda e pela Polônia com 22
milhões de toneladas recicladas, em 2010. Abaixo é possível observar a produção de
agregados na Europa em 2010:
Quadro 3 - Produção de Agregados na Europa, em 2010 Fonte: Adaptado de UEPG (2011)
Milhões de Toneladas
Países Produtores Total de Extração
Areia e Cascalho Brita
Agregados Moinhos
Agregados Reciclados
Agregados Manuf.
Produção Total
Alemanha 1280 2265 236 217 5 61 36 555
Áustria 1062 1362 61 31 0 4 2 98
Bélgica 78 104 16 43 3 15 1 78
Bulgária 190 280 11 14 0 0 0 25
Chipre 23 23 0 12 0 0 0 12
Croácia 260 338 7 22 0 0 0 29
Dinamarca 350 500 30 0,2 9 5 0 44,2
19
Eslováquia 180 305 11 18 0 0 0 29
Espanha 1555 1765 66 171 0 1 0 238
Finlândia 400 2091 16 47 0 1 1 65
França 1428 2481 140 209 6 15 6 376
Grécia 192 213 1 70 0 0 0 71
Holanda 65 160 47 0 45 22 0 114
Hungria 100 100 37 20 0 0 0 57
Inglaterra 727 1275 45 86 10 46 10 197
Irlanda 150 600 19 20 0 0 0 39
Itália 1550 2460 210 140 0 0 0 350
Noruega 710 927 13 51 0 2 0 66
Polônia 2044 1786 131 49 0 22 1 203
Portugal 617 1081 25 25 0 0 0 50
Rep. Checa 198 384 24 41 0 0 0 65
Romênia 430 745 25 12 0 1 0 38
Sérvia 20 70 12 8 0 0 0 20
Suécia 985 2109 20 58 0 1 6 85
Suíça 540 535 33 5 4 5 0 47
Turquia 770 770 25 290 0 0 0 315
Totais 15904 24729 1261 1659 82 201 63 3266
Dentre os países acima, vale destacar a Alemanha, França, Itália, Turquia e
Espanha, como, respectivamente, os 5 maiores produtores de agregados da Europa.
Por fim, vale destacar que, de acordo com a ANEPAC (2008), a Ásia corresponde a
50% da demanda mundial de agregados. Dentre os diversos países asiáticos, a China lidera
o consumo dessa matéria prima, demandando mais de 4 bilhões de toneladas por ano.
Abaixo é possível ter uma visão da participação da China no consumo de metais de 1990 a
2013.
Figura 3 - Participação da China no consumo mundial de metais de 1990 a 2013 Fonte: Sumário Executivo do Departamento Nacional de Produção Mineral (2014)
20
2.3 O mercado de agregados brasileiro
Em um primeiro momento, se faz necessário realizar um panorama econômico do
mercado brasileiro como um todo. Segundo o Relatório Anual do Sindicato Nacional da
Indústria do Cimento (2013) a economia brasileira em 2013 teve um desempenho melhor
em relação ao ano anterior, com crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5%. O PIB
per capita também teve um aumento de 2012 para 2013 de 1,6%. Além disso, o setor
industrial e de serviços tiveram alta de 1,7% e 2,2%, respectivamente.
Quadro 4 - Panorama Economia brasileira 2013 Fonte: Relatório Anual do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (2013)
Indicadores Selecionados ∆%
PIB - taxa de crescimento 2,5
PIB per capita - taxa de crescimento 1,6
PIB indústria - taxa de crescimento 1,7
PIB serviços - taxa de crescimento 2,2
Construção civil - taxa de crescimento 1,6
Como observado no quadro acima, apesar do setor de Construção Civil ter
apresentado um crescimento de 1,6% de 2012 para 2013, o mesmo teve um desempenho
pior que a economia como um todo. Assim, a participação do setor no PIB apresentou uma
queda em relação ao ano de 2012, como pode ser visto na figura abaixo.
Figura 4 - Evolução da construção civil e participação do setor na economia Fonte: Relatório Anual do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (2013)
Para tal aumento da Construção Civil, o setor de agregados minerais, também
apresentou um crescimento, que pode ser observado na variação da produção beneficiada
entre os anos de 2012 e 2013. Segundo o Sumário Executivo do Departamento Nacional de
21
Produção Mineral de 2014 (DNPM) a produção de areia, teve um aumento de 2,2% e a
produção de pedra britada cresceu 2,3%. Ainda assim, os agregados minerais possuem
pouca representatividade em relação ao mercado mundial (Quadro 4).
Figura 5 - Variação (%) da produção beneficiada das principais substâncias minerais no Brasil de 2012 para 2013
Fonte: Sumário Executivo do Departamento Nacional de Produção Mineral (2014)
22
Quadro 5 - Produção beneficiada das principais substâncias minerais no Brasil (2011-2013) Fonte: Sumário Executivo do Departamento Nacional de Produção Mineral (2014)
23
2.3.1. Brita
Segundo o Relatório Anual de Brita e Cascalho do Departamento Nacional de
Produção Mineral (DNPM) (2014), o Brasil é um país abundante em recursos geológicos
para obtenção desses agregados. Isso acontece, pois a brita e o cascalho podem ser
obtidos a partir da exploração de jazidas de diversos tipos de rochas.
Ainda segundo o mesmo relatório, no aspecto produção de brita o Brasil possui um
bom posicionamento. Excetuando-se o Acre, que é um importador, todas as unidades de
federação do Brasil são produtoras desse agregado. Além disso, o mercado produtor é
composto por empresas de diversas naturezas, indo desde mineradoras tradicionais, cujo
produto core é a própria brita, até empresas componentes de grandes produtores de
produtos que utilizam esse agregado como insumo. Nesse último caso, esse grandes
produtores funcionam de modo vertical, possuindo, muitas vezes, associação a construtoras
de grande porte. Entre eles de destacam a Votorantim Agregados, empresa do grupo
Votorantim, que possui atualmente 30 unidades produtores de brita e 8% do Market share
nacional, sendo o principal produtor de brita brasileiro.
Um ponto importante a ser destacado, ainda segundo o Relatório Anual do DNPM
(2014) é que, por se tratar de um produto de baixo valor agregado, o mercado brasileiro de
brita se caracteriza por ser regional, já que o valor do frete representa um relevante
adicional de custo. Analisando no detalhe, o estado que consumiu o maior percentual da
produção nacional, em 2013, foi São Paulo, que consumiu 27% do total produzido no país.
Em segundo lugar se encontra Minas Gerais, com um consumo de 11% do total produzido
nacionalmente em 2013. Esse estado é onde a pedreira em estudo nesse trabalho está
localizada.
Em relação aos preços, o Relatório Anual de Brita e Cascalho do DNPM (2014)
apontou uma queda de 2,3% de 2012 para 2013 no preço médio nacional, considerando a
Brita número 2. Como é possível observar na Figura 6, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato
Grosso do Sul operaram com preços mais baixos, com média de R$ 50,00/m³. Por outro
lado, Rondônia, Roraima e Acre, operaram com preços maiores. Isso aponta a existência de
problemas de abastecimento nesses estados, que não possuem jazidas de rochas em
condições de exploração em seu entorno.
24
Figura 6 - Principais variações mensais de preços de pedra britada número 2, em 2013 Fonte: Sumário Executivo do Departamento Nacional de Produção Mineral (2014)
Em relação ao consumo, como já citado anteriormente, a indústria de construção,
tanto a parte de edificações como a de obras de infraestrutura, é o maior consumido de
brita. A Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento da Mineração (DIPLAM) cita em seu
Sumário Mineral (2013) as principais formas de consumo da pedra britada: lojas de
materiais de construção (revenda), concreto pré-misturado, concreto asfáltico, material para
compor a base/sub-base de rodovias, lastro rodoviário, enroncamento e fabricação de pré-
moldados de concreto. Abaixo é possível ter um overview de como está dividido o consumo
da brita.
Figura 7 - Formas de consumo da pedra britada em 2013 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
25
3. Objeto de Estudo
A empresa a ser analisada, chamada pelo nome fictício de Pedranorte, é uma
pedreira localizada na região sul de Minas Gerais. Inaugurada em 1978, a Pedranorte foi a
primeira pedreira da região e seu crescimento foi impulsionado pelo grande volume de obras
no local dos anos 2000 até o presente momento. Nos últimos anos, se iniciaram as obras de
um aeroporto no município da pedreira e uma rodovia próxima está sendo duplicada. Sendo
assim, a empresa passou de uma pequena empresa familiar para uma empresa de médio
porte que produz cerca de 55 mil toneladas de pedra britada por mês, com faturamento
superior a R$ 1.500.000,00 por mês.
Logicamente, uma informação fundamental para qualquer valuation realizado no
setor de exploração mineral é o tamanho da reserva. Essa informação influenciará no
período que o fluxo poderá ser projetado, uma vez que, diferente de outras indústrias, não é
possível assumir uma perpetuidade nesse setor. Essa informação só pode ser tida com
exatidão por uma cubagem da reserva, mas, segundo dados dos geólogos do local, foi
estimado que a reserva da Pedranorte gira em torno de 15 a 20 milhões de toneladas.
Sendo uma empresa familiar, que possui 3 irmãos sócios diretores, a empresa não
conseguiu acompanhar o crescimento do mercado nos últimos 5 anos e pela primeira vez
começou a perder o Market Share da região, que chegou a ser de quase 100% a uma
década. Assim, surgiu a possibilidade de venda de quotas da empresa para que os sócios
possam se capitalizar e expandir sua capacidade produtiva. Com esse objetivo, foram
disponibilizadas diversas informações que serão apresentadas no presente estudo. Logo,
todos os dados apresentados nessa sessão são verdadeiros, exceto pelo nome e pela
localização da pedreira, que foram alterados por motivos de confidencialidade.
Assim como diversas outras empresas familiares, a Pedranorte possui um bom
controle de seu faturamento e os sócios tem alguma ideia de quanto retiraram de dividendos
da empresa nos últimos anos, porém não existe um controle detalhado de custos. Além
disso, não existe um processo formal de pagamento de dividendos, até porque a empresa
não utiliza o princípio contábil da Entidade, que preza que o patrimônio dos sócios não deve
se misturar com o patrimônio da empresa. Será necessária, então, a realização de um
estudo mais apurado da operação da empresa, detalhando cada setor, de modo a ser feito
um orçamento preliminar e, com base nesse, estimar o fluxo de caixa gerado pela empresa.
26
3.1 Operações
3.1.1. Decape
A primeira etapa para a produção de rocha britada é o chamado Decape. Nela, o
material que não será britado, também chamado de Estéril, é retirado da superfície da rocha
e deslocado para um local separado chamado de “bota-fora”, onde deve ser depositado e
compactado. A pedreira em análise terceiriza essa etapa para uma empresa que realiza
todo esse procedimento, de escavação, transporte, depósito e compactação por R$ 6,00 por
m³ de estéril.
Como esse processo é terceirizado, não há necessidade de maior aprofundamento
em como ele é realizado no presente estudo. Considerando que a empresa responsável
cumpra o cronograma de Decape, fazendo com que esse não se torne um gargalo
produtivo, apenas 2 variáveis de custo são importantes nessa etapa. A primeira delas é o
preço cobrado por m³ de estéril extraído, e a segunda é a relação de estéril/minério da
pedreira. Ou seja, a cada m³ de estéril retirada, quanto será pago para a empresa
prestadora de serviço e quantos m³ de minério estarão disponíveis para Desmonte. Para se
obter esse número exato é necessária uma sondagem, através da qual será possível
determinar esse valor em cada fase da evolução do plano de Lavra. Porém, podemos usar
uma estimativa bastante conservadora dada pelos geólogos que visitaram a unidade, que é
de 1/10.
Figura 8 - Pilha de Estéril Fonte: Elaboração Própria
27
3.1.2. Desmonte
O Desmonte é a etapa que tem como objetivo colocar a rocha em tamanhos
desejáveis no chão, pronta para ser posta no britador primário. Ou seja, seguindo um
planejamento de produção do britador primário, se estabelece qual o volume de rocha deve
ser colocado no chão para alimentar esse britador. Com esse volume definido, o Engenheiro
responsável planeja quantos furos deverão ser feitos na rocha, a que espaçamento,
afastamento e altura para suprir essa demanda. Nesses furos são colocados os explosivos a
uma razão de carga de explosivo (kg) por quantidade de rocha desmontada (ton) e é
realizada a detonação, sempre em dias pré-estabelecidos para que os procedimentos de
segurança sejam devidamente cumpridos.
No presente estudo é considerada, também, como parte integrante do trabalho de
Desmonte a redução do tamanho das rochas após a detonação. Ou seja, mesmo após a
detonação, uma parte razoável da rocha, chamadas de Matacos, deve ter seu tamanho
reduzido para que possam ser postas no britador. Caso contrário haverá o chamado
“engaiolamento”, nome dado para quando uma rocha de volume superior à abertura do
britador é descarregada no mesmo, causando uma interrupção, e possível danificação do
equipamento. Para evitar esse problema são usadas escavadeiras acopladas com
rompedores hidráulicos, que devem identificar os Matacos de tamanho maior que o
suportado pelo britador e reduzi-las.
São utilizadas nessa etapa 3 perfuratrizes, sendo 2 pneumáticas e 1 hidráulica e 2
escavadeiras acopladas com rompedores. Para a operação de cada perfuratriz pneumática,
logicamente, é necessário um compressor de ar.
Figura 9 - Escadeira com Compressor Fonte: http://adm.tecter.com.br/application/views/img/
equipamento/itens/escavadeira_hidraulica_caterpillar_cat_320dl___rompedor.jpg
Figura 10 - Área de Desmonte Fonte: Elaboração Própria
28
3.1.3. Transporte Interno
Uma vez que a rocha esteja no chão, em tamanho ideal para britagem, ela pode ser
transportada para o Britador Primário onde se iniciará sua redução até que ela se possa ser
vendida como Brita. Para esse transporte são utilizadas escavadeiras que coletam a rocha
no chão e colocam em caminhões, que depositam sua carga no Britador e retornam para
serem recarregados. Na Pedranorte esse carregamento é feito por 3 escavadeiras e 4
caminhões, porém, na mina existem 5 caminhões. Um caminhão é usado para revezamento,
possibilitando as manutenções dos demais sem reduzir a capacidade do setor.
Importante ressaltar que, na Pedranorte, a linha de britagem se localiza a uma
altitude menor do que o local de onde as rochas são extraídas. Sendo assim, os caminhões
Figura 11 - Transporte Interno Fonte: Elaboração Própria
Equipamento Marca Quantidade
Perfuratriz Hidráulica FuruKawa 1
Perfuratriz Pneumática PW 500 2
Compressor de Ar Atlas Copco XA 420 1
Compressor de Ar Chicago 900 Q 1
Escavadeira Volvo EC 360 2
Rompedor Atlas 2
Quadro 6 - Equipamentos de Desmonte Fonte: Elaboração Própria
29
transportadores podem descer carregados e subir descarregados, o que resulta em uma
economia considerável de combustível. Além disso, a mina se localiza próxima à linha de
britagem, cerca de 400 metros. Sendo assim, o tempo de ciclo do carregamento do britador,
que conta o início do carregamento do caminhão, seu deslocamento, descarga, retorno e
início de um novo carregamento, de, em média, 12 minutos.
3.1.4. Britagem
A Britagem é considerada a parte central de qualquer pedreira. Em primeiro lugar, é
o setor que demanda os maiores investimentos e possui a maior relação de investimento /
capacidade setorial, fazendo com que seja projetado para ser o gargalo de toda a operação.
Além disso, diferentemente das outras etapas em que é possível realizar algumas
modificações sem parar a produção, a parada de alguma parte da linha de britagem
geralmente significa a interrupção da produção.
Os caminhões responsáveis pelo Transporte Interno descarregam os Matacos em
um alimentador vibratório próximo a boca do primário que faz com que esses caiam em uma
esteira que o alimenta. O Britador Primário é um britador que opera através de uma
mandíbula trituradora que reduz a granulometria das pedras até o chamado Rachão, ou
Pedra de Mão.
Após a passagem pelo Britador Primário, os Rachões produzidos por ele são
transportados por correias transportadoras até um ou mais britadores secundários. Nesses a
rocha fica localizada entre um cone giratório e uma parede metálica, sendo novamente
triturada. Algumas pedreiras optam por colocar britadores cônicos em série, criando um
britador secundário e um terciário, e outras os colocam em paralelo. Geralmente opta-se por
coloca-los em paralelo quando a capacidade do britador primário é muito superior do que a
dos secundários e em série quando se deseja gerar uma proporção maior de britas de maior
valor agregado no fim do processo.
Equipamento Marca Quantidade
Escavadeira Volvo EC 250 1
Escavadeira New Holland 215 E 1
Escavadeira Volvo EC 240 1
Caminhão Scania P 420, 8x4 2
Caminhão Ford Cargo, 6x4 1
Caminhão Volvo FM 12, 8x4 1
Caminhão Merdez Benz 1113 1
Quadro 7 - Equipamentos de Transporte Interno Fonte: Elaboração Própria
30
A Pedranorte possui toda sua linha de britagem de uma marca que é referência
nesse mercado, a Metso. Ela possui um britador mandíbula (primário) e dois cônicos, que
ela optou por colocar em série, visando uma maior proporção de Brita 0 e Brita 1. Além
disso, ela optou por colocar um britador quaternário, um Vertical Shaft Impact (VSI), também
Metso. Esse último britador é responsável por dar maior conformidade aos materiais de
maior granulometria da Pedranorte, em especial a Brita 0 e ao Pó de Pedra, que, devido a
esse equipamento, pode ser vendido como também como Areia Artificial.
Figura 13- Britador Primário Fonte: Metso
Figura 12 - Britador Secundário Fonte: Metso
Figura 14 - Linha de Britagem Fonte: Elaboração Própria
31
Os principais outputs que devemos tirar dessa etapa para realização da valoração da
pedreira são os custos de operação, a capacidade de produção e o balanço de massas, ou
seja, ao final do processo, qual é o percentual de cada material gerado. O custo dessa etapa
será detalhado adiante, quando for realizado o orçamento da unidade. A capacidade
instalada da unidade é fortemente limitada pelo Britador Primário, que é capaz de produzir
220 toneladas/hora. O balanço de massas resultante de todo esse processo de britagem
está representado no quadro abaixo.
Vale ressaltar que também podem ser vendidos outros produtos não inclusos no
Balanço de Massa do Quadro 09. Esses produtos são vendidos apenas sobre demanda,
como o Rachão, a Brita 2, Brita 3, entre outros. Eles podem ser produzidos pela retirada de
material em um processo intermediário, como no caso do Rachão, que é retirado do estoque
pulmão que alimenta o Britador Secundário, ou pela mudança na peneira de classificação.
3.1.5. Expedição
Após passar pelo britado, temos diversos produtos prontos para expedição. Essa é a
etapa final controlada pelo setor produtivo da pedreira e se resume a colocação do produto
desejado nos caminhões de entrega, que podem ser de propriedade da pedreira ou de
terceiros. No caso da Pedranorte, são utilizados nessa etapa 3 carregadeiras, mas, como a
pedreira não realiza frete próprio, não existem caminhões para entrega.
Produto Percentual
Bica Corrida 10%
Areia Industrial 10%
Pó de Pedra 15%
Brita 0 35%
Brita 1 30%
Equipamento Modelo
Britador Primário Metso C 125 B
Britador Secundário Metso HP 300
Britador Terciário Metso HP 200
Britador VSI Metso Barmac 7150
Peneira Primária Metso 2x6; 3 decks
Peneira Secundária Metso 2,4x6; 3 decks
Peneira Escalpe Simplex 2x5, 2 decksQuadro 8 - Equipamentos Britagem
Fonte: Elaboração Própria
Quadro 9 - Balanço de Massa Fonte: Elaboração Própria
32
3.1.6. Oficina
Uma área fundamental da produção que funciona em paralelo com as demais áreas
é a Oficina. Essa é responsável por realizar manutenções preventivas e corretivas, além de
ser a área que realiza a troca de alguns materiais de desgaste, como Bits de Escavadeiras,
Pneus, Cones e Mandíbulas de Britagem. Como será visto adiante, essa é a área com maior
número de funcionários, e responsável por um dos maiores custos de qualquer pedreira.
3.1.7. Serviços Auxiliares - Operações
Além das 6 etapas já descritas, outras etapas que são importantes em qualquer
pedreira são os Serviços Auxiliares, como a umidificação das vias de acesso, realizada por
Caminhões Pipa, o transporte de funcionários e o abastecimento das máquinas, realizado
por um Caminhão Comboio. A umidificação das vias de acesso da pedreira é fundamental
para a redução da emissão de poeira, dada a grande movimentação de caminhões nessa
área. O transporte de funcionários também é importante uma vez que essas empresas
Equipamento Marca Quantidade
Carregadeira CAT 950 1
Carregadeira Volvo L 120 2
Quadro 10- Equipamentos Expedição Fonte: Volvo – Elaboração Própria
Figura 15 – Expedição Fonte: Volvo - Manual técnico volvo L120
33
operam em lugares onde não há transporte público acessível, já que são, em geral, zonas
rurais.
A Pedranorte optou por terceirizar 2 dessas etapas. Sendo assim ela paga a uma
empresa terceirizada R$ 15.000,00/mês para realizar o transporte de seus funcionários, e
R$ 24.000,00 /mês para um prestador de serviços manter 2 caminhões Pipa rodando em
sua pedreira. Nesses valores, logicamente, estão inclusos os motoristas e a manutenção do
equipamento, fazendo com que a empresa não precise se preocupar com essas etapas.
Quanto ao caminhão comboio, a Pedranorte possui um próprio. Esse caminhão
realiza diariamente uma rotina de abastecimento de máquinas, abastecendo escavadeiras,
carregadeiras, caminhões, o pipa e o ônibus e a até a si mesmo.
3.2 Dados Financeiros
Como dito anteriormente, a contabilidade da empresa em análise é bastante
precária, até porque ela opera no regime de lucro presumido, sendo necessária a estimativa
de valores mais precisos. Porém, existe um controle razoável do faturamento mensal da
mesma em 2012 e 2013, assim como do volume de vendas, medido em toneladas.
Observando o Quadro 11 percebe-se que o crescimento da empresa no último ano
foi muito significativo, tendo crescimento 20% em suas vendas e 23% no seu faturamento,
no total do ano. Logo, o preço médio não subiu muito, apenas 2,5%, porém isso não diminui
a grande trajetória de crescimento que a empresa vem passando. Entende-se então o
motivo pelo qual os sócios originais desejam negociar suas quotas, se capitalizar para
aproveitar da melhor maneira possível esse forte crescimento.
Os sócios estimam também que, desconsiderando as despesas financeiras, que, por
sinal, são bastante reduzidas, conseguiriam retirar de 4 a 5 milhões da empresa ao ano,
mantendo a pedreira nas condições de origem. Ou seja, o Lucro Líquido da Pedranorte,
Período Faturamento Expedição Preço MédioCrescimento Faturamento
(2014/2013)¹
Crescimento Vendas
(2014/2013)¹
2012 - 1º Tri 2.894.708,25R$ 103.207 Ton R$ 28,05 /Ton - -
2012 - 2º Tri 3.348.228,17R$ 120.283 Ton R$ 27,84 /Ton - -
2012 - 3º Tri 4.381.228,24R$ 165.017 Ton R$ 26,55 /Ton - -
2012 - 4º Tri 3.768.274,15R$ 137.958 Ton R$ 27,31 /Ton - -
2013 - 1º Tri 3.750.336,10R$ 133.249 Ton R$ 28,15 /Ton 30% 29%
2013 - 2º Tri 4.445.787,19R$ 156.275 Ton R$ 28,45 /Ton 33% 30%
2013 - 3º Tri 4.813.107,75R$ 167.475 Ton R$ 28,74 /Ton 10% 1%
2013 - 4º Tri 4.666.062,12R$ 173.790 Ton R$ 26,85 /Ton 24% 26%
¹ Crescimento percentual em relação ao mesmo trimestre do ano anterior
Quadro 11 - Faturamento Fonte: Elaboração Própria
34
acrescido da Depreciação Contábil, e diminuindo o Capex realizado para manutenção das
máquinas e equipamentos, sem considerar expansões de capacidade, seria equivalente a
esse valor. Esse valor é de suma importância, já que deve ser similar ao orçamento que
será feito adiante.
3.3 Mão de Obra
Diferentemente dos outros itens de custo, foi possível ter acesso total a folha salarial
da pedreira em análise. A Pedranorte conta atualmente com um quadro de 42 funcionários
ligados diretamente a produção e 29 no setor administrativo, incluindo ai vendas e
financeiro. A relação desses funcionários, assim como seus salários e o custo total deles por
mês, considerando férias, INSS, FGTS, adicionais, Seguro Saúde, alimentação, Bônus e
Horas extra, podem ser vistos no Anexo 1. Para o cálculo do custo total do empregado é
considerado que os encargos trabalhistas e benefícios pagos ao empregado irá se equivaler
ao salário dele. Essa estimativa é ligeiramente conservadora, o custo normal desses itens
gira em torno de 80 a 90% do salário, mas, considerando eventuais horas extras e
pagamentos por insalubridade, ela pode ser utilizada.
Como pode ser visto, o setor de manutenção e o setor administrativo são os que
mais consomem recursos da organização, que possui uma folha de R$ 146 mil por mês e
estima-se que gasta cerca de R$ 3.500.000 por ano em mão de obra, com todos os
impostos e benefícios. O maior salário se encontra no setor de britagem, onde está alocado
o gerente de produção.
4. Método de Análise
Existem diferenças formas de se obter o valor de uma empresa. Essas formas irão
variar de acordo com as informações que você tem da empresa, as informações sobre o
setor no qual ela está inserida, informações sobre o mercado, entre outras. Segundo
Quadro 12 - Funcionários por Área Fonte: Elaboração Própria
Centro de Custo Quantidade Salário Médio Salário Total Custo Total (Mês) Custo Total (Anual)
DESMONTE 9 1.740,77R$ 15.666,94R$ 31.333,88R$ 376.006,56R$
TRANSPORTE INTERNO 7 2.111,48R$ 14.780,35R$ 29.560,70R$ 354.728,37R$
BRITAGEM 7 3.376,17R$ 23.633,19R$ 47.266,37R$ 567.196,47R$
EXPEDIÇÃO 3 1.797,60R$ 5.392,80R$ 10.785,60R$ 129.427,20R$
MANUTENÇÃO 16 1.956,83R$ 31.309,27R$ 62.618,54R$ 751.422,48R$
ADMINISTRATIVO 29 1.895,75R$ 54.976,76R$ 109.953,52R$ 1.319.442,25R$
35
Damodaran (2013) existem 3 grandes maneiras de se valorar um negócio: Valoração
Implícita, Valoração Relativa e Opções Reais.
4.1 Valoração Implícita
Damodaran classifica como Valoração Implícita qualquer forma de valuation no qual
se usam apenas os dados da empresa para se obter seu valor. Qualquer forma de
valoração que usa basicamente o Balanço, o Demonstrativo de Resultados do Exercício
(DRE) e projeções de crescimento da empresa para definir seu valor, está classificada
nessa categoria. Claramente alguns dados do mercado também são usados nessa forma de
valoração, como o Beta do setor.
A forma mais comum, mas não a única de valoração implícita é a valoração pelo
Fluxo de Caixa Descontado. Nesse método, projeta-se o fluxo de caixa da empresa durante
um período pré-definido e se usa uma taxa de desconto para trazer o caixa gerado pela
empresa para seu valor presente. Sendo assim, são necessários dois elementos: projetar o
fluxo de caixa e definir uma taxa de desconto.
Basicamente resume-se esse método na seguinte fórmula:
𝑉𝑃𝐿 = ∑𝐹𝐶𝑗
(1 + 𝑖)𝑗
Onde;
𝐹𝐶𝑖= Fluxo de Caixa no período j
i = Taxa de Desconto
j = Período de Avaliação
Apesar de simples, existe uma série de variações desse método capazes de gerar
grandes discussões no meio acadêmico e executivo. Uma delas é qual fluxo de caixa está
sendo descontado, o fluxo de caixa gerado pela empresa, ou o fluxo de caixa disponível ao
acionista. Caso se escolha a primeira opção a taxa a ser usada deve ser a chamada
Weighted Average Cost of Capital (WACC), que nada mais é do que uma média do custo de
capital dos acionistas com o custo de capital cobrado pelos credores da empresa,
ponderado pela estrutura de capital da empresa. O princípio do cálculo do WACC é que o
capital aplicado na empresa tem duas origens: seus sócios e seus credores, porém, esses
dois elementos cobram taxas diferentes.
Para calcular a taxa de juros cobrada pelos credores e a exigida pelos sócios
também existem grandes discussões. Segundo Damodaran, a taxa de juros cobrada pelos
credores a ser usada deve ser a taxa de juros de longo prazo disponível para a empresa no
36
mercado, reduzido pelo benefício fiscal gerado. Esse benefício fiscal é gerado devido à
redução do lucro da empresa ao pagar os juros da dívida, o que a faz pagar menos
impostos.
𝑖𝑑 = 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑥 (1 − 𝑇)
Onde;
𝑖𝑑 = Custo da Dívida
t = Imposto sobre a Renda do País
Para calcular a taxa cobrada pelo acionista, novamente, existem diversas formas. A
mais comum delas é o chamado Capital Asset Pricing Model (CAPM). Esse método busca,
através de dados do mercado de ações e títulos públicos, definir qual seria a taxa a ser
exigida pelos acionistas de uma empresa de determinado setor. A equação básica desse
método é a seguinte:
𝑖𝑒 = 𝑅𝑓 + 𝛽(𝑅𝑚 − 𝑅𝑓)
Onde;
𝑖𝑒 = Taxa Exigida pelos Acionistas
𝑅𝑓 = Taxa de Juros Livre de Risco
𝑅𝑚 = Retorno de Mercado
𝛽 = Risco Relativo do Setor
Para se obter o 𝑅𝑓 usa-se, em geral, os títulos públicos americanos, os Trassury Bills
(T-Bills), dado que esses são considerados sem risco de não pagamento da dívida. Caso se
esteja valorando uma empresa não americana, pode-se usar do mesmo jeito os T-Bills
americanos, porém, ao final do cálculo, deve-se acrescentar o risco do país que está sendo
analisado. Esse risco país é calculado e revisado periodicamente e representa o risco do
país não pagar a dívida assumida com a emissão de títulos públicos.
O Retorno de Mercado representa o quanto o mercado acionário cresceu em um
determinado período. É fundamental que, uma vez definido o período de valoração, seja
usado esse período para todas as taxas usadas no valuation. Opta-se por valorar um ativo
por 20 anos, os T-Bills usados devem ser de 20 anos e o mesmo pode se dizer para o
crescimento do mercado. Uma cesta representativa do mercado americano, o mais usado
37
para isso, é o S&P500. Diminuindo o 𝑅𝑓 do 𝑅𝑚 obtemos o chamado Prêmio de Risco, que é
o risco extra que o investidor assume ao optar por entrar no mercado de ações invés de
aplicar em títulos públicos.
O 𝛽 é um fator multiplicador do Prêmio de Risco que busca medir o quanto
determinado setor é mais, ou menos, arriscado que o mercado como um todo. Para se
calcular o 𝛽 de determinada empresa, ou setor, utiliza-se a seguinte fórmula:
𝛽 = 𝐶𝑜𝑣 𝑅𝑖 , 𝑅𝑚
𝑉𝑎𝑟 (𝑅𝑚 )
Com esses elementos calculados, podemos calcular o WACC pela fórmula:
𝑊𝐴𝐶𝐶 = 𝐸 ∗ 𝑖𝑒 + 𝐷 ∗ 𝑖𝑑 Onde; E = Percentual de Capital Próprio da Empresa D = Percentual de Dívida da Empresa Considera como dívida todo o passivo exigível da empresa, de curto e longo prazo.
Para o cálculo do D se calcula o quanto esse passivo representa no valor de mercado da
empresa e para o E, o quanto a diferença, valor de mercado menos dívida, representa no
valor de mercado. Para empresas que não possuem capital aberto pode ser usado o
patrimônio líquido contábil.
Definido o WACC da empresa podemos calcular o Fluxo de Caixa da Empresa, Free
Cash Flow to the Firm (FCFF), e com esses dois elementos calcularmos o valor da empresa
(Firm Value) pela fórmula:
𝐹𝑖𝑟𝑚 𝑉𝑎𝑙𝑢𝑒 = ∑𝐹𝐶𝐹𝐹𝑗
(1 + 𝑊𝐴𝐶𝐶)𝑗
Porém, como dito anteriormente, podemos optar por calcular de modo direto o valor
dos acionistas. Para isso utiliza-se o Fluxo de Caixa dos Acionistas, Free Cash Flow to
Equity (FCFE), que é o pagamento realizado aos acionistas do dinheiro sobressalente após
o pagamento a seus credores. Usa-se também a Taxa Exigida pelos Acionistas, 𝑖𝑒, ao invés
da WACC, para se calcular o valor do patrimônio da empresa, Equity Value.
𝐸𝑞𝑢𝑖𝑡𝑦 𝑉𝑎𝑙𝑢𝑒 = ∑𝐹𝐶𝐹𝐸𝑗
(1 + 𝑖𝑒)𝑗
Outra forma de encontrar o Equity Value é calcular o Firm Value e reduzir da dívida
da empresa. Logicamente, ambos os métodos devem dar no mesmo valor.
𝐸𝑞𝑢𝑖𝑡𝑦 𝑉𝑎𝑙𝑢𝑒 = 𝐹𝑖𝑟𝑚 𝑉𝑎𝑙𝑢𝑒 − 𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎
38
4.2 Valoração Relativa
A segunda maneira de realizar uma valoração de empresas segundo a classificação
de Damodaran é a Valoração Relativa. Nesse método escolhe-se um determinado
parâmetro de comparação entre empresas de um mesmo setor, como EBITDA, Lucro
Líquido ou Faturamento e observa-se a relação dele com o valor dessas empresas (Equity
Value). Ou seja, não se tenta projetar o fluxo de caixa, a taxa de desconto ou o crescimento,
o investidor parte do princípio que o mercado pode subvalorizar ou supervalorizar uma
empresa, porém o setor como um todo terá o valor justo. Sendo assim, ao se obter um
múltiplo para esse setor, é possível captar que empresas estão com um valor diferente do
esperado.
4.3 Opções Reais
A terceira maneira de se obter o valor de uma empresa, denominada de Opções
Reais, busca valorar negócios que não necessariamente geram caixa e essa geração de
caixa está associada um conjunto de eventos com probabilidades associadas, que podem
ser vistas de forma discreta ou contínua. Ou seja, o investidor paga um preço, chamado de
Prêmio, para ter a chance de caso ocorra uma determinada sequência de eventos, obter um
valor final superior, caso contrário aquele Prêmio pago é perdido. Esse modelo é bastante
usado em mineração para valoração de direitos minerários em regiões que não
necessariamente são viáveis.
Esse modelo pode ser usado também para valorar negócios que gerem caixa, mas
que podem ter uma alteração em sua geração devido à ocorrência de determinados
eventos. Sendo assim, pode ser necessário usá-lo em conjunto com a valoração por fluxo
de caixa descontado, sendo o valor final do negócio igual seu valor no presente momento
mais o valor da opção.
4.3.1 Modelos Discretos
Modelos Discretos são modelos simples de valorar Opções Reais que tem como
suas principais vantagens sua facilidade de modelagem e seu caráter intuitivo. Nele,
associa-se a cada evento a probabilidade de ocorrência ou não ocorrência e busca-se,
através de uma árvore de decisão, valorar um negócio a partir de todo o conjunto de
caminhos que ele pode tomar a probabilidade de cada um desses e o Valor Presente
Líquido (VPL) do mesmo.
39
Como exemplo simples, podemos considerar a situação de uma pedreira que,
sabendo que existe uma chance razoável de existir uma grande obra em um local próximo,
decide aumentar a capacidade de sua linha de produção. A empresa fará um investimento,
denominado por K, no momento 0, e, se a obra se iniciar também no momento 0, o valor
presente adicional gerado devido a essa obra seria VP. Porém, analistas da empresa
acreditam que existe uma chance de 30% da obra ser iniciada no momento 0, 20% após 1
ano e nenhuma chance se não for iniciada após isso. Caso a obra não fosse feita, não
existiria valor presente adicional nenhum na extensão da capacidade produtiva, e se ela
fosse feita apenas após um ano, esse também seria VP. Sendo assim, teríamos uma árvore
de decisão no seguinte formato.
Ou seja, existiria uma chance de 30% de se obter VP, 20% de se obter o mesmo VP,
trazido para o tempo 0, e 50% de não se obter nada, com o mesmo investimento K. Mesmo
se tratando de um modelo simples, a partir desse podemos tomar a decisão de
investimento, ou analisar qual deve ser a probabilidade de cada evento para que o negócio
seja viável.
4.3.2 Modelos Contínuos
Ao invés de definirmos apenas um número exato de possibilidades para determinado
evento, como feito no exemplo anterior, podemos definir uma função de probabilidade para
Figura 16 - Árvore de Decisão Fonte: Elaboração Própria
40
esses e assim definir o valor a ser pago pela opção real. A grande complexidade
matemática que esses modelos trazem pode ser contornada com o uso de softwares que
usam Simulação de Monte Carlo. Em tais softwares é possível estabelecer curvas de
probabilidade para cada variável, simular inúmeras vezes os possíveis resultados para o
negócio e assim obter a curva de resultados possíveis, juntamente com a probabilidade
associada do resultado final. Assim, podemos obter, por exemplo, a curva de VPLs
possíveis para um negócio e sua curva de probabilidades associadas, obtendo o VPL do
negócio como um todo.
Vale ressaltar que, apesar da maior complexidade matemática, só faz sentido usar
modelos contínuos quando se tem uma boa estimativa das curvas de probabilidade que irão
reger a variação das variáveis do modelo. Em casos que não existe uma boa base de dados
sobre as possíveis variações dos elementos do valuation, apenas estimativas de
especialistas, pode fazer mais sentido usar modelos discretos.
4.4 Modelo Escolhido
Para a valoração da Pedranorte, optou-se pelo método de valoração implícita,
através do fluxo de caixa descontado. O método da valoração relativa não se mostra viável
por não existir nenhuma empresa brasileira de agregados minerais listada em bolsa e as
empresas americanas e europeias não serem um bom parâmetro de comparação. As
empresas americanas desse setor, em particular Vulcan e Martin Marietta, são negociadas
por múltiplos muito altos em bolsa. Uma das razões para isso é que nos EUA,
diferentemente do Brasil, o processo de legalização e exploração de uma reserva mineral
seja bem mais simples, fazendo com que suas reservas ainda não exploradas tenham um
grande valor. Na Europa, as grandes empresas do setor não são apenas produtoras de
agregados, mas também de cimento, concreto e outros materiais de construção, como a
Irlandesa CRH.
Seria possível usar modelos que envolvessem opções reais para captar risco de
alterações no preço, mudanças no mercado, entre outros. Porém, acredita-se que o risco
desses elementos pode ser tratado com uma análise de sensibilidade. Qualquer outra
complexificação matemática implementada teria pouco a agregar ao valuation em si, uma
vez que não existem dados para se definir as probabilidades dos eventos que irão definir o
resultado final.
41
5. Valoração
Como estabelecido anteriormente a valoração da Pedranorte será feito pelo modelo
tradicional do Fluxo de Caixa Descontado. Logo, serão necessários basicamente dois
parâmetros, o Fluxo de Caixa da empresa e sua Taxa de Desconto. Será calculado o Equity
Value de forma direta por se ter poucos dados a respeito da dívida da Pedranorte, tudo o
que se sabe é que essa é de um valor pouco representativo. Ou seja, será calculado o fluxo
de caixa da empresa como se não houvesse dívida na mesma e o valor de aquisição deverá
ser igual ao Equity Value menos a dívida da empresa. Além disso, a valoração usará
sempre taxas reais, ou seja, a Taxa de Desconto será real, acima da inflação, e os preços
de produtos e custos de insumos não serão corrigidos.
5.1 Taxa de Desconto
Para calcular a taxa de desconto da empresa optou-se pela utilização do
método CAPM, porém, com uma pequena alteração para se adequar a empresas não
abertas em bolsa. Como dito anteriormente, para o cálculo normal da taxa de desconto pelo
CAPM precisaremos de 3 fatores: 𝑅𝑚, 𝑅𝑓 e β que representam o Retorno do Mercado, a
Taxa Livre de Risco e o Risco Relativo do setor.
5.1.1 Beta
Os parâmetros 𝑅𝑚 e 𝑅𝑓 são dados de mercado, relativamente simples de serem
encontrados. A grande questão é a respeito do β. Em primeiro lugar, não existe no Brasil
empresas desse setor, e como já dito anteriormente, no setor de mineração diferenças na
legislação mineral do país podem ser de grande influência. Porém, deve ser usado algum
parâmetro, e o β para empresas de Mineração e Metais do mundo, apesar de não ser
apenas agregados minerais e de não ser apenas do Brasil, é o mais adequado.
Anualmente, Damodaran disponibiliza uma planilha com seu cálculo para os Betas
de diferentes setores. Nesse cálculo ele considera todas as empresas americanas listadas a
mais de 2 anos em bolsa, e calcula o β para elas cruzando seus dados de retorno semanal
com o NYSE pelos últimos 5 anos. Para os demais mercados do mundo, ele cruza os
retornos semanais da empresa com a bolsa mais usada localmente, porém calcula a
covariância dos retornos em um período de 2 anos e 5 anos. Para esses mercados, ele
utiliza um peso de 2 para o Beta dos últimos 2 anos e 1 para o β dos últimos 5 anos, já que
toma esses como mercados mais instáveis. Após calcular o β para todas as empresas em
análise, realiza-se uma média ponderada pelo valor de mercado de cada uma. Através
42
desse cálculo, que foi considerado como válido para a realização do presente trabalho, o
resultado obtido foi de 1,28.
O β a ser utilizado é corrigido pelo grau de alavancagem de cada firma. Sendo o β
um medidor do risco relativo do mercado, é de se esperar que firmas com um maio grau de
endividamento, mais alavancadas, possuam maiores Betas. Logo, é necessário
“desalavancar” esse β, o que pode ser feito pela seguinte fórmula:
β𝐷 =β𝐴
(1 + (1 − t) ∗ (D/E)
Onde;
β𝐷 = Beta Desalavancado
β𝐴 = Beta Alavancado
t = Imposto sobre a Renda do País
E = Percentual de Capital Próprio da Empresa
D = Percentual de Dívida da Empresa
O valor encontrado para o β desalavancado foi de 0,86, considerando o t igual a
1,80% e D/E igual a 50,69%. Vale ressaltar que o valor de t, aparentemente muito baixo,
pode ter sido causado devido aos diversos benefícios recebidos pelas empresas, ou ao uso
de benefícios fiscais anteriores. Ele é calculado pela divisão dos impostos sobre a renda
efetivamente pagos pela renda taxável.
Outro ajuste que deve ser feito é ajustar o β𝐷 pelo valor em disponibilidades da
empresa da empresa. Entende-se que o β para uma empresa que possuí apenas caixa deve
ser igual a 0, já que seu valor, nesse caso totalmente líquido, não deverá variar de acordo
com o mercado. Sendo assim, podemos fazer esse ajuste da seguinte forma:
β𝐷𝐶 =β𝐷
(1 −CF)
Onde;
β𝐷𝐶 = Beta Desalavancada Ajustado pelo Caixa
C = Caixa Disponível da Empresa (Disponibilidades)
F = Valor da Empresa (Firm Value) = E+D
O valor encontrado para o β𝐷𝐶 foi de 0,91 já que o múltiplo C/F, nas 124 empresas
de mineração analisadas por Damodaran, foi de 5,52%.
Encontrado o β𝐷𝐶 desse setor, cabe fazer a ele um ajuste devido à falta de
diversificação, também proposto por Damodaran. Para empresas abertas em bolsa,
43
entende-se que parte do risco da empresa é um risco inerente ao mercado (ela irá variar
sempre que o mercado variar) e a outra parte é o risco do negócio. O ajuste proposto visa
retirar esse risco de mercado, considerando apenas o risco do negócio, o que acaba por
aumentar o valor desse novo β, chamado de Beta Total. Ou seja, entende-se que o dono de
um negócio privado está totalmente exposto ao risco do negócio e não está exposto ao risco
do mercado, considerando que todo seu capital está inserido na mesma empresa. Sendo
assim, pode ser feito esse ajuste através da seguinte fórmula:
β𝑃 =β
𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑙 (𝑅𝑥 , 𝑅𝑚 )
Onde;
β𝑃 = Beta da Empresa Privada (Beta Total)
𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑙 (𝑅𝑥 , 𝑅𝑚 ) = Correlação dos retornos da empresa com o Mercado
Assim como para os demais valores, Damodaran também fornece uma estimativa
para essa correlação, que é de 14,01%. Devido a essa baixa correlação, o β𝑃 a ser usado
seria muito alto de 6.46, fator que poderia inviabilizar qualquer negócio no setor. Sendo
assim, optou-se de por utilizar apenas os dados de 2 empresas, Vulcan e Martin Marietta.
Essas 2 empresas americanas foram escolhidas por, diferentemente de outras grandes
empresas do setor, como a CRH, CEMEX e a própria Votorantim no Brasil, possuírem um
foco em agregados minerais, além de serem abertas em bolsa. Foi utilizado o mesmo
critério usado pelo Damodaran, ou seja, a correlação das cotações de fechamento semanais
dessas duas empresas com o NYSE Composite Index dos últimos 5 anos. A correlação
encontrada foi de 64,66% para a Martin Marietta e 58,76% para a Vulcan, dando uma média
ponderada pelo valor de mercado de cada uma (Equity Value) de 61,79%. Sendo assim, o
Beta Total definido como mais coerente foi de 1,47.
Logicamente, uma segunda opção seria calcular o beta baseado apenas nessas 2
empresas, da mesma forma que foi feito com a correlação. Sendo essas empresas abertas
Valor de Ajuste Valor Final
Beta Alavancado 1,28 - 1,28
Deb/Equity 50,69% - 0,5069
Taxa de Juros Efetiva (t)¹ 1,80% - 0,018
Beta Desalavancado 0,86 - 0,855268192
Disponibilidades/ Firm Value 5,52% - 0,0552
Beta Desalavancado Ajustado pelo Caixa 0,91 - 0,90523729
Correlação 14,01% 61,79% 61,79%
Beta Total 6,46 - 1,47
Beta Damodaran
Quadro 13 - Cálculo do Beta Fonte: Elaboração Própria
44
em bolsa, focadas no setor de agregados minerais e estáveis a mais de 5 anos, pode ser
feito esse mesmo trabalho. Esse foi realizado e o resultado encontrado foi bem semelhante
ao primeiro, o beta total de mercado foi de 1,58. Optou-se por utilizar o primeiro,
basicamente por serem números mais aceitos no mercado e mais utilizados no setor de
mineração, uma vez que os betas calculados por Damodaran são valores de referência
internacional.
Figura 17 - Regressão Martin Marietta Fonte: Elaboração Própria
Figura 18 - Regressão Vulcan Materials Fonte: Elaboração Própria
45
5.1.2 Retorno Livre de Risco (𝑹𝒇) e Retorno de Mercado (𝑹𝒎)
A primeira análise a ser feita para os cálculos da 𝑅𝑓 e da 𝑅𝑚 é o período de tempo
que será feita a valoração. Esse período servirá como base para o cálculo de ambas as
variáveis, dado que elas podem ser calculadas para diversos intervalos de tempo. Como
informado anteriormente, a unidade produz atualmente volumes superiores a 55 mil
toneladas por mês e possui reserva superior a 15 milhões de toneladas. Sendo assim,
conclui-se que a pedreira, se continuar com uma produção semelhante a atual, terá uma
duração de pelo menos 20 anos. A produção de cada ano da pedreira será calculada
posteriormente, porém, como a informação a respeito da reserva é bastante imprecisa, pode
ser feito a assunção de que a pedreira terá apenas 20 anos de duração. Essa premissa
conservadora é bastante adotada no setor devido à incerteza sobre a reserva, dificilmente é
aceito uma valoração de pedreira por período superior a 20 anos.
Para o cálculo do 𝑅𝑓 podemos utilizar as taxas de títulos públicos emitidos por
diversos países, sendo os mais utilizados os americanos ou brasileiros para negócios
realizados nacionalmente. No caso do uso dos brasileiros, deve-se lembrar de que os
Títulos do Tesouro Nacional Brasileiro não são considerados livres de risco. O Brasil já não
honrou o pagamento de seus títulos na história e sua classificação de risco, pela Standard &
Poor's (S&P) é A-, enquanto os países considerados livres de risco possuem a classificação
Aaa. Existem algumas alternativas para fazer um ajuste da taxa de risco paga por um país
Vulcan Martin Marietta
Beta Alavancado 1,34 1,14
Firm Value 11.686,56R$ 11.168,52R$
Debt 3.890,44R$ 2.963,30R$
Equity 7.796,13R$ 8.205,22R$
Deb/Equity 49,9% 36,1%
Taxa de Juros Efetiva (t)¹ 31% 40%
Beta Desalavancado 0,99 0,94
Disponibilidades 91,87R$ 73,60R$
Disponibilidades/ Firm Value 0,8% 0,7%
Beta Desalavancado Ajustado pelo Caixa 1,00 0,94
Correlação 58,76% 64,66%
Beta Total 1,71 1,46
Beta Total de Mercado
¹ Valores monetários em milhões e dados de balanço de 30/09/2014
1,58
Beta de Empresas Referência¹
Quadro 14 - Cálculo de Beta para Empresas de Referência Fonte: Elaboração Própria
46
com risco de default para um país livre de risco, mas optou-se por utilizar os Trasury Bills (T-
Bills) americanos.
Sendo assim, foi utilizada uma média geométrica dos rendimentos dos T-Bills do
último ano (2014), possuindo o último dia do ano o maior peso e o primeiro dia peso 1. Ou
seja, para o dia 01/01/2014 foi estabelecido um peso igual a 1, e os dias consecutivos
sempre possuem um peso igual ao do dia anterior acrescidos de 1, seguindo a seguinte
fórmula:
𝑃𝑡+1 = 𝑃𝑡 + 1
Onde;
P𝑡 = Peso dado ao período t
Por esse cálculo foi encontrada uma taxa de 2,92%, porém, vale lembrar, que nessa
taxa está incluída a inflação americana. A inflação americana divulgada oficialmente em
2014 foi de 0,76% e essa deve ser descontada da taxa de juros, dado que a valoração a ser
feita será real. Sendo assim, pela fórmula abaixo, podemos obter a taxa de juros real paga
pelos títulos americanos:
(1 + 𝑖𝑛) = (1 + 𝑖𝑟) ∗ (1 + 𝑗)
Onde;
𝑖𝑛 = Taxa de Juros Nominal
𝑖𝑟 = Taxa de Juros Real
j = Inflação do período
Por esse cálculo obtemos um 𝑅𝑓 de 2.15% ao ano. Porém, como o negócio em
análise não se encontra em um país livre de risco, deve-se adicionar um risco país a ele. O
instrumento mais usado para isso o Emerging Markets Bons Indice Plus (EMBI+), nesse
caso o EMBI+ Brasil, índice calculado pelo J.P. Morgan. Esse índice tem o objetivo de medir
o quanto os títulos públicos dos países emergentes devem pagar a mais do que os T-Bills
americanos devido ao Risco País deles. Esse índice é calculado diariamente pelo J.P
Morgan e para o cálculo do valor a ser utilizado na valoração foi usado o mesmo critério do
𝑅𝑓, ou seja, a média geométrica dos valores do EMBI + Brasil de 2014, com o primeiro dia
do ano com peso 1. O resultado encontrado foi de 2,31%.
Para o cálculo do 𝑅𝑚 também será usado os retornos do mercado americano. Isso se
dá devido a maior estabilidade desse mercado nos últimos 20 anos e devido ao momento
negativo do mercado de ações brasileiro dos últimos anos, que teve retornos reais
negativos, podendo distorcer bastante a análise. Sendo assim, analisou-se o retorno do
47
mercado de ações americano dos últimos 20 anos. Esse retorno foi medido pelo S&P 500,
índice referência no setor que é calculado pela Standard & Poor's através do rendimento das
500 maiores empresas americanas. O rendimento anual composto médio (Compound
Annual Growth Rate – CAGR) do S&P 500 nos últimos 20 anos, descontando a inflação de
cada ano e considerando o pagamento de dividendos das empresas do índice, foi de 7,42%.
5.1.3 Taxa de Desconto - Resultado
Calculando a Taxa de Retorno Livre de Risco, o Retorno de Mercado e o Beta mais
apropriado para a situação e o Risco Brasil, temos todos os elementos para calcular a Taxa
de Desconto pelo método CAPM. Sendo assim, a taxa de desconto encontrada, que será
utilizada, foi de 12,19%.
Quadro 15- Taxa de Desconto Fonte: Elaboração Própria
5.2 Fluxo de Caixa - Premissas
Seguindo o método do Fluxo de Caixa Descontado, uma vez já encontrada a taxa de
desconto que deve ser utilizada, logicamente, o próximo passo a ser dado a projetar o fluxo
de caixa a ser gerado pelo negócio. Para a projeção desse fluxo será utilizada uma
importante premissa, será considerado que a geração de caixa no primeiro ano se manterá
até a exaustão da pedreira. Essa premissa, a princípio arbitrária, se justifica basicamente
em dois fatores. O primeiro deles é que a pedreira, em sua condição atual, está atuando
com o total de sua capacidade instalada, conseguindo vender toda sua produção.
Logicamente, seria possível fazer modelos em que a capacidade da pedreira fosse
aumentada esporadicamente, juntamente com o mercado. Porém, para tal, seria necessária
uma projeção de crescimento do mercado local. A princípio, seria excessivamente
conservador considerar que um mercado que cresceu de forma significativa nos últimos
anos se manterá estável. Porém, dada a atual conjuntura do mercado brasileiro, essa
premissa começa a se aproximar da realidade. Vale ressaltar que a venda de pedra britada
é fortemente afetada, direta ou indiretamente, por obras de infraestrutura, muitas delas
conduzidas pelo governo e bastante ameaçadas. Sendo assim, prever investimentos
periódicos na unidade para aumento de capacidade seria uma medida também bastante
questionável.
Taxa Livre de Risco (Rf) Retorno Real de Mercado (Rm) Beta Total Risco Brasil Taxa de Desconto Real (Equity)
2,15% 7,42% 1,47 2,31% 12,19%
48
Logo, optou-se por considerar a geração de caixa da Pedranorte constante devido à
incerteza do mercado e ao estado da operação atual, que é capaz de vender 100% de sua
produção.
5.2.1 Orçamento
Nessa etapa será realizado um orçamento do negócio em sua condição atual, com as
máquinas e equipamentos existentes no mesmo, número de funcionários e volume de
vendas. Para tal, serão utilizadas diversas premissas de produção e custos comuns em
pedreiras. O orçamento seguirá a lógica de uma Demonstração de Resultados de Exercício
(DRE), compondo cada linha da mesma para que no final seja possível formar uma DRE e
uma previsão de geração de caixa.
5.2.2 Faturamento
O faturamento da Pedranorte depende de sua produção e preço médio de venda. Para a
produção adotaremos como premissa que a pedreira está razoavelmente balanceada, ou
seja, a linha de britagem é o gargalo da mesma. Sendo assim, através da produtividade do
britador, medida em toneladas por hora, e do número de horas que esse está efetivamente
trabalhando, podemos calcular qual seria a produção da Pedranorte.
Dois fatores importantes da hora de calcular a produção de uma pedreira são a Taxa de
Disponibilidade do britador e sua Taxa de Utilização. A primeira mede o tempo que esse
britador estará disponível para uso, tirando o tempo de manutenções e eventuais problemas
técnicos que impeçam seu funcionamento. A segunda mede o tempo que ele é utilizado
dentro do tempo que ele está disponível. Por utilizado entende-se britando, ou seja, um
engaiolamento no Britador Primário contribui para a diminuição da sua taxa de utilização,
assim como um período que o operador o deixa funcionando sem estar alimentado por
rocha.
Como resultado desse cálculo, através da multiplicação de todos os fatores expostos no
quadro 16, encontramos como resultado que o britador produz 763.409 toneladas por ano,
ou 63.617 toneladas por mês. Porém, nem toda essa produção estará disponível para a
venda. Parte da produção do britador, em qualquer pedreira, é perdida como estoque e
parte dela não é vendável. É comum no setor usar um fator de perda da produção, que
Produtividade
(Ton/Hora)
Taxa de
Utilização (%)
Taxa de
Disponibilidade Dias por Ano Turnos por Dia Horas por Turno
220 90% 90% 252 2 8,5Quadro 16 - Fatores de Produção
Fonte: Elaboração Própria
49
normalmente gira em torno de 10%. Sendo assim, irá ser considerado que a Pedranorte,
após 12 meses de trabalho, possui a capacidade de vender 687.068 toneladas.
O segundo fator que compõe o faturamento da Pedranorte é o preço médio de venda.
Como apontado anteriormente, a Pedranorte, e qualquer outra pedreira, possui um balanço
de massas, produzindo sempre produtos que possuem diferentes valores no mercado.
Realizando a média ponderada do percentual de cada produto pelo seu valor de mercado,
chegamos a um preço médio de R$ 26,70.
Através da multiplicação da produção prevista com o preço médio, encontramos um
faturamento bruto anual de R$ 18.344.713. Vale ressaltar que esse dado está compatível
com o resultado informado pela Pedranorte, que faturou 9 milhões e meio no último
semestre de 2013.
5.2.3 Impostos sobre Receita
Operando no Lucro Presumido, 3 impostos incidem sobre a receita da Pedranorte o
Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social (COFINS) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os dois
primeiros são federais, possuindo alíquotas fixas em qualquer estado. A alíquota do
COFINS é de 3% e do PIS de 0,65%. O ICMS é estadual, possuindo diversas variações da
base de cálculo de estado para estado e dependendo do produto comercializado. No caso
da pedra britada no estado de Minas Gerais, o ICMS é de 3%, considerando que serão
feitas apenas transações dentro do estado, o que é uma assunção verdadeira. Sendo assim,
a Pedranorte paga no total R$ 1.219.923 de impostos, tendo uma receita líquida de R$
17.124.790,02.
Produto Percentual Preço
Bica Corrida 10% R$ 12,00 /Ton
Areia Industrial 10% R$ 25,00 /Ton
Pó de Pedra 15% R$ 23,00 /Ton
Brita 0 35% R$ 31,00 /Ton
Brita 1 30% R$ 29,00 /Ton
Quadro 17 - Balanço de Massa e Preços Fonte: Elaboração Própria
Faturamento PIS COFINS ICMS Total de Impostos Receira Líquida
18.344.713,46R$ 119.240,64-R$ 550.341,40-R$ 550.341,40-R$ 1.219.923,45-R$ 17.124.790,02R$
Quadro 18 - Impostos e Receita Líquida Fonte: Elaboração Própria
50
5.2.4 Custos de Produção
Uma pedreira tem basicamente 6 itens de custo direto, Mão de Obra Direta,
Manutenção, Combustíveis e Lubrificantes, Materiais de Desgaste, Explosivos e
Eletricidade. Além disso, logicamente, existem custos com eventuais alugueis e
arrendamentos realizados pela unidade, e o decape, que é terceirizado. Cada um desses
itens de custo será composto usando informações vistas na Pedranorte e o conhecimento
de outras pedreiras.
5.2.4.1 Mão de Obra Direta
Como mostrado anteriormente, a Pedranorte possui 42 funcionários em suas operações,
com uma folha salarial de 91 mil reais por mês. Assim sendo, considerando todos os
encargos trabalhistas e benefícios pagos aos trabalhadores, o custo total da mão de obra
direta é de R$ 181.565 por mês ou R$ 2.178.781 por ano. Esse detalhamento pode ser visto
no Anexo 1, onde todos os funcionários e cargos estão detalhados. Esse custo de mão de
obra representa um valor de R$ 3,17 reais por cada tonelada produzida, considerando os
10% de produção perdida.
5.2.4.2 Manutenção
Devido à falta de histórico de manutenções da unidade, essa é a etapa da produção
de mais difícil estimativa de custos. Uma maneira de se obter uma aproximação
conservadora para esse valor é considerar que é gasto com materiais de manutenção a
cada ano um percentual do valor de compra do equipamento. Essa aproximação costuma
apresentar bons resultados e é de grande simplicidade. Sendo assim, tendo em vista que a
Pedranorte opera em 2 turnos, podemos usar para esse cálculo o valor de 15% ao ano para
equipamentos de mina e 3% ao ano para a linha de britagem.
Logicamente, esses percentuais são estimados, e podem variar de acordo com os
fabricantes, o tempo de vida do equipamento e a quantidade de horas trabalhada por ano.
Para ser feita uma análise precisa, deveria ser utilizado a chance de cada falha em cada
máquina, números que a empresa não possui. Porém, para fins de valuation esses números
se mostram bastante razoáveis.
51
Além disso, eventualmente, a empresa precisa contratar um profissional ou empresa
mais especializada para realizar algum serviço de manutenção que foge de sua
competência. Esse valor é ainda mais difícil de ser estimado, porém, foi informado que no
decorrer de 2013 e 2014 foram gastos, em média, R$ 200.000,00 em cada ano com a
contratação desse tipo de serviço.
Sendo assim, pode-se estimar que, no total, são gastos com manutenção e serviços de
manutenção R$ 1.394.000. Esse valor representa R$ 2,03 reais gastos por cada tonelada de
brita vendável.
Equipamento Marca Quantidade Valor de Compra Percentual de Manutenção Gasto Anual Manutenção
Perfuratriz Hidráulica FuruKawa 1 750.000,00R$ 15% 112.500,00R$
Perfuratriz Pneumática PW 500 2 150.000,00R$ 15% 45.000,00R$
Compressor de Ar Atlas Copco XA 420 1 200.000,00R$ 15% 30.000,00R$
Compressor de Ar Chicago 900 Q 1 200.000,00R$ 15% 30.000,00R$
Escavadeira Volvo EC 360 2 600.000,00R$ 15% 180.000,00R$
Rompedor Atlas 2 15.000,00R$ 15% 4.500,00R$
Escavadeira Volvo EC 250 1 600.000,00R$ 15% 90.000,00R$
Escavadeira New Holland 215 E 1 600.000,00R$ 15% 90.000,00R$
Escavadeira Volvo EC 240 1 600.000,00R$ 15% 90.000,00R$
Caminhão Scania P 420, 8x4 2 250.000,00R$ 15% 75.000,00R$
Caminhão Ford Cargo, 6x4 1 250.000,00R$ 15% 37.500,00R$
Caminhão Volvo FM 12, 8x4 1 250.000,00R$ 15% 37.500,00R$
Caminhão Merdez Benz 1113 1 250.000,00R$ 15% 37.500,00R$
Carregadeira CAT 950 1 500.000,00R$ 15% 75.000,00R$
Carregadeira Volvo L 120 2 500.000,00R$ 15% 150.000,00R$
Comboio MB 1113 1 160.000,00R$ 15% 24.000,00R$
Britador Primário Metso C 125 B 1 1.000.000,00R$ 3% 30.000,00R$
Britador Secundário Metso HP 300 1 750.000,00R$ 3% 22.500,00R$
Britador Terciário Metso HP 200 1 600.000,00R$ 3% 18.000,00R$
Britador VSI Metso Barmac 7150 1 500.000,00R$ 3% 15.000,00R$
Total 1.194.000,00R$
Quadro 19 - Custos de Manutenção Fonte: Elaboração Própria
Figura 19 – Oficina Fonte: Elaboração Própria
52
5.2.4.3 Combustíveis e Lubrificantes
O gasto com combustível é estimado pelo consumo de cada equipamento por hora de
operação. Para tal, é necessário de uma estimativa de quantas horas cada equipamento
deverá ser utilizado. A maneira ideal de se realizar esse cálculo é calculando o tempo
necessário que cada setor deve operar para produzir uma quantidade igual ao gargalo
produtivo da unidade, no caso, a linha de britagem. Essa abordagem, apesar de mais
correta, no geral subutiliza alguns equipamentos. Na realidade, os equipamentos sempre
acabam por operar um pouco mais que o necessário para alimentar o gargalo. Uma vez que
não seja necessário operar em determinado posto, os equipamentos no geral realizam
movimentações de estoque, ajeitam o pátio de britagem, fazem obras internas na unidade,
se mantando operando um tempo maior que o necessário para sustentar a britagem.
Sendo assim, outra maneira possível é adotar a premissa que todo equipamento que
depende de um operador para funcionar, como perfuratriz e rodantes, possui uma taxa de
utilização e disponibilidade menor. Ou seja, ele passará mais tempo em manutenção que
um britador, e quando estiver disponível será menos utilizado. Uma boa estimativa para a
Taxa de Utilização e Disponibilidade desses equipamentos é de 80%.
Uma vez definido quantas horas esses equipamentos irão funcionar, podemos estimar,
através de dados de referência de cada máquina, qual será o consumo de diesel da
unidade. Vale ressaltar que, tanto o número de horas trabalhadas, quanto o consumo por
hora de cada equipamento, são estimativas baseados também em experiências anteriores,
porém, passíveis de erros.
Quadro 20 - Horas de Operação - Máquinas e Equipamentos Fonte: Elaboração Própria
Taxa de Utilização (%)
Taxa de
Disponibilidade
(%)
Dias por
AnoTurnos por Dia Horas por Turno
Horas Trabalhadas
por Ano
80% 80% 252 2 8,5 2.742
53
Através desse cálculo, temos uma estimativa de consumo de 556.577 litros de Diesel
durante o ano. Através do preço do diesel, podemos calcular facilmente o custo da unidade
com esse item. A unidade tem comprado diesel pelo preço médio de R$ 2,15, porém, ao
realizar a compra de diesel a Pedranorte se credita se ICMS, que deixará de ser pago
futuramente. Logo, o custo de cada litro de diesel é o preço do mesmo menos o crédito
ICMS ganho com essa compra, que, no caso é de 3% de seu valor. Assim sendo, temos
como resultado que a Pedranorte gastará R$ 1.160.742 por ano com diesel, ou R$ 1,69 por
tonelada produzida.
O valor gasto com lubrificantes é de mais difícil estimativa, e também de menor valor. No
geral, uma pedreira madura gasta de R$ 0,10 a R$ 0,20 em lubrificantes por cada tonelada
produzida. De forma conservadora, o valor considerado nesse valuation será de R$ 0,20,
sendo o valor total gasto em lubrificantes de R$ 152.682. Vale lembrar que, nesse caso,
está sendo considerada toda a produção da unidade, mesmo a não vendável.
O valor total gasto com Combustíveis e Lubrificantes, na pedreira em análise, dado as
premissas adotadas, é de R$ 1.313.424, ou R$ 1,91 por tonelada vendável.
5.2.4.4 Materiais de Desgaste
Os materiais de desgaste se dividem em 4 grupos, materiais de britagem, materiais de
perfuração, materiais de penetração e materiais de rolamento. No primeiro grupo são
incluídos os materiais de desgaste usados nos britadores, como peneiras de classificação,
mandíbulas do britador primário, mantas e revestimentos dos britadores cônicos, pratos e
placas de desgaste do VSI. No segundo, se tem os materiais utilizados pelas perfuratrizes,
Equipamento Marca Quantidade Consumo (L/Hora) Horas Trabalhadas Litros Consumidos
Perfuratriz Hidráulica FuruKawa 1 20 2.742 54.835
Compressor de Ar Atlas Copco XA 420 1 25 2.742 68.544
Compressor de Ar Chicago 900 Q 1 25 2.742 68.544
Escavadeira Volvo EC 360 2 17,5 2.742 47.981
Escavadeira Volvo EC 250 1 17,5 2.742 47.981
Escavadeira New Holland 215 E 1 17,5 2.742 47.981
Escavadeira Volvo EC 240 1 17,5 2.742 47.981
Caminhão Scania P 420, 8x4 2 7 2.742 19.192
Caminhão Ford Cargo, 6x4 1 7 2.742 19.192
Caminhão Volvo FM 12, 8x4 1 7 2.742 19.192
Caminhão Merdez Benz 1113 1 7 2.742 19.192
Carregadeira CAT 950 1 15 2.742 41.126
Carregadeira Volvo L 120 2 15 2.742 41.126
Comboio MB 1113 1 5 2.742 13.709
Total - - - - 556.577
Quadro 21 - Consumo de Diesel Fonte: Elaboração Própria
54
que são as hastes, bits, punhos e luvas. No terceiro, são considerados os dentes usados
pelas escavadeiras e carregadeiras para penetrar no solo com mais facilidade. Por último
temos os pneus que movimentam os caminhões e carregadeiras.
Para o primeiro grupo, o parâmetro usado para o desgaste é a quantidade de toneladas
britadas. Como dito anteriormente, a Pedranorte possui 1 britador primário C125, um Metso
HP 300 como secundário, um Metso HP 200 como terciário e um Barmac como quaternário.
Para cada um desses britadores existe uma estimativa de vida útil do conjunto de britagem,
e um valor para a reposição desse. Através desse cálculo é encontrado o valor de R$
901.906 a ser gasto apenas com material de desgaste dos britadores.
Para o segundo grupo, matérias de perfuração, o gasto é proporcional à quantidade de
metros perfurados. Logo, o primeiro passo a ser feito é calcular quantos furos devem ser
feitos para que desmontar uma quantidade de rocha que alimente o britador primário por 12
meses. Será considerado que a quantidade de rocha desmontada é igual a quantidade de
rocha britada, ou seja, 763.409 toneladas. Considerando a densidade do granito igual a 2,65
m³/ton, temos que foram desmontadas 288.079 m³ de rocha. Sendo assim, através da
malha de perfuração da Pedranorte pode ser calculado quantos furos foram feitos para
desmontar esse volume de rocha e então, pela multiplicação do número de furos pela
profundida média, encontrar a metragem total perfurada.
Equipamento Materiais Desgastados Toneladas Britadas (ton) Vida Útil (Toneladas) Quantidade Reposta Preço de Reposição (R$) Total (R$)
Mandíbula Fixa 150.000 5,09 32.000,00R$ 162.860,54R$
Mandíbula Movel 150.000 5,09 35.000,00R$ 178.128,72R$
Revestimento Laterial 220.000 3,47 4.000,00R$ 13.880,16R$
Revestimento Laterial 100.000 7,63 2.500,00R$ 19.085,22R$
Manta 75.000 10,18 12.000,00R$ 122.145,41R$
Revestimento 140.000 5,45 10.000,00R$ 54.529,20R$
Anel de Corte 140.000 5,45 600,00R$ 3.271,75R$
Placa de Alimentação 140.000 5,45 600,00R$ 3.271,75R$
Manta 75.000 10,18 6.000,00R$ 61.072,70R$
Revestimento 140.000 5,45 6.000,00R$ 32.717,52R$
Anel de Corte 140.000 5,45 400,00R$ 2.181,17R$
Placa de Alimentação 140.000 5,45 400,00R$ 2.181,17R$
Prato de Distribuição 250.000 3,05 7.000,00R$ 21.375,45R$
Placas de Desgaste 200.000 3,82 9.000,00R$ 34.353,40R$
Peneiras Conjunto de Peneiras 60.000 12,72 15.000,00R$ 190.852,20R$
Total Britagem - - - - 901.906,36R$
763.409
Metso C125
Metso HP 300
Metso HP 200
Barmac VSI
Materiais de Desgaste - Britagem
Quadro 22 - Materiais de Desgaste – Britagem Fonte: Elaboração Própria
Altura (z) Largura (x) Comprimento (y) Volume de Bloco Número de Furos Metros Perfurados
12 4 2,3 110,4 2.610 31.320
Metragem Perfurada
Quadro 23 - Metragem Perfurada Fonte: Elaboração Própria
55
Através desse cálculo encontra-se que foram perfurados 31.320 metros. Assim, pela
vida útil das peças de manutenção e seu preço podemos calcular o quanto foi gasto nessa
etapa. O valor total estimado a ser gasto com esse tipo de material de desgaste é de R$
181.656.
No terceiro grupo, materiais de penetração, existe uma particularidade a ser ressaltada.
Para as 2 máquinas consideradas, escavadeiras e carregadeiras, o parâmetro a ser usado é
a quantidade de toneladas levantadas por essas. Porém, as escavadeiras carregam o total
de toneladas que irá para o britador primário e as carregadeiras apenas o material vendável.
Com essa pequena consideração, pode ser calculado, através do mesmo cálculo anterior, o
total previsto para ser gasto nessa etapa, que é de R$ 221.389.
O quarto e último grupo considera os pneus gastos pelos caminhões, carregadeiras e
comboio. O parâmetro mais correto para esse item seria a quilometragem rodada de cada
máquina. Porém, devido à dificuldade de se calcular, foi utilizado o número de horas
rodadas, entendendo que essa é proporcional a quilometragem. Vale ressaltar que as
escavadeiras não possuem esse custo já que operam sobre esteiras, não pneus. Assim
sendo, o estima-se um total de R$ 107,476 a ser gasto.
Item Vida Útil (m) Metros Perfurados (m) Quantidade Gasto Preço (R$) Custo Total
Haste 750 42 1.500,00R$ 62.640,00R$
Bit 500 63 1.200,00R$ 75.168,00R$
Punho 1.500 21 600,00R$ 12.528,00R$
Luva 500 63 500,00R$ 31.320,00R$
Total Gasto - - - 181.656,00R$
31.320
Materiais de Desgaste - Perfuração
Quadro 24 - Materiais de Desgaste – Perfuração Fonte: Elaboração Própria
Quadro 25 - Materiais de Desgaste – Penetração Fonte: Elaboração Própria
Item Vida Útil (Ton) Toneladas Carregadas (Ton) Quantidade Gasto Preço (R$) Custo Total
Dente Escavadeira 2.500 763.409 305 500,00R$ 152.681,76R$
Dente Carregadeira 15.000 687.068 46 1.500,00R$ 68.706,79R$
Total Gasto - - - 221.388,55R$
Materiais de Desgaste - Penetração
56
Com essa última etapa, conclui-se que no total a previsão do custo com material de
desgaste é de R$ 1.415.992. Porém, esse valor não considera o crédito ICMS ganho na
compra desses materiais de desgaste, que é de 3% do valor total, R$ 42.480. Descontando
esse crédito de ICMS, encontra-se o valor de R$ 1.373,512, ou de R$ 2,00 por tonelada
vendável.
5.2.4.5 Explosivos e Acessórios
Para o cálculo do gasto com explosivos, são necessários 3 fatores: a razão de consumo
de explosivos, em kg de explosivos por tonelada desmontada; o preço do explosivo e o valor
gasto com acessórios, como cordéis, espoletas, retardadores, entre outros. Para o primeiro
valor, a razão de kg de explosivo necessária para cada tonelada desmontada, será usado
um parâmetro de 0,20. Esse parâmetro é muito usado na mineração, variando de 0,15 a
0,30 em pedreiras, de acordo com a abertura da malha de detonação. Na Pedranorte, o
britador é um Metso C125, sendo um dos melhores equipamentos usados em pedreiras no
Brasil. Sendo assim, é possível realizar uma malha mais aberta, que produzirá matacos
maiores, já que o britador conseguirá rompe-los sem causar um engaiolamento.
Quanto ao preço dos explosivos, estima-se que seja de cerca de R$ 3,80 por quilo. Esse
é o valor que outras pedreiras de São Paulo ou Minas compram esse material, não existindo
motivo aparente para ser diferente na Pedranorte. O custo dos acessórios é estimado em
Item Vida Útil (Horas) Horas Rodadas (H)¹ Quantidade Gasto Preço de Conjunto (R$) Custo Total
Pneus Caminhões 2.000 10.967 5 13.000,00R$ 71.285,76R$
Pneus Carregadeiras 5.000 5.484 1 20.000,00R$ 21.934,08R$
Pneus Comboio 2.000 2.742 1 13.000,00R$ 14.257,15R$
Total Gasto - - - 107.476,99R$
¹ Considerando a Quantidade de Máquinas
Materiais de Desgaste - Rolamento
Quadro 26 - Material de Desgaste – Rolamento Fonte: Elaboração Própria
Tipo Custo Total Crédito ICMS Total Ajustado Custo por Tonelada
Britagem 901.906,36R$ 27.057,19R$ 874.849,17R$ 1,27R$
Perfuração 181.656,00R$ 5.449,68R$ 176.206,32R$ 0,26R$
Penetração 221.388,55R$ 6.641,66R$ 214.746,90R$ 0,31R$
Rolamento 111.041,28R$ 3.331,24R$ 107.710,04R$ 0,16R$
Total 1.415.992,19R$ 42.479,77R$ 1.373.512,42R$ 2,00R$
Custo Total de Desgaste
Quadro 27 - Material de Desgaste - Custo Total Fonte: Elaboração Própria
57
15% do custo do explosivo, outro valor padrão utilizado, mas que pode possuir um erro
considerável.
Através desse cálculo encontra-se um valor de R$ 647.203 a ser gasto com explosivos e
acessórios em 12 meses. Esse valor representa R$ 0,94 por tonelada vendável.
5.2.4.6 Eletricidade
Para o cálculo do gasto com eletricidade tem-se como dados essenciais o gasto
energético em KWh para britar uma tonelada e qual é o contrato de demanda que a pedreira
realiza. Vale ressaltar que a área que consome essa energia em uma pedreira é apenas a
britagem, já que os britadores e esteiras rodam por energia elétrica. Sendo assim, tem-se
como dado que a Pedranorte tem um contrato de demanda de R$ 14.000 fixo por mês mais
R$ 0,30 por KWh consumido. Além disso, foi informado que a linha de britagem da pedreira
consome 1,6 KWh para cada tonelada britada. Lembrando que por tonelada britada
entende-se todo o volume de rocha que passa no britador, independente se será vendido.
Quadro 28 - Custo com Explosivos Fonte: Elaboração Própria
Item Unidade Valor
Toneladas Desmontadas Ton 763.408,80
Consumo de Explosivos Kg/Ton 0,2
Preço do Explosivo R$ 3,8
Custo dos Aditivos % 15
Custo Total R$ 667.219,29R$
Crédito ICMS R$ 20.017
Custo Total Ajustado R$ 647.202,71R$
Quadro 29 - Custo com Energia Fonte: Elaboração Própria
Item Unidade Valor
Toneladas Britadas Ton 763.408,80
Demanda Fixa (mensal) R$/mês 14.000
Preço Variável R$/KWh 0,3
Consumo Específico KWh/Ton 1,6
Custo Total R$ 311.139,15R$
Crédito ICMS R$ 9.334
Custo Total Ajustado R$ 301.804,98R$
58
Pelo quadro 29 é possível visualizar que o custo total com energia previsto é de R$
301.805, ou de R$ 0,44 por tonelada a ser vendida.
5.2.4.7 Alugueis e Arrendamentos
O último item de custo a ser considerado é de alugueis e arrendamentos. Diversas
pedreiras operam em terrenos de terceiros ou utilizando um direito minerário que não esteja
em seu nome. No caso da Pedranorte, ela possui o terreno e o direito minerário, seus únicos
aluguéis são do caminhão pipa e do ônibus de transporte de funcionários. Como já
apontado, a Pedranorte paga R$ 24.000 e R$ 15.000 por mês para esses dois serviços,
respectivamente. Sendo assim, a empresa gastará R$ 468.000 por ano, ou R$ 0,68 por
tonelada com esses serviços.
Além disso, outro custo fundamental, é a terceirização do Decape da rocha. Como dito
anteriormente, a Pedranorte paga R$ 6,00 por cada m³ de estéril extraído e possui uma
razão estéril minério de 1/10. Ou seja, a cada m³ de estéril extraído, 10 m³ de minério
podem ser mineradas. Como a densidade do granito é de 2,65 kg/m³, o custo do decape
será de R$ 0,23 por tonelada, já que a cada 6 reais pagos 26,5 toneladas estão prontas
para o desmonte.
5.2.4.8 Custo Total de Produção
Considerando todos esses 7 itens de produção chega-se a custo médio de R$ 11,40 por
tonelada produzida, totalizando R$ 7832.287 de custo de produção.
5.2.5 Despesas Administrativas
As despesas administrativas de uma pedreira são divididas em 2 itens principais: custos
com mão de obra administrativa e custo com estrutura. O custo com a mão de obra, como
Item de Custo Valor Custo por Tonelada
Mão de Obra Direta 2.178.781,08R$ 3,17R$
Manutenção 1.394.000,00R$ 2,03R$
Combustível e Lubrificantes 1.313.423,68R$ 1,91R$
Materiais de Desgaste 1.373.512,42R$ 2,00R$
Explosivos e Acessórios 647.202,71R$ 0,94R$
Eletricidade 301.804,98R$ 0,44R$
Aluguéis e Arrendamentos 468.000,00R$ 0,68R$
Decape 155.562,55R$ 0,23R$
Total Gasto 7.832.287,42R$ 11,40R$
Quadro 30 - Custo de Produção Fonte: Elaboração Própria
59
pode ser visto no anexo 1, é de R$ 1.319.442. O custo com estrutura é mais complexo de
ser calculado, porém, ele geralmente é um pouco inferior ao custo com mão de obra e gira
em torno de 1 milhão por ano. No presente estudo será considera que esse é de R$
1.180.558, de modo que o custo total com despesas administrativas seja de R$ 2.500.000.
Esse valor, um tanto quanto arbitrário, do custo com estrutura se mostra, na realidade,
acima da média de diversas pedreiras familiares, onde esse é inferior a 1 milhão, sendo
portanto um número conservador.
5.2.6 EBITDA
Com esses valores calculados, pode-se calcular o lucro antes do imposto de renda,
juros, depreciação e amortização (EBITDA), importante indicador para apurar o fluxo de
caixa gerado. Desse EBITDA será extraído também o valor a ser pago de impostos sobre a
renda, que são possíveis de calcular, já que a unidade opera no regime de lucro presumido,
e a expectativa de reinvestimento, o Capital Expenditure (CAPEX) a ser realizado.
5.2.7 CAPEX
Por se tratar de uma unidade já em operação, com equipamentos já usados, é esperado
que a partir de 1 ano após a venda já tenha que ser realizado investimentos ocasionais.
Para fazer uma estimativa desse investimento deve ser considerada a vida útil dos
equipamentos, os investimentos que devem ser feitos neles durante sua vida e seu valor
residual após a venda. Como não se sabe o tempo de vida e condição de cada equipamento
será projetado o fluxo considerando que esses se encontram na metade de sua vida útil,
exceto pela linha de britagem.
Para as escavadeiras, carregadeiras e perfuratriz (pneumática ou hidráulica), pode ser
considerado uma vida útil de 10 anos, porém, quando essas máquinas atingirem metade da
Quadro 31 - EBITDA Simulado Fonte: Elaboração Própria
Receita Bruta 18.344.713
Impostos -1.219.923
Receita Líquida 17.124.790
Custo de Produto Vendido -7.832.287
Lucro Bruto 9.292.503
Margem Bruta 54,3%
Despesas Administrativas -2.500.000
EBITDA 6.792.503
Margem EBITDA 39,7%
EBITDA Simulado (R$)
60
sua vida útil, 5 anos, deverá ser feito uma reforma completa nelas. Essa reforma irá custar
25% do seu valor original, trocando motor, esteiras de carregadeiras, ajustando o eixo, entre
outras reformas. Logicamente, esses valores são estimativas que, na média, se aproximam
da realidade. Após 10 anos de uso esses equipamentos são vendidos como sucata por 15%
de seu valor.
Para os caminhões e comboio, sua vida útil é de apenas 6 anos e não é feita essa
mesma reforma geral. Após os 6 anos o equipamento é vendido por 35% de seu valor. É
considerado que todos os caminhões da Pedranorte estão com 3 anos de uso.
Para a linha de britagem, é considerado que ela não irá ser trocada até o esgotamento
da pedreira, e será descartada sem valor residual após esse esgotamento. Porém, são
feitos investimentos corriqueiros na mesma que serão estimados em 5% de seu valor.
Além disso, é feito consistentemente investimentos em segurança e meio ambiente,
como o plantio de mudas para fazer uma cortina arbórea em volta de pedreira e a
implementação de escadas e cercas em equipamentos. Esse investimento, de forma
arbitrária, é estimado em 150 mil por ano.
Pelo quadro 32 é possível observar o fluxo de CAPEX estimado para a Pedranorte após
a aquisição.
61
5.2.8 Impostos Sobre o Lucro
Pelo regime de lucro presumido, o qual a Pedranorte opera, o fisco presume que as
empresas possuem uma margem sobre o faturamento bruto e sobre ela os impostos sobre o
lucro são tributados. No caso do Imposto de Renda (IR) a base de cálculo é de 8% e sobre
essa base de cálculo se cobra um imposto de 25%. Ou seja, é cobrado um imposto de 2%
sobre o faturamento bruto (8% * 25).
Para a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), é usada uma base de cálculo
de 12% da receita bruta e sobre essa é cobrada um imposto de 9%. Sendo assim, o imposto
cobrado é de 1,08% (12% * 9%) da receita bruta. Logo, no total, paga-se um imposto de
3,08% da receita bruta. Como está sendo considerada a receita constante, igual a R$
18.344.713, será pago anualmente um imposto de R$ 565.017.
5.2.9 Fluxo de Caixa – Resultado
Obtendo uma estimativa para o EBITDA da Pedranorte, os impostos sobre o lucro a
serem pagos o CAPEX a ser feito, temos todos os elementos para estimar o fluxo de caixa
da empresa. Esse é equivalente ao EBITDA menos o IR, CSLL e o CAPEX e está
representando no quadro 33.
Rodantes
pesados
Caminhões e
ComboiosBritagem
Seguraça e Meio
AmbienteTotal
Ano 1 1.875.000,00R$ -R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 2.225.000,00R$
Ano 2 -R$ -R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 350.000,00R$
Ano 3 -R$ 1.625.000,00R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 1.975.000,00R$
Ano 4 -R$ -R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 350.000,00R$
Ano 5 -R$ -R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 350.000,00R$
Ano 6 6.375.000,00R$ -R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 6.725.000,00R$
Ano 7 -R$ -R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 350.000,00R$
Ano 8 -R$ -R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 350.000,00R$
Ano 9 -R$ 1.625.000,00R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 1.975.000,00R$
Ano 10 -R$ -R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 350.000,00R$
Ano 11 1.875.000,00R$ -R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 2.225.000,00R$
Ano 12 -R$ -R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 350.000,00R$
Ano 13 -R$ -R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 350.000,00R$
Ano 14 -R$ -R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 350.000,00R$
Ano 15 -R$ 1.625.000,00R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 1.975.000,00R$
Ano 16 6.375.000,00R$ -R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 6.725.000,00R$
Ano 17 -R$ -R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 350.000,00R$
Ano 18 -R$ -R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 350.000,00R$
Ano 19 -R$ -R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 350.000,00R$
Ano 20 -R$ -R$ 200.000,00R$ 150.000,00R$ 350.000,00R$
Quadro 32 - Fluxo de Capex Fonte: Elaboração Própria
62
Faturamento EBITDA IR E CSLL CAPEXFCFE
Ano 1 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 2.225.000,00R$ 4.002.485,43R$
Ano 2 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 350.000,00R$ 5.877.485,43R$
Ano 3 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 1.975.000,00R$ 4.252.485,43R$
Ano 4 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 350.000,00R$ 5.877.485,43R$
Ano 5 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 350.000,00R$ 5.877.485,43R$
Ano 6 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 6.725.000,00R$ 497.514,57-R$
Ano 7 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 350.000,00R$ 5.877.485,43R$
Ano 8 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 350.000,00R$ 5.877.485,43R$
Ano 9 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 1.975.000,00R$ 4.252.485,43R$
Ano 10 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 350.000,00R$ 5.877.485,43R$
Ano 11 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 2.225.000,00R$ 4.002.485,43R$
Ano 12 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 350.000,00R$ 5.877.485,43R$
Ano 13 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 350.000,00R$ 5.877.485,43R$
Ano 14 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 350.000,00R$ 5.877.485,43R$
Ano 15 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 1.975.000,00R$ 4.252.485,43R$
Ano 16 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 6.725.000,00R$ 497.514,57-R$
Ano 17 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 350.000,00R$ 5.877.485,43R$
Ano 18 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 350.000,00R$ 5.877.485,43R$
Ano 19 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 350.000,00R$ 5.877.485,43R$
Ano 20 18.344.713,46R$ 6.792.502,60R$ 565.017,17R$ 350.000,00R$ 5.877.485,43R$
Figura 20 - Fluxo de Caixa Fonte: Elaboração Própria
Quadro 33 - Fluxo de Caixa Fonte: Elaboração Própria
63
5.3 Valoração – Resultado
Calculado o FCFE e a taxa de desconto da Pedranorte, pode ser descontado o fluxo no
tempo, obtendo o FCFE descontado, e, pelo seu valor acumulado obter o valor da empresa
sem considerar seu endividamento. Como já apontado anteriormente, a pedreira será
valorada por um período de 20 anos e não será considerado seu endividamento, que deverá
ser abatido do valor do negócio na aquisição.
Vê-se, portanto, que a Pedranorte possui um valor de aproximadamente 35 milhões
de reais, dada as premissas adotadas que, na medida do possível, buscaram retratar a
realidade com um viés conservador.
FCFE FCFE DescontadoFCFE Descontado e
Acumulado
Ano 1 4.002.485,43R$ 3.567.701,33R$ 3.567.701,33R$
Ano 2 5.877.485,43R$ 4.669.915,50R$ 8.237.616,83R$
Ano 3 4.252.485,43R$ 3.011.750,74R$ 11.249.367,57R$
Ano 4 5.877.485,43R$ 3.710.449,15R$ 14.959.816,72R$
Ano 5 5.877.485,43R$ 3.307.388,52R$ 18.267.205,25R$
Ano 6 497.514,57-R$ 249.550,36-R$ 18.017.654,89R$
Ano 7 5.877.485,43R$ 2.627.862,74R$ 20.645.517,63R$
Ano 8 5.877.485,43R$ 2.342.401,88R$ 22.987.919,50R$
Ano 9 4.252.485,43R$ 1.510.676,28R$ 24.498.595,79R$
Ano 10 5.877.485,43R$ 1.861.139,25R$ 26.359.735,04R$
Ano 11 4.002.485,43R$ 1.129.732,96R$ 27.489.468,00R$
Ano 12 5.877.485,43R$ 1.478.755,36R$ 28.968.223,35R$
Ano 13 5.877.485,43R$ 1.318.120,34R$ 30.286.343,69R$
Ano 14 5.877.485,43R$ 1.174.934,87R$ 31.461.278,56R$
Ano 15 4.252.485,43R$ 757.746,25R$ 32.219.024,81R$
Ano 16 497.514,57-R$ 79.021,54-R$ 32.140.003,27R$
Ano 17 5.877.485,43R$ 832.127,71R$ 32.972.130,98R$
Ano 18 5.877.485,43R$ 741.734,90R$ 33.713.865,88R$
Ano 19 5.877.485,43R$ 661.161,33R$ 34.375.027,21R$
Ano 20 5.877.485,43R$ 589.340,35R$ 34.964.367,57R$ Quadro 34 - Valuation Final – Pedranorte
Fonte: Elaboração Própria
64
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6.1 Conclusões
Conclui-se que o valor da pedreira se encontra dentro dos parâmetros vistos no
mercado, sendo, portanto, válido o valuation realizado. É comum nesse setor realizar
valorações por múltiplos de Faturamento ou de EBITDA. Nos EUA, utiliza-se muito o
múltiplo EBITDA, adotando como parâmetro de 6 a 9 EBITDAS o valor de uma pedreira em
operação. Já no Brasil, o valor mais utilizado gira em torno de 5 EBITDAs, podendo chegar
a 6 de acordo com as perspectivas do mercado. A Pedranorte foi valorada em 5,15 vezes
seu EBITDA. Seu FCFE, durante seus 20 anos de operação, foi de 4.8 milhões, valor
também similar ao informado anteriormente pelos sócios da unidade.
Além disso, os parâmetros de custo de produção e margem estão bem coerentes com o
mercado. Observando parâmetros internacionais, vemos que as principais empresas
americanas de agregados minerais, Vulcan e Martin Marietta, operam com margens EBITDA
de 20 a 30%. A margem encontrada na Pedranorte, e comum em pedreiras do Brasil, é de
40%, uma vez que os preços aqui costumam ser mais elevados que no mercado americano
e alguns custos são menores, como mão de obra e segurança.
6.2 Perspectivas de Encaminhamento Futuro
Uma ação que pode aumentar significativamente o valor de uma pedreira é a
verticalização da mesma, principalmente através da fabricação de asfalto e concreto. Uma
usina de asfalto, por exemplo, possui um valor inferior a 2 milhões e pode ter um retorno em
menos de 2 anos, caso haja um mercado relevante na região. Uma alternativa para a
valoração da Pedranorte seria utilizar modelos de opções reais quanto a chance de
verticalização da mesma, uma vez que atualmente a mesma trabalha apenas com a venda
de pedra britada.
Essa opção pode aumentar significativamente o valor da unidade, porém, pelos mesmos
motivos que levaram a ser considerado um EBITDA constante, optou-se por não realizar.
Seria imprudente assumir que existe uma chance significativa de verticalização com poucas
informações de mercado e com a grande incerteza em que o país se encontra.
65
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KULAIF, Y. Brita e Cascalho. In: Departamento Nacional de Produção Mineral. Sumário Mineral 2014. Rio de Janeiro: 2014. LA SERNA, H. A. de; REZENDE, M. M. Agregados para a Construção Civil. Brasil: DNPM, pp. 602-635. LUZ, A. B.; ALMEIDA, S. L. M. de. Manual de Agregados para a construção civil. 2. ed. Rio de Janeiro: CETEM/MCTI, 2012. 432 p. LUZ, A. B.; LINS, F. F. Rochas & Minerais Industrias: Usos e Especificações. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2005. 867 p. ONTARIO MINISTRY OF NATURAL RESOURCE. Mineral Aggregate Resources. In: MNR. Office Consolidation. Ontario: Abril, 2008. PEREIRA, A. G.; NETO, A. A. A.; NEVES, C. A. R.; TEIXEIRA, J. A. de A. B.; MEDEIROS, K. A.; AMARAL, R. Q. do; SILVA, T. H. C. da; LIMA, T. M. Sumário Executivo. In: Departamento Nacional de Produção Mineral. Sumário Mineral 2014. Rio de Janeiro: 2014. SNIC. Sindicato Nacional da Indústria do Cimento. Rio de Janeiro: 2013, pp.6-39. Bureau Labor of Statistics – Disponível em http://www.bls.gov/ http://www.moneychimp.com/ - Acessado em: 02 de Fevereiro de 2015 http://people.stern.nyu.edu/adamodar/pdfiles/eqnotes/pvt.pdf - Acessado em: 02 de Fevereiro de 2015 http://pages.stern.nyu.edu/~adamodar/New_Home_Page/datafile/totalbeta.html - Acessado em: 02 de Fevereiro de 2015 http://people.stern.nyu.edu/adamodar/New_Home_Page/datafile/Betas.html - Acessado em: 02 de Fevereiro de 2015 http://www.ipeadata.gov.br/ - Acessado em: 02 de Fevereiro de 2015
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ANEXO 1 – Mão de Obra Funcionário Cargo Centro de Custo SALÁRIO Custo Total Mensal
Desmonte 1 AUXILIAR DE PRODUÇÃO II DESMONTE 1.077 3.528 Desmonte 2 AUXILIAR DE PRODUÇÃO I DESMONTE 995 3.386 Desmonte 3 CABO DE FOGO DESMONTE 2.033 5.285 Desmonte 4 ENCARREGADO DE DESMON II DESMONTE 3.140 7.252 Desmonte 5 OPER DE ESCAV II ROMPEDOR DESMONTE 2.140 5.356 Desmonte 6 OPER DE ESCAV II ROMPEDOR DESMONTE 2.140 5.356 Desmonte 7 OPERADOR PERFURATRIZ I DESMONTE 1.380 4.049 Desmonte 8 OPERADOR PERFURATRIZ I DESMONTE 1.380 4.049 Desmonte 9 OPERADOR PERFURATRIZ I DESMONTE 1.380 4.049 Transporte Interno 1 MOTORISTA INTERNO I TRANSPORTE INTERNO 1.841 4.842 Transporte Interno 2 MOTORISTA INTERNO I TRANSPORTE INTERNO 1.842 4.842 Transporte Interno 3 MOTORISTA INTERNO I TRANSPORTE INTERNO 1.842 4.842 Transporte Interno 4 MOTORISTA INTERNO II TRANSPORTE INTERNO 1.967 5.058 Transporte Interno 5 OPER DE ESCAVADEIRA I TRANSPORTE INTERNO 2.140 5.356 Transporte Interno 6 OPER DE ESCAVADEIRA II TRANSPORTE INTERNO 2.474 5.930 Transporte Interno 7 OPER DE ESCAVADEIRA III TRANSPORTE INTERNO 2.675 6.277 Britagem 1 AUXILIAR DE LINHA DE PROD BRITAGEM 995 3.386 Britagem 2 GERENTE DE PRODUÇÃO BRITAGEM 12.350 22.240 Britagem 3 OPERADOR DE BRITAGEM II BRITAGEM 1.519 4.288 Britagem 4 OPERADOR DE BRITAGEM II BRITAGEM 1.519 4.288 Britagem 5 OPERADOR DE BRITAGEM II BRITAGEM 1.519 4.288 Britagem 6 OPERADOR DE BRITAGEM II BRITAGEM 1.519 4.288 Britagem 7 SUPERVISOR PRODUCAO BRITAGEM 4.210 7.905 Expedição 1 OPER PÁ CARREGADEIRA III EXPEDIÇÃO 1.798 4.767 Expedição 2 OPER PÁ CARREGADEIRA III EXPEDIÇÃO 1.798 4.767 Expedição 3 OPER PÁ CARREGADEIRA III EXPEDIÇÃO 1.798 4.767 Manutenção 1 ABASTECIMENTO MANUTENÇÃO 1.097 3.561 Manutenção 2 ABASTECIMENTO MANUTENÇÃO 1.257 3.837 Manutenção 3 AJUDANTE ELETRICISTA MANUTENÇÃO 1.284 3.954 Manutenção 4 ANALISTA DE MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO 1.819 4.804 Manutenção 5 APRENDIZ DE OFICIO MANUTENÇÃO 899 3.220 Manutenção 6 ASSIS MANUTENÇÃO II MANUTENÇÃO 2.140 5.356 Manutenção 7 ASSISTENTE DE MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO 1.819 4.804 Manutenção 8 ASSISTENTE DE MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO 1.819 4.804 Manutenção 9 ASSISTENTE DE MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO 1.819 4.804 Manutenção 10 AUXILIAR DE MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO 995 3.386 Manutenção 11 ELETRICISTA MANUTENÇÃO 2.416 5.965 Manutenção 12 MECANICO DE MANUTENCAO I MANUTENÇÃO 2.502 5.978 Manutenção 13 MECANICO DE MANUTENCAO II MANUTENÇÃO 2.907 6.676 Manutenção 14 MECANICO MANUTENCAO III MANUTENÇÃO 3.186 7.157 Manutenção 15 SOLDADOR I MANUTENÇÃO 2.140 5.356 Manutenção 16 SUPERVISOR DE MANUTENÇAO MANUTENÇÃO 3.210 7.197 Administrativo, Financeiro e Vendas 1 ALMOXARIFE ADMINISTRATIVO 1.605 4.435 Administrativo, Financeiro e Vendas 2 ANALISTA COMERCIAL I ADMINISTRATIVO 1.324 3.951 Administrativo, Financeiro e Vendas 3 ANALISTA CONTABIL ADMINISTRATIVO 2.354 5.724 Administrativo, Financeiro e Vendas 4 ANALISTA DE RH ADMINISTRATIVO 1.712 4.619 Administrativo, Financeiro e Vendas 5 ANALISTA FINANCEIRO ADMINISTRATIVO 1.926 4.988 Administrativo, Financeiro e Vendas 6 APRENDIZ DE OFICIO ADMINISTRATIVO 449 2.447 Administrativo, Financeiro e Vendas 7 ASSIST ADMINISTRATIVO II ADMINISTRATIVO 1.324 3.951 Administrativo, Financeiro e Vendas 8 AUXILIAR DE LIMPEZA ADMINISTRATIVO 995 3.386 Administrativo, Financeiro e Vendas 9 AUXILIAR DE LIMPEZA ADMINISTRATIVO 995 3.386 Administrativo, Financeiro e Vendas 10 COMPRADOR ADMINISTRATIVO 2.140 5.356 Administrativo, Financeiro e Vendas 11 CONTADOR ADMINISTRATIVO 6.741 13.273 Administrativo, Financeiro e Vendas 12 FATURISTA I ADMINISTRATIVO 1.324 3.951 Administrativo, Financeiro e Vendas 13 FATURISTA II ADMINISTRATIVO 1.692 4.584 Administrativo, Financeiro e Vendas 14 GERENTE COMERCIAL ADMINISTRATIVO 2.816 6.363 Administrativo, Financeiro e Vendas 15 GERENTE DE RH ADMINISTRATIVO 4.210 8.685 Administrativo, Financeiro e Vendas 16 GERENTE FINANCEIRA ADMINISTRATIVO 4.210 8.685 Administrativo, Financeiro e Vendas 17 OFFICE BOY ADMINISTRATIVO 1.177 3.699 Administrativo, Financeiro e Vendas 18 PORTEIRO I ADMINISTRATIVO 1.102 3.570 Administrativo, Financeiro e Vendas 19 PORTEIRO I ADMINISTRATIVO 1.102 3.570 Administrativo, Financeiro e Vendas 20 SERVIÇOS GERAIS I ADMINISTRATIVO 995 3.386 Administrativo, Financeiro e Vendas 21 TEC DE SEG DO TRABALHO ADMINISTRATIVO 1.819 4.128 Administrativo, Financeiro e Vendas 22 VENDEDOR EXTERNO I ADMINISTRATIVO 1.610 3.769 Administrativo, Financeiro e Vendas 23 VENDEDOR EXTERNO II ADMINISTRATIVO 2.634 5.531 Administrativo, Financeiro e Vendas 24 VIGILANTE ADMINISTRATIVO 1.344 3.310 Administrativo, Financeiro e Vendas 25 VIGILANTE ADMINISTRATIVO 1.344 3.310 Administrativo, Financeiro e Vendas 26 REAJUSTE DE SALÁRIO ADMINISTRATIVO 2.447 5.866 Administrativo, Financeiro e Vendas 27 TRABALHADOR RURAL I ADMINISTRATIVO 1.102 2.556 Administrativo, Financeiro e Vendas 28 TRABALHADOR RURAL I ADMINISTRATIVO 995 2.372 Administrativo, Financeiro e Vendas 29 TRABALHADOR RURALII ADMINISTRATIVO 1.487 3.219
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