14 Derivadas Parciais - University of São Paulo

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14 Derivadas Parciais

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14.3 Derivadas Parciais

3 3

Derivadas Parciais

Em um dia quente, a umidade muito alta aumenta a

sensação de calor, ao passo que, se o ar está muito seco,

temos a sensação de temperatura mais baixa do que a

indicada no termômetro. O Serviço Meteorológico do

Canadá introduziu o humidex (ou índice de temperatura-

umidade) para descrever os efeitos combinados da

temperatura e umidade. O humidex I é a temperatura

aparente do ar quando a temperatura real for T e a

umidade relativa for H. Desse modo, I é uma função de T e

H e podemos descrever I = f (T, H).

4 4

Derivadas Parciais

A tabela de valores de I a seguir de I é a parte de uma

tabela compilada pelo Serviço Meteorológico.

Tabela 1

Índice de calor I como uma função de temperatura e umidade

5 5

Derivadas Parciais

Se nos concentrarmos na coluna assinalada da tabela que

corresponde à umidade relativa de H = 60%, estaremos

considerando o humidex como uma função de uma única

variável T para um valor fixo de H. Vamos escrever

g(T ) = f (T, 60). Então, g (T ) descreve como o humidex I

aumenta à medida que a temperatura realT aumenta

quando a umidade relativa é de 60%. A derivada de g

quando T = 30 C é a taxa de variação de I com relação a

T quando T = 30 C :

6 6

Derivadas Parciais

Podemos aproximar seu valor usando a Tabela 1 e

tomando h = 2 e –2:

Calculando a média desses valores, podemos dizer que a

derivada g (30) é aproximadamente 1,75. Isso significa

que, quando a temperatura real é 30 C e a umidade

relativa é de 60%, a temperatura aparente (humidex) sobe

para cerca de 1,75 C para cada grau que a temperatura

real sobe.

7 7

Derivadas Parciais

Olhemos agora para a linha sombreada da Tabela 1, que

corresponde à temperatura fixa de T = 30 C.

Tabela 1

Índice de calor I como uma função de temperatura e umidade

8 8

Derivadas Parciais

Os números nesta linha são valores da função

G(H) = f (30, H), que descreve como o humidex aumenta à

medida que a umidade relativa H aumenta quando a

temperatura real é T = 30 C. A derivada dessa função

quando H = 60% é a taxa de variação de I com relação a T

quando H = 60%:

9 9

Derivadas Parciais

Tomando h = 5 e –5, aproximamos o valor G (60) usando

os valores tabelados:

Ao calcularmos a média desses valores, obtemos a

estimativa G (60) 0,3. Isso nos diz que, quando a

temperatura é de 30 C e a umidade relativa é de 60%, o

humidex aumenta em cerca de 0,3 C para cada ponto

porcentual que a umidade relativa aumenta.

10 10

Derivadas Parciais

Em geral, se f é uma função de duas variáveis x e y,

suponha que deixemos somente x variar enquanto

mantemos fixo o valor de y, por exemplo, fazendo y = b,

onde b é uma constante. Estaremos então considerando,

realmente, uma função de uma única variável x, a saber,

g(x) = f (x, b). Se g tem derivada em a, nós a chamaremos

de derivada parcial de f em relação a x em (a, b) e o

denotaremos por fx (a, b). Assim,

11 11

Derivadas Parciais

Pela definição de derivada, temos

e assim a Equação 1 torna-se

12 12

Derivadas Parciais

Da mesma forma, a derivada parcial de f em relação a y

em (a, b), denotada por fy(a, b), é obtida mantendo-se x

fixo (x = a) e determinando-se a derivada em b da função

G(y) = f (a, y):

Com essa notação para derivadas parciais, podemos

escrever as taxas de variação do humidex I com relação à

temperatura real T e umidade relativa H quando T = 30 C

e H = 60% como segue:

fT (30, 60) 1,75 fH(30, 60) 0,3

13 13

Derivadas Parciais

Se agora deixamos o ponto (a, b) variar nas Equações 2 e

3, fx e fy se tornam funções de duas variáveis.

14 14

Derivadas Parciais

Existem diversas notações alternativas para derivadas

parciais. Por exemplo, em vez de fx, podemos escrever f1

ou D1f (para indicar a derivação em relação à primeira

variável) ou ∂f / ∂x. Mas aqui, ∂f / ∂x não pode ser

interpretada como uma razão de diferenciais.

15 15

Derivadas Parciais

Para calcularmos as derivadas parciais, tudo que temos a

fazer é nos lembrarmos, a partir da Equação 1, que a

derivada parcial com relação a x é apenas é a derivada

ordinária da função g de uma única variável obtida

mantendo-se fixo o valor de y. Então, temos a seguinte

regra.

16 16

Exemplo 1

Se f (x, y) = x3 + x2y3 – 2y2, encontre fx(2, 1) e fy(2, 1).

SOLUÇÃO: Mantendo y constante e derivando em relação

a x, obtemos

fx(x, y) = 3x2 + 2xy3

e, assim, fx(2, 1) = 3 22 + 2 2 13 = 16

Mantendo x constante e derivando em relação a y,

obtemos

fy(x, y) = 3x2y2 – 4y

fy(2, 1) = 3 22 12 – 4 1 = 8

17 17

Interpretações das Parciais

Derivadas

18 18

Interpretações das Parciais

Derivadas Para darmos uma interpretação geométrica para as

derivadas parciais, lembremo-nos de que a equação

z = f (x, y) representa uma superfície S (o gráfico def ). Se

f (a, b) = c, então o ponto P(a, b, c) está em S. Ao fixar

y = b, estamos restringindo nossa atenção à curva C1 em

que o plano vertical y = b intersecciona S. (Em outras

palavras, C1 é o corte de S no plano y = b.)

19 19

Interpretações das Parciais

Derivadas Dessa maneira, o plano vertical x = a intersecciona S em

uma curva C2. As curvas C1 e C2 passam pelo ponto P.

(Veja a Figura 1.)

Observe que a curva C1 é o

gráfico da função g(x) = f (x, b), de

modo que a inclinação da

tangente T1 em P é g (a) = fx (a, b).

A curva C2 é o gráfico da

função G(y) = f (a, y), de modo

que a inclinação da tangente

T2 em P é G (b) = fy (a, b).

Figura 1

As derivadas parciais de f em (a, b) são

as inclinações das retas tangentes a C1

e C2.

20 20

Interpretações das Parciais

Derivadas Então, as derivadas parciais fx(a, b) e fy(a, b) podem ser

interpretadas geometricamente como as inclinações das

retas tangentes em P(a, b, c) aos cortes C1 e C2 de S nos

planos y = b e x = a. Como vimos no caso da função

humidex, as derivadas parciais podem ser interpretadas

como taxas de variação. Se z = f (x, y), então ∂z / ∂x

representa a taxa de variação de z com respeito a x

quando y é mantido fixo. Da mesma forma, ∂z / ∂y

representa a taxa de variação de z em relação a y quando

x é mantido fixo.

21 21

Exemplo 2

Se f (x, y) = 4 – x2 – 2y2, determine fx(1, 1) e fy(1, 1) e

interprete esses números como inclinações.

SOLUÇÃO: Temos

fx(x, y) = –2x fy(x, y) = –4y

fx(1, 1) = –2 fy(1, 1) = –4

22 22

Exemplo 2 – Solução

O gráfico de f é o paraboloide z = 4 – x2 – 2y2 e o plano

vertical y = 1 intercepta-o na parábola z = 2 – x2, y = 1.

(Como na discussão anterior, rotulamos C1 na Figura 2.) A

inclinação da reta tangente a essa parábola no ponto

(1, 1, 1) é fx(1, 1) = –2.

Figura 2

continuação

23 23

Exemplo 2 – Solução

Da mesma forma, a curva C2 em que o plano x = 1

interpreta o paraboloide é a parábola z = 3 – 2y2, x = 1, e a

inclinação da reta tangente em (1, 1, 1) é fy(1, 1) = –4.

(Veja a Figura 3.)

Figura 3

continuação

24 24

Funções de Mais de Duas

Variáveis

25 25

Funções de Mais de Duas Variáveis

As derivadas parciais também podem ser definidas para

funções de três ou mais variáveis. Por exemplo, se f é uma

função de três variáveis x, y e z, então sua derivada parcial

em relação a x é definida como

e é determinada pela relação de y e z como constantes e

derivando f (x, y, z) em relação a x.

26 26

Funções de Mais de Duas Variáveis

Se w = f (x, y, z), então, f x = ∂w / ∂x pode ser interpretada

como a taxa de variação de w com relação a x quando y e

z são mantidos fixos. Entretanto, não podemos interpretá-

la geometricamente porqur o gráfico de f pertence ao

espaço de dimensão quatro.

Em geral, se u é uma função de n variáveis,

u = f (x1, x2,…, xn), sua derivada parcial em relação à

i -ésima variável xi é

e podemos também escrever

27 27

Exemplo 5

Encontre fx, fy e fz se f (x, y, z) = exy ln z.

SOLUÇÃO: Mantendo y e z constantes e derivando em

relação a x, temos

fx = yexy ln z

Da mesma forma, fy = xexy ln z e fz =

28 28

Derivadas de Ordem Mais Alta

29 29

Derivadas de Ordem Mais Alta

Se f é uma função de duas variáveis, suas derivadas

parciais fx e fy são funções de duas variáveis, de modo que

podemos considerar novamente suas derivadas parciais

(fx)x, (fx)y, (fy)x e (fy)y, chamadas derivadas parciais de

segunda ordem de f. Se z = f (x, y), usamos a seguinte

notação:

30 30

Derivadas de Ordem Mais Alta

Portanto, a notação fxy (ou ∂2f / ∂y ∂x) significa que primeiro

derivamos com relação a x e, depois em relação a y, ao

passo que no calculo de fyx a ordem é invertida.

31 31

Exemplo 6

Determine as derivadas parciais de

f (x, y) = x3 + x2y3 – 2y2

SOLUÇÃO: No Exemplo 1, descobrimos que

fx(x, y) = 3x2 + 2xy3 fy(x, y) = 3x2y2 – 4y

Portanto,

fxx = (3x2 + 2xy3) = 6x + 2y3 fxy = (3x2 + 2xy3) = 6xy2

fyx = (3x2y2 – 4y) = 6xy2 fyy = (3x2y2 – 4y) = 6x2y – 4

32 32

Derivadas de Ordem Mais Alta

Observe que fxy = fyx no Exemplo 6. Isso não é só uma

coincidência. As derivadas parciais mistas fxy e fyx são

iguais para a maioria das funções que encontramos na

prática. O próximo teorema, do matemático francês Alexis

Clairaut (1713-1765), fornece condições sob as quais

podemos afirmar que fxy = fyx.

33 33

Derivadas de Ordem Mais Alta

Derivadas parciais de ordem 3 ou maior também podem

ser definidas. Por exemplo,

e usando o Teorema de Clairaut podemos mostrar que

fxyy = fyxy = fyyx se essas funções forem contínuas.

34 34

Equações Diferenciais Parciais

35 35

Equações Diferenciais Parciais

As derivadas parciais ocorrem em equações diferenciais

parciais que exprimem certas leis físicas. Por exemplo, a

equação diferencial parcial

é denominada equação de Laplace em homenagem a

Pierre Laplace (1749-1827). As soluções dessa equação

são chamadas funções harmônicas e são muito

importantes no estudo de condução de calor, escoamento

de fluidos e potencial elétrico.

36 36

Exemplo 8

Mostre que a função u(x, y) = ex sen y é solução da

equação de Laplace.

SOLUÇÃO: Primeiro calcularemos as derivadas parciais

necessárias de segunda ordem:

ux = ex sen y uy = ex cos y

uxx = ex sen y uyy = –ex sen y

Assim, uxx + uyy = ex sen y – ex sen y = 0

Portanto, u satisfaz a equação de Laplace.

37 37

Equações Diferenciais Parciais

A equação de onda

descreve o movimento de uma onda, que pode ser do mar,

um onda sonora, de som, luminosa ou se movendo em

uma corda vibrante.

38 38

Equações Diferenciais Parciais

Por exemplo, se u(x, t) representa o deslocamento da

corda vibrante de violino no instante t e à distância x de

uma extremidade da corda (como na Figura 8), então

u(x, t) satisfaz a equação de onda. A constante a depende

da densidade da corda e da tensão aplicada nela.

Figura 8

39 39

Equações Diferenciais Parciais

As equações diferenciais parciais que envolvem as

funções de três variáveis também são muito importantes

na ciência e na engenharia. A equação tridimensional de

Laplace é

E um lugar em que ocorre é na geofísica. Se u(x, y, z)

representa a força do campo magnético na posição

(x, y, z), então ela satisfaz a Equação 5. A força do campo

magnético indica a distribuição de minérios ricos em ferro e

reflete diferentes tipos de rochas e a localização de falhas.

40 40

A Função de Produção de

Cobb-Douglas

41 41

A Função de Produção de

Cobb-Douglas

Descrevemos o trabalho de Cobb e Douglas na

modelagem da produção total P de um sistema econômico

como função da quantidade de mão de obra L e o capital

investido K. Usaremos agora as derivadas parciais para

mostrar como a forma particular desse modelo deriva de

certas hipóteses que eles fizeram sobre a economia.

Se a função de produção é denotada por P = P(L, K), a

derivada parcial ∂P/∂L é a taxa de variação da produção

em relação à quantidade de trabalho. Os economistas

chamam isso de produção marginal em relação ao trabalho

ou produtividade marginal do trabalho.

42 42

A Função de Produção de

Cobb-Douglas

Da mesma forma, a derivada parcial ∂P/∂K é a taxa de

variação da produção em relação ao capital investido e é

chamada a produtividade marginal do capital. Nesses

termos, as hipóteses feitas por Cobb e Douglas podem ser

enunciadas da seguinte forma:

(i) Se ou a mão de obra ou o capital se anulam, o mesmo

acontece com a produção.

(ii) A produtividade marginal do trabalho é proporcional à

quantidade de produção por unidade de trabalho.

(iii) A produtividade marginal do capital é proporcional à

quantidade de produção por unidade de capital.

43 43

A Função de Produção de

Cobb-Douglas

Como a produção por unidade de trabalho é P/L, a

hipótese (ii) diz

para alguma constante . Se mantivermos K constante

(K = K0), então essa equação diferencial parcial se

transforma na equação diferencial ordinária:

44 44

A Função de Produção de

Cobb-Douglas

Se resolvermos essa equação diferencial separável,

obteremos

P(L, K0) = C1(K0)L

Observe que escrevemos a constante C1 como função de

K0 porque ela pode depender do valor de K0.

Analogamente, a hipótese (iii) diz que

e podemos resolver essa equação diferencial obtendo

P(L0, K) = C2(L0)K

45 45

A Função de Produção de

Cobb-Douglas

Comparando as Equações 7 e 8, temos

P(L, K) = bL K

onde b é uma constante independente de L e K. A hipótese

(i) mostra que > 0 e > 0. Observe que, pela Equação 9,

se a mão de obra e o capital são amabos aumentados por

um fator m, temos

P(mL, mK) = b(mL) (mK) = m +

bL K = m +

P(L, K)

46 46

A Função de Produção de

Cobb-Douglas

Se + = 1, então P(mL, mK) = mP(L, K), o que significa

que a produção também é aumentada por um fator de m.

Essa é a razão pela qual Cobb e Douglas supuseram que

+ = 1 e, portanto,

P(L, K) = bL K1 –