Post on 01-Feb-2018
ACURACIDADE DOS ESTOQUES DE SOBRESSALENTES COMO ELEMENTO-CHAVE NA GESTÃO DA MANUTENÇÃO - UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO
José Flávio Rangel de Arruda, Rogério Atem de Carvalho
(Instituto Federal Fluminense)
Resumo: A gestão da manutenção comumente se apresenta como objeto de estudos práticos e acadêmicos voltados à melhoria de seus indicadores de eficiência, geralmente pautados nas variáveis tempo, custo e escopo. Em contrapartida, mostram-se raras as pesquisas ampliando o campo de análise para o papel da informação como um elemento-chave deste processo de melhoria contínua, especificamente através da acuracidade dos registros de estoques de sobressalentes - insumo quase indispensável nestas rotinas. Desta forma, este estudo se propõe a elencar os desafios para o gestor de materiais no âmbito da gestão da manutenção, buscando identificar, a partir deles, elementos-chave com elevado potencial de comprometimento da sua acuracidade; e, ao mesmo tempo, apresentar a importância do tema a partir de uma extensa pesquisa bibliográfica em diferentes bases de dados acadêmicas, no Brasil e no exterior. Os nove elementos-chave consolidados e o expressivo volume de referenciais identificados, em diferentes abordagens de pesquisa, atestam a relevância e a amplitude do tema, especialmente no setor industrial.
Palavras-chaves: Gestão da Manutenção, Sobressalentes, Acuracidade.
ISSN 1984-9354
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
2
1- Introdução
As áreas de investigação relevantes sobre a gestão estratégica da manutenção, em termos
gerais, incluem uma grande diversidade de tópicos, especialmente associados ao aprimoramento
de indicadores de eficiência baseados nas variáveis tempo, custo e escopo. Em complemento a
estes estudos, de grande relevância neste processo de melhoria contínua, novas abordagens foram
desenvolvidas buscando entender a influência da gestão da cadeia de suprimentos na gestão da
manutenção, ampliando os horizontes de pesquisa e enaltecendo a informação como um elemento-
chave para o seu funcionamento.
Nesta perspectiva, em virtude das demandas econômicas globais ligadas à velocidade,
qualidade e preço, de maneira personalizada (Pradella e Silva, 2005), e de acordo com o enfoque
deste estudo, o papel da informação na gestão da manutenção se mostra uma questão relevante na
prática, especialmente quando consideradas as suas demandas mais simples, ligadas à gestão das
peças sobressalentes – insumos quase indispensáveis a sua realização -, traduzidas não somente na
sua disponibilidade, mas sobretudo na acuracidade dos seus registros, em seu sentido mais amplo.
A acuracidade dos registros de estoque, em outras palavras, consiste num fator chave para
a eficiência operacional das empresas (HUSCHKA, 2009) (DEHORATIUS; RAMAN, 2008)
(WALLER, NACHTMANN e HUNTER, 2006). Comumente definida como o índice de precisão
dos registros de estoque, correspondendo a uma medida de conformidade do saldo de um item
verificado em mãos comparado à quantidade registrada no sistema de informação (SHELDON,
2004), ou ainda ao nível de precisão incorrido durante determinadas operações (CSCMP, 2010),
geralmente expresso em porcentagem, a acuracidade pode ser facilmente relacionada ao registro
correto, preciso e completo de todas as transações dos itens em estoque, desde o planejamento da
sua aquisição a sua destinação final, tanto nos processos físicos quanto nos administrativos.
Com efeito, estudos comprovam que a maior parte das empresas registra problemas de
estoque (SARI, 2008). Todavia, apesar desta realidade, existe um número limitado de pesquisas
voltadas para o efeito da inacuracidade dos inventários na performance das cadeias de suprimento
(Fleisch e Tellkamp, 2005) e, por consequência, na gestão da manutenção. Ademais,
Drohomeretski e Souza (2012) complementam que, embora existam diversas pesquisas na
atualidade abordando esta temática, muitas delas se voltam unicamente para o setor de varejo,
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
3
apesar das demandas similares em outros setores, especialmente no industrial, condição agravada
no caso brasileiro, onde se identifica uma escassez de investigações sobre acuracidade de estoque
de maneira generalizada (DROHOMERETSKI, 2009).
Em grande parte responsável pela garantia do nível de serviço ao cliente, a manutenção se
utiliza de programações muitas vezes condicionadas às peças sobressalentes, para as quais busca-
se constantemente a disponibilidade no tempo, quantidade e especificações adequadas. Garantir a
precisão dos registros destes itens, cujos estoques são geralmente caracterizados por uma grande
diversidade quantitativa, qualitativa e geográfica, especialmente no setor industrial, torna-se,
assim, uma questão fundamental para a gestão estratégica da manutenção.
Desta forma, este estudo se propõe a elencar os desafios para o gestor de materiais no
âmbito da gestão da manutenção, buscando identificar, a partir deles, elementos-chave com
elevado potencial de comprometimento da sua acuracidade; e, ao mesmo tempo, apresentar a sua
importância e as principais consequências de sua ausência, a partir de uma pesquisa bibliográfica
em diferentes bases de dados acadêmicas, no Brasil e no exterior. As considerações investigadas
neste estudo, embora geralmente habituais no âmbito operacional, possuem uma relevância
intrínseca, tendo em vista responderem, em muitas ocasiões, por significativas perdas operacionais
e financeiras quando desconhecidas ou negligenciadas, expondo negativamente, em última
análise, a gestão da manutenção como um todo.
1.1 - Organização do estudo
O presente estudo está organizado da seguinte forma: Introdução (1) – Apresenta a
contextualização da pesquisa, os seus principais elementos motivadores e o seu objetivo;
Considerações Metodológicas (2); Estoques de Peças Sobressalentes e Gestão da Manutenção (3)
– Os resultados relevantes da pesquisa bibliográfica; Conclusões (4) – Apresenta os elementos-
chave para a acuracidade obtidos através do estudo; Referências Bibliográficas (5).
2 - Considerações Metodológicas
Este estudo valeu-se de um extenso estudo bibliográfico em diferentes bases de dados
acadêmicas, no Brasil e no exterior, utilizando palavras chave correlatas ao tema de investigação,
além da seleção de livros direcionados ao tema de pesquisa. Os aspectos chave elencados pelos
autores identificados, uma vez dispostos lógica e sequencialmente, permitiram identificar e
compreender, através de simples sintetização e correlação ou mera citação, os elementos chave
caracterizadores da acuracidade dos estoques de sobressalentes no âmbito da gestão da
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
4
manutenção; atestando, em última análise, os desafios para o gestor de materiais e de manutenção
e, ao mesmo tempo, a relevância do tema para a academia.
A primeira etapa do estudo bibliográfico em bases de dados acadêmicas consistiu na
pesquisa a periódicos nacionais e internacionais disponíveis no Portal de Periódicos Capes
(www.periodicos.capes.gov.br), permitindo a consulta a diferentes bases de dados
simultaneamente, tais como: Academic Search Premier - ASP (EBSCO), Cambridge Journals
Online, Emerald Fulltext (Emerald), Highwire Press, Information Science & Technology
Abstracts - ISTA (EBSCO), SciELO.ORG, Science (AAAS), ScienceDirect (Elsevier),
SpringerLink (MetaPress), Oxford Journals (Oxford University Press) e Web of Knowledge Cross
Search (Thomson Scientific / ISI Web Services).
Em seguida, foi realizada uma pesquisa na base “ISI Web of Knowledge”,
(http://apps.webofknowledge.com), devido a sua relevância para pesquisas ligadas à área de
engenharia, bem como pela qualidade dos artigos disponibilizados.
A terceira etapa deste levantamento bibliográfico se deu na base “Scopus”
(http://www.scopus.com), por apresentar artigos de grande relevância para o tema pesquisado.
Estes dados foram complementados por uma pesquisa no Portal da ABEPRO (Associação
Brasileira de Engenharia de Produção), buscando referências publicadas no Encontro Nacional de
Engenharia de Produção (ENEGEP), assim como na base de dados do “Google Acadêmico”. Estas
duas últimas bases foram selecionadas por apresentarem um grande número de artigos publicados
no Brasil, o que representa um potencial de localização de referências acadêmicas mais próximas
ao contexto desta pesquisa.
Por fim, acreditando que o tema estudado também despertasse o interesse dos estudiosos
da administração, a quarta e última etapa ocorreu na base de dados da ANPAD (Associação
Nacional de Pós-Graduação em Administração) e no respectivo acervo acadêmico ligado aos
eventos por ela promovidos.
As pesquisas em todas as bases de dados foram realizadas em 30/09/2012, utilizando-se
como referência os termos “Spare Parts” e “Accuracy”, bem como “Peças Sobressalentes” e
“Acuracidade”, respectivamente, pois o objetivo era identificar artigos que abordassem os dois
temas simultaneamente, em âmbito nacional e internacional.
O resultado deste levantamento consistiu na seleção de referenciais em quantidade
equivalente a 101 artigos. Deste total, 52 artigos foram publicados em inglês e 49 em português.
Após a aplicação de filtros selecionando aqueles ligados à área de engenharia publicados nos
últimos cinco anos, seguida da avaliação dos seus títulos e resumos, apenas 45 artigos se
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
5
mostraram de grande relevância para o tema pesquisado, cujas ideias principais encontram-se
apresentadas e/ou correlacionadas no desenvolvimento deste estudo.
3 - Estoques de Peças Sobressalentes e Gestão da Manutenção
3.1 – Sobressalentes – Características e Finalidades
A definição de estoques de sobressalentes, de maneira geral, confunde-se com sua própria
finalidade no processo logístico e gerencial. Um objetivo primário do estoque é garantir a
disponibilidade de produtos, na quantidade e no tempo adequados (BALLOU, 2004), os quais se
voltam à operacionalidade e/ou a manutenibilidade dos equipamentos. Em síntese, consistem em
recursos voltados para minimizar as incertezas do processo logístico, podendo assumir diferentes
perfis de acordo com a necessidade, tais como: Pulmão (1) - reguladores do fluxo logístico,
amortecendo as influências da oferta na demanda e vice-versa (GASNIER et al., 2007)
(BALLOU, 2004); Estratégico (2), quando necessárias respostas contingenciais de caráter
extraordinário (GASNIER et al., 2007); Especulativo (3) - compra e venda estratégica de
produtos de acordo com as variações dos preços no mercado (GASNIER et al., 2007) (BALLOU,
2004); Trânsito (4) - Também se apresentam sob a forma de material em trânsito, quando
presentes ao longo dos canais de distribuição em razão das necessidades logísticas (GARCIA et
al., 2006) (BALLOU, 2004).
Os estoques também podem sofrer classificações de acordo com o perfil construtivo dos
materiais envolvidos ou com sua finalidade no processo, a exemplo de: matérias-primas (MP),
insumos, materiais em processo (“work-in-process”, WIP), conjuntos e subconjuntos,
componentes, peças de reposição, materiais de manutenção, dentre outros (GASNIER et al.,
2007), sendo os dois últimos os objetos de investigação neste estudo. Desta forma, pode-se
concluir que os estoques de peças sobressalentes para equipamentos correspondem a uma
aplicação específica na administração de materiais (GASNIER et al., 2007) (REGO; MESQUITA,
2011) (HUISKONEN, 2001) (KENNEDY et al., 2002) (BOTTER; FORTUIN, L., 2000) (WANG,
2012) (NEVES; DIALLO; LUSTOSA, 2008), especialmente devido às suas características
peculiares, ligadas a sua finalidade e importância técnica e financeira para o negócio como um
todo.
Segundo Wang e Syntetos (2011), as peças sobressalentes são ubíquas na sociedade moderna.
Desta forma, a partir de uma extensa revisão de literatura, foi possível elencar os aspectos mais
relevantes destes materiais e da sua gestão: Finalidades e Clientes (1): Voltam-se
especificamente para os departamentos de manutenção (especialmente preventiva e corretiva) e
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
6
produção (KENNEDY et al., 2002) (GASNIER et al., 2007) (WANG, 2012); Finanças (2):
Apresentam elevada diversidade de itens com alto valor agregado, incrementando
significativamente o capital de giro de investimento em estoques (GASNIER et al., 2007) (REGO;
MESQUITA, 2011) (HUISKONEN, 2001) (WILLEMAIN; SMART; SCHWARZ, 2004)
(GOMES; WANKE, 2008) (BOTTER; FORTUIN, 2000) (VAUGHAN, 2005) (NEVES;
DIALLO; LUSTOSA, 2008); Rotatividade (3): Demanda intermitente e ocasional (consumos
irregulares e com baixa frequência) ou extraordinária (consumo elevado e pontual), a chamada
demanda “lumpy” ou ainda “slow moving” (GASNIER et al., 2007). (WANG, 2012) (REGO;
MESQUITA, 2011) (HUISKONEN, 2001) (WILLEMAIN; SMART; SCHWARZ, 2004)
(GOMES; WANKE, 2008) (VAUGHAN, 2005) (NEVES; DIALLO; LUSTOSA, 2008)
(ROMEIJNDERS, TEUNTER; JAARSVELD, 2012); Sensibilidade (4): Apresentam elevada
sensibilidade nos controles de reposição, podendo haver demora para os índices de cobertura
alcançarem os níveis desejados nos casos de itens com utilização baixa ou extremamente reduzida
(GASNIER et al., 2007); Reparabilidade (5): Possibilidade de reparo de itens, demandando
especial atenção do gestor na logística reversa envolvida e nos controles de reposição automática
do estoque, evitando compras desnecessárias de componentes que se encontram em processo de
reparo (GASNIER et al., 2007) (REGO; MESQUITA, 2011) (KIM; HUR; SHIN, 1998) (WANG;
SYNTETOS, 2011); Priorização (6): Presença no estoque condicionada ao seu valor agregado
potencial, fundamentado na frequência de demanda e na criticidade para o equipamento ou
sistema ao qual pertencem, uma vez que é inviável economicamente manter em estoque todas as
partes e itens de cada equipamento existente (GASNIER et al., 2007) (KENNEDY et al., 2002)
(VAUGHAN, 2005); Criticidade (7): A falta de um componente essencial para o funcionamento
de uma máquina tem potencial para prejudicar o funcionamento de toda a cadeia produtiva na qual
ela está inserida (EPAMINONDAS; SIQUEIRA, 2010); Canibalismo (8): As demandas de peças
sobressalentes, em algumas conjunturas, são atendidas mediante o “canibalismo” de outras partes,
unidades ou kits, gerando implicações financeiras, legais e ambientais (KENNEDY et al., 2002);
Expectativas Intrínsecas (9): Itens estreitamente ligados às expectativas dos clientes no que diz
respeito à qualidade dos produtos e serviços associados, uma vez que a ocorrência de falha dos
equipamentos já é uma preocupação existente e atrasos no seu reparo (operacionalização) em
virtude da ausência de sobressalentes suscita uma percepção negativa pelo cliente (REGO;
MESQUITA, 2011) (GOMES; WANKE, 2008) (BOTTER; FORTUIN, 2000); Obsolescência
(10): O aumento na complexidade dos produtos e equipamentos, somada à redução do seu ciclo de
vida, eleva significativamente o risco de obsolescência no estoque, especialmente quando se
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
7
tratam de dispositivos eletroeletrônicos, gerando um desafio adicional ligado às decisões de
reposição ou disposição destes materiais. A esta característica soma-se à possibilidade de aumento
do número de códigos ativos (KENNEDY et al., 2002) (REGO; MESQUITA, 2011)
(FAVARETTO; DROHOMERETSKI, 2011); Políticas (11): Decisões relativas à composição ou
reposição dos estoques de sobressalentes são ditadas, em grande parte, pelas políticas de
manutenção, independentemente se a decisão for substituir um item danificado ou repará-lo
(KENNEDY et al., 2002); Descentralização (12): Estoques de peças sobressalentes podem se
localizar em diferentes espaços, geralmente distantes uns dos outros, em virtude da conveniência
logística ou da estratégia de otimização do tempo de reparo (operacionalização) dos equipamentos
ou sistemas (HUISKONEN, 2001) (KENNEDY et al., 2002) (WANG; SYNTETOS, 2011).
Botter e Fortuin (2000) afirmam que, sob o entendimento da administração de materiais, as
peças de reposição podem ser divididas em duas principais categorias: itens reparáveis ou itens
consumíveis ou descartáveis. Os itens reparáveis consistem nas peças de reposição que são técnica
e economicamente recuperáveis. Em caso de falha, a peça antiga é substituída por uma nova e em
seguida enviada para um centro de reparo, retornando posteriormente para o estoque. Já os itens
consumíveis englobam as peças que não são técnica nem economicamente recuperáveis, e em caso
de falha, a peça antiga é simplesmente descartada. Os itens reparáveis acarretam implicações na
gestão de estoques, uma vez que, em linhas gerais, as quantidades em processo de
recondicionamento devem ser deduzidas das quantidades a serem ressupridas no futuro (KIM;
HUR; SHIN, 1998).
3.2 - Sobressalentes, manutenção e incertezas de demanda
Segundo Wang (2012), Molenaers et al. (2012) e Wang e Syntetos (2011), as peças
sobressalentes geralmente são demandadas mediante a necessidade de manutenção ou na
substituição de itens de plantas operacionais. Esta condição, segundo Neves, Diallo e Lustosa
(2008), tem potencial para tornar a logística deste material extremamente complexa, o que é
agravado pelo distanciamento geográfico dos estoques e pela existência dos itens reparáveis.
Kennedy et al. (2002) e Wang e Syntetos (2011) esclarecem a existência de dois tipos
fundamentais de manutenção, a saber: Programada ou Preventiva (MP) (1), cuja demanda por
sobressalentes é previsível, facilitando a sua compra sob a filosofia JIT (Just in Time); Não
programada (2), cuja ausência de sobressalentes normalmente implica em perdas financeiras e de
produção, exigindo, desta forma, alguma política de estoques. Wang e Syntetos (2011) ressaltam
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
8
esta última afirmativa, destacando que a maioria dos estudos trata a manutenção como uma área
de pesquisa nela mesma, desconsiderando o impacto da disponibilidade das peças sobressalentes
no tempo de parada dos equipamentos e nos custos envolvidos.
Wang (2012) aprofunda este discurso em outra pesquisa, afirmando que o custo de eventuais
penalidades decorrentes da indisponibilidade das peças sobressalentes consiste, geralmente, no
custo de oportunidade associado à inatividade do equipamento, assim como nos custos das
expedições emergenciais para a aquisição dos materiais, quando necessário. Por outro lado, o
planejamento adequado da manutenção, bem como o seu atendimento, pode reduzir o número de
falhas destes equipamentos e os seus custos associados. Todavia o desempenho desta manutenção
planejada também dependerá da disponibilidade das peças de reposição (WANG, 2012).
Kalchschmidt et al. (2003) atesta que as empresas vem lidando com demandas incertas de
maneira cada vez mais frequente em virtude das estruturas das suas cadeias de suprimento,
acarretando, como um dos fatores mais críticos, o aumento dos estoques e a redução do nível de
serviço ao cliente. Wang (2012) complementa que estas incertezas tem consequência direta nas
demandas de peças sobressalentes, as quais são difíceis de prever com base nos dados históricos
de consumo destes materiais e, desta forma, a política de controle de estoque ideal também pode
ser difícil de ser obtida.
Martin et al. (2010) apresenta uma abordagem um pouco diferente, afirmando que as
demandas dos processos correspondem a um conjunto de eventos controláveis e incontroláveis
que, em algum momento, resultam na demanda por uma peça. Este argumento reforça o conceito
de que a irregularidade das demandas por peças sobressalentes pode ser minimizada por
iniciativas de gestão, em especial no setor de manutenção.
Em sintonia com este entendimento, Wang (2012) afirma que tal irregularidade pode estar
relacionada a deficiências no planejamento e no atendimento periódico das manutenções, em
especial a manutenção preventiva. Isto porque várias peças defeituosas, porém ainda operacionais,
podem ser identificadas e substituídas durante uma manutenção preventiva.
Vaughan (2005) e Wang e Syntetos (2011), todavia, esclarecem que, em acréscimo ao seu
perfil esporádico de reposição por falhas, as peças sobressalentes podem apresentar um aumento
de demanda como consequência de uma política de paradas programadas para manutenção do
equipamento para o qual as mesmas foram concebidas, incluindo a manutenção preventiva. Em
contraste com a baixa demanda destas peças quando da ocorrência de falhas nos equipamentos, as
manutenções preventivas podem apresentar uma demanda de um grande número de unidades em
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
9
momentos específicos da sua realização, todavia o cenário de irregularidade também pode estar
presente na sua demanda, de acordo com a política de manutenção adotada pela empresa.
Wang (2012) complementa este entendimento ao estabelecer uma relação entre o intervalo
das manutenções preventivas e corretivas com a demanda por peças sobressalentes. Segundo o
autor, um intervalo maior pode resultar em substituições mais baseadas em falha, e um intervalo
menor, todavia, pode demandar um maior número de peças de reposição durante as manutenções
preventivas. Desta forma, ele conclui que tanto o estoque de peças de reposição quanto o intervalo
de manutenção são duas questões que, evidentemente, devem ser abordadas de maneira conjunta,
e “a procura por peças sobressalentes é gerada aleatoriamente em falhas, mas determinista, tanto
em termos do momento da procura e do seu volume, nos momentos de substituições preventivas”
(WANG, 2012, p.127).
A afirmação de Wang (2012) vai ao encontro de uma prática comum nos setores
produtivos cujos processos demandam um regime de operação contínua: a disponibilidade dos
equipamentos tem prioridade sobre a sua manutenção, ou seja, é decidido, em muitos casos, operar
até a falha do equipamento no lugar do atendimento de um cronograma de manutenção preventiva
(JÚNIOR; JÚNIOR; GARCIA, 2006). Isto contribui para o aumento da demanda por
sobressalentes motivada por ocorrências de falha, sendo comum as suas expedições em caráter
emergencial nestas circunstâncias.
A demanda das peças de reposição, segundo Gomes e Wank (2008), é diretamente afetada
por diversos fatores: tamanho e idade da “população” dos produtos finais (vendas, frota circulante,
parque instalado, etc.), características da manutenção desses produtos (preventiva, corretiva, etc.)
e características das peças e de suas falhas (desgaste, acidente, envelhecimento, etc.). Desta forma,
ele conclui que o ciclo de vida destas peças está associado ao ciclo de vida dos produtos finais que
a empregam (FORTUIN; MARTIN, 1999).
A constante variação de demanda, desta forma, se mostra como um desafio para a gestão
eficiente dos estoques de sobressalentes. Nesta perspectiva, Elwany e Gebraeel (2007)
especificam que as previsões acuradas sobre os tempos de falha dos equipamentos são necessárias
para aprimorar a decisões sobre a reposição de peças sobressalentes. Segundo eles, muitos
modelos de decisão existentes focam apenas nas características de confiabilidade de uma
população específica, tais como distribuições de tempos de falha, para desenvolver estratégias de
tomada de decisão. Todavia, estes modelos acabam não considerando as características de
deterioração dos componentes desta população de forma individualizada em seu contexto,
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
10
resultando em menor acuracidade na previsão de falhas e nas decisões relativas à reposição do
estoque de itens sobressalentes. Em seus estudos, eles procuraram desenvolver um modelo que
considerasse tais atributos.
3.3 - Volume de estoques para manutenção
O volume de estoque demandado das peças sobressalentes para o atendimento das
manutenções foi outro aspecto abordado por diversos autores, tais como Favaretto (2010),
Kunigami e Osório (2009) e Wang (2012). Segundo os estudos de Wang (2012), embora exista a
consciência de que a gestão de inventários de peças sobressalentes se diferencie da gestão des
produtos em processo ou acabados, a variável chave de decisão do gestor de materiais é a mesma,
ou seja, definir o índice ótimo de reposição do seu estoque. Ainda segundo o autor, estoques
insuficientes de sobressalentes podem levar a uma parada prolongada (e indesejada) do
equipamento, todavia, “a manutenção de seu estoque excessivo leva a grandes custos de
transporte, além de ocultar ou encobrir problemas básicos que causam a necessidade de peças de
reposição, numa primeira análise” (WANG, 2012, p.127).
A conclusão apresentada por Wang (2012) no comentário anterior é, de fato, relevante,
pois na medida em que considera-se o estoque de sobressalentes como um recurso voltado para o
uso planejado ou emergencial, em termos gerais, a sua armazenagem excessiva pode ser a
consequência de uma política de manutenção inadequada ou ineficiente, quando a investigação
das causas raiz das falhas dos equipamentos e/ou a sua prevenção passam a ser fatores secundários
quando comparados às ações necessárias ao restabelecimento da sua operacionalidade.
Favaretto (2010) complementa o discurso de Wang (2012) ao afirmar que o excesso de
estoques é problemático, uma vez que pode levar a empresa a um investimento maior que o
necessário, assim como ocupar um volume desnecessário para armazenamento. Por outro lado, a
falta de estoques eleva o risco de exposição a problemas, principalmente a parada da produção e o
não atendimento da demanda.
Desta forma, segundo Kunigami e Osório (2009), a definição do volume adequado dos
estoques de sobressalentes é um desafio para o administrador de materiais, especialmente porque
está diretamente relacionada com o desempenho dos seus fornecedores. Isto porque quanto maior
for o tempo de reposição do fornecedor, maiores serão os estoques de segurança. “A determinação
do risco que queremos correr, ou em outras palavras, do nível de serviço do item, é função de
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
11
quantas faltas admitimos durante o período de planejamento como suportável para este item”
(KUNIGAMI; OSÓRIO, 2009, p.27).
Segundo Botter e Fortuin (2000), a gestão das peças sobressalentes consiste em encontrar
respostas viáveis e eficientes para três perguntas básicas: Quais peças devem ser estocadas (1);
Onde devem ser estocadas (2); Quantos itens de cada peça devem ser estocados (definir nível e
quantidade de ressuprimento) (3). Segundo os autores, esta é uma tarefa difícil na medida em que
os métodos tradicionais de controle de inventário estão aquém das demandas destes estoques, o
seu consumo é tão errático e baixo ao nível de não haver processo eficiente que permita a previsão
de demanda futura, além das peças envolvidas serem caras e os clientes muito exigentes.
Kennedy et al. (2002), por sua vez, aborda a importância das manutenções preditivas na
gestão das peças sobressalentes, uma vez que, geralmente, não há informações disponíveis ao
nível necessário para a predição de uma falha, especialmente em equipamentos novos. Desta
forma, ganha destaque a manutenção preditiva através do monitoramento contínuo do
equipamento, de modo a permitir uma previsão da demanda de reparo ou substituição de
componentes. Todavia, ele destaca que os custos envolvidos podem tornar esta prática inviável.
Ademais, o autor apresenta uma visão bastante realista a respeito das implicações da
manutenção de estoques de sobressalentes, poderando que, em virtude da aplicação específica dos
sobressalentes, não havendo demanda a peça permanecerá em estoque. Segundo ele, não há
alternativas para isso, exceto manter a peça no inventário como uma segurança contra a parada por
falha, tendo em vista a dificuldade em obter a peça do fornecedor em curto prazo ou a parada do
equipamento envolve elevados custos ou riscos. Desta forma, ele conclui que “o estoque de
sobressalentes é definido pelo balanço risco/custo de uma parada prolongada do equipamento com
a obsolescência do próprio material” (KENNEDY et al., 2002, p.208).
Gomes e Wanke (2008) concluíram em seus estudos que o estoque de peças de reposição
está intimamente ligado ao balanço entre os custos da falta, do excesso e do ressuprimento, bem
como à política adotada pela empresa. Kennedy et al. (2002) afirma que os níveis destes estoques,
em grande parte, são o resultado de como o equipamento é utilizado e de como é manutenido.
3.4 – Sobressalentes, políticas de manutenção e nível de serviço
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
12
A gestão da manutenção e dos respectivos sobressalentes também pode ser analisada pelo
aspecto do serviço ao cliente, e não apenas pelo aspecto financeiro e/ou de operações,
especialmente em ambientes onde a competição é mais acirrada e a satisfação dos clientes é um
fator essencial (FIGUEIREDO et al., 2007). Segundo Gomes e Wanke (2008), a assistência pós-
venda é um meio bastante comum de manter os clientes satisfeitos, através do rápido reparo dos
produtos e sistemas defeituosos, demandando uma quantidade suficiente de peças de reposição.
“O serviço ao cliente pode ser normalmente medido em termos de disponibilidade de produto (...)
e em termos de prazo de entrega” (GOMES; WANKE, 2008, p.57).
Favaretto e Drohomeretski (2011) também ressaltam a importância da manutenção do
nível de serviço, destacando que as expectativas dos clientes devem ser satisfeitas. As suas
afirmações também destacam que o bom controle dos estoques de uma empresa é uma atividade
essencial para a sua competitividade.
Nesta perspectiva, Marques e Ferreira (2011) atestam que, em regimes de produção
ininterruptos, a disponibilidade dos equipamentos interfere significativamente no desempenho das
empresas, a partir do entendimento sobre o custo de oportunidade sinalizado por Wang (2012),
afetando a sua imagem perante seus clientes. O período gasto com a manutenção do equipamento
deve ser o estritamente essencial, demandando, desta forma, o planejamento e a implantação de
ações para melhoria da gestão de modo a reduzir a sua indisponibilidade e, em especial, a
ocorrência de desperdício da oportunidade de faturamento pela espera no recebimento de
sobressalentes (MARQUES; FERREIRA, 2011).
Nesta perspectiva, Wu e Hsu (2008) afirmam que a disponibilidade dos equipamentos, sob
determinado aspecto, depende do seu nível de inventário de peças sobressalentes. Por este motivo,
Molenaers et al. (2012) afirma que a importância dos itens sobressalentes tem dimensões bastante
diferentes sob o ponto de vista da manutenção e o da logística/inventário, pois a sua gestão
adequada deve considerar os aspectos críticos inerentes a ambos os contextos.
Huiskonen (2001) afirma que as pesquisas relacionadas à logística das peças de reposição
estão mais relacionadas com a temática da gestão de inventário, cujo objetivo principal é a
obtenção de um nível adequado de serviço ao cliente com o mínimo de investimentos em estoque
e custos administrativos. Para esta finalidade e atendendo a inúmeros contextos operacionais
existentes, foram desenvolvidos diversos modelos de gestão de inventário nas últimas décadas.
Todavia, ele destaca a falta de atenção suficiente nos estudos para as características específicas
demandadas pela gestão das peças de reposição, pois o controle de inventário geralmente está
focado em estoques localizados e não tanto sobre a cadeia de suprimentos como um todo.
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
13
4 - Conclusões – Elementos-chave
A partir do estudo bibliográfico apresentado é possível sintetizar, através de elementos-
chave, os principais desafios para o gestor de materiais, ou seja, aspectos com potencial de
comprometimento da acuracidade dos estoques de sobressalentes, com base no conceito
apresentado, no âmbito da gestão da manutenção. O elevado número de citações identificadas para
cada elemento atesta a relevância do tema em diferentes abordagens de pesquisa.
Elemento-chave # 1- Registro, Rastreabilidade e Previsibilidade dos Sobressalentes -
A precisão dos dados dos estoques está intimamente relacionada com a rastreabilidade dos seus
registros (FAVARETTO; DROHOMERETSKI, 2011) (BASINGER, 2006) (UÇKUN,
KARAESMEN; SAVAS, 2008) (WALLER et al., 2006) (SAHIN; DALLERY, 2007); (FLEISCH;
TELLKAMP, 2005) (DROHOMERETSKI, 2009) (DEHORATIUS; RAMAN, 2008). A
rastreabilidade poderá se dar através da atribuição de números de referência padronizados para os
sobressalentes, bem como do registro das transações realizadas (entrada/estocagem/saída),
permitindo o controle e tomadas de decisão adequadas. O planejamento adequado, através de
dados precisos e na antecedência necessária, minimiza as possibilidades de falha relacionadas aos
sobressalentes antes, durante e após a manutenção, ou ainda a sua ausência inoportuna.
Elemento-chave # 2- Reparabilidade - A possibilidade de reparo de sobressalentes gera
implicações na logística reversa, na reposição do estoque e nos processos de compra e
recebimento (GASNIER et al., 2007) (REGO; MESQUITA, 2011) (KIM; HUR; SHIN, 1998)
(WANG; SYNTETOS, 2011) (KIM; HUR; SHIN, 1998) (NEVES; DIALLO; LUSTOSA, 2008)
(CHRISTOPHER, 1999, apud GARCIA, 2006). Um dos desafios deste processo consiste no
registro e controle dos itens secundários utilizados durante o reparo, de acordo com demandas da
legislação específica, além da reinserção do sobressalente reparado no estoque, evitando compras
desnecessárias durante e após o seu reparo.
Elemento-chave # 3- Rotatividade e Intermitência - Algumas características intrínsecas
dos sobressalentes e dos processos envolvidos podem afetar a sua acuracidade, a exemplo da sua
rotatividade no estoque e da intermitência das manutenções nas quais são aplicados
(HARDGRAVE; GOYAL; ALOYSIUS, 2011) (GASNIER et al., 2007) (REGO; MESQUITA,
2011) (HUISKONEN, 2001) (WILLEMAIN; SMART; SCHWARZ, 2004) (GOMES; WANKE,
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
14
2008) (BOTTER; FORTUIN, 2000) (VAUGHAN, 2005) (NEVES; DIALLO; LUSTOSA, 2008)
(KENNEDY et al., 2002) (WANG, 2012) (ROMEIJNDERS, TEUNTER; JAARSVELD, 2012)
(WANG; SYNTETOS, 2011) (KALCHSCHMIDT et al., 2003). Estoques formados de maneira
simultânea por sobressalentes “críticos” (responsáveis pela parada do equipamento em caso de
falha) e outros de uso associado às manutenções, principalmente preventivas, a exemplo do caso
estudado, implicam em um perfil de demanda ocasional por um lado (manutenção corretiva), e ao
mesmo tempo elevada rotatividade e volume logístico por outro (manutenção preventiva). Ambas
as condições podem gerar riscos para a acuracidade, pelos extremos da baixa e elevada
movimentação demandada, respectivamente.
Elemento-chave # 4- Criticidade - A importância da acuracidade dos sobressalentes
confunde-se com a sua própria relevância para a operacionalidade dos equipamentos relacionados
(EPAMINONDAS; SIQUEIRA, 2010) (HUSCHKA, 2009) (DEHORATIUS; RAMAN, 2008)
(WALLER; NACHTMANN; HUNTER, 2006) (GUMRUCKU et al., 2008)
(DROHOMERETJKI, 2009) (GASNIER et al., 2007) (SHELDON, 2004) (WANG e
SYNTETOS, 2011). A garantia da acuracidade dos estoques se justifica, principalmente, pela
manutenção do nível de serviço, o qual se traduz na operacionalidade dos equipamentos objeto
deste estudo, tendo em vista a complexidade técnica e logística associada aos seus sobressalentes.
Elemento-chave # 5- Canibalismo - A eventual necessidade de “canibalismo” de kits de
manutenção ou embalagens com mais de uma unidade pode introduzir indevidamente itens no
estoque, representando um elevado risco de inacuracidade (KENNEDY et al., 2002). Uma
possível solução para ocorrências desta natureza seria adquirir separadamente o item do
kit/embalagem consumido de forma extraordinária, se possível, e, uma vez recebido, reintegrá-lo
ao kit/embalagem original fisicamente, efetuando a devida baixa. Caso o registro do kit tenha sido
deduzido na ocasião do seu consumo parcial, um ajuste deve ser efetuado de modo a reintegrá-lo
ao estoque. Todavia, estas operações representam um desafio adicional para o gestor de materiais,
tendo em vista o nível de detalhamento requerido em seu controle.
Elemento-chave # 6- Obsolescência - A obsolescência dos sobressalentes interfere em
decisões relativas a sua reposição ou disposição. O aumento do volume e da variedade do estoque
aumenta o risco de inacuracidade (DROHOMERETJKI, 2009) (KENNEDY et al., 2002) (REGO;
MESQUITA, 2011) (FAVARETTO; DROHOMERETSKI, 2011). Os itens obsoletos, porém
ainda aptos para utilização, devem receber uma identificação adicional atestando esta condição,
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
15
fisicamente e/ou no sistema de informação, de modo a evitar a sua reposição indevida bem como
não prejudicar o nível de serviço quando da sua demanda. Os itens substitutos podem demandar a
aplicação de “melhorias” nos equipamentos ou sistemas relacionados (retrofits), exigindo
planejamento técnico e logístico adequados.
Elemento-chave # 7- Descentralização do Estoque - Diferentes localizações geográficas,
eventualmente existentes, dos estoques de sobressalentes podem dificultar o seu controle, com
consequente interferência na sua acuracidade (HUISKONEN, 2001) (KENNEDY et al., 2002)
(WANG; SYNTETOS, 2011) (NEVES; DIALLO; LUSTOSA, 2008). Tal condição representa um
potencial risco de perda de rastreabilidade, extravio e dano dos sobressalentes, além de falhas
humanas na sua retirada, transporte e realocação durante a movimentação logística.
Elemento-chave # 8- Estruturas de Armazenagem e Identificação - Estruturas
inadequadas de armazenagem e identificação dos sobressalentes podem dificultar a localização
dos itens, gerando um risco para a acuracidade (DEHORATIUS; RAMAN, 2008). Esta condição é
comumente observada em estoques offshore ou em áreas temporárias, em virtude de eventuais
limitações de espaço físico e da carência de estruturas de apoio (paletes, prateleiras, bins, etc.),
pois corresponde a uma estrutura não projetada para atender tal demanda, gerando o extravio de
itens de pequeno porte (tais como o-rings e parafusos) com grande facilidade. Ademais, a criação
de estoques informais pelos profissionais de campo, como recursos contingenciais geralmente
compostos por partes de equipamentos, itens remanescentes de kits, consumíveis, etc., além de
ocupar uma área física já escassa, pode dificultar a localização de itens formalmente registrados,
comprometendo o registro de consumo bem como induzindo a erros de contagem durante as
auditorias periódicas.
A pesquisa e identificação de elementos-chave para a garantia da acuracidade dos estoques
na cadeia de suprimentos de manutenção, em última análise, longe de encerrar o tema, busca
contribuir para a redução da lacuna existente entre as teorias existentes sobre a gestão dos
estoques e as demandas e desafios peculiares, de ordem prática, das empresas gestoras destes
processos, especialmente no setor industrial, dada a carência de estudos ligados ao tema.
5- Referências Bibliográficas
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
16
AKKERMANS et al. The impact of ERP on supply chain management: Exploratory findings from a European Delphi study. European Journal of Operational Research, v. 146, p. 284–301, 2003. BAKER, G., GIBBONS, R.; MURPHY, K. J. Relational contracts and the theory of the firm. Quarterly Journal of Economics, v. 117, n. 1, p. 39-84, 2002. BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre, RS: Boockman, 2004. BASINGER, K. L. Impact of Inaccurate Data on Supply Chain Inventory Performance. 2006. 207f. Tese (Doutorado em Filosofia), Programa de Graduação em Engenharia Industrial e Sistemas, The Ohio State University, Columbus, 2006. BENTO, A. A Importância da Gestão de Estoques. Estudo de Caso em uma Indústria Automobilística. 2006. 94f. Dissertação (Mestrado em Transportes), Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008. BOTTER, R.; FORTUIN, L. Stocking strategy for service parts: a case study. International Journal of Operations & Production Management, Bingley, UK, v. 20, n. 6, p. 656-674, 2000. CARVALHO, L. J. F.; ALENCAR, L. H. Avaliação da Gestão da Cadeia de Suprimento através do uso de indicadores de desempenho – estudo de caso de uma fábrica de vidros. In: XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 2008, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ABEPRO, 2008. p. 1-13. CARVALHO, M. F. H.; SILVA, R. S. Avaliação da cooperação entre empresas pela troca de informação. Gestão e Produção, São Carlos, v. 16, n. 3, p. 479-488, jul./set. 2009. COSTA, J. C.; MAÇADA, A. C. G. Gestão da informação interorganizacional na cadeia de suprimentos automotiva. RAE-eletrônica, v. 8, n. 2, Art. 10, jul./dez. 2009. COSTA, J. C.; MAÇADA, A. C. G.; LADEIRA, W. J. Gestão da informação interorganizacional na cadeia de suprimentos. In: SIMPOI, POMS, 2007, Rio de Janeiro. Anais... São Paulo: FGV-EAESP, 2007. COSTA, J. C. C.; RODRIGUEZ, J. B.; LADEIRA, W. J. A gestão da cadeia de suprimentos: teoria e prática. In: XXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 2005, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: ABEPRO/PUCRS, 2005. p. 691-698. CSCMP - Council of Supply Chain Management Professionals. Disponível em: <http://cscmp.org, acessado em 24/09/12>. DEHORATIUS, N.; RAMAN, A. Inventory Record Inaccuracy: an empirical analysis. Management Science, v. 54, n. 4, p. 627-641, 2008. DROHOMERETSKI, E. Um estudo das formas de controle de inventário na acuracidade de estoque. 2009. 157f. Dissertação (Mestrado de Produção e Sistemas), Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 2009. DROHOMERETSKI, E.; FAVARETTO, F. Um levantamento das causas efeitos da falta de acuracidade nos estoques: um estudo exploratório. Revista Gestão Industrial, Ponta Grossa, v. 06, n. 02, p. 142-158, 2010. DROHOMERETSKI, E.; SOUZA, J. A. Controle de estoque: a contribuição da contagem cíclica de materiais em um instituto de odontologia. Revista Gestão Industrial, Ponta Grossa, v. 08, n. 02, p. 98-113, 2012. ELWANY, A. H.; GEBRAEEL, N. Z. Sensor-driven prognostic models for equipment replacement and spare parts inventory. School of Industrial & Systems Engineering, Atlanta, v. 40, p. 629-639, 2007. EPAMINONDAS, L. A. R.; SIQUEIRA, P. V. B. O impacto da falta de componentes para a manutenção das perfuratrizes no processo produtivo de uma empresa mineradora. In: XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 2010, São Carlos. Anais... São Carlos: ABEPRO, 2010.
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
17
FAVARETTO, F. Qualidade da Informação no Planejamento Detalhado da Produção. In: VI Congresso Nacional de Excelência em Gestão, 2010, Niterói. Anais... Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2010. FAVARETTO, F.; DROHOMERETSKI, E. Análise de problemas no controle de estoque decorrentes de erros nos registros de saída. In: SIMPOI, 2011, São Paulo. Anais... São Paulo: FGV-EAESP, 2011. FAWCETT, S. E. et al. Information sharing and supply chain performance: the role of connectivity and willingness. Supply Chain Management: An International Journal, 12/5, p. 358–368, 2007. FELDENS, L. F.; MAÇADA, A. C. G. Adoção de Tecnologia da Informação na Gestão das Cadeias de Suprimento – Estudo Exploratório. In: XXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 2004, Florianópolis. Anais... Florianópolis: ABEPRO/UFSC, 2004. FELLOUS, S. M.; CORRAR, L. J.; GUERREIRO, R. Impacto da implantação de sistema de tecnologia da informação na gestão da cadeia de suprimentos sobre a performance de empresas industriais. Revista UnB Contábil, v. 11, n. 1-2, p.45-62, jan./dez. 2008. FENTON, A.. Weft QDA User's Manual. 2006. Disponível em: http://www.pressure.to/qda/. Acessado em 15/10/12. FIGUEIREDO, M. et al. Reestruturação produtiva, terceirização e relações de trabalho na indústria petrolífera offshore da Bacia de Campos (RJ). Gestão & Produção, São Carlos, v. 14, n. 1, p. 55-68, jan./abr. 2007. FIGUEIREDO, E. D.; NETTO, M. A. C. Modelo de Centralização de Estoques para a Logística de Suprimento da Exploração e Produção da Petrobras. Pesquisa Operacional. [online]. 2001, v. 21, n. 2, pp. 137-158. ISSN 0101-7438. FLEISCH, E.; TELLKAMP, C. Inventory inaccuracy and supply chain performance: a simulation study of a retail supply chain. International Journal of Production Economics, n. 95, p. 373–385, 2005. FORTUIN, L; MARTIN, H. Control of service parts. International Journal of Operations & Production Management, 1999, v. 19, n. 9, p. 950-971. GARCIA, M. Logística Reversa: uma alternativa para reduzir custos e criar valor. In: XIII SIMPEP, 2006, Bauru. Anais… Bauru: UNESP, 2006. GARCIA, E. S.; REIS, L. M. T. V.; MACHADO, L. R.; FERREIRA FILHO, V. J. M. Gestão de estoques: otimizando a logística e a cadeia de suprimentos. Rio de Janeiro: E-Papers Serviços Editoriais, 2006, 1a Edição. GASNIER, D. J. et al. Gestão de estoques e suprimentos na cadeia de abastecimento. São Paulo: IMAM, 2007, 1a. Edição. GODOY, A. S. A pesquisa qualitativa e sua utilização em administração de empresas. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, n. 4, p. 65-71, 1995. GOMES, M. J. Estudo do Mercado Brasileiro de Gás Natural Contextualizado ao Shale Gas. Monografia (Bacharelado em Engenharia Química), Departamento de Engenharia Química, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2011. GOMES, A. V. P.; WANKE, P. Modelagem da gestão de estoques de peças de reposição através de cadeias de Markov. Gestão & Produção, São Carlos, v. 15, n. 1, p. 57-72, jan./abr. 2008. GUARNIERI, P. et al. WMS – Warehouse Management System: adaptação proposta para o gerenciamento da logística reversa. Produção, v. 16, n. 1, p. 126-139, jan./abr. 2006. GUARNIERI, P. et al. Softwares de Supply Chain Management e Sistemas de Informação integrando a cadeia de suprimentos da indústria automobilística. XXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 2006, Fortaleza. Anais… Fortaleza: ABEPRO, 2006.
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
18
GUMRUKCU, S.; ROSSETTI, M. D.; BUYURGAN, N. Quantifying the costs of cycle counting in a two-echelon supply chain with multiple items. International Journal of Production Economics, v. 116, n. 2, p. 263-274, dec. 2008. HARDGRAVE, B. C.; GOYAL, S.; ALOYSIUS, J. A. Improving inventory management in the retail store: The effectiveness of RFID tagging across product categories. Oper Manag Res, 4, p. 6–13, 2011. HALLDORSSON, A. et al. Complementary theories to supply chain Management. Supply Chain Management: An International Journal, v. 12, n. 4, p. 284–296, 2007. HELLSTRÖM, D.; WIBERG, M. Improving inventory accuracy using RFID technology: a case study. Assembly Automation, v. 30, n. 4, p. 345–351, 2010. HUISKONEN, J. Maintenance spare parts logistics: special characteristics and strategic choices. International Journal of Production Economics, n. 71, p. 125-133, 2001. HUSCHKA, K. Using Statistical Process Control to Monitor Inventory Accuracy. 2009. 72f. Dissertação (Mestrado em Ciências). Department of Industrial and Manufacturing Systems Engineering, Kansas State University, Manhattan, 2009. JOUNI, P.; HUISKONEN, J.; PIRTTILÄ, T. Improving global spare parts distribution chain performance through part categorization: A case study. International Journal of Production Economics, n. 1, v. 133, p. 164-171, set. 2011. JÚNIOR, O. P. L.; JÚNIOR, P. B. J.; GARCIA, H. L. XXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 2006, Fortaleza. Anais… Fortaleza: ABEPRO, 2006. KALCHSCHMIDT, M.; ZOTTERI, G.; VERGANI, R. Inventory management in a multi-echelon spare parts supply chain. International Journal of Production Economics, n. 81–82, p. 397–413, 2003. KENNEDY, W. J.; PATTERSON, J. W.; FREDENDALL, L. D. An overview of recent literature on spare parts inventories. International Journal of Production Economics, n. 76, p. 201–215, 2002. KIM, J. S.; HUR, S.; SHIN, K. C. An altorithm to Determine the Spare Inventory Level for Repairable-Item Inventory System with Depot Spares. Journal of the Korean Institute of Industrial Engineers, v. 24, n. 3, p. 387-396, set. 1998.
KUNIGAMI, F. J.; OSÓRIO, W. R. Gestão no controle de estoque: estudo de caso em montadora automobilística. Revista Gestão Industrial, Ponta Grossa, v. 05, n. 04, p. 24-41, 2009.
MAÇADA, A. C. G.; FELDENS, L. F.; SANTOS, A. M. Impacto da tecnologia da informação na gestão das cadeias de suprimentos: um estudo de casos múltiplos. Gestão&Produção [online], v.14, n.1, p. 1-12, 2007.
MARQUES, L. F.; FERREIRA, F. R. N. Análise de custos para manutenção de estoques de sobressalentes no processo de transporte de petróleo para navios. In: XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 2011, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: ABEPRO, 2011.
MARTIN et al. Integrating the spare parts supply chain: an inter-disciplinary account. Journal of Manufacturing Technology Management, v. 21, n. 2, p. 226-245, 2010.
MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing, 4 ed., São Paulo: Atlas, 2007.
MCCORMACK, K.; LADEIRA, M. B.; OLIVEIRA, M. P. V. Supply chain maturity and performance in Brazil. Supply Chain Management: An International Journal, v. 13, n. 4, p. 272–282, 2008.
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
19
MILES, M. B.; HUBERMAN, A. M. Qualitative data analysis: A source book of new methods. Bervely Hills, C. A.: Sage, 1984.
MOLENAERS et al. Critically classification of spare parts: A case study. International Journal of Production Economics, n. 140, p. 570–578, 2012.
NAGARUR, N. N.; HU, T.; BAID, N. K. A Computer-based Inventory Management System for Spare Parts. Industrial Management & Data Systems, v. 94, n. 9, p. 22-28, 1994.
NEVES, G.; DIALLO, M.; LUSTOSA, L. J. Previsão de Estoque de Peças Eletrônicas Sobressalentes. XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 2008, Rio de Janeiro. Anais… Rio de Janeiro: ABEPRO, 2008.
OLIVEIRA, S. L. Metodologia Científica Aplicada ao Direito. São Paulo: Thomson, 2002.
OLIVEIRA, D. M. S.; COHEN, M. F. Os usos da TI ao longo da cadeia de suprimentos e em conjunto com as principais técnicas colaborativas de gestão. Revista Eletrônica de Sistemas de Informação, v. 9, n. 2, artigo 8, p. 1-22, 2010.
OLIVEIRA, J. B.; LEITE, M. S. A. Modelo analítico de suporte à configuração e integração da cadeia de suprimentos. Gestão e Produção, São Carlos, v. 17, n. 3, p. 447-463, 2010.
OLIVEIRA, M. B.; LONGO, O. C. Gestão da cadeia de suprimentos. In: IV CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 2008, Niterói, Anais... Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2008.
PATERSON, C.; KIESMÜLLER, G.; TEUNTER, R; GLAZEBROOK, K. Inventory models with lateral transshipments: A review. European Journal of Operational Research, n. 210, p. 125–136, 2011. PATTON, M. Q. Qualitative research & evaluation methods. 3 ed., Thousand Oaks, CA: Sage Publications, 2002.
PEREIRA, R. M. P. et al. Lógica industrial x lógica de serviço e sua relação com a terceirização na indústria petrolífera offshore da Bacia de Campos. In: XXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 2006, Fortaleza. Anais... Fortaleza: ABEPRO, 2006.
PINTO, V. R. R. Sentido e satisfação no trabalho: um estudo entre gestores educacionais. 2010. 136f. Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão), Departamento de Engenharia de Produção, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2010. POWER, D. Supply chain management integration and implementation: a literature review. Supply Chain Management: An International Journal, v. 10, n. 4, p. 252–263, 2005. PRADELLA, C. A.; SILVA, W. R. A evolução das cadeias de suprimentos e a contribuição do sistema ERP. Revista Gestão Industrial, v. 1, n. 2, p. 1-17, 2005, ISSN 1808-0448. REGO, J. R.; MESQUITA, M. A. O uso de tecnologia da informação em serviços de armazenagem. Produção, v. 21, n. 4, p. 656-666, out./dez. 2011. ROMEIJNDERS, W.; TEUNTER, R.; JAARSVELD, W. A two-step method for forecasting spare parts demand using information on component repairs. European Journal of Operational Research, v. 220, p. 386-393, 2012. SAHIN, E; DALLERY, Y. A literature review on the impact of inventory data record inaccuracies on inventory management and the potential of the RFID technology to tackle this issue. Laboratoire Génie Industriel, Ecole Centrale Paris. 2007.
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
20
SÁNCHEZ, R. C. et al. An empirical study on the impact of standardization of materials and purchasing procedures on purchasing and business performance. Supply Chain Management: An International Journal, v. 11, n. 1, p. 56–64, 2006. SARI, K. Inventory inaccuracy and performance of collaborative supply chain practices. Industrial Management & Data Systems, v. 108, n. 4, p. 495-509, 2008. SHELDON, D. H. Achieving inventory accuracy: a guide to sustainable class a excellence in 120 days. J. Ross Publishing, Inc., 2004.
SIMCHI-LEVI, D.; KAMINSKY, P.; SIMCHI-LEVI, E. – Designing and managing the supply chain: concepts, strategies, and case studies. 2ª ed. Nova Iorque: McGraw-Hill/Irwin, 2003.
SOUZA, C. A. Sistemas integrados de gestão empresarial: estudos de casos de implementação de sistemas ERP. 2000. 306f. Dissertação (Mestrado em Administração), Departamento de Administração, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000. STOCK, J. R.; BOYER, S. L.; HARMON, T. Research opportunities in supply chain management. Journal of the Academy of Marketing Science, n. 38, p. 32-41, 2010. SU, Y.; YANG, C. A structural equation model for analyzing the impact of ERP on SCM. Expert Systems with Applications, v.37, p.456–469, 2010. TEIXEIRA, R.; LACERDA, D. P. Gestão da cadeia de suprimentos: análise dos artigos publicados em alguns periódicos acadêmicos entre os anos de 2004 e 2006. Gestão&Produção [online], v.17, n. 1, p. 207-227, 2010. TRENT, R. What everyone needs to know about SCM. Supply Chain Management Review, v. 8, p. 52-60, 2004. TRKMAN, P. et al. Process approach to supply chain integration. Supply Chain Management: An International Journal, v.12, n. 2, p.116–128, 2007. UÇKUN, C.; KARAESMEN, F.; SAVAS, S. Investment in improved inventory accuracy in a decentralized supply chain. International Journal of Production Economics, n. 113, p. 546-566, jun. 2008. VALENTE, N. T. Z. Implementação de ERP em pequenas e médias empresas: estudo de caso em empresa do setor da construção civil. 2004. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis), Departamento de Contabilidade e Atuária, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. VAUGHAN, T. S. Failure replacement and preventive maintenance spare parts ordering policy. European Journal of Operational Research, v. 161, p. 183-190, 2005. WALLER, M. A; NACHTMANN, H.; HUNTER, J. Measuring the impact of inaccurate inventory information on a retail outlet. The International Journal of Logistics Management, v. 17, n. 3, p. 355-376, 2006. WANG, W. A stochastic model for joint spare parts inventory and planned maintenance optimization. European Journal of Operational Research, v. 216, n. 1, p. 127-139, jan. 2012. WANG, R. Y.; STRONG, D. M. Beyond accuracy: what data quality means to data consumers. Journal of Management Information Systems, v.12, n. 4, p. 5-34, 1996. WANG, W.; SYNTETOS, A. A. Spare parts demand: Linking forecasting to equipment maintenance Transportation Research Part E, v.47, p. 1194–1209, 2011. WHITE, T. An exploratory study of the role of internet technologies in the field of industrial maintenance: is knowledge management the way forward? Journal of Information Systems and Technology Management. v. 1, n. 1, p. 93-109, 2004. WILLEMAIN, T. R.; SMART, C. N.; SCHWARZ, H. F. A new approach to forecasting intermittent demand for service parts inventories. International Journal of Forecasting, n. 20, p. 375-387, 2004.
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
21
WU, M. C.; HSU, Y. K. Design of BOM configuration for reducing spare parts logistic costs. Expert Systems with Applications, v.34, p. 2417–2423, 2008. YANG, H. M. et al. Supply chain management Six Sigma: a management innovation methodology at the Samsung Group. Supply Chain Management: An International Journal, v. 12, n. 2, p. 88–95, 2007.