Post on 06-Feb-2018
3
AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM
SALES, Joao Victor de Sousa¹
BRITO, Bianca Anne Mendes2
FERREIRA, José Lucas Silveira3
FERNANDES, Márcia Astrês4
RESUMO
INTRODUÇÃO O absenteísmo é um fator bastante prejudicial para a equipe de enfermagem, pois sobrecarregam os demais trabalhadores da equipe, fazendo com que eles acumulem funções e cuidem de uma quantidade maior de pacientes, o que pode ocasionar em uma perca de qualidade no processo de cuidar além de aumentar o desgaste físico, mental e espiritual do profissional. Nesse contexto, os transtornos mentais e comportamentais despontam como uma das causas principais de afastamento entre os trabalhadores, sendo mais frequente entre trabalhadores que atendem ao público, especialmente entre aqueles que prestam cuidados aos doentes, ou seja, a equipe de enfermagem. OBJETIVOS: Analisar a produção científica nacional acerca do afastamento de profissionais de enfermagem por transtornos mentais e comportamentais. Reunir e sintetizar o conhecimento acerca dos transtornos mentais e comportamentais como causa de afastamento do trabalho em profissionais de enfermagem. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica. O estudo foi feito por meio da busca on-line das produções científicas nacionais sobre o afastamento dos profissionais de enfermagem por transtornos mentais e comportamentais, no período de 2009 a 2015. Foi realizada a coleta dos trabalhos por meio da Biblioteca Virtual em Saúde sendo utilizadas as bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Bases de Dados em Enfermagem (BDE NF), e o levantamento no portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES). Foram utilizados os _______________
1Acadêmico de Enfermagem/ UFPI. E-mail: joao-viccttor@hotmail.com
2Acadêmica de Enfermagem/UFPI. E-mail: bambbia@hotmail.com
3Acadêmico de Enfermagem/UFPI. E-mail: joselucasm@hotmail.com
4 Enfermeira, Doutora/USP, Docente/UFPI. E-mail: m.astres@bol.com.br
4
descritores absenteísmo, enfermagem e saúde mental. RESULTADOS: Os estudos apontaram que os servidores das áreas de saúde são mais acometidos por transtornos mentais e comportamentais do que trabalhadores de outras áreas, como serviços gerais, motoristas e administrativos. Os técnicos de enfermagem possuem uma taxa maior de afastamentos em relação aos enfermeiros. Eles também revelaram que os transtornos mentais e do comportamento compreendem a segunda maior causa de afastamento do trabalho, perdendo apenas para doenças do sistema osteomuscular e do sistema conjuntivo. Como estratégias são sugeridas a utilização de instrumentos para o melhor dimensionamento dos profissionais, ações de promoção e prevenção dos transtornos mentais e comportamentais. CONCLUSÃO: O afastamento do profissional de enfermagem por transtornos mentais e do comportamento geralmente possui associação com as condições de trabalho ao qual esse profissional está exposto. O correto dimensionamento de enfermagem, o melhoramento das condições de trabalho e estratégias de prevenção e promoção da saúde mental é essencial para minimizar esse problema.
Palavras Chave: Absenteísmo – Enfermagem - Saúde mental
INTRODUÇÃO
Contextualização da problemática
Historicamente o trabalho está presente na vida do homem e ambos estão
intimamente interligados, tendo em vista que hoje o trabalho assume não só
importância econômica, como também do ponto de vista social e cultural. O trabalho
apresenta-se, assim, como elemento central da vida do homem moderno, ocupando
grande parte de sua existência (CAVALHEIRO, TOLFO, 2011; PEREIRA, 2011).
Sendo o trabalho um elemento central na vida do trabalhador, os fenômenos
trabalho e saúde ganharam importância nas abordagens de pesquisas. Nesse
contexto, os Transtornos Mentais Comportamentais (F00 a F99 - CID 10) geram
absenteísmo e afastamentos prolongados das atividades laborativas, em especial a
depressão, sendo de grande interesse o estudo dessas patologias (BRASIL, 2001;
CRUZ et al., 2011).
As características físicas do trabalho (mobiliário, equipamentos, iluminação,
ruídos, temperatura) e o ambiente de trabalho competitivo das organizações atuais
5
as quais exigem um elevado dinamismo, grande esforço físico e psicológico do
trabalhador, que por vezes excede suas capacidades psicofisiológicas, gerando
desconforto, sofrimento e transtornos psicológicos de diversos graus, interferindo
diretamente em sua saúde e podendo culminar no afastamento das atividades
laborativas (MARTINATO et al., 2010).
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que em todo o
mundo, 70 milhões de pessoas sofrem de dependência do álcool. Cerca de 50
milhões têm epilepsia; outros 24 milhões, esquizofrenia. Um milhão de pessoas
cometem anualmente suicídio. Entre 10 e 20 milhões tentam suicidar-se. Uma em
cada quatro pessoas será afetada por uma perturbação mental em dada fase da
vida. Na maioria dos países orçamentos destinados a Saúde Mental representam
menos de 1% dos seus gastos totais com saúde (OMS, 2001).
De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 6% da população
brasileira apresenta transtornos psiquiátricos graves decorrentes do uso de álcool e
outras drogas e 12% da população necessitam de algum atendimento em saúde
mental, seja ele contínuo ou eventual, e das dez doenças mais incapacitantes em
todo o mundo, cinco são de origem biopsicossocial: depressão, transtorno afetivo
bipolar, alcoolismo, esquizofrenia e transtorno obsessivo-compulsivo (BRASIL, 2003;
2008).
Segundo os dados da Dataprev, entre os meses de janeiro a abril de 2014
acerca do acompanhamento mensal dos benefícios auxílios-doença previdenciários
concedidos, segundo os códigos da Classificação Internacional de Doenças (CID-
10), os Transtornos Mentais e do Comportamento (F00-F99) ocupam o terceiro lugar
em número de auxílios- doença concedidos pela Previdência Social no Brasil, com
um total de 66.627 auxílios (8,93%), sendo o primeiro lugar ocupado pelas “Lesões,
envenenamentos e outras consequências de causas externas” (S00-T98) com um
total de 189.089 auxílios (25,35%) e o segundo lugar ocupado pelas “Doenças do
sistema osteomuscular e outras consequências de causas externas” (M00-M99) com
137. 096 auxílios (18,38%) (BRASIL, 2014a).
Os auxílios-doença acidentários por transtornos mentais e do
comportamento concedidos no mesmo período de 2014 seguem a mesma linha dos
auxílios previdenciários, com as lesões e envenenamentos (S00-T98) em primeiro
6
lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular e (M00-
M99) em segundo lugar com 24,10% dos benefícios e os transtornos mentais em
terceiro lugar com 4 % dos benefícios, seguindo a tendência do ano de 2013
(BRASIL, 2014a).
O absenteísmo caracteriza-se pela ausência do profissional no emprego. A
questão do absenteísmo no trabalho pode ser categorizada quanto ao tipo de
ausência: absenteísmo voluntário (por razões particulares), absenteísmo legal (faltas
amparadas por lei, tal como licença-gestante), absenteísmo compulsório
(impedimentos de ordem disciplinar) e absenteísmo por doença (doenças
ocupacionais, doenças não relacionadas ao trabalho e motivadas por acidentes de
trabalho) (SALA et al., 2009; MARTINATO et al., 2010; BARGAS, MONTEIRO,
2014).
O abscenteísmo é um fator bastante prejudicial para a equipe de
enfermagem, pois sobrecarregam os demais trabalhadores da equipe, fazendo com
que eles acumulem funções e cuidem de uma quantidade maior de pacientes, o que
pode ocasionar em uma perca de qualidade no processo de cuidar além de
aumentar o desgaste físico, mental e espiritual do profissional (FAKIN, TANAKA,
CARMAGNANI, 2012).
Nesse contexto, os transtornos mentais e comportamentais despontam
como uma das causas principais de afastamento entre os trabalhadores, sendo mais
frequente entre trabalhadores que atendem ao público, especialmente entre aqueles
que prestam cuidados aos doentes (RODRIGUES et al, 2013).
Segundo o Ministério da Saúde, são ações importantes no combate aos
transtornos mentais relacionados ao ambiente de trabalho: medidas de controle
ambiental, intervenção sobre condições de trabalho e questões éticas para prevenir
os mesmos e diagnóstico precoce e tratamento dos trabalhadores acometidos, a fim
de reduzir o comprometimento à saúde e acrescentar quadros de morbidade e
mortalidade (BRASIL, 2001; OMS 2001).
7
OBJETIVOS
Geral
Analisar a produção científica nacional acerca do afastamento de profissionais de
enfermagem por transtornos mentais e comportamentais.
Específico
Reunir e sintetizar o conhecimento acerca dos transtornos mentais e
comportamentais como causa de afastamento do trabalho em profissionais de
enfermagem.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, a qual tem a finalidade de
reunir e sintetizar resultado de pesquisa sobre determinado tema. O estudo foi feito
por meio da busca on-line das produções científicas nacionais sobre o afastamento
dos profissionais de enfermagem por transtornos mentais e comportamentais, no
período de 2009 a 2015.
Foi realizada a coleta dos trabalhos por meio da Biblioteca Virtual em Saúde
sendo utilizadas as bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Bases de
Dados em Enfermagem (BDENF), e o levantamento no portal da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES). Foram utilizados os
descritores absenteísmo, enfermagem e saúde mental, e a partir de leitura de
resumo dos trabalhos filtrados, foram encontrados 15 artigos relacionados a
temática que contemplavam o objetivo desse estudo
8
O critério de inclusão previamente definido foi ser o material constituídos de
artigos científicos originais, publicados no Brasil, no período de 2009 a 2015 e
apresentar no resumo pelo menos um dos descritores utilizados para pesquisa..
Excluíram-se publicações não disponíveis on-line na íntegra, estudos com foco em
gerência e/ou serviços administrativos de enfermagem e relacionados à docência.
Os artigos publicados duplamente na mesma base de dados, ou encontrados em
mais de uma base, foram considerados uma vez.
Para um melhor entendimento do assunto foi realizada a inserção de
literaturas que permitiram o entendimento mais aprofundado sobre o tema, já que a
relação entre o absenteísmo e os transtornos mentais e comportamentais abrange
um universo que ultrapassa as barreiras da enfermagem.
Inicialmente, ao utilizar o descritor absenteísmo obtiveram-se 48 resumos de
artigos na base de dados LILACS, 64 no SciELO e 7 na base de dados BDENF.
Posteriormente, refinando-o com o descritor Enfermagem, encontraram-se 26
resumos de artigos no LILACS, 16 no SciELO e 7 na BDENF.
A seguir, procedeu-se a leitura do material por inúmeras vezes, a fim de
evidenciar e delimitar o que se faz indispensável para a obtenção de um estudo
aprofundado. Para isso, considerou-se a temática apresentada no seu
enquadramento dos critérios previamente estabelecidos, e a aderência ao objetivo
proposto.
PROCEDIMENTOS ÉTICOS LEGAIS
O trabalho foi realizado com o comprometimento em citar os autores
utilizados no estudo respeitando a norma brasileira regulamentadora (NBR) 6023
que dispõe sobre os elementos a serem incluídos e orienta a compilação e produção
de referências. Os dados coletados foram utilizados exclusivamente com finalidade
científica.
9
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os transtornos mentais e o absenteísmo no contexto do trabalho
O trabalho está presente na vida do homem ao longo da história da
humanidade, e sua influência sobre a saúde dos trabalhadores é conhecida desde a
antiguidade. Historicamente, homem e trabalho se interligam de diferentes maneiras,
conforme a sociedade e o período ao qual nos referimos, de modo que os
significados sociais atribuídos ao trabalho sempre têm influenciado o contexto
vivenciado pelo homem (CAVALHEIRO; TOLFO, 2011).
Devido a sua importância como fonte de subsistência para si e para outros
seres humanos e para a formação subjetiva do homem, versando como um
elemento central em sua vida, o trabalho deveria ser visto como algo bom, positivo e
desejável. Entretanto, ao longo da história, o trabalho para a maioria da humanidade
tem representado dor, adoecimento e morte, fruto das diferentes formas de
exploração a que os homens têm sido submetidos ao longo dos séculos,
principalmente após expansão do modelo capitalista, na segunda metade do século
XX, com o aumento das exigências laborativas ao trabalhador, levando a sérias
implicações sobre a sua saúde (BRAGA; CARVALHO; BINDER, 2010;
CAVALHEIRO; TOLFO, 2011).
O consumismo, o individualismo, a competitividade a agressividade, e
exigências por eficácia, produtividade e alto desempenho do mercado atual de
trabalho são algumas das características do mundo capitalista que o trabalhador
vivencia, podendo interferir diretamente na sua saúde, gerando prejuízo para o
profissional. O ambiente competitivo exige elevado dinamismo, grande esforço físico
e psicológico, ultrapassando, muitas vezes, o limite da capacidade do trabalhador.
Porém, para manter- se nesse mercado e garantir o emprego, o trabalhador muitas
vezes se submete às exigências da instituição na qual se encontra, mesmo que
estas tragam prejuízos a sua saúde (MARTINATO et al., 2010).
10
As exigências cada vez maiores sobre o trabalhador fazem com que os
vínculos entre eles sejam rompidos, levando os mesmos a tolerar o que é
intolerável, sendo vítimas do sofrimento consentido no local de trabalho. Nesse
contexto a competição, a busca pelo sucesso e do resultado a qualquer custo são
necessárias para assegurar a visibilidade necessária em prol da obtenção do
reconhecimento organizacional e para sua manutenção no mercado de trabalho
(PEREIRA, 2011).
É importante considerar que as causas do absenteísmo nem sempre estão
ligadas ao profissional, mas sim à instituição com processos de trabalho deficientes
por meio da repetitividade de atividades, da desmotivação, das condições
desfavoráveis do ambiente de trabalho, da precária integração entre os empregados
e a organização e dos impactos psicológicos de uma direção deficiente que não visa
uma política prevencionista e humanística (SANCINETTI et al., 2011).
A ausência ao trabalho motivada por episódio de doença assume relevância
na esfera do emprego devido ao volume de licenças médicas e de dias não
trabalhados no setor, que interferem na produção. Adicionalmente, o evento é mais
frequente entre trabalhadores que lidam com atendimento ao público,
particularmente entre aqueles que prestam cuidados a doentes (RODRIGUES et al.,
2013).
Ainda segundo Rodrigues et al. (2013), o absenteísmo por doença constitui
um indicador relevante para a saúde publica, porque, dentre outros fatores, o risco
de aposentadoria precoce e de mortalidade é elevado entre homens e mulheres com
mais de 15 dias de licença medica por ano. Afirmam também que o absenteismo-
doenca de longa duração está associado a uma pior avaliação da própria saúde.
Mesmo com tais evidências destaca-se o fato de que o fenômeno do absenteísmo-
doença tem sido visto mais como um problema socioeconômico/político do que um
problema de saúde pública, reflexo das preocupações dos gestores, que estão
focados em grande parte na redução dos gastos e aumento da produtividade.
Quanto às possibilidades de afastamentos do trabalho relacionados à saúde
mental, a disfunção e incapacidade causadas pelos transtornos mentais e
comportamentais estão relacionadas com o trabalho em quatro áreas: limitações em
atividades da vida diária da pessoa (autocuidado, higiene pessoal, comunicação,
11
repouso e sono); funções sociais (capacidade de interagir apropriadamente e
comunicar se com outras pessoas); concentração, persistência e ritmo (capacidade
de completar ou realizar as tarefas); deterioração ou descompensação no trabalho
(falhas repetidas na adaptação a circunstâncias estressantes) (CAMPOS, 2006).
Além do fenômeno do absenteísmo-doença, os transtornos mentais
relacionados ao trabalho podem ocasionar o presenteísmo, caracterizado pela
presença parcial do funcionário, onde o mesmo não desempenha suas tarefas de
forma satisfatória e completa, ou seja, o profissional permanece no posto de trabalho
mesmo não estando em plena saúde física/psicológica. Vale ressaltar que o
presenteísmo é um fenômeno mais difícil de ser detectado, e que em alguns casos
pode ocasionar em prejuízos maiores do que o absenteísmo, o que aumenta a
importância de medidas preventivas nas empresas a fim de reduzir os danos
causados pelo adoecimento mental do trabalhador (CUNHA, 2012).
Os transtornos mentais relacionados ao trabalho não são facilmente
diagnosticados no momento da avaliação clínica, pois as características
sintomatológicas desses transtornos muitas vezes se confundem com quadros de
alterações fisiológicas manifestadas por sintomas físicos como insônia, distúrbios
alimentares ou distúrbios gástricos (SILVA et al., 2012).
Segundo os dados da Dataprev, entre os meses de janeiro a abril de 2014
acerca do acompanhamento mensal dos benefícios auxílios-doença previdenciários
e acidentários, concedidos conforme códigos da Classificação Nacional de
Atividades Econômicas (CNAE), e segundo os códigos da Classificação
Internacional de Doenças (CID-10), os Transtornos Mentais e do Comportamento
(F00-F99) ocupam o terceiro lugar em número de auxílios-doença concedidos no
período (BRASIL, 2014b).
Segundo o mesmo órgão, quase a metade (46%) dos auxílios-doença
previdenciários por transtornos mentais é devida a transtornos do humor (F30- -F39),
sendo que 80% destes são depressões (F32-F34). Outros transtornos mentais e
comportamentais mais prevalentes são os relacionados ao uso de substâncias
psicoativas (F 10-F19) correspondem a 22% dos auxílios-doenças, com destaque ao
uso de álcool (F-10) e os o grupamento dos transtornos neuróticos, transtornos
12
relacionados com o “stress” e transtornos somatoformes (F40-F48) com 20 %, com
destaque aos transtornos ansiosos (F41) (BRASIL, 2014b).
Em estudo sobre afastamento de servidores públicos estaduais em Alagoas,
revelou-se que 20,2 % do total de afastamentos foram motivados por transtornos
mentais e comportamentais, e que se sobressaíram os transtornos de humor-
afetivos (61,0%) (SILVA et al, 2012).Em outro estudo, analisou-se afastamentos por
doenças na Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e verificaram que os
diagnósticos de transtornos mentais eram a terceira maior causa de afastamento
(19,2%) e que esses transtornos causam um maior número de dias de afastamento
(SALA et al, 2009).
O abuso de substâncias psicoativas pode levar a consequências negativas
para as empresas, como redução da produtividade, absenteísmo e acidentes, e para
o trabalhador têm sido relacionadas a problemas financeiros, de saúde e familiares,
deterioração das relações pessoais e a perca do emprego. No Brasil, o uso de álcool
tem uma prevalência importante por ser uma droga lícita, de fácil acesso e
culturalmente aceita, que muitas vezes é a porta de entrada para diversas outras
substâncias psicoativas (BRASIL, 2003).
Dados da OMS (2001) revelam que a prevalência de pessoas que usam de
maneira abusiva/patológica o álcool está estimada em 1,7 % em todo o mundo,
sendo a droga mais consumida mundialmente. Segundo dados da OIT (2008) até
40% dos acidentes de trabalho são provocados pelo uso abusivo do álcool.
No Brasil, o primeiro levantamento nacional sobre os padrões de consumo
de álcool na população Brasileira (BRASIL, 2007), mostra que por volta de 52 % da
população brasileira acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano. No
contexto laboral, o Ministério da Saúde aponta que o trabalho é um dos fatores
psicossociais de risco para o alcoolismo crônico e que algumas profissões são
caracterizadas por serem socialmente desprestigiadas ou com certa rejeição, como
as profissões em que ocorre contato com cadáveres, lixo e dejetos ou situações de
trabalho com afastamento prolongado do lar (BRASIL, 2001; BRASIL, 2003; OMS,
2001).
Dentre os fatores que justificam o consumo do álcool no trabalho estão
praticas defensivas, onde o indivíduo consome para garantir sua inclusão em um
13
grupo e para viabilizar o trabalho por meio dos efeitos farmacológicos do álcool
(estimulante, euforizante, calmante, anestésico), além de fatores individuais (baixa
autoestima, vulnerabilidade social) e fatores familiares (uso de álcool e drogas pelos
pais, padrão familiar disfuncional) (BRASIL, 2001; 2003).
Os transtornos de ansiedade são condições persistentes que podem levar a
um sério desconforto mental e físico, influindo diretamente no desempenho do
trabalhador em suas atividades laborativas. Tem estreita correlação com distúrbios
depressivos. De acordo com a Anxiety Disorders Association of America (ADAA,
2009), metade dos pacientes diagnosticados com depressão também são
diagnosticados com ansiedade.
Nesse sentido, em estudo sobre ansiedade e depressão em trabalhadores
de enfermagem, essa informação é ratificada, afirmando que os trabalhadores com
escores altos para a ansiedade são os mesmos com escores altos para a
depressão. Outro estudo também confirma a coexistência de sintomas depressivos e
ansiosos em profissionais de enfermagem (SCHMIDIT; DANTAS; MATZIALE, 2011;
GOMES; OLIVEIRA, 2013).
A depressão pode ser conceituada como o conjunto de manifestações que
envolvem a necessidade de isolamento, a presença de pensamentos negativos,
desânimo, ansiedade, fadiga, insônia, sentimentos de tristeza, angústia, muito medo
e vontade de chorar (OMS, 2008). Estudos epidemiológicos indicam que os
transtornos depressivos afligem pelo menos 20% das mulheres e 12% dos homens
em algum momento de suas vidas. De acordo com a OMS, no ano 2000, a
depressão foi a principal causa de incapacidade no mundo avaliada pelo índice de
anos vividos com incapacidade (AVIs) e a quarta causa de perda de dias de
produção. A OMS prevê que, em 2020, a depressão será a segunda causa de perda
de dias de trabalho por doença no mundo (OMS, 2001).
O acúmulo de eventos de vida estressantes, entre os quais se incluem, além
de mortes, separações e doenças graves, início em um trabalho novo e mudanças
nas condições de trabalho, parece predispor uma pessoa a episódios de depressão.
Apesar da disponibilidade de tratamentos considerados eficazes, como
antidepressivos, psicoterapias e até eletroconvulsoterapia, as pessoas com
depressão ficam incapacitadas e as taxas de suicídio – 15% dos casos de
14
transtornos depressivos – não se alteram, eventualmente aumentam e são maiores
em homens jovens e, especialmente, nos idosos. Apesar de os transtornos
depressivos serem mais incidentes e prevalentes em mulheres, mais homens
morrem por suicídio (JARDIM, 2011).
O reconhecimento dos transtornos mentais como fator relevante de
afastamento do trabalho é essencial para a adoção de medidas por parte das
autoridades competentes para reduzir o processo de adoecimento no trabalho e
suas consequências. Nesse sentido é importante a adoção de medidas de
prevenção em saúde, principalmente nas melhorias de condições de trabalho e
relacionamentos interpessoais, bem como medidas de reabilitação e reintegração de
trabalhadores afastados devido à depressão (BRASIL, 2001)
Afastamentos por transtornos mentais e a enfermagem
Estudos em servidores públicos Estaduais dos Estados de Santa Catarina e
São Paulo apontam que taxa de afastamento de servidores da saúde por
transtornos mentais e comportamentais são maiores do que a de trabalhadores de
outras áreas, e também uma prevalência maior de afastamentos por parte do sexo
feminino (CUNHA et al; SALA et al, 2009)
Quanto a categoria profissional, a maior parte dos estudos apontam que os
técnicos de enfermagem são os mais afetados por distúrbios mentais, devido a sua
carga de trabalho maior e maior contato com o paciente enfermo. Enfermeiros
geralmente tem mais afastamentos devido a acidentes de trabalho e licenças
gestação (ABREU, GONÇALVES, SIMÕES, 2014; SANCINETTI et al, 2011).
Quanto as patologias os transtornos mentais ocupam o segundo lugar em
prevalência. Mininel et al. (2013) em estudo com 573 profissionais de enfermagem a
respeito do afastamentos em um hospital universitário no Centro- Oeste do país
também monstra os transtornos mentais e comportamentais como segunda maior
causa de afastamento, com 15.3 %, perdendo apenas para doenças no sistema
osteomuscular e do sistema conjuntivo. Estudo realizado com 2898 trabalhadores de
enfermagem em um pronto socorro de adultos em um Hospital universitário de São
15
Paulo revela que os transtornos mentais e comportamentais ocupam o segundo
lugar em número de licenças médicas , com 13,5 % , perdendo apenas para
doenças do sistema osteomuscular e do sistema conjuntivo (FAKIH, TANAKA,
CARMAGNANI, 2012).
Quanto ao setor com maior prevalência de afastamento por transtornos
mentais, destaca-se as UTIs, centros cirúrgicos e clínicas especializadas,
apresentando até 30 % mais de afastamentos do que outros setores, o que se
justifica devido as características mais desgastantes desse ambiente, e por muitas
vezes de difícil reposição do profissional faltoso, contribuindo para a sobrecarga
laboral dos trabalhadores (ABREU; SIMÕES, 2009; FERREIRA, 2014).
As intervenções para a redução do afastamento do trabalho por transtornos
mentais estão relacionados a uma melhor divisão do trabalho entre a enfermagem e
os demais profissionais de saúde. A reposição dos trabalhadores faltantes e um
correto dimensionamento de enfermagem nos diversos setores são medidas
importantes para a manutenção da qualidade da assistência, evitar a carga
excessiva de trabalho e reduzir o abscenteísmo causado por transtornos mentais
(COSTA; VIEIRA; SENA, 2009; UMANN, 2011).
O treinamento dos supervisores de enfermagem deve ser feito com foco na
melhor comunicação entre os mesmos e a equipe, além de estratégias para manter
a coesão entre os profissionais da equipe, aliviando assim as tensões e o estresse
advindo da atividade laboral (SANCINETI et al., 2009; SILVA et al., 2012).
O diagnóstico preciso dos transtornos mentais possibilita a definição do
tratamento medicamentoso mais adequado ao paciente, que podem ser combinados
com outras estratégias, como a psicoterapia, atividades de educação em saúde
sobre a temática e a identificação e eliminação/controle dos fatores ambientais e
organizacionais que contribuem para o adoecimento psíquico relacionado ao
trabalho. Nessa perspectiva, torna-se essencial o investimento em pesquisas, a fim
de buscar uma melhor compreensão entre os transtornos mentais e suas interfaces
com o trabalho (SCHMIDT, 2010; ABREU; GONÇALVES; SIMÕES, 2014).
16
CONCLUSÕES
É evidente nos estudos que o profissional da área da enfermagem está
sendo vítima de diversos fatores estressantes em sua atividade laboral, como a
excessiva carga horária, baixa remuneração, as exigências cada vez maiores por
produtividade e especializações, falta de reconhecimento, ambiente de trabalho
insalubre, falta de diálogo entre a própria equipe, dentre outros fatores, que acabam
contribuindo para o afastamento do profissional de enfermagem de seu ambiente
laboral.
O correto dimensionamento do pessoal de enfermagem e a substituição dos
profissionais que faltam são estratégias que reduzem a carga de trabalho e
aumentam a qualidade do atendimento aos pacientes, sendo como uma das
medidas que mais contribuem para a redução dos afastametos do trabalho.
Um ambiente de trabalho mais saudável também é apontado como
importante pra uma melhor saúde mental do profissional de enfermagem: a redução
de ruídos, uma adequada climatização e iluminação do ambiente laboral e uma
melhor integração entre a própria equipe de enfermagem e dela com outros
profissionais são medidas de grande valia para uma melhor saúde do profissional.
Acredita-se que este estudo contribui para o conhecimento em Enfermagem,
uma vez que incentiva a reflexão sobre o absenteísmo, que é um problema sério e
que traz diversos prejuízos, tanto para o profissional de enfermagem, quanto para a
família, sociedade e empregador, e a importância de medidas que reduzam os
fatores causadores desses afastamentos além de medidas de prevenção e
promoção de saúde no ambiente laboral.
17
REFERÊNCIAS
ABREU, R. M. D.; SIMÕES, A. L. A. Ausências por adoecimento na equipe de enfermagem de um hospital de ensino. Rev. Ciência, Cuidado e Saúde, Paraná, v.8, v. 4, p. 637-44, out/dez. 2009.
ABREU, R. M. D.; GONÇALVES, R. M. D. A.; SIMÕES, A. L. A. Motivos atribuidos por profissionais de uma Unidade de Terapia Intensiva para ausencia ao trabalho. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 67, n. 3, p. 386-93, mai/jun. 2014.
Anxiety Disorders Association of America. (2009). Brief view of anxiety disorders. Disponível em: <http://www.adaa.org/gettinghelp/briefoverview.asp> Acessado em: 5 mai. 2015. BRASIL. Decreto lei nº 99.350, de 27 de junho de 1990. Cria o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. Diário Oficial da União - Seção 1, p. 12448. Brasília, 28 jun.
1990. ______. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 25
jul, 1991. ______. Decreto nº 3.048, de 06 de maio de 1999. Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília,
1999. Republicado em 12 de maio de 1999. ______. Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de
saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. ______. Ministério da Saúde. A Política do Ministério da Saúde para atenção integral a usuários de álcool e outras drogas. Brasília: Ministério da Saúde, 2003.
______. Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD). I Levantamento Nacional sobre os padrões de consumo de álcool na população brasileira. Brasília: SENAD, 2007. ______. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Mental. Brasília:
Ministério da Saúde, 2008. ______. Ministério da Previdência Social, Auxílios-doença acidentários e previdenciários segundo os códigos da Classificação Internacional de Doenças – CID-10. 2014a.
18
______. Ministério da Previdência Social. Ministério do Trabalho e Emprego. Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho, Brasília: MTE, MPS, 2014b. _____. Ministério do Planejamento, orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE). Banco de dados (on-line), jun. 2015. Disponível em: < http://www.cnae.ibge.gov.br > Acessado em: 10 abr. 2015. BARGAS, E. B. MONTEIRO, M. I. Fatores relacionados ao absenteísmo por doença entre trabalhadores de Enfermagem. Acta Paul. Enferm., São Paulo , v. 27, n. 6, p. 533-538, ago. 2014 BRAGA, L. C.; CARVALHO, L. R.; BINDER, M. C. P. Condições de trabalho e transtornos mentais comuns em trabalhadores da rede básica de saúde de Botucatu (SP). Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 15(Supl. 1), p. 1585-1596, jun.
2010. CAMPOS, I. C. M. Diagnóstico de transtornos mentais e comportamentais e relação com o trabalho de servidores públicos estaduais. (Dissertação de
Mestrado em Psicologia). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina. 2006. CAVALHEIRO, G.; TOLFO, S. R. Trabalho e depressão: um estudo com profissionais afastados do ambiente laboral. Psico-USF, Itatiba, v. 16, n. 2, p. 241-249, 2011. COSTA, M. F.; VIEIRA, M. A.; SENA, R. R. Absenteísmo relacionado à doenças
entre membros da equipe de enfermagem de um hospital escola. Revista Brasileira
de Enfermagem, Brasília, v. 62, n. 1, p. 38-44, jan./fev. 2009.
CRUZ, C. R. B et al. Transtornos mentais como causa de absenteísmo entre servidores públicos em São Paulo. Rer. Psiq. Clín., v. 38, n. 6, p. 265-6, 2011. CUNHA, S. Absenteísmo e presenteísmo - indicadores de perdas e danos. Caderno informativo de Prevenção de Acidentes – CIPA, São Paulo, v. 33, n. 391, p. 34–
58, abr., 2012.
FAKIH, F. T.; TANAKA, L. H.; CARMAGNANI, M. I. S. Ausências dos colaboradores
de enfermagem do pronto-socorro de um hospital universitário. Acta Paul. Enferm.,
São Paulo , v. 25, n. 3, p. 378-85, ago. 2012.
FERREIRA, E. V. et al. Absenteísmo dos trabalhadores de enfermagem em um
hospital universitário do Estado de Pernambuco. Revista RENE, Fortaleza, v.12, n.
4, out/dez. 2011.
19
GOMES, R. K.; OLIVEIRA, V. B. Depressão, ansiedade e suporte social em profissionais de enfermagem. Boletim de Psicologia, São Paulo, vol. 63, n.138, p. 23-33, jun. 2013. JARDIM, S. Depressão e trabalho: ruptura de laço social. Rev. bras. Saúde ocup.
São Paulo, v. 36, n.123, p. 84-92, 2011. LINHARES, A. R. P. SIQUEIRA, M. V. S. Violências depressivas e relações de trabalho: uma análise sob a ótica da psicodinâmica do trabalho e da sociologia clínica. Cad. EBAPE. BR, v. 12, nº 3, artigo 10, p. 719- 40. Rio de Janeiro, Jul./Set. 2014. MARTINATO, M. C. N. B. et al. Absenteísmo na enfermagem: uma revisão integrativa. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v. 31, n. 1, p. 160-6, mar. 2010.
MININEL, V. A. et al. Cargas de trabalho, processos de desgaste e absenteísmo-doença em enfermagem. Revista Lat. Americana de Enfermagem, São Paulo, v.
21, n. 6, p. 1290-07, nov/dez. 2013.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório Mundial da saúde. Saúde mental:
nova concepção, nova esperança. Genebra, Suíça: Editora da OMS. 2001. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório Mundial da saúde. Cuidados de Saúde Primários: Agora mais que nunca. Genebra, Suíça: Editora da OMS. 2008. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TRABALHO (OIT). Problemas ligados ao álcool e a drogas no local de trabalho: uma evolução para a prevenção. Genebra. 1 ed. Set. 2008. PEREIRA, L. O trabalho em causa na “epidemia depressiva”. Tempo Social, São
Paulo, v. 23, n. 1, p. 67- 95, jun. 2011. RODRIGUES, C. S. et al . Absenteísmo-doença segundo autorrelato de servidores públicos municipais em Belo Horizonte. R. bras. Est. Pop., Rio de Janeiro, v. 30,
Sup., p. S135-S154, 2013. SALA, A. et al. Licenças médicas entre trabalhadores da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo no ano de 2004. Cad. Saúde Pública. n. 10, p. 2168-78. Out,
2009. Rio de Janeiro. SANCINETTI, T. R. et al .Taxa de absenteísmo da equipe de enfermagem como indicador de gestão de pessoas. Rev. Esc. Enferm. USP. n. 4, p. 1007-12. 2011.
SANCINETI, T. R. et al. Absenteísmo - doença na equipe de enfermagem: relação
com a taxa de ocupação. Rev. Esc. Enf. USP. v. 43, n. 2, p. 1277-83. Ago, 2009.
20
SCHMIDT, D. R. C.; DANTAS, R. A. S.; MARZIALE, M. H. P. Ansiedade e depressão entre profissionais de enfermagem que atuam em blocos cirúrgicos. Rev. Esc. Enferm. USP, São Paulo, v.45, n. 2, p. 487-493, 2011.
SCHMIDT, M. H. F. M. Trabalho e saúde Mental na Visão da OIT. Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg, Belo Horizonte, v. 51, n. 81, p.489-526, jan./jun. 2010. SILVA, E. B. F. et al. Transtornos mentais e comportamentais: perfil dos afastamentos de servidores públicos estaduais em Alagoas, 2009*. Rev. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 21, n. 3, p. 505-514, jul./set. 2012. UMANN, J. et al. Abscenteísmo na equipe de enfermagem no contexto hospitalar. Rev. Ciência, Cuidado e Saúde, Paraná, v. 10, n. 1, p. 184-190, jan./mar. 2011.
21