AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO...

19
3 AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM SALES, Joao Victor de Sousa¹ BRITO, Bianca Anne Mendes 2 FERREIRA, José Lucas Silveira 3 FERNANDES, Márcia Astrês 4 RESUMO INTRODUÇÃO O absenteísmo é um fator bastante prejudicial para a equipe de enfermagem, pois sobrecarregam os demais trabalhadores da equipe, fazendo com que eles acumulem funções e cuidem de uma quantidade maior de pacientes, o que pode ocasionar em uma perca de qualidade no processo de cuidar além de aumentar o desgaste físico, mental e espiritual do profissional. Nesse contexto, os transtornos mentais e comportamentais despontam como uma das causas principais de afastamento entre os trabalhadores, sendo mais frequente entre trabalhadores que atendem ao público, especialmente entre aqueles que prestam cuidados aos doentes, ou seja, a equipe de enfermagem. OBJETIVOS: Analisar a produção científica nacional acerca do afastamento de profissionais de enfermagem por transtornos mentais e comportamentais. Reunir e sintetizar o conhecimento acerca dos transtornos mentais e comportamentais como causa de afastamento do trabalho em profissionais de enfermagem. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica. O estudo foi feito por meio da busca on-line das produções científicas nacionais sobre o afastamento dos profissionais de enfermagem por transtornos mentais e comportamentais, no período de 2009 a 2015. Foi realizada a coleta dos trabalhos por meio da Biblioteca Virtual em Saúde sendo utilizadas as bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Bases de Dados em Enfermagem (BDE NF), e o levantamento no portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES). Foram utilizados os _______________ 1 Acadêmico de Enfermagem/ UFPI. E-mail: [email protected] 2 Acadêmica de Enfermagem/UFPI. E-mail: [email protected] 3 Acadêmico de Enfermagem/UFPI. E-mail: [email protected] 4 Enfermeira, Doutora/USP, Docente/UFPI. E-mail: [email protected]

Transcript of AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO...

Page 1: AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO …apps.cofen.gov.br/.../arquivosTrabalhos/I65834.E13.T13401.D9AP.pdf · 6 lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular

3

AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

SALES, Joao Victor de Sousa¹

BRITO, Bianca Anne Mendes2

FERREIRA, José Lucas Silveira3

FERNANDES, Márcia Astrês4

RESUMO

INTRODUÇÃO O absenteísmo é um fator bastante prejudicial para a equipe de enfermagem, pois sobrecarregam os demais trabalhadores da equipe, fazendo com que eles acumulem funções e cuidem de uma quantidade maior de pacientes, o que pode ocasionar em uma perca de qualidade no processo de cuidar além de aumentar o desgaste físico, mental e espiritual do profissional. Nesse contexto, os transtornos mentais e comportamentais despontam como uma das causas principais de afastamento entre os trabalhadores, sendo mais frequente entre trabalhadores que atendem ao público, especialmente entre aqueles que prestam cuidados aos doentes, ou seja, a equipe de enfermagem. OBJETIVOS: Analisar a produção científica nacional acerca do afastamento de profissionais de enfermagem por transtornos mentais e comportamentais. Reunir e sintetizar o conhecimento acerca dos transtornos mentais e comportamentais como causa de afastamento do trabalho em profissionais de enfermagem. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica. O estudo foi feito por meio da busca on-line das produções científicas nacionais sobre o afastamento dos profissionais de enfermagem por transtornos mentais e comportamentais, no período de 2009 a 2015. Foi realizada a coleta dos trabalhos por meio da Biblioteca Virtual em Saúde sendo utilizadas as bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Bases de Dados em Enfermagem (BDE NF), e o levantamento no portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES). Foram utilizados os _______________

1Acadêmico de Enfermagem/ UFPI. E-mail: [email protected]

2Acadêmica de Enfermagem/UFPI. E-mail: [email protected]

3Acadêmico de Enfermagem/UFPI. E-mail: [email protected]

4 Enfermeira, Doutora/USP, Docente/UFPI. E-mail: [email protected]

Page 2: AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO …apps.cofen.gov.br/.../arquivosTrabalhos/I65834.E13.T13401.D9AP.pdf · 6 lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular

4

descritores absenteísmo, enfermagem e saúde mental. RESULTADOS: Os estudos apontaram que os servidores das áreas de saúde são mais acometidos por transtornos mentais e comportamentais do que trabalhadores de outras áreas, como serviços gerais, motoristas e administrativos. Os técnicos de enfermagem possuem uma taxa maior de afastamentos em relação aos enfermeiros. Eles também revelaram que os transtornos mentais e do comportamento compreendem a segunda maior causa de afastamento do trabalho, perdendo apenas para doenças do sistema osteomuscular e do sistema conjuntivo. Como estratégias são sugeridas a utilização de instrumentos para o melhor dimensionamento dos profissionais, ações de promoção e prevenção dos transtornos mentais e comportamentais. CONCLUSÃO: O afastamento do profissional de enfermagem por transtornos mentais e do comportamento geralmente possui associação com as condições de trabalho ao qual esse profissional está exposto. O correto dimensionamento de enfermagem, o melhoramento das condições de trabalho e estratégias de prevenção e promoção da saúde mental é essencial para minimizar esse problema.

Palavras Chave: Absenteísmo – Enfermagem - Saúde mental

INTRODUÇÃO

Contextualização da problemática

Historicamente o trabalho está presente na vida do homem e ambos estão

intimamente interligados, tendo em vista que hoje o trabalho assume não só

importância econômica, como também do ponto de vista social e cultural. O trabalho

apresenta-se, assim, como elemento central da vida do homem moderno, ocupando

grande parte de sua existência (CAVALHEIRO, TOLFO, 2011; PEREIRA, 2011).

Sendo o trabalho um elemento central na vida do trabalhador, os fenômenos

trabalho e saúde ganharam importância nas abordagens de pesquisas. Nesse

contexto, os Transtornos Mentais Comportamentais (F00 a F99 - CID 10) geram

absenteísmo e afastamentos prolongados das atividades laborativas, em especial a

depressão, sendo de grande interesse o estudo dessas patologias (BRASIL, 2001;

CRUZ et al., 2011).

As características físicas do trabalho (mobiliário, equipamentos, iluminação,

ruídos, temperatura) e o ambiente de trabalho competitivo das organizações atuais

Page 3: AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO …apps.cofen.gov.br/.../arquivosTrabalhos/I65834.E13.T13401.D9AP.pdf · 6 lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular

5

as quais exigem um elevado dinamismo, grande esforço físico e psicológico do

trabalhador, que por vezes excede suas capacidades psicofisiológicas, gerando

desconforto, sofrimento e transtornos psicológicos de diversos graus, interferindo

diretamente em sua saúde e podendo culminar no afastamento das atividades

laborativas (MARTINATO et al., 2010).

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que em todo o

mundo, 70 milhões de pessoas sofrem de dependência do álcool. Cerca de 50

milhões têm epilepsia; outros 24 milhões, esquizofrenia. Um milhão de pessoas

cometem anualmente suicídio. Entre 10 e 20 milhões tentam suicidar-se. Uma em

cada quatro pessoas será afetada por uma perturbação mental em dada fase da

vida. Na maioria dos países orçamentos destinados a Saúde Mental representam

menos de 1% dos seus gastos totais com saúde (OMS, 2001).

De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 6% da população

brasileira apresenta transtornos psiquiátricos graves decorrentes do uso de álcool e

outras drogas e 12% da população necessitam de algum atendimento em saúde

mental, seja ele contínuo ou eventual, e das dez doenças mais incapacitantes em

todo o mundo, cinco são de origem biopsicossocial: depressão, transtorno afetivo

bipolar, alcoolismo, esquizofrenia e transtorno obsessivo-compulsivo (BRASIL, 2003;

2008).

Segundo os dados da Dataprev, entre os meses de janeiro a abril de 2014

acerca do acompanhamento mensal dos benefícios auxílios-doença previdenciários

concedidos, segundo os códigos da Classificação Internacional de Doenças (CID-

10), os Transtornos Mentais e do Comportamento (F00-F99) ocupam o terceiro lugar

em número de auxílios- doença concedidos pela Previdência Social no Brasil, com

um total de 66.627 auxílios (8,93%), sendo o primeiro lugar ocupado pelas “Lesões,

envenenamentos e outras consequências de causas externas” (S00-T98) com um

total de 189.089 auxílios (25,35%) e o segundo lugar ocupado pelas “Doenças do

sistema osteomuscular e outras consequências de causas externas” (M00-M99) com

137. 096 auxílios (18,38%) (BRASIL, 2014a).

Os auxílios-doença acidentários por transtornos mentais e do

comportamento concedidos no mesmo período de 2014 seguem a mesma linha dos

auxílios previdenciários, com as lesões e envenenamentos (S00-T98) em primeiro

Page 4: AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO …apps.cofen.gov.br/.../arquivosTrabalhos/I65834.E13.T13401.D9AP.pdf · 6 lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular

6

lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular e (M00-

M99) em segundo lugar com 24,10% dos benefícios e os transtornos mentais em

terceiro lugar com 4 % dos benefícios, seguindo a tendência do ano de 2013

(BRASIL, 2014a).

O absenteísmo caracteriza-se pela ausência do profissional no emprego. A

questão do absenteísmo no trabalho pode ser categorizada quanto ao tipo de

ausência: absenteísmo voluntário (por razões particulares), absenteísmo legal (faltas

amparadas por lei, tal como licença-gestante), absenteísmo compulsório

(impedimentos de ordem disciplinar) e absenteísmo por doença (doenças

ocupacionais, doenças não relacionadas ao trabalho e motivadas por acidentes de

trabalho) (SALA et al., 2009; MARTINATO et al., 2010; BARGAS, MONTEIRO,

2014).

O abscenteísmo é um fator bastante prejudicial para a equipe de

enfermagem, pois sobrecarregam os demais trabalhadores da equipe, fazendo com

que eles acumulem funções e cuidem de uma quantidade maior de pacientes, o que

pode ocasionar em uma perca de qualidade no processo de cuidar além de

aumentar o desgaste físico, mental e espiritual do profissional (FAKIN, TANAKA,

CARMAGNANI, 2012).

Nesse contexto, os transtornos mentais e comportamentais despontam

como uma das causas principais de afastamento entre os trabalhadores, sendo mais

frequente entre trabalhadores que atendem ao público, especialmente entre aqueles

que prestam cuidados aos doentes (RODRIGUES et al, 2013).

Segundo o Ministério da Saúde, são ações importantes no combate aos

transtornos mentais relacionados ao ambiente de trabalho: medidas de controle

ambiental, intervenção sobre condições de trabalho e questões éticas para prevenir

os mesmos e diagnóstico precoce e tratamento dos trabalhadores acometidos, a fim

de reduzir o comprometimento à saúde e acrescentar quadros de morbidade e

mortalidade (BRASIL, 2001; OMS 2001).

Page 5: AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO …apps.cofen.gov.br/.../arquivosTrabalhos/I65834.E13.T13401.D9AP.pdf · 6 lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular

7

OBJETIVOS

Geral

Analisar a produção científica nacional acerca do afastamento de profissionais de

enfermagem por transtornos mentais e comportamentais.

Específico

Reunir e sintetizar o conhecimento acerca dos transtornos mentais e

comportamentais como causa de afastamento do trabalho em profissionais de

enfermagem.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, a qual tem a finalidade de

reunir e sintetizar resultado de pesquisa sobre determinado tema. O estudo foi feito

por meio da busca on-line das produções científicas nacionais sobre o afastamento

dos profissionais de enfermagem por transtornos mentais e comportamentais, no

período de 2009 a 2015.

Foi realizada a coleta dos trabalhos por meio da Biblioteca Virtual em Saúde

sendo utilizadas as bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Bases de

Dados em Enfermagem (BDENF), e o levantamento no portal da Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES). Foram utilizados os

descritores absenteísmo, enfermagem e saúde mental, e a partir de leitura de

resumo dos trabalhos filtrados, foram encontrados 15 artigos relacionados a

temática que contemplavam o objetivo desse estudo

Page 6: AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO …apps.cofen.gov.br/.../arquivosTrabalhos/I65834.E13.T13401.D9AP.pdf · 6 lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular

8

O critério de inclusão previamente definido foi ser o material constituídos de

artigos científicos originais, publicados no Brasil, no período de 2009 a 2015 e

apresentar no resumo pelo menos um dos descritores utilizados para pesquisa..

Excluíram-se publicações não disponíveis on-line na íntegra, estudos com foco em

gerência e/ou serviços administrativos de enfermagem e relacionados à docência.

Os artigos publicados duplamente na mesma base de dados, ou encontrados em

mais de uma base, foram considerados uma vez.

Para um melhor entendimento do assunto foi realizada a inserção de

literaturas que permitiram o entendimento mais aprofundado sobre o tema, já que a

relação entre o absenteísmo e os transtornos mentais e comportamentais abrange

um universo que ultrapassa as barreiras da enfermagem.

Inicialmente, ao utilizar o descritor absenteísmo obtiveram-se 48 resumos de

artigos na base de dados LILACS, 64 no SciELO e 7 na base de dados BDENF.

Posteriormente, refinando-o com o descritor Enfermagem, encontraram-se 26

resumos de artigos no LILACS, 16 no SciELO e 7 na BDENF.

A seguir, procedeu-se a leitura do material por inúmeras vezes, a fim de

evidenciar e delimitar o que se faz indispensável para a obtenção de um estudo

aprofundado. Para isso, considerou-se a temática apresentada no seu

enquadramento dos critérios previamente estabelecidos, e a aderência ao objetivo

proposto.

PROCEDIMENTOS ÉTICOS LEGAIS

O trabalho foi realizado com o comprometimento em citar os autores

utilizados no estudo respeitando a norma brasileira regulamentadora (NBR) 6023

que dispõe sobre os elementos a serem incluídos e orienta a compilação e produção

de referências. Os dados coletados foram utilizados exclusivamente com finalidade

científica.

Page 7: AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO …apps.cofen.gov.br/.../arquivosTrabalhos/I65834.E13.T13401.D9AP.pdf · 6 lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular

9

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os transtornos mentais e o absenteísmo no contexto do trabalho

O trabalho está presente na vida do homem ao longo da história da

humanidade, e sua influência sobre a saúde dos trabalhadores é conhecida desde a

antiguidade. Historicamente, homem e trabalho se interligam de diferentes maneiras,

conforme a sociedade e o período ao qual nos referimos, de modo que os

significados sociais atribuídos ao trabalho sempre têm influenciado o contexto

vivenciado pelo homem (CAVALHEIRO; TOLFO, 2011).

Devido a sua importância como fonte de subsistência para si e para outros

seres humanos e para a formação subjetiva do homem, versando como um

elemento central em sua vida, o trabalho deveria ser visto como algo bom, positivo e

desejável. Entretanto, ao longo da história, o trabalho para a maioria da humanidade

tem representado dor, adoecimento e morte, fruto das diferentes formas de

exploração a que os homens têm sido submetidos ao longo dos séculos,

principalmente após expansão do modelo capitalista, na segunda metade do século

XX, com o aumento das exigências laborativas ao trabalhador, levando a sérias

implicações sobre a sua saúde (BRAGA; CARVALHO; BINDER, 2010;

CAVALHEIRO; TOLFO, 2011).

O consumismo, o individualismo, a competitividade a agressividade, e

exigências por eficácia, produtividade e alto desempenho do mercado atual de

trabalho são algumas das características do mundo capitalista que o trabalhador

vivencia, podendo interferir diretamente na sua saúde, gerando prejuízo para o

profissional. O ambiente competitivo exige elevado dinamismo, grande esforço físico

e psicológico, ultrapassando, muitas vezes, o limite da capacidade do trabalhador.

Porém, para manter- se nesse mercado e garantir o emprego, o trabalhador muitas

vezes se submete às exigências da instituição na qual se encontra, mesmo que

estas tragam prejuízos a sua saúde (MARTINATO et al., 2010).

Page 8: AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO …apps.cofen.gov.br/.../arquivosTrabalhos/I65834.E13.T13401.D9AP.pdf · 6 lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular

10

As exigências cada vez maiores sobre o trabalhador fazem com que os

vínculos entre eles sejam rompidos, levando os mesmos a tolerar o que é

intolerável, sendo vítimas do sofrimento consentido no local de trabalho. Nesse

contexto a competição, a busca pelo sucesso e do resultado a qualquer custo são

necessárias para assegurar a visibilidade necessária em prol da obtenção do

reconhecimento organizacional e para sua manutenção no mercado de trabalho

(PEREIRA, 2011).

É importante considerar que as causas do absenteísmo nem sempre estão

ligadas ao profissional, mas sim à instituição com processos de trabalho deficientes

por meio da repetitividade de atividades, da desmotivação, das condições

desfavoráveis do ambiente de trabalho, da precária integração entre os empregados

e a organização e dos impactos psicológicos de uma direção deficiente que não visa

uma política prevencionista e humanística (SANCINETTI et al., 2011).

A ausência ao trabalho motivada por episódio de doença assume relevância

na esfera do emprego devido ao volume de licenças médicas e de dias não

trabalhados no setor, que interferem na produção. Adicionalmente, o evento é mais

frequente entre trabalhadores que lidam com atendimento ao público,

particularmente entre aqueles que prestam cuidados a doentes (RODRIGUES et al.,

2013).

Ainda segundo Rodrigues et al. (2013), o absenteísmo por doença constitui

um indicador relevante para a saúde publica, porque, dentre outros fatores, o risco

de aposentadoria precoce e de mortalidade é elevado entre homens e mulheres com

mais de 15 dias de licença medica por ano. Afirmam também que o absenteismo-

doenca de longa duração está associado a uma pior avaliação da própria saúde.

Mesmo com tais evidências destaca-se o fato de que o fenômeno do absenteísmo-

doença tem sido visto mais como um problema socioeconômico/político do que um

problema de saúde pública, reflexo das preocupações dos gestores, que estão

focados em grande parte na redução dos gastos e aumento da produtividade.

Quanto às possibilidades de afastamentos do trabalho relacionados à saúde

mental, a disfunção e incapacidade causadas pelos transtornos mentais e

comportamentais estão relacionadas com o trabalho em quatro áreas: limitações em

atividades da vida diária da pessoa (autocuidado, higiene pessoal, comunicação,

Page 9: AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO …apps.cofen.gov.br/.../arquivosTrabalhos/I65834.E13.T13401.D9AP.pdf · 6 lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular

11

repouso e sono); funções sociais (capacidade de interagir apropriadamente e

comunicar se com outras pessoas); concentração, persistência e ritmo (capacidade

de completar ou realizar as tarefas); deterioração ou descompensação no trabalho

(falhas repetidas na adaptação a circunstâncias estressantes) (CAMPOS, 2006).

Além do fenômeno do absenteísmo-doença, os transtornos mentais

relacionados ao trabalho podem ocasionar o presenteísmo, caracterizado pela

presença parcial do funcionário, onde o mesmo não desempenha suas tarefas de

forma satisfatória e completa, ou seja, o profissional permanece no posto de trabalho

mesmo não estando em plena saúde física/psicológica. Vale ressaltar que o

presenteísmo é um fenômeno mais difícil de ser detectado, e que em alguns casos

pode ocasionar em prejuízos maiores do que o absenteísmo, o que aumenta a

importância de medidas preventivas nas empresas a fim de reduzir os danos

causados pelo adoecimento mental do trabalhador (CUNHA, 2012).

Os transtornos mentais relacionados ao trabalho não são facilmente

diagnosticados no momento da avaliação clínica, pois as características

sintomatológicas desses transtornos muitas vezes se confundem com quadros de

alterações fisiológicas manifestadas por sintomas físicos como insônia, distúrbios

alimentares ou distúrbios gástricos (SILVA et al., 2012).

Segundo os dados da Dataprev, entre os meses de janeiro a abril de 2014

acerca do acompanhamento mensal dos benefícios auxílios-doença previdenciários

e acidentários, concedidos conforme códigos da Classificação Nacional de

Atividades Econômicas (CNAE), e segundo os códigos da Classificação

Internacional de Doenças (CID-10), os Transtornos Mentais e do Comportamento

(F00-F99) ocupam o terceiro lugar em número de auxílios-doença concedidos no

período (BRASIL, 2014b).

Segundo o mesmo órgão, quase a metade (46%) dos auxílios-doença

previdenciários por transtornos mentais é devida a transtornos do humor (F30- -F39),

sendo que 80% destes são depressões (F32-F34). Outros transtornos mentais e

comportamentais mais prevalentes são os relacionados ao uso de substâncias

psicoativas (F 10-F19) correspondem a 22% dos auxílios-doenças, com destaque ao

uso de álcool (F-10) e os o grupamento dos transtornos neuróticos, transtornos

Page 10: AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO …apps.cofen.gov.br/.../arquivosTrabalhos/I65834.E13.T13401.D9AP.pdf · 6 lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular

12

relacionados com o “stress” e transtornos somatoformes (F40-F48) com 20 %, com

destaque aos transtornos ansiosos (F41) (BRASIL, 2014b).

Em estudo sobre afastamento de servidores públicos estaduais em Alagoas,

revelou-se que 20,2 % do total de afastamentos foram motivados por transtornos

mentais e comportamentais, e que se sobressaíram os transtornos de humor-

afetivos (61,0%) (SILVA et al, 2012).Em outro estudo, analisou-se afastamentos por

doenças na Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e verificaram que os

diagnósticos de transtornos mentais eram a terceira maior causa de afastamento

(19,2%) e que esses transtornos causam um maior número de dias de afastamento

(SALA et al, 2009).

O abuso de substâncias psicoativas pode levar a consequências negativas

para as empresas, como redução da produtividade, absenteísmo e acidentes, e para

o trabalhador têm sido relacionadas a problemas financeiros, de saúde e familiares,

deterioração das relações pessoais e a perca do emprego. No Brasil, o uso de álcool

tem uma prevalência importante por ser uma droga lícita, de fácil acesso e

culturalmente aceita, que muitas vezes é a porta de entrada para diversas outras

substâncias psicoativas (BRASIL, 2003).

Dados da OMS (2001) revelam que a prevalência de pessoas que usam de

maneira abusiva/patológica o álcool está estimada em 1,7 % em todo o mundo,

sendo a droga mais consumida mundialmente. Segundo dados da OIT (2008) até

40% dos acidentes de trabalho são provocados pelo uso abusivo do álcool.

No Brasil, o primeiro levantamento nacional sobre os padrões de consumo

de álcool na população Brasileira (BRASIL, 2007), mostra que por volta de 52 % da

população brasileira acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano. No

contexto laboral, o Ministério da Saúde aponta que o trabalho é um dos fatores

psicossociais de risco para o alcoolismo crônico e que algumas profissões são

caracterizadas por serem socialmente desprestigiadas ou com certa rejeição, como

as profissões em que ocorre contato com cadáveres, lixo e dejetos ou situações de

trabalho com afastamento prolongado do lar (BRASIL, 2001; BRASIL, 2003; OMS,

2001).

Dentre os fatores que justificam o consumo do álcool no trabalho estão

praticas defensivas, onde o indivíduo consome para garantir sua inclusão em um

Page 11: AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO …apps.cofen.gov.br/.../arquivosTrabalhos/I65834.E13.T13401.D9AP.pdf · 6 lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular

13

grupo e para viabilizar o trabalho por meio dos efeitos farmacológicos do álcool

(estimulante, euforizante, calmante, anestésico), além de fatores individuais (baixa

autoestima, vulnerabilidade social) e fatores familiares (uso de álcool e drogas pelos

pais, padrão familiar disfuncional) (BRASIL, 2001; 2003).

Os transtornos de ansiedade são condições persistentes que podem levar a

um sério desconforto mental e físico, influindo diretamente no desempenho do

trabalhador em suas atividades laborativas. Tem estreita correlação com distúrbios

depressivos. De acordo com a Anxiety Disorders Association of America (ADAA,

2009), metade dos pacientes diagnosticados com depressão também são

diagnosticados com ansiedade.

Nesse sentido, em estudo sobre ansiedade e depressão em trabalhadores

de enfermagem, essa informação é ratificada, afirmando que os trabalhadores com

escores altos para a ansiedade são os mesmos com escores altos para a

depressão. Outro estudo também confirma a coexistência de sintomas depressivos e

ansiosos em profissionais de enfermagem (SCHMIDIT; DANTAS; MATZIALE, 2011;

GOMES; OLIVEIRA, 2013).

A depressão pode ser conceituada como o conjunto de manifestações que

envolvem a necessidade de isolamento, a presença de pensamentos negativos,

desânimo, ansiedade, fadiga, insônia, sentimentos de tristeza, angústia, muito medo

e vontade de chorar (OMS, 2008). Estudos epidemiológicos indicam que os

transtornos depressivos afligem pelo menos 20% das mulheres e 12% dos homens

em algum momento de suas vidas. De acordo com a OMS, no ano 2000, a

depressão foi a principal causa de incapacidade no mundo avaliada pelo índice de

anos vividos com incapacidade (AVIs) e a quarta causa de perda de dias de

produção. A OMS prevê que, em 2020, a depressão será a segunda causa de perda

de dias de trabalho por doença no mundo (OMS, 2001).

O acúmulo de eventos de vida estressantes, entre os quais se incluem, além

de mortes, separações e doenças graves, início em um trabalho novo e mudanças

nas condições de trabalho, parece predispor uma pessoa a episódios de depressão.

Apesar da disponibilidade de tratamentos considerados eficazes, como

antidepressivos, psicoterapias e até eletroconvulsoterapia, as pessoas com

depressão ficam incapacitadas e as taxas de suicídio – 15% dos casos de

Page 12: AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO …apps.cofen.gov.br/.../arquivosTrabalhos/I65834.E13.T13401.D9AP.pdf · 6 lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular

14

transtornos depressivos – não se alteram, eventualmente aumentam e são maiores

em homens jovens e, especialmente, nos idosos. Apesar de os transtornos

depressivos serem mais incidentes e prevalentes em mulheres, mais homens

morrem por suicídio (JARDIM, 2011).

O reconhecimento dos transtornos mentais como fator relevante de

afastamento do trabalho é essencial para a adoção de medidas por parte das

autoridades competentes para reduzir o processo de adoecimento no trabalho e

suas consequências. Nesse sentido é importante a adoção de medidas de

prevenção em saúde, principalmente nas melhorias de condições de trabalho e

relacionamentos interpessoais, bem como medidas de reabilitação e reintegração de

trabalhadores afastados devido à depressão (BRASIL, 2001)

Afastamentos por transtornos mentais e a enfermagem

Estudos em servidores públicos Estaduais dos Estados de Santa Catarina e

São Paulo apontam que taxa de afastamento de servidores da saúde por

transtornos mentais e comportamentais são maiores do que a de trabalhadores de

outras áreas, e também uma prevalência maior de afastamentos por parte do sexo

feminino (CUNHA et al; SALA et al, 2009)

Quanto a categoria profissional, a maior parte dos estudos apontam que os

técnicos de enfermagem são os mais afetados por distúrbios mentais, devido a sua

carga de trabalho maior e maior contato com o paciente enfermo. Enfermeiros

geralmente tem mais afastamentos devido a acidentes de trabalho e licenças

gestação (ABREU, GONÇALVES, SIMÕES, 2014; SANCINETTI et al, 2011).

Quanto as patologias os transtornos mentais ocupam o segundo lugar em

prevalência. Mininel et al. (2013) em estudo com 573 profissionais de enfermagem a

respeito do afastamentos em um hospital universitário no Centro- Oeste do país

também monstra os transtornos mentais e comportamentais como segunda maior

causa de afastamento, com 15.3 %, perdendo apenas para doenças no sistema

osteomuscular e do sistema conjuntivo. Estudo realizado com 2898 trabalhadores de

enfermagem em um pronto socorro de adultos em um Hospital universitário de São

Page 13: AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO …apps.cofen.gov.br/.../arquivosTrabalhos/I65834.E13.T13401.D9AP.pdf · 6 lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular

15

Paulo revela que os transtornos mentais e comportamentais ocupam o segundo

lugar em número de licenças médicas , com 13,5 % , perdendo apenas para

doenças do sistema osteomuscular e do sistema conjuntivo (FAKIH, TANAKA,

CARMAGNANI, 2012).

Quanto ao setor com maior prevalência de afastamento por transtornos

mentais, destaca-se as UTIs, centros cirúrgicos e clínicas especializadas,

apresentando até 30 % mais de afastamentos do que outros setores, o que se

justifica devido as características mais desgastantes desse ambiente, e por muitas

vezes de difícil reposição do profissional faltoso, contribuindo para a sobrecarga

laboral dos trabalhadores (ABREU; SIMÕES, 2009; FERREIRA, 2014).

As intervenções para a redução do afastamento do trabalho por transtornos

mentais estão relacionados a uma melhor divisão do trabalho entre a enfermagem e

os demais profissionais de saúde. A reposição dos trabalhadores faltantes e um

correto dimensionamento de enfermagem nos diversos setores são medidas

importantes para a manutenção da qualidade da assistência, evitar a carga

excessiva de trabalho e reduzir o abscenteísmo causado por transtornos mentais

(COSTA; VIEIRA; SENA, 2009; UMANN, 2011).

O treinamento dos supervisores de enfermagem deve ser feito com foco na

melhor comunicação entre os mesmos e a equipe, além de estratégias para manter

a coesão entre os profissionais da equipe, aliviando assim as tensões e o estresse

advindo da atividade laboral (SANCINETI et al., 2009; SILVA et al., 2012).

O diagnóstico preciso dos transtornos mentais possibilita a definição do

tratamento medicamentoso mais adequado ao paciente, que podem ser combinados

com outras estratégias, como a psicoterapia, atividades de educação em saúde

sobre a temática e a identificação e eliminação/controle dos fatores ambientais e

organizacionais que contribuem para o adoecimento psíquico relacionado ao

trabalho. Nessa perspectiva, torna-se essencial o investimento em pesquisas, a fim

de buscar uma melhor compreensão entre os transtornos mentais e suas interfaces

com o trabalho (SCHMIDT, 2010; ABREU; GONÇALVES; SIMÕES, 2014).

Page 14: AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO …apps.cofen.gov.br/.../arquivosTrabalhos/I65834.E13.T13401.D9AP.pdf · 6 lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular

16

CONCLUSÕES

É evidente nos estudos que o profissional da área da enfermagem está

sendo vítima de diversos fatores estressantes em sua atividade laboral, como a

excessiva carga horária, baixa remuneração, as exigências cada vez maiores por

produtividade e especializações, falta de reconhecimento, ambiente de trabalho

insalubre, falta de diálogo entre a própria equipe, dentre outros fatores, que acabam

contribuindo para o afastamento do profissional de enfermagem de seu ambiente

laboral.

O correto dimensionamento do pessoal de enfermagem e a substituição dos

profissionais que faltam são estratégias que reduzem a carga de trabalho e

aumentam a qualidade do atendimento aos pacientes, sendo como uma das

medidas que mais contribuem para a redução dos afastametos do trabalho.

Um ambiente de trabalho mais saudável também é apontado como

importante pra uma melhor saúde mental do profissional de enfermagem: a redução

de ruídos, uma adequada climatização e iluminação do ambiente laboral e uma

melhor integração entre a própria equipe de enfermagem e dela com outros

profissionais são medidas de grande valia para uma melhor saúde do profissional.

Acredita-se que este estudo contribui para o conhecimento em Enfermagem,

uma vez que incentiva a reflexão sobre o absenteísmo, que é um problema sério e

que traz diversos prejuízos, tanto para o profissional de enfermagem, quanto para a

família, sociedade e empregador, e a importância de medidas que reduzam os

fatores causadores desses afastamentos além de medidas de prevenção e

promoção de saúde no ambiente laboral.

Page 15: AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO …apps.cofen.gov.br/.../arquivosTrabalhos/I65834.E13.T13401.D9AP.pdf · 6 lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular

17

REFERÊNCIAS

ABREU, R. M. D.; SIMÕES, A. L. A. Ausências por adoecimento na equipe de enfermagem de um hospital de ensino. Rev. Ciência, Cuidado e Saúde, Paraná, v.8, v. 4, p. 637-44, out/dez. 2009.

ABREU, R. M. D.; GONÇALVES, R. M. D. A.; SIMÕES, A. L. A. Motivos atribuidos por profissionais de uma Unidade de Terapia Intensiva para ausencia ao trabalho. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 67, n. 3, p. 386-93, mai/jun. 2014.

Anxiety Disorders Association of America. (2009). Brief view of anxiety disorders. Disponível em: <http://www.adaa.org/gettinghelp/briefoverview.asp> Acessado em: 5 mai. 2015. BRASIL. Decreto lei nº 99.350, de 27 de junho de 1990. Cria o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. Diário Oficial da União - Seção 1, p. 12448. Brasília, 28 jun.

1990. ______. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 25

jul, 1991. ______. Decreto nº 3.048, de 06 de maio de 1999. Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília,

1999. Republicado em 12 de maio de 1999. ______. Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de

saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. ______. Ministério da Saúde. A Política do Ministério da Saúde para atenção integral a usuários de álcool e outras drogas. Brasília: Ministério da Saúde, 2003.

______. Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD). I Levantamento Nacional sobre os padrões de consumo de álcool na população brasileira. Brasília: SENAD, 2007. ______. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Mental. Brasília:

Ministério da Saúde, 2008. ______. Ministério da Previdência Social, Auxílios-doença acidentários e previdenciários segundo os códigos da Classificação Internacional de Doenças – CID-10. 2014a.

Page 16: AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO …apps.cofen.gov.br/.../arquivosTrabalhos/I65834.E13.T13401.D9AP.pdf · 6 lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular

18

______. Ministério da Previdência Social. Ministério do Trabalho e Emprego. Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho, Brasília: MTE, MPS, 2014b. _____. Ministério do Planejamento, orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE). Banco de dados (on-line), jun. 2015. Disponível em: < http://www.cnae.ibge.gov.br > Acessado em: 10 abr. 2015. BARGAS, E. B. MONTEIRO, M. I. Fatores relacionados ao absenteísmo por doença entre trabalhadores de Enfermagem. Acta Paul. Enferm., São Paulo , v. 27, n. 6, p. 533-538, ago. 2014 BRAGA, L. C.; CARVALHO, L. R.; BINDER, M. C. P. Condições de trabalho e transtornos mentais comuns em trabalhadores da rede básica de saúde de Botucatu (SP). Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 15(Supl. 1), p. 1585-1596, jun.

2010. CAMPOS, I. C. M. Diagnóstico de transtornos mentais e comportamentais e relação com o trabalho de servidores públicos estaduais. (Dissertação de

Mestrado em Psicologia). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina. 2006. CAVALHEIRO, G.; TOLFO, S. R. Trabalho e depressão: um estudo com profissionais afastados do ambiente laboral. Psico-USF, Itatiba, v. 16, n. 2, p. 241-249, 2011. COSTA, M. F.; VIEIRA, M. A.; SENA, R. R. Absenteísmo relacionado à doenças

entre membros da equipe de enfermagem de um hospital escola. Revista Brasileira

de Enfermagem, Brasília, v. 62, n. 1, p. 38-44, jan./fev. 2009.

CRUZ, C. R. B et al. Transtornos mentais como causa de absenteísmo entre servidores públicos em São Paulo. Rer. Psiq. Clín., v. 38, n. 6, p. 265-6, 2011. CUNHA, S. Absenteísmo e presenteísmo - indicadores de perdas e danos. Caderno informativo de Prevenção de Acidentes – CIPA, São Paulo, v. 33, n. 391, p. 34–

58, abr., 2012.

FAKIH, F. T.; TANAKA, L. H.; CARMAGNANI, M. I. S. Ausências dos colaboradores

de enfermagem do pronto-socorro de um hospital universitário. Acta Paul. Enferm.,

São Paulo , v. 25, n. 3, p. 378-85, ago. 2012.

FERREIRA, E. V. et al. Absenteísmo dos trabalhadores de enfermagem em um

hospital universitário do Estado de Pernambuco. Revista RENE, Fortaleza, v.12, n.

4, out/dez. 2011.

Page 17: AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO …apps.cofen.gov.br/.../arquivosTrabalhos/I65834.E13.T13401.D9AP.pdf · 6 lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular

19

GOMES, R. K.; OLIVEIRA, V. B. Depressão, ansiedade e suporte social em profissionais de enfermagem. Boletim de Psicologia, São Paulo, vol. 63, n.138, p. 23-33, jun. 2013. JARDIM, S. Depressão e trabalho: ruptura de laço social. Rev. bras. Saúde ocup.

São Paulo, v. 36, n.123, p. 84-92, 2011. LINHARES, A. R. P. SIQUEIRA, M. V. S. Violências depressivas e relações de trabalho: uma análise sob a ótica da psicodinâmica do trabalho e da sociologia clínica. Cad. EBAPE. BR, v. 12, nº 3, artigo 10, p. 719- 40. Rio de Janeiro, Jul./Set. 2014. MARTINATO, M. C. N. B. et al. Absenteísmo na enfermagem: uma revisão integrativa. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v. 31, n. 1, p. 160-6, mar. 2010.

MININEL, V. A. et al. Cargas de trabalho, processos de desgaste e absenteísmo-doença em enfermagem. Revista Lat. Americana de Enfermagem, São Paulo, v.

21, n. 6, p. 1290-07, nov/dez. 2013.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório Mundial da saúde. Saúde mental:

nova concepção, nova esperança. Genebra, Suíça: Editora da OMS. 2001. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório Mundial da saúde. Cuidados de Saúde Primários: Agora mais que nunca. Genebra, Suíça: Editora da OMS. 2008. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TRABALHO (OIT). Problemas ligados ao álcool e a drogas no local de trabalho: uma evolução para a prevenção. Genebra. 1 ed. Set. 2008. PEREIRA, L. O trabalho em causa na “epidemia depressiva”. Tempo Social, São

Paulo, v. 23, n. 1, p. 67- 95, jun. 2011. RODRIGUES, C. S. et al . Absenteísmo-doença segundo autorrelato de servidores públicos municipais em Belo Horizonte. R. bras. Est. Pop., Rio de Janeiro, v. 30,

Sup., p. S135-S154, 2013. SALA, A. et al. Licenças médicas entre trabalhadores da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo no ano de 2004. Cad. Saúde Pública. n. 10, p. 2168-78. Out,

2009. Rio de Janeiro. SANCINETTI, T. R. et al .Taxa de absenteísmo da equipe de enfermagem como indicador de gestão de pessoas. Rev. Esc. Enferm. USP. n. 4, p. 1007-12. 2011.

SANCINETI, T. R. et al. Absenteísmo - doença na equipe de enfermagem: relação

com a taxa de ocupação. Rev. Esc. Enf. USP. v. 43, n. 2, p. 1277-83. Ago, 2009.

Page 18: AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO …apps.cofen.gov.br/.../arquivosTrabalhos/I65834.E13.T13401.D9AP.pdf · 6 lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular

20

SCHMIDT, D. R. C.; DANTAS, R. A. S.; MARZIALE, M. H. P. Ansiedade e depressão entre profissionais de enfermagem que atuam em blocos cirúrgicos. Rev. Esc. Enferm. USP, São Paulo, v.45, n. 2, p. 487-493, 2011.

SCHMIDT, M. H. F. M. Trabalho e saúde Mental na Visão da OIT. Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg, Belo Horizonte, v. 51, n. 81, p.489-526, jan./jun. 2010. SILVA, E. B. F. et al. Transtornos mentais e comportamentais: perfil dos afastamentos de servidores públicos estaduais em Alagoas, 2009*. Rev. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 21, n. 3, p. 505-514, jul./set. 2012. UMANN, J. et al. Abscenteísmo na equipe de enfermagem no contexto hospitalar. Rev. Ciência, Cuidado e Saúde, Paraná, v. 10, n. 1, p. 184-190, jan./mar. 2011.

Page 19: AFASTAMENTO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO …apps.cofen.gov.br/.../arquivosTrabalhos/I65834.E13.T13401.D9AP.pdf · 6 lugar com 64,12 % dos benefícios, as doenças do sistema osteomuscular

21