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Vitória (ES), Agosto de 2015
Análise de Competitividade do Setor da Indústria de
Café do Estado do Espírito Santo
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................. 3
1. ESTRUTURA DA CADEIA DE VALOR DA INDÚSTRIA DE CAFÉ ........................................... 5 1.1. Cadeia de valor da Indústria de café ............................................................................................ 5 1.2. Posicionamento Estratégico na Cadeia de Valor da Indústria de Café ........................................ 6
2. PANORAMA DA INDÚSTRIA DE CAFÉ NO MUNDO ................................................................ 8
3. PAINEL DE INDICADORES DE MONITORAMENTO DA COMPETITIVIDADE ...................... 12 3.1. Brasil ........................................................................................................................................... 12 3.1.1 Número de empresas e empregados ......................................................................................... 12 3.1.2 Evolução da Produção ................................................................................................................ 13 3.1.3 Balança Comercial Brasil ............................................................................................................ 16 3.2. Espírito Santo .............................................................................................................................. 17 3.1.4 Balança Comercial Espírito Santo .............................................................................................. 19
4. PERCEPÇÃO EMPRESARIAL DA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA DE CAFÉ .............. 20 4.1. Cenário Atual: ............................................................................................................................. 20 4.2. Mecanismos de concorrência do setor de café torrado e moído. ............................................... 21 4.3. Mercados a que se direcionam os produtos da cadeia produtiva. ............................................. 22 4.4. Posição atual da indústria no mercado – doméstico ou internacional – desempenho,
vantagens e desvantagens competitivas. ................................................................................... 22 4.5. Fatores externos à empresa que impactam a competitividade (ambiente macroeconômico,
disponibilidade e tipo de crédito, custo de financiamentos, infraestrutura econômica,
infraestrutura técnica, científica e educacional e tributária), dentre outros. ............................... 23 4.6. Análise dos instrumentos de incentivo à competitividade existentes (Compete, isenções
fiscais e outros). .......................................................................................................................... 24 4.7. Propostas para o aumento da competitividade........................................................................... 24
5. MONITORAMENTO DO DESEMPENHO DAS EMPRESAS SIGNATÁRIAS DO
CONTRATO DE COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA DE CAFÉ NO ES ............................... 26 5.1. Caracterização das empresas .................................................................................................... 26 5.2. Perfil da mão de obra .................................................................................................................. 26 5.3. Perfil do mercado interno e externo ............................................................................................ 27 5.4. Desempenho das empresas ....................................................................................................... 29 5.5. Fatores associados à competitividade ........................................................................................ 31 5.6. Inovação ...................................................................................................................................... 32
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 34
7. REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 35
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APRESENTAÇÃO
O Sesi/Senai/ES por meio de sua Gerência Executiva de Economia Criativa, e
do Ideies (Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito
Santo) é responsável pelo apoio à Federação das Indústrias do Espírito Santo -
FINDES em questões estratégicas voltadas para as áreas de competitividade e
de defesa de interesses da indústria capixaba, além das ações referentes aos
assuntos legislativos, ao desenvolvimento regional do Espírito Santo e ao
crescimento das micros, pequenas e médias empresas.
A entidade atua na estruturação de informações técnicas de interesse da
indústria capixaba, com foco em inteligência competitiva, como este estudo, que
tem o objetivo de atender contrapartida do Contrato de Competitividade firmado
entre os Sindicatos da Indústria de Café e o Governo do Estado do Espírito
Santo, de enviar à SEDES anualmente a análise da competitividade dos setores
industriais contemplados.
A Análise de Competitividade da Indústria de Café do Espírito Santo 2015
tem como foco a formação de um panorama do setor que permita a avaliação e
o monitoramento da sua capacidade de competir em âmbitos local, nacional e
internacional. Inicialmente, para contextualizar a cadeia global de valor do café,
fez-se um breve levantamento a cerca da conjuntura mundial e das
características estruturais desta cadeia, apontando os diversos níveis de
ganhos qualitativos de valor ao longo das diversas etapas do processo produtivo
global.
Para acompanhar sistematicamente os níveis de competitividade foi elencado
um conjunto de indicadores econômicos capazes de refletir os níveis de
desempenho e de concorrência dos setores estudados e que, por sua
disponibilidade, podem ser acompanhados ao longo do tempo. Expostos em
painel, estes indicadores serão, a partir de agora, monitorados anualmente
facilitando a análise crítica da variação da capacidade concorrencial e de
sustentabilidade da indústria. As variáveis que formam o “Painel de Indicadores
de Monitoramento da Competitividade Setorial” referem-se à produção,
consumo, mix de produtos, valor da transformação, crescimento do número de
empresas e empregos e ao resultado da balança comercial.
Em complementação à analise do desempenho medido pelos indicadores
selecionados, promoveu-se fóruns de discussão dos setores industriais por meio
da realização de grupos focais com os empresários e representantes de
entidades de promoção do desenvolvimento industrial no estado. Desta pesquisa
qualitativa originou-se a análise de “Percepção empresarial da
competitividade da indústria de café no ES.” Os fatores de competitividade,
internos às empresas, que orientaram a discussão e que serão abordados nesta
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análise foram: Alianças Estratégicas, Capital Humano, Confiabilidade,
Conhecimento, Custo, Fatores Culturais, Flexibilidade, Inovação, Qualidade,
Rapidez, Relacionamento com Clientes, Responsabilidade Social, Sistemas de
Controle, Técnicas de Produção e Tecnologias da Informação e Comunicação.
Dentre os fatores externos ou sistêmicos, foram analisadas questões referentes
ao ambiente macroeconômico, à disponibilidade e tipo de crédito, ao custo de
financiamentos, à infraestrutura econômica, infraestrutura técnica, científica e
educacional e à tributária. A proposta foi solicitar ao empresariado uma
avaliação da conjuntura atual do setor, as perspectivas de desempenho em
2015.
Este documento também é composto por um “Diagnóstico empresarial para
subsídio ao contrato de competitividade do setor de café do ES” que
buscou identificar as ações e resultados do conjunto das empresas signatárias
do Compete. Para tanto levantou informações relacionadas ao desempenho
econômico e de mercado, à manutenção e/ou criação de novos empregos, à
qualificação profissional, investimentos em inovação e tecnologia, em saúde e
segurança do trabalhador e ações de sustentabilidade socioambiental.
Por fim, será apresentado, em anexo, o relatório de prestação de contas das ações do setor, relacionadas ao cumprimento de cláusula contratual do Compete, referente à qualificação de mão de obra da Indústria de Café.
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1. ESTRUTURA DA CADEIA DE VALOR DA INDÚSTRIA DE CAFÉ
O café há muito tempo faz parte da vegetação natural da África, com alguns
pesquisadores apontando este continente inclusive como origem da planta.
Porém, credita-se aos árabes do Yêmen a propagação da cultura do café para o
restante do mundo. Registros atestam o cultivo neste país no ano de 575 d.C.,
com o consumo do fruto em seu estado natural, ou seja, dispensando-se
torrefação. Somente na Pérsia, no século XVI, conheceu-se o processo de torra
para o consumo, procedimento adotado até os dias atuais.
A chegada do café ao Brasil se deu em 1727. Vindo da Guiana Francesa,
adequou-se prontamente ao clima e rapidamente ganhou importância na
economia nacional. As espécies arábica e robusta se firmaram até hoje, sendo a
primeira mais propícia para regiões elevadas e, a segunda, para regiões no nível
do mar. Atualmente esses são os principais tipos comercializados nos mercados
do Brasil e do mundo, com destaque para a produção brasileira das duas
espécies. Além disso, o país apresenta-se como grande consumidor mundial.
1.1. Cadeia de valor da Indústria de café
Os principais segmentos do sistema brasileiro do café são os seguintes: i.
fornecedores de insumos, máquinas e equipamentos; ii. produção primária; iii.
primeiro processamento (maquinistas e cooperativas); iv. segundo
processamento (empresas de torrefação e moagem, empresas de solúvel e
cooperativas); v. vendedores nacionais (exportadores, cooperativas e
atacadistas); vi. compradores internacionais (empresas de solúvel, empresas de
torrefação e dealers) e vii. varejo nacional e internacional (supermercados,
pequeno varejo, mercado institucional, lojas de café e bares e restaurantes).
Observando o fluxo físico de produto do sistema do café, pode-se verificar que a
transformação da matéria-prima dá origem a três produtos principais: o café
torrado, o café torrado e moído e o café solúvel. Estes produtos podem gerar
outros subprodutos como os chamados 3x1 (café, leite e açúcar), cappuccinos,
soft-drinks, balas e outros. Apesar dessa aparente simplicidade na
transformação do produto, o leque de relações entre os segmentos produtivos é
complexo como se pode observar na figura 1.
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Figura 1 – Cadeia de valor da indústria de café
1.2. Posicionamento Estratégico na Cadeia de Valor da Indústria de Café
O elemento tradicional de competitividade do café é o custo de produção, que
determina as vantagens comparativas de um determinado país em relação aos
demais.
Na produção do café arábica, o Brasil é o país que possui menor custo, que
aliado à produtividade tem garantido a manutenção e o crescimento da
participação no mercado internacional. No caso do café robusta, o Vietnã, o
segundo maior produtor mundial, supera em muito a produtividade média
brasileira, devido ao seu sistema intensivo de cultivo. Este país também tem
custo de produção mais competitivo. Como resultado, observa-se a perda de
participação da produção brasileira em alguns mercados, nos quais o café
robusta tem se mostrado muito mais um bem substituto do que complementar ao
café arábica brasileiro na composição dos blends.
Embora o custo de produção seja o fator mais importante para determinar a
competitividade, há que se ressaltar que o mercado de cafés especiais é o que
mais cresce no mundo. De todo café comercializado mundialmente, 10% são
referentes à classe de especiais, envolvendo cafés finos ou gourmet, com selo
de origem, de produção orgânica, ecológica e ainda os aromatizados. Devido a
Fonte: UNICAMP-IE-NEIT
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esta busca diferenciada pelo produto, está sendo possível diferenciar preços a
partir do emprego do valor ao produto. A qualidade, a origem, o sabor, o contato
direto do produtor com o consumidor final, entre outros fatores, que apresentam
inclusive avaliações subjetivas de valor, são fatores que agregam valor ao
produto.
O Brasil é tido como um fornecedor de quantidade, ao passo que os cafés da
Colômbia, Guatemala, Costa Rica e Quênia, entre outros, são mais valorizados
e recebem um “prêmio” pela qualidade. O Brasil deixou cristalizar uma imagem
de grande produtor de um único tipo de café - “Santos”, enquanto outros países
investiram pesadamente em imagem e qualidade.
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2. PANORAMA DA INDÚSTRIA DE CAFÉ NO MUNDO
2.1. Produção Mundial de Café
Gráfico 1: Histórico da Produção Mundial de Café
A produção mundial do ano (safra 2014/2015) chegou a aproximadamente 141,8
milhões de sacas, representando uma queda de 3,3% em relação ao ano
anterior. Estes dados são da Organização Internacional do Café (OIC), que tem
uma expectativa de aumento de 25% da demanda por café nos próximos anos,
passando de 141,8 milhões de sacas em 2015 para 175,8 milhões em 2020
(gráfico 1).
Tabela 1: Principais países produtores mundiais de Café (sacas de 60kg)
Países Produtores
2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015
Brasil 48.095 43.484 50.826 49.152 45.342
Vietnã 20.000 26.500 25.000 27.500 27.500
Colômbia 8.523 7.652 9.927 12.124 12.500
Indonésia 9.129 7.288 13.048 11.667 9.000
Etiópia 7.500 6.798 6.233 6.527 6.625
Outros 40.404 44.861 42.528 39.775 40.883
Total 133.651 136.583 147.562 146.745 141.850
Fonte: OIC - Organização Internacional do Café
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Fonte: OIC - Organização Int. do Café
O Brasil é o maior produtor do mundo, segundo os últimos levantamentos da
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com mais de 45,3 milhões
de sacas em 2014. No ranking dos cinco maiores produtores aparecem também
Vietnã, Colômbia, Indonésia e Etiópia, como podemos observar na tabela 1.
2.2. Consumo Mundial de Café
Gráfico 2: Consumo mundial de Café
De acordo com o relatório mensal sobre o mercado de café - Março de 2015,
publicado pela OIC, a estimativa do consumo mundial de café no ano civil de
2014 é de 149,2 milhões de sacas (gráfico 2). Isso representa uma taxa de
crescimento anual composta (CAGR) de 2,3% (2011-2014).
Fonte: OIC - Organização Internacional do Café
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Tabela 2: Histórico do consumo mundial de Café – por região (em sacas de 60kg)
A demanda mundial de café continua a mostrar crescimento, em média 2% ao
ano com potencial considerável para futuros aumentos. Os mercados mais
maduros, como a União Europeia estão relativamente estáveis, enquanto os
mercados emergentes, particularmente na África e na Ásia e Oceania,
registraram um aumento de 14,5% no acumulado dos últimos 4 anos, conforme
registra a tabela 2.
Tabela 3: Histórico do consumo mundial de Café – por país (em sacas de 60kg)
MAIORES PAÍSES CONSUMIDORES DE CAFÉ
2011 2012 2013 2014
União Europeia 40.765 41.018 41.869 41.799
EUA 22.044 22.232 23.417 23.761
Brasil 19.573 20.178 20.146 20.771
Japão 7.015 7.131 7.435 7.494
Russia 3.695 3.767 3.775 4.033
Outros 46.323 48.678 50.696 51.408
Total Mundial 139.415 143.004 147.338 149.266
Variação x ano anterior
2,6% 3,0% 1,3%
A OIC – Organização Internacional do Café revelou que, em 2014, houve um
aumento de consumo de 1,3% em relação ao registrado em 2013, que já se
mostrava superior cerca de 3%, quando comparado a 2012. Os maiores
consumidores de café são a União Europeia, Estados Unidos, Brasil e Japão
(tabela 3).
2011 2012 2013 2014
Africa 9.217 10.098 10.465 10.667
Asia&Oceania 26.338 27.788 29.403 30.095
America Central 4.973 5.036 5.028 4.969
Europa 49.311 49.532 50.614 50.468
America do Norte 25.618 25.730 26.931 27.674
America do Sul 23.958 24.820 24.897 25.393
Total Mundial 139.415 143.004 147.338 149.266
Variação x ano anterior 2,6% 3,0% 1,3%
Fonte: OIC - Organização Internacional do Café
Fonte: OIC - Organização Internacional do Café
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2.3. Exportação Mundial de Café
Tabela 4: Exportação Mundial de Café por países produtores (em sacas de 60kg)
Sobre as exportações, de acordo com a OIC (2015), o volume mundial em 2014 chegou a 114 milhões de sacas. O Brasil é responsável por 32,2% das exportações mundiais, seguido do Vietnã com 15,8% (tabela 4).
Exportação Part.% Exportação Part.% Exportação Part.% Exportação Part.% Exportação Part.% Exportação Part.(%)
Brazil 30.369 31,6% 33.037 34,1% 33.510 32,2% 28.324 25,6% 31.550 28,1% 36.735 32,2%
Vietnam 17.052 17,7% 14.229 14,7% 17.717 17,0% 22.864 20,7% 21.681 19,3% 18.000 15,8%
Indonesia 7.907 8,2% 5.489 5,7% 6.159 5,9% 10.722 9,7% 10.882 9,7% 11.000 9,6%
Colombia 7.894 8,2% 7.822 8,1% 7.734 7,4% 7.170 6,5% 9.670 8,6% 10.900 9,6%
India 3.007 3,1% 4.647 4,8% 5.414 5,2% 5.044 4,6% 4.963 4,4% 5.000 4,4%
Honduras 3.084 3,2% 3.349 3,5% 3.947 3,8% 5.508 5,0% 4.185 3,7% 4.000 3,5%
Peru 3.074 3,2% 3.817 3,9% 4.697 4,5% 4.310 3,9% 3.971 3,5% 3.600 3,2%
Uganda 3.014 3,1% 2.657 2,7% 3.142 3,0% 2.685 2,4% 3.672 3,3% 3.500 3,1%
Guatemala 3.493 3,6% 3.468 3,6% 3.697 3,5% 3.750 3,4% 3.575 3,2% 3.400 3,0%
Mexico 2.838 2,9% 2.498 2,6% 2.907 2,8% 3.556 3,2% 3.132 2,8% 3.000 2,6%
Ethiopia 1.851 1,9% 3.324 3,4% 2.675 2,6% 3.203 2,9% 2.870 2,6% 2.600 2,3%
Côte d'Ivoire 1.807 1,9% 1.912 2,0% 772 0,7% 1.712 1,5% 1.962 1,7% 1.900 1,7%
Nicaragua 1.374 1,4% 1.712 1,8% 1.468 1,4% 1.987 1,8% 1.661 1,5% 1.600 1,4%
Costa Rica 1.236 1,3% 1.200 1,2% 1.243 1,2% 1.374 1,2% 1.344 1,2% 1.300 1,1%
Ecuador 1.086 1,1% 1.202 1,2% 1.532 1,5% 1.580 1,4% 1.262 1,1% 1.000 0,9%
Outros 7.147 7,4% 6.576 6,8% 7.525 7,2% 6.846 6,2% 5.950 5,3% 6.465 5,7%
Total 96.233 96.937 104.139 110.635 112.329 114.000
Fonte: © OIC - Organização Internacional do Café
*estimativa
2009 2010 2011 2012 2013 *2014
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3. PAINEL DE INDICADORES DE MONITORAMENTO DA
COMPETITIVIDADE
3.1. Brasil
3.1.1 Número de empresas e empregados
Gráfico 3: Evolução do número de empresas (CNPJ) e empregos no Brasil e Distribuição das
empresas por porte
Utilizando o critério de classificação do IBGE como critério de classificação do
porte das indústrias pelo número de empregados (tabela 5), o setor reúne mais
de 1,1 mil empresas, das quais 97% são empresas de micro e pequeno porte,
em todo o território nacional e emprega cerca de 20,8 mil pessoas (gráfico 3).
Tabela 5: Classificação do porte por número de empregados
Porte N° de empregados
Micro com até 19 empregados
Pequena de 20 a 99 empregados
Média 100 a 499
Grande mais de 500 empregados
Fonte: IBGE
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3.1.2 Evolução da Produção
Tabela 6: Evolução da Produção do Setor do Café
Gráfico 4: Evolução da Produção do Setor do Café – em toneladas
O Brasil produziu 2.708.938 toneladas de café (45,15 milhões de sacas de 60
quilos beneficiadas), em 2014 (tabela 6). Segundo o IBGE a redução da
produção foi de 9% ou 255,6 mil toneladas em relação ao volume colhido na
safra 2013 (gráfico 3).
Fonte: IBGE
2009 2010 2011 2012 2013 2014
Café em tons 2.440.056 2.907.265 2.700.440 3.037.534 2.964.538 2.708.938
Café em saco 40.668 48.454 45.007 50.626 49.409 45.149
Variação x ano anterior 19% -7% 12% -2% -9%
Fonte:IBGE
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Tabela 7 – Receita bruta do café (em milhões de R$)
Um estudo elaborado pelo CONAB calcula a receita bruta mensal, por produto e
por estado a partir dos preços mensais recebidos pelos produtores. De acordo
com a estimativa do estudo, em 2014 houve um aumento de 24% na receita
bruta em relação a 2013. O café tem grande relevância e está presente em 15
estados brasileiros, sendo que Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, em
2014, representam 89,88% da receita bruta do café (tabela 7).
Gráfico 5: Participação das variedades de café (em mil sacos 60kg)
O café arábica representa 71,4% da produção total (arábica e conilon) de café
do país. A safra de 2014 foram colhidos 32,16 milhões de sacas. O resultado
representa uma redução de 14,6%. Tal redução se deve a forte estiagem
verificada nos primeiros meses de 2014, às podas realizadas nos cafezais de
alguns produtores e à inversão da bienalidade em algumas regiões produtoras.
A produção do conilon, foi de 12,9 milhões de sacas, o que representa um
crescimento de 18,6%. Este resultado se deve, sobretudo, à recuperação da
produtividade, que na safra anterior sofreu com a forte estiagem (gráfico 5).
Fonte: Conab
2009 2010 2011 2012 2013 2014
REGIÃO NORTE 281.635 331.820 297.782 337.500 312.381 322.713
REGIÃO NORDESTE 425.453 571.365 911.205 731.402 490.659 855.431
REGIÃO CENTRO-OESTE 99.722 141.506 155.647 143.731 119.112 127.189
REGIÃO SUDESTE 7.834.086 10.765.732 14.964.992 15.772.662 11.636.955 14.587.363
Espírito Santo 1.826.151 2.687.420 2.687.420 3.332.966 2.722.571 3.126.241
Minas Gerais 5.056.543 10.657.948 10.657.948 10.271.731 7.704.753 9.398.174
Rio de Janeiro 60.626 99.251 99.251 92.294 73.514 113.970
São Paulo 890.765 1.520.371 1.520.371 2.075.670 1.136.114 1.948.977
REGIÃO SUL 335.527 603.138 773.103 576.583 420.372 209.434
BRASIL 8.976.423 12.413.561 17.102.729 17.561.878 12.979.479 16.102.130
Variação x ano anterior 38,3% 37,8% 2,7% -26,1% 24,1%
SafraRegião/Estado
15
Gráfico 6: Evolução do Consumo de Café no Brasil – Torrado e Moído, Solúvel
Em 2014, foi registrado um acréscimo de 4,5% no consumo, em relação a 2013,
representando um incremento de 900 mil sacas. Quanto ao consumo per capita
anual, o mesmo vem apresentando crescimento ao longo dos anos, chegando a
6,4kg de café torrado e solúvel para cada brasileiro. Tomar café faz cada vez
mais parte da cultura brasileira, que no seu cotidiano incorporou o hábito de
consumir o produto, sendo o café a segunda bebida mais pedida pelo brasileiro,
perdendo apenas para a água (gráfico 6).
Tabela 8: Produção Estimada de Café no Brasil – Torrado e Moído, Solúvel
Segundo levantamento feito pela ABIC, a produção anual de café torrado, moído
e solúvel, foi estimado um crescimento em 2014 de 1,24% em relação a 2013
(tabela 8).
Fonte: ABIC
Categoria
2013
(nov/12 a out/13)
2014
(nov/13 a out/14) %
Total de empresas cadastradas (associadas e não associadas) 1.023.147.600 1.038.036.600 1,46%
Total geral de café torrado e moído 1.140.343.200 1.155.232.200 1,31%
Empresas de café solúvel * 64.795.800 64.795.800 0,00%
Total nacional de consumo de café 1.205.139.000 1.220.028.000 1,24%
* estimativa
Fonte: ABIC
PRODUÇÃO TOTAL ANUAL (em kg)
16
3.1.3 Balança Comercial Brasil
Gráfico 07: Balança Comercial (NCM - 09012100, 09012200, 21011110)
Tabela 9: Exportação Brasileira de Café – por país (mil US$ FOB)
No ano de 2014, as exportações diretas do setor de café torrado e moído e café
solúvel tiveram um faturamento de US$ 575 milhões, valor que representa uma
redução de 13,6% em relação ao ano de 2013 (gráfico 7), sendo os Estados
Unidos o maior importador, seguido da Rússia (tabela 9).
Países 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Estados Unidos 83.978 81.778 112.093 100.746 114.903 103.620
Rússia 58.884 68.854 74.789 91.905 88.133 63.857
Japão 31.813 28.294 41.002 44.215 39.273 36.610
Ucrânia 38.666 44.537 51.282 47.603 41.685 34.168
Canadá 18.251 18.857 25.789 21.689 22.056 25.208
Alemanha 13.558 19.249 23.607 37.452 25.825 20.303
Reino Unido 33.290 21.503 14.522 28.313 23.598 19.275
Argentina 24.909 30.279 37.695 35.933 34.825 15.991
Indonésia 11.359 10.767 24.505 21.182 27.174 15.821
Outros 175.464 232.989 295.173 287.820 248.157 240.075
Total 490.172 557.108 700.457 716.858 665.628 574.926
Variação x ano anterior 13,7% 25,7% 2,3% -7,1% -13,6%
Fonte: Aliceweb
Fonte: Aliceweb
17
3.2. Espírito Santo
Gráfico 8: Evolução do número de empresas (CNPJ) e empregos no Espírito Santo e
Distribuição das empresas por porte
No estado há um total de 39 empresas do setor de café (gráfico 8), gerando 811
empregos diretos. Dentre estas empresas, 97% são empresas de micro e
pequeno portes, conforme o critério de classificação do IBGE (tabela 3, pag. 11).
Tabela 10 – Representatividade do ES na produção de café no Brasil (2014 – em toneladas)
Região Produção %
Norte 89.766 3,3%
Nordeste 204.377 7,5%
Sudeste 2.357.166 87,0% Minas Gerais 1.364.409 50,4%
Espírito Santo 775.590 28,6%
Rio de Janeiro 17.481 0,6%
São Paulo 199.686 7,4%
Sul 30.403 1,1%
Centro-oeste 27.226 1,0%
Total 2.708.938
Fonte: IBGE
O café é a principal e mais tradicional atividade agrícola do Espírito Santo e o
maior gerador de recursos na maioria dos municípios capixabas. O Espírito
Santo é o 2º maior produtor de café do Brasil e o 1º em produção de café
conilon, com a participação de 28,6% de todo café produzido no Brasil, ficando
atrás apenas de Minas Gerais (tabela 10).
18
Tabela 11 – Ranking dos municípios com maior produção de café no Brasil (2013)
O levantamento da produção nos municípios (IBGE, 2013) segue a lógica do ranking estadual. A predominância é absoluta do Espírito Santo e de Minas Gerais. Oito, dos 20 grandes produtores, pertencem ao Espírito Santo, conforme a tabela 11.
Tabela 12: Série Histórica de Área Plantada, Produtividade e Produção de Café – Espírito Santo
De acordo com o Ministério da Agricultura e o Conab, a produção de café no Espírito Santo em 2014, foi de aproximadamente 12,8 milhões de sacas, 9,5% maior do que 2013. Quanto à previsão oficial é de que a produção da safra de 2015 poderá variar entre 11,4 a 12,0 milhões de sacas, ambos cenários com variação negativa entre -10,9% a -5,9% (tabela12).
Classificação Município Produção (t)
1º Patrocínio (MG) 52.386
2º Jaguaré (ES) 32.845
3º Três Pontas (MG) 31.059
4º Vila Valério (ES) 30.534
5º Rio Bananal (ES) 29.752
6º Sooretama (ES) 27.594
7º Nepomuceno (MG) 26.838
8º Manhuaçu (MG) 26.352
9º Boa Esperança (MG) 25.056
10º Nova Venécia (ES) 24.216
11º Monte Carmelo (MG) 24.003
12º Brejetuba (ES) 24.000
13º Iúna (ES) 23.593
14º Araguari (MG) 21.913
15º Serra do Salitre (MG) 21.710
16º Pedregulho (SP) 21.321
17º Campos Gerais (MG) 21.268
18º Nova Resende (MG) 21.185
19º São Mateus (ES) 21.000
20º Rio Paranaíba (MG) 20.700
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal
2010 2011 2012 2013 2014
2015 (¹)
Limite
Inferior
2015 (¹)
Limite
Superior
Área Plantada - Em hectares 460.193 452.527 450.128 453.167 433.242 435.273
Produtividade - Em saca/hectares 22,05 25,57 27,77 25,81 29,56 26,22 27,77
Produção - Em milhões de sacas 10.147 11.573 12.502 11.697 12.806 11.412 12.089
Fonte: Convênio do Ministério da Agricultura - Secretaria de Produção Agroenergia - e Conab
Legenda: (1) - Estimativa em janeiro/2015
19
Tabela 13 – Produção de café torrado e moído no Espírito Santo
Indústrias de Torrefação e Moagem de Café do Espírito Santo (2014)
PRODUÇÃO
(em kg) MARCAS
CONSUMO PER CAPITA*
ESPÍRITO SANTO 34.236.720 124 8,81
Fonte: ABIC
* Obs.: considerando a população do ES em 3.885.000 conforme dados do IBGE
A produção de café torrado e moído no estado do Espírito Santo informada pela ABIC, de 34,2 milhões de kg com um consumo per capita estimado em 8,81kg. 3.1.4 Balança Comercial Espírito Santo
Gráfico 9: Balança Comercial (NCM - 09012100, 09012200, 21011110)
O total das exportações de café torrado e moído e café solúvel no estado em 2014 foi 7,8% menor do que as exportações de 2013 (gráfico 9).
11,4 %
7,8 %
20
Tabela 14: Exportação de Café do Espírito Santo – por país (mil US$ FOB)
Dentre os principais importadores do café torrado e moído e café solúvel do estado são os Estados Unidos, seguido da Indonésia e Alemanha, correspondendo a 98% do total exportado (tabela 14).
4. PERCEPÇÃO EMPRESARIAL DA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA DE
CAFÉ
4.1. Cenário Atual:
- O setor ainda não está sentindo o reflexo da crise atual fortemente,
mantém o faturamento estável, sem aumento do desemprego.
- No momento há oferta de mão de obra, diferentemente dos anos
anteriores em que o setor era impactado com a dificuldade na contratação
e retenção de trabalhadores.
- Devido ao excesso de disponibilidade de mão de obra, as empresas estão
vendo a oportunidade de qualificar esta nova demanda de trabalhadores,
buscando desta forma trazer possibilidades de inovações de processo e
melhorias de produtividade.
“Nós estamos com superoferta de mão de obra, mas sem qualificação. No
passado não tinha oferta nem qualificação.”
- O setor apresentou uma queda na rentabilidade nos anos anteriores e
passa agora por uma instabilidade na política de preços praticados pelas
empresas, o que acentua ainda mais a dificuldade de repasse para o
preço final do produto.
País 2010 2011 2012 2013 2014
Estados Unidos 12.055.304 27.309.971 19.511.733 21.931.086 23.268.946
Indonésia 7.232.884 13.356.170 17.530.420 18.945.095 13.771.436
Alemanha 7.517.738 3.967.846 12.635.412 3.568.033 3.753.573
Austrália 67.194 87.360 117.340 72.000 243.790
Uruguai 0 0 32.888 125.958 148.447
Reino Unido 80.700 45.090 240.397 41.632 99.798
França 112.907 0 319.026 148.302 96.174
Paraguai 0 0 23.864 60.688 57.824
Outros 3.395.115 1.362.464 507.966 98.548 134.192
Total 30.461.842 46.128.901 50.919.046 44.991.342 41.574.180
Variação x ano anterior 5,0% 51,4% 10,4% -11,6% -7,6%
Fonte: Aliceweb Elaborado por: Ideies/Findes
21
- A qualidade do produto é um fator decisivo para a manutenção das
empresas no mercado, diante do cenário competitivo enfrentado pelo
setor.
- A indústria de café continua investindo em novas tecnologias, porém com
cautela, devido ao cenário de instabilidade econômica.
4.2. Mecanismos de concorrência do setor de café torrado e moído.
Concorrência:
- O principal drive da competitividade do setor é o preço, sendo que 90% das
indústrias do café utilizam o preço e outros 10% a inovação de produto como
mecanismo de concorrência.
- Principais concorrentes do Espírito Santo, os empresários expuseram que
não são os produtores internos e sim os de outros estados.
- Os produtores externos competem principalmente com a diferenciação e
qualidade dos produtos, já que e as empresas do Espírito Santo tem perdido
espaço no mercado em função da falta de investimentos que consolidem a
imagem do café capixaba.
- Os produtores internos têm utilizado o mecanismo mais prático para
concorrência que é o preço, porém reconhecem que o ideal seria concorrerem
com a implantação de novos conceitos ou através de produtos inovadores.
- Acreditam que o produtor externo tem outros pontos que o favorecem na
concorrência como uma gestão muito mais qualificada, política de
diferenciação e visão de negócio com novas modalidades de comercialização.
Inovação:
- As empresas investem em inovação de embalagens, equipamentos, novos
produtos e reconhecem que através disso tem conseguido atingir o seu
desenvolvimento no mercado.
- Acreditam que o mercado de café está crescendo, mas ainda assim
enxergam a necessidade de implementar inovações no produto final.
- A indústria de café tem grandes oportunidades para realizar inovação de
produto como os mecanismos de diferenciação do produto.
22
“O consumidor está aceitando melhor as inovações, novos produtos, modos
de preparo, modos de consumo.”
4.3. Mercados a que se direcionam os produtos da cadeia produtiva.
Mercado Consumidor:
- Principal mercado a que se destinam as vendas das indústrias capixabas de
café torrado e moído é o mercado local.
- Quanto ao faturamento do setor, 80% das vendas são feitas dentro do Estado
e outros 20% para os demais estados, mas ainda de forma gradual.
4.4. Posição atual da indústria no mercado – doméstico ou internacional
– desempenho, vantagens e desvantagens competitivas.
Desempenho:
- A competitividade para o setor de café está relacionada a duas propostas
sendo uma a política de produto popular (menor preço) e a outra a de assumir
uma proposta de produto diferenciado (inovação, qualidade, design).
- Os incentivos para aumento de competitividade devem estar voltados para
produtos inovadores, visto que essa é uma tendência do setor.
Vantagens Competitivas:
- A diversificação do consumo do café tem se intensificado propiciando à
indústria a possibilidade de aumentar o mix de produtos, abrindo espaço para
inovação.
“ O mercado de café diversificou muito nos últimos anos... a qualidade do
café, o tipo... muitas indústrias estão buscando inovações como um
diferencial competitivo.”
- O setor tem buscado trazer variedade e produtos de qualidade percebida para
agregar valor e criar novos hábitos de consumo.
23
- O consumidor de café ainda tem mantido uma postura mais tradicional no que
diz respeito à seleção do tipo de produto a se consumir, pois ainda há
preferência no café coado, porém o café de maior de valor agregado
aumentou o consumo (linha gourmet / especial).
- Por conta desse aumento de consumo de cafés especiais, a indústria local
que já tem oferecido esse tipo de produto ao consumidor precisa se
diversificar mais (café em capsula, em sache, solúvel, etc).
- Uma das vantagens competitivas do setor está relacionada ao consumo do
café, pois os empresários esclareceram que o consumidor capixaba ainda
preserva o café de marcas locais.
Desvantagens Competitivas:
- O setor de café do Espírito Santo precisa construir uma imagem, que por
muito tempo foi mantida como de café de baixa qualidade.
- A oferta atual de mão de obra é grande, porém de baixa qualificação e com
pouco comprometimento.
- Necessidade de capacitação para os gestores das indústrias capixabas de
forma que eles consigam ter maior qualificação para gestão de seus negócios
e consequentemente acompanhem a tendência do setor.
4.5. Fatores externos à empresa que impactam a competitividade
(ambiente macroeconômico, disponibilidade e tipo de crédito, custo
de financiamentos, infraestrutura econômica, infraestrutura técnica,
científica e educacional e tributária), dentre outros.
- A própria indústria de café realiza a capacitação para que o profissional possa
operar os equipamentos do setor, já que as capacitações encontradas no
mercado estão voltadas para outros setores que oferecem maior número de
oportunidades.
- Estratégias para a competitividade estão os investimentos em equipamento,
disponibilização de variedade de produtos, investimentos em novos produtos
ou produtos diferenciados e pesquisa com consumidores.
- O setor conta com algumas entidades para apoiá-los no desenvolvimento da
cadeia produtiva, como o INCAPER através da realização de estudos e
pesquisas.
24
- O setor tem trabalhado na certificação do produto, para que o consumidor
reconheça a qualidade do produto capixaba e que inclusive os empresários
capixabas fazem constantes buscas de inovações tecnológicas, máquinas e
equipamentos utilizando as feiras e eventos como fonte de benchmarking.
4.6. Análise dos instrumentos de incentivo à competitividade existentes
(Compete, isenções fiscais e outros).
- Benefícios fiscais para venda externa (redução de tributação para venda em
outros Estados).
- Os produtores internos não conseguem comercializar seus produtos fora do
território capixaba.
- O produtor perde competitividade quando o incentivo de comercialização
atacadista que é interno (contrato de competitividade) é repassado ao
produtor externo.
- O maior impedimento atual para o crescimento do setor é a guerra fiscal entre
os Estados.
- Como não há incentivo para comercializar seu produto nos outros Estado, os
consumidores internos tem se sentido fadados a brigar pelo mercado
capixaba, e talvez por isso tem utilizado o fator preço como maior mecanismo
de concorrência.
4.7. Propostas para o aumento da competitividade.
As principais propostas indicadas pelos empresários para o aumento da
competitividade estão descritas a seguir:
Aperfeiçoamento dos produtos das pequenas empresas;
Necessidade de um trabalho de longo prazo para alavancar a credibilidade do
café capixaba e expandir seus produtos para consumo no mercado externo;
25
Investimento na estratégia de diferenciação / desenvolvimento de novos
produtos (cafés especiais, orgânicos, com roupagem atraente e design
sofisticado) para manter a fidelização dos consumidores capixabas;
Realizar pesquisas e estudos para entender e acompanhar as evoluções da
sociedade de forma a adequar os produtos para atendê-los;
Solicitar ao governo uma reavaliação dos incentivos dados pelo Compete
para as indústrias de café torrado e moído, pois o mesmo não tem contribuído
efetivamente para o aumento da competitividade do setor;
Criar um incentivo adicional ao produto que for considerado inovação,
através de uma avaliação de uma banca composta por representantes da
Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e
Trabalho – SECTTI, da Secretaria de Desenvolvimento – SEDES e também
do setor produtivo. Após a classificação como produto inovador, a indústria
teria um período de isenção de tributos estaduais, o que estaria incentivando
assim, a entrada do produto ao mercado.
Manter a Isenção do PIS/Cofins para os produtores capixabas de café,
conforme política já adotada atualmente.
26
5. MONITORAMENTO DO DESEMPENHO DAS EMPRESAS SIGNATÁRIAS
DO CONTRATO DE COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA DE CAFÉ NO ES
A análise apresentada neste estudo possui como fonte a pesquisa quantitativa,
elaborada e realizada pelo Ideies. A coleta de dados foi realizada por meio de
questionário eletrônico no mês de maio de 2015, junto as 4 empresas que
participam do Contrato de Competitividade firmado entre o Governo do estado e
o Setor das Indústrias de Café do Espírito Santo.
5.1. Caracterização das empresas
Para todas as empresas que responderam o questionário, o principal ramo de
atividade é a fabricação de café torrado e moído.
5.2. Perfil da mão de obra
Em 2014, quanto ao número de empregados com carteira assinada, as
empresas pesquisadas contavam com 196 pessoas registradas, queda de 9,3%
em relação ao ano de 2013. (gráfico 10)
Gráfico 10: Empregados
Em relação à escolaridade dos empregados dessas empresas, observou-se a
predominância do nível médio (66,8%). Já os níveis fundamental e superior
representam 14,8% e 12,8% respectivamente. (gráfico 11)
Fonte: Pesquisa do Setor de Café/Ideies
27
As empresas quando questionadas sobre o que falta no seu quadro de pessoal,
afirmaram que há carência de operadores de máquinas, representantes
comerciais, eletrônico e vendedores. Para 33% das empresas, não há
dificuldade em contratação de mão de obra (gráfico 12).
Gráfico 11: Escolaridade dos empregados Gráfico 12: Falta de pessoal
5.3. Perfil do mercado interno e externo
Em relação às vendas de seus produtos, 33% das empresas realizam-nas para
atacado e distribuidor respectivamente, enquanto 22% das empresas vendem
para a rede varejista e apenas 11% para consumidor final (gráfico 13).
Gráfico 13: Canais de Vendas
11%
22%
33%
33%
Consumidor Final
Varejista
Distribuidor
Atacado
Vendas dos produtos
Fonte: Pesquisa do Setor de Café/Ideies
Fonte: Pesquisa do Setor de Café/Ideies
28
Referente ao destino das vendas, 75% das empresas pesquisadas
comercializam seus produtos para outros estados e para o ES. Outros 25%
comercializam os produtos somente para o estado (gráfico 14).
Gráfico 14: Canais de Vendas
As empresas quando questionadas quais os estados concorrem com o Espírito
Santo no seu ramo de atuação, apresentaram Minas Gerais (67%) como o
principal estado concorrente, seguido de São Paulo (33%) (gráfico 15).
Quando questionadas quais os países mais concorrem com o Espírito Santo, as
empresas apontaram a Colômbia e o Vietnã como principais países
concorrentes (gráfico 16).
Gráfico 15: Estados concorrentes Gráfico 16: Países concorrentes
Somente para o ES
25%
Para o ES e outros estados
75%
33%
67%
São Paulo Minas Gerais
Estados Concorrentes
Colômbia 50%
Vietnã 50%
0
0
0 Países Concorrentes
Fonte: Pesquisa do Setor de Café/Ideies
Fonte: Pesquisa do Setor de Café/Ideies
29
5.4. Desempenho das empresas
O resultado do faturamento agregado das empresas pesquisadas apresentou
crescimento de 11% quando comparado 2013 contra 2012 e uma retração de
6% se comparado 2014 com 2013 (gráfico 17).
Gráfico 17: Faturamento (R$)
Para 50% das empresas pesquisadas o faturamento cresceu quando comparado
ao ano de 2013.
Quanto à justificativa para o crescimento do faturamento, 75% das empresas
pesquisadas responderam que foi proveniente ao aumento das vendas e
decorrência de fortalecimento da marca e para 50% das empresas o aumento foi
em virtude da diferenciação do produto e devido a elevação dos preços (gráfico
18).
Gráfico 18: Justificativa do crescimento faturamento
28.176.165
31.347.833 29.618.718
2012 2013 2014
Faturamento apurado pelas empresas - em R$
11% -6%
25%
50%
50%
75%
75%
Lançamento de outros produtos
Elevação dos preços
Diferenciação do produto
Fortalecimento da marca
Aumento das vendas
Crescimento do faturamento
Obs: A soma dos percentuais supera 100% devido a possibilidade de múltiplas respostas
Fonte: Pesquisa do Setor de Café/Ideies
Fonte: Pesquisa do Setor de Café/Ideies
30
Quando questionadas sobre o custo total, 50% das empresas apresentaram
crescimento em comparação ao ano anterior (gráfico 19). O crescimento foi
justificado pela elevação do custo de matéria prima e elevação do custo de mão
de obra, ambos com 50% das respostas respectivamente. (gráfico 20).
Gráfico 19: Crescimento do custo total Gráfico 20: Justificativa do crescimento do custo total
O gráfico 21, a seguir, apresenta os fatores que impedem o crescimento das
empresas do setor de café.
Gráfico 21: Fatores que impedem o crescimento das empresas
Fonte: Pesquisa do Setor de Café/Ideies
Fonte: Pesquisa do Setor de Café/Ideies
Obs: A soma dos percentuais supera 100% devido a possibilidade
de múltiplas respostas
31
O gráfico 22 apresenta o resultado do ICMS apurado no ano de 2014 que, em
relação ao ano anterior, apresentou redução de 5%.
Gráfico 22: Recolhimento de ICMS
5.5. Fatores associados à competitividade
O gráfico 23, a seguir, apresenta os fatores que contribuem para a
competitividade do setor de café. O design do produto, o aumento da
produtividade e publicidade são considerados os fatores de maior importância
para a competitividade.
Gráfico 23: Fatores de competitividade
Fonte: Pesquisa do Setor de Café/Ideies
Fonte: Pesquisa do Setor de Café/Ideies
32
5.6. Inovação
As empresas do setor têm investido em inovação: em 2014, 100% das empresas
desenvolveram novos produtos e quando questionadas se existe um setor
específico para o desenvolvimento de novos produtos, 75% das empresas
responderam que sim. Quanto ao setor dentro da empresa responsável pelo
desenvolvimento, 50% das empresas afirmaram ser o de produção e 25% o
setor de marketing e o setor de engenharia (gráfico 24).
Gráfico 24: Desenvolvimento de novos produtos
Pode-se destacar que 75% das empresas desenvolvem internamente e 25%
realizam o desenvolvimento em conjunto com outras empresas, universidades
ou centros tecnológicos (gráfico 25).
Gráfico 25: Origem de novos produtos
Fonte: Pesquisa do Setor de Café/Ideies
Fonte: Pesquisa do Setor de Café/Ideies
33
100% das empresas pesquisadas investiram em novos processos em 2014. O
investimento para 50% das empresas foi de 0,1 a 5% da receita e para 25% foi
maior de 5,1% a 10% e 10,1 a 20% da receita respectivamente (gráfico 26).
Gráfico 26: % de investimento em novos processos
Fonte: Pesquisa do Setor de Café/Ideies
34
6. CONCLUSÃO
A cultura do café no Brasil envolve uma complexa cadeia que vai desde a
indústria de insumos até o varejo nacional e internacional, onde a indústria de
torrefação e moagem que compõe o segmento processador é responsável pela
industrialização do café verde, a fim de torná-lo apto a ser consumido. Com toda
sua atividade voltada para o consumo interno, esse segmento é fortemente
afetado pelo desempenho da economia nacional, nível de empregos, taxas de
juros e principalmente pelo preço da matéria prima, que é determinado em um
mercado internacional.
Em função deste cenário, o conhecimento da postura estratégica do segmento, o
portfólio de seus produtos, as forças competitivas que regem o setor são de vital
importância para enfrentar a competição e assegurar sua capacidade de
sobrevivência e expansão no longo prazo.
A vantagem competitiva surge, fundamentalmente, do valor que a empresa
consegue criar para seus compradores e que ultrapassam o custo de fabricação
da empresa. Esta vantagem competitiva pode ter origem em custos mais baixos
ou da habilidade de trazer inovações e assim destacar no mercado cada vez
mais competitivo.
35
7. REFERÊNCIAS
http://www.abic.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=45, acessado
em 23/06/2015.
http://www.abic.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=61#1910,
acessado em 23/06/2015
IBGE, Levantamento Sistemático da Produção Agrícola Pesquisa Mensal de
Previsão e Acompanhamento das Safras Agrícolas no Ano Civil, maio 2015
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/ acessado
em 09 julho de 2015.
http://www.ico.org/pt/new_historical_p.asp, acessado em 06/07/2015 OIC – Organização Internacional do Café, Annual Review 2013 – 2014