Apresentação para décimo primeiro ano, aula 38

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Garrett fez ontem 210 anos

Parabéns, Bacorinho!

4.3.

A fala que Telmo profere «à parte» («Já não sei pedir senão pela outra.») — um aparte, porque faz o comentário para si próprio e não é ouvido pela outra personagem em cena — confirma que as suas preocupações já estão mais concentradas nessa «outra filha» do que em D.João.

5.3.

A solução do conflito põe um termo à vida da família: morte de Maria e tomada de hábito por Madalena e por Manuel de Sousa. Ao professarem, as duas personagens assumem o hábito como uma «mortalha», fechando-se para sempre na clausura do convento, encontrando, assim, uma saída digna para uma situação subitamente revelada como adúltera.

A tentativa de solução engendrada pelo Romeiro — que lamenta ter sido «imprudente», «injusto» e «cruel» — não tem sucesso, dada a oposição de Frei Jorge e do próprio Manuel de Sousa Coutinho, para quem uma simples dúvida sobre a morte de D. João bastaria para o levar a recolher-se à vida monástica. A opção pela vida religiosa representa a resolução do conflito na reconciliação com Deus.

A morte melodramática (patética) de Maria, clamando contra a «vontade de Deus» que a vitima com a mácula da desonra, suscita no leitor, ou no espectador, um sentimento de piedade e de revolta contra a «injustiça» do destino.

No plano simbólico, a esperança de regeneração do Presente, que Maria, com a sua juventude, poderia deixar adivinhar esmorece com a sua morte. A descrença no destino nacional ganha, assim, um significado trágico.

7.

Os acontecimentos são dirigidos pelo destino, cujo poder se revela por meio de presságios e indícios de fatalidade: a profecia do regresso de D. Sebastião; os pressentimentos e receios de D. Madalena; os sonhos e visões de Maria; as falas agourentas de Telmo; os diálogos carregados de ameaças suspensas; o carácter funesto do tempo (sete anos, sexta-feira, «dia fatal», «hora fatal»).

A intriga inclui os três elementos essenciais da tragédia clássica: a peripécia (chegada dos espanhóis, que leva Manuel de Sousa a incendiar o palácio e a deslocar-se para o espaço fatal); a anagnórise (reconhecimento do Romeiro como D. João de Portugal); a catástrofe (morte de Maria e clausura dos pais).

O coro trágico é corporizado na personagem de Telmo, bem como no grupo de frades que recita o ofício litúrgico dos mortos.

As personagens principais pertencem à nobreza e gozam de boa fortuna até a desgraça se abater sobre elas em consequência de um erro involuntário (provocado pelo destino) cometido no passado (o «crime» de D. Madalena).

O Hamlet que prefiro é o dos Gato Fedorento. R

Hamlet, que é uma tragédia de Skakespeare, terá sido escrito entre 1599 e 1601. E

O Hamlet que tem comichão não é o dos Monty Python. R

Gosto das tragédias de Shakespeare, que nunca são enfadonhas. E

Gosto das tragédias de Shakespeare que nunca são enfadonhas. R

[Supõe-se que há algumas que por vezes são enfadonhas]

Conjuntivo

Gosto das tragédias que não sejam enfadonhas. R

Indicativo

Gosto das tragédias que não são enfadonhas. R

Gosto das tragédias, que não são enfadonhas. E

Gosto de sketches cujos protagonistas sejam psiquiatras e Hamlet. R

Vi o Frei Luís de Sousa cuja Maria é representada por Alexandra Lencastre.

R

Vi o Frei Luís de Sousa, cuja Maria é representada por Alexandra Lencastre.

E

[Se já antes se tiver assumido qual é a encenação de que se está falar.]

5.

a) ii

b) ii

6.

i) Consulte os livros, que são preciosos e ricos.

ii) Consulte os livros que são preciosos e ricos.

i) Siga as instruções, que são claras e simples.

ii) Siga as instruções que são claras e simples.

O valor explicativo do adjectivo mantém-se, se usarmos a vírgula; o valor restritivo também se mantém, se não a usarmos.

7.

a) refrigerante;

b) comovente;

c) infalível;

d) lacrimogéneo;

e) polar;

f) inadmissível;

g) improdutiva.

8.

a) Esta foi a causa conducente ao casamento;

b) Foi a avaria no motor a razão impeditiva da partida às 7 horas;

c) O conselho administrativo é o órgão dirigente da empresa;

d) Foi uma reacção subsequente à festa; e) Escolhemos uma via independente das flutuações económicas.

1.

a) rara (beleza);

b) doce (sopro); subtil (tremor);

c) incorpórea (voz);

d) dulcíssima (esposa); mortal (perigo);

e) indiscretas (perguntas), celestes (maravilhas).

2.1.

absoluta, nobre, austero, puro, fortes, franca, viril, rasgada, indominável.

2.2.

O adjectivo «absoluta» concorda com o nome «ventura» (feminino, singular); «nobre» concorda com «paz» (feminino, singular); «austero» e «puro» concordam com o nome «homem» (masculino, singular); «fortes» concorda com «almas» (feminino, plural).

3.

Nas frases a), b), e), os adjectivos são interpretados objectivamente. Os adjectivos das frases c) e d) implicam já alguma subjectividade e o da frase f tem uma interpretação ainda mais subjectiva (faz-se uma hipálage [ver glossário, em Antologia, 297]).

4.1.

Expressões adjectivais: entreaberto, nervoso, lentos, pesados, lívido, mudo, grande, espectral, sufocado, vermelhos, esgazeados, cheios (de horror).

4.2.

Expressões adjectivais mais subjectivas: nervoso, espectral, sufocados, esgazeados.

(implicam um olhar particular, uma sensibilidade pessoal por parte de quem representa uma realidade, neste caso um comportamento humano).

4.3.

Adjectivos participiais [no Práticas está mal escrito: é claro que «participial» vem de «particípio»]: entreaberto, sufocado, esgazeado.