Post on 11-Jul-2015
PROPOSTA DE CORREÇÃO DO TRABALHO DE CASA
1.1. O Diabo trata o Onzeneiro por “parente”, mostrando ironicamente que a personagem tem coisa em comum com ele, como se fossem dois membros de uma mesma família.
1.2. Trata-se da ironia.
1.3. Já que através das suas ações esteve sempre próximo do Diabo que o inspirou a fazer o mal, irá agora pagar-lhe a inspiração, servindo-o no Inferno.
2.1. Queixa-se de não ter tido tempo para apanhar mais dinheiro e de ter vindo sem uma única moeda, nem mesmo para pagar ao barqueiro.
2.2. Essa queixa mostra bem como, para o Onzeneiro, o dinheiro é a maior preocupação, a coisa mais importante da sua vida.
3.1. O Anjo recusa a passagem ao Onzeneiro argumentando que o bolsão ocuparia todo o barco. E, quando ele responde que vai vazio, o Anjo responde que o amor ao dinheiro continua a encher o coração do Onzeneiro.
3.2. Há uma íntima ligação entre a sentença do Anjo e o elemento cénico que a personagem transporta, na medida em que o Onzeneiro é condenado por causa do seu amor ao dinheiro, que o levou a exercer uma atividade ilícita, e a bolsa que ele transporta representa, precisamente, essa ligação obsessiva ao dinheiro.
3.3. O Onzeneiro pensa que o Anjo lhe recusa a entrada por não ter dinheiro para pagar.
3.3.1. Esta interpretação ajusta-se à essência da personagem, pois ele dá tanta importância ao dinheiro que está sempre a pensar nele e pensa que ele pode resolver tudo.
4.1. O traço posto é evidência é a avareza / a ganância.
4.2. No Auto da Barca do Inferno, Gil Vicente pretende criticar classes sociais e não indivíduos e, por isso, as suas personagens são personagens tipo. Sendo assim, elas não podem apresentar traços que as individualizem.
FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA
Ironia: Oh! que gentil recear;Eufemismo: me deu Saturno quebranto;Metáfora: Na safra do apanhar