Apresentação1 - Seminário - Rousseau

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FUNDAMENTOS ANTROPOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO

(PEDAGOGIA- Seminário I)

Prof.Francirosy Campos Barbosa Ferreira

“DISCURSO SOBRE A ORIGEM DA

DESIGUALDADE ENTRE OS HOMENS”

(PARTE II)

JEAN-JACQUES ROUSSEAU

ROUSSEAU: VIDA E OBRA(1712- 1778)

Nasceu em Genebra.

Além de ser escritor e filósofo, desenvolveu diversas atividades como a música.

Colaborou com o movimento Enciclopedista.

Sua presença foi dominante na Revolução Francesa.

OBRAS

Discurso sobre as ciências e as artes ( o Primeiro Discurso-1750);

O Adivinho da Aldeia (1753); Discurso sobre a origem da

desigualdade ( o Segundo Discurso- 1754);

A Nova Heloísa (1761); O Contrato Social (1762); Emílio (1762); As Confissões

(autobiografia), publicada após a morte do autor.

Jean-Jacques Rousseau

O ESTADO DE NATUREZA

“A fome e outros apetites, fazendo-o experimentar alternadamente diversas maneiras de existir, houve uma que o convidou a perpetuar sua espécie. Esse pender cego, desprovido de todo sentimento de coração, não produzia se não um ato puramente animal. Satisfeita a necessidade, os dois sexos não se reconheciam mais e o próprio filho nada mais representava para a mãe logo que podia viver sem ela.”

PERCEPÇÕES DE SI MESMO E DOS OUTROS

“Vendo que todos se comportavam como teria feito ele próprio em circunstancias semelhantes, concluiu que sua maneira de pensar e de sentir era inteiramente conforme à sua. É essa importante verdade, bem estabelecida em seu espírito, o levou a seguir por um pressentimento tão seguro e mais rápido que a dialética, as melhores regras de conduta que , para sua vantagem e semelhança lhe convinha observar para com esse.”

“Aquele que cantava ou dançava melhor, o mais belo o mais forte o mais destro ou o mais eloquente tornou-se o mais considerado e foi assim o primeiro passo para a desigualdade e ao mesmo tempo para o vicio. Dai nasceram a vaidade e o desprezo, a vergonha e a inveja.”

CONSTITUIÇÃO DAS PRIMEIRAS SOCIEDADES

“[...] unia-se a eles em rebanho ou quando muito por uma espécie de associação livre que não obrigada ninguém e que só durava enquanto havia a necessidade passageira que havia formado.”

Divisão sexual do trabalho

“O habito de viver coletivamente fez surgir os mais doces sentimentos conhecidos dos homens: o amor conjugal e o amor paternal.”

“As mulheres tornaram-se mais sedentárias e se acostumaram a guardar a cabana e os filhos enquanto o homem ia procurar a subsistência comum.”

PROPRIEDADE

“Desde o instante que um homem teve a necessidade de socorro e ajuda de outro e desde que perceberam que era útil e vantajoso a um só ter provisões para dois a igualdade desapareceu, a propriedade se introduziu, o trabalho tornou-se necessário.”

AGRICULTURA E METALURGIA

“Foram as duas artes cuja a invenção produziu essa grande revolução (necessidade do trabalho e transformação do meio).”

“O ferro e o trigo que civilizaram o homem e perderam o gênero humano.”

Divisão social do trabalho

“A invenção das outras artes foi, pois, necessária para forçar o genro humano a se aplicar àquela da agricultura. Desde que eram necessários homens ara fundir e forjar o ferro, eram necessários outros para nutrir os primeiros. Quanto mais se multiplicavam o numero de operários, tanto menos eram as mãos encarregadas de prover à subsistência comum, sem que houvesse menos bocas para consumir.”

CONFLITO SOCIAL

“A sociedade nascente foi praça do mais horrível estado de guerra. O gênero humano, aviltado e desolado, não podendo mais voltar atrás, nem renunciar às infelizes aquisições já obtidas e não trabalhando senão para as vergonha pelo abuso das faculdades que o dignificaram, colocou-se assim mesmo na véspera de sua ruína.”

FORMAÇÃO DO ESTADO

“Disse-lhes: vamos unir-nos para livrar da opressão os fracos conter os ambiciosos e assegurar cada um a posse daquilo que lhe pertence. Vamos instituir regras de justiça e de paz, as quais todos sejam obrigados a se conformar, que não façam acepção de pessoas e que de certo modo reparem os caprichos da fortuna, submetendo igualmente o poderoso e o fraco a deveres mútuos. Numa palavra, em vez de voltar nossas forças contra nos mesmos, vamos reuni-las num poder supremo que nos governe segundo leis sabias...”

CRÍTICA AOS SISTEMAS DE GOVERNO

“Um homem era eminente em poder, em virtude, em riqueza ou em credito; só ele foi eleito magistrado e o estado se tornou monárquico.”

“Se muitos mais ou menos iguais entre si, superavam todos os outros, foram eleitos conjuntamente e surgiu uma aristocracia.”

“Aqueles cuja fortuna ou talentos eram menos desproporcionados e que menos se tinham afastado do estado de natureza, guardaram em comum a administração suprema e formaram uma democracia.”

O PROGRESSO DA DESIGUALDADE SE DESENVOLVEU EM TRÊS ETAPAS:

1-Estabelecimento da lei e do direito de propriedade onde a condição de rico e de pobre foi autorizada.

2-Instituição da magistratura onde a condição de poderoso e fraco se estabeleceu.

3-Mudança do poder legitimo em poder arbitrário.

DESIGUALDADES

“[...] é a esse ardor de ouvir falar de si, a esse furor de se distinguir que nos mantém quase sempre fora de nos mesmos, que devemos o que há de melhor e pior entre os homens, nossas virtudes e nossos vícios, nossas ciências e nossos erros, nossos conquistadores e nossos filósofos, isto é, uma multidão de más coisas sobre um pequeno numero de boas.”

“Só estimam as coisas de que gozam na medida em que os outros delas são privados porque, sem mudar de condição, cessariam de ser felizes se o povo cessasse de ser miserável.”

“[...] é aqui que tudo conduz à única lei do mais forte e, por conseguinte a um novo estado de natureza diferente daquele pelo qual começamos, sendo que um era o estado de natureza em sua pureza e este ultimo é o fruto de um excesso de corrupção.”

CONCLUSÃO

“Visão evolutiva do homem e da sociedade humana.”

“Sua análise parte da materialidade.”

“Sua argumentação se dá a partir de sua própria reflexão/dedução.”

“Amor de si x Amor próprio.”

BIBLIOGRAFIA

ROUSSEAU, Jean Jacques. Origem da Desigualdade entre os Homens. Coleção Grandes Obras do Pensamento Universal - N° 7. São Paulo: Escala, 2007.

DENT, N. J. H. Dicionário Rousseau. Coleção Dicionários de Filósofos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.