Carta Aberta Bibliotecários

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Carta Aberta aos Bibliotecários e aos demais profissionais que trabalham nas bibliotecas municipais portuguesas

Colegas,

Estamos a cincos dias da realização do Fórum BibliotecAtiva, na novíssima Biblioteca Municipal de Vila

Franca de Xira e tenho que vos confessar o meu desapontamento: não chegam a duas dezenas as

inscrições de participantes.

Perante este cenário desolador dou comigo a pensar nas causas diretas desta falta de adesão a um

evento que procura ser o primeiro passo para um movimento de transformação das bibliotecas públicas

portuguesas: Será que o local (Vila Franca de Xira) não é geograficamente central? Será que a data (31 de

Janeiro) e o dia (sábado) não são os mais adequados? Será que o tema (Reorganizar os espaços das

bibliotecas públicas) não é suficientemente interessante e atual? Será que a divulgação do evento não

foi a mais adequada? Será que o valor da inscrição (25 €) não é acessível?

Podemos responder que sim a cada uma destas questões. Todavia, nenhuma delas é suficientemente

forte para ser a causa profunda desta falta de adesão. Na verdade, sou de opinião que o que melhor

explica a desmobilização dos milhares de profissionais que trabalham nas duas centenas de bibliotecas

municipais que integram a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP) é o seu isolamento. Este

isolamento não é geográfico é institucional. Cada biblioteca municipal relaciona-se com a sua

comunidade mas precisa também relacionar-se com as outras bibliotecas municipais, tanto a nível

regional como nacional. O isolamento institucional não é propício à transformação.

Hoje, mais do que nunca, vivemos em rede. As bibliotecas públicas podem ser nós estratégicos dessa

rede. Torna-se pois fundamental uma mudança de paradigma conceptual e de modelo de gestão: Há que

quebrar o isolamento; Há que potenciar a rede. Mais do que nunca as bibliotecas públicas devem unir

esforços, gerar sinergias, partilhar recursos, aprender entre si. Hoje, mais do que nunca, os profissionais

são os motores da transformação. Para isso, devemos afirmar o nosso estatuto de técnicos

especializados, dotados com conhecimentos e competências específicas, embebidos de espirito de

missão e geradores de dinâmicas socioculturais. Só assim podemos combater a inércia institucional e

reavivar a visão fundadora das bibliotecas públicas: espaços democráticos de cultura, conhecimento e

cidadania, ao serviço de toda a comunidade.

Resta-me fazer-vos um apelo:

Quebrem o isolamento! Juntem-se a Nós! Venham participar no Fórum BibliotecAtiva!

Abraço

Filipe Leal