Post on 11-Jan-2019
MINISTRIO DAS FINANAS E DA ADMINISTRAO PBLICADireco-Geral do Oramento
Conta Geral do Estado
ANO DE 2009
VOLUME I
N D I C E
1 ACRNIMOS............................................................................................................................ 12
2 EVOLUO DA SITUAO ECONMICA EM 2009 .......................................................................... 21
2.1 Enquadramento Internacional .................................................................................... 21
2.2 Evoluo da Economia Portuguesa ............................................................................. 25
3 FINANAS PBLICAS EM PORTUGAL ............................................................................................ 30
3.1 No Contexto das Finanas Pblicas Europeias ............................................................ 30
3.2 As Finanas Pblicas Portuguesas em 2009 ................................................................ 34
3.2.1 Anlise global ......................................................................................................... 34
3.2.2 Passagem da ptica da contabilidade pblica a contas nacionais ........................ 38
3.2.3 Ajustamentos de especializao do exerccio ....................................................... 39
3.2.4 Ajustamentos de universo ..................................................................................... 40
3.2.5 Outros ajustamentos ............................................................................................. 41
3.3 Reduo dos Prazos de Pagamento ............................................................................ 42
4 CONTA CONSOLIDADA DA ADMINISTRAO CENTRAL E SEGURANA SOCIAL ...................................... 43
4.1 Anlise Global .............................................................................................................. 43
4.2 Diferenas de consolidao ......................................................................................... 47
5 CONTA DO SUBSECTOR ESTADO - SNTESE DA EVOLUO DA SITUAO FINANCEIRA........................... 50
6 CONTA DO SUBSECTOR ESTADO RECEITA ................................................................................... 60
6.1 Oramento e Execuo ................................................................................................ 60
6.2 Operaes de Encerramento da CGE .......................................................................... 63
6.3 Saldos das Receitas por Cobrar ................................................................................... 64
6.4 Reembolsos e Restituies .......................................................................................... 69
6.5 Despesa Fiscal .............................................................................................................. 74
6.6 Receitas Fiscais ............................................................................................................ 77
6.6.1 Impostos Directos .................................................................................................. 77
6.6.1.1 IRS .................................................................................................................... 78
6.6.1.2 IRC .................................................................................................................... 79
6.6.1.3 Imposto sobre as Sucesses e as Doaes ...................................................... 79
6.6.1.4 Imposto do Uso, Porte e Deteno de Armas ................................................. 80
6.6.1.5 Impostos Abolidos ........................................................................................... 80
6.6.1.6 Impostos Directos Diversos ............................................................................. 80
6.7 Impostos Indirectos ..................................................................................................... 81
6.7.1 Imposto Sobre os Produtos Petrolferos e Energticos (ISP)................................. 81
6.7.2 IVA.......................................................................................................................... 82
6.7.3 ISV .......................................................................................................................... 82
6.7.4 IT ............................................................................................................................ 83
6.7.5 IABA ....................................................................................................................... 83
6.7.6 IUC ......................................................................................................................... 83
6.7.7 IS ............................................................................................................................ 83
6.8 Receitas no Fiscais ..................................................................................................... 84
6.8.1 Outras Receitas Correntes ..................................................................................... 84
6.8.2 Receitas de Capital ................................................................................................ 86
6.8.3 Recursos Prprios Comunitrios ........................................................................... 87
6.8.4 Reposies no Abatidas nos Pagamentos ........................................................... 88
6.8.5 Saldo da Gerncia Anterior (SGA) .......................................................................... 89
6.9 Operaes Extra-Oramentais .................................................................................... 89
6.9.1 Receita Multi-imposto (Excessos) .......................................................................... 89
6.9.2 Reposies Abatidas nos Pagamentos .................................................................. 91
7 CONTAS DO SUBSECTOR ESTADO - DESPESA ................................................................................. 92
7.1 Oramento e Execuo por Natureza da Despesa ...................................................... 92
7.2 Cativos ......................................................................................................................... 94
7.3 Anlise por Grandes Agregados de Despesa ............................................................... 95
7.4 Anlise Captulo 60 - Despesas Excepcionais .............................................................. 98
7.5 Oramento e Execuo por Orgnica ........................................................................ 100
7.6 Anlise por Classificao Funcional ........................................................................... 102
7.7 Alteraes Oramentais ............................................................................................ 104
7.7.1 Alteraes Lei do Oramento do Estado para 2009 ......................................... 104
7.7.2 Crditos Especiais ................................................................................................ 105
7.7.3 Transferncias com Contrapartida na Dotao Provisional ................................ 109
7.7.4 Outras Alteraes Oramentais ........................................................................... 112
7.8 Encargos Assumidos e no pagos .............................................................................. 113
8 PROGRAMA ORAMENTAIS ..................................................................................................... 114
8.1 Despesa de Funcionamento por Programas ............................................................. 114
8.2 PIDDAC ...................................................................................................................... 115
9 FINANCIAMENTO E DVIDA PBLICA .......................................................................................... 122
9.1 Estratgia de Gesto da Dvida Pblica Portuguesa .................................................. 122
9.1.1 Objectivos estratgicos ....................................................................................... 122
9.1.2 Estratgia de financiamento ................................................................................ 122
9.2 Financiamento ........................................................................................................... 123
9.2.1 Emisso de dvida ................................................................................................ 123
9.2.2 Emisso de Obrigaes do Tesouro ..................................................................... 124
9.2.3 Programa EMTN (Euro Medium Term Notes) ..................................................... 125
9.2.4 Emisso de Bilhetes do Tesouro .......................................................................... 126
9.2.5 Operaes de Reporte (repos) de Financiamento ............................................... 126
9.2.6 Emisso de CEDIC ................................................................................................ 126
9.2.7 Emisso de Certificados de Aforro ...................................................................... 127
9.2.8 Linhas de Crdito (Stand-by facilities) ................................................................. 127
9.2.9 Papel Comercial ................................................................................................... 127
9.3 Dvida Directa do Estado e Encargos ......................................................................... 128
9.3.1 Saldo da Dvida Directa do Estado ....................................................................... 128
9.4 Encargos Correntes da Dvida .................................................................................... 131
9.5 Garantias do Estado .................................................................................................. 133
9.6 Acrscimo do Endividamento Lquido Global Directo ............................................... 135
10 TRANSFERNCIAS FINANCEIRAS ENTRE PORTUGAL E A UNIO EUROPEIA ......................................... 138
11 SUBSECTOR SERVIOS E FUNDOS AUTNOMOS .......................................................................... 140
11.1 Modificaes ao Universo e Metodologia ................................................................. 140
11.2 Receita Oramento e Execuo .............................................................................. 149
11.3 Despesa Oramento e Execuo ............................................................................ 151
11.4 Despesas de Anos Anteriores .................................................................................... 153
11.5 Encargos Assumidos e no Pagos .............................................................................. 155
12 CONTA DA SEGURANA SOCIAL 2009 ....................................................................................... 157
12.1 Execuo Oramental ................................................................................................ 157
12.1.1 Anlise Global ...................................................................................................... 157
12.1.2 Execuo da Receita ............................................................................................ 157
12.1.3 Execuo da Despesa ........................................................................................... 158
12.1.4 Saldos de Execuo Oramental .......................................................................... 159
12.2 Balano e Demonstrao de Resultados ................................................................... 160
12.2.1 Balano ................................................................................................................ 160
12.2.1.1 Activo ............................................................................................................. 160
12.2.1.2 Disponibilidades ............................................................................................ 161
12.2.1.3 Dvidas de Terceiros Curto, Mdio e Longo Prazo ...................................... 161
12.2.1.4 Passivo ........................................................................................................... 162
12.2.1.5 Fundos Prprios ............................................................................................. 163
12.2.1.6 Demonstrao de Resultados ........................................................................ 163
13 RELATRIO ANUAL DE ACTIVIDADES DO CC DO SCI ..................................................................... 165
13.1 Introduo ................................................................................................................. 165
13.2 Estrutura de Controlo do SCI ..................................................................................... 166
13.3 Actividade de Controlo em 2009 ............................................................................... 168
14 ANEXOS................................................................................................................................ 183
14.1 Anexos - Oramento e Execuo (Conta do Subsector Estado - Receita) ................. 183
14.2 Anexos - Despesa Fiscal ............................................................................................. 183
14.3 Anexos - Outras Receitas Correntes .......................................................................... 198
14.4 Anexos - Receitas de Capital ..................................................................................... 201
14.5 Alteraes Orgnicas ao Universo dos SFA ............................................................... 202
14.6 Anexo ao Relatrio Anual de Actividades do CCSCI .................................................. 204
14.6.1 mbito Transversal - Administrao Central do Estado ...................................... 204
14.6.2 Funes de Soberania Administrao Central do Estado ................................. 205
14.6.3 Funes Sociais Administrao Central do Estado ........................................... 208
14.6.4 Funes Econmicas Administrao Central do Estado ................................... 213
14.6.5 Administrao Local............................................................................................. 214
14.6.6 Sector Empresarial do Estado .............................................................................. 216
14.6.7 Regies Autnomas ............................................................................................. 218
15 Mapas Contabilsticos Gerais .......................................................................................... 219
Referentes Execuo Oramental
Mapa I - Receitas dos Servios Integrados, por Classificao Econmica ................................. 221
Mapa II - Despesas dos Servios Integrados, por Classificao Orgnica,
especificadas por Captulos .................................................................................... 238
Mapa III - Despesas dos Servios Integrados, por Classificao Funcional ................................ 242
Mapa IV - Despesas dos Servios Integrados, por Classificao Econmica ................................ 243
Mapa V - Receitas dos Servios e Fundos Autnomos, por Classificao Orgnica,
com especificao das Receitas Globais de cada Servio e Fundo ............................ 244
Mapa VI - Receitas dos Servios e Fundos Autnomos, por Classificao Econmica ............ 251
Mapa VII - Despesas dos Servios e Fundos Autnomos, por Classificao Orgnica,
com especificao das Despesas Globais de cada Servio e Fundo ..................... 256
Mapa VIII - Despesas dos Servios e Fundos Autnomos, por Classificao Funcional ............ 263
Mapa IX - Despesas dos Servios e Fundos Autnomos, por Classificao Econmica ............ 264
Mapa X - Receitas da Segurana Social, por Classificao Econmica .................................... 265
Mapa XI - Despesas da Segurana Social, por Classificao Funcional ....................................... 266
Mapa XII - Despesas da Segurana Social, por Classificao Econmica ..................................... 267
Mapa XIII - Receitas de cada Subsistema, por Classificao Econmica ..................................... 268
Mapa XIV - Despesas de cada Subsistema, por Classificao Econmica ................................. 273
Mapa XV - Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimentoda Administrao Central (PIDDAC), que inclui os respectivosProgramas e Medidas Oramentais, articulados com as GrandesOpes do Plano (GOP) e com o Quadro Comunitrio de Apoio (QCA),evidenciando as Fontes de Financiamento e a RepartioRegionalizada dos Programas e Medidas ............................................................ 278
Mapa XV-A - PIDDAC da Regionalizao ................................................................................... 280
Mapa XVI - Despesas Correspondentes a Programas .............................................................. 281
Mapa XVII - Responsabilidades Contratuais Plurianuais dos Servios Integrados
e dos Servios e Fundos Autnomos, agrupadas por Ministrios ........................... 287
Mapa XVIII - Transferncias para as Regies Autnomas ........................................................... 291
Mapa XIX - Transferncias para os Municpios .......................................................................... 292
Mapa XX - Contas das Receitas e das Despesas do Subsector dos Servios Integrados ......... 298
Mapa XXI - Conta Consolidada das Receitas e das Despesas dos Servios e
Fundos Autnomos ............................................................................................... 300
Mapa XXII - Conta Consolidada das Receitas e das Despesas do Sistema de Segurana Social .... 301
Mapa XXIII - Conta Consolidada do Estado, Incluindo a do Sistema de Segurana Social ........ 303
Referentes Situao de Tesouraria
Mapa XXIV - Cobranas e Pagamentos Oramentais ............................................................ 304
Mapa XXV - Reposies Abatidas nos Pagamentos ................................................................... 305
Mapa XXVI - Movimentos e Saldos das Contas na Tesouraria do Estado ............................ 306
Mapa XXVII - Movimentos e Saldos nas Caixas da Tesouraria do Estado ................................ 336
Mapa XXVII-A - Mapa de Fluxos de Caixa do Sistema de Segurana Social .............................. 337
Mapa XXVII-B - Movimentos e Saldos nas Caixas da Tesouraria do Sistema
de Segurana Social .............................................................................................. 352
Referentes situao patrimonial
Mapa XXVIII - Aplicao do Produto de Emprstimos .............................................................. 353
Mapa XXIX - Movimento da Dvida Pblica ............................................................................ 354
Mapa XXXII - Balano e Demonstrao de Resultados do Sistema de Solidariedade
e Segurana Social ................................................................................................. 358
Referentes aos Fluxos Financeiros
Mapa XXXIII - Conta dos Fluxos Financeiros dos Servios Integrados do Estado .................. 415
Conta da Assembleia da Repblica
Conta da Assembleia da Repblica ......................................................................................... 416
Conta do Tribunal de Contas
Conta do Tribunal de Contas ................................................................................................... 420
ndice de quadros
QUADRO 1 - Principais Indicadores da Economia Internacional ........................................................................... 23
QUADRO 2 - Indicadores da Evoluo Econmica em Portugal ............................................................................ 28
QUADRO 3 - Finanas Pblicas na Unio Europeia ............................................................................................... 30
QUADRO 4 - Principais Indicadores Oramentais ................................................................................................. 34
QUADRO 5 - Evoluo da Dvida Pblica ............................................................................................................... 34
QUADRO 6 - Conta das Administraes Pblicas na ptica da Contabilidade Nacional ...................................... 35
QUADRO 7 Conta das Administraes Pblicas por Subsectores em 2009 ....................................................... 38
QUADRO 8 - Ajustamentos na passagem de Contabilidade Pblica a Nacional 2009 .......................................... 39
QUADRO 9 - Prazos Mdios de Pagamento por sector ......................................................................................... 42
QUADRO 10 - Programas de Regularizao de Dvidas a Fornecedores ............................................................... 43
QUADRO 11 - Programa Regularizao Dvidas da Administrao Central aos Municpios .................................. 43
QUADRO 12 - Resumo da Conta consolidada da Administrao Central e da Segurana Social .......................... 44
QUADRO 13 - Conta consolidada da Administrao Central e da Segurana Social ............................................. 45
QUADRO 14 Reclassificaes de Consolidao efectuados na Conta da Adm. Central e Segurana Social ...... 48
QUADRO 15 - Evoluo da Situao Financeira do Subsector Estado em 2009 ................................................... 51
QUADRO 16 Conta do Subsector Estado - Resultados Globais .......................................................................... 52
QUADRO 17 - Evoluo da Situao Financeira do Subsector Estado .................................................................. 53
QUADRO 18 - Iniciativa para o Investimento e Emprego ...................................................................................... 55
QUADRO 19 - "Despesas com Pessoal" e "Transferncias Correntes" comparveis ............................................ 56
QUADRO 20 - Receitas do Estado em 2009 - Previso e Execuo ....................................................................... 60
QUADRO 21 - Receitas Oramentais dos Servios Integrados .............................................................................. 62
QUADRO 22 - Operaes de Encerramento da CGE ............................................................................................. 63
QUADRO 23 - Receitas por Cobrar (Saldos Transitados) ....................................................................................... 65
QUADRO 24 - Saldos de Liquidao das Receitas Fiscais ...................................................................................... 66
QUADRO 25 - Saldos de Liquidao por Servio ................................................................................................... 66
QUADRO 26 - Anulaes em 2009 ........................................................................................................................ 68
QUADRO 27 - Prescries em 2009 ...................................................................................................................... 68
QUADRO 28 - Reembolsos e Restituies pagas (por captulo) ............................................................................ 70
QUADRO 29 - Reembolsos e Restituies pagas de Receitas Fiscais .................................................................... 71
QUADRO 30 - Reembolsos e Restituies pagas por servio ................................................................................ 71
QUADRO 31 - Ciclo dos Reembolsos ..................................................................................................................... 73
QUADRO 32 - Ciclo das Restituies ..................................................................................................................... 74
QUADRO 33 - Despesa Fiscal ................................................................................................................................. 75
QUADRO 34 - Tipologia da Despesa Fiscal ............................................................................................................ 76
QUADRO 35 - Despesa Fiscal por Funo.............................................................................................................. 77
QUADRO 36 - Impostos Directos ........................................................................................................................... 78
QUADRO 37 - Impostos Indirectos ........................................................................................................................ 81
QUADRO 38 - Receitas Correntes No Fiscais ....................................................................................................... 84
QUADRO 39 - Receitas de Capital ......................................................................................................................... 86
QUADRO 40 - Recursos Prprios Comunitrios .................................................................................................... 87
QUADRO 41 - Reposies No Abatidas nos Pagamentos .................................................................................... 88
QUADRO 42 - Reposies Abatidas nos Pagamentos ........................................................................................... 91
QUADRO 43 - Despesa por Classificao Econmica ............................................................................................ 92
file:///D:/CONTA%20GERAL%20ESTADO2009/TRATADOS/Conta_GeralEstado_2009.docx%23_Toc265664506
QUADRO 44 - Cativos ............................................................................................................................................ 94
QUADRO 45 - Anlise por Grandes Agregados de Despesa .................................................................................. 96
QUADRO 46 - Captulo 60 Despesas Excepcionais ............................................................................................. 98
QUADRO 47 - Oramento e Execuo por Orgnica ........................................................................................... 100
QUADRO 48 - Oramento e Execuo por Funes do Estado ........................................................................... 102
QUADRO 49 - Iniciativa para o Investimento e o Emprego ................................................................................. 104
QUADRO 50 - Crditos Especiais ......................................................................................................................... 106
QUADRO 51 - Reforos com Contrapartida na Dotao Provisional................................................................... 110
QUADRO 52 - Encargos Assumidos e no Pagos ................................................................................................. 113
QUADRO 53 - Despesas de Anos Anteriores pagas em 2009 por Natureza e Ministrio ................................... 114
QUADRO 54 - Despesa de Funcionamento por Programas ................................................................................ 115
QUADRO 55 - Execuo dos Programas Oramentais - PIDDAC ......................................................................... 117
QUADRO 56 - Despesa Efectiva do PIDDAC por Ministrio ................................................................................ 118
QUADRO 57 - Despesa Efectiva do PIDDAC por Classificao Funcional ............................................................ 120
QUADRO 58 - Regionalizao da Despesa Efectiva do PIDDAC por Programa Oramental ................................ 121
QUADRO 59 - Emisso de Mdio e Longo Prazo e Financiamento Lquido de Curto Prazo ................................ 124
QUADRO 60 - Emisses de EMTN ....................................................................................................................... 125
QUADRO 61 - Dvida Directa do Estado .............................................................................................................. 128
QUADRO 62 - Encargos Correntes da Dvida Directa do Estado ......................................................................... 131
QUADRO 63 - Responsabilidades do Estado por Garantias Prestadas ................................................................ 134
QUADRO 64 - Demonstrao do Acrscimo do Endividamento Lquido Global Directo .................................... 136
QUADRO 65 - Fluxos Financeiros entre Portugal e a UE ..................................................................................... 138
QUADRO 66 - Impacto no Saldo Global da Sada de Servios ............................................................................. 141
QUADRO 67 - Evoluo Da Situao Financeira Consolidada ............................................................................. 143
QUADRO 68 - Saldo Global do Subsector dos SFA .............................................................................................. 144
QUADRO 69 Servios e Fundos Autnomos - Receita ...................................................................................... 149
QUADRO 70 - Servios e Fundos Autnomos - Despesa ..................................................................................... 151
QUADRO 71 - Despesas de Anos Anteriores ....................................................................................................... 154
QUADRO 72 - Saldos em 31/12/2009 de Encargos Assumidos e No Pagos (excluindo SNS) ............................ 155
QUADRO 73 - Dvidas em 31/12/2009 do SNS .................................................................................................... 156
QUADRO 74 - Principais Rubricas de Disponibilidades em 2009 ........................................................................ 161
QUADRO 75 - Principais Rubricas do Passivo em 2009 ....................................................................................... 162
QUADRO 76 - Fundos Prprios em 2009 ............................................................................................................. 163
QUADRO 77 - Distribuio de Recursos Humanos por Inspeco a 31/12/2009 ................................................ 167
QUADRO 78 - Distribuio de Recursos Financeiros por Inspeco a 31/12/2009............................................. 168
QUADRO 79 - Auditorias/Inspeces em 2009 por rgo de Controlo .............................................................. 169
QUADRO 80 - Auditorias/Inspeces Realizadas pela IGF em 2009 ................................................................... 170
QUADRO 81 - Impacto Financeiro das Aces de Controlo Desenvolvidas pela IGF em 2009 ........................... 172
QUADRO 82 - Impacto financeiro Global da Actividade de Controlo por Inspeco/Sector em 2009 ............... 173
QUADRO 83 - Auditorias/Inspeces em 2009 por Sectores .............................................................................. 174
QUADRO 84 - Entidades Visitadas e Auditorias/Inspeces Realizadas em 2009 por Ministrio Administrao
Central e SEE ................................................................................................................................. 175
QUADRO 85 Deficincias Detectadas por Categoria e Sector .......................................................................... 179
QUADRO 86 - Receitas Lquidas por Servio ....................................................................................................... 183
QUADRO 87 - Despesa Fiscal em IRS ................................................................................................................... 184
QUADRO 88 - Tipologia da Despesa Fiscal em IRS .............................................................................................. 185
QUADRO 89 - Despesa Fiscal por Funo em IRS ................................................................................................ 185
QUADRO 90 - Despesa Fiscal em IRC .................................................................................................................. 186
QUADRO 91 - Tipologia da Despesa Fiscal em IRC .............................................................................................. 187
QUADRO 92 - Despesa Fiscal por Funo em IRC ............................................................................................... 187
file:///D:/CONTA%20GERAL%20ESTADO2009/TRATADOS/Conta_GeralEstado_2009.docx%23_Toc265664510file:///D:/CONTA%20GERAL%20ESTADO2009/TRATADOS/Conta_GeralEstado_2009.docx%23_Toc265664511file:///D:/CONTA%20GERAL%20ESTADO2009/TRATADOS/Conta_GeralEstado_2009.docx%23_Toc265664518file:///D:/CONTA%20GERAL%20ESTADO2009/TRATADOS/Conta_GeralEstado_2009.docx%23_Toc265664521file:///D:/CONTA%20GERAL%20ESTADO2009/TRATADOS/Conta_GeralEstado_2009.docx%23_Toc265664532file:///D:/CONTA%20GERAL%20ESTADO2009/TRATADOS/Conta_GeralEstado_2009.docx%23_Toc265664533file:///D:/CONTA%20GERAL%20ESTADO2009/TRATADOS/Conta_GeralEstado_2009.docx%23_Toc265664548file:///D:/CONTA%20GERAL%20ESTADO2009/TRATADOS/Conta_GeralEstado_2009.docx%23_Toc265664550file:///D:/CONTA%20GERAL%20ESTADO2009/TRATADOS/Conta_GeralEstado_2009.docx%23_Toc265664553
QUADRO 93 - Despesa Fiscal em ISP ................................................................................................................... 188
QUADRO 94 - Tipologia da Despesa Fiscal em ISP .............................................................................................. 189
QUADRO 95 - Despesa fiscal por funo em ISP ................................................................................................. 189
QUADRO 96 - Despesa Fiscal em IVA .................................................................................................................. 190
QUADRO 97 - Tipologia da Despesa Fiscal em IVA .............................................................................................. 191
QUADRO 98 - Despesa Fiscal por Funo em IVA ............................................................................................... 191
QUADRO 99 - Despesa Fiscal em IABA ................................................................................................................ 191
QUADRO 100 - Tipologia da Despesa Fiscal em IABA ......................................................................................... 192
QUADRO 101 - Despesa fiscal por Funo em IABA ........................................................................................... 192
QUADRO 102 - Despesa Fiscal em IT ................................................................................................................... 192
QUADRO 103 - Tipologia da Despesa Fiscal em IT .............................................................................................. 193
QUADRO 104 - Despesa Fiscal por Funo em IT ................................................................................................ 193
QUADRO 105 - Despesa Fiscal em IA/ISV ............................................................................................................ 194
QUADRO 106 - Tipologia da Despesa Fiscal em IA/ISV ....................................................................................... 195
QUADRO 107 - Despesa Fiscal por Funo em IA/ISV ......................................................................................... 195
QUADRO 108 - Despesa Fiscal em IS ................................................................................................................... 196
QUADRO 109 - Tipologia da Despesa Fiscal em IS .............................................................................................. 197
QUADRO 110 - Despesa Fiscal por Funo em IS ................................................................................................ 197
QUADRO 111 - Juros de Aplicao de Activos Financeiros ................................................................................. 198
QUADRO 112 - Dividendos e Participaes nos Lucros ....................................................................................... 199
QUADRO 113 - Transferncias Correntes (Administraes Pblicas) ................................................................. 200
QUADRO 114 - Transferncias Correntes (Resto do mundo).............................................................................. 200
QUADRO 115 - Venda de Bens de Investimento ................................................................................................. 201
QUADRO 116 - Transferncias de Capital (Administraes Pblicas) ................................................................. 201
QUADRO 117 - Alteraes Orgnicas ao Universo dos SFA ................................................................................ 202
QUADRO 118 - Reorganizaes Orgnicas em 2009 no MCTES .......................................................................... 203
ndice de grficos
GRFICO 1 - Importaes de Bens ........................................................................................................................ 22
GRFICO 2 - Taxas de Juro de Referncia dos Bancos Centrais (em %) ................................................................ 24
GRFICO 3 - Grau de Abertura da Economia ........................................................................................................ 26
GRFICO 4 - Contributos para o Crescimento do PIB ........................................................................................... 26
GRFICO 5 - Dfice Oramental na Unio Europeia em 2009 .............................................................................. 31
GRFICO 6 - Dvida Pblica na Unio Europeia em 2009 ...................................................................................... 31
GRFICO 7 - Saldo Oramental e Dvida Pblica na rea do Euro - 2009 ............................................................. 33
GRFICO 8 - Emisses de OT em 2009 ................................................................................................................ 125
GRFICO 9 - CEDIC .............................................................................................................................................. 126
GRFICO 11 - Dvida Directa do Estado por Instrumentos ................................................................................. 130
GRFICO 12 - Evoluo dos Juros da Dvida Directa do Estado .......................................................................... 132
GRFICO 13 - Deficincias detectadas com frequncia superior a 20 (em % das 228 Entidades analisadas) .... 182
file:///D:/CONTA%20GERAL%20ESTADO2009/TRATADOS/Conta_GeralEstado_2009.docx%23_Toc265664556file:///D:/CONTA%20GERAL%20ESTADO2009/TRATADOS/Conta_GeralEstado_2009.docx%23_Toc265664559file:///D:/CONTA%20GERAL%20ESTADO2009/TRATADOS/Conta_GeralEstado_2009.docx%23_Toc265664568file:///D:/CONTA%20GERAL%20ESTADO2009/TRATADOS/Conta_GeralEstado_2009.docx%23_Toc265664571file:///D:/CONTA%20GERAL%20ESTADO2009/TRATADOS/Conta_GeralEstado_2009.docx%23_Toc265664593
1 ACRNIMOS
AC Administrao Central
AdP guas de Portugal, SGPS, SA
AE rea do Euro
AFN Autoridade Florestal Nacional
AICEP Agncia para o Investimento e Comrcio Externo de Portugal
ANA Aeroportos de Portugal, SA
ANAM Aeroportos da Madeira
ANCP Agncia Nacional de Compras Pblicas, EPE
AP Administrao Pblica
APDL Administrao dos Portos do Douro e Leixes, SA
APL Administrao do Porto de Lisboa, SA
APS Administrao do Porto de Sines, SA
APSS Administrao dos Portos de Setbal e Sesimbra, SA
ARS Administrao Regional de Sade
ARS ALENTEJO Administrao Regional de Sade do Alentejo
ARS ALGARVE Administrao Regional de Sade do Algarve
ARS CENTRO Administrao Regional de Sade do Centro
ARS NORTE Administrao Regional de Sade do Norte
ARSLVT Administrao Regional de Sade de Lisboa e Vale do Tejo
ASAE Autoridade de Segurana Alimentar e Econmica
BANIF Banco Internacional do Funchal, SA
BCE Banco Central Europeu
BEI Banco Europeu de Investimento
BPN Banco Portugus de Negcios
BRISA Auto-estradas de Portugal, SA
BT Bilhetes do Tesouro
CA Certificados de Aforro
CAFEB Caixa de Abono de Famlia dos Empregados Bancrios
CARRIS Companhia Carris de Ferro de Lisboa, SA
CC Conselho Coordenador
CCDRALG Comisso de Coordenao e Desenvolvimento Regional do Algarve
CCDRALT Comisso de Coordenao e Desenvolvimento Regional do Alentejo
CCDRC Comisso de Coordenao e Desenvolvimento Regional do Centro
CCDRN Comisso de Coordenao e Desenvolvimento Regional do Norte
CE Comunidade Europeia
CECA Conveno Europeia do Carvo e Ao
CEDIC Certificados Especiais da Dvida Pblica
CEGER Centro de Gesto da Rede Informtica do Governo
CEJ Centros de Estudos Judicirios
CGA Caixa Geral de Aposentaes, IP
CGD Caixa Geral de Depsitos, SA
CGE Conta Geral do Estado
CIBE Cadastro do Inventrio dos Bens do Estado
CIEC Cdigo dos Impostos Especiais sobre o Consumo
CIG Comisso para a Cidadania e Igualdade de Gnero
CIRC Cdigo do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas
CIRS Cdigo do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares
CIS Cdigo do Imposto do Selo
CISV Cdigo do Imposto sobre Veculos
CM Cmara Municipal
CNPCRP Centro Nacional de Proteco Contra os Riscos Profissionais
COSEC Companhia de Seguro de Crditos
CP Caminhos de Ferro Portugueses, SA
CPAFJ Caixa de Previdncia e Abono de Famlia dos Jornalistas
CPH Contas de poupana-habitao
CPPCPRM Caixa de Previdncia do Pessoal da Rdio Marconi
CPPCRGE Caixa de Previdncia do Pessoal das Companhias Reunidas de Gs e Electricidade
CPPTLP Caixa de Previdncia do Pessoal dos Telefones de Lisboa e Porto
CPTEPAL Caixa de Previdncia dos Trabalhadores da Empresa Pblica de guas de Lisboa
CRPG Centros Protocolares de Formao Profissional
CSL Centro de Sade de Lagoa
CSS Conta da Segurana Social
CSSRAM Centro de Segurana Social da Regio Autnoma da Madeira
CSVNF Centro de Sade de Vila Nova de Famalico
CTT Correios de Portugal, SA
DAFSE Departamento dos Assuntos do Fundo Social Europeu
DAISS Departamento de Acordos Internacionais de Segurana Social
DGAE Direco-Geral das Actividades Econmicas
DGAIEC Direco-Geral das Alfndegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo
DGAL Direco-Geral das Autarquias Locais
DGC Direco-Geral do Consumidor
DGCE Direco-Geral do Comrcio Externo
DGCI Direco-Geral dos Impostos
DGO Direco-Geral do Oramento
DGPJ Direco-Geral da Poltica de Justia
DGRS Direco-Geral da Reinsero Social
DGT Direco-Geral do Tesouro
DGTF Direco-Geral do Tesouro e Finanas
DRE Direco Regional de Economia
EA Estatuto da Aposentao
EBF Estatuto dos Benefcios Fiscais
ECP European Commercial Paper
EDM Empresa de Desenvolvimento Mineiro, SA
EEPCS Estabelecimentos do ensino particular, cooperativo e solidrio
EM Estatuto do Mecenato
EMA Empresa de Meios Areos, SA
EMTN Euro Medium Term Notes
ENVC Estaleiros Navais de Viana do Castelo
EP Empresa Pblica
EPAL Empresa Portuguesa das gua Livres
EPE Entidade Pblica Empresarial
EUA Estados Unidos da Amrica
FBCF Formao bruta de capital fixo
FCP Cimentos - Federao das Caixas de Previdncia
FED Reserva Federal dos Estados Unidos da Amrica
FEDER Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional
FEFSS Fundo de Estabilizao Financeira da Segurana Social
FESSPBC Fundo Especial de Segurana Social dos Profissionais da Banca dos Casinos
FGS Fundo de Garantia Salarial
FGTC Fundo de Garantia para Titularizao de Crditos
FIIAH Fundos de investimento imobilirio para arrendamento habitacional
FINOVA Fundo de Apoio ao Financiamento Inovao
FRDP Fundo de Regularizao da Dvida Pblica
FRN Nota com taxa de juro varivel
FRV Fundo de Renda Vitalcia
FSCR Fundo de Sindicao de Capital de Risco
FSE Fundo Social Europeu
FSS Fundo de Socorro Social
GALP GALP Energia (SGPS), SA
GEPE Gabinete de Estatstica e Planeamento da Educao
GMCS Gabinete para os Meios de Comunicao Social
GPV Gesto de pessoal e vencimentos
GRAL Gabinete para a Resoluo Alternativa de Litgios
HCB Hidroelctrica de Cahora Bassa, SARL
IA Imposto Automvel
IABA Imposto sobre o lcool e as Bebidas Alcolicas
IAPMEI Instituto de Apoio s Pequenas e Mdias Empresas e Inovao, IP
IAS Instituto de Aco Social
ICNB Instituto da Conservao da Natureza e da Biodiversidade
ICP-ANACOM Instituto das Comunicaes de Portugal Autoridade Nacional das Comunicaes
IDT Instituto da Droga e da Toxicodependncia, IP
IEC Impostos Especiais sobre o Consumo
IEFP Instituto do Emprego e da Formao Profissional, IP
IGAC Inspeco-Geral das Actividades Culturais
IGAI Inspeco-Geral da Administrao Interna
IGAL Inspeco-Geral da Administrao Local
IGAOT Inspeco-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Territrio
IGAP Inspeco-Geral da Agricultura e Pescas
IGAS Inspeco-Geral das Actividades em Sade
IGCP Instituto de Gesto da Tesouraria e do Crdito Pblico, IP
IGDC Inspeco-Geral Diplomtica e Consular
IGDN Inspeco-Geral da Defesa Nacional
IGE Inspeco-Geral da Educao
IGF Inspeco-Geral de Finanas
IGFCSS Instituto de Gesto de Fundos de Capitalizao da Segurana Social
IGFCSS Instituto de Gesto de Fundos de Capitalizao da Segurana Social
IGFIJ Instituto de Gesto Financeira e Infra-estruturas da Justia, IP
IGFSS Instituto de Gesto Financeira da Segurana Social
IGMCTES Inspeco-Geral do Ministrio da Cincia, Tecnologia e Ensino Superior
IGMTSS Inspeco-Geral do Ministrio do Trabalho e da Solidariedade Social
IGOPTC Inspeco-Geral das Obras Pblicas, Transportes e Comunicaes
IGRSS Instituto de Gesto de Regimes de Segurana Social
IGSJ Inspeco-Geral dos Servios de Justia
IHPC ndice Harmonizado de Preos no Consumidor
IHRU Instituto da Habitao e da Reabilitao Urbana
II Instituto de Informtica
II, IP Instituto de Informtica, IP
IIE Iniciativa para o Investimento e o Emprego
IMT Imposto Municipal sobre as Transmisses Onerosas de Imveis
InCI Instituto da Construo e do Imobilirio, IP
INCM Imprensa Nacional Casa da Moeda, SA
INE Instituto Nacional de Estatstica, IP
InIR Instituto de Infra-Estruturas Rodovirias, IP
IP Instituto Pblico
IPC ndice de Preos no Consumidor
IPE Investimentos e Participaes Empresariais
IPQ Instituto Portugus da Qualidade
IPSS Instituies particulares de solidariedade social
IPTM Instituto Porturio e dos Transportes Martimos, IP
IRC Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas
IRFM Inspeco Regional de Finanas da Regio Autnoma da Madeira
IRN Instituto dos Registos e do Notariado, IP
IRS Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares
IS Imposto do Selo
ISEL Instituto Superior de Engenharia de Lisboa
ISP Imposto sobre os Produtos Petrolferos e Energticos
ISS Instituto da Segurana Social, IP
ISS, IP Instituto de Segurana Social, IP
ISV Imposto sobre Veculos
IT Imposto de consumo sobre o Tabaco
ITN Instituto Tecnolgico e Nuclear
ITP Instituto do Turismo de Portugal
IVA Imposto sobre o Valor Acrescentado
LEO Lei de Enquadramento Oramental
LISNAVE LISNAVE Estaleiros Navais, SA
LNEG Laboratrio Nacional de Energia e Geologia
LOE Lei do Oramento do Estado
LPM Lei de Programao Militar
LUSA Agncia de Notcias de Portugal, SA
MADRP Ministrio da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
MAI Ministrio da Administrao Interna
MAOT Ministrio do Ambiente e do Ordenamento do Territrio
MAOTDR Ministrio do Ambiente, do Ordenamento do Territrio e do Desenvolvimento Rural
MC Ministrio da Cultura
MCTES Ministrio da Cincia, Tecnologia e Ensino Superior
MDN Ministrio da Defesa Nacional
ME Ministrio da Educao
MEI Ministrio da Economia e Inovao
MFAP Ministrio das Finanas e da Administrao Pblica
MJ Ministrio da Justia
MNE Ministrio dos Negcios Estrangeiros
MOPTC Ministrio das Obras Pblicas, Transportes e Comunicaes
MP Metropolitano do Porto
MS Ministrio da Sade
MTS Metro Transportes do Sul
MTSS Ministrio do Trabalho e da Solidariedade Social
NAER Novo Aeroporto
NATO Organizao do Tratado do Atlntico Norte
NAV NAV Portugal, EPE Navegao Area de Portugal
NIB Nmero de Identificao Bancria
OE Oramento do Estado
OE Oramento do Estado
OET Operaes especficas do Tesouro
OPART Organismo de Produo Artstica
OSS Oramento da Segurana Social
OT Obrigaes do Tesouro
PAFAC Programa de Apoio Famlia e Criana
PAII Programa de Apoio Integrado a Idosos
PAIPS Programa de Apoio Iniciativa Privada Social
PARPBLICA Participaes Pblicas (SGPS), SA
PCM Presidncia do Conselho de Ministros
PIB Produto interno bruto
PIDDAC Programa de Investimentos e de Despesas de Desenvolvimento da Administrao Central
PJ Polcia Judiciria
PME Pequenas e mdias empresas
PNCE Programa Nacional de Compras Electrnicas
POCAL Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais
POCISSSS Plano Oficial de Contabilidade das Instituies do Sistema de Solidariedade e de Segurana Social
POCP Plano Oficial de Contabilidade Pblica
PORTWAY Portway, Handling de Portugal
PPA Planos de poupana em aces
PPP Parcerias pblico-privadas
PRACE Programa de Reestruturao da Administrao Central do Estado
PSP Polcia de Segurana Pblica
PT Portugal Telecom
QCA Quadro Comunitrio de Apoio
QREN Quadro de Referncia Estratgico Nacional
RAA Regio Autnoma dos Aores
RAM Regio Autnoma da Madeira
RAP Reposies abatidas nos pagamentos
RCM Resoluo do Conselho de Ministros
REFER Rede Ferroviria Nacional, EP
REN Rede Elctrica Nacional, SA
REPOS Acordos de recompra de ttulos
RH Recursos Humanos
RTP Rdio e Televiso de Portugal, SA
SA Sociedade Annima
SARL Sociedade Annima de Responsabilidade Limitada
SCI Sistema de Controlo Interno da Administrao Financeira do Estado
SCML Santa Casa da Misericrdia de Lisboa
SCR Sistema Central de Receitas
SEE Sector Empresarial do Estado
SEL Sector Empresarial Local
SFA Servios e fundos autnomos
SG Secretaria-Geral
SGMEID Secretaria-Geral do Ministrio da Economia, Inovao e Desenvolvimento
SGPS Sociedade Gestora de Participaes Sociais
SIADAP Sistema Integrado de Avaliao e Gesto do Desempenho na Administrao Pblica
SIAudit Sistema de Informao das Auditorias do Sistema de Controlo Interno da Administrao Financeira do Estado
SIIAH Sociedades de investimento imobilirio para arrendamento habitacional
STCP Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, SA
TIC Tecnologias de Informao e Comunicao
TNDMII Teatro Nacional D. Maria II
TRANSTEJO Transportes Tejo
UA Universidade Aberta
UE Unio Europeia
UMC Unidade Ministerial de Compras
UTE Unidade de Tesouraria do Estado
ZFM Zona Franca da Madeira
Evoluo da Situao Econmica em 2009
Conta Geral do Estado de 2009
21
2 EVOLUO DA SITUAO ECONMICA EM 2009
2.1 Enquadramento Internacional
Em 2009, assistiu-se a uma desacelerao profunda da economia mundial, a mais significativa
desde a crise de 1929, tendo atingido sobretudo a maioria das economias avanadas, as quais
apresentaram uma quebra do PIB em 3,2% (+0,5% em 2008). As economias emergentes e em
desenvolvimento tambm desaceleraram, embora a China e a ndia continuassem a apresentar taxas
de crescimento econmico elevadas.
Para esta evoluo contribuiu o contgio da crise dos mercados financeiros internacionais
economia real, a quebra do sector da construo no segmento imobilirio nos EUA e em algumas
economias europeias (Reino Unido, Espanha e Irlanda) e, no que diz respeito s economias
emergentes, tambm, o efeito da reduo do preo das matrias-primas (petrleo e no
energticas). O aumento da incerteza, a deteriorao das perspectivas de crescimento e procura
global e a verificao de condies mais restritivas na concesso do crdito, e a rpida deteriorao
do mercado de trabalho constituram factores que favoreceram o enfraquecimento econmico da
generalidade dos pases.
Aps um perodo de forte crescimento registado no comrcio mundial na ltima dcada (6,6%,
em mdia, entre 2000 e 2008), as trocas comerciais desaceleraram significativamente em 2009,
tendo apresentado uma quebra de 10,7% nesse ano. Reflectindo a recesso mundial, o total das
importaes mundiais de bens diminuiu 11,9% em 2009 (+6,6%, em mdia, entre 2000 e 2008),
abrangendo tanto o grupo das economias avanadas como das economias emergentes e em
desenvolvimento (ver Grfico).
Evoluo da Situao Econmica em 2009
22 Conta Geral do Estado de 2009
GRFICO 1 - Importaes de Bens
A desacelerao econmica e a contraco da procura mundial que caracterizaram o ano de 2009
tiveram como consequncia a diminuio da taxa de inflao, situando-se em 0,1% para as
economias avanadas (3,4% em 2008) e em 5,2% para as economias emergentes e em
desenvolvimento (9,2% em 2008). Os preos das matrias-primas desaceleraram, no incio de 2009,
influenciados, em parte, pelo enfraquecimento da actividade econmica mundial. Porm, este
movimento foi invertido a partir do segundo trimestre, tendo os preos voltado a acelerar (apesar
de, em termos mdios, estarem abaixo dos valores de 2008). Para o conjunto do ano de 2009, o
preo do petrleo Brent desceu para 62,5 USD/bbl (44,5 /bbl), situando-se abaixo dos valores
registados em 2008 (96,8 USD/bbl e 64,7 /bbl), respectivamente. O preo das matrias-primas no
energticas tambm apresentou uma quebra, tendo sido de 18,7% em 2009 (+7,5% em 2008). Neste
mbito e tendo em vista o relanamento econmico, a poltica monetria da generalidade dos pases
foi marcadamente acomodatcia, tendo os Bancos Centrais diminudo as taxas de juro directoras, as
quais se reflectiram na diminuio das taxas de juro de curto prazo tanto na rea do euro como nos
EUA. Durante o ano de 2009, a taxa de cmbio do euro face ao dlar situou-se, em mdia, em 1,39
dlares, representando uma depreciao de 5,3% em relao ao verificado em 2008, invertendo a
evoluo dos anos precedentes.
-15,0
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
20
00
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
07
20
08
20
09
Total Mundial
Economias Avanadas
Economias Emergentes e em Desenvolvimento
(taxa de variao real, em %)
Fonte: World Economic Outlook, Abril 2010
Evoluo da Situao Econmica em 2009
Conta Geral do Estado de 2009
23
QUADRO 1 - Principais Indicadores da Economia Internacional
Em 2009, a economia dos EUA apresentou um abrandamento significativo, tendo o PIB registado
uma quebra de 2,4% em termos homlogos reais, para o qual contribuiu sobretudo o
enfraquecimento da procura interna (proveniente tanto do consumo como do investimento privado)
e das exportaes, as quais caram 9,7% neste perodo. O investimento privado residencial diminuiu
pelo quarto ano consecutivo e o investimento no residencial caiu nesse ano, invertendo a evoluo
registada nos anos anteriores. A taxa de desemprego subiu para 10% no final de 2009 (7,4% no final
de 2008) reflectindo a quebra da actividade econmica.
A sia tambm desacelerou mas continuou a apresentar-se como uma das regies mais dinmicas
da economia mundial destacando-se o desempenho da China e da ndia, com crescimentos reais do
PIB de 8,7 e 5,7%, respectivamente, continuando a registar excedentes da balana corrente, embora
menos elevados. O ano de 2009 foi tambm desfavorvel para a economia japonesa, a qual
apresentou um decrscimo do PIB, reflectindo sobretudo uma quebra acentuada do investimento
privado e das exportaes.
A actividade econmica da Unio Europeia desacelerou significativamente, tendo a quebra do PIB
sido extensvel a todos os pases, com excepo da Polnia, tendo a diminuio sido mais
pronunciada nos Pases Blticos (em torno de dois dgitos), Eslovnia e Finlndia (-7,8%), Irlanda e na
Romnia (-7,1%).
Relativamente rea do euro, o enfraquecimento da actividade econmica reflectiu-se em todas
as componentes. Contudo, a desacelerao foi mais acentuada ao nvel do investimento e das
exportaes, reflectindo a generalizao da crise econmica e financeira sobre a procura externa e
sobre as decises de consumo e de investimento dos agentes econmicos. O investimento diminuiu
10,8% (-0,6% em 2008) e as exportaes caram 13% (+1% em 2008).
2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009
rea do Euro (AE-16) 0,6 -4,1 0,6 -3,4 1,0 -13,0 -2,0 -6,3 7,5 9,4 3,3 0,3
Unio Europeia (UE-27) 0,7 -4,2 0,7 -4,0 1,5 -12,3 -2,3 -6,8 7,0 8,9 3,7 1,0
Alemanha 1,3 -5,0 1,7 -2,1 2,9 -14,2 0,0 -3,3 7,3 7,5 2,8 0,2
Espanha 0,9 -3,6 -0,5 -6,1 -1,0 -11,5 -4,1 -11,2 11,3 18,0 4,1 -0,3
Frana 0,4 -2,2 0,7 -2,0 -0,2 -11,5 -3,3 -7,5 7,8 9,5 3,2 0,1
Reino Unido 0,5 -4,9 0,1 -5,3 1,1 -10,6 -4,9 -11,5 5,6 7,6 3,6 2,2
EUA 0,4 -2,4 -0,8 -3,3 5,4 -9,7 -6,4 -11,0 5,8 9,3 3,8 -0,4
Japo -1,2 -5,2 -1,3 -4,0 1,6 -24,2 -2,0 -6,9 4,0 5,1 1,4 -1,4
Fonte: CE, "Economic Forecasts", Primavera 2010.1 IHPC, para os pases da EU.AP - Administraes Pblicas.
PIB real Procura
Interna
(taxa de variao, %) (taxa de variao, %)
Volume de
Exportaes
(taxa de variao, %)
Saldo Global
das AP
(% do PIB)
Taxa de
Desemprego
(%)
Inflao1
(tv)
Taxa de
Evoluo da Situao Econmica em 2009
24 Conta Geral do Estado de 2009
No sentido de evitar o colapso do sistema financeiro internacional, de reforar a confiana dos
agentes econmicos e de impedir o aumento rpido da taxa de desemprego, os Governos dos
diferentes pases e os respectivos bancos centrais intervieram no mercado. Estes adoptaram medidas
de relanamento econmico e de restabelecimento do funcionamento regular dos mercados
financeiros atravs da aco nos domnios das polticas oramental, financeira e monetria, as quais
contriburam para a deteriorao da situao das finanas pblicas em todos os pases da Unio
Europeia, com a particularidade de todos terem apresentado um dfice das Administraes Pblicas
em percentagem do PIB, em 2009, com especial relevo para a Irlanda, Grcia, Reino Unido e
Espanha.
Em 2009, e especialmente durante o primeiro semestre, a generalidade dos Bancos Centrais dos
pases adoptou uma poltica monetria caracterizada por uma reduo das taxas de juro devido ao
agravamento e generalizao da turbulncia nos mercados financeiros e medida que se tornaram
evidentes as repercusses negativas da crise financeira sobre a economia real e seu alastramento
para as economias emergentes. O Banco Central Europeu procedeu a quatro descidas na sua taxa de
juro de referncia, para se situar no final do ano em 1% (2,5% no final de 2008) e o Banco de
Inglaterra tambm procedeu sua diminuio por trs vezes terminando em 0,5% no ano de 2009
(2% no final de 2008). Aps uma reduo das taxas de juro oficiais durante os anos de 2007 e 2008, a
Reserva Federal dos EUA manteve-as no decurso de 2009, tendo a taxa dos federal funds,
permanecido no intervalo de [0 0,25%] no final do ano de 2009 (Grfico 2).
GRFICO 2 - Taxas de Juro de Referncia dos Bancos Centrais (em %)
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
Mar
-05
Jun
-05
Set-
05
De
z-0
5
Mar
-06
Jun
-06
Set-
06
De
z-0
6
Mar
-07
Jun
-07
Set-
07
De
z-0
7
Mar
-08
Jun
-08
Set-
08
De
z-0
8
Mar
-09
Jun
-09
Set-
09
De
z-0
9
Fontes: BCE; FED e Banco de Inglaterra.
rea do Euro EUA
Reino Unido
Evoluo da Situao Econmica em 2009
Conta Geral do Estado de 2009
25
As taxas de juro de curto prazo diminuram tanto nos EUA como na rea do euro em 2009, tendo
para este ltimo a evoluo sido mais pronunciada. De facto, a Euribor a 3 meses diminuiu para 0,7%
em Dezembro de 2009 (3,3% em Dezembro de 2008) e nos EUA a Libor a 3 meses para 0,3% em
Dezembro de 2009 (1,8% em Dezembro de 2008). As taxas de juro de longo prazo tambm
registaram uma evoluo descendente, diminuio particularmente acentuada no caso da rea do
euro, que se situou em 3,8%, em mdia, no ano de 2009 (4,3%, em mdia, no ano de 2008),
associado, em parte, s perspectivas de maior enfraquecimento das economias.
No que respeita aos mercados financeiros, a partir de Maro de 2009, os ndices bolsistas
apresentaram uma tendncia favorvel, traduzindo, em parte, os efeitos das medidas de reforo da
actividade econmica. O nvel de incerteza no mercado bolsista, medido pela volatilidade dos
ndices, continuou a diminuir ao longo do ano. No final de 2009, os ndices Nasdaq, Euro-Stoxx 50 e
Dow Jones aumentaram em termos acumulados, face ao final de 2008, respectivamente, 54, 21 e
19%.
2.2 Evoluo da Economia Portuguesa
Como foi referido, nos anos de 2008 e 2009, e em particular entre o ltimo trimestre de 2008 e o
terceiro trimestre de 2009, a economia mundial foi confrontada com uma crise econmica apenas
comparvel crise de 1929.
Portugal, sendo uma pequena economia aberta, no ficou imune s repercusses directas e
indirectas suscitadas por uma crise com estas caractersticas, com a situao conjuntural dos
restantes pases, especialmente dos principais parceiros comerciais de Portugal (Espanha, Alemanha,
Frana, Itlia e Reino Unido), a desempenhar um papel decisivo na contraco real da economia
portuguesa ocorrida em 2009, nomeadamente pela via do impacto negativo nos fluxos de comrcio
internacional.
Evoluo da Situao Econmica em 2009
26 Conta Geral do Estado de 2009
GRFICO 3 - Grau de Abertura da Economia
(VH nominal, MM3) GRFICO 4 - Contributos para o Crescimento
do PIB
Fonte: INE.
Ao nvel da despesa, as variveis que apresentaram uma quebra mais significativa foram as
exportaes e o investimento. Contudo, como as importaes tambm registaram uma contraco
assinalvel, e dado o maior peso desta componente na balana de bens, o contributo da procura
externa para a variao do produto foi positivo. Por outro lado, as medidas de estmulo,
providenciadas de forma coordenada com os outros governos da Unio Europeia, ajudaram a que o
consumo privado, apesar de apresentar uma evoluo negativa (variao homloga real de -0,8%)
registasse uma quebra menos significativa, face ao inicialmente previsto.
Desta forma, aps ter registado uma variao nula em 2008, o PIB, apresentou, em 2009, uma
quebra de 2,7% em termos homlogos reais, o que constitui um resultado melhor do que o
verificado quer na rea do euro (-4%), quer nos principais parceiros comerciais de Portugal.
Do lado da oferta, a retraco na indstria transformadora iniciou-se em 2008 e prolongou-se ao
longo de 2009, com o ndice de produo da indstria transformadora a apresentar uma quebra
homloga de 9,9% (que compara com -4% em 2008). J no sector da construo, que vem
apresentando quebras reais nos ltimos anos, registou-se um comportamento contra-cclico, por via
dos efeitos da implementao do programa de estmulos economia, destacando-se, neste
contexto, o Programa de Modernizao do Parque Escolar do Ensino Secundrio.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Exportaes Importaes Grau de Abertura
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Consumo Privado Consumo Pblico
FBCF Variao de Existncias
Procura Externa Lquida PIB (%)
Evoluo da Situao Econmica em 2009
Conta Geral do Estado de 2009
27
O sector dos servios apresentou igualmente uma contraco aprecivel durante o ano transacto
(variao homloga negativa de 12,2% face a +0,4% em 2008), abrangendo inclusive o comrcio a
retalho (-5,5% em 2009, em termos homlogos aps um crescimento de 2,4% em 2008).
Como reflexo desta contraco da economia real, o mercado de trabalho, aps a melhoria
verificada em 2008, ficou marcado em 2009 por uma forte deteriorao, com a taxa de desemprego
a atingir 9,5%, em termos mdios, e o emprego total a cair 2,8% face ao ano anterior. Esta maior
sincronizao entre a reduo da actividade e o aumento da taxa de desemprego demonstra a
significncia, a abrangncia e rapidez com que esta crise se alastrou por todos os sectores de
actividade.
Os anos de 2008 e 2009 foram anos atpicos quanto evoluo dos preos. Assim, entre a
segunda metade de 2007 e o terceiro trimestre de 2008, os preos vinham a apresentar um
crescimento contnuo, fruto do comportamento dos preos das matrias-primas e dos produtos
energticos nos mercados internacionais. A partir desse perodo, verificou-se uma inverso deste
comportamento com o preo destes bens a apresentar uma forte descida, evoluo que se manteve
ao longo do ano de 2009. Este andamento, em conjunto com o abrandamento significativo da
actividade econmica em Portugal, determinou o comportamento dos preos em 2009, com o IPC a
apresentar uma diminuio de 0,8% face a 2008, o que compara com uma variao de 2,6% no ano
anterior.
A aplicao de medidas de poltica pelos governos e bancos centrais dos diferentes pases
conduziu a uma gradual regularizao da situao nos mercados financeiros internacionais e a uma
reduo dos prmios de risco que se mantiveram, no entanto, em nveis superiores aos registados
antes do incio da crise financeira.
Reflectindo este esforo concertado de combate aos efeitos da crise econmica e financeira, os
dados econmicos tm-se vindo a tornar, a partir da segunda metade de 2009, gradualmente menos
negativos, indiciando uma recuperao da actividade econmica e do comrcio internacional no 2.
semestre do ano, para a generalidade das economias mais avanadas.
Evoluo da Situao Econmica em 2009
28 Conta Geral do Estado de 2009
QUADRO 2 - Indicadores da Evoluo Econmica em Portugal
Designao Unidade 2006 2007 2008 2009
Contas Nacionais1
Produto Interno Bruto Milhes de Euros 155446,0 163051,5 166435,3 163595,4
PIB e componentes da despesa Taxa de variao real (%)
PIB 1,4 1,9 0,0 -2,7
Consumo privado 1,9 1,6 1,7 -0,8
Consumo pblico -1,4 0,0 1,1 3,5
Formao bruta de capital fixo -0,7 3,1 -0,7 -11,1
Exportaes de bens e servios 8,7 7,8 -0,5 -11,6
Importaes de bens e servios 5,1 6,1 2,7 -9,2
Mercado de Trabalho
Populao activa Milhares 5587,3 5618,3 5624,9 5582,7
Emprego total Milhares 5159,5 5169,7 5197,8 5054,1
Taxa de emprego (15-64 anos) em % 67,9 67,8 68,2 66,3
Taxa de desemprego em % 7,7 8,0 7,6 9,5
Preos e Salrios
Taxa de inflao (IPC) Taxa de variao (%) 3,1 2,5 2,6 -0,8
Contratao colectiva Taxa de variao (%) 2,7 2,9 3,1 2,8
ndice de custo do trabalho2 Taxa de variao (%) 1,7 4,0 4,3 3,8
Salrio minmo nacional Taxa de variao (%) 3,0 4,4 5,7 5,9
Contas das Administraes Pblicas
Receita corrente em % do PIB 41,2 42,3 42,3 40,7
Impostos e contribuies p/ segurana social em % do PIB 36,7 37,5 37,5 35,9
Despesa corrente em % do PIB 42,9 42,3 43,2 47,0
Despesa primria em % do PIB 43,5 42,9 43,2 48,1
Saldo global em % do PIB -3,9 -2,6 -2,8 -9,4
Dvida bruta em % do PIB 64,7 63,6 66,3 76,8
Balana de Pagamentos
Balana corrente + Balana de capital em % do PIB -9,3 -8,4 -10,2 -9,4
Balana Corrente em % do PIB -10,4 -9,8 -12,1 -10,5
Balana de Bens e Servios em % do PIB -8,2 -7,5 -9,6 -7,6
Balana de Capital em % do PIB 1,2 1,3 1,6 1,1
Agregados de Crdito Bancrio3
Crdito ao sector privado no financeiro Variao, em % (Dez) 8,7 9,9 7,1 2,1
Crdito a sociedades no financeiras Variao, em % (Dez) 7,1 11,2 10,5 1,9
Crdito a particulares (inclui emigrantes) Variao, em % (Dez) 9,9 9,0 4,6 2,3
Taxas de Juro
Taxa de rentabilidade das OT a taxa fixa a 10 anos em % (Dez) 4,1 4,5 4,0 4,0
Taxa de juro sobre saldos
Crdito a sociedades no financeiras em % (Dez) 5,4 6,2 6,1 3,3
Crdito a particulares em % (Dez) 5,5 6,2 6,5 3,1
Depsito a prazo, at 2 ano em % (Dez) 2,7 3,6 4,0 1,7
1 INE - Contas Nacionais Trimestrais. 2 Excepto Administrao Pblica e corrigido de dias uteis.3
As taxas de variao anual so calculadas com base na relao entre saldos de emprstimos bancrios em fim de ms, ajustados de operaes de titularizao, e
transaces mensais, as quais so calculadas a partir de saldos corrigidos de reclassificaes,
Fontes: Banco de Portugal, INE, Ministrio das Finanas e da Administrao Pblica e Ministrio da Segurana Social e do Trabalho.
Evoluo da Situao Econmica em 2009
Conta Geral do Estado de 2009
29
Na sequncia da quebra da actividade econmica, do impacto da crise financeira internacional e
do menor dinamismo do sector imobilirio, observou-se, ao longo do ano de 2009, um
abrandamento significativo do ritmo de crescimento dos emprstimos ao sector privado no
financeiro, abrangendo o crdito destinado s sociedades no financeiras e aos particulares.
Contudo, apesar desta desacelerao, os emprstimos mantiveram-se com taxas de crescimento
homlogo positivas e acima das verificadas na rea do euro.
Em linha com a descida das taxas de juro directoras do BCE e da prtica de polticas de cedncia
extraordinria de liquidez, as taxas de juro activas e passivas diminuram ao longo de 2009. De facto,
em Dezembro de 2009, as taxas de juro activas para os particulares situavam-se, em mdia, em 3,1%,
345 pontos base abaixo dos valores registados no final de 2008, tendo esta descida sido
particularmente acentuada para o caso do crdito habitao que evoluiu para 2% (5,9% no final de
2008). Mas, apesar do carcter acomodatcio da poltica monetria e das medidas de apoio ao
sistema financeiro, as condies de financiamento mantiveram-se mais restritivas do que as
verificadas no perodo anterior ecloso da crise financeira, em particular, no que respeita aos
prmios de risco.
No contexto de condies mais restritivas na concesso de crdito a particulares, de alguma
deteriorao das perspectivas para o mercado de habitao e de reduo nas despesas de consumo
de bens duradouros, as famlias portuguesas reduziram a procura de emprstimos junto do sector
bancrio. Assim, o aumento do crdito aos particulares desacelerou, associado evoluo
descendente do crdito destinado habitao que evoluiu de um crescimento de 4,3% em 2008 para
2,6% em 2009. Interrompendo a tendncia de forte acelerao dos ltimos anos, o crescimento do
crdito destinado s sociedades no financeiras abrandou acentuadamente para 1,9% em 2009
(10,5% em 2008), movimento associado, em parte, diminuio das necessidades de financiamento
para investimento.
semelhana do comportamento dos ndices bolsistas internacionais, o desempenho do mercado
bolsista portugus evoluiu favoravelmente a partir de Maro de 2009, reflectindo o aumento da
apetncia pelo risco. Em Dezembro de 2009, o ndice PSI-Geral registou um aumento de 40% em
termos homlogos, acima do verificado na rea do euro, o que compara com uma reduo de 50%
em 2008.
Finanas Pblicas em Portugal
30 Conta Geral do Estado de 2009
3 FINANAS PBLICAS EM PORTUGAL
3.1 No Contexto das Finanas Pblicas Europeias
Em 2009, reflectindo os efeitos da crise econmica e financeira, e o consequente abrandamento
da actividade registado na generalidade das economias desde o ano anterior, a situao oramental
na Unio Europeia (UE) acentuou a deteriorao iniciada em 2008, registando, em termos mdios,
um dfice oramental de 6,8% do PIB, que compara com 2,3% do PIB em 2008 (Quadro 3). No
conjunto dos pases da rea do euro (AE), o dfice oramental situou-se em 6,3% do PIB (2% no ano
anterior).
QUADRO 3 - Finanas Pblicas na Unio Europeia
O agravamento dos saldos oramentais na UE contrasta com a evoluo dos anos anteriores,
mesmo com a de 2008, onde oito Estados-membros ainda apresentaram excedentes oramentais.
Relativamente AE, constata-se que catorze Estados-membros registaram um dfice oramental
superior a 3% do PIB, um aumento significativo quando comparado com 2008, ano em que se
registaram cinco situaes de dfice superior a 3%. A deteriorao da situao oramental reflectiu-
se na evoluo da dvida pblica, cujo rcio em relao ao PIB aumentou em todos os Estados-
membros da UE (Quadro 3, Grfico 5 e Grfico 6).
Paralelamente ao verificado na generalidade dos pases desenvolvidos, em Portugal, a execuo
oramental desde 2008 foi tambm fortemente marcada pela crise econmica e financeira. Em 2009,
a evoluo das contas pblicas acentuou a tendncia verificada no ano anterior, com um aumento do
dfice oramental em 6,6 p.p. do PIB, atingindo 9,4% do PIB, em resultado de um maior crescimento
da despesa em relao ao PIB (4,9 p.p. do PIB) e de um decrscimo da receita (-1,6 p.p.). Na UE,
observou-se um aumento de 3,8 p.p. na despesa e uma diminuio de 0.6 p.p. na receita.
2006 2007 2008 2009 2006 2007 2008 2009 2006 2007 2008 2009
Administraes Pblicas (em % PIB)
Receita Total 44,9 44,9 44,6 44 45,3 45,4 44,9 44,4 42,3 43,2 43,2 41,6
Despesa Total 46,3 45,7 46,9 50,7 46,7 46,1 46,8 50,7 46,3 45,8 46,1 51
Saldo Oramental -1,4 -0,8 -2,3 -6,8 -1,3 -0,6 -2 -6,3 -3,9 -2,6 -2,8 -9,4
Dvida Pblica 61,4 58,8 61,6 73,6 68,3 66 69,4 78,7 64,7 63,6 66,3 76,8
Nmero de Estados-membros
com dfice oramental 15 15 19 27 10 8 11 16
d.q. com dfice acima de 3% do PIB 6 2 11 22 4 1 5 14
Fonte: Eurostat, Procedimento dos Dfices Excessivos de Abril de 2010
PortugalUnio Europeia (27) rea do euro (16)
Finanas Pblicas em Portugal
Conta Geral do Estado de 2009
31
GRFICO 5 - Dfice Oramental na Unio Europeia em 2009
(% do PIB)
GRFICO 6 - Dvida Pblica na Unio Europeia em 2009
(% do PIB)
Fonte: Eurostat, PDE de Abril de 2010 Fonte: Eurostat, PDE de Abril de 2010
Em Portugal, o peso da despesa pblica no PIB subiu para 51%, encontrando-se prximo da mdia
quer da Unio Europeia quer da rea do euro. Estes aumentos da despesa pblica so resultado no
s dos estabilizadores automticos como tambm das medidas anti-crise implementadas de forma
concertada no mbito do Plano para o Relanamento da Economia Europeia. O comportamento do
rcio da receita pblica no PIB reflecte a queda significativa verificada, principalmente, na receita de
impostos sobre a produo e importao e dos impostos sobre o rendimento e o patrimnio,
atingindo 41,6% do PIB, permanecendo abaixo da mdia europeia.
Neste contexto de deteriorao das contas pblicas, a Comisso Europeia abriu, at Abril de 2009,
cinco procedimentos de dfice excessivo (Reino Unido, Frana, Irlanda, Grcia e Espanha), mais cinco
em Julho (Polnia, Romnia, Litunia, Malta e Letnia) e ainda mais nove procedimentos em
Dezembro (ustria, Blgica, Repblica Checa, Alemanha, Itlia, Eslovquia, Eslovnia, Pases Baixos e
Portugal). Foi igualmente proposto pelo Conselho, ao abrigo dos poderes de superviso a nvel
oramental conferidos pelo Tratado da UE, o prazo para a correco dos dfices oramentais
excessivos destes Estados Membros.
Foi recomendado a trs Estados Membros, Alemanha, ustria e Pases Baixos, que o inicio da
consolidao comeasse apenas em 2011, de modo a permitir que as medidas de estmulo previstas
em 2010 fossem implementadas.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
EU
27
AE
16
Su
c
ia
Lu
xe
mb
urg
o
Est
n
ia
Fin
ln
dia
Din
am
arc
a
Ale
ma
nh
a
u
stri
a
Ma
lta
Bu
lg
ria
Hu
ng
ria
It
lia
Pa
se
s B
aix
os
Esl
ov
n
ia
Re
p. C
he
ca
B
lgic
a
Ch
ipre
Esl
ov
q
uia
Po
ln
ia
Fra
n
a
Ro
m
nia
Lit
u
nia
Le
tn
ia
Po
rtu
ga
l
Esp
an
ha
Re
ino
Un
ido
Gr
cia
Irla
nd
a
Valor de referncia: 3% PIB
0
20
40
60
80
100
120
UE
27
AE
16
Est
nia
Lu
xe
mb
urg
o
Bu
lg
ria
Ro
m
nia
Lit
u
nia
Re
p
bli
ca
Ch
ec
a
Eslo
v
qu
ia
Eslo
v
nia
Le
tn
ia
Din
am
arc
a
Su
c
ia
Fin
ln
dia
Po
ln
ia
Esp
an
ha
Ch
ipre
Pa
se
s B
aix
os
Irla
nd
a
u
str
ia
Re
ino
Un
ido
Ma
lta
Ale
ma
nh
a
Po
rtu
ga
l
Fra
n
a
Hu
ng
ria
B
lgic
a
Gr
cia
It
lia
Valor de referncia: 60% PIB
Finanas Pblicas em Portugal
32 Conta Geral do Estado de 2009
Relativamente aos casos da Blgica e da Itlia, cujos dfices tambm se situaram acima dos 3%
em 2009, o prazo estabelecido para a correco 2012, justificado pelo nvel comparativamente
diminuto dos dfices em percentagem do PIB e pela existncia de rcios de dvida elevados. No
seguimento da avaliao das medidas efectivas adoptadas pelos pases, o Conselho concluiu que a
Grcia no havia tomado medidas suficientes para evitar o agravamento da situao econmica,
sendo necessrio aumentar o esforo anual mdio para a consecuo dos objectivos de poltica
oramental.
No que diz respeito a Portugal, o Conselho Europeu estabeleceu a diminuio do dfice das
Administraes Pblicas abaixo de 3% do PIB at 2013, o que traduz um ajustamento oramental
estrutural anual mdio de 1,25 p.p. do PIB no perodo 2010-2013. igualmente recomendado que
qualquer melhoria na situao oramental deve ser utilizada para a reduo do dfice e da dvida,
bem como a prossecuo do reforo do quadro oramental de mdio prazo.
Mais recentemente, a 26 de Abril de 2010, o Conselho Europeu, luz da avaliao da Comisso
Europeia sobre a actualizao de Maro de 2010 do Programa de Estabilidade portugus, considerou
que a crise actual tem afectado severamente as finanas pblicas portuguesas e que a estratgia
oramental do Programa se encontra de acordo com as Recomendaes do Conselho previstas no
artigo 126., n. 7, do Tratado da Unio Europeia. Porm, de modo a assegurar uma reduo do
dfice para um nvel inferior a 3% do PIB at 2013, poder ser necessrio um esforo de consolidao
superior ao previsto no Programa, atendendo particularmente aos riscos implcitos num contexto de
incerteza sobre a evoluo macroeconmica.
A deteriorao da situao oramental no contexto da UE reflectiu-se na evoluo da dvida
pblica, a qual aumentou o seu peso no PIB em 12 p.p. para a mdia dos Estados-membros (de
61,6% no final de 2008, para 73,6% no final de 2009) Na rea do euro, observou-se um agravamento
de 9,3 p.p., aumentando de 69,4% para 78,7% do PIB. Portugal apresenta, em 2009, a quinta maior
dvida pblica da UE, atingindo 76,8% do PIB, 10,5 p.p. superior ao registado no final de 2008, mas
ainda assim inferior mdia da rea do euro (Grfico 7).
Finanas Pblicas em Portugal
Conta Geral do Estado de 2009
33
GRFICO 7 - Saldo Oramental e Dvida Pblica na rea do Euro - 2009
Fonte: Eurostat - Reporte do Procedimento dos Dfices Excessivos de Abril de 2010
A evoluo do rcio da dvida pblica reflecte no s o comportamento do saldo oramental
(primrio), mas tambm um conjunto de outros factores, usualmente designado por ajustamento
dfice-dvida, e que inclui, designadamente, o diferencial de crescimento das taxas de juro face ao
PIB nominal e a aquisio lquida de activos financeiros. At 2007, o ajustamento foi relativamente
diminuto, em termos mdios, quer para o conjunto da UE quer para a rea do euro. Contudo, em
2008 e 2009, o ajustamento aumentou significativamente reflectindo a resposta dos governos dos
Estados-membros crise financeira, designadamente no mbito da Iniciativa para o Reforo da
Estabilidade Financeira.
Em Portugal, dada a maior resilincia apresentada pelo sector financeiro e, consequentemente, a
ausncia de operaes de estabilizao do sistema financeiro por parte do Estado portugus, o
acrscimo no rcio da dvida pblica no PIB explicado quase inteiramente pelo valor do dfice
primrio e pelo diferencial de crescimento entre o PIB nominal e a taxa de juro implcita na dvida
(efeito dinmico), sendo as operaes financeiras menos relevantes.
ustria
Blgica
Finlndia
Frana
Alemanha
Grcia
Irlanda
Itlia
Luxemburgo
Pases Baixos
Portugal
Eslovnia
Espanha
AE16
UE27Malta
Chipre
Eslovquia
0
20
40
60
80
100
120
140
-14,5 -12,5 -10,5 -8,5 -6,5 -4,5 -2,5 -0,5 1,5
Dv
ida
P
blic
a em
% d
o P
IB
Saldo Oramental das AP's em % do PIB
Finanas Pblicas em Portugal
34 Conta Geral do Estado de 2009
3.2 As Finanas Pblicas Portuguesas em 2009
3.2.1 Anlise global
A execuo oramental de 2009, em Portugal, foi fortemente marcada pela crise econmica e
financeira. Com efeito, os desenvolvimentos da conjuntura macroeconmica reflectiram-se nas
contas pblicas quer via estabilizadores automticos com particular incidncia na quebra da receita
fiscal quer atravs das medidas de combate crise que implicaram, sobretudo, acrscimos na
despesa pblica. Em consequncia, o processo de consolidao oramental, iniciado em 2005, foi
interrompido em 2008, tendo o dfice das Administraes Pblicas aumentado 6,8 p.p. do PIB entre
2007 e 2009 (Quadro 4).
QUADRO 4 - Principais Indicadores Oramentais
Tambm o peso da dvida pblica no PIB aumentou para 76,8%, no final de 2009, devido ao valor
do dfice primrio de 6,6 % e ao diferencial de crescimento entre o PIB nominal e a taxa de juro
implcita na dvida (efeito dinmico), sendo que as operaes financeiras contriburam
marginalmente para a variao da dvida (Quadro 5).
QUADRO 5 - Evoluo da Dvida Pblica
A evoluo do saldo oramental reflecte o comportamento do saldo primrio, com os encargos
com a dvida pblica a diminurem ligeiramente o seu peso relativo no PIB.
(Em % do PIB)
2005 2006 2007 2008 2009
Saldo global -6,1 -3,9 -2,6 -2,8 -9,4
Saldo primrio -3,5 -1,2 0,2 0,1 -6,6
Dvida Pblica 63,6 64,7 63,6 66,3 76,8
Fonte: INE, Procedimento dos Dfices Excessivos de Abril de 2010
2006 2007 2008 2009
Dvida pblica consolidada (% PIB) 64,7 63,6 66,3 76,8
Variao (em p.p. do PIB) 1,1 -1,1 2,7 10,5
Efeito saldo primrio 1,2 -0,2 -0,1 6,6
Efeito dinmico 0,2 -0,2 1,6 3,9
Outros -0,2 -0,6 1,2 0,1
Fontes: INE e MFAP, Procedimento dos Dfices Excessivos de Abril de 2010
Finanas Pblicas em Portugal
Conta Geral do Estado de 2009
35
A avaliao da dvida bruta consolidada das Administraes Pblicas no critrio de Maastricht
para o ano de 2009, mostra uma evoluo idntica assinalada acima.
QUADRO 6 - Conta das Administraes Pblicas na ptica da Contabilidade Nacional
A reduo da receita total justificou cerca de 1/3 do aumento do dfice e o aumento de despesa
os restantes 2/3. A reduo na receita fiscal em 2009, estimada em 2,3 p.p. do PIB, reflecte uma
queda particularmente significativa na receita dos impostos sobre a produo e a importao e, em
menor grau, na receita dos impostos sobre o rendimento e o patrimnio, os quais dependem, em
parte, do rendimento do ano anterior.
Os impostos sobre a produo e importao registaram uma diminuio de 1,6 p.p. do PIB, dos
quais, cerca de 0,7 p.p. so explicados pelos efeitos adicionais que algumas variveis exerceram
sobre a receita, e capturados, pela componente recesso atrs mencionada. exemplo disso a
quebra da receita do IVA associada contraco do consumo de bens duradouros, na qual se destaca
a diminuio das vendas de veculos automveis, que registaram, em 2009, uma quebra de cerca de
26%, com reflexos tambm na receita do Imposto sobre Veculos.
2008 2009 2008 2009
1. Receitas Fiscais