Cório & Placenta · Cório & Placenta endométrio feto Estela Bevilacqua - bevilacq@usp.br...

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• Membrana hemocoriônica e

barreira placentária

• Invasão trofoblástica e suas falhas

• Progressão da formação

placentária - 1º, 2º e 3º trimestre

• Funções placentárias

Cório & Placenta

endométrio

feto

Estela Bevilacqua - bevilacq@usp.brLaboratório de Estudos da Biologia do Trofoblasto

Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo

PlacentaDiscoide, hemocorial e deciduada

Está aderida à parede uterinaEstá interposta entre os organismos materno e fetal e

estabelece toda e qualquer relação entre eles.Manutenção da gestação e crescimento/desenvolvimento fetal

Área especializada para trocas metabólicas e de gasesControle do fluxo arterial uterino

Hormônios e moléculas reguladorasRegulação imunológica da gestação

Proteção

Defeitos na morfologia ou função placentária

Perdas fetais

Restrição de crescimento intrauterino

Etc...

~11-12 dias após a fecundação → implantação completa

(final do ciclo menstrual)

Cavidade coriônica ou celoma extraembrionário

se forma ao redor do embrião

Cório se organiza sob a forma de vilosidades

Vilosidades coriônicas

Maturação e Crescimento

Troncos vilosos: emergem da placa coriônica e se ancoram na placa

basal (decídua basal)

Vilos flutuantes: secundários e terciários (arborização lateral dos

troncos vilosos – contínua para aumentar a superfície de trocas)

21 dias após a fecundação →capilarização no mesênquima viloso

https://www.pathologyoutlines.com/topic/placentaknots.html/http://www.bionalogy.com/digestive_system.htm/http://www.histotech.com.br/site/

Vilos coriônicos

Histologia

Eixo mesenquimal

(vascularizado após 3ª sem de gestação; com macrófagos – células de

Hofbauer) revestido por:

Citotrofoblasto (tornam-se escassas após 5º mês

de gestação) – camada de células individualizadas

Sinciciotrofoblasto - revestimento externo sincicial

Sinciciotrofoblasto – deriva do citotrofoblasto

Em geral núcleos agregados deixando amplas

áreas de trocas só com citoplasma; contém

microvilos (borda estriada)

https://embryology.med.unsw.edu.au/embryology/index.php/BGDA_Practical_Placenta_-_Villi_Development

Sincício + citotrofoblasto + células mesenquimais+ macrófagos + vasos fetais

Região de trocas moleculares

entre os organismos materno e fetal

Membrana Hemocoriônica

Estabelecimento da barreira placentária(através da qual ocorrem as trocas moleculares entre

o sangue materno e fetal)

https://www.motifolio.com/1011131.html

Chatuphonprasert et al, 2017

Barreira placentáriaMembranas que separam o sangue

materno no espaço interviloso do fetal

(capilar fetal)

sinciciotrofoblasto – (citotrofoblasto

viloso) – endotélio fetal

Superfície de trocas e de barreira na

placenta a termo ~ 11 m2

The Developing Human - Moore & Persaud

Funções placentárias: vilos coriônicos

Drogas

Venenos

Microorganismos,

Toxinas, Cocaina,

Álcool,

Antibióticos,

Medicamentos,

Imunizantes,

Opiácios

(morfina)

NutrientesÁgua

Carbohidratos

Aminoácidos

Vitaminas

Lipídios

Fe, Cu, Zn…

Eletrólitos

CO2 Ureia, ácido úrico,

bilirubina

PULMÃO RIMPLACENTA

Vilos coriônicos(trocas metabólicas)

Respiração Excreção

Sangue materno

Espaço interviloso

Sangue fetal

Vasos fetais

Modificado de Moore & Persaud, 2012

(1) Transporte Ativo (amino ácidos, vitaminas, ferro, calcio,

etc)(2) Difusão simples (gases, Na, K,

ácidos graxos)

(3) Difusão facilitada (glicose)

(4) Transportadores (aas)(5) Transporte mediado por

receptor – pinocitose (IgG,

albumina)

Função respiratória e nutritivaVilos coriônicos

Nutrição

Struwe et al., 2009

Gonadotrofina coriônica humana (hCG) ~ LH - Manutenção do corpo lúteo/Progesterona

Hormônio placentário lactogênico (hPL) ~ Glucagon

1º - 2º trimestreRegula metabolismo materno de lípides e

carbohidratos (presente no soro materno na concentração de 5-15 µg/mL)

sensibilidade materna à insulina (↑níveis maternos de glicose sanguínea

↓utilização materna de glicose)

Hormônios semelhantes aos produzidos pela Hipófise

(sinciciotrofoblasto)

Controle das funções hipotalâmicasHormonio de liberação de gonadotropina e de

corticotropina, Hormônio de liberação do hormônio do crescimento ou somastotastina

Suporte funcional ao endométrioProgestinas

(tudo que liga ao receptor de progesterona)

Estrógenos

MetabolismoAdipocinas

Grelina, Leptina, Resistina e Adiponectina

Hormônios semelhantes aosproduzidos pelo Hipotálamo

(citotrofoblasto)

Função endócrinaÚnico órgão capaz de produzir diferentes

hormônios protéicos e esteroidais

Corticotropina coriônica humana (hCACTH) ↑ Níveis maternos de cortisol

Tireotropina coriônica humana (hCT) ~ Hormônio hipofisário estimulador da tireoide

(TSH), age na tireoide materna

Hormônio de crescimento placentário (PlGF)(15a sem-term)

ProteçãoTransferência de

imunidade

Transporte de imunoglobulinas

(IgGs) pelo sinciciotrofoblasto

Palmeira et al., 2012

Vilo de ancoragem e a

formação do

citotrofoblasto extraviloso

(EVT)(invade a placa basal - porção materna

da placenta)

Placenta (2 semanas)Colunas trofoblásticas

de ancoragem

Adesão placentária

Proliferação do CT-EV

Guibourdenche et al., 2009

Destinos do citotrofoblasto extravilosoVasos (EVT endovascular), estroma (EVT intersticial) e

glândulas (EVT endoglandular)

EVTs migram dos vilos de

ancoragem para o

endométrio.

EVT Endovascular invade

e migra para dentro do

lumen das artérias

espiraladas – tampão

trofoblástico (inicialmente

na região da decidua)

Li et al.2017

Apoptose das células EVT dos

tampões e abertura dos

vasos remodelados

Restabelecimento da circulação

(arterial) placentária

Placenta

Remodelação das

artérias uterinas

Após a 12ª semana de gestação

Substituição da parede

vascular (endotélio e músculo) por matriz extracelular

(fibrinóide) + EVT endovascular/intersticial

Sangue arterial chega à placenta em canais trofoblásticos dilatados e sem elasticidade, sem controle

vasomotor

Vasos de baixa resistência e alto/lento fluxo sanguíneo

Remodelação das artérias

espiraladas (decídua) e radiais

(miométrio)

Transforma as artérias espiraladas (vasos de baixo fluxo e alta resistência) em vasos de alto fluxo e

baixa existência

resistência arterial

aporte de sangue na placenta

facilita trocas moleculares

diminui shear stress – injúria vilosa

http://www.rcdrg.sgul.ac.uk/images-and-docs/spiral.jpg/Kweider et al, 2012 Whitley & Cartwright, 2010

Circulação útero-placentária

Kaufmann et al. 2003 Kristy Red-Horse et al., 2004

14º - 15º dia Invasão das artérias espiraladas pelo trofoblasto

80 a 100 artérias espiraladas endometriais são bloqueadas por acúmulos de células citotrofoblásticas na luz do vaso protege a câmara intervilosa de alterações tensionais intensas

2ª semana 5º ao 9º dia de gestação – Invasão dos capilares (venosos) subepiteliais pelo sinciciotrofoblasto – o sangue materno extravasado no

espaço interviloso

Resumo

2º mês remodelação das artérias espiraladas (decídua e miométrio) por células

EVT e abertura dos tampões – restabelece-se a circulação (arterial) na placenta(placenta madura)Parede arterial - perde musculatura/ diâmetro/ necrose endotelial e muscular, substituição por células EVTs endovasculares/intersticiais, fibrinóide (MEC) vasos de baixa resistência sangue alcança o espaço interviloso com baixa pressão

Pressão arterial

70-80 mm Hg

Nos espaços

intervilosos

devido à

remodelação

arterial, a pressão

é <10mm Hg

(máximo de 30mm

Hg)

Montague, 2015

Regulação do fluxo sanguíneo na placenta

Fatores angioativos secretados pela placenta regulam os vasos

maternos

Fatores principaisVEGF - Fator de crescimento de endotélio vascular (vasodilatador,

angiogênico, aumento do aporte de sangue para demanda de oxigênio/nutrientes na interface materno-fetal)

PlGF – Fator de crescimento placentário (semelhante ao VEGF)

FLT1 – Receptor 1 de VEGF/PlGF (presente no endotélio, sua ligação

com PlGF ou VEGF impede a vasodilatação/angiogênese, ação inibitória)

sFLT1 – Receptor solúvel de VEGF/PlGF (quando ligado impede a ação

angiogênica e reguladora vascular do VEGF e PlGF circulante)

Modificado de Burton et al., 2009, 2019

Patológico: i) Quando

não há remodelação

arterial, sangue chega ao

espaço interviloso com

Pressão Aumentada,

causando estresse e

lesão nos vilos; ii) O

tempo de passagem pela

superfície do vilo diminui

o que leva a uma

redução nas trocas

metabólicas;

iii) As lesões liberam

restos celulares que na

circulação materna

ativam o sistema

vascular (endotelial)

periférico (inflamação vascular

materna/hipertensão)

Normal: Sangue chega com Pressão Reduzida quando as

artérias são devidamente remodeladas e flui vagarosamente por

entre os vilos (sem lesão, com tempo suficiente para as trocas

gasosas, nutritivas)

*vilo com lesão

Defeito na invasão vascular pelas EVTs com remodelação deficiente das artérias espiraladas - Pré-eclâmpsia

Interage com células uterinas deciduais, linfócitos uterinos, células

uNK, células dendríticas e macrófagos

70%

15%

15%

J. Dietl et al., 2006

EVT intersticial – função imunoreguladora

Diferentes padrões de citocinas produzidas

nas diferentes fases da gestação, com perfil

tolerogênico

Células com

atividade

imune

encontradas

na decídua

Vilosidades coriônicas de 1º trimestre

Vascularizados com

hemácias nucleadas em seus

vasos

Camada contínua de células

citotrofoblásticas

Mesenquima muito delicado

Morfologia placentária

Vilosidades coriônicas de 2º trimestre

Descontinuidade da camada

citotrofoblástica

Presença de fibrinóide e de

nós sinciciais

Hemácias fetais anucleadas

Vilos com tecido

mesenquimal mais

organizado, maior

ramificação vilosa

Troncos vilosos com artérias

e veias distinguíveis

Vilosidades coriônicas de 3º trimestre

Troncos vilosos atingem

máximo de ramificação,

com artérias e veias

calibrosos

Vilosidades com muitos

nós sinciciais,

citotrofoblasto escasso

1º trimestre 3º trimestre